Serão 259 representantes de um sonho de 190 milhões. O Brasil terá nos Jogos Olímpicos de Londres 2012, cuja abertura oficial ocorre nesta sexta (27), 136 homens e 123 mulheres disputando medalhas em 27 dos 30 esportes possíveis no maior evento esportivo do planeta.
Entretanto, por trás das cortinas dos sonhos de uma nação e da milenar magia olímpica, os diretores de uma peça com uma sinopse nada agradável para o país que vai sediar a Olimpíada de 2016, no Rio de Janeiro. Nesse novo ciclo olímpico, entre Pequim (2008) e Londres (2012), o Comitê Olímpico Brasileiro (COB) “investiu” R$ 2,1 bilhões de dinheiro público. Isso representa mais do que o dobro do utilizado no ciclo anterior.
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Em tempos de Jogos Olímpicos a máxima “o importante é competir” é utilizada diuturnamente. Expressão que pode ser considerada uma lei por 99% dos competidores, mas que encontra rejeição, principalmente, na categoria dos favoritos. Olhando por esse lado “egoísta”, o LeiaJá lista os brasileiros que são favoritos (ou almejam) o cobiçado ouro olímpico.
SÓ IMPORTA O OURO
Atletismo
Salto com vara – Fabiana Murer, atual campeã mundial, não vem tendo bons resultados na temporada. De acordo com o planejamento, isso aconteceu por priorizar os treinos para a Olimpíada. A expectativa é para que atinja o auge de sua forme em Londres. Disputa diretamente com a atual campeão olímpica, recordista mundial (5m06) e musa Yelena Isinbayeva.
Principais adversárias: a americana Jennifer Suhr, a polonesa Anna Rogowska e a russa Yelena Isinbayeva
Salto em distância – Maurren Maggi, atual campeã olímpica, tentará cravar ainda mais seu nome na história do esporte brasileiro. Afinal, Maggi é a única mulher a ganhar uma medalha de ouro em provas olímpicas individuais até hoje. Para isso precisa, aos 36 anos, se recuperar das lesões e voltar a saltar acima 7 metros, algo que não acontece desde Pequim 2008.
Principal adversária: americana Brittney Reese
Futebol masculino – O único título que falta para a galeria vitoriosa do futebol nacional. Antes uma triste constatação, essa conquista virou obsessão após a troca de Ricardo Teixeira por José Maria Marin na presidência da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Tanto que o futuro do contestado treinador Mano Menezes depende cada vez mais de um bom resultado de Neymar, Oscar, Lucas e cia.
Principais adversários: Espanha, México e Uruguai
Judô – Segundo esporte que mais rendeu medalhas para o Brasil (no geral, já que são ‘apenas’ dois ouros), o judô pretende melhorar ainda mais o retrospecto em Londres. Para isso conta com os golpes precisos, o famoso ippon, de Mayra Aguiar, primeira judoca do país a liderar o ranking mundial, de Leandro Guilheiro, único medalhista em duas Olimpíadas seguidas, de Tiago Camilo, que tem duas medalhas olímpicas (prata em Sidney 2000 e bronze em Pequim 2008), e de Sarah Menezes, vice-líder do ranking mundial.
Natação - A natação já rendeu 11 medalhas para o Brasil história dos Jogos Olímpicos. Entretanto, até agora apenas um homem conseguiu conquistar o ouro para o país. E é justamente esse herói nacional, César Cielo, que carrega novas esperanças de conquistas. Isso, o “homem mais rápido do mundo nas águas” disputa os 50m e os 100m livres.
