Tópicos | Eduardo Leite

O ex-ministro Onyx Lorenzoni (PL) foi o primeiro a garantir lugar no segundo turno na disputa ao governo do Rio Grande do Sul. Mas só por volta das 22h deste sábado, com 100% das seções contabilizadas, soube qual adversário enfrentará no último domingo de outubro: o ex-governador Eduardo Leite (PSDB), que recebeu 26,81% dos votos(1.702.761), contra 26,77% do deputado estadual Edegar Pretto (PT), com 1.700.270, uma diferença de 2.491 votos. Onyx, em primeiro, fez 37,50% (2.381.989 votos).

Para o Senado, a vitória foi do vice-presidente da República, Hamilton Mourão (Republicanos), que derrotou o ex-governador Olívio Dutra (PT). O general também superou outro forte nome da política regional, a ex-senadora Ana Amélia (PSD). Com 99,94% das seções apuradas, Mourão estava com 44,11%; Olívio, com 37,86%; e Ana Amélia, com 16,43%.

##RECOMENDA##

Ambos representantes do bolsonarismo, Onyx e Mourão se encontraram na manhã de ontem no Colégio João Paulo I, no bairro Ipanema, na zona sul de Porto Alegre, onde o agora senador eleito aguardava o candidato ao Piratini em frente à escola. Rapidamente, Onyx cumprimentou o aliado e entrou na instituição de ensino para votar. Nenhum dos dois era favorito conforme as pesquisas da última semana de campanha.

Não só pela votação expressiva de um integrante da tropa de choque do governo - assim chamada à época em que Onyx era ministro -, o resultado das urnas evidenciou o Rio Grande do Sul como um dos territórios que ajudaram Jair Bolsonaro a conquistar lugar no segundo turno na disputa presidencial. Entre os eleitores gaúchos, o presidente em busca de reeleição superou Lula no primeiro turno. Com 100% das seções totalizadas, alcançou 48,89% dos votos, contra 42,28% do petista.

IRONIA

Ontem à noite, quando finalmente estava se definindo o nome de seu adversário, em sua conta no Twitter, o ex-ministro Onyx publicou uma mensagem com três pontos de interrogação, uma foto sua com um sorriso irônico e uma pesquisa do Ipec do dia 26 que apontava Eduardo Leite à frente com 38%, Onyx com 25% e uma oscilação de Edegar Pretto de 10% para 15%.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O ex-governador do Rio Grande do Sul Eduardo Leite (PSDB) disse nesta segunda-feira, 20, que vai abrir mão de um benefício que recebeu desde que deixou o comando do governo com foco na disputa eleitoral. A renúncia veio após a Justiça gaúcha pedir explicações à Procuradoria Geral do Estado (PGE) sobre o pagamento de quase R$ 40 mil ao tucano. A soma equivale a maio e parte de abril, quando renunciou ao posto.

Em publicação no Instagram, Leite alegou que o recebimento do benefício está dentro de "regras éticas", mas que não quer dar "espaço para mentiras" e que a ação movida seria "oportunista e eleitoreira".

##RECOMENDA##

"Mesmo que seja legal, transparente e dentro das regras éticas e morais que sempre me conduziram na vida pública, estou abrindo mão da remuneração a que tenho direito como ex-governador. Não darei espaço para mentiras. O foco é o RS que queremos", escreveu.

"Não darei espaços para que adversários, de forma oportunista e eleitoreira, possam colar suas versões maliciosas e mentirosas sobre este assunto", completou, alegando, em vídeo, que seus adversários na disputa pelo governo do Estado estariam "desesperados".

Decisão foi publicada na quinta-feira, dia 16 de junho, pelo juiz Fernando Carlos Tomazi Diniz, deu um prazo para a PGE se manifestar sobre o pagamento do benefício

Decisão foi publicada na quinta-feira, dia 16 de junho, pelo juiz Fernando Carlos Tomazi Diniz, deu um prazo para a PGE se manifestar sobre o pagamento do benefício Foto: Reprodução/Tribunal de Justiça do RS

A ação foi movida pelo partido Novo, que apontou supostas irregularidades no pagamento do benefício. A sigla entende que duas leis, de 2015 e de 2021, barram esse tipo de auxílio, que funciona como uma espécie de aposentadoria a quem ocupou o cargo.

Leite alegou que o valor que recebeu "não é pensão, não é aposentadoria, não são 40 mil, não é ilegal nem imoral". Segundo ele, a lei que vigorava quando assumiu o mandato de governador previa que os próximos ex-governadores teriam quatro anos de remuneração depois do mandato, proporcional ao tempo de gestão. "Recebe proporcionalmente até a revogação da lei, em agosto de 2021", declarou.

De acordo com o juiz Fernando Carlos Tomazi Diniz, os argumentos apresentados no pedido são "ponderáveis" e há uma possível "interpretação um tanto forçada" feita pela Procuradoria-Geral do Estado (PGE) sobre o caso. A extinção do pagamento de pensão especial vitalícia a ex-governadores, inclusive, foi sancionada por Eduardo Leite quando ainda era chefe do executivo gaúcho, em julho de 2021. De acordo com os dados disponibilizados pelo governo, o tucano recebeu R$ 19,6 mil relativos a maio e mais parcela retroativa de R$ 20,3 mil referente a abril, totalizando rendimento bruto de R$ 39,9 mil até agora.

Entenda o caso

De 1972 até 2015, todos os governadores receberam pensão vitalícia após os mandatos, com repasse às viúvas em caso de falecimento. Uma lei de 2015 alterou esse cenário, transformando o benefício em temporário e intransferível: valeria apenas por quatro anos e não seria mais repassado a terceiros. Já em julho de 2021, uma nova lei extinguiu completamente a pensão dos ex-governadores. A ação do Novo cita ambas as legislações.

A Justiça gaúcha deu prazo de 48 horas para que a Procuradoria Geral do Estado (PGE) do Rio Grande do Sul explique o pagamento de cerca de R$ 40 mil em pensão ao ex-governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB). O ex-chefe do Executivo gaúcho também aparece como réu no processo, mas ainda não foi intimado pela Justiça. A ação foi movida pelo partido Novo, que apontou supostas irregularidades no pagamento do benefício, já que a chamada aposentadoria especial vitalícia a ex-governadores foi revogada antes do pedido de renúncia feito por Leite, em março desse ano.

Conforme o juiz Fernando Carlos Tomazi Diniz, os argumentos apresentados no pedido são "ponderáveis" e há uma possível "interpretação um tanto forçada" feita pela Procuradoria-Geral do Estado (PGE) sobre o caso. A extinção do pagamento de pensão especial vitalícia a ex-governadores, inclusive, foi sancionada por Eduardo Leite quando ainda era chefe do executivo gaúcho, em julho de 2021. Conforme os dados levantados até agora, o ex-governador recebeu R$ 19,6 mil relativos a maio e mais parcela retroativa de R$ 20,3 mil referente a abril, totalizando rendimento bruto de R$ 39,9 mil.

##RECOMENDA##

Conforme a assessoria de Eduardo Leite, "ao sancionar a lei n° 15.678/21 (que extingue a pensão especial vitalícia), o ex-governador abriu mão de receber o valor que estava previsto na legislação anterior, restando a ele o direito de receber não o valor integral da pensão, mas 65% do subsídio que recebem ex-governadores e apenas por até 4 anos. Os ex-governadores anteriores têm o direito de receber pensão vitalícia", diz a nota. Sobre a decisão judicial, a assessoria de Leite afirma que vai aguardar o posicionamento da PGE, que foi a parte intimada pela Justiça, para um novo pronunciamento. Já a Procuradoria informa que está tomando ciência do caso e em breve deve emitir posicionamento.

