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Os Estados correm risco de ficar sem repasses do Fundo de Participação dos Estados (FPE) caso o Congresso não aprove, até o final do ano, uma proposta disciplinando o rateio dos recursos. O alerta é feito por um ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Corte que decidiu ainda em 2010 que as atuais regras de partilha dos repasses são inconstitucionais. Na ocasião, o STF deu prazo até 2012 para que deputados e senadores aprovassem um novo modelo.

"Eu acho que eles (os Estados) podem ter uma surpresa, podem ter um impasse e um impasse sério. O efeito é cessar o repasse dos recursos, por falta de critério", afirmou o ministro do Supremo, que, por ter votado em um processo sobre o assunto dois anos atrás, preferiu falar sob a condição do anonimato com a Agência Estado.

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O magistrado reconhece que o assunto é de difícil equação do ponto de vista político. Mas, a sete meses do fim do prazo, o governo federal ainda não sinalizou qual proposta deve apoiar. Apesar de várias propostas em discussão, a Câmara e o Senado tampouco abençoaram uma delas para dar prioridade.

A aprovação de uma nova regra do FPE ganha contornos políticos delicados em 2012, ano de eleições municipais. Tradicionalmente, o Congresso entra em recesso branco por três meses. Terá de ser aprovado um projeto de lei complementar, que exige o aval de metade mais um dos parlamentares das duas Casas Legislativas. "Eles têm que achar uma solução", afirmou esse ministro do STF.

Os líderes governistas do Senado têm sinalizado que a discussão sobre uma proposta do FPE só ocorrerá depois que os aliados aprovarem outras duas matérias que estão na pauta: a tributação do comércio eletrônico, emenda constitucional que deve ir à votação na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) no Senado na quarta-feira (a matéria tem um longo caminho a percorrer na Casa e na Câmara) e um projeto que altera para a Selic o indexador das dívidas dos Estados com a União, em discussão na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado.

O atual critério, declarado inconstitucional, garante a Estados com menor base tributária, como Amapá, Roraima, Acre e Tocantins, receberem um grande aporte de recursos da União, chegando até a 50% da receita deles. As regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste dispõem de 85% dos recursos, enquanto Sul e Sudeste ficam com 15%. Para São Paulo, por exemplo, o FPE não representa sequer 1% da receita.

Para o ministro do STF, o critério a ser adotado tem que ter alguma margem de "revisibilidade". "Se você olhar, o PIB das regiões mudou muito", avaliou o magistrado, que preferiu não sugerir quais variáveis os congressistas deveriam levar em conta para estabelecer uma nova fórmula de rateio.

O Ministério da Educação (MEC) anunciou no início desta semana a liberação de R$ 606,8 milhões para estados e municípios que recebem complementação da União, oriunda do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb). Segundo o MEC, a quantia foi disponibilizada pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE). O valor corresponde à quarta parcela do ano.

Os estados beneficiados pela liberação são Alagoas, Amazonas, Bahia, Ceará, Maranhão, Pará, Paraíba, Pernambuco e Piauí. O ministério também informou que os municípios contemplados desses estados receberão o valor mínimo por aluno de R$ 2.096,68.

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O Fundeb é considerado o principal aporte financeiro para a educação básica pública. O fundo é formado por percentuais de vários impostos e transferências constitucionais. De acordo com o MEC, pelo menos 60% dos recursos deverão ser utilizados no pagamento de profissionais do magistério em efetivo exercício. O que sobrar do valor será usado em despesas de manutenção e desenvolvimento do ensino, entre outras ações. 

Recursos para merenda e transporte escolar

O MEC também divulgou que houve a liberação de recursos financeiros para a merenda e transporte escolares. Segundo o órgão público, são R$ 269,5 milhões do Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae), referentes à terceira parcela, para atender 43,5 milhões de estudantes matriculados em creches, pré-escola, ensino fundamental e médio e turmas de educação de jovens e adultos. Da soma desses valores, o MEC informou que R$ 170,9 milhões serão destinados a rede municipais e R$98,6 milhões a estaduais. O orçamento do programa para este ano é R$ 3,3 bilhões e os recursos serão transferidos em dez parcelas por mês, levando em consideração 200 dias letivos.

O Programa Nacional de Apoio ao Transporte do Escolar (Pnate), repassou R$ 64,2 milhões para o transporte escolar. Por meio de nove parcelas o montante chegará a estados e municípios, até o mês de novembro deste ano. Serão beneficiados estudantes da educação básica residentes na zona rural. Despesas com consertos mecânicos, combustível e terceirização do serviço de transporte escolar, são alguns dos gastos do programa. De acordo com MEC, o orçamento para este ano é de R$ 644 milhões.
 









No debate realizado nesta quinta-feira por um grupo de trabalho na Câmara, governadores e vices pediram a mudança no indexador da dívida e outras alterações sobre o tema para assim aumentarem a capacidade de investimento de seus Estados. Estão presentes governadores de seis Estados (SP, MG, RS, BA, SC e AL) e dois vice-governadores (RJ e PA) além de secretários estaduais de Fazenda.

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), defendeu a troca do indexador. Atualmente aplica-se o IGP-DI mais juros de 6% a 9% dependendo do contrato. "O IGP-DI não é mais adequado e a taxa Selic depende de fatores econômicos. Então, a taxa Selic deve ser usada como um teto, mas não deve ser também um indexador", disse.

