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A juíza Elizabeth Machado Louro, titular da 2ª Vara Criminal da Capital, do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) vai conduzir nesta segunda-feira (9) a audiência dos interrogatórios do ex-vereador Jairo Souza dos Santos Júnior, o Dr. Jairinho, e da professora Monique Medeiros da Costa e Silva. O padrasto e a mãe do menino Henry Borel são acusados pela morte da criança no dia 8 de março do ano passado depois de ele ter sofrido torturas no apartamento em que o casal e a criança moravam na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio. A audiência estava prevista para começar às 9h30, mas atrasou.

Monique e Jairinho, que estão presos desde abril de 2021, foram denunciados pelo Ministério Público pela prática de homicídio triplamente qualificado por motivo torpe, com recurso que dificultou a defesa da vítima e impingiu intenso sofrimento, além de ter sido praticado contra menor de 14 anos, tortura, coação de testemunha, fraude processual e falsidade ideológica.

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Nessa terça-feira (8), a juíza Elizabeth Machado Louro, indeferiu o pedido de mudança da data da audiência de hoje. O advogado Flávio Fernandes, que assumiu a defesa do ex-vereador no fim de janeiro, alegou que precisava de mais tempo por causa da mudança da defesa. Na sua decisão, a magistrada contestou o argumento.

“Inicialmente, verifico que a audiência está designada desde o dia 15/12/2021, portanto, há quase 2 meses, certo que a nova defesa recebe a causa no estado em que se encontra, até porque foi constituída com pelo menos 14 dias de antecedência do ato, prazo que se me afigura suficiente para que possa orientar seu defendente para o momento do interrogatório”, explicou.

No dia 28 de janeiro, a magistrada já tinha indeferido o pedido de prisão domiciliar impetrado pela defesa de Monique Medeiros. “Não vislumbro como a prisão domiciliar, ainda que em local sigiloso, de conhecimento apenas desta magistrada, possa garantir a segurança da ré”, indicou.

Na decisão, a juíza determinou também que o Instituto Santo Expedito, no Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, na Zona Oeste, onde ela está presa, informe, com urgência, o número de detentas que poderiam ocupar a mesma cela de Monique, de forma a garantir sua segurança. A magistrada negou ainda o pedido de desmembramento do processo e de decretação do sigilo.

"Não vislumbro, no caso, qualquer vantagem que o desmembramento possa trazer ao procedimento, muito menos para a segurança da ré”, afirmou.

Outra decisão da juíza foi indeferir o pedido para que os peritos contratados pela defesa sejam ouvidos durante a audiência desta quarta-feira. Elizabeth Machado Louro entendeu que a presença deles seria importante para esta fase do procedimento, em que as oitivas se destinam a produzir prova para o juízo.

No fim da audiência, a juíza pode encaminhar o processo para o Tribunal do Júri se considerar que o casal teve intenção de matar o menino e de que há indícios suficientes de autoria do crime.

Por unanimidade, o Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro (Cremerj) prorrogou a suspensão do registro do médico e ex-vereador Jairo Souza Santos Junior, conhecido por Dr. Jairinho, por possível infração ao Código de Ética Médica. O médico está preso acusado de homicídio pela morte de Henry Borel, de 4 anos de idade. 

A medida, segundo o conselho, é um recurso para proteger a população e assegurar a boa prática médica no Rio de Janeiro. A primeira vez em que o Cremerj aplicou a interdição cautelar em Dr. Jairinho foi em 10 de junho.

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O processo do médico está em andamento e corre em sigilo, seguindo as normas do Código de Processo Ético-Profissional. As punições previstas em lei vão de advertência até cassação definitiva do registro. 

Dr. Jairinho está preso desde o dia 8 de abril acusado de homicídio triplamente qualificado. Além da morte de Henry Borel, de 4 anos de idade, o ex-vereador foi denunciado pelo Ministério Público Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) em dois casos de torturas em filhos de ex-namoradas e ainda por violência doméstica.  No dia 30 de junho, Dr. Jarinho perdeu o mandato de vereador por quebra de decoro parlamentar, em decisão unânime da Câmara Municipal do Rio de Janeiro. 

Monique Medeiros, mãe de Henry Borel, também está presa desde o dia 8 de abril, com a prisão preventiva decretada pela Justiça.

O juízo da 2ª Vara Criminal do Rio de Janeiro marcou para 6 de outubro a audiência visando ouvir testemunhas de acusação do processo sobre a morte do menino Henry Borel. As testemunhas de defesa devem ser ouvidas em outra data, após o encerramento da prova da acusação.

O ex-vereador Jairo Souza dos Santos Júnior, conhecido como Dr. Jairinho, e a mãe de Henry, a professora Monique Medeiros, foram denunciados e presos pelo crime.

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A juíza Elizabeth Machado Louro, da 2ª Vara Criminal, autorizou a presença dos dois acusados na sessão de depoimentos de 6 de outubro, mas eles não serão interrogados neste dia.

Jairinho e Monique foram presos em abril, depois que se tornaram suspeitos de matar a criança, de 4 anos de idade, no apartamento do casal, na Barra da Tijuca, na zona oeste da cidade do Rio de Janeiro.

O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro manteve a prisão preventiva de Jairo Souza Santos - o ex-vereador Dr. Jairinho e Monique Medeiros de Almeida, ambos acusados pela morte do menino Henry Borel de 4 anos, em março deste ano. A decisão é do desembargador do 2º Tribunal do Júri, Daniel Werneck Cotta.

Em 8 de maio, o TJRJ aceitou a denúncia contra a mãe e o padrasto de Henry Borel, decretando a prisão preventiva do casal. Ao analisar o pedido da defesa, o magistrado também levou em consideração as acusações por coação, fraude processual e os indícios de que os acusados estariam tentando influenciar as investigações sobre a morte do enteado do ex-vereador.

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"Repise-se que os crimes imputados teriam sido cometidos com extrema covardia e agressividade e, portanto, a liberdade dos acusados poderia causar justificável temor às testemunhas, impedindo seu comparecimento. Ademais, há notícias de anterior coação de testemunhas pelos acusados, que as teriam forçado a mentir e/ou omitir acerca de aspectos relevantes à elucidação do caso, quando foram prestar declarações em sede inquisitorial", destacou o magistrado na decisão.

"As imputações destacadas sugerem, ainda, a vontade de não se submeter à persecução criminal, evidenciando contrariedade à eventual aplicação da lei penal, que também deve ser assegurada pela prisão preventiva", complementou o desembargador.

Ao manter a prisão preventiva do casal, o magistrado também os documentos de uma nova denúncia apresentada pelo Ministério Público do Rio de Janeiro que requer além da condenação, a determinação de reparação em R$ 1,5 milhão pelos danos causados ao pai de Henry Borel, Leniel Borel.

O médico Jairo Souza Santos Junior, o doutor Jairinho (sem partido), de 43 anos, teve o mandato de vereador no Rio de Janeiro cassado por quebra de decoro parlamentar nesta quarta-feira, 30, 114 dias após a morte de seu enteado Henry Borel, de 4 anos, crime pelo qual Jairinho é réu. O debate começou às 16h30 e se estendeu até as 19h40, quando 49 dos 50 vereadores votaram pela perda do mandato dele. O vereador Doutor Gilberto (PTC) não votou porque pediu licença do cargo. Entre os vereadores que participaram da sessão, portanto, houve unanimidade pela perda do mandato. Para a cassação bastariam os votos de 34 parlamentares.

O agora ex-vereador está preso desde 8 de abril na penitenciária Pedrolino Werling de Oliveira, conhecida como Bangu 8, no complexo penitenciário de Gericinó, em Bangu (zona oeste do Rio). Em seu lugar tomará posse Marcelo Dibiz Anastácio (Solidariedade), de 34 anos, ex-presidente da Associação de Moradores da Muzema, região da zona oeste onde dois prédios desabaram, em 12 de abril de 2019, matando 24 pessoas.

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Jairinho estava afastado do cargo de vereador desde 9 de maio, quando completou um mês sem cumprir suas funções parlamentares, já que estava preso desde 8 de abril. No dia em que foi preso, Jairinho teve o salário de vereador cortado e foi expulso do Conselho de Ética da Câmara e do Solidariedade, partido pelo qual foi eleito em 15 de novembro passado para o quinto mandato seguido como vereador. Desta vez obteve 16.061 votos, tornando-se o 26º vereador mais votado dentre os 51 eleitos. Jairinho é filho do também político Coronel Jairo, que foi deputado estadual e não se reelegeu em 2018.

Em 2004, mesmo ano em que concluiu a faculdade de Medicina na Unigranrio, universidade particular em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, Jairinho concorreu pela primeira vez a vereador, então pelo PSC, e se elegeu com 23.541 votos (foi o 24º mais votado daquela eleição). Em sua carreira política, Jairinho foi líder do governo durante a segunda gestão de Eduardo Paes, de 2013 a 2016, e durante o governo de Marcelo Crivella, de 2018 a 2020, além de ter presidido a Comissão de Justiça e Redação, a mais importante da Câmara Municipal do Rio.

Em 11 de março, três dias após a morte de seu enteado, Jairinho foi eleito pelos seus pares para integrar o Conselho de Ética da Câmara. Em 8 de abril, após ser preso, ele foi expulso do colegiado e sua vaga foi ocupada pelo vereador Luiz Ramos Filho (PMN). Ramos Filho foi sorteado para ser o relator do processo de cassação de Jairinho. Após colher e analisar provas, depoimentos e arguições, Ramos Filho compôs um relatório pela cassação do colega, que foi aprovado por unanimidade pelo Conselho de Ética na última segunda-feira, 28. Foram sete votos pela cassação do mandato do então vereador. Nesta quarta-feira o mesmo relatório foi submetido ao plenário.

A sessão começou com a leitura do relatório pelo vereador Ramos Filho. Em seguida diversos vereadores discursaram, todos com intensas críticas ao colega. Carlos Bolsonaro comparou a morte de Henry Borel à facada sofrida em 2018 por seu pai, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), e chegou a ficar com a voz embargada.

Após os discursos dos vereadores, o advogado de Jairinho, Berilo Martins da Silva Neto, fez sua explanação. Ele afirmou que não há nenhum vídeo mostrando agressões de seu cliente a crianças e que a imprensa fez sensacionalismo sobre o caso. "Falaram que ele usa terno Armani, mas nunca usou. Ele usa terno Brooksfield", argumentou. "Nós não estamos fazendo justiça, mas sim judicialização, ou seja, linchamento", reclamou. Em outro momento, comparou a situação de Jairinho à do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que depois de ser preso teve a condenação anulada.

Medicina

Desde 10 de junho, Jairinho também está proibido de exercer a medicina no Estado do Rio de Janeiro, por decisão do Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio (Cremerj). O órgão aplicou uma interdição cautelar por possível infração ao Código de Ética Médica, ao não socorrer o enteado na noite de 7 de março. Simultaneamente tramita em sigilo um processo contra o médico. Ele pode ser punido com advertência ou até cassação definitiva do registro. Jairinho nunca exerceu a medicina, segundo ele próprio contou após a morte do enteado.

Henry

Desde 7 de maio, Jairinho e Monique são réus perante a 2ª Vara do Tribunal do Júri do Estado do Rio por homicídio triplamente qualificado e tortura qualificada de Henry Borel, de 4 anos, filho de Monique e enteado de Jairinho. Além desse processo, Jairinho responde por outras três acusações de tortura, que teriam sido praticadas contra filhos de outras namoradas.

O médico e vereador do Rio de Janeiro Jairo Souza Santos Junior, o doutor Jairinho, de 43 anos, foi indiciado nesta terça-feira, 1º, pela Polícia Civil do Rio por torturar um menino de 3 anos, filho de uma mulher com quem ele namorou e chegou a morar. As torturas aconteceram em 2016. A mãe da criança também foi indiciada, por omissão, porque não impediu Jairinho de ter contato com o filho mesmo sabendo de pelo menos um episódio de violência. O relacionamento entre ambos se manteve até 2020. Jairinho está preso desde 8 de abril e responde por tortura e morte de seu enteado Henry Borel, de 4 anos, filho de sua namorada Monique Medeiros, que também está presa. Ele também já era réu por torturar a filha de outra namorada, entre 2011 e 2012.

Durante a investigação das agressões a Henry, a polícia descobriu relatos de que Jairinho já tinha agredido filhos de namoradas anteriores. Débora Melo Saraiva seria um desses casos - uma pessoa denunciou ter flagrado Jairinho agredindo o filho dela. Débora então foi à Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima (DCAV) no dia 22 de março e contou que mantivera um relacionamento conturbado com o vereador, a partir do final de 2014, quando ela trabalhava na Câmara Municipal (e ele já era vereador). Mas ela omitiu as agressões. Em 16 de abril, oito dias após a prisão de Jairinho, Débora voltou à delegacia e mudou sua versão: disse ter sido agredida pelo vereador em várias ocasiões, tendo até quebrado um dedo dela, e também narrou agressões dele ao filho.

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A criança também foi ouvida e relatou agressões. "A criança reviveu parte de episódios sofridos, como sufocamento com saco na cabeça, pisões na barriga e uma grave fratura de fêmur", contou nesta terça-feira o delegado Adriano França, titular da DCAV.

Segundo a polícia, em 2016 o menino de 3 anos foi obrigado por Jairinho a entrar no carro e, com medo, vomitou dentro do veículo. Depois, na tentativa de fugir, pulou do carro e quebrou o fêmur. Ao levar a criança ao hospital municipal Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca (zona oeste), Jairinho e Débora contaram que o menino havia sofrido um acidente casual, e negaram agressão - por isso o casal está sendo indiciado também por falsidade ideológica. Nos documentos relativos àquele atendimento, apresentados à polícia pelo hospital Lourenço Jorge, uma psicóloga relatou que o menino, ao ser atendido ferido, contou que não queria entrar no carro do qual havia saltado. No prontuário, além da fratura, constam hematomas nas bochechas e assaduras nos glúteos - sinais das agressões que ele havia sofrido e devido as quais tentara fugir.

Débora não comunicou o episódio do carro às autoridades nem à equipe de profissionais de saúde que atendeu a criança. Mesmo ciente das agressões de Jairinho ao filho, ela permitiu que o vereador saísse com a criança, que, segundo a polícia, acabou "sofrendo novo episódio de intensa dor e sofrimento". Ela também continuou dividindo a casa com Jairinho, em Jacarepaguá (zona oeste). "Débora continuou a ficar na condição de amante até o fim de 2020, ainda com alguns encontros esporádicos em 2021, preferindo fingir que nada aconteceu com seu filho", disse o delegado.

A reportagem tentou localizar representantes de Débora para que se pronunciem sobre o indiciamento, sem sucesso até a publicação deste texto. Também procurada, a defesa de Jairinho não se manifestou sobre a decisão da polícia.

Além das duas acusações referentes a Henry (por tortura e homicídio) e do indiciamento anunciado nesta terça-feira, Jairinho já era réu em um processo por tortura a outra criança.

Em 3 de maio a Justiça do Estado do Rio aceitou denúncia contra Jairinho por tortura praticada nos anos de 2011 e 2012 contra uma menina de 4 anos, filha de uma cabeleireira que conheceu Jairinho em 2010 e manteve um relacionamento com ele até 2013. Nesse intervalo, chegaram a ficar noivos. A menina, que à época tinha de 3 a 5 anos e hoje tem 13, disse que o vereador bateu a cabeça dela contra a parede do box de um banheiro e pisou sobre o corpo dela no fundo de uma piscina, tentando impedir que ela emergisse para respirar. "À época, essa criança tinha entre 3 e 5 anos. Essa criança sofreu uma série de violências e até tortura", disse o delegado Felipe Curi, diretor do Departamento-Geral de Polícia Especializada (DGPE), em entrevista coletiva concedida quando o indiciamento foi anunciado, em 30 de abril.

"A criança tinha pavor e pânico ao ver o carro de Jairinho. A figura dele trazia lembranças das agressões. Ela ficava segurando na perna da avó para não ir ao encontro do doutor Jairinho. Quando identificaram a ânsia de vômito e o pânico da criança, ela foi afastada do convívio (com ele). A criança foi praticamente criada pela avó por questões familiares", contou o delegado Adriano França, titular da DCAV, em 30 de abril.

"Por medo, a mãe da criança acabou não denunciando. Com o caso do Henry, ela criou coragem e acabou denunciando. Esse caso não tem nada a ver com o caso Henry, mas surgiu no bojo da investigação e serve para corroborar o perfil de violência do doutor Jairinho contra menores filhos das pessoas com quem ele têm relacionamento amoroso", completou o delegado Felipe Curi. A mãe da criança é considerada pela polícia vítima de violência doméstica e não foi indiciada por não ter denunciado as agressões dele à filha.

O Conselho de Ética da Câmara Municipal do Rio de Janeiro decidiu, nessa terça-feira (25), notificar o governador Cláudio Castro (PSC) para que responda por escrito sobre o telefonema que recebeu do vereador Jairo Souza Santos Júnior, o doutor Jairinho, poucas horas após a morte do menino Henry Borel, enteado do vereador, no dia 8 de março. O Conselho quer saber oficialmente o que Jairinho, que está preso desde 8 de abril e responde a processo por torturar e matar Henry, queria com o governador.

No início de abril, o governador confirmou ter recebido essa ligação. "No telefonema, ao saber do fato, Castro limitou-se a explicar ao vereador que o assunto seria tratado pela delegacia responsável pelo inquérito e encerrou a ligação", informou à época, por meio de nota.

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O Conselho decidiu também convocar o conselheiro do Instituto D'Or Pablo dos Santos Menezes. De acordo com o inquérito policial, Jairinho pediu a Menezes que o corpo do menino fosse liberado do hospital Barra D'Or sem que seguisse à autópsia no Instituto Médico-Legal (IML). O conselheiro da rede D'Or será ouvido na Câmara no próximo dia 2, às 10h.

O Conselho abriu processo de cassação contra o vereador por falta de decoro parlamentar, devido à acusação de tortura e homicídio da criança. "Já recebemos a defesa do vereador Jairinho e, após esta fase de instrução, teremos cinco dias úteis para apresentar o relatório, pela procedência ou improcedência da representação. Vamos seguir rigorosamente o rito, analisar toda a documentação e provas e, obviamente, estamos respeitando o contraditório e dando todo o direito à ampla defesa", disse o vereador Luiz Ramos Filho (PMN), relator do processo.

O médico e vereador do Rio de Janeiro Jairo Souza Santos, o Dr. Jairinho, de 43 anos, e sua namorada, a professora Monique Medeiros, de 33 anos, foram indiciados pela Polícia Civil do Rio de Janeiro pela morte de Henry Borel Medeiros, de 4 anos, em 8 de março, na Barra da Tijuca (zona oeste do Rio).

O casal, que está preso temporariamente desde 8 de abril, vai responder por homicídio doloso (intencional) duplamente qualificado (por emprego de tortura e impossibilidade de defesa da vítima). Jairinho também foi acusado por dois crimes de tortura contra Henry, e Monique foi indiciada por um crime de tortura contra o próprio filho. A Polícia Civil pediu ainda à Justiça a conversão da prisão temporária, que se encerraria no próximo dia 8, em prisão preventiva, que não tem prazo para terminar.

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O inquérito foi encaminhado ao promotor Marcos Kac, da 1ª Promotoria de Investigação Penal da Zona Sul e da Barra da Tijuca Ele será responsável por analisar a peça e decidir se denuncia Jairinho e Monique à juíza Elizabeth Louro , titular do 2º Tribunal do Júri do Rio.

Investigações colocaram em xeque versão de morte por queda

O inquérito foi concluído sem que Monique fosse ouvida pela segunda vez, como ela desejava. No primeiro depoimento, em 17 de março, ela disse ao delegado Henrique Damasceno, responsável pela investigação, que assistia TV em um cômodo da casa, e o filho dormia em outro, na noite de 7 de março. Quando acordou, de madrugada, e foi até o quarto encontrou o filho caído e machucado. À polícia ela cogitou a hipótese de a criança ter se ferido sozinha, ao cair da cama.

Depois de ter essa versão desmentida pela investigação da polícia, ser presa e mudar de advogado, Monique acusou o namorado de obrigá-la a mentir e pediu para prestar novo depoimento. Três pessoas - a babá de Henry, a faxineira da família e uma ex-namorada de Jairinho - foram ouvidas pela segunda vez. Para a Polícia Civil, no entanto, essas pessoas comprovaram estar sob ameaça de Jairinho ou de familiares, enquanto Monique, na avaliação da polícia, em nenhum momento demonstrou estar sendo coagida.

A mãe de Henry terá oportunidade de apresentar sua nova versão em depoimento à Justiça, quando o processo for iniciado.

A reportagem procurou ouvir as defesas de Jairinho e Monique sobre o indiciamento, mas não houve retorno até a publicação deste texto.

A Câmara Municipal do Rio de Janeiro aceitou na tarde desta segunda-feira, 3, a denúncia contra o vereador Jairo Souza Santos Junior, o doutor Jairinho, preso desde 8 de abril e apontado como responsável pelas agressões que causaram a morte de seu enteado Henry Borel, de 4 anos, em 8 de março, na Barra da Tijuca (zona oeste do Rio). Agora será aberto um processo que deve terminar até julho e pode resultar na cassação do mandato de Jairinho. O vereador integrava o Solidariedade, que anunciou sua expulsão após a prisão do parlamentar. Nesta segunda-feira Henry completaria cinco anos.

Em reunião às 14h30, a Comissão de Justiça e Redação da Câmara, composta pelos vereadores Alexandre Isquierdo (DEM), Doutor Gilberto (PTC) e Inaldo Silva (Republicanos), aprovou por unanimidade a denúncia contra Jairinho, que havia sido apresentada na semana passada pelo Conselho de Ética e Decoro Parlamentar. Agora a denúncia vai retornar ao Conselho de Ética, que nesta terça-feira, 4, deve sortear um relator para o processo, e só então ele será oficialmente aberto.

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A primeira atividade do relator deve ser notificar o advogado do vereador Jairinho para que apresente defesa no prazo de dez dias. A fase de instrução do processo, em que serão colhidas provas e ouvidas testemunhas e o próprio vereador, deve se estender por 45 dias. Depois, o processo será encaminhado a votação aberta em plenário. São necessários os votos de dois terços dos 51 vereadores.

O Estadão tentou ouvir a defesa de Jairinho a respeito da decisão da Comissão de Justiça e Redação da Câmara, mas não obteve resposta até a publicação desta reportagem.

Inquérito. O inquérito da 16ª DP (Barra da Tijuca) que investiga a morte de Henry Borel deve ser concluído nesta segunda-feira. Devem ser indiciados Jairinho e a mãe de Henry, Monique Medeiros, namorada do vereador, que também está presa. Na última sexta-feira, 30, Jairinho foi denunciado pelo Ministério Público do Estado do Rio (MP-RJ) por torturar a filha de outra ex-namorada. A Justiça ainda não decidiu se aceita ou não essa denúncia.

O médico e vereador do Rio de Janeiro Jairo Souza Santos Junior, o doutor Jairinho (sem partido), preso temporariamente desde 8 de abril e acusado de agredir até a morte seu enteado Henry Borel, de 4 anos, em 8 de março, na Barra da Tijuca (zona oeste do Rio), foi indiciado nesta sexta-feira, 30, pelo crime de tortura, praticado entre 2010 e 2013 contra a filha de uma então namorada dele. O inquérito, instaurado a partir de informações colhidas durante a investigação da morte de Henry, tramitou na Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima (DCAV) do Rio. Hoje a vítima tem 13 anos. Além do indiciamento, a polícia pediu à Justiça a prisão preventiva de Jairinho por esse crime. A DCAV ainda investiga outra denúncia contra Jairinho, referente a supostas agressões ao filho de outra ex-namorada.

No caso já concluído, a vítima é a filha de uma cabeleireira que conheceu Jairinho em 2010 e manteve um relacionamento com ele até 2013. Nesse intervalo, chegaram a ficar noivos. A menina, que à época tinha de 3 a 5 anos e hoje tem 13, disse que o vereador bateu a cabeça dela contra a parede do box de um banheiro e pisou sobre o corpo dela no fundo de uma piscina, tentando impedir que ela emergisse para respirar.

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"À época, essa criança tinha entre 3 e 5 anos. Essa criança sofreu uma série de violências e até tortura", disse o delegado Felipe Curi, diretor do Departamento-Geral de Polícia Especializada (DGPE), em entrevista coletiva concedida na tarde desta sexta-feira.

"A criança tinha pavor e pânico ao ver o carro de Jairinho. A figura dele trazia lembranças das agressões. Ela ficava segurando na perna da avó para não ir ao encontro do doutor Jairinho. Quando identificaram a ânsia de vômito e o pânico da criança, ela foi afastada do convívio (com ele). A criança foi praticamente criada pela avó por questões familiares", contou o delegado Adriano Marcelo Firmo França, titular da DCAV, que também participou da entrevista coletiva nesta sexta-feira.

"Por medo, a mãe da criança acabou não denunciando. Com o caso do Henry, ela criou coragem e acabou denunciando. Esse caso não tem nada a ver com o caso Henry, mas surgiu no bojo da investigação e serve para corroborar o perfil de violência do doutor Jairinho contra menores filhos das pessoas com quem ele têm relacionamento amoroso. Isso ficou comprovado na investigação que foi concluída e na investigação que está em andamento", completou o delegado Felipe Curi. A mãe da criança é considerada pela polícia vítima de violência doméstica e não será indiciada por não ter denunciado as agressões dele à filha.

Ao ser preso (pela investigação referente a Henry), Jairinho prestou depoimento ao delegado França e negou as acusações. Disse que mantinha com a criança uma relação "amistosa", sem "grau de intimidade", e negou ter saído sozinho com ela ou a levado a qualquer lugar que tivesse piscina. Também contestou as agressões. Mas a investigação concluiu que ele mentiu. "Toda a versão apresentada por doutor Jairinho foi derrubada pelas provas documentais e pelo depoimento", disse França durante a entrevista coletiva desta sexta-feira. "Em determinados momentos ele (Jairinho) diz não estar com determinadas crianças em determinados locais. Porém, fotos mostram o contrário. O crime é de tortura, majorada por ser criança e por um período de dois anos", afirmou o delegado.

O inquérito que ainda tramita na DCAV contra Jairinho investiga agressões supostamente cometidas por ele ao filho da estudante Débora Melo Saraiva, que começou a se relacionar com Jairinho em 2014. O menino tem 8 anos e, em depoimento, afirmou que o vereador colocou um papel e um pano em sua boca, avisou que ele não poderia engoli-los, deitou a criança em um sofá de sua casa em Mangaratiba e pisou sobre seu corpo. No mesmo depoimento de 8 de abril, Jairinho também negou essas acusações.

O advogado Braz Sant’Anna, que defende Jairinho tanto no caso Henry como neste investigado pela DCAV, afirmou que o indiciamento realizado pela Polícia Civil poderá ser alterado pelo Ministério Público do Estado do Rio, por isso é "melhor aguardar o entendimento do promotor".

A irmã do vereador Dr. Jairinho, Thalita Santos, foi intimada pela Polícia Civil do Rio de Janeiro e deve comparecer à 16ª Delegacia de Polícia às 15h30 desta quarta-feira (14). A intimação acontece após Thayná Ferreira, babá do Henry Borel, mencionar Thalita em depoimento.

Thayná afirmou em depoimento que foi orientada pela irmã do Dr. Jairinho a não contar tudo o que sabia. Além disso, segundo o UOL, a babá apontou que soube da morte da criança após receber uma ligação da Thalita.

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Thayna Ferreira afirmou aos policiais que dias depois recebeu uma ligação da Thalita, perguntando se poderia ir no escritório de um advogado. A babá disse ainda que foi até a casa da irmã do vereador, onde sua mãe trabalha, e de lá foi para o escritório do advogado, que atua na defesa de Jairinho.

Ainda conforme publicado pelo UOL, a babá foi orientada pela mãe de Henry a não falar nada sobre as agressões sofridas pela criança e a apagar as conversas que elas tinham sobre os espancamentos no celular. 

Em primeiro depoimento à polícia, Thayná mentiu sobre as agressões de Jairinho contra Henry. A babá garantiu que queria falar a verdade, mas foi coagida e estava com medo após escutou da irmã do vereador que "menos é mais", dando a entender que não era para falar tudo o que sabia.

Entenda o caso

O enteado do vereador Jairinho, Henry Borel, morreu no dia 8 de março, com sinais de tortura. A Polícia do Rio de Janeiro acredita que o acusado agrediu periodicamente a criança. Conversas via WhatsApp entre a mãe do menino, Monique Medeiros da Costa Silva, e a babá Thayná de Oliveira Ferreira, provariam essa descoberta.

"Alguns pontos dessa conversa nos chamaram muita atenção. A babá fala que o Henry relatou a ela que o padrasto o pegou pelo braço, deu uma 'banda', uma rasteira, e o chutou. Ficou claro que houve lesão ali; fala que Henry estava mancando, que não deixou dar banho nele porque estava com dor na cabeça", apontou o delegado Antenor Lopes, diretor da Polícia Civil na capital.

Jairinho foi preso nesta última quinta-feira (8), sob acusação de matar o enteado. Ele será investigado pelo Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro e poderá ter o seu registro profissional cassado. 

Além disso, a Câmara Municipal do Rio anunciou por nota que o vereador teve o salário suspenso e ficará formalmente afastado do mandato a partir do trigésimo primeiro dia de afastamento, segundo o Regimento Interno da Casa.

A mãe do garoto, Monique Medeiros, também foi presa. Ambos são acusados de tentar atrapalhar as investigações e influenciar testemunhas.

A Polícia Civil do Rio de Janeiro teve acesso a mais uma série de depoimentos chocantes no caso Henry Borel, revelando um histórico violento do vereador e médico Dr. Jairinho. Em nova declaração, uma das ex-namoradas de Jairinho afirmou à polícia que sua filha, de apenas três anos, se queixava de agressões e intimidações por parte do político e ainda relatou uma suposta tentativa de afogamento. A criança teria desenvolvido crises nervosas e não se mostrava confortável de estar perto do padrasto.

De acordo com o depoimento prestado pela mulher, de 31 anos, ela conheceu Dr. Jairinho em 2010, na festa de comemoração pela eleição do seu pai, o policial militar e deputado estadual Jairo de Souza Santos, o Coronel Jairo (MDB), e logo depois eles teriam ficado noivos. Na ocasião, o vereador era oficialmente casado com a dentista Ana Carolina Ferreira Netto, mãe de dois dos seus três filhos.

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Entre os episódios relatados pela menina de apenas três anos à mãe, há situações como uma aparente tentativa de afogamento na piscina do prédio onde conviviam e vômitos que podem ter origem em crises de ansiedade. Em depoimento obtido pela CNN, é apontado ainda que a mulher teve a roupa rasgada e foi agarrada pelo pescoço pelo ex-namorado, segundo o relato dela. A dona de casa, que pediu para que o nome não fosse revelado, disse ainda que ela e Jairinho tinham noivado marcado, com restaurante reservado, mas ele acabou desistindo às vésperas da festa.

A ex-companheira diz também que Jairinho deu um comprimido para que ela dormisse e em vez de tomar, ela escondeu a pílula embaixo do travesseiro. Quando foi à sala viu o homem segurando a menina “pelos braços, enquanto estava em pé no sofá”.

A mãe notou resistência na filha sempre que a criança precisava ir aos encontros com Jairinho, no entanto, imaginava que seriam apenas episódios de ciúme, até ver “que a resistência dela a este se tornou mais séria, sendo que [a criança] chorava muito e chegava a vomitar de tanto nervoso”.

No documento, a dona de casa conta que não foi vítima de agressões durante o relacionamento, mas quando o namoro acabou, “várias vezes Jairinho perseguiu a declarante e ficava na frente da casa das amigas dela, onde ela se encontrava, gritando e chamando pela declarante no portão”.

Em uma dessas ocasiões, a ex-namorada de Jairinho conta que ele chegou a agredi-la no meio da rua, rasgando as roupas dela, e que também puxou a mulher contra as grades do portão da casa onde estava, rompendo pontos de uma cirurgia que tinha sido realizada dias antes da agressão.

Questionada sobre o fato de nunca ter prestado queixa formal à polícia do que acontecia com ela, a mulher disse que ficou com receio de que fosse a palavra dela contra a do homem. Segundo a defesa do vereador, ele afirma ser inocente e não reconhece a veracidade dos fatos.

Uma petição criada após a morte de Henry Borel, 4 anos, vem repercutindo muito nas redes sociais, sugerindo a Lei Henry Borel. A mãe do garoto, Monique Medeiros e o padrasto, o Vereador Dr. Jairinho, foram presos temporariamente nessa quinta-feira (8). O menino foi encontrado morto dentro do apartamento do casal com diversas lesões graves no corpo, apontando até uma possível tortura.

A petição que já conta com mais de 88 mil apoiadores discorre que não devia haver benefícios, como progressão de pena ou regimes abertos, ou semiabertos, para crimes que envolvam crianças, citando o caso da madrasta de Isabela Nardoni, que teve decretado regime semiaberto.

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Veja o texto da petição na íntegra:

“É inadmissível que assassinos e agressores de crianças tenham todo tipo de benefício legal como progressão de pena e regimes que não o fechado. o caso do menino Henry Borel não é o primeiro e não será o último.

É urgente e mandatório que seja criada legislação tão eficiente quanto a Lei Maria de Penha, e afaste agressores do convívio de menores, além da duplicação ou triplicação de pena comparado a outros casos, sem possibilidade de progressão de regime.

A madrasta de Isabela Nardoni teve regime semiaberto, isso é um escárnio.

Não podemos permitir que isso se repita”.

A petição conta com centenas de comentários apoiando e citando que casos dessa forma, são hediondos, chegando alguns a pedir por prisão perpétua.

 

Nesta sexta-feira (9), o presidente do Conselho de Ética da Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro, Alexandre Isquierdo (DEM), afirmou que o vereador Dr. Jairinho (Solidariedade), investigado pela morte do pequeno Henry Borel, era um bom parlamentar.

Em entrevista à CNN, Isquierdo pontuou que Jairinho sempre se destacou no dia a dia da política do Rio de Janeiro e todos os parlamentares estão "muito chocados". 

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"Muito atuante, não é atoa que ele foi líder do governo. Sempre se destacou como um bol político, um bom parlamentar", disse Alexandre. O vereador ainda salientou que Jairinho nunca demonstrou agressividade e que sempre foi uma pessoa carinhosa e extrovertida.

O enteado do vereador Jairinho, Henry Borel, morreu no dia 8 de março, com sinais de tortura. A Polícia do Rio de Janeiro acredita que o acusado agrediu periodicamente a criança. Conversas via WhatsApp entre a mãe do menino, Monique Medeiros da Costa Silva, e a babá Thayná de Oliveira Ferreira, provariam essa descoberta.

"Alguns pontos dessa conversa nos chamaram muita atenção. A babá fala que o Henry relatou a ela que o padrasto o pegou pelo braço, deu uma 'banda', uma rasteira, e o chutou. Ficou claro que houve lesão ali; fala que Henry estava mancando, que não deixou dar banho nele porque estava com dor na cabeça", apontou o delegado Antenor Lopes, diretor da Polícia Civil na capital.

Jairinho foi preso nesta última quinta-feira (8), sob acusação de matar o enteado. Ele será investigado pelo Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro e poderá ter o seu registro profissional cassado. 

Além disso, a Câmara Municipal do Rio anunciou por nota que o vereador teve o salário suspenso e ficará formalmente afastado do mandato a partir do trigésimo primeiro dia de afastamento, segundo o Regimento Interno da Casa.

A mãe do garoto, Monique Medeiros, também foi presa. Ambos são acusados de tentar atrapalhar as investigações e influenciar testemunhas.

Três dias após a divulgação da morte suspeita do menino Henry Borel, de 4 anos, seu padrasto, o vereador Jairo Souza Santos Júnior (Solidariedade), mais conhecido como Dr. Jairinho, foi empossado no Conselho de Ética da Câmara Municipal do Rio. A posse em 11 de março, no início das investigações sobre o episódio chocante e sob apuração policial, ilustra a força do político.

