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A chuva deste sábado (27) poderia ser recebida de bom grado em Fortaleza, dada a estiagem que há anos castiga o Ceará. Mas as águas assumiram outro significado. “Fortaleza chora de tristeza hoje". A frase, replicada nas redes sociais, sintetiza o sentimento dos que  veem pessoas serem assassinadas constantemente na capital cearense. O rito, de tão comum, ganha ares de rotina. Apenas neste mês, 200 homicídios já foram registrados no estado, segundo a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social.

Na madrugada de hoje, 14 pessoas foram mortas na maior chacina já registrada no estado. Uma pessoa segue internada em estado grave no Instituto Doutor José Frota. O número poderia ser maior, já que uma bomba, que não chegou a explodir, foi encontrada e retirada há pouco da casa de shows, invadida por um grupo durante a madrugada, informou à Agência Brasil o presidente do Sindicato dos Policiais Civis do Ceará (Sinpol-CE), Francisco Lucas de Oliveira. Ele acompanhou a operação no local, onde também ouviu relatos de que o tiroteio contra as pessoas que estavam na festa durou pelo menos 25 minutos.

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Pelas redes sociais, o governador Camilo Santana referiu-se à chacina como “ato selvagem e inaceitável”. No texto, ele afirma que convocou imediatamente o secretário de Segurança, André Costa, e a cúpula da Secretaria de Segurança, e determinou "rigor absoluto nas investigações e busca incessante dos criminosos, para que todos os envolvidos sejam identificados e presos o mais rápido possível. Não aceitaremos de forma alguma que esse tipo barbárie fique impune. Confio na nossa polícia e tenho absoluta convicção de que uma resposta será dada muito em breve”.

Até agora, uma pessoa envolvida na chacina do bairro Cajazeiras foi presa, segundo a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social. Outras pessoas já foram identificadas. A polícia trabalha para deter suspeitos, auxiliada por outros órgãos públicos.

Facções

Madre Tereza de Calcutá é o nome da rua onde está localizado o forró que sofreu o ataque. Lá, a ideia de tranquilidade, associada ao nome da religiosa, não passa de lembrança.“Eu tenho 16 anos de polícia e não me recordo de ter um procedente desse tipo, porque estão ocorrendo várias chacinas, mas nenhuma assim, em um local público, com pessoas que não fazem parte de grupo algum. Morreu um homem que vendia cachorro-quente na porta, um motorista de Uber que esperava passageiro”, lamentou Francisco Lucas de Oliveira, que teme novos atos violentos em retaliação.

Parte do medo está associado à possibilidade de o ataque ter sido promovido por uma facção criminosa chamada Guardiões do Estado. “A comunidade não fala com a polícia. As pessoas sequer saem de suas casas, a rua está vazia. Hoje, Fortaleza está vivendo um clima de bastante tensão”, relata Oliveira. Outra pessoa, que não quis se identificar e esteve no local, disse à reportagem que a comunidade será submetida a toque de recolher não oficial hoje.

O secretário de Segurança, André Costa, evitou atribuir o crime à facção, argumentando que as investigações ainda estão em curso. Em coletiva, disse tratar-se de um “evento isolado” e chegou a comparar a situação com ataques a shows nos Estados Unidos. Nas redes sociais, há fotos e vídeos do grupo Guardiões do Estado reivindicando o crime, além de postagens citando bairros que poderiam vir a sofrer novas investidas.

Saídas

Luiz Fábio Paiva, professor da Universidade Federal do Ceará e pesquisador do Laboratório de Estudos da Violência, disse que a situação já passou de emergência para catástrofe."As pessoas que vivem neste estado podem ser assassinadas a qualquer momento por sujeitos que estão organizados e com disposição para matar”, afirmou. Dados da Secretaria de Segurança mostram que, em 2017, ocorreram 5.134 casos de mortes violentas no estado.

Paiva acredita ser necessário redirecionar os investimentos em segurança pública. De acordo com ele, há anos que muitos recursos têm sido investidos em policiamentos ostensivo. “Esse tipo de policiamento não resolve, não é adequado para tratar esse tipo de situação.” Para ele, o resultado desse tipo de ação tem sido a prisão das pessoas que atuam no mercado de varejo de drogas, os chamados aviões.

"Todos os países que enfrentaram situações que envolvem crime organizado resolveram a questão com trabalho de inteligência e ação rápida da Justiça para apurar e responsabilizar quem de fato controla os grupos, porque você tem que desfazer todo o sistema de financiamento deles”, acrescentou o pesquisador. Em relação à inteligência, ele detalha que o que tem sido observado é o uso de armas de grosso calibre, o que denota fragilidade na proteção das fronteiras.

Para o presidente do Sinpol, Francisco Lucas de Oliveira, a situação da área de segurança exige que políticas sejam repensadas. Ele lista quatro medidas para combater as facções criminosas, como “retomar os presídios, pois é de lá que está vindo toda essa carga de comando; bater forte no poder financeiro dessas facções; desfazer a divisão dos presídios por facções, que é como eles estão organizados hoje, e fortalecer a polícia de investigação, que hoje tem uma estrutura precária”.