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Alckmin defendeu que a renegociação leve em conta que alguns Estados, como São Paulo, quitaram 20% da dívida ao fazer o acordo com a União na década de 1990 e, portanto, mereceriam juros menores. Afirmou que é preciso discutir também o pagamento do estoque após o término do contrato, que é de 30 anos. Pelo contrato, após esse prazo os Estados terão dez anos para pagar o estoque sem qualquer teto para o comprometimento da receita líquida.

A maioria dos governadores destacou que a mudança na correção da dívida permitiria que os Estados ampliassem seus investimentos. "Se (Santa Catarina) pagasse metade dos juros, faria uma revolução na infraestrutura", disse Raimundo Colombo (PSD-SC). "Os governadores querem dinheiro para investir em infraestrutura", reforçou o governador da Bahia, Jaques Wagner (PT).

O governador baiano reclamou ainda das vinculações estabelecidas pelo Congresso para gastos estaduais. Wagner citou especificamente o piso salarial dos professores. O governador de Minas Gerais, Antonio Anastasia (PSDB), defendeu mudanças no estoque da dívida e no fluxo de pagamento mensal para permitir aos Estados cumprir com estas despesas.

O vice-governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão (PMDB), pediu que um montante do valor pago seja revertido aos Estados, mas sem vinculação de investimentos em infraestrutura. Ele destacou que há problemas com o funcionalismo público em diversas localidades devido ao achatamento de salários.

O governador de Alagoas, Teotônio Vilela Filho (PSDB), reclamou da vinculação de 15% da receita de seu Estado para o pagamento da dívida. Para ele, esse critério tem impedido investimentos em saúde, educação e segurança. "Somos sangrados em R$ 50 milhões por mês para pagar a dívida. Esses recursos não fazem sequer cócegas na União, mas fazem muita falta ao Estado de Alagoas", disse.

Após mais de três horas de intensos debates, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado aprovou o projeto que acaba com a guerra fiscal dos portos. A maioria dos senadores decidiu que é constitucional a proposta que uniformiza a alíquota do ICMS interestadual para produtos importados, a Resolução 72. Numa reviravolta articulada de última hora, contudo, o projeto não será votado, como queria o calendário do governo federal, esta tarde na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE).

O plenário da CCJ estava lotado com a presença de interessados na mudança. Integrantes da Federação da Indústria do Estado de São Paulo (Fiesp) e de centrais sindicais, que alegam que a concessão de benefícios fiscais por alguns Estados têm causado a desindustrialização do país; além de representantes de Estados que mais perderiam com as mudanças, os governadores do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB), e de Santa Catarina, Raimundo Colombo (PSD). Os governadores marcaram presença na comissão para tentar adiar a votação do projeto. Eles reclamam que, nas últimas semanas, o governo federal suspendeu as conversas sobre compensações com a eventual mudança.

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O senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES) apresentou seu parecer pela inconstitucionalidade do projeto de autoria do senador Romero Jucá (PMDB-RR). Para Ferraço, a matéria "viola" a Constituição em quatro artigos. O principal deles é o que trata de incentivos fiscais por meio de projeto de resolução, em vez de se tramitar por projeto de lei complementar. Mas, apesar dos protestos de falta de diálogo com o Executivo, os aliados derrotaram o parecer de Ferraço e aprovaram o texto pela constitucionalidade do senador Armando Monteiro (PTB-PE).

"A única dúvida que não nos assalta é que esses incentivos são inconstitucionais e provocam efeitos deletérios", afirmou Monteiro, para quem os incentivos têm desestruturado cadeias produtivas no país. "Não me parece que estamos a inaugurar amanhã o fim do Espírito Santo", disse, referindo-se a um dos Estados prejudicados com a mudança.

Votaram contrariamente à proposta os senadores capixabas Ricardo Ferraço (PMDB), Magno Malta (PR) e Ana Rita (PT), o catarinense Luiz Henrique (PMDB), a goiana Lúcia Vânia (PSDB) e os socialistas Antonio Carlos Valadares (SE) e Rodrigo Rollemberg (DF). "Os nossos problemas não têm sido considerados pelo governo federal. Nossos Estados estão de joelhos", criticou Ferraço, que classificou a relação com o Executivo de "humilhação" e "discriminação". "Uma derrota aqui (na CCJ), daqui a pouco do governo federal, será trágica. Uma derrota dos Estados e municípios seria dramática e provocaria uma trinca na sólida base governamental do Senado que poderá se tornar definitiva e irrecuperável", fez um apelo em Luiz Henrique, ex-governador de Santa Catarina.

Os Estados conseguiram do governo federal a autorização para contratar este ano quase R$ 40 bilhões em empréstimos para financiar investimentos em infraestrutura. O valor praticamente se iguala aos R$ 42 bilhões que serão aplicados diretamente pela União em obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) em 2012.

Os novos projetos fazem parte da estratégia da equipe da presidente Dilma Rousseff de dar um impulso ao crescimento econômico este ano, amenizando os efeitos do corte de R$ 55 bilhões no Orçamento anunciado em 15 de fevereiro. Com a ajuda desses investimentos, o governo federal persegue uma taxa de crescimento econômico de 4,5% em 2012, previsão bastante otimista se comparada com os 3,3% previstos por economistas em pesquisa semanal do Banco Central.

