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Sete deputados federais eleitos pelo PSL, ex-partido do presidente Jair Bolsonaro, disputam prefeituras pelo País, mas nenhum deles aparece nas pesquisas com chance de ir ao segundo turno. Quem chega mais perto disso é o deputado Professor Joziel (PSL-RJ), candidato em São João de Meriti (RJ) - e le aparece em terceiro, com 11,8% das intenções de voto.

Na capital paulista, a deputada Joice Hasselmann (PSL-SP), eleita com recorde de votos em 2018, desponta com 2% das intenções de voto na mais recente pesquisa Ibope/TV Globo/Estadão. Ela critica a indefinição do partido após a cisão que dividiu a legenda entre "bolsonaristas" e "bivaristas". "Um dos fatores que fez com que isso acontecesse foi a guerra declarada contra o PSL por esse grupo dos bolsonaristas", disse.

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Eleita a deputada mais votada da Bahia em 2018, com a alcunha de "Federal do Bolsonaro", a professora Dayane Pimentel (PSL-BA) amarga 2% nas intenção de voto para a prefeitura de Feira de Santana (BA).

Mesmo o apoio explícito do presidente não tem surtido efeito nas principais disputas. Em Boa Vista, o deputado Nicoletti (PSL-RR) aparece em quinto. Ele chegou a dizer que tinha o apoio de Bolsonaro na disputa municipal, mas voltou atrás. "Estou fazendo minha campanha independente dos velhos grupos políticos de Roraima, sem coligação, somente com o apoio do povo e de Deus", disse.

O deputado Heitor Freire (PSL-CE) aparece com 2% das intenções de votos (7º lugar) para a prefeitura da capital cearense. "O momento agora não é mais daquela discussão ideológica. As pessoas agora estão preocupadas com falta de remédio e com a economia", afirmou.

No Rio, o deputado Luiz Lima (PSL-RJ), vice-líder do governo na Câmara, está em quinto. Ele não respondeu à reportagem. Em São Gonçalo, Ricardo Pericar (PSL-RJ), está em quarto lugar nas pesquisas.

 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Atingidos pela cláusula de barreira e sem acesso a recursos do Fundo Partidário, três partidos "nanicos", sem representatividade no Congresso, lideram o ranking de custo médio por candidato nestas eleições. São eles: PCB, que poderá gastar até R$ 16,7 mil por concorrente; PCO, com R$ 12,8 mil; e UP, a sigla mais recente a obter registro, com R$ 9,3 mil. Cada uma dessas siglas receberá R$ 1,2 milhão do fundo eleitoral. No total, serão distribuídos R$ 2 bilhões para campanhas.

Na lista das dez siglas com mais verba, na média, por concorrente, estão ainda o PSTU e a Rede Sustentabilidade, que elegeu uma deputada em 2018, mas não obteve o número mínimo de votos para escapar da cláusula de barreira. Segundo levantamento feito pelo Estadão, o PSTU terá R$ 6 mil por candidato e a Rede, R$ 5,9 mil.

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A divisão de 98% dos recursos do Fundo Especial de Financiamento de Campanha leva em consideração o número de votos de cada partido na eleição anterior e a representatividade no Congresso. Apenas 2% são divididos de forma igualitária entre as siglas com registro válido seis meses antes da eleição. Novo e PRTB abriram mão da verba.

A média depende, portanto, do número de candidatos lançados por partido. PCB, por exemplo, só lançou 74 em todo o País, e o PCO, 96. Outras siglas também sem representatividade optaram por apresentar mais nomes nas urnas, como o Partido da Mulher Brasileira (PMB), que, com 2,8 mil postulantes a cargos de prefeito, vice e vereador, registra a mais baixa média por concorrente: R$ 436.

Já os partidos mais votados nas últimas eleições - PSL e PT - terão, em média, R$ 9 mil e R$ 6,4 mil, respectivamente, do fundo para cada candidato. A diferença é explicada pelo número de candidatos. O PSL, dono da maior fatia do fundo público (R$ 199,4 milhões) tem 21,9 mil candidatos, enquanto o PT registrou 31,3 mil.

Para o cientista político Rodrigo Prando, os números mostram que o País ainda carece de uma reforma política que corrija distorções. Segundo o professor do Mackenzie, os recursos deveriam ser liberados a partidos com representatividade e propostas concretas, não apenas ideologias.

