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O atleta sul-africano Luvo Manyonga, medalha de prata na prova de salto em distância nos Jogos Olímpicos do Rio-2016 e campeão no Mundial de Londres-2017, recebeu nesta sexta-feira (18) uma suspensão de quatro anos por não ter cumprido o protocolo de exames antidoping. De acordo com a Unidade de Integridade do Atletismo (AIU, na sigla em inglês), ele não cumpriu os critérios de "paradeiro".

A AIU divulgou que seu Tribunal Disciplinar baniu Manyonga por quatro anos, a partir de 23 de dezembro de 2020, por falhas de localização para realizar exames antidoping. Essa foi a sua segunda violação das regras antidoping da World Athletics, a entidade que comanda o atletismo mundial.

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O atleta de 30 anos, que assim perderá os Jogos Olímpicos de Tóquio-2020, pode apelar da decisão da AIU na Corte Arbitral do Esporte (CAS, na sigla em inglês), que tem sede em Lausanne, na Suíça. Manyonga é o recordista africano do salto em distância com a marca de 8,65 metros.

De acordo com a World Athletics, os atletas devem informar às autoridades o paradeiro pretendido para permitir que os oficiais antidoping os encontrem. Se eles deixarem de mostrar ou fornecer informações erradas três vezes por ano, podem ser punidos.

A AIU disse que Manyonga perdeu um primeiro teste em 26 de novembro de 2019 e era muito impreciso sobre os detalhes da localização para outros dois em 2020.

Em 2012, o sul-africano, também medalha de ouro nos Jogos da Commonwealth (Comunidade Britânica) em 2018, foi banido por 18 meses após o resultado positivo em um exame antidoping para a substância metanfetamina.

O goleiro Vitor Caetano, do Figueirense, testou positivo para cocaína e a benzoilecgonina (metabólito de cocaína), conforme o documento da Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem (ABCD). O atleta foi afastado, segundo o clube, "de forma preventiva" no dia 19 de março.

No entanto, a Federação Catarinense de Futebol (FCF) já havia informado o clube sobre a situação do atleta no dia 3 de março. Na ocasião, a substância encontrada no exame do goleiro não foi divulgada.

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"Desconheço como tal substância proibida ingressou em meu organismo e que eu, meu staff e minha família, em conjunto com o Departamento Jurídico do Figueirense FC, já estamos trabalhando para descobrir como isso aconteceu e resolver essa situação da melhor forma e o mais breve possível", afirmou o jogador, na ocasião.

A substância foi encontrada logo depois do duelo contra a Ponte Preta, válido pela Série B do Campeonato Braseiro, realizado no dia 29 de janeiro, no estádio Orlando Scarpelli, em Florianópolis.

Em comunicado, o Figueirense ressaltou o "comportamento exemplar" do atleta e afirmou que não se pronunciará sobre o caso no momento, de forma a respeitar a vida pessoal do jogador.

A judoca brasileira Rafaela Silva, medalhista de ouro na Olimpíada disputada no Rio de Janeiro, em 2016, está fora da próxima edição dos Jogos de Tóquio-2021. A decisão da Corte Arbitral do Esporte (CAS) manteve uma punição de dois anos, aplicada pela Federação Internacional de Judô (IJF), à atleta flagrada no exame antidoping durante o Pan-Americano de Lima, no Peru, em julho do ano passado.

O caso foi julgado em setembro deste an. No entanto, o anúncio só foi feito na última terça-feira (22). A atleta havia sido punida pela IJF em janeiro e entrou com recurso na CAS. Com a manutenção da pena, Rafaela perdeu duas medalhas de bronze (individual e por equipe) do último Mundial de Judô, no Japão, em 2019, e o ouro conquistado no Pan de Lima.

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Segundo o processo contra a brasileira, o exame identificou a substância fenoterol, um metabólito aplicado no tratamento de problemas respiratórios e que dilata as vias respiratórias. Como o fármaco pode beneficiar a performance dos atletas, e Rafaela não conseguiu provar que usou o produto sem intenção de melhorar o desempenho no esporte, a campeã olímpica segue afastada dos tatames até janeiro de 2022.

Considerada a melhor liga de basquete do mundo, a norte-americana National Basketball Association (NBA) anunciou a retirada da maconha do quadro de substâncias proibidas dos controles antidopagem da competição. O comunicado é parte do plano de ação para retorno dos jogos válidos pela temporada 2019-2020, programado para o mês de julho. Segundo a organização do campeonato, a iniciativa está de acordo com a regulamentação do consumo de cannabis sativa nos Estados Unidos (EUA).

A medida é polêmica, entretanto não impede a realização dos exames regulares do antidoping nos atletas da modalidade. O controle de dopagem, realizado de modo aleatório por seis vezes durante a temporada, vai seguir buscando substâncias proibidas, como esteroides e fármacos usados para melhorar a performance no esporte. Drogas consideradas de uso social, como cocaína, metanfetamina e MDMA, seguem sendo alvo das análises laboratoriais.

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Nos Estados Unidos, ligas como a Major League Baseball (MLB) e a National Football League (NFL) aceitam o uso de maconha entre os profissionais dos esportes.

Retorno x Coronavírus

Segundo a NBA, os atletas do basquete serão submetidos a testes diários de contaminação por coronavírus. A organização do torneio deve examinar todos os jogadores das 22 equipes que voltarão a atuar a partir de 31 de julho. Mesmo com a preocupação do sindicato que representa as estrelas do espetáculo, as partidas estão programadas para serem todas no ESPN Wide World of Sports Complex, que fica no Walt Disney World Resort, na Florida (EUA).