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De outubro para cá, 20 Estados tiveram autorização para contrair empréstimos. A maior cota foi destinada para uma unidade federativa administrada pela oposição: São Paulo, com R$ 7 bilhões. Quando recebeu a permissão para aumentar o endividamento, em novembro, o governador tucano Geraldo Alckmin disse que utilizaria o dinheiro para projetos como a linha férrea ligando Parelheiros a Grajaú e o Expresso Guarulhos, além de obras de saneamento e estradas no interior do Estado. Na ocasião, ele chamou a presidente Dilma Rousseff de "grande presidente que trabalha muito pelos paulistas, por todos os Estados e pelo Brasil."

Compromisso

Os governadores foram autorizados a contrair novas dívidas porque conseguiram reduzir o tamanho do estoque do endividamento em relação à arrecadação anual. Nos anos 1990, quando os Estados estavam quebrados a ponto de não conseguir mais rolar suas dívidas junto ao mercado, eles foram socorridos pelo Tesouro Nacional, numa operação inspirada na forma de atuação do Fundo Monetário Internacional (FMI).

O governo federal assumiu os débitos dos Estados junto ao mercado, mas em troca, os beneficiados se comprometeram com planos de longo prazo para ajustar suas contas. Um dos requisitos é reduzir a dívida ao equivalente a um ano de arrecadação líquida. Enquanto esse nível não é atingido, o Estado fica proibido de emitir títulos e só pode tomar empréstimos externos se a dívida estiver em trajetória descendente. É o caso, por exemplo, de São Paulo. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Termina a zero deste domingo (26) o horário de verão. Os relógios devem ser atrasados em 1 hora em 10 Estados das Regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, além da Bahia e do Distrito Federal.

A arrecadação deste ano, com a economia feita, ultrapassou as expectativas cheganodo aR$ 160 milhões. Esse resultado beneficiará o consumidor que. provavelmente, pagará menos por consumo de energia daqui pra frente, segundo o Operador Nacional do Sistema (ONS), como a consequente redução de tarifa, segundo estimativas.

 

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Os preços do etanol hidratado praticados nos postos brasileiros recuaram em 15 Estados e no Distrito Federal e subiram em 11 Estados, de acordo com dados coletados pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) na semana terminada em 17 de fevereiro de 2011. No período de um mês, os preços do etanol recuaram em 18 Estados e no Distrito Federal e registram alta em 8 Estados.

Em São Paulo, maior Estado consumidor, as cotações caíram 1,63% na semana. No período de um mês, as cotações do etanol registram queda acumulada de 4,13% nos postos paulistas. A maior alta semanal foi verificada no Amapá, de 2,35%. A maior queda semanal foi verificada no Mato Grosso, de 2,17%.

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O preço médio do etanol em São Paulo ficou em R$ 1,809 por litro ante R$ 1,839 na semana anterior. No Paraná, o preço médio ficou em R$ 1,961 (R$ 1,982 na semana anterior). No período de um mês, a maior queda foi verificada em São Paulo, onde a cotação média recuou 4,13%. A maior alta mensal foi verificada no Amapá, de 6,72%.

Na média de preços do Brasil, a gasolina segue mais competitiva que o etanol, de acordo com a ANP. Em relação à média do preço da gasolina no País, que foi de R$ 2,731 por litro, o preço do etanol é competitivo até R$ 1,9117 por litro. Como o preço médio do etanol no Brasil está em R$ 1,977, os preços da gasolina estão 3,30% abaixo do ponto de equilíbrio.

No Brasil, o preço mínimo registrado para o etanol foi de R$ 1,39 por litro, no Estado de São Paulo. O preço máximo foi de R$ 2,99 por litro registrado no Maranhão. Na média de preços, o menor preço médio foi R$ 1,809 por litro, registrado em São Paulo, e o maior preço médio foi registrado em Roraima, a R$ 2,571 por litro.

Em seis estadis, institutos federais de educação, ciência e tecnologia são os únicos a oferecem vagas para o Sistema de Seleção Unificada (Sisu), do Ministério da Educação (MEC).

Na região Norte, são ofertadas 416 vagas, sendo 240 no Acre, 160 no Amapá e 16 em Rondônia. Na região Nordeste, são 145 oportunidades em Sergipe. Já no Sudeste, são 850 mo Espírito Santo. No que diz respeito à região Sul, há 650 vagas nos institutos de Santa Catarina e Catarinense.

Ao todo, são oferecidas 20.071 vagas nos 26 estados da Federação, em cursos tecnológicos, de licenciatura e de bacharelado. No instituto federal de Brasília, não serão abertas vagas.

SISU - Os candidatos podem consultar pela internet a relação das instituições de ensino que aderiram ao sistema para o processo seletivo do primeiro semestre de 2012. O processo de inscrição estará aberto de 7 a 12 de janeiro do próximo ano. O Sisu selecionará candidatos através das notas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2011.

 

Brasília – A falta de abastecimento de água e de coleta de lixo está relacionada ao alto número de casos de dengue nas cidades. Dos 48 municípios com risco de surto da doença no verão, 62,5% têm menos da metade das casas com acesso a saneamento adequado. É o que mostra um levantamento feito pela Agência Brasil a partir da lista do Ministério da Saúde de cidades com risco de surto da doença e de dados sobre saneamento básico do Censo 2010, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

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Uma casa tem saneamento adequado, segundo critérios do IBGE, quando dispõe de rede de água, esgoto ou fossa séptica e coleta de lixo direta ou indireta feita por uma empresa. De acordo com o levantamento, em somente 18 cidades com risco de surto, a maioria das casas encontra-se nessa situação. O restante dos municípios enquadra-se em saneamento semiadequado, quando dispõe de pelo menos um dos serviços, ou inadequado, quando não há nenhum dos serviços em pleno funcionamento.