"A cláusula de barreira começa a corrigir as distorções, mas não será de uma vez", disse. "Temos muitos partidos e candidatos que não têm comprometimento com a cidade, aliás, alguns nem sabem quais são os bairros do município em que disputam o cargo de prefeito nem seus limites geográficos."

O programa de governo do candidato do PCO à Prefeitura de São Paulo, Antônio Carlos, por exemplo, não apresenta propostas para áreas essenciais da cidade, como transporte, habitação e meio ambiente. Por sua vez, sugere que temas de caráter nacional, como a aplicação do Enem, a legalização das drogas ou a dissolução da Polícia Militar, estejam sob a competência da Prefeitura.

Dissidência do PT, o PCO foi fundado em 1995 e, desde então, elegeu apenas um vereador, em 2004, na cidade de Benjamin Constant, no Amazonas. O partido tem como presidente há 25 anos o jornalista Rui Costa Pimenta, que já foi candidato três vezes à Presidência da República, alcançando, em 2002, 0,04% dos votos válidos.

O PCB optou por lançar menos candidatos para conseguir investir mais em nomes que possam dar "frutos" à sigla, disse o secretário político do partido, Antonio Carlos Mazzeo - que desistiu de concorrer à Prefeitura de São Paulo para apoiar Guilherme Boulos (PSOL).

"Vamos usar o dinheiro para a infraestrutura do partido, como compra de impressora e computador, mas também para financiar campanhas que achamos que têm condições de se consolidar", afirmou Mazzeo.

O PCB vincula o custo médio alto por candidato à ideia de lançar mandatos coletivos. Mazzeo disse que por trás dele existem integrantes de movimentos como de moradia, saúde e educação. "Estamos preocupados em consolidar lideranças. Esse processo eleitoral será um grande teste para nós. O objetivo é chegar a 2021 com o partido mais fortalecido."

Na UP, que disputa uma eleição pela primeira vez este ano, a verba maior por candidatos não foi uma estratégia. "Não dispusemos do tempo de que gostaríamos para preparar as candidaturas, já que decidimos colocar nas ruas apenas campanhas programáticas, que reflitam o compromisso do partido com as lutas populares", disse Thiago Santos, tesoureiro da sigla e candidato a prefeito do Recife. 

O personagem chega apressado para a entrevista numa sala simples e quente no centro de São Paulo. Não há seguranças, seguidores ou qualquer tipo de assédio. Quem o acompanha é seu filho, que às vezes também é assessor. O glamour é exíguo, quase inexistente - assim como o são o dinheiro e o tempo de TV no horário eleitoral gratuito. Trata-se de João Vicente Goulart (PPL), filho do ex-presidente João Goulart, que agora tenta repetir os passos do pai e chegar à Presidência.

As condições simbolizam a campanha dos candidatos 'nanicos', que sequer aparecem nas pesquisas de intenção de voto. "O trabalho é de formiguinha", resume a jornalista Valéria Monteiro, que se fez presidenciável pelo PMN e agora tem a candidatura colocada em xeque pelo próprio partido - em pesquisas internas, viram que ela não chegaria a 3%.

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Além desses, há também a sapateira Vera Lúcia, do PSTU, no time de postulantes inéditos e invisíveis. Aos 50 anos, a sergipana que começou a militar no movimento sindical quebra a hegemonia do dirigente Zé Maria como nome da sigla à Presidência. Ele, que postulou ao cargo quatro vezes, obteve 0,09% dos votos em 2014.

Dos três, o único que já conseguiu se eleger é João Vicente, que foi deputado estadual no Rio Grande do Sul pelo PDT, nos anos 1980. A pré-candidata do PSTU já se apresentou em diferentes disputas, mas nunca conseguiu votos suficientes. Já Valéria quer estrear nas urnas neste ano, concorrendo ao mais alto cargo da República.

Em comum, todos têm a visão de que o Brasil segue caminhos equivocados e precisa mudar. No campo das ideias, também, há divergências. O caso do PSTU é o mais destoante. O partido, que se classifica como de esquerda revolucionária, defende, por exemplo, o armamento da população - mesma bandeira do deputado federal Jair Bolsonaro (PSL). "Hoje em dia, a questão da segurança passa pela autodefesa dos trabalhadores contra a violência do Estado", explica Vera, pontuando a diferença em relação à direita.

