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Foi preso nesta quinta-feira (5) o suspeito de ser mandante da maior chacina registrada no Ceará, que aconteceu na casa de shows “Forró do Gago”, com 14 pessoas mortas. Identificado como Misael de Paula Moreira, 26 anos foi encontrado com uma pistola 9mm, munições, carregadores, e R$ 1.500 em dinheiro. O suspeito está na lista dos mais procurados do Ceará.

A Equipe da Coordenadoria de Inteligência acompanhava o suspeito e acionaram o Batalhão de Polícia de Choque (BPChoque) e o Comando Tático Motorizado (Cotam) para realizar a prisão. O suposto mandante ainda tentou fugir, mas foi preso.

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Sobre a chacina

No dia 27 de fevereiro, uma quadrilha fortemente armada invadiu uma casa de show, o Forró do Gago, onde estava supostos participantes de uma facção criminosa rival, e atirou contra diversas pessoas, resultado na morte de 14.

Não houve confirmações se as vítimas são membros de facções.

Cinco pessoas, sendo quatro da mesma família, foram encontradas amarradas e mortas em um apart-hotel no bairro de Canasvieiras, área turística de Florianópolis, Santa Catarina, na sexta-feira (6). Segundo os primeiros relatos, a família foi feita refém e morreu asfixiada. As informações são do G1.

A Polícia Militar (PM) disse que seis pessoas foram feitas reféns por três homens armados na tarde da quinta-feira (5) no Venice Beach Residence. Uma funcionária conseguiu fugir e ligar para a polícia, que chegou por volta de 0h30 desta sexta. Os criminosos teriam deixado escritas nas paredes frases em alusão a uma facção criminosa de São Paulo.

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As vítimas da chacina estavam em cômodos separados, com cordas amarradas no pescoço, pés e mãos. Um corpo encontrado pela polícia estava na lavanderia do subsolo, dois no segundo andar e outros no terceiro andar. Gasolina estava espalhada pelo local. Não há registro de disparo de arma de fogo.

Conforme a polícia, o pai e os três filhos eram de São Paulo e moravam em Florianópolis há cerca de 10 anos. O outro corpo era de um funcionário do hotel. As vítimas foram identificadas como Paulo Gaspar Lemos, 78 anos; Leandro Gaspar Lemos, 44; Paulo Gaspar Lemos Junior, 51; Kaya Gaspar Lemos, 50; e Ricardo Lora, 39.

Até o momento, ninguém foi preso pelo crime. O grupo teria chegado por volta das 16h da quinta-feira. A principal linha investigativa aponta para acerto de contas. Paulo Gaspar Lemos tinha passagem por calúnia e difamação e Leandro Gaspar Lemos, por apropriação indébita. Nenhum deles havia respondido por crimes ligado ao tráfico de drogas.

Seis pessoas da mesma família foram mortas a tiros na madrugada desta terça-feira, 3, em Mangaratiba, na Costa Verde, Rio. O crime ocorreu no bairro Parque Bela Vista, na Rodovia RJ-104. Segundo informações da Polícia Militar de Angra dos Reis, cinco corpos, de duas mulheres e três homens, foram encontrados dentro de uma casa. Um sexto corpo, de um homem, foi encontrado no telhado de uma casa vizinha, por onde, aparentemente, tentava fugir. A chacina teria sido motivada por um desentendimento entre grupos rivais de traficantes.

Segundo a polícia, um bebê de sete meses que estava na residência foi poupado. Um adolescente também vivia na casa, mas estava fora no momento do crime. A 165ª DP (Mangaratiba) está responsável pela investigação. Uma perícia foi feita no local das mortes. Os corpos foram levados para o Instituto Médico Legal (IML).

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O ministro Ribeiro Dantas, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), decidiu soltar novamente os policiais acusados de uma chacina que vitimou dez pessoas em Pau D’Arco, no município de Redenção, no Pará, há um ano. Com isso, os agentes poderão responder ao processo em liberdade.