O ex-campeão europeu de salto em altura, Alexander Shustov, do Casaquistão, está proibido de competir nos próximos quatro anos, após ter sido flagrado no exame antidoping. O anúncio foi feito, nesta terça-feira, pelo Tribunal Arbitral do Esporte (TAS), que não especificou qual a substância utilizada pelo atleta.

A Federação Russa de Atletismo informou na segunda-feira que a proibição de Shustov foi datada de 5 de junho e seus resultados foram desqualificados por um período de 2013 a 2017.

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Isso significa que ele mantém seu título europeu, mas é retroativamente desclassificado de sétimo lugar no campeonato mundial de 2013, em Moscou.

Segundo documentos registrados pela federação russa, Shustov foi treinado por Evgeny Zagorulko, que está sendo acusado por outros casos de doping, como o do atleta russo Danil Lysenko, de 23 anos, também do salto em altura.

Lance Armstrong começou a usar doping aos 21 anos. O anúncio foi feito pelo próprio ex-ciclista em um documentário feito pelo canal norte-americano ESPN. "Eu tinha provavelmente 21 anos", respondeu Armstrong, atualmente com 48 anos, durante a produção "Lance", que vai ser exibida nos Estados Unidos entre os dias 24 e 31.

"A forma mais fácil de se dopar é não respeitar as regras. Recebíamos injeções de vitaminas e outras coisas assim antes (dos 21 anos). Eu sempre questionava o que me davam. Sempre soube o que tinha nas injeções e eu sempre tomei a decisão", explicou o ex-ciclista, campeão por sete vezes seguidas da Volta da França entre os anos de 1999 e 2005.

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Lance teve as conquistas retiradas após ter sido banido para sempre do esporte pela Agência Americana Antidoping (Usada), que o acusou de criar "o sistema de doping mais sofisticado, mais profissional e mais eficiente da história do esporte".

"Ninguém me disse: 'Não pergunte, vamos te dar isto e pronto'. Eu nunca teria aceitado. Me informei, e foi um passo que dei", continuou Armstrong, ex-líder das equipes US Postal e Discovery Channel.

Em 2013, Armstrong admitiu durante entrevista concedida à popular apresentadora norte-americana Oprah Winfreyter ter começado a se dopar em 1996, mas as novas revelações, sugerem que o ex-campeão começou a se dopar em 1992 ou 1993, o que colocaria em dúvida o título mundial de 1993 em Oslo, na Noruega.

O adiamento dos Jogos Olímpicos de Tóquio-2020 poderá dar uma nova chance a atletas brasileiros flagrados recentemente em exames antidoping. Ao menos três esportistas do País nesta situação podem ser beneficiados diretamente pela mudança na data do megaevento, cujo novo calendário ainda não foi definido, mas que deve ser remarcado para julho de 2021.

O caso mais famoso é o da judoca Rafaela Silva. A campeã olímpica nos Jogos do Rio-2016 foi flagrada em teste antidoping durante os Jogos Pan-Americanos de Lima, no ano passado. Sua punição foi de suspensão de dois anos. Ou seja, ela só poderá voltar a competir em agosto de 2021.

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Se a Olimpíada tivesse sua data original mantida, Rafaela estaria fora definitivamente. Mas o adiamento poderá lhe dar novo fôlego na briga para reduzir sua punição. Seu advogado, Marcelo Franklin, já acionou a Corte Arbitral do Esporte (CAS, na sigla em inglês) para tentar diminuir o gancho.

Se ele tiver sucesso mesmo que obtenha uma redução de poucos meses, Rafaela poderá ter chances de brigar pela classificação olímpica e, se confirmar a vaga, teria a oportunidade de defender o título olímpico. Neste caso, seria um reforço de peso para o Time Brasil em Tóquio.

Outros dois atletas que poderão se beneficiar da mudança de data dos Jogos são Andressa de Morais, do lançamento de disco, e Kácio Freitas, do ciclismo. Ambos também deram positivo em testes realizados no Pan de Lima. E os dois cumprem no momento suspensão provisória, aguardando decisão final sobre seus casos.

Andressa é quem tem maior potencial de brigar por pódio na capital japonesa. Ela foi medalhista de prata no lançamento de disco no Peru, com direito a novo recorde sul-americano da prova. Porém, acabou perdendo a medalha e a nova marca em razão do doping.

Mais indiretamente, o adiamento dos Jogos de Tóquio pode ajudar também o nadador Gabriel Santos e a tenista Beatriz Haddad Maia. Gabriel já está liberado para competir, enquanto Bia poderá voltar a jogar em maio. Ela não poderia competir na capital japonesa por ter perdido muitas posições no ranking da WTA nos últimos meses. Já Gabriel teria chance de competir, porém com menor tempo de preparação.

O nadador havia sido punido em julho do ano passado com gancho de um ano. Ou seja, não teria qualquer chance de ir a Tóquio. Mas obteve a absolvição junto à CAS em fevereiro, a dois meses da Seletiva Olímpica da natação brasileira. Assim, teria pouco tempo para ganhar ritmo nas piscinas. Agora a situação mudou. Gabriel terá mais de um ano para chegar ao seu auge físico e técnico em busca de boas marcas na Olimpíada.