Eduardo Leite se tornou ex-governador após renunciar ao comando gaúcho em março desse ano, pretendendo voos maiores dentro do cenário político nacional. Ele rivalizou com João Doria dentro do ninho tucano quando o PSDB ainda previa uma candidatura própria à presidência e, depois, chegou a ser cogitado como vice de Simone Tebet na chapa da terceira via. Após idas e vindas, voltou ao páreo e é o atual candidato do PSDB ao governo do Rio Grande do Sul. A candidatura foi oficializada ainda na última segunda-feira, 14.

O ex-governador do Rio Grande do Sul Eduardo Leite (PSDB) vai anunciar na próxima segunda-feira (13) a pré-candidatura ao Palácio Piratini. Ele renunciou ao cargo, no fim de março, porque pretendia ser candidato à Presidência, mas mudou os planos porque não obteve apoio da cúpula do PSDB. Depois de muitas idas e vindas, o partido aprovou nesta quinta-feira uma aliança com o MDB e vai apoiar a pré-candidatura de Simone Tebet ao Palácio do Planalto.

A disputa por um novo mandato contraria o discurso do próprio Leite, que disse várias vezes ser contra o instituto da reeleição. Para fechar o acordo com Simone, os tucanos exigiram que o MDB apoiasse o ex-governador do Rio Grande do Sul. Por enquanto, porém, o deputado estadual Gabriel Souza (MDB-RS) mantém a pré-candidatura ao Piratini.

##RECOMENDA##

"O tempo tem mudado bastante, o que não mudou é a minha situação: sou pré-candidato a governador", disse Souza, nesta sexta-feira, 10, por meio do Twitter. Integrantes do MDB gaúcho, no entanto, têm a expectativa de que o deputado estadual apoie Leite mais adiante e seja vice na chapa.

O retorno do ex-governador ao Rio Grande do Sul ocorre após uma série de reviravoltas. Inicialmente, o plano de Leite era concorrer à sucessão do presidente Jair Bolsonaro. O gaúcho ficou em segundo lugar nas prévias do PSDB, em novembro do ano passado, perdendo para o ex-governador de São Paulo João Doria. Mesmo assim, diante da resistência do comando do PSDB à pré-candidatura de Doria, Leite pôs o nome à disposição do partido para a disputa nacional.

Ele deixou o governo do Rio Grande do Sul no fim de março porque a lei eleitoral estabelece que detentores de mandato no Executivo devem deixar os postos seis meses antes das eleições, a não ser que disputem o mesmo cargo. Como a intenção de Leite era concorrer ao Palácio do Planalto, ele saiu. O vice-governador Ranolfo Vieira assumiu a cadeira e passou a ser apontado como pré-candidato do PSDB à reeleição. Em abril, diante da resistência de Doria em deixar a corrida presidencial, Leite passou a se concentrar em seu Estado.

Quando Doria foi pressionado pela cúpula do PSDB a desistir, no mês passado, Leite chegou a ser sondado pelo grupo do deputado Aécio Neves para retomar as articulações nacionais e fazer novo movimento na direção da candidatura ao Planalto, mas percebeu que não contava com maioria no partido para isso. Antes mesmo da saída de Doria, o presidente do PSD, Gilberto Kassab, também convidou Leite para se filiar ao partido e ser o candidato ao Planalto. Ele ficou tentado a aceitar a oferta, mas na última hora disse "não".

Mesmo sem falar publicamente, Leite tem atuado na prática como pré-candidato ao governo gaúcho desde 22 de abril, quando divulgou uma carta desistindo de ser candidato à Presidência.

O ex-governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), usou o Twitter, na manhã desta terça-feira (19), para se explicar sobre a ausência do deputado federal Aécio Neves (PSDB-MG) na foto publicada por ele em suas redes sociais para registrar um encontro com o presidente nacional do Solidariedade, Paulinho do Força.

Leite foi alvo de piadas nas redes sociais, após internautas perceberem a ausência de Aécio ao comparar os registros publicados pelo tucano e Paulinho. O do ex-governador faltava o aliado, que perdeu prestígio político após envolvimento em escândalos de corrupção, o uso de drogas e também a participação no impeachment de Dilma Rousseff (PT).

##RECOMENDA##

Segundo Eduardo Leite, foi o próprio Aécio que escolheu a foto que iria para as redes. 

"Vamos lá: Foi o próprio @AecioNeves que me enviou a foto publicada em minhas redes ontem, por entender que relevante era destacar a conversa com o líder de um importante partido", escreveu Leite, que tenta - apesar de ter perdido as prévias do PSDB para o ex-governador de São Paulo, João Doria- viabilizar seu nome como candidato a presidente da República.

"Aécio é grande parceiro na construção de um projeto para o Brasil. Agradeço o apoio e o envio da foto!", emendou o ex-governador.

[@#video#@]

O ex-governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), que tenta articular sua entrada para disputar o Palácio do Planalto na terceira via, virou piada nas redes sociais ao esconder o deputado federal Aécio Neves (PSDB-MG) de seu encontro com o presidente do Solidariedade, Paulinho da Força. 

Neves, que perdeu bastante popularidade após escândalos envolvendo corrupção, o uso de drogas e também a participação no impeachment de Dilma Rousseff (PT), é, na verdade, um dos padrinhos da campanha de Leite. Ao divulgar foto do encontro, ocorrido nessa segunda-feira (18), por volta das 17h25, Leite escondeu Aécio. 

##RECOMENDA##

"Encontrei há pouco o deputado Paulinho, presidente do Solidariedade, para uma boa conversa sobre o Brasil e a necessária construção de convergências na agenda política do país", escreveu o gaúcho. No entanto, a tentativa de ocultar Aécio foi revelada em publicação do próprio Paulinho, com uma nova foto da reunião, desta vez com o mineiro ao seu lado direito. 

Confira as publicações originais: 

[@#video#@]  

A internet não perdoou o encontro, tampouco a gafe de Eduardo Leite, e além das piadas, o eleitorado passou a questionar o presidenciável sobre qual é verdadeiramente a sua ala política. Confira, também, algumas das publicações mais reproduzidas no assunto: 

[@#podcast#@] 

 

O apresentador de TV Luciano Huck disse que seu candidato este ano é o ex-governador do Rio Grande do Sul Eduardo Leite (PSDB). "Meu candidato está nessa sala", disse ele durante painel na Brazil Conference, se referindo a Leite. O apresentador afirmou ainda que espera que o pré-candidato à Presidência fuja da "arapuca" de não focar em discutir seu programa de governo durante a campanha eleitoral. "Isso me incomoda um pouco no debate eleitoral esse ano, que é só ficar debatendo os conchavos políticos. Não discutimos programa, agenda", disse.

Huck afirmou ainda que o Brasil perdeu a capacidade de liderar qualquer conversa internacional. "Fomos referência de arte, referência de tanta coisa e hoje não somos referência de nada", lamentou. Depois, disse que tem esperanças que o País se torne "a maior potência verde do planeta".

##RECOMENDA##

Renda básica

O debate na Brazil Conference tinha o objetivo de discutir formas de combater a pobreza. Os painelistas disseram que instituir um programa de renda básica universal seria uma ferramenta importante para superar o quadro de desigualdade. O padre Julio Lancelotti defendeu que uma iniciativa do tipo fosse adotada de forma escalonada, priorizando grupos mais vulneráveis. "A renda básica é dinheiro no bolso, é garantia, é autonomia, é vida com liberdade", afirmou.

