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O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou, nesta quarta-feira (5) a prisão da professora Monique Medeiros, acusada de participação na morte do próprio filho, o menino Henry Borel, de quatro anos. 

A decisão foi motivada por um recurso protocolado por Leniel Borel, pai do menino, para derrubar a decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) que determinou a soltura da acusada.

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Na decisão, Mendes acolheu parecer da Procuradoria-Geral da República (PGR) e determinou que Monique deve voltar à prisão.

"A decisão recorrida [do STJ] não apenas se divorcia da realidade dos autos, como também afronta jurisprudência pacífica deste tribunal, a justificar o acolhimento da pretensão recursal", argumentou o ministro.

Gilmar Mendes também cobrou a realização do julgamento que pode condenar a professora.

"Nada justifica que um delito dessa natureza permaneça, até hoje, sem solução definitiva no âmbito da Justiça Criminal, a projetar uma grave sensação de insegurança entre os membros da comunidade", concluiu. 

Com a decisão, o Supremo vai comunicar a Justiça do Rio de Janeiro sobre a decisão. Em seguida, a prisão deverá ser efetuada.

Crime

Monique é acusada, juntamente com o seu então namorado, ex-vereador Jairo Souza Santos Júnior, o Dr. Jairinho, de ter participado da morte do filho, Henry Borel, de quatro anos, em 8 de março de 2021, no Rio de Janeiro.

O menino chegou a ser levado para o hospital, mas já sem vida. A suspeita é que a criança tenha sido agredida por Jairinho. O ex-vereador e Monique negam que tenha havido qualquer agressão a Henry. Na versão de ambos, o menino se machucou ao cair da cama onde dormia. A data do julgamento pelo Tribunal do Júri ainda será marcada pela justiça

A professora Monique Medeiros deixou, nesta segunda-feira (29), o Instituto Penal Santo Expedito, em Bangu, na zona oeste do Rio de Janeiro, onde estava presa desde o fim de junho. Ela carregava um terço em uma das mãos e entrou rapidamente no carro com os advogados. Algumas pessoas que estavam do lado de fora do presídio bateram na janela do carro e a chamaram de assassina.

Em decisão do ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) João Otávio de Noronha, na sexta-feira (26), conforme pedido da defesa, Monique teve a prisão preventiva revogada e recebeu o direito de responder em liberdade o processo em que é ré por homicídio triplamente qualificado do seu filho Henry Borel, de 4 anos de idade, no dia 8 de março de 2021. Pelo mesmo crime responde o seu companheiro na época, o ex-vereador Jairo Souza dos Santos Júnior, o Dr. Jairinho.

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O alvará de soltura foi assinado pelo juiz Daniel Werneck Cotta, da 2ª Vara Criminal da Capital, do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ). Ao atender a decisão do STJ, o magistrado destacou “que o alvará de soltura deverá ser expedido em favor da acusada, se não estiver presa por outro motivo”.

O juiz determinou ainda que Monique deverá comparecer àquele juízo todas as vezes que for intimada, comprometendo-se, “sob pena de revogação de liberdade, a não se ausentar de sua residência por longo período sem prévia autorização, bem como, não mudar de endereço sem a devida comunicação”. A ré deve também justificar suas atividades retornando ao juízo no prazo de 30 dias contados da data em que for posta em liberdade.

Monique estava em prisão domiciliar, quando uma decisão do desembargador Joaquim Domingos de Almeida Neto, da 7ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ), acatou o pedido do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) e definiu a volta dela ao presídio no dia 29 de junho.

A decisão do desembargador, que é relator do processo, contestou a decisão da 2ª Vara Criminal do Rio de Janeiro, do dia 5 de abril, que autorizou a transferência da professora para prisão domiciliar em endereço não conhecido por causa das supostas ameaças.

No despacho de retorno, o desembargador Joaquim Domingos de Almeida Neto indicou no despacho de retorno ao presídio, que por estar em local sigiloso, a fiscalização pelo Ministério Público fica prejudicada, como também a segurança da integridade de Monique pelo Estado.

Em nota, o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) informou “que vai examinar dentro do prazo legal se irá recorrer da decisão”.

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes negou nesta quarta-feira (24) habeas corpus em que a defesa de Monique Medeiros, mãe do menino Henry Borel, questionava seu retorno ao Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, zona oeste do Rio. Monique foi denunciada por homicídio qualificado, fraude processual, tortura, falsidade ideológica e coação no curso do processo e está presa preventivamente pela morte do filho de 4 anos, em 8 de março de 2021.

Prisão

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Em abril, o juízo de origem havia concedido prisão domiciliar com monitoramento eletrônico, mas a medida foi revogada em junho. No pedido de habeas corpus, a defesa alegava que, em sua passagem anterior pela Unidade Prisional de Bangu, Monique havia sofrido ameaça à integridade física. Por esse motivo, requeria que, caso a decisão fosse mantida, a custódia ocorresse no quartel prisional do Corpo de Bombeiros. A medida impetrada anteriormente no Superior Tribunal de Justiça (STJ) foi indeferida liminarmente.

