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Trinta, dos 33 projetos contidos no pacote enviado pelo Governo do Estado à Assembleia Legislativa foram aprovados na manhã desta terça-feira (5) pela Comissão de Constituição, Legislação e Justiça da Casa. As três propostas restantes foram retiradas de pauta, a pedido de deputados da oposição que integram o colegiado, que desejam se aprofundar melhor nos conteúdos antes de se pronunciarem. Essas matérias serão votadas na sessão da próxima semana.

De acordo com o presidente da Comissão de Justiça, deputado Antônio Moraes, o pacote completo de projetos deverá ser aprovado. A partir da CCLJ, todos seguem para as demais comissões técnicas da Casa e, em seguida, serão votados em plenário. “Como eu havia afirmado quando os projetos chegaram à Comissão de Justiça, não houve dificuldades para aprová-los, porque tudo que a governadora Raquel Lyra enviou à Assembleia atende aos interesses da população de Pernambuco, e até mesmo a oposição reconheceu isso e deu seus votos a favor”, disse Antônio Moraes.

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Entre os projetos aprovados pela CCLJ estão o que cria o programa Pernambuco sem fome, para beneficiar pessoas em situação de vulnerabilidade, e o Programa Família Acolhedora Pernambucana. Outras propostas foram aprovadas, como a que incrementa o efetivo do Corpo de Bombeiros, a que cria a carreira de Controle Interno do Estado e a que aumenta os valores das Bolsas-Auxílio de Formação Profissional para servidores estaduais.

“Também aprovamos um projeto importante, que estabelece gratificações de representação para diretores, superintendentes, gerentes, coordenadores e chefes nos hospitais de grande porte e no Hospital dos Servidores do Estado, que hoje estão carentes de pessoas capacitadas para esses cargos”, acrescentou Moraes. A pedido de alguns integrantes da Comissão de Justiça, foram retirados da pauta de votação projetos como o que propõe a redistribuição do ICMS entre municípios, o que trata da reforma administrativa do Estado e o que cria o Bônus Livro.

“A oposição pediu para analisar melhor esses projetos, mas todos voltarão à Comissão de Justiça na próxima semana para serem votados, porque estamos em cima do prazo para o fim do período legislativo”, esclareceu Antônio Moraes.

*Da assessoria 

Um conjunto de 24 proposições, sendo 23 projetos de lei do Executivo (PLE) e um projeto de lei Ordinária (PLO), foi aprovado por duas comissões temáticas permanentes da Câmara Municipal do Recife, na manhã desta quinta-feira (30): a Comissão de Finanças e Orçamento e a Comissão de Legislação e Justiça reuniram-se por videoconferência.

A Comissão de Finanças e Orçamento foi conduzida pelo vereador Samuel Salazar (MDB), presidente do colegiado, e contou com a presença dos vereadores Chico Kiko (PP) e Marco Aurélio Filho (PRTB). O grupo aprovou 18 projetos de lei do Executivo (PLE).  São eles: o PLE 48/23, que reduz temporariamente a alíquota do Imposto Sobre Serviços De Qualquer Natureza (ISSQN), concedendo incentivo fiscal às empresas de hotelaria na forma em que dispõe. 

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PLE 49/23, que altera o zoneamento da cidade, instituindo, com fundamento nos art. 65, inciso II, e artigos 72, 79 da Lei Complementar nº 2 de 23 de abril de 2021, Zona Especial de Interesse Social 2 – ZEIS 2; PLE 50/23, que altera a Lei Municipal nº 16.600, de 27 de setembro de 2000, que dispõe sobre o Serviço de Transporte Coletivo de Escolares do Recife (SETCER) . 

PLE 51/23, que altera a Lei Municipal nº 17.537, de 16 de janeiro de 2009, que fixa normas para a exploração do Sistema Municipal de Táxi do Município do Recife (SMTX/Recife);

PLE 52/23, que altera a Lei Municipal nº 18.207*, de 30 de dezembro de 2015. Essa lei dispõe sobre o Plano de Incentivos a Projetos Habitacionais Populares de Interesse Social, vinculado ao programa federal Minha Casa, Minha Vida, recursos do Fundo de Arrendamento Residencial (FAR), e Fundo de Desenvolvimento Social (FDS). Através dele, o Executivo é autorizado a doar áreas de propriedade do município; institui isenção de tributos para operações vinculadas ao programa federal "Minha Casa, Minha Vida", nas condições especificadas, e dá outras providências. 

PLE 53/23, que dispõe sobre o serviço de locação social no Município do Recife e dá outras providências; PLE 54/23, que institui o Programa Moradia Primeiro para Pessoas em Situação de Rua, no âmbito do Município do Recife; PLE 55/23, que altera a Lei número 15.563, de 27 de dezembro de 1991 e revoga as Leis nº 17.410, de 2 de janeiro de 2008 e a Lei nº 18.114, de 12 de janeiro de 2015; PLE 56/23, que institui alterações à Lei Municipal n° 18.207, de 30 de dezembro de 2015;

PLE 57/23, que altera a Lei Municipal nº 18.869, de 09 de dezembro de 2021.  PLE 58/23, que institui o Programa Municipal de Subsídio à Habitação de Interesse Social (PMSHIS) e dá outras providências;

PLE 59/23, que institui a Base Cartográfica Municipal do Recife, apoiada à Rede de Referência Cadastral Municipal (RRCM/Recife) e dá outras providências;

PLE 60/23, que cria cargos efetivos no âmbito da Secretaria da Mulher, para provimento mediante concurso público, com a finalidade de compor o Grupo Ocupacional de Promoção dos Direitos das Mulheres do Recife, instituído pela Lei Municipal nº 19.064, de 24 de maio de 2023.

 PLE 61/23, que concede isenção total dos tributos municipais que discrimina, remissão de dívidas tributárias e anistia de multas tributárias às entidades de caráter associativo e sem fins lucrativos, e dá outras providências; PLE 62/23, que dispõe sobre a reserva de vagas nos concursos públicos e seleções simplificadas no âmbito da Administração Pública Municipal Direta e Indireta. 

PLE 64/23, que dispõe sobre a criação do Programa de Regularização Fiscal Educação (PREFIS Educação no Município do Recife); PLE 65/23, que estabelece as normas e procedimentos para aplicação do instrumento urbanístico Estudo de Impacto de Vizinhança - EIV no Município do Recife, em cumprimento à Lei Complementar nº 02, de 23 de abril de 2021, que instituiu o Plano Diretor do Município do Recife; e PLE 68/23, que institui e disciplina, no âmbito da Rede Municipal de Ensino do Recife, o Programa Recife no Mundo. 

Comissão de Legislação e Justiça -  Já a Comissão de Legislação e  Justiça  analisou e aprovou todos os projetos que passaram pela Comissão de Finanças e Orçamento, além de outros seis. A reunião do colegiado foi  presidida pelo vereador Zé Neto (PROS), e ocorreu com a participação de Rinaldo Junior (PSB) e Samuel Salazar.

O grupo concedeu parecer pela aprovação ao projeto de lei Ordinária número 122/2023, de autoria do vereador Rinaldo Junior, que reconhece como local sagrado para a Jurema Sagrada a Rua da Guia. Além desses, também aprovou: 

O PLE número 47/2023  institui, no Município do Recife, o “Programa Geração de Oportunidades – Go Recife”, e altera a Lei Municipal nº 18.785, de 15 de março de 2021 e dá outras providências. 

O PLE 63/2023, que  altera a Lei Municipal nº 17.310, de 28 de março de 2007, que instituiu o Conselho Municipal de Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa – COMDIR; 

O  PLE 66/2023, que  altera a Lei Municipal nº 16.292 de 29 de janeiro de 1997 para permitir a adoção de procedimento simplificado e auto declaratório para o licenciamento urbanístico e ambiental; 

PLE 67/2023 dispõe sobre a recepção local e à aplicabilidade do artigo 3º, IX da Declaração de Direitos de Liberdade Econômica, prevista na Lei Federal nº 13.874, de 20 de setembro de 2019, no âmbito do Município do Recife;

O PLE 68/23 institui e disciplina, no âmbito da Rede Municipal de Ensino do Recife, o Programa Recife no Mundo e PLE 69/2023 estabelece medidas para unificação e racionalização dos processos de licenciamento no âmbito da Administração Pública Municipal e cria o Comitê de Licenciamento Unificado.