O secretário de Educação do Rio de Janeiro Renan Ferreirinha disse que a adoção de um programa de renda básica universal é "factível".

O presidente da ONG G10 Favelas, Gilson Rodrigues, opinou que para diminuir a desigualdade "também é necessário criar oportunidades de empreender."

Evento

A Brazil Conference realiza neste domingo, a partir das 11h45, sabatinas com os presidenciáveis Ciro Gomes (PDT), Simone Tebet (MDB) e João Doria (PSDB). Também apontado como postulante ao Planalto, Eduardo Leite (PSDB) participa de debate sobre economia.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Dois dias após o ex-governador Eduardo Leite (PSDB) sinalizar que está disposto a ser vice na chapa presidencial de Simone Tebet (MDB), a senadora afirmou que deve receber o gaúcho para uma conversa em seu gabinete nesta quarta-feira (6). Paralelamente, segundo ela, os presidentes dos quatro partidos que lideram as articulações por uma candidatura única da "terceira via" - PSDB, União Brasil, Cidadania e MDB - devem se reunir hoje para selar a união do centro. As declarações foram feitas à Rádio Eldorado.

A senadora afirmou que vai dar continuidade às conversas com Leite porque o vê como um "grande ativo do PSDB", independentemente de ter perdido as prévias. Disse que recebeu com "muito carinho" a possibilidade de tê-lo como vice, reforçando que acredita ter "todas as condições" para liderar a candidatura da terceira via. Mas ponderou que essa decisão caberá aos presidentes dos partidos.

##RECOMENDA##

"Para quem não acreditava que o MDB seguiria com a candidatura até o final, hoje está claro que o partido não só se posiciona com uma pré-candidata, mas como nós temos todas as condições de liderar como cabeça de chapa", afirmou.

Simone Tebet prometeu que, se for escolhida como o rosto do centro nas eleições, vai convidar outros partidos para se somarem ao projeto. Ela disse manter diálogo com Felipe d’Avila, presidenciável do Novo, e com Renata Abreu, presidente nacional do Podemos - partido que ficou sem pré-candidato após a saída de Sérgio Moro.

Embora tenha dado sinais de que pretende assumir a candidatura única dos partidos, a senadora lembrou que Luciano Bivar, do União Brasil, pode impor seu nome na disputa. Ela voltou a dizer que não se trata de um projeto "personalista" e afirmou que o centro dispõe de apenas uma "bala de prata".

"Quem vai definir o critério para escolher o pré-candidato ou pré-candidata desse grupo (serão os dirigentes das legendas). Não é um projeto do Doria, Simone, Leite ou de qualquer outro. A partir de hoje, quem fala por esse centro são os presidentes de partido", reforçou.

Quanto ao pré-candidato Ciro Gomes (PDT), Simone afirmou que ele não participa das conversas por ter divergências com o centro, mas disse acreditar que as diferenças podem ser superadas. "Definido o nome (da terceira via), será marcado um cafezinho com o Ciro para discutir o que é mais importante para o Brasil."

O ex-governador do Rio Grande do Sul Eduardo Leite confia que a convenção do PSDB será a "formalização" de um entendimento político que pode reverter a escolha de João Doria como pré-candidato do partido à Presidência. Aos 37 anos e após deixar o Palácio Piratini, sede do governo gaúcho, Leite iniciou uma agenda paralela de articulações na chamada terceira via.

Em entrevista ao Estadão, ele defende o desprendimento dos nomes colocados neste campo e admite a possibilidade de a pré-candidata do MDB, Simone Tebet, liderar uma candidatura de centro. A seguir, os principais trechos da entrevista.

##RECOMENDA##

O sr. disse que respeita o resultado das prévias, mas, ao mesmo tempo, afirma que o processo soberano no partido é a convenção. Como pretende demonstrar que tem mais viabilidade eleitoral que o ex-governador João Doria?

A convenção será a formalização do que o entendimento político promover. Não se trata de uma disputa sobre se as prévias valem mais que a convenção ou o que vale formalmente. Se nós tivermos que partir para um enfrentamento do ponto de vista técnico-jurídico é porque a política não cumpriu seu papel. O sentimento apresentado há pouco mais de um mês pelo governador João Doria foi de disposição, por amor ao Brasil, de promover o entendimento, que é maior do que ele mesmo, como foi dito literalmente na sua manifestação no banco BTG Pactual.

Temos que estar todos abertos ao sentar à mesa. Existem muitas pessoas que entendem que devo liderar esse projeto. Houve um chamamento no próprio partido. Se eu quisesse simplesmente ser candidato, eu tinha um caminho que me assegurava isso.

Mas o sr. também não tem índice de intenção de voto significativo nas pesquisas...

Tem partidos políticos que estão conversando - o MDB, o União Brasil e o PSDB. Deve haver uma convergência entre seus partidos. As pesquisas são um instrumento importante, mas sempre haverá a subjetividade da análise, que vai muito além da intenção de voto. Ela passa pela rejeição aos candidatos - que limita a capacidade de crescimento - e pelo humor do eleitor.

A possibilidade de ser vice numa chapa com a Simone Tebet está na mesa?

Nada por ser descartado por ninguém neste momento. Nós temos que sentar à mesa com a humildade de reconhecer que eventualmente outra candidatura pode aglutinar forças. Isso eventualmente envolve a possibilidade de nem ser candidato. Meu papel pode ser outro. Muitas pessoas entendem que eu devo liderar o processo, e me sinto em total condição para isso. Me sinto preparado. Não me falta disposição e vontade. Mas a renúncia me abriu todas as possibilidades sem me tirar nenhuma delas do ponto de vista formal.

Quem são essas "muitas pessoas"? Qual é o seu grupo político hoje?

Quando se falava da possibilidade de eu sair do PSDB, houve uma carta assinada por mais de 20 lideranças. Boa parte delas está dentro de um grupo político que entende que eu deveria ter vencido as prévias. Há também lideranças empresariais e líderes de movimentos que têm me provocado. As pessoas aguardam os movimentos que vêm da política.

Atrair outros partidos não é algo urgente para um projeto viável de centro?

Não tenho preocupação com o tempo, desde que estejamos no caminho certo. Tem um ditado que diz: "se você quer mais rápido, vá sozinho. Se quer ir mais longe, vá com alguém". A gente quer ir mais longe e usar a pista toda para promover a aglutinação de forças.

Como a instabilidade no PSDB atrapalha esse processo?

O PSDB sempre liderou e teve candidatos à Presidência em todas as eleições desde a redemocratização. É o partido sobre o qual mais recai a expectativa de candidatura.

Antes de deixar o governo, Doria chamou de golpe qualquer tentativa de revogar as prévias. O presidente do PSDB, Bruno Araújo, pressionado por ele, divulgou uma carta na qual disse que o resultado das prévias será mantido. O que essa carta significa?

Se um juiz é chamado a homologar um acordo judicialmente, mas não faz isso, o que acontece? Não tem validade. A convenção do PSDB é, segundo o estatuto do PSDB, chamada a homologar ou não o resultado das prévias. Mas antes do ponto de vista formal, a política deverá promover o entendimento. Não sei que sentimentos estiveram envolvidos na semana passada no momento que o governador apresentou sua renúncia. Prefiro acreditar que, na decisão que se encaminhará sobre candidaturas, prevalecerá o sentimento que ele (Doria) externou naquele evento no BTG Pactual, de amor pelo Brasil, e não a aspiração individual. É legítimo que o partido aspire, mas nem por isso ele deve impor sua candidatura.