Assessores do STJ esclareceram que, na análise dos documentos, Ribeiro Dantas percebeu que o recurso foi exposto fora do prazo, “além de ter outras deficiências, como não apontar qual dispositivo de lei foi violado”.

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Os policiais foram soltos ano passado quando o Tribunal de Justiça do Pará (TJPA) aceitou um pedido de habeas corpus, julgando não haver “elemento concreto que aponte para a possibilidade de os pacientes frustrarem a aplicação da lei penal ou que representem risco à ordem pública, até porque eles têm residências fixas, exercendo o cargo de policiais integrantes da Polícia Militar do Estado, sendo ainda primários, não ostentando antecedentes criminais”.

O crime aconteceu em uma reintegração de posse em um acampamento na Fazenda Santa Lúcia, no dia 24 de maio de 2017. Na ocasião, 29 policiais participavam do evento.

Sete pessoas foram executadas a tiros no município de Viamão, localizado na região metropolitana de Porto Alegre. A chacina ocorreu entre o final da noite de segunda-feira, 18, e o começo da madrugada desta terça-feira, 19. As vítimas são quatro mulheres e três homens.

De acordo com a Brigada Militar do município, o primeiro assassinato ocorreu dentro de uma residência localizada na Vila Augusta. No local, três pessoas foram mortas: Douglas da Costa Orguin, de 19 anos, Stefânia Carvalho da Silva, 20, e Greice Kelly da Mota Jorge, 28. Das três vítimas, apenas Greice tinha passagem pela polícia por tráfico de drogas.

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Em uma outra rua do mesmo bairro, outras três pessoas foram assassinadas enquanto estavam em casa. A polícia ainda não havia confirmado a identidade das vítimas até a publicação desta matéria.

Em outra rua próxima, Cláudio Roberto Gonçalves, de 38 anos, foi morto a tiros. A Polícia Civil acredita que os crimes estejam relacionados com a disputa do tráfico de drogas na região. Até o momento não há suspeitos do crime.

A cidade gaúcha de Viamão, conforme o Atlas da Violência 2018 divulgado na semana passada, está na 21ª posição entre as 309 localidades mais violentas do Brasil com mais de 100 mil habitantes.

Quatro pessoas foram executadas a tiros dentro de uma residência localizada no bairro Belém Novo, na zona sul de Porto Alegre. A chacina ocorreu por volta das 3h30 da madrugada desse sábado (16), em uma área conhecida como Chapéu do Sol, ponto disputado pelo tráfico de drogas. Das quatro vítimas fatais, duas são menores de idade, ambas com 17 anos - uma delas é uma mulher. Os outros jovens foram identificados como João Pedro Cardoso, de 19 anos e Douglas Nardes Garighan, de 27.

De acordo com a Polícia Civil, apenas Douglas tinha antecedentes criminais, como roubo qualificado, furto, receptação e tráfico de drogas. Durante a perícia no interior da residência, agentes encontraram cartuchos de calibres .12 e .357. A investigação da chacina ficará por conta da Delegacia de Homicídios da zona sul da capital gaúcha.

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Informações preliminares apontam que a casa onde ocorreu a chacina pertencia anteriormente a uma mulher que havia sido expulsa da habitação semanas antes por traficantes locais.

Os corpos das vítimas foram encontrados na porta de entrada da casa e nos dormitórios. Ainda não há informações sobre suspeitos do crime, nem sobre o número de participantes na execução.

Uma chacina deixou quatro jovens mortos na noite de segunda-feira, 16, em São Bernardo do Campo, na região metropolitana de São Paulo. A Polícia Civil montou uma força-tarefa de delegacias para investigar o crime. Parentes das vítimas dizem que os jovens foram atacados por engano, confundidos com suspeitos da região envolvidos com roubo de motos.

O crime aconteceu por volta das 23h na Rua Edson de Queiroz, rua do Sítio dos Vianas, no limite entre São Bernardo e Santo André. Os amigos de infância Diego da Silva, de 22 anos; Rafael André Borges, de 25; Edival de Lima Júnior, de 23; e Cássio de Almeida Santos, de 23, morreram na frente da Mercearia do Félix após terem sido abordados por cinco homens em três motos, que mandaram eles se virarem de costas e atiraram na cabeça deles.