A Agência Brasil procurou o secretário de Segurança sobre as políticas atualmente centradas no programa Ceará Pacífico. Até a publicação desta reportagem, contudo, não obteve retorno. Costa está acompanhando as investigações no local da chacina.

Vítimas

A Coordenadoria Especial de Políticas Públicas dos Direitos Humanos (COPDH), vinculada ao gabinete do governo do estado, informou que trabalha para acompanhar as vítimas que sobreviveram e os familiares das falecidas.

“É um processo difícil, porque envolve facções criminosas. Há uma série de delicadezas no acompanhamento dessas pessoas, como saber, por exemplo, se elas permanecem em situação de ameça”, disse o coordenador da COPDH, Demitri Cruz. De acordo com ele, diálogos com outras instituições, como a Defensoria Pública do Ceará, têm sido feitos para viabilizar esse atendimento.

O secretário da Segurança Pública e Defesa Social do Ceará, André Costa, afirmou que a chacina na festa de forró na periferia de Fortaleza foi um evento isolado. "No mundo todo, tem situações em que se matam 50 pessoas, 60 pessoas em boates. É uma situação criminosa que foi organizada, que foi planejada e que veio a ser executada", disse em coletiva de imprensa neste sábado. O massacre deixou 14 pessoas mortas e seis feridos.

Costa negou estar havendo perda de controle do Estado com relação às facções criminosas no Ceará e comparou o episódio a situações como as que ocorrem em outros países, como os Estados Unidos.

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"Não é que haja perda de controle. São ações que acontecem inclusive em outros países, como os Estados Unidos. São situações que pessoas entram em um local, tem tiroteio e se mata dezenas de pessoas. É difícil evitar e a população sabe. Mas também tem situações que a inteligência se antecipa e evita e, como evita, não vira notícia. Mas, infelizmente, veio esse fato hoje, que não se conseguiu evitar", declarou o secretário.

A festa acontecia na casa noturna Forró do Gago, localizada na Rua Madre Tereza de Calcutá, 172, bairro Cajazeiras. Segundo fontes não oficiais, estava sendo promovida por integrantes da facção criminosa Comando Vermelho (CV), umas das que comandam os presídios e que dominam o tráfico de drogas no Ceará.

O secretário informou que foram 14 mortos e seis feridos. Dos 14 mortos, sete foram identificados; sendo três homens, duas mulheres e dois menores.

Com relação aos autores e a motivação da chacina, ele disse que não pode antecipar nada ainda. "A gente está trabalhando. Vamos dar a resposta que a sociedade merece", afirmou.

Na madrugada deste sábado (27) uma festa no bairro Cajazeiras, na periferia de Fortaleza, terminou com ao menos 14 pessoas mortas. Homens armados invadiram o local e dispararam aleatoriamente contra o público do Forró do Gago. Segundo a Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social do Ceará, trata-se da maior chacina já registrada no estado.

Das vítimas, sete já foram identificadas. Os nomes não foram divulgados, mas a secretaria informou que três são homens maiores de idade e quatro são mulheres, duas maiores e duas adolescentes. Pelo menos seis pessoas atingidas no tiroteio seguem internadas no Instituto Doutor José Frota (IJF), maior centro médico de urgência e emergência da capital. O secretário da Segurança Pública e Defesa Social, André Costa, afirmou em coletiva de imprensa que duas estão em estado grave.

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Em entrevista à imprensa, o secretário afirmou que as investigações já foram iniciadas, mas que ainda não é possível precisar o motivo do crime. “O que nós temos de concreto é que, às 0h39min, recebemos uma chamada da Ciops [Coordenadoria Integrada de Operações de Segurança] de um tiroteio em um local no bairro das Cajazeiras, conhecido como Forró do Gago. De imediato, viaturas do Cotam [Comando Tático Motorizado] compareceram ao local, depois outras viaturas foram. Chegando lá, encontraram corpos e foram feitos trabalhos periciais”, afirmou.

Facções criminosas

A chacina reitera o cenário de violência que marca o estado hoje. O Atlas da Violência 2017, estudo realizado pelo Ipea e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, mostra que a taxa de homicídios por 100 mil habitantes no estado do Ceará cresceu 47% entre 2010 e 2015, ano em que foram contabilizados 4.163 homicídios.

Professor da Universidade Federal do Ceará e pesquisador do Laboratório de Estudos da Violência, Luiz Fábio Paiva afirma que parte desse número está ligada às facções criminosas. A hegemonia do crime no estado, segundo o pesquisador, tem sido disputada por dois grupos: uma aliança formada pelo Comando Vermelho e pela Família do Norte e, de outro, um grupo local conhecido como Guardiões do Estado, que receberia o apoio do Primeiro Comando da Capital (PCC). Para ele, o poder público é “completamente ineficaz no enfrentamento dessa situação”.

Na coletiva, o secretário de Segurança negou que o estado teria perdido o controle da segurança pública para as facções criminosas. “Não há perda de controle. É um evento isolado”, disse André Costa, acrescentando que “é uma situação criminosa, que foi organizada, que foi planejada e que veio a ser executada”. Ele comparou a situação com ataques em boates e shows em outros países, como nos Estados Unidos. Para ele, “não há motivo para pânico, para temor”.