Bia foi ainda mais beneficiada. Voltando a treinar somente nesta semana, ela havia perdido totalmente as chances de competir no Japão. Pelas regras de qualificação, entram na chave olímpica as 56 primeiras colocadas do ranking da WTA, sendo que só são permitidas duas tenistas por país.

Sem jogar desde julho do ano passado, Bia ocupa atualmente a 285ª posição, muito distante da colocação de corte. Mas ela já figurou no 58º posto, em 2017. Se conseguir se aproximar desta marca, suas chances são grandes, uma vez que são comuns desistências e lesões no Top 50.

De quebra, Bia ainda poderia "levar" Luisa Stefani para a Olimpíada. Isso porque a melhor duplista do País precisa de uma parceira em boa posição no ranking para formar dupla nos Jogos. O Time Brasil, assim, teria representantes nas duas chaves femininas de Tóquio-2020.

O governo russo anunciou nesta sexta-feira (31) a suspensão por um mês do reconhecimento da federação de atletismo do país, aumentando a pressão sobre as autoridades para cooperar com as investigações antes dos Jogos Olímpicos de Tóquio. A suspensão imposta pelo Ministério do Esporte é válida até 1º de março, dois dias após a federação eleger um novo presidente para substituir Dmitry Shlyakhtin.

Shlyakhtin renunciou em novembro, depois que ele e outros seis dirigentes foram acusados de usar documentos falsos para dar um álibi para Danil Lysenko, atleta do salto em altura, ficar indisponível para a realização de um exame antidoping.

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O ministério disse que a liderança da federação falhou em tomar "as medidas necessárias para estabelecer uma cooperação construtiva com a federação internacional e para resolver a situação que ocorreu".

Este é o mais recente de uma série de questões relacionadas ao doping envolvendo a federação, suspensa pelo World Athletics desde 2015 por casos generalizados de uso de substâncias proibidas.

Descontente com o lento ritmo de reformas mudanças da modalidade na Rússia, a World Athletics congelou em novembro um processo que permite aos russos competir internacionalmente como atletas neutros. Se esse processo não for retomado, a Rússia poderá não conseguir levar uma equipe de atletismo aos Jogos Olímpicos de Tóquio.

O caso não tem relação com a batalha legal mais ampla entre a Rússia e a Agência Mundial Antidoping,que ordenou a proibição da presença de equipes do país de uma série de grandes competições, incluindo a Olimpíada, por suposta manipulação de dados do laboratório antidoping.

A Federação Internacional de Judô informou que a lutadora brasileira Rafaela Silva está suspensa por dois anos após ter sido pega no exame antidoping em agosto do ano passado, nos Jogos Pan-Americanos de Lima. Com a decisão, que chega há seis meses da Olimpíada de Tóquio, ela está fora da competição e não poderá buscar o bicampeonato - foi ouro no Rio, em 2016.

A atleta, que está com um novo advogado, vai entrar com recurso na Corte Arbitral do Esporte (CAS, na sigla em inglês) para tentar ir ao Japão. A audiência ocorreu na última quarta-feira. Quem vai defendê-la é Marcelo Franklin, especialista neste tipo de caso. "Entrei no caso hoje (ontem) e ainda não recebi a íntegra do processo", disse ao Estado.

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Em setembro do ano passado, a judoca chegou a se defender afirmando que a aparição na urina de fenoterol, substância presente em medicamentos contra a asma e capaz de melhorar o desempenho de um atleta, se deve à contaminação pelo contato com um bebê que tomava a medicação.

A Confederação Brasileira de Judô (CBJ) divulgou uma nota dizendo que prestará todo suporte para a atleta. "A Confederação Brasileira de Judô seguirá acompanhando os desdobramentos do processo legal referente ao caso de doping envolvendo a judoca da seleção brasileira, Rafaela Silva, com a confiança de que a justiça prevalecerá. Rafaela Silva é campeã olímpica e mundial, exemplo de superação dentro e fora dos tatames e um dos maiores ídolos do esporte brasileiro. A CBJ prestará o suporte que lhe couber e só se pronunciará novamente após a decisão final do processo".

A pouco mais de seis meses para o início dos Jogos Olímpicos de Tóquio-2020, o esporte brasileiro vive mais um caso de doping. Nesta quinta-feira, o velejador brasileiro Jorge Zarif foi flagrado em exame antidoping com o uso da substância proibida tamoxifeno. O teste foi realizado no segundo semestre de 2019 em um evento preparatório para a Olimpíada na raia de Enoshima, no Japão, onde será realizada a competição olímpica deste ano.

Rapidamente, Zarif aceitou uma suspensão temporária à Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem (ABCD) para aguardar a decisão do caso, que já está sendo conduzido por seus advogados. O velejador, que compete na classe Finn, é um dos principais nomes da vela brasileira e já foi campeão mundial, em 2013. Disputou duas edições dos Jogos Olímpicos - Londres-2012 e Rio-2016, sendo que nesta ficou na quarta posição -, e já estava com a vaga quase garantida para sua terceira participação.

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Por meio de um comunicado oficial emitido por sua assessoria de imprensa, Zarif esclarece que em junho de 2019 submeteu-se a um tratamento indicado por seu mastologista, contendo a substância Tamoxifeno, para combater sintomas de ginecomastia bilateral que lhe causavam dores e debilitavam seus movimentos. O velejador explica que se preparava para campeonatos importantes e o medicamento era a alternativa de tratamento para uma cirurgia que o afastaria das competições em torno de 45 dias. O teste positivo aconteceu um mês e meio após o término de seu tratamento.