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O grupo estava ali, segundo informações de testemunhas e parentes, comemorando o aniversário de Diego, funcionário da mercearia, onde entregava marmitex no horário do almoço. À noite, das 18 horas às 23h30, trabalhava para uma pizzaria da vizinhança. "Mas naquele dia pediu folga para comemorar o aniversário com os amigos. Tinha passado em casa e disse que voltaria para dormir comigo", disse a viúva da vítima, Ana Rute, de 20 anos, que fica com os dois filhos do casal, de 3 anos e um bebê de 7 meses.

Na Rua da Embuia, por trás da Edson de Queiroz, onde os quatro cresceram juntos, o clima nesta terça-feira, 17, era de consternação e revolta. Para os amigos, é certo que o grupo foi atacado no lugar de outras pessoas. "Acharam que era uns malandros que roubam moto, e moram ali perto. Mas eles não tinham nada com isso", disse um amigo, que preferiu não se identificar.

Para Rute, o que decidiu o destino do seu companheiro foi a jaqueta preta de motoqueiro. "Confundiram ele, com certeza. Morreu inocente", disse. A Secretaria da Segurança Pública disse que o 1º DP, o 6º DP e a Divisão de Investigação sobre Entorpecentes (Dise) participam das investigações. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Quatro pessoas foram baleadas e mortas na noite desta segunda-feira (16) em São Bernardo do Campo, município do ABC paulista. O crime ocorreu por volta das 23h na Rua Edson de Queiroz, no limite com a cidade de Santo André.

De acordo com informações da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP), testemunhas estão sendo ouvidas e uma equipe da Polícia Civil está no local. O caso foi encaminhado para o 1º Distrito Policial de São Bernardo e diligências estão em andamento para identificar e prender os autores do crime.

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RIO DE JANEIRO - Três pessoas foram presas nesta segunda-feira (9) por suspeita de participação na chacina que vitimou cinco jovens, em Maricá, na Região Metropolitana do Rio. 

A operação foi articulada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) e a Delegacia de Homicídios de Niterói, Itaboraí e São Gonçalo, responsável pelo caso. O crime aconteceu no dia 25 de março, no Condomínio Carlos Marighella, um conjunto habitacional popular localizado em Itaipuaçu, distrito de Maricá. 

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Segundo a polícia, os jovens Matheus Baraúna, Patrick da Silva Diniz, Mateus Bitencourt, Sávio de Oliveira e Marcus Jonathan Silva de Souza foram obrigados a deitar no chão e executados com tiros na cabeça e tórax. 

Os detidos são Jefferson Moraes Ramos, Flávio Ferreira Martins e o policial militar João paulo Firmino, que é apontado como o único executor do crime. Todos são investigados também por atuação em grupos de milícia. 

Na descrição feita por uma testemunha, cuja identidade foi preservada pelo Ministério Público, pouco depois de executar os jovens, João Paulo Firmino gritou "Entra todo mundo, pois aqui é a milícia. Vou acabar com a bagunça do condomínio". Logo em seguida, ele teria entrado no carro e fugido. 

A operação também cumpriu mandados de busca e apreensão de armas, veículos, dinheiro em espécie, celulares, computadores e produtos ilícitos.

As investigações apontam que a nova chacina cometida na noite de sexta-feira (9) no bairro Benfica, em Fortaleza, teria sido ordenada por um detento membro de uma facção criminosa.

Segundo informações do Diário do Nordeste, um policial da célula de inteligência da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) confirmou a informação de onde partiu a ordem das mortes. As informações preliminares são de que os ataques não foram motivados por rivalidade entre torcidas organizadas, mas por rivalidade entre facções do crime.

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Nas redes sociais, circula um vídeo da facção Comando Vermelho (CV) reivindicando a autoria da chacina, porém, o secretário da Segurança Pública, André Costa, afirma que a publicação do vídeo é uma tentativa de desviar a atenção das investigações sobre os reais suspeitos.