Em última instância então, a convenção é que vai decidir o nome do PSDB. |Não é o que entende a ala vitoriosa nas prévias...

É o que a lei eleitoral determina: as candidaturas serão definidas no âmbito das convenções partidárias. Mas o que interessa é a candidatura se viabilizar politicamente, não juridicamente. E isso acontece pela aglutinação de forças, e não em um processo judicial.

Espera ajuda financeira do PSDB para se apresentar?

O partido me convocou para participar de um processo de mobilização nacional. Estou atendendo essa convocação.

Qual o papel agora do Sérgio Moro nesse debate sobre a eleição presidencial?

Ele protagonizou um processo importante da Lava Jato, através da Lava Jato. Protagonizou uma posição relevante no ambiente político. Isso torna ele uma peça importante nesse tabuleiro.

O sr. fala em pacificar o Brasil. Alckmin, em 2018, tentou a bandeira da conciliação, mas ela não encantou...

Era outro ambiente. O Brasil vinha do ápice da Lava Jato e do impeachment da presidente (Dilma Rousseff). Era um ambiente que gerou aversão à política. Hoje experimentamos o efeito da antipolitica. É outro ambiente político e serão outros candidatos. Estou me apresentando também como uma mudança geracional.

A definição de uma base programática não deveria ser o ponto central nas conversas do centro?

Foi como eu guiei minha condução para governador. Fomos promovendo uma agenda convergente. Agora diante da situação polarizada na eleição nacional a expectativa é muito grande sobre quem vai liderar o projeto. Já há uma certa percepção sobre qual a agenda que nos reúne, com eventuais divergências pontuais. A gente tem um modelo tão fragmentado que no momento da eleição precisamos discutir como promover convergência.

O centro político pode até não chegar ao 2° turno, mas será decisivo para a vitória de um dos candidatos. Como trabalhar isso?

Todo trabalho é para viabilizar a eleição, mas sem dúvida é bem mais que resultados imediatos, é ajudar a empurrar a agenda do País na direção correta. Os efeitos produzidos por uma candidatura centrada e honesta vão para além de uma eleição imediata. Elas ajudam a semear os corações e mentes dos brasileiros. A agenda acaba sendo assimilada em maior ou menor grau pelo governo eleito.

O ex-governador do Rio Grande do Sul Eduardo Leite (PSDB) sinalizou que pode ser vice na chapa da senadora Simone Tebet (MDB) para a disputa da Presidência da República. Em entrevista à "Rádio Eldorado" nesta segunda-feira (4), o tucano afirmou ter "humildade" para abrir mão de aspirações pessoais e fazer composição com uma candidatura que se mostre viável contra a polarização. A parlamentar, segundo ele, "tem toda a condição de liderar esse projeto".

"Temos de ter um entendimento do nosso papel como lideranças políticas, não apenas buscando ocupar um espaço político concorrendo, mas apoiando eventualmente aqueles que tenham essa capacidade. Entre outras pessoas, há o nome da senadora Simone Tebet, que tem toda a condição de ser uma liderança nesse projeto. É muito prematuro falar em que posição cada um tem que assumir. Mas a disposição nossa tem que ser construindo, apoiando, disputando na chapa como vice-presidente, se for o caso", afirmou Leite.

##RECOMENDA##

Segundo o tucano, a senadora tem uma aspiração legítima em se apresentar como candidata. "Tudo tem de ser muito conversado para viabilizar aquilo que tenho mais capacidade eleitoral. Tenho muito respeito pelo mandato da senadora, e sua aspiração legítima de se apresentar como candidata. Ainda não avançamos em conversas nessa direção, mas haverá o momento apropriado", complementou, sobre a formação da chapa.

Após ser derrotado nas prévias do PSDB, Leite intensificou articulações com o PSD para se viabilizar como possível pré-candidato do partido, mas, por fim, decidiu permanecer no ninho tucano. Este, segundo ele, foi mais um movimento que indica sua disposição de abrir mão de ser cabeça de chapa, já que, de acordo com o ex-governador, a sigla de Gilberto Kassab não foi a única a oferecer a possibilidade.

"Se eu quisesse mesmo ser candidato, tinha mais opções que o PSD. Eu tinha opções para uma candidatura, e mesmo assim não fui atrás desses caminhos mais fáceis".

O gaúcho disse considerar que o momento pede "desprendimento" por parte dos nomes que se apresentam como "terceira via". Seu principal adversário no PSDB, o governador João Doria, atual pré-candidato do partido, tem mostrado resistência a assumir o posto de vice de outras chapas. Na última quinta-feira, o paulista admitiu que, ao anunciar desistência da eleição, sua intenção era forçar a legenda a dar primazia à sua pré-candidatura, movimento que ele classificou como "estratégia política".

Hoje, dias após telefonar a Doria dizendo respeitar o resultado das prévias, das quais o governador de São Paulo saiu vitorioso, Leite afirmou que a convenção nacional do partido é soberana, dando a entender que a candidatura do tucano paulista continua não sendo definitiva no partido. Leite afirmou que, até a data do evento, marcado para julho, "cada um vai ajustar seu papel nesse processo". Esse ajuste, ele adiantou, será feito após conversas "francas e honestas" com Doria.

Apesar de reiterar que respeita as prévias, Leite condicionou seu respaldo a Doria ao alcance de viabilidade eleitoral do paulista. Disse que o governador terá "todo seu apoio", desde que se mostre viável. "O PSDB reconhece a legitimidade das prévias, mas sabe também que vai precisar estar atento à competitividade das candidaturas", afirmou. Além da baixa intenção de voto de Doria nas pesquisas - 2% -, Leite citou a alta rejeição marcada por ele, em torno de 30%, como uma dificuldade para o avança de seu nome.

O gaúcho afirmou que deve aproveitar esta semana, a primeira após deixar o Palácio Piratini, para intensificar conversas e tomar uma decisão sobre seu futuro político. Ele disse estar pronto tanto "para liderar o projeto, se for o caso", quanto para apoiar aquele que tiver as melhores condições.

Os articuladores da tentativa de fazer do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), uma opção da terceira via ao Palácio do Planalto reforçaram o movimento para tornar viável uma eventual chapa com apoio do MDB, e planejam estender as conversas a outros líderes partidários. Na lista de prioridades está o ex-presidente Michel Temer (MDB). Ele tem sido procurado por tucanos e deve se encontrar nos próximas semanas com o deputado Aécio Neves (PSDB-MG) para debater uma aliança que uniria Leite e a senadora Simone Tebet (MDB-MS) na mesma chapa presidencial.

Nesta segunda, 28, mesmo dia em que Leite anunciou sua permanência no PSDB e sua desincompatibilização do governo gaúcho, o que abre a possibilidade de ele ser candidato, Aécio e Temer conversaram por telefone e combinaram de aprofundar o diálogo para uma aliança na qual o gaúcho pode ser o protagonista.

##RECOMENDA##

Temer já conversou sobre o assunto com o senador tucano Tasso Jereissati (CE), em janeiro. No mês anterior, o próprio Leite falou com o ex-presidente, em São Paulo. No mês passado, Tasso procurou o prefeito da capital, Ricardo Nunes (MDB), e elogiou o nome de Tebet, ressaltando que ele pode ser uma "novidade", com vantagem de ter "baixa rejeição".