*Da Câmara Municipal do Recife

Por conta do feriado de quarta-feira (15), o Plenário do Senado concentra os trabalhos da semana na sessão desta terça (14), quando devem ser votados cinco projetos de lei e oito empréstimos internacionais. Na pauta está a criação da Política Nacional de Direitos das Populações Atingidas por Barragens (PL 2.788/2019), que define os direitos dessas pessoas, a exemplo de indenizações e reparações, e as obrigações das empresas. Também deve ser analisado projeto que pune o defensor público que abandonar o processo sem justo motivo e determina a comunicação prévia ao juíz e a garantia de o acusado nomear outro defensor (PL 4.727/2023).

Os senadores ainda vão analisar a proposta que prorroga até o dia 12 de abril de 2024 o prazo para os municípios com mais de 250 mil habitantes apresentarem o Plano de Mobilidade Urbana e até 12 de abril de 2025 para as cidades que tenham até 250 mil moradores (PL 5.086/2023). A legislação em vigor (Lei 12.587, de 2012) já foi adiada diversas vezes sendo a data limite este ano.

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O Plenário deve votar ainda o projeto que assegura a compra e a venda de imóvel quando o impedimento de alienação não estiver registrado no cartório, a exemplo de bloqueio judicial (PL 1.269/2022). O líder do governo no Congresso Nacional, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) destacou a votação da proposta que prorroga até dezembro de 2024 o prazo de execução dos recursos da Lei Paulo Gustavo (PLP 205/2023). Segundo a Lei de Incentivo à Cultura (Lei Complementar 195, de 2022), os estados, o Distrito Federal e os municípios que não usarem a verba até dezembro deste ano terão que devolvê-la para o governo federal. Randolfe lembrou que o mesmo projeto trata da bolsa-permanência para alunos do ensino médio. 

— Mesmo no feriado será uma semana produtiva. Nós temos um PL muito importante que prorroga a vigência da Lei Paulo Gustavo e é fundamental para os produtores culturais de todo país e para os municípios de todo o país para poderem fazer a execução dos recursos da Lei Paulo Gustavo. E esse mesmo PL incorpora uma proposta que foi compromisso de campanha do presidente Lula, proposta inclusive defendida primeiramente pela então candidata Simone Tebet, que cria a poupança estudantil. Então, nós vamos buscar votar o PL no Senado na terça-feira para que ele vá para a Câmara — disse Randolfe. 

O Plenário também vai votar oito empréstimos internacionais que somam mais de US$ 2,5 bilhões. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) contará com dois financiamentos do Banco do Brics — grupo de países que reúne o Brasil, Rússia, Índia e China. O primeiro (PRS 107/2023), de US$ 1,2 bilhão, será usado no Programa de Infraestrutura Sustentável e o segundo (PRS 100/2023), de US$ 500 milhões, para ações relacionadas às mudanças climáticas. Os estados de São Paulo (PRS 103/2023, PRS 104/2023), Piauí (PRS 101/2023, PRS 102/2023) e Santa Catarina (PRS 106/2023) também serão contemplados com empréstimos para obras de infraestrutura rodoviária e ambiental.

*Da Agência Senado

Deputados e senadores analisam nesta quinta-feira (9), em sessão conjunta do Congresso Nacional, projetos de lei e vetos presidenciais, entre eles ao PL 2.903/2023 sobre o marco temporal para demarcação de terras indígenas. A pauta conta com 40 itens (33 vetos e 7 projetos de lei). A sessão está marcada para começar às 10h.

Ao sancionar a Lei 14.701 de 2023, que trata de reconhecimento, demarcação, uso e gestão de terras indígenas, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva vetou dispositivo que estabelecia que os povos indígenas só teriam direito às terras que ocupavam ou reivindicavam em 5 de outubro de 1988, data da promulgação da atual Constituição Federal.

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Conhecida como marco temporal, a proposta teve origem em projeto de lei (PL 2.903/2023) apresentado pelo ex-deputado Homero Pereira (MT) e aprovado pelo Senado em setembro, sob relatoria do senador Marcos Rogério (PL-RO).

Entre as justificativas do veto ao marco temporal, o presidente argumenta que a iniciativa do Legislativo contraria o interesse público e incorre em vício de inconstitucionalidade “por usurpar direitos originários” já previstos na Constituição.

Ele ainda lembra que a tese do marco temporal também já foi rejeitada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) — decisão que, segundo a Presidência da República, possui repercussão geral.

Julgamento

Em 27 de setembro deste ano, o STF fixou a tese de repercussão geral no Recurso Extraordinário (RE) 1017365, em que a corte rejeitou a possibilidade de adotar a data da promulgação da Constituição como marco temporal para definir o direito à ocupação tradicional da terra pelas comunidades indígenas.

Além de rejeitar a definição do período para a demarcação de novos territórios indígenas, o presidente vetou a exploração econômica das terras indígenas, inclusive em cooperação ou com contratação de não indígenas. Ele também rejeitou trecho que garante que “não haverá qualquer limitação de uso e gozo aos não indígenas que exerçam posse sobre a área, garantida a sua permanência na área objeto de demarcação”.

Cada veto presidencial pode ser rejeitado, no total ou em parte, durante a sessão. Para isso, é preciso obter maioria absoluta de votos, ou seja, pelo menos 257 votos de deputados e 41 votos de senadores. Caso não alcance essa votação, o veto é mantido.

Créditos

A pauta do Congresso também conta com projetos de lei que abrem créditos adicionais para o Orçamento federal deste ano (PLNs). Entre eles, o PLN 21/23, que destina R$ 393 milhões para a Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia (Hemobrás). 

*Da Agência Senado

O Congresso Nacional vai analisar projetos de lei (PLNs) e medidas provisórias (MPs) que liberam mais de R$ 4,5 bilhões em créditos adicionais e extraordinários ao Orçamento deste ano. O dinheiro deve cobrir despesas não computadas ou insuficientes, além de atender a gastos imprevisíveis e urgentes do Poder Executivo. 

Os créditos adicionais estão previstos em seis PLNs que liberam juntos mais de R$ 3,6 bilhões. Eles se dividem em créditos especiais (para incluir despesas sem dotação específica) e suplementares (para reforçar dotações já existentes). Todas as matérias aguardam designação de relatores na Comissão Mista de Orçamento (CMO). 

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O projeto que abre o maior volume de recursos é PLN 11/2023: são R$ 3,1 bilhões para os ministérios da Educação; da Justiça e Segurança Pública; dos Transportes; e de Portos e Aeroportos, além de transferências diretas a estados, Distrito Federal e municípios. Do total dos recursos, 95,6% vão para os entes da Federação implementarem a Política Nacional Aldir Blanc de Fomento à Cultura. 

Confira a seguir os outros cinco PLNs que abrem créditos adicionais ao Orçamento: 

PLN 6/2023 — R$ 807,9 mil para as Justiças Eleitoral e do Trabalho;

PLN 7/2023 — R$ 5,3 milhões para a Justiça Federal e o Ministério Público da União;

PLN 8/2023 — R$ 1,6 milhão para a Justiça do Trabalho e o Ministério da Educação;

PLN 9/2023 — R$ 40,3 milhões para operações oficiais de crédito;

e PLN 10/2023 — R$ 497,9 milhões para órgãos do Poder Executivo e operações oficiais de crédito.

Medidas Provisórias

Os créditos extraordinários estão previstos em três MPs que, juntas, liberam R$ 864 milhões. Esse tipo de matéria serve para atender a despesas imprevisíveis e urgentes, como as decorrentes de guerra, comoção interna ou calamidade pública. Todas as medidas provisórias aguardam a designação de relatores. 

A MP 1.168/2023 libera R$ 640 milhões para os ministérios da Justiça e Segurança Pública; do Meio Ambiente e Mudança do Clima; da Defesa; do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome; e dos Povos Indígenas. O dinheiro vai para medidas emergenciais necessárias à proteção da vida, da saúde e da segurança das comunidades indígenas. 