Os municípios com os menores percentuais de saneamento adequado estão no Norte e Nordeste, as duas regiões com o maior grupo de cidades com chances de surto de dengue. Nas duas regiões, são 39 cidades. Em Buritis (RO), Espigão do Oeste (RO), Mucajaí (RR), Porto Acre (AC), São Raimundo Nonato (PI) e Água Branca (PI), menos de 5% das casas têm saneamento em condição adequada.

O Mapa da Dengue, do Ministério da Saúde, também mostra que a ausência de saneamento facilita o surgimento de criadouros do mosquito. No Norte, 44,4% dos focos de transmissão estão no lixo, no Nordeste, 72,1% são relacionados ao abastecimento de água.

Para o secretário de Vigilância em Saúde do ministério, Jarbas Barbosa, o pior problema para o combate à dengue é o abastecimento irregular de água porque leva a população a usar caixas d'água, potes e barris. Mal tampados, esses pequenos reservatórios são ideais para o mosquito Aedes aegypti procriar devido à água parada, limpa e em pouca quantidade.

“Mesmo em muitas cidades com acesso [à rede de água], o fornecimento é intermitente”, disse o secretário. No lixo, o problema são as garrafas plásticas, tampinhas, pneus e outros recipientes onde a água da chuva se acumula com rapidez.

Apesar de admitir que o fornecimento irregular de água e a falta de recolhimento de lixo atrapalham as ações para enfrentamento da dengue, Barbosa defende que nos locais onde há ausência desses serviços é possível prevenir a doença com hábitos simples. As pessoas devem ser orientadas, por exemplo, a  tampar as caixas d`água, tirar água dos pratinhos das plantas, limpar os ralos, recolher folhas das calhas e a manter o lixo fechado.

“Não podemos esperar que todos os problemas sejam resolvidos para combater a dengue. Há problemas que podem ser resolvidos mais facilmente”, justificou o secretário.
 
Nos municípios com risco de surto de dengue, as equipes de saúde encontraram larvas do mosquito em mais de 3,9% dos imóveis visitados, índice considerado preocupante pelo ministério.  

Lista dos municípios com risco de surto de dengue:

Água Branca (PI)
Afogados da Ingazeira (PE)
Araripina (PE)
Arapiraca (AL)
Arcoverde (PE)
Bonfim (RR)
Brasileia (AC)
Buritis (RO)
Cajazeiras (PB)
Catolé do Rocha (PB)
Camaragibe (PE)
Currais Novos (RN)
Catanduva (SP)
Cuiabá (MT)
Dom Eliseu (PA)
Espigão do Oeste (RO)
Epitaciolândia (AC)
Floresta (PE)
Garanhuns (PE)
Governador Valadares (MG)
Guairá (PR)
Ilhéus (BA)
Itabuna (BA)
Itaboraí (RJ)
Jequié (BA)
Laranjeiras (SE)
Loanda (PR)
Maruim (SE)
Marabá (PA)
Mucajaí (RR)
Monteiro (PB)
Mossoró (RN)
Nova Londrina (PR)
Ouro Preto do Oeste (RO)
Piancó (PB)
Palmeira dos Índios (AL)
Parauapebas (PA)
Pacaraíma (RR)
Porto Acre (AC)
Porto Velho (RO)
Rio Branco (AC)
São Raimundo Nonato (PI)
Santa Cruz do Capibaribe (PE)
Simões Filho (BA)
Senador Guiomard (AC)
São Fidélis (RJ)
Sarandi (PR)
Tucuruí (PA)

O Ministério da Justiça assinou hoje com onze Estados fronteiriços um termo de adesão ao Plano Estratégico de Fronteiras. O ato garante acesso a uma verba de R$ 37 milhões, aprovada emergencialmente pela presidente Dilma Rousseff, para que esses Estados integrem suas estruturas policiais à estratégia nacional de segurança pública (Enafron), destinada a blindar a região contra o narcotráfico e o crime organizado.

A adesão dos Estados, segundo informou o ministro José Eduardo Cardozo, é vital para fortalecer o policiamento de faixa de 16,8 mil quilômetros que divide o Brasil de 10 países vizinhos, uma região desguarnecida por onde entram mais de 80% das drogas e armas que circulam no País. Ele anunciou que as medidas estruturantes previstas no Plano serão deslanchadas em 2012 e 2013. "Estão em jogo o estado brasileiro, nossa soberania e o interesse público", afirmou Cardozo. "Temos de estar à altura desses grandes desafios".

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Para 2011, fase inicial da Enafron, todos os Estados já apresentaram seus respectivos projetos, que se encontram em fase de análise na Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp), que articula a implementação da política junto aos órgãos de segurança dos Estados. Participam os Estados do Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia, Roraima, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Os recursos beneficiarão 68 municípios com maior vulnerabilidade.

A adesão ao Plano, segundo Cardozo, vai possibilitar a participação conjunta de União e Estados na construção de políticas uniformes e integradas de segurança pública na região de fronteira. Participaram da cerimônia os ministros Antônio Patriota (Relações Exteriores) e José Elito Siqueira (Gabinete de Segurança Institucional), além de representantes dos onze Estados.