Em novembro do ano passado, o PSDB realizou prévias e definiu o governador de São Paulo, João Doria, como pré-candidato do partido ao Palácio do Planalto. A disputa foi polarizada entre o paulista, que teve 53,99% dos votos, e Leite, que somou 44,66%.

No entanto, aliados do gaúcho, como Aécio, Tasso e o ex-senador José Aníbal (SP), tentam impedir que Doria seja o candidato da sigla. Eles apontam, além do fraco desempenho nas pesquisas, que costuma oscilar de 1% a 3% - índice similar ao de Leite -, o fato de Doria ter rejeição alta.

"Essa construção pode vir com alguma naturalidade. Ela não é contra ninguém, não é contra João, José ou Joaquim, é a favor do Brasil. É uma chance que estamos dando a uma terceira via efetivamente viável", disse Aécio ao Estadão.

A ideia do grupo é ampliar o debate para além do PSDB e buscar apoio em outros partidos que se colocam como alternativa ao presidente Jair Bolsonaro (PL) e ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que lideram as pesquisas de intenção de voto.

Siglas

O presidente do PSDB, Bruno Araújo, vem conversando com os presidentes do MDB, Baleia Rossi; do União Brasil, Luciano Bivar; e do Cidadania, Roberto Freire. A ideia é tentar atrair também o ex-ministro Sérgio Moro (Podemos). "Devíamos chamar para essa conversa, além desses partidos, além do MDB, União Brasil e Cidadania, o Podemos também. Por que não o próprio PSD, que mostrou o interesse em tê-lo como candidato?", disse Aécio. "Nada mais natural que (o PSD) avalie a possibilidade de apoiá-lo em outro partido. Ele não mudou de personalidade quando permaneceu no partido, é o mesmo candidato."

Moro jantou com Bivar anteontem, em Brasília, e fez um aceno ao líder partidário. O presidenciável disse que Bivar "seria um ótimo vice ou cabeça de chapa". O União Brasil ainda não tem uma posição consensual quanto à disputa presidencial. Parte do partido planeja lançar Bivar como pré-candidato, mas não descarta apoiar outro nome da terceira via, do MDB ou do PSDB. Outra ala defende o apoio a Moro. Há na legenda, ainda, quem apoie a reeleição de Bolsonaro e quem pense em estar com Ciro Gomes (PDT).

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), vai deixar o cargo na próxima segunda-feira, 28, mas deve permanecer nas fileiras tucanas. Leite prepara o 'Dia do Fico' no PSDB em uma estratégia que prevê a possibilidade de um acordo com o MDB e o União Brasil para o lançamento de uma candidatura única à Presidência da República.

O impasse para o acerto político ainda é o governador de São Paulo, João Doria, que teve o nome aprovado em prévias do PSDB, em novembro, como candidato do partido à sucessão do presidente Jair Bolsonaro. Aliados de Leite, no entanto, avaliam que, como Doria não cresceu nas pesquisas de intenção de voto até agora, pode sair do páreo para dar lugar a Leite se houver um apelo desses partidos em nome de uma aliança que demonstre unidade.

##RECOMENDA##

A ideia do grupo é que Leite seja o candidato ao Palácio do Planalto e a senadora Simone Tebet (MDB-MS), vice na chapa. Embora Simone e Leite também tenham baixíssimos índices nas pesquisas, apoiadores do gaúcho observam o alto patamar de rejeição de Doria. Dizem, ainda, que pesquisas mostram potencial de crescimento para o Leite.

Até a semana passada, o governador do Rio Grande do Sul estava inclinado a aceitar o convite do PSD do ex-ministro Gilberto Kassab para concorrer à Presidência e vinha dando todos os sinais nesse sentido. O temor de isolamento no partido de Kassab, no entanto, o fez repensar a troca de legenda, segundo interlocutores ouvidos pelo Estadão/Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado.

"Acredito que o governador do Rio Grande do Sul tende a ficar e trabalhar para ser o candidato da unidade da terceira via, filiado ao PSDB", disse o deputado Aécio Neves (PSDB-MG) ao Estadão/Broadcast. Desafeto de Doria, Aécio faz articulações políticas para lançar Leite à Presidência no lugar do paulista.

Ex-presidente do PSDB, o senador Tasso Jereissati (CE) foi na mesma linha. "Eu diria que há 90% de probabilidade de Eduardo Leite ficar no PSDB", afirmou Tasso em entrevista à CNN. "Não o vejo candidato por outro partido. Dentro do PSDB, ele deve ser uma eventual alternativa."

Sinais trocados

Até agora, Leite vinha dando todos os sinais de que estava disposto a ingressar no PSD. O caminho para que ele disputasse o Planalto pela nova sigla ficou livre após o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), desistir de lançar a candidatura à Presidência.

Kassab chegou a dizer que o gaúcho era uma "alternativa extraordinária" ao senador mineiro. Mas, desde que Leite recebeu uma carta na qual a cúpula do PSDB o elogia e pede sua permanência nas fileiras do partido, tudo mudou. O governador ficou mais recluso e tem evitado falar de política em público.

O principal argumento usado pela ala "anti-Doria" do PSDB para tirá-lo do páreo, quatro meses após as prévias, é o de seu alto índice de rejeição. No levantamento Datafolha divulgado nesta quinta-feira, 24, Doria aparece com 2% de intenção de voto e 30% de rejeição. Leite marca 1% e 14%, respectivamente.

"O Eduardo tem uma sensibilidade política que vai ajudar muito no caso de ele ser candidato", afirmou o ex-senador José Aníbal ao Estadão/Broadcast Político. Para Aníbal, a rejeição de Doria é "um peso a ser carregado" pelo partido.

Uma ala do PSDB, porém, rejeita o movimento para tirar Doria do jogo. Em entrevista ao Papo com Editor, do Broadcast Político, o deputado Samuel Moreira (PSDB-SP) disse que discutir agora a troca de candidato na disputa pelo Planalto é "ficar sangrando em público". Na avaliação de Moreira, é preciso "dar uma chance" ao governador de São Paulo para que ele faça sua campanha.

A lei eleitoral determina que ocupantes de cargos públicos que desejam disputar eleições deixem os cargos até 2 de abril. Leite sairá antes, na próxima segunda-feira.

Em conversas com tucanos, o governador do Rio Grande do Sul tem avaliado que o PSD de Kassab é um partido muito dividido, com quadros que apoiam Bolsonaro, como o governador do Paraná, Ratinho Júnior, e outros que preferem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), caso do senador Omar Aziz (AM). O próprio Kassab já fez acenos a Lula.

Mesmo quando citava a possibilidade maior de ir para o PSD, Leite ponderava que era preciso apoio político à sua eventual candidatura. "Não pode ser por vaidade. Eu não vou entrar numa disputa para fraturar uma já difícil terceira via, para dispersar ainda mais. Eu quero entrar se for, de fato, para ajudar a aglutinar e tentar ajudar a construir um projeto viável, não para facilitar a polarização", disse o governador, no último dia 16, na Federação das Entidades Empresariais do Rio Grande do Sul (Federasul), em Porto Alegre.

Naquele mesmo dia, durante o ato de filiação da ex-senadora Ana Amélia Lemos ao PSD, Kassab disse torcer para que o gaúcho tivesse "boas inspirações" nos dias seguintes, numa referência à decisão sobre a troca de partido.