As outras duas matérias que liberam créditos extraordinários são as seguintes:  MP 1.169/2023 — R$ 24 milhões para o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome prestar assistência a 10 mil famílias atingidas pela estiagem no Rio Grande do Sul; e MP 1.177/2023 — R$ 200 milhões para o Ministério da Agricultura e Pecuária garantir a prevenção e combate à gripe aviária no país. 

*Da Agência Senado

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), afirmou nesta terça-feira (20) que conversará com líderes na Casa para promover uma "semana intensiva" no começo de julho para votar os projetos da reforma tributária, do arcabouço fiscal - caso a proposta de fato seja alterada no Senado - e o projeto de lei que retoma o voto de qualidade do Conselho de Administração de Recursos Fiscais (Carf).

"Vamos avaliar com líderes para ver se nessa semana fazemos semana intensiva, de segunda a sexta-feira, pra discutir Carf, porque o texto será entregue só na semana que vem, para que possa votar retorno do arcabouço e votar também a reforma tributária", disse Lira após sair de reunião com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. O deputado falou com a imprensa acompanhado do líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), e do ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha.

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Lira não quis aprofundar comentários sobre o relatório apresentado hoje pelo relator do arcabouço fiscal no Senado, Omar Aziz (PSD-AM), que ampliou gastos que não serão computados na nova regra. O presidente da Câmara ponderou ser necessário esperar a votação, que será amanhã no Senado, para fazer avaliações.

"Em conversas comigo, Aziz afirmou que mudanças sejam mínimas. Mas ele é o relator, precisa dos votos e conseguir aprovação do texto no senado. Não posso opinar porque não sabemos quais são as mudanças", disse Lira. "Ele me falou de uma ou duas (mudanças), e hoje já se fala em mais. Então temos de esperar", acrescentou.

"Vamos esperar votação no Senado com naturalidade", ressaltou.

Lira disse ainda ter tratado com Haddad sobre o projeto do Carf, mas que ponderou que o foco da reunião foi a reforma tributária.

 

Fatalmente não passará de 5ª-feira apresentação de relatório da tributária

O presidente da Câmara, afirmou que "fatalmente" o relatório da reforma tributária será apresentado pelo deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) até quinta-feira, 22. Será o dia em que Lira receberá os governadores na residência oficial, prioritariamente para debater a formulação do Fundo de Desenvolvimento Regional (FDR).

"Já está pronto (o relatório), mas como convidamos governadores, pareceria deselegância liberar texto hoje. Fatalmente não passará de quinta apresentação de relatório da tributária", disse.

O presidente da Câmara deu a declaração após reunião com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, na sede da pasta. Estavam juntos o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, e o líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE). Lira disse ter convidado Haddad para participar da reunião com os governadores. O ministro, contudo, estará com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em viagem à França.

"Foi reunião para discutir detalhes, vamos entrar em semanas decisivas para a reforma tributária", disse Lira, que reforçou a intenção de levar o texto a votação no plenário na primeira semana de julho.

Ele destacou que as tratativas sobre o FDR deverão ocorrer na reunião com os governadores. Ainda não há uma confirmação oficial sobre o montante que a União se compromete a aportar no fundo. Lira, por sua vez, destacou a boa vontade do governo sobre a pauta, ressaltando a criação da secretária extraordinária para reforma tributária do Ministério da Fazenda, liderada por Bernard Appy.

Com a reforma tributária no topo da lista de reivindicações do setor, o Dia da Indústria, celebrado nesta quinta-feira, 25, terminou com manifestações de otimismo do governo sobre mudanças no modelo de recolhimento de impostos, considerado anacrônico e disfuncional, além de um pedido público do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de pressa na votação das matérias encaminhadas ao Legislativo.

O apelo foi feito por Lula ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, no encerramento de evento na sede da Fiesp que reuniu especialistas, representantes do setor público e empresários para discutir os caminhos da reindustrialização do País. "O Brasil precisa de tudo. E nós voltamos para fazer esse quase tudo. E só temos 1200 dias de governo. Pacheco, por favor, apressa as votações porque o trem está apitando", declarou o chefe do Executivo ao presidente do Senado.

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Antes de Lula, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, já havia considerado o Congresso "maduro" para votar a reforma tributária, e o vice-presidente, Geraldo Alckmin, falou de uma "construção coletiva" que já permitiu uma votação expressiva a favor do arcabouço fiscal e deve, agora, atuar na reforma dos impostos que recaem sobre o consumo.

A plateia era formada por empresários da indústria, mas Lula aproveitou a oportunidade para aliviar tensões com setores do agronegócio. "A gente quer que a indústria cresça, mas a gente também quer que o agronegócio continue crescendo ... O Brasil precisa cada vez mais ser exportador de grãos e de carnes", disse Lula, acrescentando que o crescimento do agronegócio não atrapalha a indústria, até porque, para ser mais produtivo, o campo precisa investir em máquinas e equipamentos.

Primeiro a discursar no encerramento, o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Josué Gomes da Silva, já tinha reforçado a urgência de aprovação da reforma tributária para corrigir as distorções de um sistema que "pune a indústria e o crescimento nacional". A solução para desonerar investimentos e exportações, defendeu, está na criação de um imposto sobre valor agregado, em substituição a cinco tributos atuais.

O empresário da indústria têxtil, herdeiro da Coteminas, distribuiu elogios a Pacheco, a quem parabenizou pelo encontro com empresários na terça-feira que "deixou todos otimistas", ao BNDES, que pela manhã lançou linhas de financiamento que demonstram o compromisso do banco de voltar a ser uma instituição de desenvolvimento e industrialização, e ao próprio Lula, pelo artigo, em parceria com Alckmin, sobre neoindustrialização publicado hoje pelo Estadão.

Os ataques do presidente ao Banco Central também tiveram ressonância nas declarações de Josué. "Em 30 anos, o juro real do Brasil sempre esteve acima de seus pares ... Resolvido arcabouço fiscal, reforma tributária e juros, parte do trabalho para recuperar a indústria estará feito", assinalou o presidente da Fiesp, para quem a reindustrialização é "fundamental" para fortalecer a classe média e a democracia.

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), afirmou que a Câmara e o Senado estão em sintonia com o governo federal para a aprovação do novo arcabouço fiscal e da reforma tributária. Lira se reuniu nesta terça-feira (23) com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e os relatores das duas matérias na Câmara, os deputados Claudio Cajado (PP-BA), do novo regime fiscal, e Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), da  reforma tributária. 

Lira ressaltou a importância do diálogo entre governo, Congresso e setor produtivo sobre os dois temas para melhorar o ambiente de negócios no País e que trarão consequências importantes para o desenvolvimento do Brasil. 

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“Todos deem se envolver na defesa de uma reforma tributária que é necessária. Essa discussão está mais presente na Câmara e nossa obrigação é fazer de forma mais transparece e ter a reforma que o Brasil merece”, afirmou Lira.

Lira afirmou ainda que a ideia do governo de rever pautas já aprovados pelo Congresso nos últimos anos, como mudanças no marco do saneamento, a privatização da Eletrobras ou a autonomia do Banco Central, não terão respaldo no Parlamento.

“Vamos focar nisso, a revisitação de temas que o Congresso votou há um tempo vão acontecer no âmbito do Congresso, que se acalmem os ânimos dessas pautas. Elas não terão ecos nos plenários das duas Casas, o governo tem sido informado disso”, disse.

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, defendeu a necessidade de criar um ambiente de responsabilidade com as reformas. Ele ressaltou o espírito colaborativo do Congresso com o governo nessas duas pautas. “Estamos no mesmo barco e queremos que esse barco chamado Brasil navegue em compromisso com a sociedade. É um momento de harmonia e de diálogo”, afirmou.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, destacou o consenso entre as duas Casas sobre o marco fiscal e a reforma tributária. Segundo ele, os dois relatores têm a confiança da sociedade, do empresariado e dos trabalhadores. 

“Isso me dá tranquilidade de que vamos concluir este semestre com a Câmara se manifestando em relação às duas matérias, e o Senado em realação ao marco fiscal. Isso vai dar uma tranquilidade muito grande para os investidores e para os ministros do governo”, disse Haddad.