Intimidação

Na decisão, Gilmar Mendes afirmou que a prisão se justifica, sobretudo diante da gravidade concreta dos delitos praticados e, também, para garantir a aplicação da lei penal e para conveniência da instrução criminal. O ministro escreveu que, “há, nos autos, notícia de que Monique, enquanto esteve em prisão domiciliar, teria coagido a babá de seu filho a apagar mensagens de WhatsApp que mostravam que tinha ciência das agressões de seu companheiro, o então vereador do Rio de Janeiro Jairo Santos Souza Júnior, o Dr.Jairinho, ao menino”.

O ministro escreveu ainda, que “a seu ver, a suposta tentativa de intimidação de uma testemunha importante, a fim de prejudicar a elucidação dos fatos e a produção de provas, representa um risco concreto ao bom andamento processual surgido no gozo de um benefício que havia sido concedido pela justiça”.

A professora Monique Medeiros da Costa e Silva, acusada da morte do filho Henry Borel juntamente com o ex-vereador Jairo Souza dos Santos Júnior, o Dr. Jairinho, está presa na 16ª DP, na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio, de onde será levada ainda hoje para o Instituto Médico Legal (IML) para exames de entrada no sistema prisional do Rio. O ex-vereador era companheiro de Monique à época da morte do menino, em 8 de março de 2021.

Do IML, Monique será encaminhada para o Instituto Penal Oscar Stevenson, em Benfica, na zona norte, onde deve passar por audiência de custódia. Em seguida, vai ser transferida para o Batalhão Especial Prisional (BEP) em Niterói, na região metropolitana do Rio, onde deve permanecer, por decisão da Justiça, até que sejam apuradas as supostas ameaças que alegou ter recebido no presídio onde estava antes de ser autorizada a prisão domiciliar.

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O retorno de Monique ao sistema prisional foi uma decisão da 7ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio (TJRJ), que acatou pedido do Ministério Público do Estado contestando a decisão da 2ª Vara Criminal do Rio, no dia 5 de abril, que autorizou a transferência da professora para prisão domiciliar, em endereço não conhecido, por causa das supostas ameaças.

No despacho de retorno ao presídio, o desembargador Joaquim Domingos de Almeida Neto, relator do processo, disse que por estar em local sigiloso a fiscalização pelo Ministério Público fica prejudicada, como também a segurança da integridade de Monique pelo Estado.

“Assim, em sentido diametralmente oposto ao que a magistrada expôs na decisão, o contexto dos autos não apresenta a garantia necessária e suficiente para a supressão da medida restritiva máxima, não sendo minimamente recomendável, por insuficiente e ineficaz à espécie, a manutença da imposição da medida cautelar com monitoramento eletrônico”, observou o desembargador.

Para o magistrado, a decisão de primeira instância concedeu liberdade sem determinação de alvará de soltura e sem comprovação das ameaças alegadas pela defesa de Monique para a concessão da medida. Joaquim Domingos de Almeida Neto destacou que a ré responde por homicídio praticado com tortura, havendo, no caso, violência extremada, sendo um crime hediondo.

“Considerando que estranhamente não foi expedido alvará de soltura, e sim ‘ordem de liberação’ para endereço sigiloso, determina-se a imediata expedição de ofício para que a magistrada de piso providencie a captura incontinente da recorrida e sua recondução à enxovia”, concluiu no texto.

O desembargador apontou a existência de uma “quimera jurídica” no caso, por não poder se confundir prisão domiciliar com monitoramento eletrônica, em situação tida como híbrida.

“Importante ressaltar que a decisão que decretou a prisão preventiva da recorrida e do corréu está pautada em argumentação legal, com fundamentos concretos e coerentes e com absoluta pertinência aos motivos que justificam a manutenção da prisão preventiva esgastular, não se afigurando suficiente e adequado a adoção de qualquer das medidas substitutivas, mais brandas”, afirmou.

A defesa de Monique foi procurada, mas não se manifestou até a publicação desta matéria.

O Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) recorreu à Justiça na sexta-feira, 8, contra a decisão que libertou Monique Medeiros, denunciada como uma das responsáveis pela morte do próprio filho, Henry Borel, em março de 2021. Também é acusado do crime o ex-namorado de Monique, o agora ex-vereador Jairo Souza Santos Junior, o Dr. Jairinho - ambos alegam inocência.

Assim como Jairinho, Monique estava presa desde abril do ano passado. Ela saiu do Instituto Penal Santo Expedito, em Bangu, na zona oeste, por ordem da juíza Elizabeth Machado Louro, da 2ª Vara Criminal do Rio.

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Desde a noite de terça-feira, 5, está em prisão domiciliar, com tornozeleira eletrônica. Deve cumprir algumas medidas restritivas. Entre elas, só pode conversar com parentes e com seu advogado e não pode fazer postagens em redes sociais.

Em sua decisão, a juíza argumentou que Monique recebeu ameaças dentro da penitenciária. Afirmou ainda que a manutenção de sua prisão "não favorece a garantia da ordem pública". A magistrada também argumentou que Monique não é acusada de praticar "violência extremada" contra o filho e que "não há nos autos nenhuma indicação de que a requerente tenha visto sequer qualquer dos atos violentos".

Para o MP-RJ, é impossível afirmar que a conduta de Monique foi menos importante do que a do então namorado para causar a morte de Henry. Para os promotores, a acusada nada fez para defender o filho das agressões supostamente praticadas por Jairinho.

"Segundo a inicial, o acusado Jairo pratica uma ação, enquanto a acusada Monique se omite e assim permite o resultado, o óbito. Pergunta-se: será uma conduta pior do que a outra? Será que podemos separar os dois personagens responsáveis pela morte do pequeno Henry, de acordo com uma escala, a qual permite aferir a intensidade de suas responsabilidades e a intensidade da reprovação de suas condutas? Ambas as condutas tiveram o mesmo grau de periculosidade e concorreram de igual maneira para a violação do bem protegido, qual seja, a vida", diz trecho do recurso interposto pela 2ª Promotoria de Justiça.

O documento lembra que, quando estava em liberdade, Monique coagiu uma babá de Henry a apagar mensagens que mostravam seu conhecimento acerca das agressões sofridas por seu filho.

Para o MP-RJ, a preocupação de Monique, após a morte do filho, nunca foi a obtenção da Justiça, mas sim a busca por se livrar de eventual responsabilidade penal.

"Tal expediente demonstra a disposição da acusada em embaraçar a colheita de provas, sendo certo que esta colheita, tratando-se de processo afeto ao Tribunal do Júri, perdura até o dia do julgamento em plenário. Não houve mudança em relação a este cenário, que por si só já autoriza a manutenção da prisão de Monique", afirma o documento.

Outro argumento para o pedido feito pelo MP-RJ para que Monique volte à prisão foi uma postagem na internet, que supostamente desrespeitaria a ordem judicial proibindo essas publicações. O texto foi feito em um Instagram chamado "Monique Inocente", criado por uma estudante paulista de 19 anos que defende a inocência da mãe de Henry Borel.

Às 17h30 deste domingo, 10, a página tinha 90 publicações e 5.360 seguidores. Uma postagem feita na noite de quarta-feira, 7 (um dia após a libertação de Monique, portanto), continha um agradecimento aos advogados de Monique e a frase "A Justiça tarda, mas não falha".

Ao saber que o MP-RJ atribuiu a postagem à mãe de Henry, a criadora da página anunciou que foi ela, e não Monique, quem publicou a mensagem. A defesa de Monique também se manifestou negando que sua cliente tenha usado as redes sociais.

A professora Monique Medeiros, denunciada pela morte do filho Henry Borel, vai deixar a cadeia. A decisão, da juíza Elizabeth Machado Louro, do 2º Tribunal do Júri da capital, foi divulgada nesta terça-feira (5). A criança, de quatro anos, morreu em 8 de março do ano passado. 

Monique será monitorada por uma tornozeleira eletrônica e não poderá manter contato com nenhuma testemunha do caso. A juíza rejeitou o pedido da defesa de Jairo Souza Santos Júnior, o Dr. Jairinho, também denunciado pela morte da criança, e manteve sua prisão preventiva. Ambos foram presos em abril de 2021.  Na decisão, a magistrada ressaltou os episódios de ameaça e agressão sofridos por Monique dentro do presídio. “Ocorre que, mesmo em ambiente carcerário, multiplicaram-se as notícias de ameaças e violação do sossego da requerente, que, não obstante, não tenham sido comprovadas, ganharam o fórum das discussões públicas na imprensa e nas mídias sociais, recrudescendo, ainda mais, as campanhas de ódio contra ela dirigidas”, disse a magistrada. 

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Ao recusar o pedido de soltura de Dr. Jairinho, a juíza Elizabeth Louro disse que os argumentos utilizados pela defesa dele para a revogação da prisão já foram analisados em outros momentos do processo, inclusive por instâncias superiores, e que não há nada a decidir. 

“Mais uma vez, a defesa do requerente demonstra, sem margem a dúvidas, que a ela não cabe alegar excesso de prazo na prisão, o qual, se vier a existir, somente a ela pode ser imputada a causa. Embora não haja argumentos a enfrentar, considerando a narrativa da denúncia, a prova da materialidade até aqui consolidada, a extrema gravidade concreta do delito de que se cuida e a subsistência dos três pressupostos sob os quais veio a ser decretada a prisão cautelar", disse a juíza.

Acusada de envolvimento na morte do menino Henry Borel, a mãe do garoto, Monique Medeiros, está depondo à juíza Elizabeth Machado Louro, da 2ª Vara Criminal da Capital, nesta quarta-feira, 9. Mais cedo, o padrasto de Henry, Jairo Souza Santos Júnior, o Dr. Jairinho, depôs rapidamente e afirmou: "nunca encostei uma mão num fio de cabelo do Henry". Assim como Monique, Jairinho é réu pelo homicídio.