A Polícia Civil prendeu neste domingo, 11, um suspeito de participação na chacina que deixou 7 mortos na sexta-feira, 9, no bairro Benfica, em Fortaleza (CE). De acordo com a Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social do Estado, o homem foi detido após a localização de um veículo que teria sido flagrado por câmeras próximo da sede da Torcida Uniformizada do Fortaleza (TUF), local de um dos ataques. O carro, um Fiat Punto, estava na garagem de um prédio no bairro Meireles.

Uma equipe da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), com apoio de outras unidades da Polícia Civil, foi ao local e localizou o dono do carro. No apartamento do suspeito, foram apreendidos dois revólveres calibre 38, uma pistola ponto 40, munições e carregadores. O homem tentou fugir, mas foi detido. Conforme a Secretaria, ele já tem passagens por crimes de roubo e receptação.

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Em busca no automóvel, foram encontrados cápsulas deflagradas. O material foi encaminhado para a Perícia Forense do Ceará (Pefoce) para comparação com as cápsulas recolhidas nos locais dos crimes. O carro foi apreendido e também passará por perícia. O homem, que não teve a identidade divulgada, teve a prisão temporária decretada. Ele foi autuado por homicídio, posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso restrito, resistência, receptação e na Lei das Organizações Criminosas.

A Secretaria informou que seguem as diligências para a prisão de outros suspeitos. A sequência de ataques aconteceu em três locais diferentes do bairro Benfica, no centro de Fortaleza, com pouco tempo de diferença entre elas. Além dos sete mortos, quatro pessoas ficaram feridas - duas delas, baleadas, ainda estão internadas.

Começa nesta terça-feira (27) o júri popular do policial militar Victor Cristilder, preso por suspeita de envolvimento na maior chacina da história de São Paulo, que terminou com 17 mortos e outros sete feridos em Osasco e Barueri, na Grande São Paulo. Além dos ataques, em agosto de 2015, o policial também é réu em outro homicídio, em Carapicuíba, em uma espécie de "pré-chacina".

Outros dois PMs e um guarda-civil de Barueri foram condenados a mais de 600 anos de prisão, na soma das penas, em setembro. O julgamento de Cristilder foi desmembrado após recurso da defesa. Agora, o resultado pode afetar a decisão anterior. O PM, por exemplo, é o principal elo entre a chacina e o GCM Sérgio Manhanhã, que foi condenado a 100 anos e 10 meses de prisão. Eles trocaram "joinhas", via WhatsApp, em horários que coincidem com o início e o fim dos crimes, mas alegam que a "conversa", só com sinais, era sobre o empréstimo de um livro de Direito.

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Uma testemunha-chave, que havia "sumido" durante a fase de instrução, também reapareceu após o primeiro julgamento e, desta vez, deve afirmar em plenário que mentiu ao denunciar o PM Thiago Heinklain, condenado a 247 anos, 7 meses e 10 dias de prisão. Por sua vez, o PM Fabrício Eleutério, reconhecido por outra testemunha protegida, recebeu 255 anos, 7 meses e 10 dias. Todos recorreram da sentença e uma possível absolvição de Cristilder pode ajudar com o recurso.

Lógica

"Se a lógica prevalecer, o resultado tem de ser o mesmo, já que a prova que incrimina os quatro é basicamente a mesma", disse o promotor Marcelo Alexandre de Oliveira. Na denúncia, o Ministério Público diz que eles "integraram verdadeira organização paramilitar, milícia particular, (...) com finalidade de praticar crimes". Segundo a acusação, a chacina aconteceu para vingar um PM e um GCM, mortos enquanto faziam "bico".

Contra Cristilder, além das mensagens com Manhanhã, pesa o reconhecimento de uma testemunha que o teria visto usando o mesmo veículo da chacina, um Renault Sandero. O carro nunca foi localizado. Outro indício é o caso da vítima Wilker Osório, morto com 40 tiros, que já havia sido preso pelo PM por tráfico de drogas.