Já Paiva aponta que não se trata de um fato isolado, mas de uma “sistemática de homicídios”. “Nós tivemos um momento de ‘pacificação’, de acordo entre esses grupos, mas logo em seguida nós tivemos aí uma deflagração de uma guerra entre vários grupos que atuam no Ceará. E, consequentemente, logo em seguida, nós começamos a observar várias chacinas”, diz o pesquisador.

Em junho de 2017, uma chacina matou seis pessoas no bairro Porto das Dunas, também em uma festa. Em novembro, outra chacina vitimou quatro adolescentes privados de liberdade, que foram retirados por criminosos do Centro Educativo Mártir Francisca. "São várias chacinas sem resolução, sem que os responsáveis sejam presos e devidamente punidos", disse Paiva.

Desde a última terça-feira (9), 20 cachorros foram encontrados mortos em Camocim de São Félix, no Agreste de Pernambuco. Desses, 19 eram animais de rua. A prefeitura da cidade informou que está apurando o caso, com a colaboração da Guarda Municipal e Polícia Militar.

“Ainda dentro do tema e especificamente sobre s cães de rua, a prefeitura irá construir ainda este ano um Abrigo para Cães, designando profissionais para que possam resgatar e cuidar dos animais, oferecendo qualidade de vida tanto para os animais quanto retirando das ruas os referidos, que é também uma questão de saúde pública”, disse a gestão municipal em nota.

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Também de acordo com a prefeitura, serão intensificadas atividades de castração e vacinação. “A Administração lamenta profundamente o episódio e está trabalhando para que situações dessa natureza sejam contornadas e os responsáveis devidamente punidos”, finaliza o texto. 

Populares informaram que os cães morreram após comerem pedaços de carne envenenada. Há informações ainda de que uma pessoa chegou a ser detida, mas foi liberada por falta de provas. 

No bairro de Vila Rica, Jaboatão dos Guararapes, Região Metropolitana do Recife (RMR), por volta das 18h deste domingo (7), quatro pessoas foram assassinadas com tiros na cabeça. As vítimas foram identificadas como José Carlos de Melo, de 21 anos; José Welington Soares da Silva, de 31, Jonatan Francisco da Silva Barbosa, de 32. Todos esses vindo a óbito no local. Paulo André Neves, de 50 anos, foi socorrido por populares para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Engenho Velho, porém morreu ao dar entrada na emergência. 

Segundo a Polícia Civil, as informações iniciais dão conta que quatro elementos chegaram a pé e efetuaram vários disparos de arma de fogo contra os quatro homens. A delegada Maria do Socorro, da equipe da Divisão de Homicídios Sul, é quem está à frente da investigação.

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Quatro pessoas morreram vítimas de uma chacina em Belford Roxo, na Baixada Fluminense, na noite desta quinta-feira, 4. Os atiradores fugiram e até a tarde desta sexta-feira, 5, não haviam sido identificados.

O crime aconteceu no bairro Vale do Ipê 2. Desde o início da noite, cerca de 20 pessoas - a maioria adolescentes - estavam reunidas na calçada jogando videogame. O aparelho havia sido conectado à eletricidade da casa de um dos integrantes da turma.

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Por volta das 22 horas, foi feito um intervalo e a maioria do grupo foi comprar lanches. Como chovia, o grupo restante se abrigou na varanda da casa de um dos amigos, na esquina das Ruas Ilíada e Benedito Diogo.

Foi quando um carro passou e seus ocupantes atiraram na direção do grupo. Ezequiel da Silva Cavalcante, de 14 anos, e Diogo Caeira de Vasconcelos, de 13, morreram no local. André Felipe Ferreira de Almeida, de 21, ficou ferido, foi internado e morreu na manhã desta sexta-feira. Outro menor, de idade não divulgada, foi baleado, mas sobreviveu.

O carro seguiu pelo bairro e seus ocupantes atiraram também contra Iago Gomes de Paula, de 25 anos, que estava na Estrada Ayrton Senna da Silva, via paralela à Rua Ilíada. Ele também morreu na hora.

Registrado inicialmente na 54ª Delegacia de Polícia (Belford Roxo), o caso já passou à alçada da Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense.

Depois de cinco dias de impasse nas investigações, a Justiça Militar anunciou nesta quinta-feira (16) que vai apurar a chacina ocorrida no sábado (11) durante um baile funk no Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo. Apesar de sete homens terem morrido baleados no mesmo momento em que se desenrolava uma ação conjunta de militares e policiais civis, os comandos das forças garantem que nenhum tiro foi disparado por seus agentes.

Até agora, no entanto, só os civis eram investigados. "Temos sete corpos no chão que ninguém reconhece", afirma o sociólogo Ignácio Cano, do Laboratório de Análise da Violência da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ). "Isso é algo novo até para o Rio. E é extremamente grave.