O médico de 43 anos tem no nome de urna um sinal da linhagem que o elegeu. Seu pai é o suplente de deputado estadual Coronel Jairo, PM da reserva que foi parlamentar de 2003 a 2018 e é citado na CPI das Milícias da Alerj como supostamente ligado à Liga da Justiça. Dez anos depois, passou pela cadeia, levado pela Operação Furna da Onça. Repudia as acusações e nega os crimes.

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Dr. Jairinho está em seu 5º mandato como vereador. Começou em 2004, aos 27 anos, pelo PSC, numa típica carreira impulsionada por laços de família. Jairo, o Moço, elegeu-se na mesma base do pai, Jairo, o Velho, com centro em Bangu, Realengo e Padre Miguel. Depois disso, venceu duas eleições, em 2008 e 2012, pelo mesmo PSC. Depois, concorreu pelo MDB e obteve o último mandato pelo Solidariedade - partido que agora fala em examinar sua "expulsão sumária".

Em 2020, Dr. Jairinho foi o 28.º mais votado no Legislativo carioca, com 16.061 votos. Sem muita nitidez ideológica e com CRM ativo desde julho de 2004, foi líder dos governos de Eduardo Paes (DEM) e de Marcelo Crivella (Republicanos).

Ainda era líder de Crivella na Câmara quando, no 2º turno da eleição do ano passado, participou de um evento de apoio a Paes no Ginásio Jairo Souza Santos, batizado com o nome do pai, onde pediu que votassem no atual prefeito. Àquela altura, a eleição para a prefeitura do Rio era, para os políticos mais experientes, "jogo jogado". Pesquisas davam grande vantagem ao demista. O vereador rapidamente voltou ao velho aliado, que o aceitou sem restrições. Afinal, a proximidade do poder lhe garante a presença em inaugurações da prefeitura, que rendem votos.

Milicianos

Na mesma região onde Dr. Jairinho e o pai colhem votos, milicianos atuam. No Jardim Batam, em Realengo, em 2008, uma equipe do jornal O Dia, que se infiltrara na comunidade para uma reportagem sobre a milícia, foi capturada por criminosos.

Em seus 16 anos na Câmara, Dr. Jairinho ocupou postos de destaque, além de liderar os governos Paes e Crivella. Foi primeiro-secretário, presidiu a Comissão de Educação e a do Plano Diretor, foi vice da Comissão de Saúde.

Pessoalmente, destaca-se pelos cuidados pessoais. Veste ternos bem cortados. Polido e contido, não passa emoções a seus interlocutores. Nas últimas semanas, após a morte de Henry, surgiram contra ele denúncias de supostos atos de violência.

Ex-namoradas denunciaram agressões e ameaças contra elas e as crianças. A defesa do político rebateu as acusações. Os depoimentos sobre supostas agressões motivaram investigações na Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima. Também lá o vereador, agora preso, terá de se explicar.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O vereador do Rio de Janeiro Jairo Souza Santos, o Dr. Jairinho (Solidariedade), foi afastado do Conselho de Ética da Câmara Municipal do Rio nesta quinta-feira, 8, horas depois de ser preso sob suspeita de ter matado seu enteado Henry Borel Medeiros, de 4 anos, em 8 de março. Ele foi eleito para esse conselho quatro dias antes da morte da criança e tomou posse três dias depois. Jairinho compõe o Solidariedade, mas o partido também anunciou nesta quinta-feira a expulsão dele. As bancadas do PT e do PSOL vão pedir à Justiça que o vereador seja imediatamente afastado do mandato.

Os vereadores componentes do Conselho de Ética da Câmara se reuniram na Câmara pouco depois das 16h desta quinta-feira. O encontro durou cerca de duas horas e meia. Segundo a assessoria de vereadores, o procurador-geral da Câmara , José Luís Galamba Minc Baumfeld, afirmou que não há fundamento jurídico para que Jairinho seja imediatamente afastado do mandato.

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A vereadora Teresa Bergher (Cidadania) insistiu pela alteração imediata do regimento, para que o vereador fosse afastado nesta quinta-feira mesmo. "Fui voto vencido. Mas vou continuar batalhando para alterar esta regra absurda que diz que o preso só pode ser afastado depois de um mês. Apresentei projeto de resolução para acabar com essa vergonha e vou insistir, bater o pé para que seja alterado. Não foi este o Conselho de Ética que eu apresentei", afirmou Teresa, autora da proposta de criação do conselho.

No lugar de Jairinho assumiu o suplente Luiz Ramos Filho (PMN). "Não esperava assumir uma cadeira no Conselho desta maneira. Nos reunimos e deliberamos pelo afastamento dele do Conselho. Agora vamos pedir para ter acesso aos autos (da investigação) para fazer uma provável representação contra o vereador. Mas tomando toda cautela", disse Ramos Filho.

As decisões do Conselho serão submetidas à Comissão de Justiça e Redação, presidida pelo próprio Jairinho e composta também por Inaldo Silva (Republicanos) e Thiago K. Ribeiro (DEM).

A Polícia Civil do Rio acredita ter provas de que o vereador Jairo Souza Santos Júnior, o Dr. Jairinho (Solidariedade), agredia periodicamente o enteado Henry Borel, que morreu em 8 de março, com sinais de tortura. Conversas via WhatsApp entre a mãe do menino, Monique Medeiros da Costa Silva de Almeida, e a babá, Thayná de Oliveira Ferreira, provariam essa descoberta, segundo investigadores do caso.

"Alguns pontos dessa conversa nos chamaram muita atenção. A babá fala que o Henry relatou a ela que o padrasto o pegou pelo braço, deu uma 'banda', uma rasteira, e o chutou. Ficou claro que houve lesão ali; fala que Henry estava mancando, que não deixou dar banho nele porque estava com dor na cabeça", apontou o delegado Antenor Lopes, diretor da Polícia Civil na capital.

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Os trechos da conversa entre as duas, descobertos após a apreensão do celular da mãe, contêm a narrativa da babá, em tempo real, de uma suposta sessão de agressões de Jairinho. O político estava fechado em um quarto com Henry no dia 12 de fevereiro, pouco menos de um mês antes da morte. Monique não estava em casa, e Thayná dizia que estava ouvindo barulhos no quarto. A mãe ordena que ela chame o menino ou entre no cômodo, mas a babá reluta.