O plenário do Fórum Criminal de Osasco foi reservado por quatro dias. Há previsão de 25 testemunhas, entre sobreviventes, familiares e policiais da força-tarefa. O secretário da Segurança Pública de São Paulo da época, hoje ministro do STF, Alexandre de Moraes, chegou a ser chamado como testemunha, mas, por ofício, teria comunicado que não estará presente.

Pré-chacina

Cristilder é réu, ainda, do assassinato de Michael do Amaral Ribeiro, de 27 anos, morto a tiros uma semana antes da chacina, em Carapicuíba. Ele teve o corpo despejado em um córrego. Uma testemunha reconheceu o PM como um dos autores dos disparos, mas o suspeito chegou a ser absolvido da acusação em 2016, por uma juíza da 1.ª Vara Criminal de Carapicuíba, que alegou supostas contradições da testemunha.

O Tribunal de Justiça, porém, entendeu que havia indício suficiente para Cristilder ser levado a júri e recentemente reformou a decisão. "A palavra da referida testemunha não consiste no único elemento que milita em desfavor do acusado", diz o acórdão. A defesa recorreu.

O advogado João Carlos Campanini diz que Cristilder é inocente das duas acusações. "Não vamos nem discutir fragilidade de provas. Vamos tentar provar a inocência dele com base no processo", afirmou. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Forró do Gago, em Cajazeiras, em Fortaleza, palco da maior chacina da história do Ceará, em que 14 pessoas foram mortas e outras 18 ficaram feridas no sábado, 27, vai virar uma igreja evangélica. O anúncio foi feito nesta quinta-feira, 1º, pelo proprietário da casa, José Clediano Girão Nobre, ao prestar depoimento sobre a matança, ao delegado do 13º Distrito Policial, Hélio Marques.

"Ele nos disse que pretende alugar o espaço na Rua Madre Tereza de Calcutá para uma igreja evangélica, pois não quer mais realizar festas lá, depois da chacina. Ele inclusive disse que o culto inaugural deve acontecer já no próximo fim de semana", informou o delegado.

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No depoimento, Nobre declarou que promovia festas no Forró do Gago todas sextas-feiras, mas não sabia da presença de integrantes de facções nem de comemorações que faziam apologia ao crime. Segundo ele, seu público era variado.

Ao apreender os equipamentos de som do Forró do Gago, a polícia constatou que a casa atingia 150 decibéis durante as festas, quando o permitido para uma área residencial é de, no máximo, 75 decibéis. A perícia observou ainda que o local não tinha saída de emergência ampliada de conformidade com as determinações do Corpo de Bombeiros.

"É um espaço muito reduzido. Só tinha uma saída que parece um portão de uma garagem", disse o delegado.

O Ministério Público Federal (MPF) quer derrubar a decisão do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) que absolveu os policiais militares envolvidos no massacre do Carandiru. O órgão enviou um pedido de recurso ao Supremo Tribunal de Justiça (STJ), em parceria com o Ministério Público de São Paulo. No ofício é questionada a decisão do TJSP de anular a condenação, que se deu por veredito popular, dos 74 envolvidos nas mortes de 111 presos do complexo.

Em 2016, o TJSP anulou a decisão do júri popular por considerar que a sentença divergia das provas apresentadas e que os agentes foram julgados como um conjunto, e não pela conduta individual. O sub-procurador-geral da República Marcelo Muscogliati declarou no documento encaminhado ao STJ que o comportamento dos policiais não pode ser individualizado dadas as circunstâncias do ocorrido.

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Segundo Muscogliati, o argumento de que seria necessária uma perícia balística para determinar como cada um agiu é humanamente impossível por conta do desaparecimento da maioria das provas. O magistrado também argumentou que não existe acusação individual e que todos foram denunciados por participação na operação que resultou nas mortes dos detentos.

O MPF pediu ao STJ que seja realizado novo julgamento ou que a decisão do TJSP seja cassada, obrigando os réus a cumprirem as sentenças que variam entre 96 e 634 anos de prisão.