Segundo Cardozo, a presidente encomendou a ele ênfase especial a três gargalos da segurança pública do País: o primeiro deles diz respeito à porosidade da linha de fronteira. O segundo é o caos no sistema penitenciário, onde o governo anunciou investimento de R$ 1,1 bilhão na reforma de instalações e na construção de 40 mil novas vagas. O outro é a epidemia de crack, que se espalhou das capitais para mais de 90% dos municípios brasileiros.

O Ministério da Fazenda quer apresentar ainda neste ano uma proposta para a redução da alíquota interestadual do ICMS, hoje em até 12%. A intenção é acabar com o prejuízo do produto nacional diante da guerra fiscal entre os estados, que desoneram as importações nos portos.

"A proposta que já está no Senado reduz a alíquota interestadual do ICMS somente sobre a importação. E nós, dentro do Confaz Conselho dos Secretários Estaduais de Fazenda, estamos discutindo uma proposta mais geral, para todos os produtos", disse o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa. "Nós estamos estudando uma redução dessa alíquota interestadual, mudando a tributação para mais no destino, onde foi feita a venda, do que onde foi feita a produção. Isso diminui o espaço para a guerra fiscal e tende a aumentar a arrecadação do ICMS".

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Segundo Barbosa, a competição entre os estados, com desonerações de ambos os lados, faz com que todos arrecadem menos. "É uma lógica regional de atrair mais importações para os seus portos, de atrair mais receita líquida. Só que, na prática, acaba dando um incentivo maior ao produto importado do que ao produzido no estado vizinho", salientou.

O secretário disse que quando um importado recebe desconto de 9% no ICMS no porto de um determinado estado, isso afeta diretamente a competitividade do produto brasileiro. "Na prática, isso significa que aquele produto entrou por aquele porto com uma taxa de câmbio 9% mais baixa e acaba gerando, então, uma diferença de competitividade substancial com o produto fabricado dentro do próprio Brasil."

A Fazenda tentará fechar a nova proposta na próxima reunião do Confaz, entre os dias 15 e 16 de dezembro, em São Paulo, para depois apresentá-la ao público. De acordo com Barbosa, a maioria dos estados ganha com a mudança. "E mesmo os estados que inicialmente perdem um pouco de arrecadação, no médio prazo eles acabam ganhando, porque diminui a guerra fiscal, diminuem os incentivos que eles têm que dar para compensar incentivos que os outros dão. Então, é benéfico para o Brasil", afirmou.

Na simulação do ministério, com a redução interestadual do ICMS, oito estados podem sair perdendo: Santa Catarina, São Paulo, Espírito Santo, Bahia, Amazonas, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Goiás.

"Alguns deles ainda podem sair ganhando, estamos finalizando esse números", contou. "Precisamos saber como fazer e em quanto tempo e como fazer essa transição. Sobre a direção, estão todos de acordo."

O secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, avaliou hoje que os R$ 86,6 bilhões de superávit primário (economia feita pelo governo para o pagamento dos juros da dívida pública) do Governo Central (Tesouro, Banco Central e Previdência Social) este ano até outubro equivalem a 94% da meta de R$ 91,8 bilhões para esse ano, praticamente garantindo o seu cumprimento. Já a meta do setor público consolidado - que inclui os desempenhos fiscais de Estados e municípios - é de R$ 127,9 bilhões em 2011 e pode necessitar novamente de um reforço do Tesouro.

"Este ano esperamos que Estados atinjam a meta ou fiquem muito próximos, e se não atingirem vamos completar", disse Augustin, citando que as transferências do Tesouro aos entes federativos cresceram 23,9% até outubro.

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O secretário acrescentou que o superávit primário de dezembro deverá ser alto, de acordo com a programação orçamentária para o ano. "Esperamos que a tendência de solidez fiscal continue em novembro e dezembro", avaliou. Segundo ele, a liberação de R$ 12 bilhões para novos empenhos, realizada na semana passada pelo governo, não deve afetar o resultado primário. "A liberação foi basicamente para despesas obrigatórias, em Saúde, no Bolsa Família e no Programa Brasil Sem Miséria. Não há uma mudança muito significativa em despesas discricionárias e continuamos com tendência de termos despesas contidas em 2011", completou.

Arno Augustin também disse que a prorrogação da Desvinculação das Receitas da União (DRU) é fundamental para o País e, por isso, o governo tem trabalhado para a sua viabilização no Congresso Nacional. Segundo ele, porém, o fim do instrumento não prejudicaria o resultado fiscal do governo. "A DRU tem muito mais a ver com qualidade de despesas do que com superávit primário", afirmou.

A folga financeira concedida pela presidente Dilma Rousseff a 17 Estados terá impacto, sobretudo, nas finanças públicas em 2012, quando os analistas de mercado enxergam um cenário mais complexo para o cumprimento da meta de superávit primário do setor público consolidado. Isso porque a contratação de financiamento para realização de obras é computada como despesa. Se os Estados não cumprirem a parte deles, como ocorreu no ano passado, aumenta o esforço para o governo federal, que terá que cobrir a diferença.

Apesar do risco fiscal, o governo tem optado por medidas que estimulam os investimentos no País. O ritmo tem preocupado a equipe econômica porque está abaixo do volume liberado no ano passado. Esse dinheiro também vai ajudar a reforçar os investimentos nos Estados em ano de eleições municipais.