*Da Agência Câmara de Notícias

Após a aprovação do regime de urgência para um projeto de decreto legislativo de acordo internacional (PDL 83/23), o 1º vice-presidente da Câmara dos Deputados, deputado Marcos Pereira (Republicanos-SP), encerrou a Ordem do Dia por falta de consenso entre os partidos quanto aos temas pautados.

“Minha intenção era apreciar o PL 507/23, mas têm chegado a mim reclamações de que esse projeto é muito recente e que já havia vários outros sobre o mesmo assunto e que deveriam encabeçar o tema, portanto declaro encerrada a Ordem do Dia”, disse.

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Pereira também informou, em resposta a questionamento do deputado Lindbergh Farias (PT-RJ) sobre a pauta, que as reuniões de líderes das quintas-feiras retornarão a fim de definir a pauta da semana seguinte. 

*Da Agência Câmara de Notícias

Senadores e deputados iniciam o ano legislativo a partir do dia 1º de fevereiro já com a missão de deliberar sobre 27 medidas provisórias (MPs). Todas ainda precisarão passar pelo Plenário da Câmara dos Deputados para depois seguir ao Senado. A maior parte delas está em análise em comissões mistas.

Entre as MPs, estão iniciativas como a que mantém o benefício de R$ 600 do Auxílio Brasil (MP 1.155/2023), a que prorroga a desoneração de tributos federais sobre combustíveis (MP 1.157/2023) e a que extingue a Fundação Nacional de Saúde — Funasa (MP 1.156/2023). As três MPs foram editadas já no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. No entanto, há ainda medidas provisórias assinadas pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, como a MP 1.134/2022, que libera R$ 2,5 bilhões para custear a locomoção de idosos em transporte público e perde a validade logo no dia 2 de fevereiro.

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Salário mínimo

Outra matéria que será analisada pelos congressistas é a MP 1.143/2022, que fixa o valor do salário mínimo em R$ 1.302. O texto foi encaminhado pelo governo Bolsonaro, porém os parlamentares aprovaram, em dezembro de 2022, o Orçamento Geral da União de 2023 com a previsão do salário mínimo de R$ 1.320. A decisão acompanhava a orientação do novo governo naquele momento da votação. Mas já no início de janeiro, o governo do presidente Lula voltou atrás no entendimento de aumento de 3% do mínimo e informou que manterá, por enquanto, o valor que já está estabelecido na MP 1.143. A matéria recebeu seis emendas.

Pronampe 

Também na lista de medidas editadas pelo governo Bolsonaro, está a MP 1.139/2022, que amplia de quatro para até seis anos o prazo de quitação dos empréstimos no âmbito do Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe). A nova regra vale para contratos futuros, mas autoriza a prorrogação das operações em vigor.

No caso das novas linhas de crédito, os juros serão determinados segundo condições do Ministério da Fazenda. Até a edição da MP, no dia 27 de outubro de 2022, as linhas de crédito seguiam a taxa Selic (hoje em 13,75% ao ano) mais 1,25% sobre o valor contratado, para financiamentos feitos em 2020; ou a Selic mais 6% para financiamentos concedidos a partir de 2021. O texto já teve tramitação prorrogada por mais 60 dias e precisa ser votado até o dia 5 de abril para que as regras continuem valendo.

Setor aéreo

Outra medida provisória do governo Bolsonaro altera a lei que institui o Perse — Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos (MP 1.147/2022). O texto zera as alíquotas do PIS e da Cofins sobre as receitas decorrentes da atividade de transporte aéreo regular de passageiros auferidas no período de 1º de janeiro de 2023 a 31 de dezembro de 2026. Quando foi editada, a equipe econômica alegou que a medida promove o fomento do setor e não resultaria na renúncia de receitas tributárias e nem impactaria a receita do exercício de 2023.

Isenção para combustíveis 

Uma das MPs assinadas pelo governo Lula e que vai demandar atenção dos parlamentares com certa urgência é a que prorroga a desoneração de tributos federais sobre combustíveis. Pela MP 1.157/2023, as alíquotas de PIS/Pasep e Cofins incidentes sobre óleo diesel, biodiesel e gás liquefeito de petróleo ficam reduzidas a zero até 31 de dezembro deste ano. Já a cobrança dos dois tributos sobre gasolina e álcool fica suspensa até 28 de fevereiro. A isenção também vale para combustíveis importados.

Auxílio Brasil

A medida provisória que mantém o benefício de R$ 600 do Auxílio Brasil também traz um acréscimo para o Programa Auxílio Gás, no valor de metade do botijão. A MP 1.155/2023 institui adicional de R$ 200 no valor mensal pago às famílias que recebem o Auxílio Brasil, o que leva o total do benefício a R$ 600.

Os recursos foram garantidos por emenda constitucional promulgada pelo Congresso Nacional no fim do ano passado (Emenda Constitucional 126). Um segundo adicional do Auxílio Brasil, no valor de R$ 150 para cada criança de até 6 anos de idade, também estava nas negociações da PEC que se tornou a EC 126, mas não entrou na MP. A MP tem prazo de validade máximo até o dia 2 de abril.

Extinção da Funasa

A medida provisória que extingue a Fundação Nacional de Saúde (Funasa) faz parte do conjunto de mudanças na estrutura do governo que foram feitas pelo presidente Lula. As atividades da fundação estão sendo transferidas para outros órgãos de governo.

A Funasa é uma fundação pública vinculada ao Ministério da Saúde e tem o seu trabalho voltado para a promoção e proteção da saúde, implementando ações especialmente na área de saneamento para prevenção e controle de doenças. A sede fica em Brasília e cada estado tem uma superintendência. Com as mudanças previstas na MP 1.156/2023, as atividades relacionadas à vigilância em saúde e ambiente ficarão com o Ministério da Saúde, e as demais atividades da Funasa serão assumidas pelo Ministério das Cidades.

Veja outras medidas provisórias em tramitação no Congresso:

MP 1140/2022: cria programa de prevenção ao assédio sexual nas escolas

MP 1138/2022: reduz tributos sobre remessas ao exterior para cobrir gastos com viagens

MP 1137/2022: zera IR para estrangeiros que investem no Brasil

MP 1153/2022: suspende até 2025 aplicação de multa a motoristas sem exame toxicológico

MP 1152/2022: altera legislação sobre Imposto de Renda e Contribuição Social de empresas

MP 1151/2022: estimula mercado de créditos de carbono na gestão de florestas

MP 1150/2022: dá mais 180 dias para adesão ao Programa de Regularização Ambiental

MP 1149/2022: autoriza Caixa a administrar fundo do DPVAT em 2023

MP 1148/2022: prorroga regras para empresas brasileiras que atuam no exterior

MP 1146/2022: altera tabela de cálculo de vencimento de servidores no exterior

MP 1145/2022: altera valor de taxa de fiscalização de tacógrafos

MP 1144/2022: abre crédito R$ 7,5 bi para o Ministério do Trabalho e Previdência

MP 1142/2022: prorroga contratos de profissionais da saúde no RJ

MP 1141/2022: autoriza contratações sem processo seletivo para atuação no Censo 2022

MP 1136/2022: dispõe sobre o Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT)

MP 1135/2022: trata de repasses para o setor cultural MP 1160/2023: restabelece o voto de qualidade no Carf

MP 1159/2023: tira ICMS da base de cálculo do PIS e da Cofins

MP 1158/2023: retorna o Coaf ao Ministério da Fazenda

MP 1154/2023: atribuições dos 37 ministérios do novo governo

*Da Agência Senado

A Câmara dos Deputados aprovou três acordos internacionais e, em seguida, encerrou a Ordem do Dia do Plenário. As matérias foram aprovadas na forma de projetos de decreto legislativo e serão enviadas ao Senado. 

Confira: 

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- PDL 777/21, que contém acordo de cooperação técnica entre Brasil e Paquistão, assinado em 2018;

- PDL 1100/21, que contém o acordo entre Brasil e Canadá sobre transporte aéreo, assinado em 2018; e

- PDL 743/21, que contém o tratado sobre transferência de pessoas condenadas entre o Brasil e a Lituânia, assinado em 2011. 