Os relatos sobre a violência praticada pela facção Guardiões do Estado (GDE), grupo suspeito de organizar a maior chacina já registrada em Fortaleza, já se multiplicavam mesmo antes de homens armados invadirem um forró e matarem 14 pessoas. Na tarde deste domingo (28), o pedreiro Reginaldo Pereira de Oliveira, de 40 anos, contava porque seu filho foi morto pela facção, enquanto tratava da liberação do corpo de um primo, assassinado pouco depois da chacina. Ambos teriam sido mortos pelo GDE.

"Meu filho postou uma foto no Facebook com um cara que era da outra facção. Foi só isso. Aí foram em casa e mataram ele", conta o pai. O filho, Samuel Rodrigues da Costa, de 20 anos, foi executado no dia 15 de dezembro. "Falaram que tinham ido matar ele para roubar. Ele tinha juntado R$ 1 mil, e comprado camisetas. Queria multiplicar o dinheiro. Ele trabalhava em uma transportadora", conta o pai. "Só depois soube dessa foto."

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Pai e filho moravam em Maracanaú, periferia de Fortaleza. O pai conta que, de alguns anos para cá, as pessoas começaram a ouvir falar das facções. Muros começaram a ser pichados com a sigla GDE, e entre os moradores corriam boatos de que eles iriam "dominar tudo".

Samuel, que trabalhava, não tinha ligação com facções. Mas um de seus amigos, sim. Era identificado pelos vizinhos como integrante do Comando Vermelho (CV), a facção fluminense em disputa com o GDE cearense pelo domínio do tráfico na periferia da cidade.

"A coisa fugiu todo do controle. Logo, isso aqui vai virar uma guerra civil", diz Oliveira. "A facção surgiu não tem muito tempo, não. E está crescendo de uma forma terrível. Tem homem feito, de 25, 30 anos, mas tem moleque de 12 anos", conta.

Morte

O primo de Oliveira, Jefferson Silva Costa, foi assassinado no domingo, depois da chacina. Os familiares contam que oito homens entraram na casa e o executaram. Um irmão de Costa, que também estava no imóvel, fugiu por uma janela. O crime ocorreu à 1h30. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

No Ceará foi registrada mais uma chacina em menos de 48 horas. O caso agora aconteceu em uma cadeia pública em Itapajé, interior do estado. Segundo o jornal Diário do Nordeste, pelo menos dez presos foram mortos na manhã desta segunda-feira (29), em uma rebelião. O presidente do Conselho Penitenciário do Estado do Ceará (Copen), Claudio Justa, confirmou a informação.

De acordo com a Delegacia Municipal da 3ª Região, a rebelião dos presos começou por volta das 8:30h da manhã. Presos pertencentes a uma facção criminosa assassinaram os rivais cruelmente. Houve troca de tiros entre os detentos.

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Para conter a confusão, a Polícia Militar de Itapajé solicitou o reforço de policiais de municípios vizinhos. Batalhões especializados também se deslocaram para o local. O presidente do Copen afirma que a situação foi controlada.

Nove presos morreram no local e outro foi encaminhado ao hospital do município, mas não resistiu aos ferimentos. Ações estão sendo tomadas através de transferências de presos, a fim de evitar os conflitos com rivais.

Em menos de 48 horas

No último sábado (27), pelo menos 14 pessoas foram mortas em uma casa de show, conhecida como “Forró do Gago”, em uma comunidade de Fortaleza. Na chacina, morreram clientes, vendedores que trabalhavam no local e um motorista da Uber que passava pela rua. O crime teria sido um ataque já “informado” por uma facção criminosa à comunidade inimiga. A maioria das vítimas era de mulheres.


O governador do Ceará, Camilo Santana (PT), disse que seu Estado não fabrica nem armas pesadas nem drogas e que cobrará ações do presidente Michel Temer para conter a onda de violência local. Santana falou após uma reunião com autoridades dos três poderes estaduais marcada para discutir a chacina que matou 14 pessoas em Fortaleza na madrugada de sábado (27).