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"A Procuradoria Militar instaurou na terça um Procedimento de Investigação Criminal e já pediu ao Comando Militar do Leste (CML) informações sobre a ação na comunidade. A depender do apurado, novas diligências ou provas técnicas podem ser requeridas ou a instauração de um inquérito policial-militar será solicitada. Se isso ocorrer, será a primeira investigação desse tipo realizada sob a nova legislação, que garante julgamento na Justiça Militar de militares que participem de ações de segurança pública.

A investigação aberta pela Delegacia de Homicídios de Niterói e São Gonçalo ouviu os policiais que participaram da ação - e negaram ter feito disparos. Mas não poderia tomar depoimentos dos militares porque a Polícia Civil não teria atribuição para investigar crimes dolosos contra a vida cometidos por homens das Forças Armadas.

"Até que seja comprovada a ação dos militares, a investigação deveria ser inteiramente da pela Polícia Civil, mas cria-se um novo espaço de impunidade, no qual todos estão se escorando para que nada seja apurado", sustenta Cano. "O uso excessivo da força é uma tradição das incursões a comunidades no Rio, mas uma intervenção que ninguém reconhece é inédito. Só revela os perigos dessa mudança na legislação.

"Oficialmente, a ação foi chefiada pela Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) da Polícia Civil e contou com o apoio de 15 militares do Exército, dois blindados e dois motoristas. Outros 15 policiais civis participaram, juntamente com um terceiro blindado, da Core.

Nem o CML nem a Polícia Civil informam o motivo da incursão. Moradores contam que os tiros foram disparados por encapuzados saídos de blindados. Perícias foram feitas no local do crime, nos corpos e nas armas dos policiais, mas nenhum laudo foi divulgado. No caso dos militares, nem a perícia das armas foi pedida.

"Os procedimentos investigatórios já estão sendo realizados com os militares", disse nesta quinta o porta-voz do CML e do Estado-Maior Conjunto, coronel Roberto Itamar. "O Ministério Público também pode solicitar as armas, que estão à disposição. Mas nenhuma perícia foi feita ainda nas armas porque não houve disparo na ocasião.

"O governo federal autorizou o uso das Forças Armadas para reforçar a segurança do Rio em julho. No total, 8,5 mil agentes foram deslocados para a missão. Desde então, eles têm ajudado as polícias em operações para prender traficantes e apreender armas.

Notas

A Secretaria de Segurança se recusou a dar esclarecimentos, alegando que "seria uma atribuição da Polícia Civil, que coordenou a ação". A Polícia Civil, porém, diz que "não tem o que falar, o processo investigatório é sigiloso e só voltará a se pronunciar ao fim das investigações". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Quatro pessoas morreram a tiros na zona norte de Porto Alegre na noite desta quarta-feira (15). No local, três homens vieram a óbito, e um quarto atingido, que chegou a ser socorrido, não resistiu aos ferimentos.

Por volta das 20h30, homens armados no interior de um veículo passaram na frente de um bar no bairro Rubem Berta, na zona norte da capital gaúcha, e efetuaram disparos que atingiram pelo menos quatro pessoas, segundo a Brigada Miliar de Porto Alegre.

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As vítimas fatais foram quatro homens, sendo um deles um menor de idade que tinha 16 anos. Os demais mortos são Jonatan Leandro Alves de Oliveira, de 33 anos, Osmar da Cruz Vieira, de 40 anos, e Devis da Cruz Vieira, de 23 anos, que chegou a ser socorrido mas acabou morrendo no Hospital Cristo Redentor.

Até o início da manhã desta quinta-feira (16) não havia informações sobre as causas dos disparos. O caso será investigado pela Polícia Civil, na Delegacia de Homicídios.

Quatro adolescentes entre 12 e 17 anos foram mortos a tiros em frente ao Centro de Semiliberdade Mártir Francisco, no bairro Sapiranga, em Fortaleza, na madrugada desta segunda-feira, 13.

A chacina segundo levantamento da polícia, aconteceu por volta das 3 horas, quando um grupo de 15 homens armados invadiu o local. Os criminosos renderam os seguranças e seguiram para o dormitório onde estavam as quatro vítimas. Os adolescentes foram arrastados para fora e sofreram espancamento seguido de tiros na cabeça. Dois dos jovens mortos tiveram as mãos arrancadas a golpes de faca e facão.

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Policiais da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa fazem buscas para prender os assassinos. Os nomes dos adolescentes mortos não foram revelados pela polícia.

Quatro pessoas foram assassinadas na madrugada desta quinta-feira (9) na região do Tremembé, na zona norte da cidade de São Paulo. A Polícia Civil informou que os suspeitos passaram em um carro branco atirando contra as vítimas, que estavam na Rua Gabriel Martins, na Vila Albertina. Três homens e uma mulher foram atingidos e morreram no local. O caso ocorreu por volta das 2h.

A Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) é a responsável pelas investigações. A perícia foi ao local do crime para realizar a apuração. Trata-se da segunda chacina que ocorre na capital paulista em menos de 15 dias. Em 28 de outubro, três pessoas morreram e outras três ficaram feridas em uma chacina no Jardim Santa Mônica, no distrito de Pirituba, também na zona norte de São Paulo.