Essa é a quarta audiência de instrução do caso. Henry Borel, de apenas 4 anos, foi morto em março do ano passado quando estava no apartamento do casal, na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio. Laudo da necropsia apontou que o menino sofreu lesões no crânio, ferimentos internos e hematomas nos membros superiores.

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No depoimento desta quarta, Monique Medeiros chegou a chorar em alguns momentos. Ela lembrou uma conversa que teve com Henry no fim de semana da morte do menino, quando o filho lhe dissera "mamãe, eu vou cuidar de você para sempre".

Monique também narrou as tentativas dos médicos de reanimarem o garoto. "Eu vi todas as vezes que eles fizeram massagem cardíaca no meu filho, eu vi eles colocando no pulso direito do Henry oito injeções de adrenalina. Eles colocaram a sonda no nariz do meu filho, fizeram um arranhão no nariz do meu filho. Eu vi quando entubaram. Eu vi colocando medicamento no outro pulso do meu filho, e vi fazendo manobra incansavelmente no meu filho", declarou, emocionada.

CIÚMES

No início da audiência, Monique prometeu "falar toda a verdade", e durante o depoimento relatou uma série de episódios de ciúme que Jairinho teve com ela. "Ele começou a se mostrar uma pessoa com altos e baixos dentro de casa", afirmou Monique.

Segundo ela, Jairinho a obrigou a apagar fotos no Instagram "que não eram apropriadas", a mandar embora seu personal trainer e preparador físico, e que chegou a brigar com ela por considerar que ela "deu mole" a um entregador. Também narrou casos de agressão que teria sofrido. "Ele batia e depois vinha um afago", declarou à juíza.

Sobre o dia da morte de Henry, Monique Medeiros afirmou que ela e Jairinho haviam bebido vinho naquela noite. "Não sei se nesse dia, ele colocou um comprimido na minha taça", declarou. "Por volta das 3h40, o Jairinho me acordou dizendo que tinha ouvido um barulho no quarto do Henry. Ele disse que tinha encontrado o Henry caído no chão, tinha pegado ele e colocado na cama de novo. Estranhei porque o Henry estava descoberto e ele sempre dormia enroladinho no edredom", sustentou a mãe do menino.

Os dois, então, levaram Henry ao hospital. Segundo Monique, as tentativas de reanimação duraram cerca de duas horas.

AUDIÊNCIAS

Esta foi a quarta audiência de instrução e julgamento do caso - a primeira com depoimento dos réus. As outras três aconteceram em outubro e novembro do ano passado.

A audiência de instrução serve para avaliar se Monique e Jairinho cometeram algum crime intencional contra a vida. Caso a juíza considere isso, os dois deverão ir a júri popular - eles também poderão ser julgados em outras instâncias. A dupla é acusada de homicídio triplamente qualificado.

A juíza Elizabeth Machado Louro, titular da 2ª Vara Criminal da Capital, do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) vai conduzir nesta segunda-feira (9) a audiência dos interrogatórios do ex-vereador Jairo Souza dos Santos Júnior, o Dr. Jairinho, e da professora Monique Medeiros da Costa e Silva. O padrasto e a mãe do menino Henry Borel são acusados pela morte da criança no dia 8 de março do ano passado depois de ele ter sofrido torturas no apartamento em que o casal e a criança moravam na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio. A audiência estava prevista para começar às 9h30, mas atrasou.

Monique e Jairinho, que estão presos desde abril de 2021, foram denunciados pelo Ministério Público pela prática de homicídio triplamente qualificado por motivo torpe, com recurso que dificultou a defesa da vítima e impingiu intenso sofrimento, além de ter sido praticado contra menor de 14 anos, tortura, coação de testemunha, fraude processual e falsidade ideológica.

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Nessa terça-feira (8), a juíza Elizabeth Machado Louro, indeferiu o pedido de mudança da data da audiência de hoje. O advogado Flávio Fernandes, que assumiu a defesa do ex-vereador no fim de janeiro, alegou que precisava de mais tempo por causa da mudança da defesa. Na sua decisão, a magistrada contestou o argumento.

“Inicialmente, verifico que a audiência está designada desde o dia 15/12/2021, portanto, há quase 2 meses, certo que a nova defesa recebe a causa no estado em que se encontra, até porque foi constituída com pelo menos 14 dias de antecedência do ato, prazo que se me afigura suficiente para que possa orientar seu defendente para o momento do interrogatório”, explicou.

No dia 28 de janeiro, a magistrada já tinha indeferido o pedido de prisão domiciliar impetrado pela defesa de Monique Medeiros. “Não vislumbro como a prisão domiciliar, ainda que em local sigiloso, de conhecimento apenas desta magistrada, possa garantir a segurança da ré”, indicou.

Na decisão, a juíza determinou também que o Instituto Santo Expedito, no Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, na Zona Oeste, onde ela está presa, informe, com urgência, o número de detentas que poderiam ocupar a mesma cela de Monique, de forma a garantir sua segurança. A magistrada negou ainda o pedido de desmembramento do processo e de decretação do sigilo.