"Estou pedindo uma audiência com o presidente da República para exatamente cobrar ações mais efetivas do governo federal em relação ao combate ao crime organizado, ao tráfico de drogas, à proteção das fronteiras do nosso País por conta dessa questão do alto índice de criminalidade do Brasil", afirmou.

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Na coletiva, o governador disse que a polícia cearense teria identificado cinco pessoas relacionadas à chacina, sendo três mandantes, e que as prisões sairiam "nas próximas horas". Ele afirmou ainda que uma pessoa, portando um fuzil e que teria relação com o massacre, já estaria presa.

"Estamos pagando um preço muito caro hoje por falta de uma política nacional. Essas facções nasceram no Rio e em São Paulo e se espalharam pelo Brasil inteiro. Isso é uma briga de território", afirmou.

O governador afirmou ainda que a Polícia Federal - órgão sob o qual não possui controle - criaria um grupo especializado para combater o crime organizado. "Outra ação importante, tomada aqui, é a criação de um grupo especializado da Polícia Federal no combate ao crime organizado no Estado do Ceará. A criação desse grupo já vinha sendo discutida há algum tempo", disse. Nenhum representante da PF falou com os jornalistas.

Santana foi cobrado pelos repórteres a repassar dados sobre novas mortes que teriam ocorrido na região metropolitana de Fortaleza após as mortes da chacina. Funcionários das empresas funerárias que atendem a cidade vêm dizendo que já houve ao menos 10 mortes, e que 7 delas teriam ocorrido em dois ataques.

O governador se recusou a fornecer tais dados e se irritou ao ser cobrado. Ele disse que "o controle (da situação) é e sempre será do Estado", mas ao ser questionado sobre os números objetos, não os passou. "Não tenho a informação". Então, foi questionado sobre o suposto controle que teria. "Se não tivesse controle, você não estaria aqui, meu caro. Se não tivesse controle, você não estaria nem andando nas ruas de Fortaleza", disse, encerrando a coletiva.

O governador do Ceará, Camilo Santana, anunciou neste domingo (28) que a Polícia Militar identificou cinco suspeitos de participar da chacina ocorrida na madrugada de ontem (27) no bairro Cajazeiras, em Fortaleza. O crime aconteceu após homens armados desembarcarem de veículos e atiraram contra as pessoas que estavam no estabelecimento. Com 14 mortes confirmadas, essa foi a maior chacina registrada no estado.

De acordo com o governador, dos cinco suspeitos que foram identificados, três são considerados mandantes e dois atuaram nas execuções, que ocorreram em uma casa de eventos, conhecida por Forró do Gago, na Rua Madre Tereza de Calcutá. Os nomes dos envolvidos não foram divulgados para preservar as investigações.

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"Nas próximas horas, nós vamos dar uma resposta firme em relação a quem cometeu [a chacina]. É inaceitável o fato corrido, e as pessoas serão punidas com o rigor da lei", disse o governador.

De acordo com boletim médico divulgado pelo Instituto Dr. José Frota,  quatro pessoas que sobreviveram ao tiroteio passaram por cirurgias e continuam internadas. Cinco já receberam alta.

O governador do Ceará, Camilo Santana (PT), comanda uma reunião de emergência desde as 11 horas (horário local) deste domingo (28), para planejar uma força-tarefa de combate à violência no Estado após a maior chacina da história do Ceará, que deixou 14 mortos no bairro de Cajazeiras, na periferia de Fortaleza. A chacina estaria ligada à guerra entre facções criminosas. A maioria das vítimas é mulher e, entre elas, há adolescentes. Neste sábado à tarde, um suspeito foi preso com um fuzil.

Participam da reunião na sede da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) representantes do Ministério Público do Ceará (MPCE), da Defensoria Pública, do Tribunal de Justiça do Estado (TJCE), da Assembleia Legislativa e da Câmara dos Vereadores. Também integram a mesa de elaboração do plano de urgência os secretários de Segurança Pública e Defesa Social, André Costa, e o de Planejamento, Francisco de Queiroz Maia Júnior.