Presidente do Cidadania, partido que vai formar uma federação com o PSDB, Roberto Freire pediu a Leite que fique no ninho tucano. "Ele é uma grande liderança, jovem. É importante ele ficar junto conosco. Tudo indica que ele vai ficar", afirmou. Para Freire, as conversas com o MDB e o União Brasil para lançar uma candidatura única ao Planalto estão "muito positivas".

O levantamento do Ipespe, divulgado nesta sexta-feira (25), aponta o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com 44% das intenções de votos no primeiro turno. Já o presidente Jair Bolsonaro (PL) aparece com 26% da preferência. O levantamento aferiu a opinião de 1.000 eleitores por telefone entre segunda (21) e quarta-feira (23).

Em terceiro lugar, segundo dados do levantamento, vem o ex-juiz Sergio Moro (Podemos), com 9%, seguido do ex-ministro Ciro Gomes (PDT), com 7%, e do governador de São Paulo, João Doria (PSDB), com 2%.

##RECOMENDA##

O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), o deputado federal André Janones (Avante), a senadora Simone Tebet (PMDB) e Felipe d’Avila (Novo) ficaram empatados ao contabilizar 1% cada.

A pesquisa foi registrada na Justiça Eleitoral com o número BR-04222/2022. A margem de erro é de 3,2 pontos percentuais para mais ou para menos, com um intervalo de confiança de 95,5%.

Segundo turno

Para o segundo turno, o Ipespe verificou nove cenários diferentes. O ex-presidente Lula venceu em todos que foi citado. Veja:

Cenário 1

Lula – 54%

Bolsonaro – 31%

Branco/Nulo/Não votaria/Indecisos – 15%

Cenário 2

Lula – 52%

Moro – 30%

Branco/Nulo/Não votaria/Indecisos –18%

Cenário 3

Lula – 51%

Ciro Gomes – 24%

Branco/Nulo/Não votaria/Indecisos – 25%

Cenário 4

Lula – 54%

Doria – 19%

Branco/Nulo/Não votaria/Indecisos – 27%

Cenário 5

Lula – 56%

Eduardo Leite – 19%

Branco/Nulo/Não votaria/Indecisos – 25%

Cenário 6

Moro  – 35%

Bolsonaro – 33%

Branco/Nulo/Não votaria/Indecisos – 32%

Cenário 7

Ciro Gomes – 48%

Bolsonaro – 36%

Branco/Nulo/Não votaria/Indecisos – 16%

Cenário 8

Dória – 40%

Bolsonaro – 37%

Branco/Nulo/Não votaria/Indecisos – 24%

Cenário 9

Bolsonaro – 39%

Eduardo Leite – 38%

Branco/Nulo/Não votaria/Indecisos – 23%

A negociação do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), com o ex-ministro Gilberto Kassab - que planeja lançá-lo à Presidência da República pelo PSD - reacendeu o clima de confronto entre os tucanos. A ala do PSDB ligada ao governador de São Paulo, João Doria, passou a destacar o investimento feito pelo partido para a realização das prévias, com o objetivo de causar desgaste a Leite. Até agora não adiantou: o gaúcho está mesmo disposto a se filiar ao PSD de Kassab.

O tesoureiro do PSDB, César Gontijo, cobrou postura "ética" do gaúcho. Pelas suas contas, Leite recebeu R$ 1,2 milhão da legenda para disputar as prévias contra Doria, que venceu o embate, e o ex-prefeito de Manaus Arthur Virgílio. "As prévias custaram R$ 10 milhões e só aconteceram porque Eduardo Leite se comprometeu a ficar na legenda se perdesse. É uma questão ética. Por isso fizemos esse investimento. Ele vai enterrar a carreira se sair do PSDB", afirmou Gontijo ao Estadão.

##RECOMENDA##

Aliados do governador do Rio Grande do Sul disseram que ele não se importa de enfrentar a pecha de "mau perdedor". Em conversas reservadas, Leite afirma que o custo político de seu gesto não será significativo porque "o vencedor (Doria)" não conseguiu "ficar de pé" nas pesquisas de intenção de voto.

Este argumento, porém, não é compartilhado por nomes históricos do partido que são críticos à candidatura de Doria. Nesta terça, 15, após tomar café com Kassab, em São Paulo, e se reunir com investidores do Itaú BBA, Leite desembarcou em Brasília para encontros separados com tucanos, como o presidente do partido, Bruno Araújo (PE), o deputado Aécio Neves (MG) e o senador Tasso Jereissati (CE). Os correligionários fizeram um último esforço para convencê-lo a ficar no partido. Leite, no entanto, indicou estar muito próximo de anunciar a ida para o PSD.

'Obcecado'

"Partidos são formados por personalidades diferentes. Naturalmente, há divergência, houve divergência dentro do PSDB e as prévias apresentaram isso. A discussão aqui é um projeto para o País, como a gente vai viabilizar. É sobre isso que estou obcecado e obstinado: como posso dar a melhor contribuição nesse processo político que se avizinha para ajudar a alternativa aos polos de radicalização", afirmou o gaúcho, após a reunião com aliados, numa referência ao presidente Jair Bolsonaro (PL) e ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Araújo disse ter esperança de que Leite mude de ideia. "Há disposição do governador do Rio Grande do Sul de disputar uma eleição presidencial. Ele disputou as prévias e isso projetou seu nome nacionalmente. Recebeu convite de outro partido oferecendo essa vaga e estamos mostrando quais as variáveis e o porquê é importante ele seguir nesse compromisso com o PSDB", observou o dirigente. "Se me comprovarem que meu papel é outro, que é dando suporte na retaguarda, não tem nenhum problema de assumir esse papel, se houver outra candidatura que melhor projete isso. Mas, enquanto houver um grupo representativo que ache que eu possa ser uma liderança desse projeto, estou aqui discutindo como ele pode se viabilizar", insistiu o governador.

Compromisso

Leite e Kassab estarão juntos novamente nesta quarta-feira (16), em Porto Alegre, mas desta vez em ato público: a cerimônia de filiação da ex-senadora Ana Amélia ao PSD. Egressa do Progressistas, decidiu ir para o PSD após uma negociação combinada com o governador - ela é secretária de Relações Federativas e Internacionais do Estado. Ana Amélia, que foi candidata a vice na chapa de Geraldo Alckmin em 2018, disputará novamente o Senado.

"O que vão dizer e as críticas (sobre a saída de Leite do PSDB) são irrelevantes. O que é relevante é o gesto de coragem dele. Ruim é o covarde que, diante de custos políticos, deixa de assumir a responsabilidade com o interesse nacional. Existe algo maior e mais significativo que as prévias (do PSDB)", disse Ana Amélia ao Estadão. Para aceitar mudar de partido Leite negocia a manutenção de sua base de sustentação no Estado, onde tentará fazer um sucessor.

Na avaliação do ex-senador José Aníbal - que se tornou desafeto de Doria -, o PSDB está numa situação de "estresse". "É preciso ver quais possibilidades temos e evitar que o PSDB tenha um baixo protagonismo nesta eleição presidencial", afirmou. "Em princípio, é importante que o Eduardo fique no PSDB. O partido está numa situação, no mínimo, de estresse. Tem um candidato (Doria) que não sai do lugar, ao contrário, aumenta a rejeição a ele."

Leite retornou ao Brasil no início da semana após uma viagem aos Estados Unidos. O governador antecipou o retorno ao País para intensificar a articulação política em torno da possível candidatura ao Palácio do Planalto. O caminho no PSD ficou livre para o gaúcho após o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (MG), anunciar que não vai disputar a Presidência em outubro.