A ideia do PSTU, cujo tempo de TV no horário eleitoral gratuito é de seis segundos, é chegar ao Planalto para dar poder a conselhos populares, que seriam os responsáveis por definir os rumos do País - mesmo que passem por cima do Congresso. "Se você quer saber se a revolução socialista vai se dar pacificamente, não vai", diz.

Já a proposta de João Vicente passa por um grande diálogo nacional. Em defesa da luta nacionalista de esquerda que marcou o grupo político de seu pai, João Vicente vê a estatização do pré-sal como um dos pontos-chave quando se fala de segurança nacional. Defende uma ampla reforma tributária, priorizando a taxação de grandes fortunas.

O filho de Jango foi um dos fundadores do PDT ao lado de Leonel Brizola e outros quadros históricos do trabalhismo. Saiu do partido ano passado por causa de divergências que envolviam a memória de seu pai. Viu no PPL uma forma de continuar a luta pelo ideário trabalhista. O partido, assim como os de Vera e Valéria, não tem representantes no Congresso.

Sobre o candidato do PDT, Ciro Gomes, João Vicente é sucinto: falta encampar de fato o legado do trabalhismo, dando nome aos bois. "Tem falado pouco sobre Jango e Brizola. Sobre Getúlio, menos ainda. Cada um tem o direito de colocar sua egolatria na gravata que lhe cabe."

Com um discurso mais progressista, a pré-candidata do PMN, Valéria Monteiro, prefere não se classificar como de esquerda. Considera-se "humanista". Uma coisa é certa: apesar de ser de fora do mundo político tradicional, acha que agora é sim um agente político. "Acredito que a política é a única ferramenta de transformação. Estando hoje a caminho de uma eleição, não posso dizer que não sou política".

Apresentadora do Jornal Nacional, da Rede Globo, nos anos 1990, Valéria estava inquieta observando a crise de representação que toma conta do País. Aos 53 anos, achou que poderia se alçar à política e escolheu o PMN. Hoje ela acusa a legenda de usar uma pesquisa que não lhe foi apresentada para evitar sua candidatura. A jornalista diz que vai até o final como postulante à vaga - a convenção da sigla é em julho.

Campanha

Driblar a falta de recursos é tarefa árdua para os candidatos desconhecidos e a internet é peça-chave - mas, num país em que, segundo o IBGE, o acesso à rede chega a apenas 63% dos domicílios, viajar é indispensável. Valéria, por exemplo, já visitou cidades em São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais na sua Caravana da Coragem. Os deslocamentos são feitos com carro próprio, um Kia Cerato 2011, com o assessor ao volante.

João Vicente também percorre Estados e participa de eventos do partido para traçar estratégias de campanha. A disputa com partidos tradicionais chama de "Davi contra Golias", mas não desanima. "As grandes revoluções começam com pouca gente."

Vera Lúcia já admite que, por falta de dinheiro, não conseguirá chegar a todos os cantos do País. A sapateira compara o desafio de fazer campanha sem grandes recursos com a situação de quem é pobre em terras tupiniquins. "É preciso muita criatividade para sobreviver num país como esse e se manter vivo como desempregado. Outro desafio é conseguir sobreviver e trabalhar com um salário mínimo. E outro é fazer campanha como faz o PSTU." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Aliados do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), começaram uma campanha em defesa do nome do parlamentar como candidato a presidente da República em uma eventual eleição indireta, caso o presidente Michel Temer renuncie, seja cassado ou sofra impeachment. A candidatura dele já é defendida publicamente por líderes de partidos médios e nanicos e, nos bastidores, por lideranças de grandes partidos da base aliada e pela oposição.

"O momento ainda é de muita incerteza, mas o Rodrigo seria um bom candidato. Tudo que ele promete ele cumpre", afirmou Luis Tibé (PTdoB-MG) à reportagem. Líder do PEN, outro partido nanico como o PTdoB, o deputado Junior Marreca (MA) também defende a candidatura. "Defendo o Rodrigo como candidato. Ele tem conduzido a Câmara com tranquilidade e é a opção mais viável que existe hoje. Não tem outro nome", afirmou.