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A reunião é uma tentativa de o governo estadual responder ao ataque em uma festa de forró que teria sido organizada por membros do Comando Vermelho (CV). A responsabilidade pelo massacre é atribuída à Guardiões do Estado (GDE), facção criminosa rival. A festa acontecia na casa noturna Forró do Gago. Segundo testemunhas que pediram para não ser identificadas, por volta de 0h30 de ontem, homens chegaram em três carros e desceram disparando a esmo. Eles portariam espingarda calibre 12, pistolas calibre 40 e 9 milímetros e revólveres calibre 38.

O secretário da Segurança Pública e Defesa Social do Ceará, André Costa, afirmou que a chacina na festa de forró, na periferia de Fortaleza, foi um evento isolado. "No mundo todo, tem situações em que se matam 50 pessoas, 60 pessoas em boates. É uma situação criminosa que foi organizada, que foi planejada e que veio a ser executada", disse em coletiva de imprensa neste sábado. O massacre deixou 14 pessoas mortas e seis feridos.

Costa negou estar havendo perda de controle do Estado com relação às facções criminosas no Ceará e comparou o episódio a situações como as que ocorrem em outros países, como os Estados Unidos.

"Não é que haja perda de controle. São ações que acontecem inclusive em outros países, como os Estados Unidos. São situações que pessoas entram em um local, tem tiroteio e se matam dezenas de pessoas. É difícil evitar e a população sabe. Mas também tem situações que a inteligência se antecipa e evita e, como evita, não vira notícia. Mas, infelizmente, veio esse fato hoje, que não se conseguiu evitar", declarou o secretário.

Foram três ou quatro carros, os relatos são diferentes. De dentro deles, saíram homens armados que, com calma, começaram a efetuar disparos. O marceneiro Glauber Souza de Oliveira, de 24 anos, conta que seu pai, o comerciante Antonio José Dias de Oliveira, de 54 anos, só teve tempo de jogar o filho e a mulher para trás da barraca de lanches que mantinha na frente do Forró do Gago, em Cajazeiras, Fortaleza, cenário da maior chacina da história do Ceará. O comerciante morreu na hora.

Glauber conta que, em mensagens de áudio compartilhadas pelo WhatsApp, a chacina no bairro já vinha sendo prometida desde novembro passado. Nas ameaças, integrantes da facção Guardiões do Estado (GDE) diziam que "iam matar todo mundo" no bairro, visto como área de influência do grupo carioca Comando Vermelho (CV), facção rival ao GDE.

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"Meu pai era marceneiro, mas tinha o sonho de abrir o próprio negócio. Quando o forró começou a ficar cheio, ele montou uma barraca na frente. Vendia lanches, salgados, coxinhas, suco, café", diz o filho.

"Ele ficou entre o poste e a barraca quando começou o tiroteio. Meu irmão, que estava junto, foi jogado pelo meu pai para trás da barraca. A mulher dele estava junto e ele jogou ela também. Meu irmão foi atingido por um tiro na perna. A mulher do meu pai não levou tiros", conta o rapaz, que mora em um bairro vizinho à chacina e só soube do ocorrido horas depois.

Oliveira tinha nove filhos, de dois casamentos. O mais novo tem um ano, completado recentemente, segundo o marceneiro - foi o pai que o havia ensinado o ofício.

O rapaz conta que, apesar das ameaças, não se pensava que o ataque seria no forró. "É um forró normal, que vai todo mundo. Não era um lugar que era festa de facção. Pelo que contam, todo mundo começou a correr, mas eles entraram e começaram a atirar em um por um. Falaram que, depois que atiraram, ainda ficaram por lá mais um tempo, deram volta na rua. Só depois de uns 40 minutos foram embora", relata.

Na manhã deste domingo, 28, enquanto fazia reconhecimento e cuidava das burocracias relacionadas à liberação do corpo do pai, Oliveira comentava o ocorrido dizendo que aquele era o resultado de uma escalada de violência que se notava havia mais de um ano. "Não foi um fato isolado. Foi uma coisa que foi crescendo", dizia, ainda em choque. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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