*Da Agência Câmara de Notícias

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), liberou aos deputados a possibilidade de votação remota nas segundas e sextas-feiras, em meio à proximidade com o período eleitoral e à ofensiva do governo e do Congresso para aprovar projetos de lei que reduzam os preços dos combustíveis. Os parlamentares também puderam votar de forma virtual nesta quinta-feira (23).

Como mostrou o Estadão/Broadcast, o ritmo intenso de votações imposto por Lira tem causado desconforto aos deputados.

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Há uma avaliação de que o pleito de outubro para o Legislativo será uma espécie de "luta pela sobrevivência". Com o fim das coligações para as eleições proporcionais e o endurecimento da cláusula de barreira, muitos temem ficar de fora do Congresso em 2023.

A votação remota permitiria o aumento de quorum durante as comemorações juninas deste mês, por exemplo, que são consideradas o momento mais importante do ano para deputados do Nordeste estarem com suas bases eleitorais. Tradicionalmente, parlamentares de outras regiões do País "pegam carona" nessa ausência e também deixam Brasília. Este ano, o evento se tornou ainda mais simbólico porque é a primeira vez que é realizado depois da suspensão nos anos anteriores por causa da pandemia de Covid-19.

PECs

Segundo a assessoria do deputado, a medida de Lira teria como objetivo garantir a votação de duas Propostas de Emenda à Constituição (PEC) antes do prazo para definição orçamentária do próximo ano, em meados de julho. As duas PECs citadas - 11 e 15 - foram aprovadas na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) nesta segunda-feira, 20 e estabelecem, respectivamente, piso salarial nacional para profissionais de enfermagem e benefícios para produção de biocombustíveis.

O presidente da Câmara, contudo, não abre mão de também pautar medidas do chamado "pacote de combustíveis". Depois de o Congresso aprovar o teto de 17% para o ICMS sobre combustíveis e energia elétrica, os parlamentares debatem uma PEC para compensar Estados que zerarem o ICMS sobre diesel e gás de cozinha. A matéria pode incluir também um "voucher" a caminhoneiros autônomos e um aumento do número de beneficiários do vale-gás a famílias de baixa renda. Governo e Congresso negociam, ainda, alterar a Lei das Estatais, com foco na Petrobras.

Prazo

Por regimento, as sessões acontecem de segunda a sexta, mas é comum que os deputados não alcancem quórum mínimo no começo e no final da semana útil, o que impede a execução da pauta em plenário.

"A abertura de sessão é relevante por causa da contagem de prazo. O tempo na Câmara não é contado por dias úteis, mas por sessões ordinárias. Diversos instrumentos de atuação de minoria só podem ocorrer dentro do prazo regimental", apontou a cientista política Graziella Testa, professora da FGV.

Com a nova medida, por exemplo, é possível acelerar o tempo entre duas votações necessárias para aprovar uma PEC, contado em cinco sessões. Por outro lado, ela também dificulta a contestação de um despacho inicial da Mesa sobre uma proposição conclusiva dentro do prazo.

Para Testa, além de permitir a presença dos deputados nos redutos eleitorais, a decisão abre espaço para a aprovação de matérias sem um debate mais qualificado.

O Legislativo articula o amadurecimento de uma pauta bem diversificada para ser implantada no início do próximo governo, seja ele qual for. A ideia é deixar a "cama arrumada", com tudo pronto, só para "apertar o play" assim que o rumo das eleições estiver definido. Para tomar as rédeas do cenário político no começo do próximo mandato, o Congresso se inspirou no que ocorreu com a Reforma da Previdência, que foi amplamente discutida na curta administração de Michel Temer e já estava formatada para ser aprovada no primeiro ano do governo de Jair Bolsonaro.

Uma das pautas que estão sendo amadurecidas é a chamada "PEC das agências", que tira poder dos órgãos reguladores. Os parlamentares também tentam amarrar uma reforma tributária e emplacar a formalização do semipresidencialismo no País. Em entrevista ao Broadcast Político, serviço de informação em tempo real sobre política do Broadcast, o deputado Joaquim Passarinho (PL-RJ) disse que a PEC que reduz as classes de impostos a apenas três poderia ser aprovada até mesmo no fim do ano, após as eleições.

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A estratégia dos parlamentares tem sido a de "provocação". Deputados e senadores têm enviado ao Congresso textos com tons mais radicais, cientes de que dificilmente serão aprovados como foram enviados. A intenção é justamente "fazer barulho" no meio para atrair a atenção para as discussões. Foi isso o que aconteceu com a PEC do Centrão e também com a que propunha a desoneração da folha de pagamentos para todos os setores de atividade tendo como contrapartida a volta da CPMF. "É exatamente o mesmo modus operandi", explicou uma fonte que acompanha essa tática.

O propósito claro do Congresso é o de não perder o protagonismo, principalmente em relação ao Executivo, como vem registrando o Broadcast desde o começo do ano. Mesmo que haja alguma mudança de composição das Casas na eleição de outubro, a intenção é deixar o Legislativo permanentemente ativo e na liderança para definir a pauta das grandes discussões do País. Na semana passada, o Broadcast publicou que o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), decidiu fazer uma espécie de "provisionamento" dos recursos justamente para este momento.

Historicamente, é sabido que os temas mais difíceis devem ser levados à votação no primeiro ano de um governo, quando há a chamada lua de mel entre eleitores, os eleitos e entre os Três Poderes. Para alguns parlamentares consultados, é possível até que já haja espaço para avanços mesmo antes da virada do ano, quando o resultado das urnas já for conhecido. É quando há a avaliação de que o "capital político está alto".

"Hoje essas coisas todas não estão prontas para serem apreciadas", comentou um parlamentar. "Mas é preciso que os temas sejam levantados agora, discutidos, modificados para que a bola possa ser cortada logo que haja clima para isso", completou. Outro deputado também disse acreditar que a estratégia possa dar frutos, como ocorreu com a reforma da Previdência. "Alguns projetos podem fazer parecer que o Congresso está querendo muito agora, mas depois baixamos os ânimos e votamos seriamente", considerou. "Mas isso tem que ser num primeiro ano de governo, com a aquiescência dos deputados, dos governadores", continuou.

A análise da PEC das agências reguladoras é uma das mais avançadas no momento. Há uma percepção no Congresso de que essas agências se tornaram superpoderosas e que há a necessidade de um desmembramento dessas instituições, que hoje regulam, supervisionam e fiscalizam diferentes setores. A medida esbarraria até na atuação do Banco Central, responsável hoje pela área financeira.

No caso da reforma tributária, há um consenso de que algo precisa ser feito. Não apenas porque a população tem cobrado, mas porque é um dos dispositivos fundamentais para que o Brasil possa integrar a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), processo que foi formalizado na semana passada. A dúvida, neste caso, é sobre se será possível entregar uma reforma abrangente, como muitos querem, ou se haverá necessidade de fatiamento das mudanças.

Mais recentemente, a PEC que começou a engatinhar é a que busca diminuir o poder do Supremo Tribunal Federal (STF). Há uma mobilização intensa na Câmara para que o deputado Domingos Sávio (PL-MG) obtenha as 171 assinaturas necessárias para que o texto comece a tramitar. Ainda que haja um clima de descrença de que a PEC possa avançar em sua íntegra, a busca por adesões leva em conta que ajustes deverão ser feitos.

Outro assunto que está no forno é o do semipresidencialismo. Em março, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), criou um grupo de trabalho, liderado pelo deputado Samuel Moreira (PSDB-SP), para estudar a mudança no sistema de governo do País, mesmo a contragosto da esquerda. Até mesmo um conselho de juristas, com o ex-presidente Michel Temer e o ex-ministro do STF Nelson Jobim, foi criado. A ideia, nesse caso, é deixar uma proposta pronta este ano para ser votada pela próxima Legislatura, ou seja, em 2023. Em princípio, Lira quer que o semipresidencialismo seja implantado a partir de 2030, para evitar acusações de casuísmo. Mesmo assim, a intenção foi criticada publicamente pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que lidera as pesquisas de intenção de voto para o Palácio do Planalto.