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Seis jovens entre 16 e 23 anos foram executados na noite de anteontem, na periferia de Extremoz, na Grande Natal. As vítimas faziam uma confraternização quando foram surpreendidas por dez homens vestidos de preto, que chegaram em carros, armados de pistolas e espingardas calibre 12. Ninguém foi preso até ontem à noite e não há pistas sobre os suspeitos.

Segundo a Polícia Civil, todas as vítimas estavam de bruços e tinham marcas de tiros na nuca e na cabeça, o que configura a execução. Familiares não detalharam as possíveis causas do crime e se os rapazes mortos tinham envolvimento com o tráfico de drogas.

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A chacina reuniu vários curiosos e houve alteração da cena do crime. A Polícia Civil trabalha com a hipótese de os crimes terem relação com o tráfico e a guerra entre as facções rivais Primeiro Comando da Capital (PCC) e Sindicato do RN, que atuam na disputa dos pontos de vendas de entorpecentes no Estado.

Com as mortes de anteontem, o Rio Grande do Norte registra 14 chacinas em um ano, incluindo o massacre no Complexo Prisional de Alcaçuz, em janeiro, quando 26 presos foram mortos - muitos decapitados - em 14 dias de confrontos entre facções. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Os três réus do júri da maior chacina da história de São Paulo foram condenados a prisão na tarde desta sexta-feira, 22, no Fórum Criminal de Osasco, na Grande São Paulo. No crime, 17 pessoas foram mortas a tiros, em agosto de 2015. No total, as penas somam mais de 600 anos.

O soldado da Rota Fabrício Eleutério foi condenado a 255 anos, 7 meses e 10 dias de prisão em regime fechado. O soldado da Força Tática do 42.° Batalhão Thiago Heinklain recebeu 247 anos, 7 meses e 10 dias. Já o GCM de Barueri, Sérgio Manhanhã foi condenado a 100 anos e 10 meses. Ele era acusado por participação em 11 assassinatos.

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Antes de ler a sentença a juíza Élia Kinosita Bulma, da Vara Criminal de Osasco, disse que falaria às famílias das vitimas e chorou. "Nós que trabalhamos com o Tribunal do Júri, trabalhamos com a dor", afirmou. "A gente não se acostuma com as vidas perdidas na cidade".

Para chegar a decisão, o Conselho de Sentença respondeu a cerca de 150 questões. Os réus foram condenados por homicídio doloso - os jurados cosideraram que houve motivo torpe (vingança pela morte de um PM e de um GCM dias antes da chacina) e recurso que impossibilitou a defesa das vítimas. Os jurados também consideraram que os réus integraram grupo de extermínio e os condenaram por formação de quadrilha.

Debate

A acusação sabia que seria difícil condenar os réus com base nas provas dos autos. Com poucos elementos, o promotor Marcelo Alexandre de Oliveira expôs aos jurados uma versão que dependia de testemunhos dados à Força Tarefa, criada para investigar a chacina, que não foram confirmados em fases do Tribunal.

Outra dificuldade foi que a acusação não conseguiu individualizar os atos, ou seja não indica o que cada réu teria feito nos ataques da noite de 13 de agosto de 2015. "Prova é tudo aquilo que incorre para convencer os senhores do erro ou acerto de uma das partes", disse aos jurados.

Dos acusados, apenas o soldado da Rota Fabrício Eleutério havia sido reconhecido por uma testemunha, o "Elias", alvo de dois tiros no braço. Para desconstruir o relato da vítima, que apontou Eleutério em todas as fases do processo e chegou a se urinar em uma das audiências, a defesa se valeu de outra testemunha, também protegida.

Em plenário, a testemunha relatou que vítima do ataque era um adolescente entre 14 e 17 anos, franzino branco. As características não condizem com "Elias" que, durante a audiência instrução, disse precisar usar óculos por ter "um problema grave de visão". "Vocês vão condenar um inocente com base no relato de um deficiente visual", afirmou o advogado Nilton Nunes.

Aos jurados, a defesa também mostrou que "Elias" só apareceu no DHPP um dia após uma denúncia anônima contra Eleutério. Na época, havia recompensa de R$ 50 mil por informações que levassem à prisão dos autores.

Contra o soldado da PM Thiago Henklain, pesava o relato da testemunha "Gama", um familiar que teria ouvido de outro parente sobre uma suposta briga entre o policial e sua mulher. No relato, a testemunha dizia que Henklain foi reconhecido por imagens divulgadas pela TV como um dos autores do ataque da Rua Irene, em Barueri.

Os advogados do policial se valeram do testemunho do cunhado de Henklain, que afirmou tê-lo visto em casa na noite da chacina. Os defensores também apresentaram o álibi de que o soldado havia saído da sede da companhia e chegado à residência por volta das 20h20, só saindo para buscar a sogra.

Já o GCM Sérgio Manhanhã, comandante de uma tropa especializa da guarda civil de Barueri, o Gite, era acusado de desviar viaturas para facilitar o trabalho dos matadores em três locais. Como houve oito locais de homicídio, ele respondia a 11 deles.