A negociação do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), com o ex-prefeito Gilberto Kassab, que planeja lançar o gaúcho à Presidência da República pelo PSD, tem causado indignação entre os tucanos. Os dois se reuniram na manhã desta quinta-feira, 15, em São Paulo e estão próximos de chegar a um acordo.

Segundo o tesoureiro nacional do PSDB, César Gontijo, a provável saída de Eduardo Leite do partido será um "desastre financeiro". O dirigente tucano lembrou que o gaúcho recebeu R$ 1,2 milhão da legenda para disputar as prévias contra o ex-prefeito de Manaus Arthur Virgílio e o governador de São Paulo, João Doria, que venceu a disputa interna.

##RECOMENDA##

"As prévias custaram R$ 10 milhões e só aconteceram porque Eduardo Leite se comprometeu a ficar na legenda se perdesse. É uma questão ética. Por isso fizemos esse investimento. Ele vai enterrar a carreira se sair do PSDB. Quem vai acreditar em Eduardo Leite depois disso?", afirmou Gontijo ao Estadão.

Ainda segundo o tesoureiro, o governador do Rio Grande do Sul até agora não chamou a direção do partido para conversar.

Ana Amélia no PSD

Nesta quarta-feira, 16, Kassab e Leite estarão juntos em Porto Alegre no evento de filiação da ex-senadora Ana Amélia ao PSD. Egressa do Progressistas, ela chega ao novo partido após negociação combinada com o governador, inclusive porque é secretária de Relações Federativas e Internacionais do Rio Grande do Sul.

Integrante da executiva nacional do PSD, o sindicalista Ricardo Pattah, presidente da UGT, disse que a legenda vai estender o "tapete vermelho" para Leite e defendeu o governador das críticas dos tucanos. "Sou contra qualquer patrulhamento ideológico. Como dizia Tancredo Neves, política é como nuvem. Se ele não está à vontade no PSDB, tem uma janela partidária que permite mudar", afirmou Pattah. A expectativa da cúpula do PSD é que Leite formalize a adesão à sigla na semana que vem.

Após se reunir com Kassab de manhã, na tarde desta terça, 15, Leite tem encontro marcado com integrantes do PSDB que o apoiaram nas prévias, como o senador Tasso Jereissati (CE) e o deputado Aécio Neves (MG).

O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), voltou a indicar que deve aceitar o convite do ex-ministro Gilberto Kassab e se filiar ao PSD para concorrer ao Palácio do Planalto. "Eu não quero viver com o sentimento de que poderia ter feito algo, mas não fiz", disse o tucano nesta segunda-feira, 14, em entrevista à Rádio Gaúcha. Ele também declarou que renunciar ao mandato no Estado "dói mais" que eventualmente sair do PSDB.

Leite chegou nesta segunda, 14, ao Brasil após uma viagem aos Estados Unidos. O governador antecipou em um dia o retorno ao País para intensificar a articulação política em torno da eventual candidatura à Presidência, embora diga que a decisão ainda não foi tomada. O caminho no PSD ficou livre para o gaúcho após o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (MG), anunciar, na semana passada, que não vai disputar o Palácio do Planalto em outubro.

##RECOMENDA##

"Eu sou muito movido pelo desafio. E nesse momento está se apresentando um desafio no plano nacional, do qual eu e muitas pessoas sentem e me estimulam que eu possa dar uma contribuição", afirmou Leite na entrevista.

O tucano também voltou a descartar a possibilidade de concorrer à reeleição no Estado, mas disse que deixar o cargo de governador "dói mais" que sair do PSDB. Caso decida mesmo concorrer ao Planalto, ele deve renunciar ao mandato no RS nas próximas semanas.

"É algo extremamente dolorido, pois ao longo de três anos e três meses eu dei tudo que pude, morei no trabalho, me mudei para o Palácio (Piratini) para viver o governo diariamente", disse Leite. "E isso é o que mais dói, sem dúvida nenhuma. Embora uma eventual mudança de partido não seja algo fácil também, porque é onde eu construí a minha vida política."

Neste domingo, 13, durante cerimônia realizada no Rio de Janeiro para a filiação de Felipe Santa Cruz ao PSD, Kassab reafirmou que o partido terá candidato a presidente. "Espero que seja Eduardo Leite", reforçou. Pacheco, por sua vez, disse hoje que o PSD definirá a candidatura ao Palácio do Planalto "nos próximos dias".

Leite voltou a criticar a polarização eleitoral no País, em referência ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e ao presidente Jair Bolsonaro (PL), que lideram as intenções de voto. "Nas últimas semanas, eu comecei a ser provocado a uma mudança de partido para poder viabilizar, talvez, um projeto alternativo a essa polarização que está aí. O que eu estou buscando, nas conversas que estou mantendo, é justamente entender quem vem junto", afirmou o governador.

Nas últimas semanas, Leite vem recorrendo a uma expressão popular para indicar a disposição de concorrer a presidente. Em encontro com empresários na Câmara de Indústria, Comércio e Serviços de Caxias do Sul (CIC), em 18 de fevereiro, ele disse que um "cavalo encilhado não passa duas vezes".

O cavalo encilhado é uma metáfora para se referir à possibilidade de disputar o Planalto, que passou na frente dele pela primeira vez nas prévias no PSDB, em novembro do ano passado. Na ocasião, contudo, o gaúcho foi derrotado pelo governador de São Paulo, João Doria. O convite de Kassab, agora, é a segunda oportunidade. Quando o cavalo está encilhado, é só montar.

O presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, reafirmou neste domingo (12) que espera que o atual governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, seja candidato a presidente da República na eleição de outubro.

"O PSD terá candidato a presidente da República e espero que seja Eduardo Leite", afirmou Kassab durante cerimônia realizada no Rio de Janeiro, para a filiação de Felipe Santa Cruz ao partido. O advogado e ex-presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) é pré-candidato a governador do Rio.

##RECOMENDA##

Kassab centrou seu discurso em elogios a Santa Cruz e ao prefeito do Rio, Eduardo Paes, presidente estadual do PSD, mas falou brevemente sobre a candidatura de Leite a presidente.

O governador gaúcho, que integra o PSDB e perdeu as prévias do partido para o governador de São Paulo, João Dória, é cortejado por Kassab. Leite, que não estava no evento, ainda não anunciou se vai disputar a reeleição ou tentar a Presidência.

A Justiça do Rio condenou o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), a pagar uma indenização de R$ 40 mil ao cantor e compositor Chico Buarque por uso indevido de imagem em um vídeo publicado nas redes sociais.

A decisão é da juíza Ingrid Charpinel Reis, do 6.º Juizado Especial Cível, para quem o uso da imagem do artista sem o seu consentimento configura dano moral.

##RECOMENDA##

"A publicação do material não autorizado pelo artista em campanha publicitária de política a qual não se alinha, leva à sua depreciação, causando-lhe dor e sofrimento, que, por óbvio, devem ser reparados", escreveu.

"É inadmissível prestigiar conduta em que o mundo virtual seja transformado em uma terra sem leis, sem as garantias constitucionais conquistadas a duras penas", segue a juíza.

Chico entrou com uma ação pedindo indenização depois de ter citado em um vídeo divulgado por Eduardo Leite na véspera do feriado de 7 de Setembro, quando estavam previstas manifestações contra e a favor do presidente Jair Bolsonaro (PL). Na gravação, o tucano fala que o Brasil 'precisa voltar para o centro', para além da polarização política.