Entre os assuntos que estão passando pelo "processo de maturação" neste momento com vistas a se apresentarem para votação no ano que vem está a reforma tributária - que pode ser feita de forma mais abrangente ou conte com mudanças como alterações do ICMS, que acabaram sendo antecipadas agora com a questão da disparada dos preços dos combustíveis, ou mesmo a definição de um IVA, um imposto único de Valor Agregado e que incidiria apenas na ponta final da cadeia de produção.

A intenção de Joaquim Passarinho é incluir a desoneração permanente da folha de pagamento, para todos os setores da economia, na reforma que reduz as classes de impostos a apenas três: renda, consumo e propriedade. Ele avalia que isso pode quebrar as resistências do empresariado à mudança na estrutura tributária do País, já que um dos principais entraves para a reforma são os interesses conflitantes dos diversos setores da economia.

Aprovada no mês passado pelo Senado Federal, a implantação do Tribunal Regional Federal da 6ª Região (TRF-6), com sede em Belo Horizonte e atuação exclusiva para o Estado de Minas Gerais, estimulou bancadas de parlamentares do Amazonas, Bahia e Paraná, que há duas décadas também pleiteiam a criação de cortes federais para atender seus Estados.

Após onze anos de tramitação, em 6 de junho de 2013, o Congresso Nacional aprovou a Emenda Constitucional 73, criando quatro novos tribunais regionais, com sedes em Belo Horizonte, Curitiba, Manaus e Salvador, por meio do desmembramento das cinco cortes de segundo grau existentes no País. A emenda, porém, foi suspensa no mesmo ano por decisão do então presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa.

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Com a negativa do Supremo em julgar a emenda, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) elaborou um anteprojeto de lei ordinária para criar a corte federal em Minas, em 2019. O novo tribunal terá cerca de 200 cargos comissionados, utilizando a estrutura existente de pessoal da Justiça Federal de primeira instância.

O deputado Marcelo Ramos (PL-AM), vice-presidente da Câmara dos Deputados, criticou a iniciativa e lembrou que a implantação de um tribunal de segunda instância em Manaus tinha prioridade sobre a criação da corte em Belo Horizonte. "É um desrespeito com o povo do Amazonas. O nosso TRF foi aprovado antes", afirmou o deputado. "Quando você desloca servidores e recursos para um novo tribunal fica mais difícil implantar outro". Ramos disse ainda que, apesar disso, está "conversando com (membros) do STJ para, pelo menos, criar uma turma (de segundo grau) em Manaus".

"A distância geográfica, o número de processos, em especial de natureza tributária por conta da Zona Franca de Manaus, e a questão ambiental, pelo fato de termos a maior floresta preservada do planeta, justificam a criação do TRF em Manaus", argumentou o parlamentar.

O senador paranaense Flávio Arns (Podemos), por sua vez, considera que a implantação do TRF-6 em Belo Horizonte favorece a criação de uma corte federal de segundo grau em Curitiba. "A criação do TRF-6 é um importante precedente que revela a tendência de, cada vez mais, aproximar a Justiça Federal de sua área de jurisdição e, consequentemente, dos cidadãos", afirmou.

Para Arns, há seis anos as bancadas de parlamentares do Paraná no Senado e na Câmara lutam para implantar um tribunal federal em Curitiba, com jurisdição no Paraná, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul. "Essa é uma reivindicação antiga do Estado e da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) do Paraná, que há seis anos luta para que a instalação do TRF com sede em Curitiba seja efetivada", disse o senador.

"Todos os 26 Estados e o Distrito Federal têm tribunais estaduais e eleitorais, e outros 24 têm tribunais regionais do trabalho. Todavia, na Justiça Federal, a situação é muito diferente. A medida irá aproximar o jurisdicionado da Justiça Federal e acelerar o trâmite dos processos, desafogando os tribunais e facilitando o acesso à Justiça, notadamente para os paranaenses", afirmou Arns.

"Hoje, apenas quatro Estados e o DF têm tribunais federais. Isso é muito pouco para concretizar a garantia constitucional de acesso à justiça, insculpida no artigo 5º da Constituição Federal", disse o senador.

O relator do projeto de criação do TRF-6, senador Antonio Anastasia (PSD-MG), embora reconheça que a iniciativa tenha mobilizado os Estados para a criação de novos tribunais federais, afirmou que a criação da corte em Belo Horizonte foi aprovada por unanimidade. Isso, segundo o senador, "demonstrou que parlamentares dos mais variados Estados compreenderam que o TRF-6 era importante não só para Minas Gerais, mas para todo o sistema da Justiça Federal no País".

Segundo o senador, Minas Gerais representa hoje 35% de toda a demanda do TRF-1. "Estaremos melhorando a prestação jurisdicional sem aumentar o orçamento da Justiça Federal, apenas com remanejamento de cargos, utilização da estrutura já existente e com uma aposta grande na tecnologia", afirmou o senador.

Para Anastasia, a criação do TRF-6 representará melhorias para o TRF-1, que atende Estados como o Amazonas e a Bahia. Segundo o senador, esses Estados "terão suas demandas analisadas também de maneira mais célere, já que haverá uma diminuição significativa do número de processos."

O anteprojeto de lei para criação do TRF-6 em Minas Gerais foi apresentado pelo então presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), ministro Otávio de Noronha. Procurada pelo Estadão, a corregedora nacional de Justiça, ministra Maria Thereza de Moura, afirmou que não vai comentar a iniciativa. 

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), sugeriu nesta quinta-feira, 16, que as Casas legislativas realizem um "mutirão" de votações importantes assim que voltarem a trabalhar presencialmente. Segundo ele, a Câmara deve deixar o sistema virtual e retornar ao esquema presencial em outubro.

"Tem muitas matérias importantes que nós votamos, como disse na reunião de líderes, e precisamos nos entender mais abertamente com relação a pautas prioritárias de cada Casa e do Brasil para que a gente possa fazer inclusive mutirão de votações importantes na volta dos trabalhos presenciais", disse Lira em live promovida pela Necton Investimentos.

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No evento virtual, o presidente da Casa foi questionado sobre como avaliava o tempo de votação no Senado de propostas que são encaminhadas pela Câmara à Casa vizinha. Ao falar sobre o assunto, o deputado afirmou que, em sua visão, a Câmara se adaptou melhor ao sistema virtual imposto pela pandemia da covid-19.

"Nós temos que respeitar quais são as divergências, possibilidades de atuação com relação ao modus operandi", disse Lira, para quem o sistema virtual atrapalha por não proporcionar o contato físico entre os parlamentares. "A virtualidade numa casa Legislativa atrapalha demais, a falta de contato físico, acordo que é feito de última hora", disse.

Entre as matérias que foram aprovadas pela Câmara e hoje aguardam uma posição do Senado, Lira citou o PL dos Correios, do Licenciamento Ambiental, da regularização fundiária e a reforma do Imposto de Renda. "Do Senado, está na Câmara o Refis", lembrou Lira.

"Agora em outubro, com a temperança baixa, momento de trégua, que é importante que seja imperativo para todos os poderes a autocontenção. É o que temos pregado, paciência, conversa, para que não prejudiquemos aqueles que dependem de uma atuação independente e harmônica", afirmou o deputado.

Os deputados Arthur Lira (Progressistas-AL) e Baleia Rossi (MDB-SP) estão hoje em campos opostos na disputa pela presidência da Câmara, mas o histórico de votações mostra que eles costumam ficar do mesmo lado no plenário. Em dez das principais votações dos últimos dois anos, ambos votaram a favor de projetos do governo Jair Bolsonaro em oito oportunidades, como a reforma da Previdência e a medida provisória da liberdade econômica, segundo levantamento feito pelo Estadão.

Embora seja o candidato avalizado pelo atual presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e tenha chancela da oposição, Baleia tem índice de apoio ao governo federal maior que Lira. Segundo estudo da consultoria de análise política Arko Advice, o parlamentar paulista votou com o governo em 90,24% das proposições de 2019 e em 77,82% das pautas do ano passado. Lira acompanhou o governo em 86,29% das votações em plenário ocorridas há dois anos e em 70,59% das pautas do governo em 2020.