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O ministro da Fazenda, Guido Mantega, argumentou que a medida cria um ciclo virtuoso no País porque ajuda a elevar o crescimento econômico e a arrecadação de tributos. Segundo ele, a medida está em linha com o esforço de manter a solidez fiscal. Os técnicos do Tesouro argumentam também que consideram a capacidade do Estado de cumprir o superávit fiscal para liberarem os gastos.

Dezessete Estados já receberam autorização nas últimas duas semanas para contratarem até R$ 37 bilhões em empréstimos com bancos oficiais ou organismos internacionais para financiarem obras em áreas como infraestrutura, saneamento e mobilidade urbana. Esse valor representa praticamente o montante autorizado pelo Tesouro nos últimos quatro anos. Entre 2007 e 2010, houve um aumento da dívida dos Estados de R$ 40 bilhões.

Já ganharam licença para gastar os governadores do Acre, Amazonas, da Bahia, do Ceará, de Mato Grosso, da Paraíba, de Pernambuco, do Piauí, de Rondônia, Sergipe, do Maranhão, de Alagoas, São Paulo, Minas Gerais, do Rio Grande do Sul, Paraná e Rio de Janeiro. Outros oito Estados ainda estão em negociação com o Tesouro e podem receber novo espaço para crédito nos próximos meses.

O Tesouro controla a capacidade de financiamento dos Estados e dos municípios que assinaram acordos de renegociação de dívidas com a União. Num modelo parecido com o adotado pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) para os países que pedem auxílio financeiro, eles são obrigados a seguir um rigoroso programa de ajuste fiscal (PAF). Para ganhar mais limites para novos empréstimos, precisam estar dentro das metas fixadas nos contratos com o Tesouro. Essa renegociação acontece todos os anos.

No entanto, o Tesouro não divulga abertamente os dados. Na verdade, esta é a primeira vez que o governo divulgou o valor da ampliação do limite de endividamento por Estado. Esta área no Tesouro é considerada uma caixa-preta. Para evitar ciúmes entre os governadores e acusações de favorecimento político da base aliada, o Tesouro preferia manter os dados em sigilo. Desta vez, as assinaturas dos termos de compromisso são feitas em solenidade no Palácio do Planalto.

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou hoje que a autorização concedida pela União para 17 estados ampliarem seu limite de endividamento está sincronizada com o objetivo do governo em manter a solidez fiscal e cumprir a meta de superávit primário no País. Segundo ele, os investimentos que serão contratados pelos estados irão aumentar o PIB estadual que, por consequência, fará crescer o PIB do País, o que levará a um aumento da arrecadação. "É um ciclo virtuoso", afirmou Mantega após solenidade com a presidente Dilma Rousseff e os governadores do Maranhão, de Minas Gerais, do Paraná, de São Paulo, do Rio Grande do Sul e de Alagoas para a assinatura do convênio de ampliação de crédito fiscal.

O valor anunciado, de R$ 21,3 bilhões, inclui o Estado do Rio de Janeiro. Mas como o governador Sergio Cabral não compareceu ao evento, o convênio será assinado em outro momento. "Seriam RS 6 bilhões para o Rio. É a maior liberação fiscal que o Rio já teve", afirmou Mantega. O ministro informou ainda que o estado de São Paulo recebeu uma autorização de R$ 7 bilhões, enquanto Minas Gerais recebeu um espaço fiscal de R$ 3 bilhões. O aumento do limite de endividamento para o Maranhão foi de R$ 2 bilhões, para o Paraná, de R$ 1,192 bilhão, para o Rio Grande do Sul, de R$ 1,467 bilhão e para Alagoas, de R$ 666 milhões.

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Quem apostou que a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) colocaria fim à disputa dos Estados por novos investimentos, perdeu. Em junho, seis unidades da Federação (Rio de Janeiro, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Paraná, Espírito Santo e Pará) e o Distrito Federal tiveram leis de incentivo fiscal do ICMS consideradas inconstitucionais pelo STF. A maioria, no entanto, já restabeleceu ou editou novos benefícios para atrair investimentos.

Segundo levantamento do escritório Machado Associados Advogados e Consultores, Pará, Rio de Janeiro, Mato Grosso do Sul e São Paulo reeditaram incentivos fiscais sem aprovação do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) - qualquer incentivo precisa de aprovação unânime de todos os Estados da Federação. O mesmo ocorreu com o Espírito Santo. Mas, nesse caso, o Estado reeditou um benefício fiscal de uma ação que ainda será julgada (Ação Direta de Inconstitucionalidade 3416-2), explicou o advogado Julio de Oliveira, do Machado Associados.

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O secretário de Desenvolvimento do Espírito Santo, Márcio Félix, destaca que o Estado não criou nem aumentou os incentivos concedidos. Ele apenas fez um pequeno ajuste nas regras por meio de decreto publicado no Diário Oficial. "Não houve mudança, não houve afronta. Além disso, o caso ainda não foi objeto de decisão do Supremo", destacou Félix. Mas, na avaliação de especialistas, essa também é uma forma de escapar das condenações do STF, que está julgando uma série de outras ações sobre o assunto.