O indício contra Manhanhã era uma troca de mensagens com outro réu, o PM Victor Cristilder (que será julgado depois) em horários que coincidem com o início e o fim da chacina. Crisitilder teria mandado um "joinha" e Manhanhã respondeu com outro "joinha" e um "braço forte".

Na versão do GCM, o diálogo era a respeito de um empréstimos de um livro de direito administrativo. "Se não convence que não era um livro, não pode convencer que estavam combinando uma chacina", afirmou o advogado Abelardo da Rocha.

O julgamento de dois policiais militares e um GCM, acusados da morte de 17 pessoas na maior chacina da história de São Paulo, de agosto de 2015, entrou na fase de debates, com acirramento de tensão entre as partes. Após depoimentos de pessoas com medo, manifestação de incômodo dos jurados e publicidade de testemunhas protegidas, o advogado do PM da Rota Fabrício Eleutério citou, em voz alta, o nome de cada um dos jurados - o que causou constrangimento no Tribunal do Júri.

Responsável pela acusação, o promotor Marcelo Alexandre de Oliveira disse ter ficado "indignado" com o fato. "Não sei se ele fez de propósito, não sei se está de boa-fé - se está de boa-fé é muito ingênuo -, mas é um tremendo ato de irresponsabilidade", afirmou Oliveira. Segundo o promotor, que participou por oito anos de tribunais em Guarulhos, nunca tinha visto isso acontecer antes.

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Citar o nome dos jurados não é vedado pelo Código do Processo Penal, mas não é um procedimento adotado com frequência para evitar expor as pessoas que vão decidir o julgamento. O júri deve ser encerrado na tarde desta sexta-feira, 22. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Com expectativa de durar ao menos até sexta-feira, começa nesta segunda-feira, 18, o júri da maior chacina da história de São Paulo, no Fórum Criminal de Osasco. No banco dos réus estarão dois PMs acusados de matar 17 pessoas e ferir outras 7 em agosto de 2015, na Grande São Paulo. Um GCM também responderá por 11 dos assassinatos. Os três se declaram inocentes, mas, se o Conselho de Sentença decidir condená-los, as penas podem chegar a 300 anos de prisão.

Na denúncia, o promotor Marcelo Alexandre de Oliveira diz que os PMs Fabrício Emannuel Eleutério e Thiago Barbosa Henklain agiram em conjunto com o GCM Sérgio Manhanhã. "Integraram verdadeira organização paramilitar, milícia particular, grupo e esquadrão com finalidade de praticar crimes."

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O outro preso, o PM Victor Cristilder, só irá a júri depois, pois seu processo foi desmembrado. O réu, que também nega participação, já foi inocentado de uma espécie de "pré-chacina" ocorrida em Carapicuíba.

Foram arroladas 40 testemunhas, entre defesa e acusação. Entre os incluídos para depor estão policiais, familiares de vítimas e sobreviventes.

Para o promotor, há indícios suficientes para condenação. Eleutério foi reconhecido por uma testemunha. Vizinhos teriam flagrado uma discussão entre Henklain e a mulher, após ela reconhecê-lo em imagens do crime transmitidas na TV. Já Manhanhã trocou um "joinha" com um PM na hora da chacina.

Defesa

As defesas alegam que o conjunto probatório é "frágil". Advogada de Eleutério, Flávia Artilheiro diz ter provas de que o cliente estava a 7 quilômetros das cenas dos crimes. Advogado de Henklain, Fernando Capano afirma que ninguém viu a "suposta briga". O defensor do GCM Manhanhã, Abelardo da Rocha, por sua vez, diz que o "joinha" era referência ao empréstimo de um livro. Outro ponto que anima os defensores é que a promotoria não conseguiu individualizar a conduta dos réus, ou seja, não indicou, por exemplo, qual deles atirou em quem ou qual foi a atuação de cada um deles.

Por nota, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) informou que cerca de cem pessoas foram ouvidas pela força-tarefa montada na época. Após investigações, seis PMs foram indiciados, mas a Justiça negou denúncia contra três. Todos respondem a processo demissório. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Movimento Nacional da População de Rua vai promover um evento, hoje (17) e amanhã, na região central da cidade de São Paulo, para relembrar as sete pessoas que foram assassinadas na Praça da Sé em 2004. Intitulado “Virada da População de Rua”, a manifestação contará com várias atividades artísticas e culturais, além de cerimônias em homenagem às vítimas da chacina.

As investigações apontaram que os moradores de rua tinham conhecimento do envolvimento de policiais com traficantes de drogas que atuavam no centro da cidade. O coordenador do movimento, Darcy da Silva Costa, explicou que o evento foi organizado para servir de alerta para o problema da impunidade.

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Confira a programação da Virada:

17/08

19h30 – Caminhada da Praça do Patriarca até o Marco em Respeito à População em Situação de Rua na Praça da Sé

20h – Ato ecumênico em memória às vítimas do massacre da Sé com a participação do padre Júlio Lancellotti

22h – Denúncias de violência e violações de direitos humanos e impunidade

 

18/08

0h – Atrações culturais

5h – Intervenção simbólica e “deitaço” na Praça da Sé

8h – Caminhada Praça da Sé até a Câmara Municipal de São Paulo

10h – Audiência na Escola do Parlamento na Câmara Municipal de São Paulo

13h – Encerramento

Seis pessoas foram executadas na noite de sábado, 3, após um grupo encapuzado invadir uma festa e disparar contra os convidados em uma mansão no Porto das Dunas, em Aquiraz, na região metropolitana de Fortaleza. Entre as vítimas está Davi Saraiva Benigno, de 23 anos, suspeito de liderar uma quadrilha de tráfico de drogas sintéticas. A polícia cearense trabalha com a hipótese de que o crime tenha sido um acerto de contas entre facções criminosas.