"Basta ver em Chico Buarque e Sérgio Reis duas belezas musicais, e não só duas escolhas políticas. Basta lembrar que nós, assim como eles, somos todos brasileiros", diz o governador no vídeo (assista abaixo).

A defesa do cantor diz que a imagem e o nome dele foram usados em um 'anúncio publicitário e eleitoreiro'.

Eduardo Leite tenta se viabilizar como candidato a presidente. Sem apoio dos correligionários, o tucano estuda migrar de partido para disputar as eleições em 2022. Caso persista no projeto, deve enfrentar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), de quem Chico Buarque é apoiador declarado.

A Justiça já havia determinado a remoção do vídeo das redes sociais. Na época, o governador disse que 'o escritório jurídico que representa o Chico Buarque tem todo o direito de buscar a justiça, mas eles não entenderam o vídeo'. O tucano então regravou a peça sem as imagens do artista, a quem se referiu como 'aquele cantor que eu não posso dizer o nome'.

COM A PALAVRA, O ADVOGADO JOÃO TANCREDO, QUE REPRESENTA CHICO BUARQUE

"O debate político que o governador propõe não interessa. Não vem ao caso a demagogia de quem fez campanha para eleger um presidente autoritário e agora prega diálogo. A lei é clara e não se trata de uma escolha. Difícil é entender como marqueteiros caríssimos não se atentem ao pré-requisito básico de qualquer campanha publicitária: ter autorização do artista para utilizar seu nome e sua imagem."

COM A PALAVRA, O GOVERNADOR EDUARDO LEITE

Desde que a ação foi proposta, a reportagem fez sucessivos contatos com o governador, através de sua assessoria, para comentar o processo. Até o momento, não houve retorno. O espaço está aberto para manifestação.

O presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, afirmou neste sábado (19) que o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), é uma "extraordinária alternativa" ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), na disputa pelo Palácio do Planalto. Na sexta-feira (18), o gaúcho indicou a empresários que deve concorrer à Presidência da República.

Kassab reiterou o convite para que Pacheco dispute o Planalto pelo PSD, mas disse que o mineiro ainda avalia se aceitará ou não entrar na corrida eleitoral. A decisão do presidente do Senado deve ser tomada em breve, segundo o dirigente partidário. Kassab disse que ficaria "muito feliz" em ter Pacheco como candidato. "Caso contrário, é evidente que o Eduardo Leite é uma extraordinária alternativa", acrescentou, em entrevista à rádio Jovem Pan.

##RECOMENDA##

O presidente do PSD aproveitou para tecer elogios a Leite. Ele disse que o governador gaúcho é uma pessoa "muito respeitada" e um gestor "qualificadíssimo". De acordo com Kassab, a ideia de convidar Leite para se filiar ao partido e concorrer à Presidência foi levada a ele pelo diretório estadual da sigla no Rio Grande do Sul.

"Vamos aguardar, porque o importante é que o partido terá candidatura própria à Presidência da República", disse Kassab, que se encontrou com Leite na última segunda-feira, 14, em São Paulo.

A saída do PSDB vem sendo avaliada por Leite desde o fim de novembro, quando ele perdeu as prévias para o governador de São Paulo, João Doria, escolhido como pré-candidato da legenda à sucessão do presidente da República, Jair Bolsonaro.

Em reunião na Câmara de Indústria, Comércio e Serviços de Caxias do Sul (CIC), na manhã de sexta-feira, o governador gaúcho falou em "passar o bastão" no Estado e indicou que deve renunciar ao mandato em março. Na prática, ele descartou a disputa pela reeleição, embora há uma semana tenha admitido essa hipótese.

O tom do discurso foi de despedida. "De fato, estou sendo provocado novamente sobre o cenário nacional. Olha, passar um cavalo encilhado já não é fácil; passar dois, não dá para a gente desprezar", disse Leite, numa referência aos convites que têm recebido para concorrer à Presidência.

Foi nesse momento que ele vestiu o figurino da chamada terceira via, mostrando-se disposto a romper a polarização entre Bolsonaro e o ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT), hoje líder nas pesquisas de intenção de voto.

"Me causa especial preocupação que, no cenário nacional, se insista numa fórmula de enfrentamento em todas as candidaturas que estão postas. Existem dois campos políticos bem marcados que polarizam fortemente esta disputa eleitoral", afirmou o governador para a plateia de empresários. "Se for, de fato, algo consistente, e que a gente tenha apoio para isso, eu tenho coragem, vontade e disposição de poder apresentar algum caminho alternativo."

Em outubro passado, Kassab anunciou que o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (MG), deveria ser o candidato do PSD ao Planalto. De lá para cá, no entanto, nada andou. Pacheco, inclusive, já avisou a aliados que desistirá de entrar no páreo. A partir daí, Kassab procurou Leite.

Após se encontrar na segunda (14) com o presidente do PSD, Gilberto Kassab, e com o prefeito do Rio, Eduardo Paes, para discutir sua filiação ao partido, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), afirmou que vai manter seu compromisso de não concorrer à reeleição. O desejo de Kassab é que, com a possível desistência do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (MG), de concorrer ao Palácio do Planalto, Leite assuma o papel de presidenciável do PSD.

Nesta terça-feira (15), em Porto Alegre, quando questionado sobre o encontro com Kassab, Leite admitiu "participar desse processo nacional". "Não pretendo participar do processo para dispersar forças que possam ser alternativa a essa polarização, mas, se houver entendimento de um grupo representativo em que posso dar essa contribuição, tenho condições de participar desse processo nacional", afirmou Leite

##RECOMENDA##

No fim de semana, em ato na capital gaúcha, ao lado do presidente do PSDB, Bruno Araújo, Leite havia indicado que poderia mudar de posição, deixando aberta a possibilidade de tentar um novo mandato. O dirigente tucano age para evitar a saída do gaúcho - derrotado pelo governador paulista, João Doria, nas prévias presidenciais do PSDB.

O encontro entre Leite e Kassab incomodou líderes do PSDB, que viram "sinais dúbios" nas atitudes do governador gaúcho. "Mantenho minha posição crítica à reeleição. Não sinalizei que vou concorrer à reeleição. No evento do PSDB, eu disse que não vamos deixar de liderar esse processo, mas como agente político", declarou Leite ao Estadão. "Pelas demandas que tenho recebido, vou ver como melhor colaborar no cenário nacional na criação de um caminho alternativo a essa polarização. O momento é de conversas e olhar cenário", afirmou o governador gaúcho. Há pressão da base do PSDB gaúcho para que Leite tente a reeleição, já que o partido está desorganizado no Estado.

'Caminhos'

Ontem ele esteve, em São Paulo, com o ex-governador do Espírito Santo Paulo Hartung, que poderá se filiar ao PSD. "Uma conversa sobre os caminhos que podem inspirar a pauta de um novo início para o Brasil", escreveu Hartung em publicação nas redes sociais. O capixaba defende um acordo que permita uma candidatura competitiva na terceira via.

No Twitter, Araújo manifestou preocupação com a possibilidade de Leite deixar o partido. "Acreditamos que o seu projeto siga com o total apoio do único partido que teve em sua jornada política. Aliás, isso pareceu evidente em evento do partido, em que fui convidado, em Porto Alegre, no sábado (12)", escreveu o tucano. "Nem sempre a grama do vizinho é a mais verde", finalizou.

Páginas

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando