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Integrantes da CPI da Petrobras pretendiam nesta quinta-feira, 27, votar a convocação do empresário Marcos Valério, condenado no mensalão, para ele explicar fatos relacionados ao esquema de corrupção na estatal. A ideia era votar o requerimento sobre Valério na mesma sessão que decidiria sobre convocações de presos da Operação Lava Jato.

A oposição, porém, foi "atropelada" por pedido do deputado Ivan Valente (PSOL-SP), que apresentou primeiro requerimento de acareação entre o doleiro Alberto Youssef e o operador do PMDB no esquema de corrupção na estatal Fernando "Baiano" Soares.

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Com o anúncio da votação nominal da acareação envolvendo um nome que poderia comprometer peemedebistas, a sessão se esvaziou e o requerimento sobre Youssef e Baiano não foi aprovado por falta de quórum. Assim, também não foi possível votar a convocação de Valério, iniciativa do tucano Izalci (DF).

Membros da CPI dizem que Valério está "doido para falar" desde que foi condenado no mensalão e esta seria a chance para ele explicar fatos que envolvem o ex-presidente Lula e o esquema na Petrobras. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O empresário Marcos Valério Fernandes de Souza foi condenado pela Justiça Federal em Minas Gerais a mais nove anos e seis meses de prisão em duas ações por sonegação fiscal no valor total de R$ 55,9 milhões. Marcos Valério já cumpre pena de 37 anos de prisão por corrupção ativa, peculato, lavagem de dinheiro e evasão de divisas em condenação dentro do processo do mensalão do PT. O empresário está preso desde novembro de 2013. Atualmente a sentença está sendo cumprida na Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, Na Região Metropolitana de Belo Horizonte.

O advogado de Marcos Valério, Marcelo Leonardo, afirmou que vai recorrer das decisões. "Trata-se de uma condenação injusta fruto de perseguição feita pela Receita Federal, que fez várias autuações descabidas contra Valério". As duas ações por sonegação foram apresentadas à Justiça pelo Ministério Público Federal (MPF). A de valor mais elevado, R$ 54 milhões, conforme contas da Receita Federal citadas pelos procuradores, é referente às agências de publicidade DNA Propaganda e SMP&B Comunicação, utilizadas para abastecer os esquemas de desvios de dinheiro do mensalão do PT e do mensalão do PSDB.

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Além de Marcos Valério, também foram acusados pelo Ministério Público Federal nesta ação a mulher do empresário, Renilda Santiago, e seus sócios nas duas empresas, também condenados no mensalão, Ramon Hollerbach Cardoso, Cristiano de Mello Paz e Francisco Marcos Castilho Santos. No entanto, na ação por sonegação, apenas Valério foi considerado culpado. A pena foi de quatro anos, oito meses e 20 dias de reclusão. A decisão foi da juíza Simone dos Santos Lemos Fernandes da 35ª Vara Federal.

Destruição

Nesta mesma ação por sonegação, o empresário, juntamente com o contador das empresas, Marco Aurélio Prata, e seu irmão, o policial civil aposentado Marco Túlio Prata, foram acusados de destruição de documento público. A denúncia surgiu a partir de um mandado de busca e apreensão por tráfico de drogas na casa de Marco Túlio, em 14 de julho de 2005, quando policiais civis encontraram notas fiscais da DNA e da SMP&B, relativas aos anos de 1998 a 2004, sendo queimadas em dois tambores.

Foi apurado, conforme a sentença, "que a omissão de receitas teria lastro em notas fiscais emitidas com base em autorizações de impressão de documentos fiscais (AIDFs) da prefeitura de Rio Acima", na Grande Belo Horizonte, onde funcionava uma filial da SMP&B. O município, no entanto, não reconheceu os papeis, que foram considerados falsos. A suspeita foi confirmada por perícia do Instituto Nacional de Criminalística.

Outras 14 caixas de documentos também foram encontradas dentro da casa do ex-policial. Conforme o MPF, a queima dos papeis tinha como objetivo destruir provas da sonegação dos R$ 54 milhões. Em relação a esse crime, porém, não houve condenação de Valério. O entendimento foi que a destruição dos documentos foi "mera conduta-meio necessária à consumação do delito de sonegação fiscal".

Já Marco Túlio foi condenado a um ano e seis meses de prisão. Marco Aurélio teve a sua pena extinta depois de fazer acordo para suspensão condicional do processo. Na prática, o acusado se comprometeu a cumprir determinações da Justiça, que pode ser, por exemplo, o comparecimento periódico ao tribunal.

Na segunda ação, Marcos Valério foi condenado novamente a quatro anos e oito meses de prisão por sonegação fiscal do Imposto de Renda de pessoa física. O valor não pago ao Fisco foi de R$ 1,9 milhão nos exercícios de 2004 e 2005. Conforme o Ministério Público, os valores declarados à Receita foram muito inferiores às movimentações realizadas em contas-correntes que o empresário mantinha em conjunto com sua esposa.

Além disso, conforme o MPF, foram encontrados créditos nas contas sem identificação de origem. Intimados pela Receita, o empresário não apresentou documentação que mostrasse a origem dos recursos. Também nesse caso a mulher de Valério foi absolvida. Segundo o juiz responsável pelo caso Jorge Gustavo Serra de Macêdo Costa, da 11ª Vara Federal, Renilda Santiago não exercia "atos de gestão" e não tinha conhecimento dos negócios financeiros de Marcos Valério.

O líder do PSDB na Câmara dos Deputados, Antônio Imbassahy (BA), vai pedir explicações ao ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, sobre as providências adotadas pelo órgão após depoimento de 2012 do empresário Marcos Valério, condenado no processo do mensalão. Na ocasião, Valério afirmou que dirigentes do PT pediram a ele R$ 6 milhões que seriam destinados ao empresário Ronan Maria Pinto.

Segundo o depoimento de Valério em 2012, o dinheiro serviria para encerrar suposta chantagem sobre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o então secretário da Presidência, Gilberto Carvalho, e o então ministro da Casa Civil, José Dirceu.

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Por meio de nota, o PSDB informou que pedirá requerimento de informações amanhã, dia 25, por meio da Lei de Acesso à Informação, questionando detalhes sobre as medidas adotadas após a denúncia.

"Queremos saber que andamento foi dado às denúncias que agora parecem se confirmar, após a apreensão no escritório de Youssef de um contrato de empréstimo entre Marcos Valério e uma empresa de Ronan exatamente no mesmo valor denunciado à época", afirmou Imbassahy, em nota.

Conforme noticiado pelo Estado neste fim de semana, a polícia federal apreendeu no escritório da contadora do doleiro Alberto Youssef contrato de empréstimo de 2004 no valor de R$ 6 milhões entre Marcos Valério e uma empresa de Ronan, empresário de Santo André.

O líder do PSDB aponta que a imprensa noticiou que, em 2012, após as denúncias, a presidente Dilma Rousseff deu ordens a Cardozo e outros ministros para realizarem ação coordenada na tentativa de desqualificar o depoimento prestado por Valério. "Mas qual terá sido o procedimento tomado por aquele que um dia vangloriou-se de não ignorar nem engavetar as denúncias que recebe? Ele não pode agora desqualificar a própria Polícia Federal", completou o líder tucano, em nota.

Com as informações recentes, o tucano destaca "parecer claro" que o Supremo Tribunal Federal julgou apenas "um dos braços do mensalão". "A operação Lava Jato tem revelado outros desdobramentos de uma organização criminosa que não estava entranhada no Estado brasileiro, mas dele fazia parte - e sua última grande vítima foi justamente a Petrobras", completou.

O empresário Marcos Valério Fernandes de Souza e seus ex-sócios Ramon Hollerbach e Cristiano Paz sofreram mais um revés na Justiça. Já presos para cumprirem penas impostas pelo Supremo Tribunal Federal por envolvimento no mensalão, foram condenados a novas penas de 9 anos e 2 meses de prisão e pagamentos de multa de R$ 181 mil cada pelas acusações de lavagem de dinheiro e evasão de divisas no esquema do mensalão mineiro.

Em fevereiro, Valério e seu ex-advogado Rogério Tolentino já haviam sido condenados a 2 anos de prisão cada no mensalão mineiro. Pela participação no esquema federal, Valério cumpre pena de 37 anos e 5 meses de prisão e Tolentino, de 6 anos e 2 meses.

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Segundo o Ministério Público Federal em Belo Horizonte, Valério e seus ex-sócios nas agências SMPB e DNA foram acusados, nesta ação, de enviar ilegalmente para o exterior mais de US$ 628 mil (cerca de R$ 1,4 milhão) por meio da Beacon Hill Service Corporation junto ao JP Morgan Chase Bank, em Nova York, e da subconta da Lonton, offshore constituída em paraíso fiscal para captação de recursos administrados por doleiros.

A juíza Rogéria Maria Castro Debelli, da 4.ª Vara Federal em Belo Horizonte, considerou que, "pela análise da documentação constante dos autos, resulta certa a autoria dos ilícitos, bem como inconteste a prova da materialidade dos mesmos".

Na sentença, proferida no início do ano e divulgada ontem, a juíza ressaltou que os recursos vieram de "uma estrutura organizada para favorecer a chapa composta por Eduardo Azeredo e Clésio Andrade na campanha ao pleito de governador do Estado de Minas Gerais em 1998, por meio do desvio de verbas públicas e obtenção de recursos privados, em cuja implementação eram peça-chave as empresas DNA Propaganda Ltda., SMPB Comunicação Ltda. e seus sócios". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Justiça Federal em Minas Gerais condenou o empresário Marcos Valério Fernandes (por corrupção ativa) e o advogado Rogério Tolentino (corrupção passiva) por envolvimento no processo do mensalão mineiro - esquema de desvio de recursos para financiamento da campanha de Eduardo Azeredo (PSDB) e Clésio Andrade (PMDB) ao governo de Minas Gerais em 1998, segundo a denúncia da Procuradoria-Geral da República. Azeredo e Clésio também são denunciados, mas seus julgamentos ocorrem no STF, em Brasília.

A pena, tanto para Valério como para Tolentino, foi de 4 anos e 4 meses de prisão. Os dois podem recorrer. A decisão é da 4ª Vara Criminal Federal de Belo Horizonte e se refere a ação penal derivada do Inquérito Policial nº 2280, que trata dos fatos ligados ao mensalão mineiro no âmbito da Justiça Federal.

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Considerado o embrião do mensalão do PT, que desviou cerca de R$ 100 milhões para compra de apoio de parlamentares no Congresso, o mensalão mineiro é descrito na sentença como um esquema que se caracterizou "pelo desvio de verbas públicas e obtenção de recursos privados por meio de superfaturamento de contratos de publicidade junto a órgãos do governo de Minas". Ao todo foram desviados R$ 9,2 milhões, segundo denúncia da Procuradoria-geral da República.

Fraudulento

Considerado operador do mensalão petista, cujo envolvimento lhe custou condenação a 40 anos de prisão, Valério é descrito, no caso mineiro, como o responsável pela obtenção de empréstimos bancários fraudulentos, simulação de serviços para "esquentar" o dinheiro e para distribuição de valores não contabilizados oficialmente para facilitadores da campanha.

Segundo a denúncia do Ministério Público Federal, Rogério Tolentino, que atuava como juiz do Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais, recebeu R$ 303 mil de Valério para dar decisões favoráveis aos então candidatos Azeredo e Andrade, que disputavam a eleição para o governo estadual. Tolentino atuou no TRE-MG entre abril de 1998 e agosto de 2000. Nesse período, segundo a sentença, ele "votou sistematicamente em prol das teses sustentadas pelo partido do candidato Eduardo Azeredo e seu vice, ainda que ao final não tenham sido todas acatadas pelo órgão colegiado".

A defesa de Tolentino afirmou nos autos que os pagamentos foram frutos de prestação de serviços advocatícios prestados a Marcos Valério. O advogado de Tolentino, que recebeu pena de 6 anos no mensalão federal, não foi localizado.

O advogado de Marcos Valério, Marcelo Leonardo, disse que até a noite desta sexta não tinha conhecimento oficial da condenação e que estranhava a decisão porque o processo do mensalão mineiro corre na Justiça estadual "e está longe de ter sentença". E avisou: "Se tiver condenação, vamos recorrer".

Preso em novembro após ter sido condenado no processo do mensalão, o empresário Marcos Valério tem uma dívida com a União que supera a negociação do atacante Neymar com o Barcelona, tida, após a divulgação recente de informações, como a maior da história do futebol. Dados da Lista de Devedores da Dívida Ativa da União consultados pelo jornal O Estado de S. Paulo revelam que Valério possui, pessoalmente ou em conjunto com pessoas próximas dele ou empresas usadas no esquema, débitos no valor de R$ 293 milhões. A transação de Neymar custou R$ 283 milhões ao time catalão.

A dívida do operador do mensalão pode crescer em breve, pois ele não pagou os R$ 4,4 milhões da multa imposta pelo Supremo Tribunal Federal. O prazo para o pagamento terminou no dia 20. Se não quitá-la, Valério também terá essa multa inscrita na Dívida Ativa da União.

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Na lista da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, Marcos Valério tem atualmente 35 inscrições de dívidas para serem pagas. A maior delas refere-se à falta de pagamento de tributos não previdenciários no valor de R$ 96,7 milhões. Essa autuação é cobrada dele, da ex-mulher Renilda Santiago, dos antigos sócios Cristiano Paz e Ramon Hollerbach, também presos após condenação pelo Supremo, e da SMPB Comunicação, agência de publicidade usadas no esquema.

Outros dois condenados no processo do mensalão constam da lista de devedores: o ex-advogado e ex-sócio de Valério, Rogério Tolentino - também presos - e o corretor Breno Fischberg, que aguarda em liberdade apreciação de um recurso sobre se terá direito a um novo julgamento. O maior devedor, pessoal ou solidariamente, é Hollerbach, com R$ 177 milhões.

A cobrança das dívidas é feita tanto por via administrativa como por via judicial e ocorre nos casos em que não há questionamento sobre os valores exigidos. A adesão a parcelamento de dívidas, como é o caso do Programa de Recuperação Fiscal (Refis), acarreta a exclusão automática do devedor da lista. Ou seja, a dívida divulgada na internet do operador do mensalão - e também dos outros envolvidos - não está sendo contestada e nem houve adesão a algum programa de parcelamento. Ela também se refere apenas a débitos federais.

Marcos Valério virou alvo de ações de execução fiscal movidas pela Fazenda Nacional na Justiça Federal de Minas Gerais desde 2001, quatro anos antes do escândalo do mensalão. No período foram apresentadas 13 ações com cobranças de dívidas previdenciárias, de tributos como Contribuição para Financiamento da Seguridade Social (Cofins), Imposto de Renda pessoal de Valério ou das empresas do grupo dele. A maioria corre na Justiça sem resolução. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O ministro Luis Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que a Procuradoria-Geral da República (PGR) apresente as alegações finais na Ação Penal 536, processo conhecido como mensalão mineiro. Esta é a última fase antes de o processo ficar pronto para julgamento. Toda a parte de instrução do processo, como depoimentos de testemunhas de defesa e de acusação, foi concluída.

A expectativa é que ação seja julgada pelo plenário da Corte neste ano. O despacho do ministro foi assinado na última quinta-feira (15). São apurados supostos desvios de dinheiro público durante a campanha de reeleição do deputado Eduardo Azeredo (PSDB-MG) ao governo de Minas Gerais, ainda em 1998. Após as conclusões da procuradoria, o processo seguirá para as alegações finais da defesa.

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De acordo com denúncia da PGR, aceita pelo Supremo em 2009, o parlamentar é acusado dos crimes de peculato e lavagem de dinheiro. Segundo a procuradoria, o então candidato teria se beneficiado de recursos oriundos do suposto esquema que envolveu a empresa de publicidade SMP&B, de propriedade do publicitário Marcos Valério, condenado na Ação Penal 470, o processo do mensalão. Outros acusados respondem às acusações na primeira instância da Justiça de Minas, porque não possuem foro privilegiado.

Na época em que a denúncia foi recebida, Azeredo negou todas as acusações e disse que não há qualquer documento que confirme o uso de recursos de caixa dois na sua campanha à reeleição. O parlamentar também disse que nunca autorizou repasses para dinheiro para as empresas de Marcos Valério.

A Vara de Execuções Penais (VEP) do Distrito Federal determinou, nesta segunda (6), que mais quatro condenados na Ação Penal 470, o processo do mensalão, paguem as multas determinadas nas condenações. Somados todos os valores, eles terão que desembolsar cerca de R$ 10 milhões. Os débitos devem ser pagos em dez dias, e foram definidos durante o julgamento.

Conforme a decisão, o publicitário Marcos Valério terá que pagar R$ 3,06 milhões; Ramon Hollerbach e Cristiano Paz, ex-sócios de Valério, vão pagar R$ 2,79 milhões e R$ 2,53 milhões, respectivamente. O ex-deputado federal Valdemar Costa Neto foi multado em R$ 1,08 milhão. O pagamento deverá ser feito após os advogados dos condenados serem notificados da decisão.

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Vale lembrar que o ex-deputado José Genoino também foi penalizado com a multa. Ele deve pagar o valor de R$ 468 mil.

 

 

O procurador-geral de República em exercício, Eugênio Aragão, enviou nesta sexta-feira, 03, ao Supremo Tribunal Federal (STF) parecer em que é favorável ao pedido de transferência do publicitário Marcos Valério para Contagem (MG). A mudança ainda depende de uma decisão do presidente do STF, ministro Joaquim Barbosa.

Atualmente, o empresário, considerado como operador do esquema do mensalão, está preso na Penitenciária da Papuda, no Distrito Federal. Ele foi condenado no julgamento do mensalão a 40 anos, um mês e seis dias de prisão em regime fechado, além do pagamento de uma multa de R$ 2.783.800.

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O pedido de mudança de presídio foi entregue ao Supremo pelos advogados do publicitário na véspera do Natal, no último dia 23 de dezembro. De acordo com Marcelo Leonardo, advogado do preso, as viagens semanais de Belo Horizonte a Brasília feitas pela família são muito onerosas. Outro motivo apresentado pela defesa é a idade avançada da mãe de Valério, que não teria condições de viajar de avião para visitar o filho.

Para o procurador-geral em exercício, Eugênio Aragão, a documentação apresentada pelos advogados de defesa detém os "requisitos legais" para a transferência prisional do empresário. No parecer, Aragão também lembra que a jurisprudência existente confere ao preso a "execução da pena em local que lhe possibilite o convívio familiar".

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, pediu ao Ministério Público que, em três dias, envie parecer sobre o pedido de transferência feito pelo empresário Marcos Valério para Belo Horizonte (MG). Somente depois de analisado o parecer, Barbosa decidirá se autoriza a transferência de Valério, preso no complexo penitenciário da Papuda, em Brasília, para Belo Horizonte.

Valério cumpre pena de 37 anos e 5 meses pela prática dos crimes de corrupção, peculato, lavagem de dinheiro e evasão de divisas por envolvimento no mensalão. De acordo com a acusação, Valério era o operador do esquema de corrupção, ocorrido no governo de Luiz Inácio Lula da Silva.

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Preso em Brasília desde 15 de novembro, Valério pediu na semana passada transferência para o presídio Nelson Hungria, na região metropolitana de Belo Horizonte. A defesa de Valério argumenta que a família tem arcado com altos custos para visitá-lo na cadeia.

Para o mesmo presídio foram também transferidos dirigentes do Banco Rural - José Roberto Salgado e Vinícius Samarane. Do total de presos, sete já foram transferidos.

A pena total imposta pelo Supremo a Valério foi de 40 anos, 4 meses e 6 dias. A condenação pelo crime de formação de quadrilha ainda é contestada em recurso da defesa. Por essa razão, ele cumpre as penas pelos outros quatro crimes praticados.

O empresário Marcos Valério, condenado pelo esquema do mensalão, solicitou transferência de Brasília para Belo Horizonte. O pedido foi entregue ao Supremo Tribunal Federal (STF) na segunda-feira (23).

Valério foi condenado a 40 anos, um mês e seis dias de prisão em regime fechado, além do pagamento de uma multa de R$ 2.783.800. De acordo com Marcelo Leonardo, advogado do preso, as viagens semanais de Belo Horizonte a Brasília feitas pela família são muito onerosas. Outro motivo apresentado pela defesa é a idade avançada da mãe de Valério, que não teria condições de viajar de avião para visitar o filho.

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Até o momento, o Supremo concedeu transferência para oito condenados no processo do mensalão. O advogado de Valério informou que já havia solicitado uma vaga no sistema prisional mineiro e obteve resposta positiva. A vaga foi disponibilizada na penitenciária de segurança máxima Nelson Hungria, onde também estão os ex-dirigentes do Banco Rural José Roberto Salgado e Vinícius Samarane. O presídio é o mesmo onde cumpre pena o ex-goleiro Bruno Fernandes, condenado pelo assassinato e omissão do cadáver de Elisa Samudio.

A decisão pela transferência agora depende do presidente do STF, Joaquim Barbosa, que responde pelo plantão da Corte durante o recesso de fim de ano.

Marcelo Leonardo informou ainda que o pedido não tem nenhuma relação com o tratamento dado a seu cliente em Brasília. Segundo ele, Valério não fez nenhuma reclamação sobre a penitenciária da Papuda, onde se encontra atualmente.

Os presos do mensalão em Belo Horizonte acabam de deixar a Polícia Federal rumo ao IML. De lá, eles seguirão para a Base Aérea da Pampulha, com destino a Brasília. Dos sete detidos em Belo Horizonte, cinco são homens. Eles passaram a noite na sede da Polícia Federal em uma única sela, sem banheiro. Já Kátia Rabelo, do extinto Banco Rural, e Simone Vasconcelos ocuparam outro espaço, com direito a banheiro privativo.

Além de Marcos Valério, os outros quatro presos que dividiram uma única sela na Polícia Federal em Belo Horizonte são Cristiano Paz, Romeu Queiroz, Ramon Hollerbach e José Roberto Salgado. Hoje pela manhã, os condenados receberam visitas de parentes, amigos e de advogados.

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O ex-ministro Antonio Palocci (Fazenda) entregou à Polícia Federal, na última quinta-feira (10), certidão do Palácio do Planalto para tentar neutralizar acusação contra ele feita pelo empresário Marcos Valério, operador do mensalão. Em depoimento à Procuradoria-Geral da República (PGR), no dia 24 de setembro, Valério afirmara que ele e Palocci participaram de reunião, em 2005, com o então presidente Lula no Planalto e com o presidente da Portugal Telecom, Miguel Antônio Igrejas Horta e Costa, para tratar do repasse de recursos ilícitos para o PT, no montante de R$ 7 milhões.

A defesa do ex-ministro apresentou à PF um documento subscrito por Giles Carriconde Azevedo, chefe do Gabinete Pessoal da Presidência da República, em que ele atesta que "nos registros existentes não consta qualquer informação acerca da realização de audiência ou reunião na qual tenham participado o sr. presidente Lula, o sr. Antonio Palocci e o sr. Miguel Horta".

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Para o criminalista Marcelo Leonardo, defensor de Marcos Valério, o alcance do documento é questionável, já que várias agendas de ministros no Planalto não são divulgadas. "O fato de não haver registros da reunião não significa que ela não ocorreu. Historicamente há informações de reuniões sem registro no Palácio."

Em 2008, por exemplo, a ex-secretária da Receita Federal Lina Vieira revelou ter participado de um encontro com a então ministra da Casa Civil Dilma Rousseff em que fora discutida uma pendência sobre fiscalizações do Fisco envolvendo Fernando Sarney, filho do então senador José Sarney. O Palácio e Dilma negaram o encontro. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Polícia Federal pediu ajuda para rastrear a movimentação de contas bancárias no exterior que, segundo o publicitário Marcos Valério, um dos condenados no esquema do mensalão, foram utilizadas pelo PT para receber doações ilegais que bancaram despesas da campanha presidencial de 2002, segundo reportagem na edição desta semana da revista Veja.

Em depoimento à Procuradoria-Geral da República, em setembro do ano passado, diz a revista, Valério forneceu aos procuradores os números de três contas usadas para receber US$ 7 milhões da Portugal Telecom, gigante do setor de telefonia com negócios no Brasil e interesse em se aproximar do governo recém-empossado. O operador do mensalão teria afirmado que a doação foi acertada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e os ex-ministros José Dirceu e Antonio Palocci, e que ele cuidou pessoalmente da operação em Lisboa.

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Os depósitos teriam sido feitos por fornecedores da Portugal Telecom em Macau, no sul da China. As três contas serviriam para pagar dívidas contraídas pelo PT na campanha que elegeu Lula. Ainda de acordo com a reportagem, a PF e o Ministério Público decidiram seguir o rastro do dinheiro, solicitando primeiro à Justiça autorização para quebras o sigilo das contas bancárias dos supostos beneficiários. Depois, a PF requereu ao Departamento de Recuperação de Ativos (DRCI), órgão ligado ao Ministério da Justiça, que acionasse os países envolvidos para conseguir acesso às informações sobre os titulares das contas, os saldos e detalhes da movimentação.

Também de acordo com Veja, a polícia espera descobrir se a história narrada por Valério de fato é verdadeira. Se confirmada, a etapa seguinte é a identificação dos depositantes e os destinatários finais do dinheiro.

Ainda segundo a publicação, em breve o ex-presidente Lula será intimado a prestar esclarecimentos ao Ministério Público Eleitoral, mas sobre uma suposta doação não declarada de R$ 1 milhão feita pela Usiminas também à campanha presidencial de 2002. Em seu depoimento, diz a revista, Valério contou que intermediou a doação da siderúrgica.

Um impasse sobre qual pena deverá ser aplicada ao publicitário Marcos Valério no processo do mensalão fez com que os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) adiassem para a próxima semana a conclusão da análise dos embargos apresentados pelo réu.

Valério é considerado com o operador do esquema de compra de parlamentares no Congresso ocorrido no governo do ex-presidente Lula.

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Durante a análise dos recursos do publicitário nesta quinta-feira, 22, o presidente do STF e relator do processo, Joaquim Barbosa, apontou "discrepâncias" nos valores das penas previstas a Valério pelos crimes de corrupção ativa e lavagem de dinheiro. O problema deve-se ao fato de que no voto vencedor, proferido no ano passado pelo ministro revisor Ricardo Lewandowski, há o valor de 30 dias multa para o crime de corrupção. Na ementa do acórdão, o valor é de 93 dias multa. Em uma proposta de reajuste feita pelo ministro consta um terceiro montante de 186 dias multa. Valores diferentes também constariam no dosimetria relativa à lavagem de dinheiro.

Na discussão entre os ministros sobre a aplicação das penalidades ao réu, o único consenso foi quanto ao valor da multa dia que passou de 15 salários mínimos para 10.

Lewandowski foi incumbido de trazer na próxima sessão, prevista para quarta-feira, 28, os valores que entende ser os corretos para as penas. Além dos dois crimes, Valério também foi condenado por formação de quadrilha, peculato e evasão de divisas. A pena prevista é de 40 anos de prisão mais o pagamento de multa de R$ 2,7 milhões.

Antes do debate sobre os valores das penas que deveriam ser aplicadas, os ministros rejeitaram os demais recursos apresentados pelo réu.

De acordo com o Ministério Público, ele criou o esquema que ajudar a financiar o PT e outros partidos, desviando recursos obtidos com contratos de publicidade firmados com o Banco do Brasil e a Câmara dos Deputados e usando empréstimos fraudulentos dos bancos Rural e BMG para disfarçar a origem do dinheiro.

Nos embargos, Valério questionou 11 pontos da decisão dos ministros que segundo ele tomaram decisão de forma açodada em "virtude da pressão da mídia".

"Senhores Ministros a rápida revisão dos seus votos e de suas intervenções no julgamento, o acórdão publicado, apesar de ter 8.405 folhas, revela-se rico em omissões que o tornam padecedor de obscuridade a justificar estes embargos declaratórios", diz trecho do recurso.

Entre as questões levantadas pela defesa do publicitário também está a possível contradição na não absolvição de Valério pelo crime de evasão de divisas. Os advogados dos réus alegam que assim como os publicitários Duda Mendonça e Zilmar Fernandes, Valério também deveria ter sido inocentado por esse crime.

O ministro Joaquim Barbosa contestou os questionamentos e afirmou que ao contrário de Valério, Mendonça e Fernandes foram absolvidos pelo crime de evasão de divisas pelo fato de manterem depósitos não declarados no exterior o que seria "bem diferente" do realizado pelo réu.

No embargo, a defesa de Valério, pondera ainda que ele teria contribuído para as investigações e por isso deveria ter a pena reduzida.

Barbosa discordou dizendo que o réu ao contrário do que alega criou obstáculos com eliminação de documentos, falsificação das contabilidades das empresas envolvidas no esquema, entre outros.

Operador do mensalão e condenado a mais de 40 anos de prisão, o publicitário Marcos Valério Fernandes de Souza encaminhou nesta quarta-feira ao Supremo Tribunal Federal (STF) um extenso recurso em que pede a anulação do resultado do julgamento e onde responsabiliza "a pressão da mídia" e a atuação do presidente da Corte, Joaquim Barbosa, pelas "omissões" do acórdão.

Marcos Valério apontou 11 pontos obscuros, omissões ou contradições no julgamento que começou em agosto e só terminou em dezembro. Entre eles, o fato de a decisão publicada oficialmente ter excluído vários trechos dos votos dos ministros Celso de Mello e Luiz Fux. Ele também sustenta que o ministro autor de um voto de 419 folhas não foi identificado. Segundo o advogado Marcelo Leonardo, isso torna obscura a publicação da decisão.

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Na prática, Marcos Valério quer um novo julgamento. Ele afirma que deveria ter sua pena reduzida em dois terços por ter colaborado com as investigações. O advogado Marcelo Leonardo observou que o ex-deputado Roberto Jefferson teve a sua pena reduzida por ter colaborado. "Roberto Jefferson se limitou a indicar o nome de Marcos Valério enquanto que o meu cliente entregou uma lista com os nomes dos beneficiários e os respectivos valores", afirmou o advogado.

A maioria dos condenados por participar do mensalão deixou para recorrer na última hora contra a decisão do STF que reconheceu a existência de um esquema de compra de votos no Congresso e puniu 25 réus.

A defesa de Marcos Valério também questiona o fato de o Supremo ter recusado um pedido para desmembrar o processo. Se o requerimento tivesse sido aceito, a ação contra os réus que não têm mandato parlamentar deveria ter sido transferida para a Justiça de Primeira Instância. Conforme o advogado, ao recusar o desmembramento, houve uma contradição já que no meio do julgamento, por causa de um erro na instrução do processo, foi determinado o encaminhado do processo contra o corretor Carlos Quaglia para a 1ª Instância.

Além do operador do mensalão, recorreram até agora o ex-ministro José Dirceu, o deputado federal Valdemar Costa Neto (PR-SP), o advogado Rogério Tolentino, o publicitário Cristiano Paz e Simone Vasconcelos, ex-funcionária de Marcos Valério.

O procurador regional eleitoral Renato Brill de Góes, que atua perante o Tribunal Regional Eleitoral do Distrito Federal, decidiu remeter nesta terça-feira um pedido de investigação de suposta prática de crime eleitoral pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para duas frentes diferentes. Após verificar que não há nenhuma autoridade com foro privilegiado que justificaria sua atuação, Brill de Goés enviou para o promotor eleitoral que atua na 1ª Zona Eleitoral da capital o pedido para apurar a suspeita de que houve crime de falsidade ideológica na prestação de contas da campanha de Lula em 2002.

Segundo informações da assessoria de imprensa da Procuradoria Regional da República na 1ª Região (PRR-1), a investigação terá como base o relato feito pelo publicitário Marcos Valério à Procuradoria Geral da República durante o julgamento do mensalão, no qual ele foi condenado a 40 anos de prisão. A apuração deve envolver, segundo a assessoria, a Usiminas.

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Pelos mesmos fatos, o procurador regional eleitoral mandou para a Procuradoria Geral Eleitoral o pedido para apurar se houve alguma irregularidade de natureza cível cometida pela campanha presidencial.

A Procuradoria da República no Distrito Federal abriu seis procedimentos para investigar as acusações feitas pelo empresário Marcos Valério Fernandes de Souza no depoimento prestado em 24 de setembro de 2012. Condenado pelo Supremo como o operador do mensalão, ele acusou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva de ter se beneficiado pessoalmente do esquema. O petista classificou o depoimento, prestado sigilosamente à Procuradoria-Geral, como mentiroso.

Após análise do depoimento, que durou cerca de duas semanas, os procuradores da República em Brasília concluíram pela existência de oito fatos tipificados, em tese, como crimes que exigem mais apuração.

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Dois já estão em investigação em outros inquéritos instaurados no âmbito do Ministério Público Federal. Os novos seis procedimentos preliminares foram distribuídos para procuradores diferentes, todos com atuação na área criminal. Quem ficar responsável pelo caso poderá pedir a abertura de inquérito a fim de produzir novas provas ou poderá optar por arquivar as acusações, caso não veja indícios suficientes para oferecer uma denúncia.

No depoimento prestado em 24 de setembro do ano passado, cuja íntegra de 13 páginas foi obtida pela reportagem, Marcos Valério coloca o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no centro das acusações do mensalão.

O empresário afirma que o petista, que não tem mais foro privilegiado, deu "ok" para os empréstimos bancários que viriam a irrigar os pagamentos de deputados da base aliada e campanhas políticas de aliados ao governo.

O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, esperou o fim do julgamento do mensalão para despachar o depoimento. Ele temia que o depoimento fosse apenas uma manobra do empresário para atrapalhar o julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF). Valério foi condenado a mais de 40 anos de prisão. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Justiça Federal decretou em caráter liminar o bloqueio de R$ 14,12 milhões do empresário Marcos Valério e de outros 11 acusados - entre eles três delegados da Polícia Federal e quatro advogados. Condenado a 40 anos de prisão no julgamento do mensalão, Valério responderá agora por improbidade administrativa sob acusação de coordenar em 2008 um esquema de espionagem, fraude e ameaças contra dois fiscais de rendas do Estado de São Paulo que pretendiam aplicar multa de R$ 95 milhões à cervejaria de um amigo dele, Walter Faria.

A juíza Anita Villani, da 1.ª Vara Federal em Santos, decretou ainda a quebra do sigilo fiscal e bancário de Valério e seus parceiros.

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Em 119 páginas, o procurador da República Andrey Borges de Mendonça reconstitui passo a passo o envolvimento de Valério na trama. Ele transcreve diálogos de Valério interceptados pela PF no âmbito da Operação Avalanche, desencadeada em outubro daquele ano - na ocasião ele ficou preso por quase três meses.

A ação de improbidade é um desdobramento do processo criminal da Avalanche. O procurador destaca a "capacidade de comando" de Valério e requereu a decretação de indisponibilidade de bens dele e dos outros, de maneira solidária, naquele montante. O cálculo para os R$ 14,12 milhões foi feito a partir do que seria pago aos federais pelo inquérito forjado, R$ 3 milhões, acrescido do valor referente ao enriquecimento ilícito e multa.