"Não vislumbro, no caso, qualquer vantagem que o desmembramento possa trazer ao procedimento, muito menos para a segurança da ré”, afirmou.

Outra decisão da juíza foi indeferir o pedido para que os peritos contratados pela defesa sejam ouvidos durante a audiência desta quarta-feira. Elizabeth Machado Louro entendeu que a presença deles seria importante para esta fase do procedimento, em que as oitivas se destinam a produzir prova para o juízo.

No fim da audiência, a juíza pode encaminhar o processo para o Tribunal do Júri se considerar que o casal teve intenção de matar o menino e de que há indícios suficientes de autoria do crime.

A professora aposentada Rosangela Medeiros da Costa e Silva, mãe de Monique Medeiros e avó do menino Henry Borel, admitiu que a criança pode ter sido agredida. O depoimento dela, nesta quarta-feira (15), durou aproximadamente 1 hora e 50 minutos, perante a juíza Elizabeth Machado Louro, da 2ª Vara Criminal da Capital, que também ouviu outras testemunhas de defesa de Monique. A magistrada marcou para o dia 9 de fevereiro os interrogatórios de Jairo Souza dos Santos Júnior, o Dr. Jairinho, e de Monique.

Ao final do depoimento, Rosangela - que havia negado o tempo todo a possibilidade do neto Henry ter sido agredido, pois jamais aparecera em sua casa com marcas de violência ou falando sobre o assunto - foi diretamente inquirida pela juíza, que perguntou se ela acreditava que o neto poderia ter sido agredido, pois lesões internas não aparecem a olho nu, ao que respondeu: “Acredito que sim”.

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Durante seu interrogatório, Rosângela definiu Monique como uma boa filha e mãe dedicada ao pequeno Henry. Sustentou que a criança jamais havia sido maltratada e que era bem cuidado, tanto pela mãe quanto pelos avós, na casa dos quais permanecia por longos períodos.

Presos desde abril, os réus foram denunciados pelo Ministério Público pela prática de homicídio qualificado (por motivo torpe, com recurso que dificultou a defesa da vítima e impingiu intenso sofrimento, além de ter sido praticado contra menor de 14 anos), tortura, coação de testemunha, fraude processual e falsidade ideológica.

Henry Borel Medeiros, filho de Monique e enteado de Jairinho, morreu no dia 8 de março. De acordo com informações da denúncia, o menino, de 4 anos de idade, teria sido vítima de torturas realizadas no apartamento do casal, na Barra da Tijuca. O garoto foi levado ao Hospital Barra D’Or, mas já chegou ao local morto. À época, Monique disse acreditar que o menino tivesse caído da cama. Jairinho alegou que estava dormindo, sob efeito de sedativos.

O Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro (Cremerj) suspendeu, nesta quinta-feira (10), o registro profissional do médico e vereador Dr. Jairinho. O parlamentar está preso desde o dia 8 de abril junto com a namorada Monique Medeiros, mãe do menino Henry Borel, de 4 anos de idade, que, de acordo com as investigações, teria sido morto por Dr. Jairinho, após sofrer espancamento no apartamento onde morava com o casal. Dias depois, a Justiça transformou a prisão temporária de 30 dias do casal em prisão preventiva.

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De acordo com o Cremerj, a suspensão é um recurso para proteger a população e assegurar a boa prática médica. Paralelamente, o processo contra Dr. Jairinho está em andamento e corre em sigilo, seguindo as normas do Código de Processo Ético Profissional. As punições previstas em lei vão desde advertência até cassação definitiva do registro profissional.

Câmara

O Conselho de Ética da Câmara Municipal do Rio de Janeiro decidiu, em reunião no dia 8 de abril, afastar o vereador do cargo que ocupava na comissão. Com a prisão temporária decretada pela Justiça, Dr. Jairinho ficará afastado do mandato após 31 dias de prisão, sem direito a salário, como determina o Artigo 14 do Regimento Interno da Câmara Municipal.

O advogado do vereador, Berilo Martins Netto, protocolou, no dia 21 de maio, a defesa prévia escrita do parlamentar no processo de quebra de decoro que corre no Conselho de Ética da Câmara Municipal. Com o recebimento do documento, o prazo para a fase de instrução processual teve início no dia 24 de maio.

Após a apresentação da defesa, tem início a fase de instrução do processo, pelo prazo de até 30 dias úteis, prorrogáveis por mais 15 dias. Em seguida, finalizada a instrução, o relator vereador Luiz Ramos Filho (PMN), dá parecer em até cinco dias úteis, concluindo pela procedência da representação ou pelo seu arquivamento.

Caso o parecer seja pela procedência da denúncia, é aberto prazo de cinco dias para apresentação de alegações finais pela defesa do acusado. O parecer do relator é submetido à deliberação do Conselho de Ética em até cinco dias úteis, considerando-se aprovado se obtiver a maioria absoluta dos votos dos seus integrantes.