"Gostaria de esclarecer o ocorrido no Japão e ressaltar que jamais fiz uso de uma substância proibida para obter qualquer vantagem indevida. Fiz uso do Tamoxifeno para tratar de uma condição médica que estava me deixando com dor e com os movimentos limitados", disse Zarif.

Ainda segundo o comunicado, o atleta brasileiro está de posse de todos os documentos e históricos médicos que comprovam o quadro de ginecomastia bilateral, incluindo fotos, exames e recomendações de cirurgia por mais de um profissional da área médica. O tamoxifeno é um modulador que bloqueia o estrogênio (hormônio sexual feminino) nas células mamárias e é comumente utilizado no tratamento do câncer de mama.

OUTROS CASOS - Desde julho de 2019, o esporte brasileiro sofre com uma sequência de casos de doping. Naquele mês foram divulgados os da tenista Beatriz Haddad Maia, do nadador Gabriel Santos e de Maria Clara Lobo, integrante da seleção de nado artístico. A primeira está em suspensão provisória, assim como Maria Clara. Gabriel Santos cumpre gancho de 12 meses.

Durante os Jogos Pan-Americanos de Lima do ano passado, no Peru, mais quatro brasileiros entraram na lista, incluindo a judoca Rafaela Silva, campeã olímpica nos Jogos do Rio-2016. Os outros foram o jogador de vôlei Rodriguinho, o ciclista Kacio Freitas e a lançadora de disco Andressa de Morais.

Duas das principais apostas recentes do tênis sul-americano, o chileno Nicolas Jarry e o colombiano Robert Farah, atual número 1 de duplas, foram flagrados em exames antidoping, segundo admitiram ambos os atletas nesta terça-feira, às vésperas do Aberto da Austrália. Somente o caso de Jarry já foi oficializado pela Federação Internacional de Tênis (ITF, na sigla em inglês). O chileno culpou suplementos brasileiros pelo resultado positivo.

Jarry, de 24 anos, foi flagrado em teste antidoping realizado em novembro, durante as Finais da Copa Davis, em Madri. Sua amostra de urina apresentou duas substâncias proibidas pela Agência Mundial Antidoping (Wada), Ligandrol e Stanozolol, que são considerados agentes anabólicos.

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"Em novembro passado, eu fiz dois testes de urina durante a Davis. O primeiro saiu limpo, mas no segundo foram detectadas duas substâncias proibidas. O nível encontrado é incrivelmente baixo, o que não me daria benefício algum. Não tive a intenção de utilizá-las, sou totalmente contrário ao doping e vou agora tentar esclarecer as coisas", comentou o chileno, em suas redes sociais.

No mesmo comunicado, ele disse se tratar de contaminação de suplementos que consumiu em novembro. E culpou um composto de vitaminas que teria sido produzido no Brasil. Ele, porém, não citou o nome do suplemento e nem o laboratório ou a suposta farmácia de manipulação que o teria elaborado.

"Tudo indica que o caso foi de contaminação cruzada de um multivitamínico feito no Brasil que meu médico me receitou e que não deveria conter uma substância proibida sequer. Meus advogados estão trabalhando no caso para provar minha inocência e por isso estou cooperando totalmente com a Federação Internacional de Tênis", declarou.

Com estas declarações, Jarry indica que sua estratégia de defesa junto à ITF deve ser a mesma utilizada nos últimos anos por tenistas brasileiros flagrados no antidoping, como Thomaz Bellucci e Marcelo Demoliner. Nos dois casos, os advogados dos atletas nacionais conseguiram reduzir as punições sofridas.

Atual número 78 do mundo, Jarry já figurou em 38º no ano passado, quando disputou sua melhor temporada da carreira até agora. Foram duas finais e o primeiro título de nível ATP em seu currículo, em Bastad, na Suécia. Recentemente, defendeu o Chile na ATP Cup e já representa o país na Copa Davis.

Com o resultado positivo, Jarry ficará suspenso de forma temporária, perdendo assim o Aberto da Austrália, que terá início no dia 20, em Melbourne. Poderá perder também o Rio Open, em fevereiro. Neste caso, o brasileiro Thiago Monteiro deverá entrar direto na chave principal, permitindo à organização dar o convite, inicialmente concedido a Monteiro, a outro tenista da casa. O provável beneficiado é João Menezes, atual número dois do Brasil.

NÚMERO 1 DO MUNDO - Outro flagrado em doping nesta terça foi o colombiano Robert Farah, que divide a liderança do ranking das duplas com o compatriota Juan Sebastian Cabal. Eles foram a sensação da temporada 2019, com os títulos de Wimbledon e do US Open.

Em comunicado nas redes sociais, Farah revelou o teste positivo para a substância Bodenona. A amostra foi acolhida em 17 de outubro, na cidade de Cali, na Colômbia, fora de período de competição. Farah revelou ter sido informado pelo caso pela própria ITF, por telefone. A entidade ainda não oficializou o resultado positivo para o colombiano.

Farah se defendeu ao afirmar que fez outros 15 testes ao longo da temporada 2019, somente com resultados negativos. Além disso, culpou uma suposta contaminação de carne que teria consumido na época.

"Como afirmou o Comitê Olímpico Colombiano em 2018, esta substância se encontra frequentemente na carne colombiana e pode afetar os resultados dos exames dos atletas. Tenho certeza de que foi isso o que gerou o resultado da prova em questão", argumentou o número 1 do mundo.