Andrey Mendonça anexou cerca de mil páginas de provas documentais. Requereu afastamento do cargo de dois delegados da PF que estão na ativa - Antonio Hadano e Silvio Salazar - medida rejeitada pela juíza -, e cassação da aposentadoria de um delegado.

A juíza Anita Villani observou. "Há robustos elementos a indicar a prática de atos de improbidade administrativa pelos réus que, mediante contraprestação de vultosa quantia, atuaram em desrespeito aos deveres da função (para os servidores), ou induziram e concorreram para tal conduta (para os demais réus, não servidores), prejudicando pessoas inocentes com a instauração de inquérito policial sabidamente forjado."

Para a juíza, "as transcrições dos áudios demonstram a participação dos réus e seu conhecimento acerca dos fatos, demonstram que receberam valores elevados para praticarem os atos de improbidade". O procurador relata que Valério e o advogado Rogério Tolentino, também condenado no mensalão, "arquitetaram esquema de desmoralização e difamação" dos fiscais Antonio Carlos de Moura Campos e Eduardo Fridman que lavraram autuação da Cervejaria Petrópolis. Segundo a PF, Valério e Faria cooptaram os delegados e outros policiais, a quem iriam pagar R$ 3 milhões pelo falso inquérito contra os fiscais.

A Inteligência da PF grampeou ligação de 5 de junho de 2008 entre dois advogados. Um deles diz. "Ele (Valério) quer dinheiro, né?" Chamam Valério de "coordenador" do golpe. Em escuta de 2 de julho Ildeu Pereira, advogado, pergunta a Valério sobre o andamento das negociações. "Correu tudo bem aí, né?". O condenado do mensalão responde. "Eu não sou o anjo do mau agouro meu amigo."

Quando distribui ordens a um interlocutor, Valério é taxativo. "Vai precisar de uma atuação firme sua e dos seus advogados." Tais medidas, segundo anotações apreendidas com Ildeu, compreenderiam a quebra do sigilo dos familiares dos fiscais. "Esse diálogo demonstra a capacidade de comando de Marcos Valério", alerta o procurador Andrey Mendonça ao transcrever conversa do operador do mensalão, captada em 6 de agosto, às 15h38.

Defesa

O advogado Marcelo Leonado, que defende Marcos Valério, disse que considera "fruto de uma criatividade intensa" a ação de improbidade. "A ação penal não trata de nenhum desvio ou utilização de recursos públicos de quem quer que seja. Não sei como numa ação civil vai se cobrar o dinheiro. O Estado vai enriquecer ilicitamente, vai ganhar dinheiro que nunca foi dele? É muito curioso porque isso não envolveu recursos financeiro de ninguém, muito menos do Estado. Não pode ter improbidade."

Os delegados da PF Silvio Salazar e Antonio Hadano não foram localizados, assim como o advogado Rogério Tolentino.

A Cervejaria Petrópolis S/A, cujo diretor presidente é Walter Faria, informou que não foi multada em cerca de R$ 100 milhões. Segundo a empresa, foram duas autuações que não chegaram a R$ 7,5 milhões. A Petrópolis apresentou impugnação e recurso ordinário ao Tribunal de Impostos e Taxas da Secretaria da Fazenda, "que cancelou os dois autos de infração". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O empresário Marcos Valério Fernandes de Souza, condenado a mais de 40 anos de prisão por operar o mensalão, entregou à Procuradoria-Geral da República os números de três contas bancárias no exterior nas quais teria feito depósitos para quitar dívidas de campanha do PT com a dupla Zezé Di Camargo e Luciano e com os publicitários Nizan Guanaes e Duda Mendonça. As operações , segundo ele, ocorreram em 2005.

No depoimento prestado em 24 de setembro à Procuradoria-Geral, Valério disse que dinheiro do esquema do mensalão foi usado para pagar a dupla sertaneja e os publicitários. Nesta semana, o jornal O Estado de S. Paulo confirmou com fontes ligadas ao processo que o empresário também deixou com o Ministério Público os dados das contas bancárias.

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Além de terem sido garotos-propaganda de Luiz Inácio Lula da Silva na campanha presidencial de 2002, Zezé Di Camargo e Luciano trabalharam em campanhas petistas em 2004. Nesse mesmo ano, Nizan comandou a campanha derrotada de Jorge Bittar (PT) à prefeitura do Rio - dois anos antes, tinha sido o marqueteiro de José Serra na derrota pela disputa ao Planalto.

Os dados de uma terceira conta, cujo beneficiário seria Duda Mendonça, seriam diferentes da conta nos Estados Unidos na qual o marqueteiro de Lula em 2002 admitiu receber mais de R$ 10 milhões - o publicitário foi absolvido pelo Supremo no julgamento do mensalão após ser acusado de evasão de divisas e lavagem de dinheiro. Duda trabalhou com petistas também no ano de 2004.

Os publicitários e a dupla sertaneja negam ter recebido qualquer pagamento de forma ilegal.

Nesta quarta-feira (19), o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, confirmou o recebimento de documentos e depósitos entregues por Valério, mas não especificou sobre o que eles tratavam. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo

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