Depois de concluída a tramitação no conselho, com parecer favorável à denúncia, o processo é encaminhado à Mesa Diretora e incluído na Ordem do Dia. A perda de mandato é deliberada em votação aberta no plenário, com direito a fala dos parlamentares e da defesa durante a sessão, decidida por dois terços dos vereadores (34 votos).

 

O médico e vereador do Rio de Janeiro Jairo Souza Santos, o Dr. Jairinho, de 43 anos, e sua namorada, a professora Monique Medeiros, de 33 anos, foram indiciados pela Polícia Civil do Rio de Janeiro pela morte de Henry Borel Medeiros, de 4 anos, em 8 de março, na Barra da Tijuca (zona oeste do Rio).

O casal, que está preso temporariamente desde 8 de abril, vai responder por homicídio doloso (intencional) duplamente qualificado (por emprego de tortura e impossibilidade de defesa da vítima). Jairinho também foi acusado por dois crimes de tortura contra Henry, e Monique foi indiciada por um crime de tortura contra o próprio filho. A Polícia Civil pediu ainda à Justiça a conversão da prisão temporária, que se encerraria no próximo dia 8, em prisão preventiva, que não tem prazo para terminar.

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O inquérito foi encaminhado ao promotor Marcos Kac, da 1ª Promotoria de Investigação Penal da Zona Sul e da Barra da Tijuca Ele será responsável por analisar a peça e decidir se denuncia Jairinho e Monique à juíza Elizabeth Louro , titular do 2º Tribunal do Júri do Rio.

Investigações colocaram em xeque versão de morte por queda

O inquérito foi concluído sem que Monique fosse ouvida pela segunda vez, como ela desejava. No primeiro depoimento, em 17 de março, ela disse ao delegado Henrique Damasceno, responsável pela investigação, que assistia TV em um cômodo da casa, e o filho dormia em outro, na noite de 7 de março. Quando acordou, de madrugada, e foi até o quarto encontrou o filho caído e machucado. À polícia ela cogitou a hipótese de a criança ter se ferido sozinha, ao cair da cama.

Depois de ter essa versão desmentida pela investigação da polícia, ser presa e mudar de advogado, Monique acusou o namorado de obrigá-la a mentir e pediu para prestar novo depoimento. Três pessoas - a babá de Henry, a faxineira da família e uma ex-namorada de Jairinho - foram ouvidas pela segunda vez. Para a Polícia Civil, no entanto, essas pessoas comprovaram estar sob ameaça de Jairinho ou de familiares, enquanto Monique, na avaliação da polícia, em nenhum momento demonstrou estar sendo coagida.

A mãe de Henry terá oportunidade de apresentar sua nova versão em depoimento à Justiça, quando o processo for iniciado.

A reportagem procurou ouvir as defesas de Jairinho e Monique sobre o indiciamento, mas não houve retorno até a publicação deste texto.

Presa temporariamente por suposta participação na morte do filho, Monique Medeiros, mãe do menino Henry Borel, testou positivo para Covid-19 nessa segunda-feira (19). Com isso, ela ficará internada no hospital penitenciário.

Segundo informações da Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap), Monique solicitou atendimento médico e foi encaminhada ao Hospital Penal Hamilton Agostinho, no complexo de Gericinó, em Bangu, na zona oeste do Rio. Após fazer exames, Monique foi diagnosticada com a Covid-19. Segundo a Seap, por enquanto, ela seguirá internada para realizar acompanhamento médico.

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A mãe de Henry estava cumprindo prisão temporária no Instituto Penal Ismael Sirieiro, em Niterói, no Grande Rio. No primeiro depoimento que prestou à polícia, ela negou saber de agressões ao filho. Ela foi desmentida pela Polícia Civil, que encontrou mensagens em seu celular indicando conhecimento das agressões que seu namorado, o médico e vereador Jairo Souza Santos Junior, o Dr. Jairinho, praticava contra Henry. Ele também foi preso temporariamente, na semana passada. As defesas dos dois negam as acusações.

A Justiça do Rio negou nesta segunda-feira, 12, o pedido de liberdade apresentado na semana passada pela defesa do vereador carioca Dr. Jairinho (Solidariedade) e da namorada dele, Monique Medeiros, mãe do menino Henry. O casal está em prisão temporária - por 30 dias - acusado de matar a criança de 4 anos.

Para o desembargador Joaquim Domingos de Almeida Neto, da 7ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Estado, não há sentido no habeas corpus, que pedia a adoção de outras medidas cautelares em vez da prisão. A detenção temporária é aplicada "quando imprescindível para as investigações do inquérito policial", conforme artigo citado pelo magistrado na decisão.

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"Ora, se ela decorre de imprescindibilidade, é um contrassenso sequer cogitar a substituição por medidas cautelares diversas, que somente se aplicam em caso de prisão preventiva - instituto totalmente diverso e com fundamentos outros", apontou o desembargador.

O casal foi preso na última quinta-feira, e a investigação caminha para um desfecho - esperado até, no máximo, o início da semana que vem. Essencial para as apurações, o laudo de reprodução simulada mostrou que Henry sofreu 23 lesões na madrugada da morte. Os ferimentos externos e internos no corpo do menino são incompatíveis com a versão de "acidente" dada pelo casal, segundo os investigadores.