Isso porque quando a decisão envolvendo um determinado decreto sai, ele já foi revogado e não existe mais. Entretanto, o incentivo continua valendo por meio de outro documento emitido pelo governo. O Estado de São Paulo, por exemplo, teve um benefício revogado antes do Supremo declarar a medida inconstitucional. O incentivo, no entanto, foi revalidado por meio de outro decreto até 31 de dezembro de 2011.

Oliveira comenta que o restabelecimento de benefícios por meio da reedição de decretos tem exigido estudos do STF para contornar a situação. Segundo ele, os ministros cogitam até mesmo a possibilidade de declarar leis ou decretos revogados inconstitucionais. "Se isso ocorresse, seria uma decisão inédita no País."

Por enquanto, o único Estado a convalidar a decisão do Supremo foi o Distrito Federal. Em reunião no Confaz, todos os Estados aprovaram a anistia dos benefícios concedidos às empresas instaladas no local. Em contrapartida, o DF se comprometeu a não dar nenhum novo incentivo sem a aprovação dos demais Estados, comenta o advogado do escritório Mattos Filho, Marco Antônio Behrndt. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Os Estados foram os principais responsáveis pelo superávit primário registrado nas contas do setor público (formado pelo governo federal, Estados, municípios e empresas estatais) de agosto, que atingiram R$ 4,561 bilhões, segundo divulgou hoje o Banco Central (BC). O superávit primário é a economia feita pelo governo para o pagamento de juros da dívida pública.

Os Estados responderam pelo resultado positivo de R$ 2,697 bilhões no mês. Os municípios fecharam agosto com zero de superávit. As contas do governo central, que englobam Tesouro, Banco Central e Previdência, ficaram com superávit primário de R$ 2,031 bilhões.

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As empresas estatais atingiram no mês um déficit de R$ 166 milhões. Enquanto as empresas estatais federais tiveram déficit de R$ 262 milhões, as estaduais registraram superávit de R$ 163 milhões e as municipais apresentaram resultado negativo de R$ 67 milhões.

No acumulado do ano, de janeiro a agosto, os governos estaduais registram superávit primário de R$ 24,408 bilhões, o equivalente a 0,92% do Produto Interno Bruto (PIB). Os municípios fizeram superávit primário de R$ 2,049 bilhões, equivalente a 0,08% do PIB. Juntos, Estados e municípios registram superávit primário de janeiro a agosto de 1% do PIB, o equivalente a R$ 26,458 bilhões.

As contas do governo central acumulam superávit no ano de R$ 68,338 bilhões, ou 2,58% do PIB. As empresas estatais têm resultado positivo de R$ 1,744 bilhão, ou 0,07% do PIB. Empresas federais contribuíram com superávit de R$ 356 milhões, as estaduais com R$ 1,238 bilhão e as empresas estatais municipais, com superávit de R$ 151 milhões.

Governadores dos estados não produtores de petróleo querem que os estados produtores reduzam para 20% o porcentual de royalties a que teriam direito já a partir de 2012. Essa foi a proposta defendida pelos governadores Cid Gomes (PSB-CE), Agnelo Queiroz (PT-DF) e Marcelo Déda (PT-SE), em reunião realizada hoje com o Ministro da Fazenda, Guido Mantega.

Para Agnelo Queiroz, a proposta apresentada pelo governo de redução da participação dos royalties dos estados produtores de 26,25% para 25% é "pouco razoável". "Vamos propor para reduzir a 20%", disse. Cid Gomes argumentou que os estados produtores não podem ter perdas "nominais além do razoável", mas defendeu que é preciso haver um meio-termo, que seria alcançado pela fixação da alíquota de 20%. "Nosso entendimento é que o máximo de participação seja destinado à totalidade dos municípios brasileiros".

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Hoje, o governo apresentou a parlamentares da base governista a proposta de redução de 30% para 20% do porcentual de royalties da União a partir de 2012, de forma a compensar estados e municípios não produtores no período de transição entre os modelos de concessão e a partilha para exploração do petróleo.

O governo federal está disposto a negociar com os Estados para "repactuar" as dívidas que eles têm com a União. Foi o que afirmou hoje a presidente Dilma Rousseff, segundo a qual as mudanças transcorridas desde o refinanciamento dos débitos mobiliários dos Estados, a partir de 1998, exigem uma alteração no "perfil" dessas dívidas.

Quando a União assumiu as dívidas, os Estados se comprometeram a pagá-las em 30 anos, prorrogáveis por mais dez, com juros em torno de 7,5% ao ano e correção pelo Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna (IGP-DI), mais uma amortização de 13% da receita líquida. Os governadores afirmam que, nesses termos, as dívidas são impagáveis e, além da renegociação, reivindicação a substituição do IGP-DI pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), usado pelo governo até para medir a inflação.

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Em encontro promovido há duas semanas em Belo Horizonte, secretários de Fazenda afirmaram que o estoque da dívida saltou de R$ 93,24 bilhões em 1998 para R$ 350,11 bilhões em 2010, um aumento de 275,5%, sendo que, neste período, os Estados desembolsaram R$ 135,21 milhões apenas com o serviço da dívida. Minas, por exemplo, desembolsa cerca de R$ 4 bilhões por ano apenas com o pagamento de juros.