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Uma eventual candidatura de Maia, que é alvo da Lava Jato, tem apoio até de deputados que já fizeram oposição ao parlamentar. "Se o presidente sair, acho que ele é uma boa alternativa. Ele tem condições de ser eleito", disse o deputado Paulo Pereira da Silva (SP), presidente do Solidariedade. Paulinho era um dos líderes do antigo "Centrão", grupo de siglas médias que disputava espaço na base com o grupo de Maia. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Reflexo da fragmentação partidária e do enfraquecimento de partidos tradicionais, a "naniquização" da política pode levar legendas sem tradição ou representatividade no Congresso a governar capitais e municípios importantes. Pela primeira vez, representantes de siglas nanicas disputam mais da metade do eleitorado que irá às urnas em um segundo turno.

Há 26 candidatos de nove micropartidos concorrendo em 25 cidades onde hoje os eleitores irão às urnas. Nessas localidades - oito delas capitais - há 17,1 milhões de eleitores, o equivalente a 52% do total que deve votar hoje. No primeiro turno, 18 legendas nanicas já conquistaram o poder em cidades que abrigam 10,7 milhões de eleitores.

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A dispersão partidária foi uma das principais marcas do primeiro turno. Nunca tantos partidos saíram vitoriosos em ao menos uma prefeitura: 31. Na eleição municipal anterior, em 2012, 26 legendas venceram em pelo menos uma cidade. A configuração do segundo turno revela que o fenômeno da dispersão chegou com força aos centros políticos importantes, que concentram 200 mil eleitores ou mais.

Em 2012,13 representantes de partidos nanicos disputaram o segundo turno - metade do número atual. Em 2008, foram apenas três.

Cláusula de barreira

O avanço dos micropartidos ocorre justamente no momento em que o Congresso discute medidas para enfraquecê-los, com a chamada cláusula de barreira. Uma proposta de emenda constitucional que deve ser votada em breve no plenário do Senado estabelece dois requisitos para que os partidos possam atuar no Congresso: obter pelo menos 2% dos votos válidos para a Câmara dos Deputados em todo o País, sendo que esse mesmo patamar mínimo deve ser alcançado em pelo menos 14 unidades da Federação.

Segundo cálculos do Estadão Dados, 19 partidos não atingiriam esses requisitos se a regra estivesse valendo na eleição de 2014. Naquele ano, essas legendas elegeram 13% das vagas na Câmara dos Deputados.

A multiplicação de siglas com assento no Congresso dificulta a formação de bases parlamentares sólidas e alimenta a troca de votos por cargos ou emendas parlamentares.

O custo dos micropartidos também é desproporcional à sua relevância política: nos últimos dez anos, a cada R$ 5 de subsídios públicos - por meio do Fundo Partidário ou da renúncia fiscal relacionada à propaganda eleitoral no rádio e na TV -, R$ 1 foi direcionado a legendas que seriam afetadas pela cláusula de barreira em discussão no Senado.

Metodologia

Para definir quais são os partidos nanicos no segundo turno, o Estadão Dados usou os mesmos critérios da proposta de emenda constitucional que trata da cláusula de barreira. Com isso, siglas como o PRB e o PSC ficaram de fora da classificação.

No segundo turno, os dois micropartidos com mais candidatos na disputa são o PPS (7) e o PV (4). No ranking do eleitorado potencial a governar nos municípios, os primeiros são o PSOL, o PPS e o PMN.

O PPS está na disputa em uma capital, Vitória, e cinco municípios do interior ou de regiões metropolitanas: São Bernardo do Campo (SP), Guarujá (SP), São Gonçalo (RJ), Ponta Grossa (PR), Cariacica (ES) e Montes Claros (MG).

O PSOL, que se enquadra na categoria dos "nanicos ideológicos", juntamente com PCdoB e a Rede, entre outros, tem no Rio de Janeiro sua principal aposta eleitoral - apesar do favoritismo de Marcelo Crivella, do PRB (mais informações nas págs. A11 e A12). Trata-se do segundo maior colégio eleitoral entre os municípios do País.

Outros dois candidatos do PSOL se classificaram para a rodada final da eleição, em Sorocaba (SP) e Belém (PA).

No quarto maior colégio eleitoral do País, Belo Horizonte, o minúsculo PHS tem chances de vitória, com Alexandre Kalil. A mais recente pesquisa Ibope mostra que ele está tecnicamente empatado com o tucano João Leite.