Esse documento afirma que as lesões foram cometidas entre 23h30 do dia 7 e 3h30 do dia 8, momento em que o casal diz ter encontrado o menino morto. Jairinho e a mãe de Henry teriam esperado 39 minutos antes de tomar a atitude de levá-lo ao hospital. Isso porque a investigação também obteve uma foto que mostra Monique com o filho no colo - já morto - às 4h09 daquela madrugada. Jairinho estava com ela.

A Polícia Civil do Rio acredita ter provas de que o vereador Jairo Souza Santos Júnior, o Dr. Jairinho (Solidariedade), agredia periodicamente o enteado Henry Borel, que morreu em 8 de março, com sinais de tortura. Conversas via WhatsApp entre a mãe do menino, Monique Medeiros da Costa Silva de Almeida, e a babá, Thayná de Oliveira Ferreira, provariam essa descoberta, segundo investigadores do caso.

"Alguns pontos dessa conversa nos chamaram muita atenção. A babá fala que o Henry relatou a ela que o padrasto o pegou pelo braço, deu uma 'banda', uma rasteira, e o chutou. Ficou claro que houve lesão ali; fala que Henry estava mancando, que não deixou dar banho nele porque estava com dor na cabeça", apontou o delegado Antenor Lopes, diretor da Polícia Civil na capital.

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Os trechos da conversa entre as duas, descobertos após a apreensão do celular da mãe, contêm a narrativa da babá, em tempo real, de uma suposta sessão de agressões de Jairinho. O político estava fechado em um quarto com Henry no dia 12 de fevereiro, pouco menos de um mês antes da morte. Monique não estava em casa, e Thayná dizia que estava ouvindo barulhos no quarto. A mãe ordena que ela chame o menino ou entre no cômodo, mas a babá reluta.

"Tenho medo do Jairinho não gostar da invasão", diz, segundo transcrição obtida pela Rede Globo. Depois, manda uma foto com Henry no colo, à qual Monique responde perguntando se "deu ruim". "Deu ruim? Sabia. Pergunta tudo. Pergunta o que o tio falou."

É na sequência dessas cenas, quando Jairinho sai de casa, que o menino conta à babá das agressões sofridas. Segundo ela, Henry mancava ao andar.

Segundo o delegado Antenor Lopes, tanto Monique quanto Thayná mentiram ao depor à polícia.

"Depois que veio o pior resultado possível de uma rotina de violência, que foi a morte do Henry, ela esteve em sede policial por mais de quatro horas e deu declarações mentirosas, protegendo o assassino do filho", afirmou o delegado.

Apesar de não ter sido presa e de não responder por homicídio duplamente qualificado com emprego de tortura - como é o caso do casal -, a babá é investigada por falso testemunho (mentir em depoimento). A polícia acredita que ela foi coagida por Jairinho.

Ao serem presos, Jairinho e Monique tiveram que entregar novos celulares à polícia. Espera-se que haja nesses aparelhos mais provas do crime, como uma possível confissão da autoria.

O médico e vereador Jairo Souza Santos Junior, o dr. Jairinho, de 43 anos, preso nesta quinta-feira (8) sob acusação de matar o enteado, Henry Borel Medeiros, de 4 anos, no Rio de Janeiro, será investigado pelo Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio (Cremerj) e poderá ter seu registro profissional cassado.

Em 2004, aos 27 anos, Jairinho se formou em Medicina na Unigranrio, universidade particular de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Mas ele nunca exerceu a profissão - no mesmo ano foi eleito vereador pela primeira vez e iniciou carreira política, seguindo os passos do pai, o coronel da PM Jairo Souza Santos, que chegou a ser deputado estadual no Rio.

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Em nota, o Cremerj informou ter instaurado sindicância sobre o caso. O procedimento vai tramitar em sigilo, como determina o Código de Processo Ético-Profissional. Se considerado culpado, as punições vão desde advertência até cassação do registro.

A Polícia Civil teve acesso a novas mensagens, trocadas em 12 de fevereiro, entre a mãe do menino Henry Borel, Monique Medeiros da Costa Silva de Almeida, e a babá da criança, Thayna de Oliveira Ferreira. Os prints do diálogo estavam na galeria de imagens do celular de Monique. Na conversa, a funcionária descreve em tempo real o momento em que o padrasto, o vereador Dr. Jairinho (Solidaridade-RJ), teria levado o enteado a um dos quartos do apartamento e iniciado uma sessão de tortura. A revelação reafirma a suspeita das autoridades quanto às agressões causadas pelo político a Henry.

Testemunha, Thayna relata através de um aplicativo de mensagens que o menino e o padrasto ficaram trancados por alguns minutos em um cômodo do apartamento onde vivia a família, com o da TV alto. Depois, a criança mostrou hematomas, contou que levou uma rasteira, chutes e se queixou de dores no corpo. As mensagens contradizem o depoimento da babá, que mentiu à polícia, e foram cruciais para a prisão da mãe e do vereador na manhã desta quinta-feira (8). As autoridades acreditam que a ex-babá possa ter sido influenciada pelo casal.

