A medida provisória 595/2012, que estabelece um novo marco regulatório para o setor portuário, continua na pauta da Câmara nesta quarta-feira (8). Mas, para ser votada, os parlamentares precisam entrar num consenso sobre o texto final e aprovar primeiro a MP 593/12, que trata do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec).
A matéria, que propõe a ampliação do rol de beneficiários e ofertantes da Bolsa-Formação Estudante, seria analisada nessa terça, mas a votação foi adiada para atrasar ainda mais a análise da MP dos Portos, que precisa ser votada até o dia 16 na Câmara e no Senado ou perderá a validade.
##RECOMENDA##Uma das principais preocupações dos parlamentares, tanto da base governista quanto da oposição, é a possibilidade de veto da presidente Dilma Rousseff. Vários partidos querem apresentar destaques para alterar o texto aprovado na comissão mista que analisou a medida. O líder do PT, deputado José Guimarães (CE), disse, no entanto, que o governo não admite mudança na "espinha dorsal da MP dos Portos".
A matéria é polêmica e precisou de muitos acordos entre parlamentares e governo para ser aprovada na comissão mista que analisou o assunto. A medida cria regras para futuras concessões, arrendamentos e autorizações para exploração os portos e instalações portuárias no Brasil.
Entre outras providências, a proposta centraliza as decisões sobre os portos públicos na Secretaria Especial dos Portos. Um acordo, liderado por parlamentares de Pernambuco, garantiu certa independência para os gestores dos portos delegados pela União, como é o caso de Suape. Nesses casos, devidamente autorizados pela Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), os gestores continuarão responsáveis pelos editais e processos licitatórios.
Apesar do acordo, os parlamentares não têm certeza de que ele será cumprido quando for aprovada a MP, já que o texto fala em possibilidade de transferência de responsabilidade para estados e municípios e não garantia de que isso será feito. Também há questões ligadas aos trabalhadores portuários que provavelmente voltarão a ser discutidas no plenário. Sindicalistas ameaçam uma greve geral caso as exigências da categoria não sejam consideradas.
Pauta
Ainda está na pauta do plenário a MP 597/2012, que isenta de Imposto de Renda a participação nos lucros recebidos pelos trabalhadores.