"Com a minha e equipe e um grupo de assessores, estamos avaliando os próximos passos nesse processo, em que pretendemos demonstrar que eu nunca utilizei nenhum produto que atente contra o jogo limpo e a ética características desse esporte. Estou tranquilo e confiante no resultado deste processo, já que sempre atuei com retidão e honestidade em toda minha vida", afirmou.

Mais dois levantadores de peso estão perdendo suas medalhas dos Jogos Olímpicos de 2012 por causa de doping. A Federação Internacional de Levantamento de Peso (IWF, na sigla em inglês) disse que os romenos Roxana Cocos e Razvan Martin tiveram detectadas a presença de esteroides proibidos após suas amostrar serem testadas novamente com o uso de tecnologias mais modernas.

A IWF disse que a amostra de Cocos continha dois esteroides proibidos, enquanto a de Martin estava com três. Com isso, eles se juntam a mais de 50 outros levantadores que falharam nas reanálises dos testes antidoping dos Jogos de 2008 e de 2012, que deixaram o quadro de medalhas quase irreconhecível em comparação com os resultados originais.

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Cocos foi medalhista de prata na categoria feminina até 69kg. Se ela for desqualificada, a levantadora casaque Anna Nurmukhambetova herdaria o segundo lugar, enquanto Ubaldina Valoyes, da Colômbia, ficaria com a medalha de bronze.

Martin ganhou o bronze no evento masculino de 69kg e sua medalha pode passar para o norte-coreano Kim Myong-Hok. Martin já foi suspenso uma vez por doping, entre 2013 e 2015. Um levantador turco que não ganhou uma medalha, Erol Bilgin, também pode ser desqualificado. Ele foi o oitavo na disputa masculina até 62kg.

Os resultados chegam em um momento em que a IWF está sob pressão sobre acusações de encobrimentos de doping e irregularidades financeiras, algo que a organização nega. O Comitê Olímpico Internacional solicitou que as acusações sejam investigadas pela Agência Mundial Antidoping.

O queniano Sammy Kiprop Kitwara, campeão mundial de meia maratona com a equipe de seu país - e bronze individual - em 2010, foi suspenso por 16 meses por doping, conforme relatório divulgado neste domingo pela Unidade de Integridade do Atletismo (AIU, na sigla em inglês) após testes positivos em exames realizado em março deste ano na Maratona de Seul, na Coreia do Sul, na qual ele ficou em sétimo lugar com o tempo de 2h09min52s.

Sammy Kitwara, de 33 anos, deu positivo para Terbutaline, uma substância que ajuda a combater a asma. A AIU anunciou que o atleta aceitou a suspensão, contra a qual não recorrerá nem mesmo à CAS (Corte Arbitral do Esporte, na sigla em inglês).

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De acordo com suas explicações, Sammy Kitwara tomou o medicamento sem saber que era proibido na lista da Wada (Agência Mundial Antidoping, na sigla em inglês). Ele poderia ser utilizado mediante autorização para uso terapêutico.

O queniano ficou em segundo lugar na Maratona de Chicago de 2014, nos Estados Unidos, com um tempo de 2h04min28s, logo atrás do recordista mundial, seu compatriota Eliud Kipchoge. No ano seguinte, venceu a Maratona de Valência, na Espanha, com 2h05min15s, então a melhor marca alcançada em território espanhol.

Considerado um dos maiores jogadores de vôlei da história, Giba atualmente mora na Polônia e afirma não pensar em voltar tão cedo para o Brasil. Em entrevista ao Estado, o ex-jogador comenta sobre o seu trabalho na Federação Internacional de Voleibol (FIVB), relembra o próprio caso de doping e se esquiva sobre o novo código disciplinar da Agência Mundial Antidoping (Wada, na sigla em inglês).

Recentemente, a reportagem informou que o código disciplinar da Wada prevê que, a partir de 2021, atletas não serão mais suspensos por doping em caso de drogas de uso social, como maconha e cocaína. Você concorda com essa decisão?

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Peço desculpas, mas eu não falo sobre isso. Hoje eu represento uma instituição e até ter algo em nossas reuniões eu não tenho como falar porque não sei a posição de nada. Hoje não sou o Giba, eu represento a Federação Internacional de Voleibol. Então, não posso falar até ter algo concreto da minha instituição.

Neste mês você participou de uma reunião da FIVB na Suíça. Por lá, discutiram o código da Wada?

A minha reunião na verdade era única e exclusivamente voltada para os atletas. Eu tenho que ir lá para fazer o calendário do ano que vem e como as coisas vão acontecer. Isso não é o meu departamento. Não teve absolutamente nada. Fizemos apenas o calendário de 2020. Temos outra reunião em janeiro e talvez lá vamos ter algum conhecimento a respeito de todo esse processo.

Anos depois do seu exame antidoping testar positivo para maconha, a sua visão sobre o assunto mudou?

Foi o que eu falei desde a coletiva de imprensa em 2003. Eu levantei a mão e disse: "Eu errei". Eu sei que eu sou uma figura pública, sou um espelho para muita gente. Foi depois disso que eu vi realmente o que era o Giba para as pessoas e sabia que não poderia errar novamente. Eu falo abertamente. Foi um divisor de águas, onde eu soube quem eu era e o que eu representava para uma nação. Antes disso, eu não tinha essa visão porque ainda era muito moleque, não só no esporte, mas na vida. Depois, entendi e vim crescendo ao longo do tempo para entender. E isso eu sempre falei. Agora em questão esportiva é outra coisa que vai ser discutida no começo do ano que vem e eu também pretendo falar disso depois. Até agora, não foi discutido nada, então eu não tenho nada para dizer.