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Imagem: Reprodução

A troca de mensagens aconteceu entre 16h20 e 18h03 de 12 de fevereiro, 26 dias antes da morte de Henry. Segundo o delegado Henrique Damasceno, as informações são “contundentes” e fortalecem as hipóteses sobre uma rotina de tortura presente na casa dos Borel. Não apenas a babá, mas também a doméstica Leila Rosângela de Souza (Rose) mentiram em seus depoimentos sobre a morte de Henry, alegando que não tinham conhecimento de qualquer comportamento violento acerca da criança. Thayna prestou depoimento à polícia no último dia 24.

Na representação ao Ministério Público estadual, a polícia indica estar diante de um homicídio duplamente qualificado por tortura e por emprego de recurso que impossibilitou a defesa da vítima, tratando-se de uma “infração penal de altíssima reprovabilidade”.

O laudo da morte de Henry, levado pelo casal já sem vida a um hospital na madrugada de 8 de março, aponta sinais de violência. No dia, só Jairinho, Monique e a criança estavam no apartamento. Presos em Bangu, no Rio de Janeiro, eles devem ser indiciados por homicídio duplamente qualificado, segundo informações da TV Globo.

O vereador do Rio de Janeiro Jairo Souza Santos Júnior, conhecido como Dr. Jairinho, foi preso na manhã desta quinta-feira (8) no âmbito do inquérito que investiga morte de seu enteado Henry Borel Medeiros, de 4 anos. A mãe do menino e companheira de Jairinho, a professora Monique Medeiros, também foi presa temporariamente. A Polícia suspeita que Henry tenha morrido depois de ser submetido por Dr. Jairinho a uma sessão de torturas, com o conhecimento de Monique.

Jairinho foi o 28º mais votado dentre os 51 vereadores eleitos no Rio no ano passado. Eleito pela primeira vez em 2004, é figura conhecida do Legislativo carioca e filho de um ex-deputado estadual, o policial Coronel Jairo (PSC), que ficou na Assembleia Legislativa de 2003 a 2018.

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Integrante do Conselho de Ética da Câmara, a vereadora Teresa Bergher (Cidadania) anunciou que vai pedir ainda nesta quinta-feira o afastamento dele da Casa; o colegiado se reúne às 18h. "Precisa ser afastado imediatamente. Pela imagem da Casa, pela credibilidade de cada um de nós vereadores e por respeito a esta criança vítima de um cruel assassinato e a toda a população que representamos", disse ela.

O vereador chegou a ser líder do governo de Marcelo Crivella (Republicanos) na legislatura passada. O pai, por sua vez, foi preso em 2018 pela Operação Furna da Onça, suspeito de receber mesada para aprovar projetos de interesse do governo de Sérgio Cabral (MDB).

O reduto eleitoral do parlamentar e do pai sempre foi Bangu, na zona oeste do Rio, e seu entorno. Eles são, inclusive, apontados como envolvidos com milicianos. A equipe de reportagem do jornal O Dia que foi torturada pela milícia na Favela do Batan, no bairro vizinho de Realengo, em 2008, já afirmou que pai e filho estariam naquela sessão de tortura. Os desdobramentos da investigação não foram suficientes para indiciá-los.

Foi em Bangu que a polícia encontrou Jairinho na manhã desta quinta, apesar dele ter morado por anos na Barra da Tijuca, bairro nobre da zona oeste - onde, inclusive, Henry morreu.

Mensagem do pai de Henry

Poucas horas antes da prisão do vereador, por volta da meia noite, o pai de Henry publicou um vídeo do menino nas redes sociais com legenda emocionada. "Henry, 30 dias desde que te dei o último abraço. Nunca vou esquecer de cada minuto do nosso último final de semana juntos. Deixar você (com a mãe e Jairinho) bem, cheio de vida, com todos os sonhos e vontades de uma criança inocente. Desculpe o papai por não ter feito mais, lutado mais e protegido você muito mais", escreveu. Hoje completa-se um mês da morte do menino.

O vereador Dr. Jairinho (SD) foi preso na manhã de hoje (8) pela Polícia Civil. Ele é investigado por envolvimento na morte de seu enteado, o menino Henry Borel Medeiros, de 4 anos, no dia 8 de março. A Polícia Civil também prendeu a mãe do menino e namorada do parlamentar, Monique Medeiros.

A criança morreu no apartamento onde Jairinho e Monique moravam, na Barra da Tijuca, depois de passar um fim de semana com o pai. Inicialmente, o caso foi tratado como um acidente, como se o menino tivesse caído da cama, mas perícias médicas constataram que a vítima havia sido vítima de agressões.

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Depois que a polícia começou a investigar se Henry foi vítima de violência doméstica, o casal criou um site, onde se diz inocente. Afirma, ainda, que “a Justiça prevalecerá”.

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