Responsabilidade fiscal

 

"Quando foi feito esse processo das dívidas, o governo federal assumiu as dívidas dos Estados. E a partir daí fizeram um contrato e definiram uma taxa de juros e um prazo limite para pagamento. Agora, o Brasil mudou, a situação internacional mudou e também acredito que os Estados tiveram uma melhoria muito grande na sua atuação, (com) maior eficiência. Então, o que é importante: rever esses contratos", afirmou a presidente, em entrevista a duas rádios mineiras na base aérea da Pampulha, em Belo Horizonte.

Dilma salientou, porém, que não é possível renegociar inteiramente os contratos porque o governo federal "teria de ferir a Lei de Responsabilidade Fiscal". "Mas é possível conseguir uma série de medidas e de alterações. Por exemplo, dar outro tratamento à taxa de juros. É possível mudar o perfil dessa dívida. Em alguns casos, inclusive renegociá-la", ressaltou a presidente.

Ela observou que o Planalto está fazendo uma "atuação" junto a instituições de fomento como o Banco Mundial e o Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento (Bird) para que eles emprestem recursos aos Estados, o que, segundo ela, facilitaria o pagamento. "Porque a dívida que o Banco Mundial oferece é à taxa de juros internacionais, que são muito baixas. Seria possível o Estado tomar esse dinheiro e refazer o seu perfil de dívida", avaliou.

O governo quer adiar para o dia 5 de outubro a votação do projeto de lei que trata da distribuição dos royalties do pré-sal. A informação foi dada hoje pelo senador Wellington Dias (PT-PI), que participou de reunião no Ministério da Fazenda, com os ministros Guido Mantega, Ideli Salvatti (Relações Institucionais), técnicos do governo e parlamentares. O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, também participou do início do encontro.

Segundo Dias, ficou acertado que o governo fará duas rodadas de negociações no Congresso antes da votação: uma na semana do dia 14 de setembro e outra no dia 29 de setembro. O último acordo que envolvia a discussão sobre o projeto fixava em 22 de setembro a data para votação.

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Segundo o líder do PT na Câmara, Paulo Teixeira (PT-SP), o ministro da Fazenda ligará ainda hoje para o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), fazendo "um apelo" para a mudança da data da votação. Teixeira disse que, durante a reunião, foram discutidas várias propostas, entre elas a de aumentar a tributação sobre as petroleiras via participação especial e da cobrança dos próprios royalties.

Segundo ele, essa proposta foi apresentada hoje pelo senador Francisco Dornelles (PP-RJ) em audiência pública sobre o assunto, realizada no Senado, e reiterada na reunião no Ministério da Fazenda.

 

SENADO

O Senado realizou na manhã desta quarta-feira uma audiência pública das comissões de Assuntos Econômicos, Desenvolvimento Social e Infraestrutura do Senado Federal para discutir uma estratégia para alcançar o consenso sobre a nova legislação que vai definir critérios de distribuição dos royalties. Cerca de vinte senadores estiveram presentes, entre os quais os pernambucanos Humberto Costa (PT) e Armando Monteiro Neto (PTB). Também participaram os governadores de Pernambuco, Eduardo Campos (PE), Sérgio Cabral (RJ), Renato Casagrande (ES) e Geraldo Alckmin (SP).

“Já há um relativo consenso de que nenhuma legislação pode ser aprovada que resulte na retirada das receitas que hoje financiam os estados chamados produtores. Falta, agora, combinar uma forma na qual o pré-sal sirva para reduzir as desigualdades regionais em vez de acentuá-las. E, para isso, é preciso ver com atenção a questão dos investimentos da Petrobras, que precisam ser distribuídos de forma equilibrada pelo país”, afirmou Eduardo Campos.

A definição sobre a divisão dos royalties que serão cobrados na exploração do pré-sal pode acabar na Justiça. O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, afirmou que, se os governadores não chegarem a um acordo sobre como repartir os recursos arrecadados com a cobrança da compensação financeira e o Congresso insistir em manter a sistemática de rateio vetada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a decisão acabará nas mãos dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).

"Se o Congresso derrubar o veto, o Palácio do Planalto só tem um recurso: recorrer ao STF para ver se consegue uma solução", disse Lobão. O embate sobre os royalties voltou a ganhar espaço depois que os governadores do Norte e do Nordeste ameaçaram forçar suas bancadas no Congresso a derrubar o veto do ex-presidente Lula, caso um novo modelo de distribuição do dinheiro não seja definido até meados de julho, quando se inicia o recesso parlamentar.

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"Se o Congresso derrubar o veto, o Palácio do Planalto só tem um recurso: recorrer ao STF para ver se consegue uma solução"

Um dos porta-vozes do grupo, o governador de Sergipe, Marcelo Déda, admite que os chamados Estados produtores - como Rio e Espírito Santo - têm direito a uma parcela maior dos recursos. Porém, segundo ele, diante do potencial de petróleo a ser retirado da região, um novo modelo de distribuição precisa ser definido.

Ao sancionar a lei que definiu o modelo de exploração do pré-sal no fim do ano passado, o ex-presidente Lula acabou vetando o sistema de divisão de royalties aprovado pelos parlamentares. A fórmula previa um rateio dos recursos seguindo as regras dos fundos de participação de Estados e municípios (FPE e FPM), o que provocaria uma grande perda de receita para os cofres fluminense e capixaba.

Em seu lugar, Lula enviou um projeto restabelecendo a divisão acordada entre o Planalto e os governadores do Rio e do Espírito Santo em novembro de 2009. A proposta está encalhada na Comissão de Minas e Energia da Câmara desde o início do ano. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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