Principais adversários: o brasileiro Bruno Fratus (50m), o australiano James Magnussen (50m e 100m) e o francês Yannick Agnel
Vela – Esporte mais vitorioso do Brasil nas Olimpíadas, a vela chega mais uma vez como esperança de medalhas. Já são 16 no total, contabilizando, especialmente, as seis de ouro. O bicampeão olímpico (1996 e 2004) e 11 vezes campeão mundial Robert Scheidt forma dupla com Bruno Prada na classe Star
Principais adversários: britânicos Iain Percy e Andrew Simpson
Vôlei de praia masculino – Essa modalidade, que faz parte da Olimpíada apenas desde Atlanta 1996, já rendeu quadro medalhas para o Brasil (1 ouro, 2 pratas e 1 bronze). Esperanças depositadas na dupla formada com experiência de Emanuel, que aos 39 anos disputa a quinta Olimpíada e conquistou o ouro em 2004, e na juventude do estreante Alison.
Principais adversários: americanos Rogers e Dalhausser
Vôlei de praia feminino- Do lado feminino são cinco medalhas (1 ouro, 3 pratas e 1 bronze). Em Londres, a esperança recai sobre Juliana e Larissa. Sonho de uma dupla que foi adiado durante quatro anos, já que Juliana sofreu uma lesão no joelho às vésperas dos Jogos de Pequim e foi substituída por Ana Paula.
Principais adversárias: americanas Walsh e May e chinesas Zhang Xi e Xue
PODEMOS SURPREENDER
Atletismo
Maratona - O principal adversário dos africanos em Londres é um brasileiro. Medalhista de ouro no Pan de Guadalajara 2011, tricampeão da São Silvestre (2003, 2005 e 2010) e bicampeão da Maratona de Nova York (2006 e 2008), Marílson Gomes é esperança de medalha para o Brasil em uma das provas nobres dos Jogos Olímpicos.
Basquete masculino – Fora da Olimpíada desde Atlanta 1996, o basquete masculino do Brasil chega querendo surpreender. A equipe tem fortes valores individuais como Anderson Varejão, Nenê e Tiago Splitter, todos atletas da NBA (liga norte-americana). Porém, a principal esperança usa uma prancheta na mão: o técnico argentino Rubén Magnano, ouro com a Argentina em 2004.
Favoritos: Argentina, Espanha, Estados Unidos e França
Futebol feminino – Essa é a 5ª participação dessa modalidade na história da Olimpíada. O Brasil ficou duas vezes na quarta posição e conquistou duas pratas (justamente nas últimas edições). Capitaneadas, por Marta, a “Pelé das mulheres”, as meninas brigam contra o estigma de vice e, principalmente, contra a falta de estrutura e incentivo desse esporte no país.
Principais adversários: Estados Unidos e Japão
Ginástica – Tarimbada pelos recentes fracassos olímpicos, quando entrou como favorita em 2004 e 2008, a ginástica brasileira pode surpreender em Londres. Principalmente com Arthur Zanetti e Diego Hypolito. Qualquer medalha já é algo histórico, já que essa modalidade jamais conquistou algo para o Brasil.
Pentatlo moderno – Um dos esportes mais complexos (e completos) do mundo. O atleta precisa praticar esgrima, natação, hipismo e corrida. É, praticamente, um “atleta perfeito”. Bronze no último Mundial da categoria, em maio, a pernambucana Yane Marques pode surpreender.
Vôlei masculino – Multicampão no comando de Bernardinho, o vôlei masculino entra mais uma vez como favorito na Olimpíada (ouro em Atenas 2004 e prata em Pequim 2008). Apesar da recente queda de rendimento na equipe, a aposta é fica na mescla da experiência e juventude. Exemplos como Giba, Dante e Ricardinho / Wallace e Bruninho, respectivamente, mostram esse paralelo.
Principais adversários: Estados Unidos, Polônia e Rússia
Vôlei feminino – As meninas também são multicampeãs no comando de José Roberto Guimarães. Porém, apesar de sustentar o posto de atual dono do ouro olímpico, o vôlei feminino não é franco favorito em Londres. Chegar novamente ao pódio é praticamente uma obrigação, mas conquistar o 1º lugar será ainda mais difícil em 2012.
Favoritos: Estados Unidos, Itália e Rússia