De acordo com a polícia, investigações preliminares indicam que a casa onde aconteceu a chacina, localizada na Rua Búzios, havia sido alugada por três dias para a comemoração da libertação de um integrante da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC).

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Por volta das 22 horas de anteontem, cerca de dez homens, divididos em dois veículos, invadiram o local e dispararam contra cerca de 20 pessoas no interior da casa. A suspeita é que os atiradores sejam membros da facção Guardiões do Estado (GDE), rival do PCC.

No jardim

Os seis mortos, todos homens, estavam no jardim da mansão. Além de Benigno, de acordo com a polícia, foram executados também Nilo Barbosa de Souza Neto, Mateus Matos Costa Monteiro, Fernando dos Anjos Rodrigues Júnior, Klisman Menezes Cavalcante e Edmilson Magalhães Neto, conhecido como Bola.

Algumas pessoas conseguiram escapar dos tiros rastejando pelo gramado, pulando o muro e se embrenhando em um matagal. A polícia deteve no local um dos participantes da festa, Wesley Barros Morais, que já tinha um mandado de prisão em aberto por assalto.

Segundo informações da polícia, várias testemunhas já foram ouvidas. Os seis corpos foram encaminhados para a sede da Perícia Forense do Ceará (Pefoce). A investigação está sob a responsabilidade da Divisão de Homicídios da Polícia Civil.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Cinco pessoas foram assassinadas na madrugada desta quinta-feira (1º) em uma chacina em Guarulhos, na Grande São Paulo. De acordo com a Polícia Militar, as vítimas são uma mulher e quatro homens que estavam dentro de um bar.

Os acusados chegaram a pé ao local e efetuaram vários disparos em direção às vítimas. Além dos cinco mortos, três pessoas ficaram feridas. Duas foram levadas para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) São João e uma para o Hospital Geral de Guarulhos. Não há informações sobre o estado de saúde. O caso foi registrado no 7o Distrito Policial de Guarulhos. Ninguém foi preso.

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O secretário de Segurança do Pará, o general aposentado Jeannot Jansen, determinou ontem o afastamento dos 29 policiais – 21 militares e 8 civis – envolvidos no confronto que resultou na morte de dez pessoas na fazenda Santa Lúcia, a 35 km da cidade de Pau D’arco, no sudeste do Estado. Eles não podem mais participar de qualquer missão policial e devem colaborar com as investigações para esclarecer os fatos.

Os policiais afirmam que cumpriam ordem judicial de prisão e de busca e apreensão de armas contra invasores da propriedade quando foram recebidos a tiros.

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Segundo sobreviventes do grupo que ocupava a área, no entanto, os policiais já chegaram atirando. Eles prestaram depoimento sigiloso ao Ministério Público Estadual.

Peritos do Instituto Renato Chaves estiveram na fazenda e foram aos locais que eram ocupados pelo grupo. Segundo peritos, foram encontradas cápsulas deflagradas de projéteis calibre 380, que coincidem com o calibre de algumas armas que a polícia diz ter apreendido após o tiroteio. Eles também analisaram marcas de balas na vegetação do local.

A Ordem dos Advogados do Pará acusou os policiais de terem mexido no local do confronto, retirando os corpos antes da chegada dos peritos, o que prejudica as investigações.

O promotor militar Armando Brasil também criticou a atitude dos policiais. "Não podiam ter feito isso, deveriam ter esperado a perícia fazer seu trabalho, com as vítimas no local, para só depois haver a remoção", disse Brasil ao Estado. "Não posso aceitar que isso tenha acontecido. A cena dos crimes ficou inidônea, porque provas importantes podem ter desaparecido com a retirada dos corpos."

A Polícia Civil informou que tudo está sendo apurado, mas disse que não comentaria as acusações da OAB e de Brasil até que tudo fique esclarecido.

O corpo das dez vítimas foram enterrados ontem nas cidades de Redenção e Pau D’arco.

Integrantes de movimentos sociais, de direitos humanos e sindicatos compareceram e prestaram solidariedade às famílias. A Polícia Federal foi acionada para garantir a integridade física de oito pessoas que teriam sobrevivido durante o tiroteio na propriedade rural.

A ministra de Direitos Humanos, Luislinda Valois, defendeu ontem que a investigação do massacre em Pau D’arco seja controlada pelos órgãos públicos de Marabá, cidade a 426 quilômetros de distância que concentra delegacias especializadas em assassinatos no campo, a Polícia Federal e o Ministério Público Federal.