Como está o seu trabalho na FIVB?

Eu continuo falando com os atletas, vendo o que é melhor e o que não é. Sou uma ponte entre a Federação Internacional, que sempre foi vista como uma instituição que os atletas não tinham condições de chegar. Hoje eles têm uma voz comigo e com a comissão inteira.

Como avalia o trabalho do Renan Dal Zotto na seleção brasileira masculina?

O Renan foi o meu técnico em 1996. Posso dizer que os resultados estão aí. Acho que a minha geração acostumou muito mal o Brasil em só ganhar. Então, segundo lugar para o brasileiro não tem muito valor, mas deveria ter. Eu continuo achando que o trabalho dele está maravilhoso. Os atletas que estão lá, a maioria deles, eu tive a oportunidade de jogar e de passar a experiência que eu ganhei ao longo de todos esses anos e tenho certeza que são pessoas de bom caráter e que lutam pela bandeira do Brasil.

O que espera do Brasil nos Jogos Olímpicos de 2020?

Espero estar na final de novo. Se vai ser campeão de novo é outra coisa. Mas espero que eles estejam na final.

Você está morando na Polônia. Por qual motivo mudou de país?

Eu tenho o projeto do "Gibinha" no Brasil e fui convidado por uma empresa polonesa para vir trabalhar aqui. Estou aqui desde junho do ano passado. Aceitei o desafio. Hoje a empresa infelizmente resolveu mudar para o handebol, mas os projetos que eu fiz e as escolas que eu visitei continuam me convidando para voltar, então eu estou bem tranquilo com isso. A sementinha foi plantada.

O projeto social na Polônia rendeu frutos?

Diante de todos os trabalhos de caridade que eu fiz, acabei recebendo um prêmio no último dia 16 de dezembro com o presidente do país, o primeiro-ministro e a com a primeira-dama na categoria "caridade". Para se ter uma ideia, eu fiquei na frente do Robert Lewandowski, que é o Neymar da Polônia. Realmente todo esse trabalho que eu fiz durante os últimos oito meses visitando escolas foi bem bacana.

Qual é a diferença entre viver no Brasil e na Polônia?

Tem uma diferença muito grande principalmente em casos como assédio sexual, abuso de crianças e tudo relacionado a drogas. Tudo isso é muito mais pesado aqui. Até porque o projeto funciona em locais de risco. Na Polônia, a escola vai das oito da manhã até às quatro da tarde e no período em que as crianças ficariam na rua elas estão praticando esporte. Aqui o esporte é levado muito a sério as escolas públicas parecem as particulares no Brasil. As pessoas conseguem ver a Polônia como um local para visitar, mas deveriam começar a olhar com outros olhos. É um país muito desenvolvido e que está em crescimento e que ainda possui muitas oportunidades.

Como é a sua rotina?

Eu faço visitas nas escolas e falo com as crianças. O mais importante é o seguinte: é caridade. Não é uma coisa que eu tenho lucro financeiro. É como o "Gibinha" no Brasil. Aqui, eu trabalho para divulgar o voleibol e o meu negócio principal é como presidente da comissão dos atletas mundiais na Federação Internacional de Vôlei. Faço muito mais home office porque tem os relatórios de quando eu falo com os jogadores e pelo menos duas vezes por semana essas visitações nas escolas para manter o projeto vivo e mostrar que realmente o esporte pode tirar as crianças da rua, das drogas e da rotina de violência nas grandes cidades.

E as relações familiares?

Está tudo ótimo. Eu continuo vendo os meus filhos regularmente. Eles estão morando na Romênia. Fica até mais perto para vê-los.

Pensa em voltar para o Brasil?

Eu não sei. Hoje eu acho que não voltaria. Não tenho nenhuma proposta de trabalho no Brasil. Na Europa eu estou com uma oferta e uma demanda de visitação em federações. Através da Federação Internacional eu fui para a Eslovênia, Marrocos... Eu sou meio que um embaixador também deles, então aqui está tudo mais perto. Do Brasil você faz um voo e demora por exemplo 12 horas. Por isso eu também escolhi a Polônia, é um país central.

A Rússia confirmou nesta sexta-feira que vai recorrer à Corte Arbitral do Esporte (CAS, na sigla em inglês) contra a suspensão imposta pela Agência Mundial Antidoping (Wada) no início do mês. Em carta pública divulgada nesta sexta, a Agência Antidoping da Rússia (RUSADA) disse discordar da punição e prometeu acionar a CAS.

A entidade russa disse que "contesta a punição em sua totalidade", incluindo a evidência de adulteração do arquivo de dados, grande pivô da nova crise entre os russos e a Wada. Em janeiro, a RUSADA entregou à entidade internacional os dados com as informações sobre os exames antidoping realizados em solo russo nos últimos anos.

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Essa era uma das condições para liberar a Rússia de forma definitiva para competir normalmente em todos os eventos internacionais. Mas os dados acabaram se tornando nova dor de cabeça para os russos porque a Wada considerou que houve manipulação destas informações, agradando ainda mais a situação do país diante da entidade.

Como consequência, a Wada condenou o esporte russo a quatro anos de banimento das grandes competições internacionais, período durante o qual vai ficar afastado de Jogos Olímpicos e Mundiais, incluindo o de futebol, em 2022 no Catar, mas permitindo e prometendo o apoio à participação dos atletas "limpos", sob bandeira neutra.