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"Se você olhar as matérias mais relevantes, os dois votaram de modo muito parecido", disse Cristiano Noronha, vice-presidente da Arko Advice. "Não vejo grande diferença entre os dois na pauta econômica e regulatória". Assim como a maioria dos deputados, Baleia e Lira votaram a favor da Reforma da Previdência, que mudou regras da aposentadoria e cuja aprovação, em parte, é creditada ao esforço de Maia; da ajuda de R$ 60 bilhões para Estados e municípios; e do novo marco do saneamento básico, que facilita a participação de empresas privadas na exploração do serviço de água e esgoto.

"Nós dois somos base. Ser oposição na hora de fazer manifesto é uma coisa, na prática, é outra", disse Lira ao Estadão. "Perdemos muito nos últimos dois anos com falta de previsibilidade e a falta de cumprimento dos acordos." Procurado pela reportagem, Baleia não se manifestou até a conclusão desta edição.

Economia

Uma das responsabilidades do próximo presidente da Câmara dos Deputados será dar continuidade à agenda de reformas e à pauta econômica, pressionada pela pandemia. Existe a expectativa entre parlamentares de que as reformas tributária e administrativa sejam discutidas até 2022.

Para Adriano Laureno, economista sênior da Prospectiva Consultoria, os dois candidatos são menos fiéis à agenda liberal do que Maia e mais propensos à concessão de benefícios setoriais, como isenções de impostos que atingem apenas uma área da economia. "A grande diferença entre eles é na reforma tributária", afirmou.

Baleia é o autor da proposta de emenda à Constituição (PEC) 45, que prevê a extinção de cinco tributos que incidem sobre o consumo: IPI, PIS, Cofins, ICMS e ISS. Eles seriam substituídos pelo Imposto sobre Operações com Bens e Serviços (IBS). O relator da proposta é o deputado Aguinaldo Ribeiro (Progressistas-PB), do mesmo partido de Lira.

Preocupado com o discurso das reformas, o deputado alagoano já se encontrou com o ministro da Economia, Paulo Guedes, algumas vezes. Rompido com Maia, Guedes vê Lira mais "alinhado" à agenda econômica, dizem interlocutores.

Costumes

Segundo analistas, o apoio do Planalto a Lira indica que o candidato pode ter mais chances de colocar em votação a chamada pauta de costumes. Cabe ao presidente da Câmara escolher o que será votado. Nos últimos anos, Maia evitou pautar propostas como Escola Sem Partido, criminalização da "ideologia de gênero" e a flexibilização da educação domiciliar.

Os parlamentares tiveram a oportunidade de votar projetos ligados à área de segurança e armamentos. Tanto Lira quanto Baleia foram a favor do pacote anticrime, apresentado inicialmente pelo ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro. Ambos concordaram com a criação do juiz de garantias, um magistrado que não acompanharia a fase de produção de provas e só faria a instrução e julgamento.

Os dois candidatos foram a favor, também, da regulamentação de posse e porte de armas para colecionadores, atiradores e caçadores - Lira chegou a apresentar uma emenda. A oposição, que hoje apoia Baleia, foi contra a proposta. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), cobrou, nesta segunda (7), a retomada articulação do governo e Legislativo para "sentar à mesa e aprovar o que é importante" no Congresso. Segundo ele, com o fim das eleições municipais e com a possibilidade de sua candidatura à reeleição barrada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), acabaram as "desculpas" para não votar matérias.

"Acabaram as desculpas, a eleição já passou. Eu não sou candidato a presidente da Câmara, eles não precisam mais me derrotar", disse. Em entrevista à GloboNews, Maia ressaltou que não tem nenhum problema com o ministro da Economia, Paulo Guedes. E destacou que atua junto do chefe da equipe econômica para a aprovação da PEC Emergencial, medida que prevê gatilhos de contenção de despesa para manter a sustentabilidade do teto de gastos.

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Maia criticou, contudo, a escolha do governo de enviar o texto primeiro ao Senado e a demora para a apreciação da proposta, que deveria ter sido enviada em 5 de dezembro de 2029, segundo ele.

"O ministro Paulo Guedes pediu que a Câmara deixasse o Senado priorizar essa matéria. Nós democraticamente, apesar de divergir dessa intenção de começar projetos pelo Senado, porque a Câmara é a Casa onde começam projetos do governo, entendemos que o acordo era melhor do que um conflito. Até agora não votou", disse.

Maia citou ainda que o projeto sobre a navegação por cabotagem, conhecido como BR do Mar, tem travado a pauta da Câmara, alvo de obstrução tanto da base governo quanto de partidos da oposição. Ele também indicou ser favorável ao Congresso trabalhar em janeiro, caso seja necessário.

"Vamos aproveitar as próximas três semanas. E, se necessário for, eu estou dentro, vamos trabalhar em janeiro para que a gente possa de uma vez por todas garantir o equilíbrio fiscal nos próximos 24 meses com a PEC Emergencial", afirmou.

O deputado opinou que a PEC Emergencial pode ainda possibilitar espaço orçamentário para atender famílias mais carentes não contempladas pelo Bolsa Família. Ele também defendeu a ampliação desse programa social utilizando os registros já disponíveis do Cadastro Único.

"A PEC emergencial é a mais importante de todas porque além de garantir o equilíbrio fiscal e o respeito ao teto de gastos, nós podemos, tendo a coragem de enfrentar temas polêmicos, entrar com algum espaço fiscal para atender aquelas (pessoas) fora do Bolsa Família", disse.

Em uma tentativa de otimizar a agenda do Congresso Nacional com pautas que vão além das medidas emergenciais de combate ao coronavírus, a Liderança Pública (CLP) - organização suprapartidária de mobilização social e formação de líderes públicos - arregimentou o apoio de dezenas de instituições para um movimento que pretende pressionar os parlamentares a analisar até o fim do ano 28 projetos de Lei que estão em diferentes estágios de tramitação. O documento com os projetos escolhidos será apresentado hoje e classifica como "vital" a união em torno de propostas para recuperar a capacidade produtiva da economia.

São três os pilares propostos a partir de um escopo de retomada de crescimento: reformas estruturais (administrativa e tributária), combate às desigualdades (renda básica e educação) e crescimento sustentável (saneamento básico, meio ambiente e segurança). O Novo Marco do Saneamento, aprovado pelo Senado Federal, ainda precisa ser regulamentado pelo Congresso.

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Entre os nomes que assinam o texto da CLP, estão os economistas Ricardo Paes de Barros e Ana Carla Abrão, a ex-presidente do BNDES Maria Silva Bastos, o empresário Pedro Passos, o executivo Fábio Barbosa, o professor da FGV Direito-SP Carlos Ari Sundfeld, além do coordenador e fundador da entidade, o cientista político Luiz Felipe D'Avila. A seleção dos projetos foi feita após a CLP consultar parlamentares e integrantes do governo federal.

A proposta tem o apoio de organizações como a Endeavor Brasil, Todos Pela Educação, o Instituto Trata Brasil, além do Livres, movimento de renovação política. Outros apoios estão sendo negociados com a Confederação Nacional da Indústria (CNI), a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (Fecomercio) e o Instituto Millenium. "É uma ação em bloco para pressionar o Congresso a votar essa agenda ainda 2020", afirmou D'Avila.

Para Carlos Ari Sundfeld, o grande desafio do movimento é convencer parte dos deputados que apoiam o governo, sobretudo nas alas mais radicais. "Eles estão presos em propostas do contra e não conseguiram construir uma agenda de desenvolvimento. São simpáticos a agendas destrutivas porque elas são populares. É preciso seduzir essas alas radicais envolvidas na agenda de desconstrução", disse o jurista, que preside a Sociedade Brasileira de Direito Público.

Sundfeld também ressalta a defesa da revisão da Lei de Improbidade, de 1992. Já tramita na Câmara um projeto relatado pelo deputado Carlos Zarattini (PT-SP) com alterações. "A lei pune de maneira grave os agentes públicos. O problema é que na definição do que é uma infração que pode gerar punição, a lei é completamente indefinida. Quando alguém não concorda com uma decisão difícil que a administração vai tomar, acionam os órgãos de controle", disse ele, destacando que qualquer um pode acionar o Ministério Público se não gostar da decisão de uma agência reguladora - que pode ser alvo de uma ação de improbidade contra seus dirigentes. "É óbvio que o agente público não quer correr esse risco. Por isso, aconteceu o apagão das canetas. A decisão não sai enquanto não se consegue um acordo envolvendo todo mundo. Demora anos e as decisões saem muito piores do que deveriam para diminuir os riscos do agente públicos."

Para Ana Carla Abrão, doutora em economia pela USP e colunista do Estadão, o Congresso foi muito ativo e tem tido protagonismo no combate a pandemia, mas precisa ir além. "Esperamos que o Congresso continue com esse protagonismo na fase da retomada. É preciso uma agenda clara para colocar o País nos trilhos", afirmou.

A economista ressalta que o governo até agora não apresentou uma reforma administrativa e ainda precisa definir uma proposta de reforma tributária para combater a regressividade do sistema atual. Segundo ela, também é preciso passar um "pente fino" na rede de proteção social e o unificar os programas sociais.

Os autores do documento reconhecem que haverá resistências no Congresso. "Tem pontos de divisão, como privatização. Sem dúvida há resistência de partidos de oposição com uma vinculação maior com visão de esquerda ou o movimento sindical, mas também partidos de centro que no jogo político sempre foram simpáticos às empresas estatais", disse Sundfeld.

Um time de 10 integrantes da CLP, entre ativistas e ex-assessores parlamentares com trânsito no Congresso, irá fazer a interlocução com os líderes de bancada e comissões. Para reforçar a pressão, a organização pretende também fazer parcerias com movimentos como o MBL (Movimento Brasil Livre) e a Raps (Rede de Ação Política pela Sustentabilidade). Em outra frente, a CLP planeja criar um portal de monitoramento das medidas.

"São projetos que estão tramitando, por isso têm apoio do parlamento e do governo. Não são suposições da sociedade civil. Sentamos e conversamos com os relatores dessas matérias. É uma agenda muito plural que vai da centro esquerda à centro-direita", disse D'Avila.

Sundfeld cita um exemplo de aliança entre campos opostos: o Projeto de Lei 488 de 2019, da governança da ordenação pública econômica. O PL é de iniciativa de um deputado do PSDB - Eduardo Cury (SP) - e outro do PSB - Alessandro Molon (RJ) - e trata da melhoria permanente da regulação no Brasil e prevê a criação de avaliação das medidas de regulação.

Líderes partidários ouvidos pela reportagem vêm com bons olhos a iniciativa, mas acreditam que apenas parte dos projetos tem chance de aprovação ainda em 2020. Os primeiros da fila são a regulamentação do marco do saneamento, PEC do Fundeb, programas de acesso ao crédito e reforma tributária.

"Como conceito para o debate tudo bem, mas implementar essa agenda o desafio é 2021. As sugestões são bem-vindas, mas é preciso pé no chão. Essa iniciativa ajuda a sinalizar a rota de saída da pandemia e a pensar na retomada", afirmou o deputado Efraim Filho (PB), líder do DEM na Câmara.

Reformas

O documento tem um dos principais focos na reforma administrativa para "valorizar os bons servidores públicos e acabar com os incentivos deturpados" que transformaram a burocracia "num feudo do corporativismo". No capítulo sobre mudanças tributárias, o texto ressalta que o Brasil conta com mais de 90 impostos, taxas e tributos diferentes e discute potenciais reformas deste tipo há mais de 30 anos. Ainda lembra que o País ocupa o 184.° lugar entre as 190 piores nações do mundo para pagar tributos, de acordo com o Doing Business 2020 (estudo do Banco Mundial). "Diferente de outros 168 países que adotam apenas um tributo para o consumo, o Brasil adota cinco - PIS, Cofins, IPI, ICMS e ISS. Eles são regulados pela União, pelos 27 Estados e 5.570 municípios."

Os projetos selecionados também visam a criação de um programa de renda básica que ajude a consolidar os programas existentes (Bolsa Família, BPC, Abono Salarial e Seguro Defeso) num único programa nacional. Nela, o modelo proposto custaria R$ 385 bilhões por ano (5, 7% do PIB), reduzindo a pobreza de 24,5% para 10,5% da população e virtualmente eliminando a pobreza extrema, atualmente na casa dos 6%, diz o documento.

"Estima-se também que, com o aumento da renda dos mais pobres, a receita dos impostos tributários cresceria na casa de R$ 80 bilhões, além do que a extinção dos demais programas geraria uma economia de R$ 105 bilhões."

Há também uma série de projetos de lei (PL) próximos de serem votados no Congresso que abrem caminho para concessões, entre eles, o PL 232/16, que estabelece o novo marco regulatório do setor elétrico, que prevê a portabilidade da conta de luz e as concessões de geração de energia elétrica; o PL 261 /2018, que permite à iniciativa privada a construção e operação das suas ferrovias por autorização federal precedida de chamada pública; e o PL 6407 /2013, que prevê a abertura do mercado do gás, fonte vital de energia "barata" do pré-sal.

O documento também defende a revogação o direito de preferência para a Petrobrás nas licitações no regime de partilha de produção, incentivando o aumento de investimentos privada, e a abertura do mercado do gás, e a extinção do Fundo de Amparo ao Trabalhador (sem acabar com os programas que financia) e reforma do FGTS.

Entre as matérias aprovadas pelo Senado nesta semana estão a que destina leitos de UTI particulares para pacientes do SUS com covid-19; a que autoriza universidades públicas a fabricarem respiradores, máscaras cirúrgicas e álcool gel; e a que cria crédito especial para profissionais liberais durante a pandemia. Esses três textos ainda serão analisados na Câmara dos Deputados. O Senado também aprovou outras propostas nesta semana; veja mais informações no vídeo.

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* Da Agência Senado

 

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), não poupou críticas ao governo do presidente Jair Bolsonaro, destacando que "se humor com o governo continuar como está", haverá dificuldades em votar temas polêmicos. Em teleconferência promovida pelo Bradesco BBI, ele cobrou do governo soluções para setores, como o de shoppings e o aéreo. "O governo deveria ter pensado nas restrições e nas soluções."

Maia voltou a alfinetar o ministro da Economia, Paulo Guedes, dizendo que ele, nesta terça-feira, cobrou o encaminhamento de uma PEC que ele nem sabia qual era. E falou que toda vez que cita o nome de um ministro com boa relação com o Parlamento, ele sai prejudicado no governo. "Ministros me pediram para não serem elogiados por mim em público", ironizou.

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Apesar de dizer que não iria elogiar ministros, Maia abriu uma exceção ao trabalho que vem sendo realizado pelo titular da pasta da Saúde, Henrique Mandetta. Em sua defesa, Maia disse que é preciso dar a ele a tranquilidade necessária para que execute o seu trabalho - incluindo a avaliação da redução do isolamento social.

A despeito das críticas e cobrança de medidas por parte do governo federal, o presidente da Câmara disse que a atual crise pode ser a oportunidade para o governo reconstruir a relação com o Parlamento. "O governo pode sair dessa de encaminhar ataques ao Parlamento nas redes sociais e pode ser a oportunidade para retomar relações com parte da sociedade também."

Pressões do empresariado

Na avaliação do presidente da Câmara, há muita pressão do empresariado justamente porque falta essa previsibilidade por parte do governo federal. E não poupou também parte dos empresários que, no seu entender, começam a propor coisas que vão piorar ainda mais a situação do Brasil.

Segundo ele, o governo não tem apoio no Parlamento, mas as medidas de enfrentamento da atual crise têm o suporte de todos os partidos. Nessa linha, cobrou do Executivo o encaminhamento da suspensão de contratos de trabalho, entre hoje e amanhã. E garantiu que se o governo não encaminhar a proposta, o parlamento fará a sua própria. "Temos de resolver os temas mais importantes até sexta-feira. Com o macro resolvido essa semana, poderemos atacar questões mais pontuais." E disse que com o período de isolamento, pode ser necessário que o Parlamento siga trabalhando sem o recesso de julho.

Maia afirmou também que vai chegar o momento em que todos devem dar sua contribuição, mas não agora, na fase aguda da crise, incluindo o setor privado. "Mas é hora de focar no Estado, aqueles que têm renda já estão fazendo separação em suas famílias, na base da sociedade, em comunidades. Isolamento não é tão simples, precisamos dar condições para todos seguirem orientações da OMS."

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