Em entrevista ao Estado, ela demonstrou preocupação com a perícia do local da chacina. Os peritos de Marabá e Parauapebas só chegaram à área do crime depois que policiais do município tinham retirado os corpos. "Não podemos deixar que a coisa transcorra de qualquer maneira", afirmou a ministra. "A perícia tem de ser feita com muito empenho e dedicação."

Uma equipe do Ministério dos Direitos Humanos foi enviada ao Pará para acompanhar as primeiras informações e levantamentos sobre o massacre. "A situação é vexatória, constrangedora e inadmissível. Em pleno século XXI, essa situação não pode ocorrer", disse Luislinda Valois. "Como ministra, como cidadã e como ser humano não posso aceitar o que ocorreu. Ninguém pode aceitar", disse.

A ministra afirmou que confia no trabalho de juízes e procuradores na elucidação e punição de culpados. Ao comentar sobre a onda de violência no campo, Luislinda Valois disse que é preciso desencadear ações concretas em todos os níveis de governo.

A Polícia Civil em Mato Grosso informou que as nove vítimas da chacina em um assentamento em Taquaruçu do Norte, em Colniza, a 1.062 km da capital Cuiabá, foram torturadas. Corpos foram amarrados e um deles teve uma orelha cortada. O grupo foi assassinado com golpes de facão e tiros de arma calibre 12.

Segundo os investigadores, quatro homens são suspeitos de terem executado os sem-terra. Laudo dos policiais identificou as nove vítimas: Fábio Rodrigues dos Santos; Izaul Brito dos Santos; Ezequias Santos de Oliveira; Samuel Antônio da Cunha; Francisco Chaves da Silva; Valmir Rangeú do Nascimento; Aldo Aparecido Carlini; Sebastião Ferreira de Souza e Edson Alves Antunes.

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Técnicos da Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec) realizaram exames de necropsia anteontem e confirmaram que, das vítimas, sete são de Rondônia, uma de Mato Grosso e outra de Alagoas. O mais novo do grupo tinha 28 anos e, o mais velho, 58. Todos eles já foram enterrados.

Em nota, a Prelazia de São Félix do Araguaia lamentou a chacina e alertou para risco de novos crimes. Segundo o texto, "as famílias de agricultores da Gleba Taquaruçu vêm sofrendo violência desde o ano de 2004".

De acordo com o bispo emérito da prelazia, dom Pedro Casaldáliga, reconhecido internacionalmente por sua luta em defesa dos direitos humanos, o município já foi considerado o mais violento do País. Segundo a prelazia, na região existem outros conflitos de extrema gravidade, como o da Fazenda Magali, desde 2000, e o conflito na Gleba Terra Roxa, desde 2004.

Governo

O secretário estadual de Segurança de Mato Grosso, Roger Elizandro Jarbas, disse que é prioridade elucidar por completo a chacina. "Estamos com todas as forças de segurança na região, inclusive o helicóptero do Centro Integrado de Operações Aéreas (Ciopaer) auxilia nos serviços de buscas e de investigações", disse.

As equipes especializadas das Polícias Militar e Civil trabalham conjuntamente, afirmou Jarbas. Segundo ele, hoje mais policiais serão enviados à região para ajudar nas investigações. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Movimento dos Sem-Terra (MST) considerou uma "tragédia anunciada" o assassinato de ao menos nove sem-terra, quinta-feira (20), no distrito de Taquaruçu do Norte, em Colniza, extremo norte de Mato Grosso. De acordo com a Secretaria de Segurança Pública do Estado, a suspeita é de que os autores dos crimes sejam capangas de fazendeiros da região. Em nota, o MST alega que a chacina não é um fato isolado e lembra que há dois anos Josias Paulino de Castro e Irani da Silva Castro, dirigentes camponeses do município, foram assassinados 48 horas após denunciar ameaças para o ouvidor nacional do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).

Segundo a nota, a Comissão Pastoral da Terra (CPT) apontou a região como uma das mais violentas do Brasil. "Essa onda de violência integra um avanço do modelo capitalista sobre os direitos dos trabalhadores, sobre a apropriação dos recursos naturais, terra, minerais e água. Avanço este potencializado pelo golpe que o Brasil está vivendo, e por projetos de lei como a PEC 215 que dispõem sobre as terras indígenas e quilombolas, a MP 759 que dispõe sobre a reforma agrária, e o PL 4059 sobre a compra de terras por estrangeiros, além de outros projetos e medidas provisórias que não são criados no sentido de resolver os problemas no campo, mas para aumentar a concentração fundiária".

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Ainda segundo a nota, nada está sendo encaminhado no sentido de impedir essas novas tragédias e "a repetição de outras que marcam o mês de abril, como Eldorado dos Carajás, que dia 17 completou 21 anos de impunidade" - em abril de 1996, dezenove sem-terra foram mortos em ação da Polícia Militar nesse município paraense. "Não podemos nos calar diante de tão grande dor; que nossa indignação alcance os responsáveis diretos e indiretos por este massacre, e que este não seja mais um caso de impunidade. Que o Estado não seja novamente conivente com os assassinos. A cada companheiro tombado, nenhum minuto de silêncio, mas toda uma vida de luta", conclui o MST.

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