Com a punição, pela terceira vez consecutiva antes de uma Olimpíada, a Rússia está em atrito público com a Wada justamente por questões de doping. Apesar disso, autoridades russas afirmaram recentemente que estão mantendo normalmente a preparação do país para os Jogos Olímpicos de Tóquio-2020.

A maconha não é mais proibida na Major League Baseball (MLB), a liga americana de Beisebol. O anúncio desta sexta-feira (13) que retirou a erva da lista de proibição manteve a cocaína e opioides como substância proibidas no exame antidoping.

Apesar de ficar de fora da lista de doping, atletas que tiverem a substância relacionadas a maconha flagrada no organismo precisarão passar pelo programa conjunto de tratamento, como diz o comunicado.

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"O programa prevê avaliação obrigatória, tratamento voluntário e a possibilidade de ação disciplinar pelo clube do jogador ou do Gabinete do Comissário em resposta a determinadas condutas envolvendo canabinóides naturais", diz um trecho da publicação.

A motivação da revisão de todo programa de ações contra as drogas na MLB foi devido a morte de Tyler Skaggs, dos Los Angels em julho deste ano. O jogador se engasgou no próprio vomito e morreu. No exame realizado foi constatado a presença de álcool e opioides em seu organismo.

O presidente do Comitê Olímpico da Rússia, Stanislav Pozdniakov, afirmou nesta quarta-feira (11) que os atletas sem ligações com casos de doping podem manter, sem qualquer alteração, as suas preparações para os Jogos Olímpicos de Tóquio-2020, apesar da condenação de quatro anos de suspensão internacional imposta pela Agência Mundial Antidoping (Wada, na sigla em inglês).

"Continuam normalmente os preparativos para os Jogos Olímpicos (de 2020) e de outros grandes eventos esportivos", afirmou Stanislav Pozdniakov, nesta quarta-feira, em declaração dada à agência russa de notícias Interfax.

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Na última segunda-feira (9), a Wada condenou o esporte russo a quatro anos de banimento das grandes competições internacionais, período durante o qual vai ficar afastado de Jogos Olímpicos e Mundiais, incluindo o de futebol, em 2022 no Catar, mas permitindo e prometendo o apoio à participação dos atletas "limpos", sob bandeira neutra.

Por sua vez, o ministro dos Esportes da Rússia, Pavel Kolobkov, afirmou que esta decisão não vai afetar a organização de competições esportivas em solo russo que foram planejadas com antecedência. "Estou convencido que as federações internacionais (de cada modalidade) vão suportar o nosso direito de organizar estes eventos", frisou.

A cidade russa de São Petersburgo vai receber três jogos da fase de grupos da Eurocopa de 2020 em junho do ano que vem, bem como um duelo das quartas de final em julho. A mesma cidade vai receber a final da Liga dos Campeões em 2021.

A Wada aplicou esta sanção por conta do esquema de doping com apoio estatal, revelado há cerca de seis anos, e à obstrução na investigação de pelo menos 145 casos, com alteração ou eliminação dos dados do laboratório de Moscou, sendo alguns ocorridos até o último mês de janeiro.

Apesar da suspensão da Rússia de todos os torneios esportivos internacionais por conta de um escândalo de doping, o país poderá participar sob bandeira neutra da Copa do Mundo de 2022, no Catar, informou nesta segunda-feira (9) a Agência Mundial Antidoping (Wada).

A Wada determinou que a Rússia não poderá organizar ou disputar o direito de sediar torneios internacionais por quatro anos. O veto também atinge funcionários do governo e dos comitês olímpico e paralímpico do país.

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Com isso, a Rússia não participará dos Jogos Olímpicos de 2020, em Tóquio, nem das Olimpíadas de Inverno de 2022, em Pequim.

Além da Copa do Mundo, o país foi autorizado para receber as partidas da Eurocopa de 2020 e a final da Liga dos Campeões em 2021, informou Vyacheslav Koloskov, presidente honorário da União de Futebol da Rússia (RFU).

A cidade de São Petersburgo sediará as duas competições. A próxima edição da Euro acontecerá em junho de 2020 e a Rússia receberá três jogos da fase de grupos e outro das quartas de final. Já a decisão da Champions está prevista para acontecer em maio de 2021.

"Essa decisão não afeta de forma alguma a realização dos jogos da Euro 2020 e a final da Liga dos Campeões. A decisão da Agência Mundial Antidoping (Wada) não anula a decisão da Uefa. Não há razões para isso", disse Koloskov em entrevista à agência "Interfax".

O chefe da agência antidoping russa Rusada, Yuri Ganus, afirmou que a suspensão é uma "tragédia" e que o país "não tem chance" de reverter nos tribunais a decisão da Wada. Ele ainda pediu para o presidente da Rússia, Vladimir Putin, trocar os líderes esportivos da nação.

Ganus ainda confirmou que diversos atletas russos estão pensando em deixar o país para conseguir competir nos eventos.

Segundo a agência de notícias "Tass", o primeiro-ministro russo, Dmitry Medvedev, disse em uma reunião com os vice-primeiros-ministros que a Rússia deve "contestar" a decisão da Wada.

O escândalo de doping estoutou em 2015, quando a Rússia foi acusada de patrocinar uma rede de fornecimento de substância ilícitas para atletas e de fraudes em exames. Por conta disso, acabou proibida de participar das provas de atletismo das Olimpíadas de 2016, no Rio de Janeiro.