"Tenho medo do Jairinho não gostar da invasão", diz, segundo transcrição obtida pela Rede Globo. Depois, manda uma foto com Henry no colo, à qual Monique responde perguntando se "deu ruim". "Deu ruim? Sabia. Pergunta tudo. Pergunta o que o tio falou."

É na sequência dessas cenas, quando Jairinho sai de casa, que o menino conta à babá das agressões sofridas. Segundo ela, Henry mancava ao andar.

Segundo o delegado Antenor Lopes, tanto Monique quanto Thayná mentiram ao depor à polícia.

"Depois que veio o pior resultado possível de uma rotina de violência, que foi a morte do Henry, ela esteve em sede policial por mais de quatro horas e deu declarações mentirosas, protegendo o assassino do filho", afirmou o delegado.

Apesar de não ter sido presa e de não responder por homicídio duplamente qualificado com emprego de tortura - como é o caso do casal -, a babá é investigada por falso testemunho (mentir em depoimento). A polícia acredita que ela foi coagida por Jairinho.

Ao serem presos, Jairinho e Monique tiveram que entregar novos celulares à polícia. Espera-se que haja nesses aparelhos mais provas do crime, como uma possível confissão da autoria.

O médico e vereador Jairo Souza Santos Junior, o dr. Jairinho, de 43 anos, preso nesta quinta-feira (8) sob acusação de matar o enteado, Henry Borel Medeiros, de 4 anos, no Rio de Janeiro, será investigado pelo Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio (Cremerj) e poderá ter seu registro profissional cassado.

Em 2004, aos 27 anos, Jairinho se formou em Medicina na Unigranrio, universidade particular de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Mas ele nunca exerceu a profissão - no mesmo ano foi eleito vereador pela primeira vez e iniciou carreira política, seguindo os passos do pai, o coronel da PM Jairo Souza Santos, que chegou a ser deputado estadual no Rio.

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Em nota, o Cremerj informou ter instaurado sindicância sobre o caso. O procedimento vai tramitar em sigilo, como determina o Código de Processo Ético-Profissional. Se considerado culpado, as punições vão desde advertência até cassação do registro.

A Câmara Municipal do Rio anunciou por nota que o vereador Dr Jairinho (Solidariedade), preso na manhã desta quinta, 8, teve o salário suspenso e ficará formalmente afastado do mandato a partir do trigésimo primeiro dia de afastamento, segundo o Regimento Interno da Casa. A Câmara também prometeu "celeridade" para o caso no Comitê de Ética, embora ainda não haja representação. O colegiado tem reunião marcada para o fim da tarde.

O político foi levado à prisão pela Polícia Civil do Rio, em inquérito que investiga a morte do menino Henry Borel, de quatro anos, com sinais de tortura. A mãe do garoto, Monique Medeiros, também foi presa. Ambos são acusados de tentar atrapalhar as investigações e influenciar testemunhas.

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A Solidariedade, partido ao qual é filiado o vereador carioca, informou em nota que a executiva nacional da legenda encaminhou a seu Conselho de Ética um pedido de "expulsão sumária" do acusado. A agremiação também informou que Dr Jairinho, antes da prisão, já estava licenciado e afastado das atividades partidárias.

Confira a nota do Solidariedade:

"Foi encaminhado ao Conselho de Ética um pedido de expulsão sumária do vereador Dr. Jairinho solicitado pela Comissão Executiva Nacional do Solidariedade."

"O vereador já estava afastado e licenciado do partido antes do anúncio de sua prisão realizada hoje."

"Enquanto um partido que luta por um futuro melhor para os brasileiros, manifestamos nosso repúdio a todo e qualquer tipo de maus tratos e violência, principalmente contra crianças e adolescentes."

A Polícia Civil teve acesso a novas mensagens, trocadas em 12 de fevereiro, entre a mãe do menino Henry Borel, Monique Medeiros da Costa Silva de Almeida, e a babá da criança, Thayna de Oliveira Ferreira. Os prints do diálogo estavam na galeria de imagens do celular de Monique. Na conversa, a funcionária descreve em tempo real o momento em que o padrasto, o vereador Dr. Jairinho (Solidaridade-RJ), teria levado o enteado a um dos quartos do apartamento e iniciado uma sessão de tortura. A revelação reafirma a suspeita das autoridades quanto às agressões causadas pelo político a Henry.

Testemunha, Thayna relata através de um aplicativo de mensagens que o menino e o padrasto ficaram trancados por alguns minutos em um cômodo do apartamento onde vivia a família, com o da TV alto. Depois, a criança mostrou hematomas, contou que levou uma rasteira, chutes e se queixou de dores no corpo. As mensagens contradizem o depoimento da babá, que mentiu à polícia, e foram cruciais para a prisão da mãe e do vereador na manhã desta quinta-feira (8). As autoridades acreditam que a ex-babá possa ter sido influenciada pelo casal.

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Imagem: Reprodução

A troca de mensagens aconteceu entre 16h20 e 18h03 de 12 de fevereiro, 26 dias antes da morte de Henry. Segundo o delegado Henrique Damasceno, as informações são “contundentes” e fortalecem as hipóteses sobre uma rotina de tortura presente na casa dos Borel. Não apenas a babá, mas também a doméstica Leila Rosângela de Souza (Rose) mentiram em seus depoimentos sobre a morte de Henry, alegando que não tinham conhecimento de qualquer comportamento violento acerca da criança. Thayna prestou depoimento à polícia no último dia 24.

Na representação ao Ministério Público estadual, a polícia indica estar diante de um homicídio duplamente qualificado por tortura e por emprego de recurso que impossibilitou a defesa da vítima, tratando-se de uma “infração penal de altíssima reprovabilidade”.

O laudo da morte de Henry, levado pelo casal já sem vida a um hospital na madrugada de 8 de março, aponta sinais de violência. No dia, só Jairinho, Monique e a criança estavam no apartamento. Presos em Bangu, no Rio de Janeiro, eles devem ser indiciados por homicídio duplamente qualificado, segundo informações da TV Globo.

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