Mais tarde, descobriu-se um esquema de doping nos Jogos de Inverno de 2014, em Sóchi, e o país não pôde participar da edição seguinte do torneio, em PyeongChang, em 2018. Na ocasião, atletas da Rússia que comprovaram inocência até conseguiram competir, mas sem o hino, a bandeira e as cores nacionais.

Da mesma forma, quem não estiver envolvido em irregularidades poderá participar das próximas Olimpíadas, porém sob bandeira do Comitê Olímpico Internacional (COI).

Sede da última Copa do Mundo, a Rússia não se classificou para a próxima edição da Eurocopa.

Da Ansa

O tênis brasileiro foi alvo de mais um caso de doping. Nesta segunda-feira (11), a Federação Internacional de Tênis (ITF, na sigla em inglês) anunciou que a jovem Camilla Emília Maffei Bossi, de apenas 16 anos, foi flagrada em teste positivo realizado em março. Ela foi punida com suspensão retroativa de seis meses, período finalizado em setembro.

Camilla Bossi teve amostras de urina colhidas durante a disputa do Pro Circuit W25 Campinas, torneio de nível ITF disputado no interior de São Paulo. A competição foi realizada entre 25 e 31 de março deste ano e a urina foi obtida no dia 27. Foi a primeira vez que a tenista se submeteu a um teste antidoping em sua carreira.

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A punição, anunciada somente nesta segunda, é retroativa à data do torneio em que foi flagrado o doping. A suspensão, portanto, foi encerrada no fim de setembro. A tenista, assim, já está liberada para voltar às competições.

As amostras de Camilla foram enviadas ao laboratório de Montreal, no Canadá, onde fica a principal estrutura da Agência Mundial Antidoping (Wada, na sigla em inglês). No exame, foi detectada a presença de Enobosarm, uma substância do tipo SARM S-22, proibida pela entidade. Trata-se do mesmo tipo de resultado flagrado nas amostras da também tenista Beatriz Haddad Maia, número 1 do Brasil. Ela está suspensa provisoriamente desde julho e ainda aguarda a decisão final da ITF sobre o seu caso.

Esta substâncias é considerada "agente anabólico" pela Wada. SARM, sigla para "selective androgen receptor modulator" ou "moduladores seletivos do receptor de androgênio". Trata-se de uma versão aperfeiçoada dos esteroides anabolizantes tradicionais, mas com a promessa de causar menos efeitos colaterais no organismo.

O SARM foi desenvolvido inicialmente pela indústria farmacêutica como alternativa aos esteroides anabolizantes para pacientes com perda muscular. No entanto, mesmo sem o reconhecimento da FDA (Food and Drug Administration, na sigla em inglês), a agência norte-americana responsável pela aprovação de alimentos e medicamentos, as substâncias passaram a ser utilizadas por atletas amadores e profissionais para crescimento muscular.

Em início de carreira, Camilla Bossi tem trajetória ainda discreta entre os juvenis do Brasil. Já foi a 465ª do ranking da ITF, no início de março deste ano, antes de ser flagrado no doping. Atualmente, sem poder jogar nos últimos meses, caiu para o 1000º posto. Em seu currículo, a jovem atleta já tem um título e um vice no Banana Bowl, torneio juvenil mais tradicional do País, e no Campeonato Júnior de Porto Alegre, mais conhecido como Copa Gerdau.

CASOS RECORRENTES - O Brasil vem se destacando nos últimos pelos recorrentes flagras em exames de doping. Antes do caso de Camilla, o tênis brasileiro teve seguidos casos nos últimos dois anos, com destaque para Beatriz Haddad Maia e Thomaz Bellucci, suspenso por cinco meses no ano passado.

Também deram positivo em testes antidoping: Américo Lanzoni Netto (cumpre suspensão até 24 março de 2020), Yuri Schwanke de Andrade (até 13 de março de 2020), Marcelo Demoliner, Marcela Valle, Fernando Romboli, Igor Marcondes e Marcelo Melo, ainda no ano de 2007.

Após onze anos, os velocistas brasileiros Bruno Lins, José Carlos Moreira (Codó), Sandro Viana e Vicente Lenílson terão uma medalha olímpica no peito. Com a desclassificação de um dos atletas da equipe jamaicana, que faturou o bronze nos Jogos Olímpicos de Pequim, em 2008, o quarteto que representou o Brasil no revezamento 4x100m herdou o terceiro lugar no pódio. A cerimônia acontece na próxima quinta-feira (31), na cidade suíça de Lausanne.

Em 2018, o Comitê Olímpico Internacional (COI) confirmou o doping do atleta Nesta Carter, um dos quatro atletas no revezamento da equipe do país centro-americano. A partir desta definição, a Jamaica perdeu a terceira posição conquistada na pista. Na solenidade que será realizada no Museu Olímpico, a equipe brasileira será premiada pelo ex-jogador e atual membro do Comitê Olímpico Internacional (COI) Bernard Rajzman, da famosa “Geração de Prata”. O Comitê Olímpico Brasileiro (COB) será representado pelo ex-judoca Rogério Sampaio, campeão olímpico em Barcelona 1992.

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Dos quatro atletas premiados, apenas o potiguar Vicente Lenílson já havia subido ao pódio nos Jogos Olímpicos. O velocista foi prata também no revezamento 4x100m nas Olimpíadas de Sydney, em 2000. A medalha herdada é a 17ª do atletismo brasileiro na história dos Jogos.

 

 

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