Em Curitiba, Rafael Greca, do PMN, também tem chances de vitória, na disputa contra Ney Leprevost (PSD). Segundo o Ibope, eles têm 51% e 49% das intenções de voto, respectivamente. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Fortalecidos com o processo de impeachment, partidos nanicos e do chamado Centrão, determinantes até agora no afastamento de Dilma Rousseff, formalizam nesta quarta-feira, 18, um novo bloco na Câmara que será composto por 225 parlamentares de 13 partidos (PP, PR, PSD, PRB, PSC, PTB, Solidariedade, PHS, PROS, PSL, PTN, PEN e PTdoB). Com isso, será o maior da Casa, que tem 513 deputados, e, portanto, com maior cacife para levar as reivindicações do grupo ao presidente em exercício Michel Temer.

O presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), ajudou a articular a formação do novo bloco, que inclui o chamado baixo clero da Casa. Os partidos do Centrão foram disputados por Temer e Dilma durante a tramitação do impeachment na Câmara e negociaram cargos com os dois lados. Temer deu a eles vagas importantes na Esplanada e no segundo escalão do novo governo.

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O medo entre aliados do presidente em exercício ouvidos pela reportagem é de que ele se torne um refém do Centrão, que o obrigou, por exemplo, a colocar o PRB no Desenvolvimento.

O primeiro pleito do grupo é emplacar o novo líder do governo na Câmara. O nome defendido por eles é o do líder do PSC, André Moura (SE), um dos principais aliados de Cunha. Mas o grupo também quer influenciar na agenda legislativa com propostas como a que legaliza jogos de azar.

Temer reuniu-se com o grupo nesta terça, 17, mesmo. O "novo Centrão" chegou a levar o pedido para a indicação de Moura para a liderança do governo, mas Temer não se decidiu. "O presidente ainda não definiu a indicação. A prerrogativa é do presidente, mas vamos buscar solução que nos unifique", afirmou o ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima.

'Mãos dadas'

Na reunião, Temer manifestou, segundo Geddel, apreço "de governar de mãos dadas ao Congresso" para agilizar votações de medidas provisórias e da revisão da meta fiscal. O presidente em exercício, no entanto, não estabeleceu uma pauta específica de prioridades para votações.

Com a indefinição, a sessão de terça da Câmara acabou sem nenhuma votação, mesmo com quatro medidas provisórias ainda do governo Dilma trancando a pauta. A reunião do colégio de líderes prevista para a tarde de terça acabou adiada para quarta, quando a expectativa é de que o novo líder já esteja definido.

Além de Moura, defendido pelo Centrão, o deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ) disputa a indicação. O nome dele é defendido por Moreira Franco, responsável pela área de infraestrutura do governo, e por integrantes da antiga oposição ao governo petista, como PSDB e PPS.

Justamente para evitar um racha na base, o PMDB, com uma bancada de 66 deputados - a maior da Casa -, ainda não decidiu se vai participar do grupo. O receio é de que a entrada oficial do partido do presidente aponte a preferência de Temer pelo grupo. Caso o partido resolva entrar, o bloco poderá chegar a ter mais de 290 parlamentares - número grande o bastante para aprovar projetos de lei (mínimo de 257 votos), mas ainda insuficiente para aprovar emendas à Constituição Federal (308 votos). As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O projeto de reforma política que o plenário do Senado deve votar nesta semana reforça o poder dos grandes partidos e dificulta a eleição de parlamentares pelas chamadas legendas "nanicas". Se aprovada, a proposta deve reduzir a fragmentação do Congresso já nas próximas eleições.

Há três itens no projeto que beneficiam especialmente os partidos com grandes bancadas, como PT, PMDB e PSDB. O principal é o artigo que torna inócuas as coligações nas eleições para deputado. O texto também restringe o acesso de nanicos a debates e reduz seu "valor" nas coligações majoritárias - para prefeito, governador e presidente - ao reduzir suas cotas no tempo de TV do horário eleitoral.

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Como compensação, a proposta oferece a partidos ameaçados de encolhimento a possibilidade de se unir em uma federação, organismo formado por duas legendas ou mais, mas que funcionaria como uma única.

As coligações nas eleições para a Câmara são importantes para os "nanicos" porque nem sempre eles obtêm, sozinhos, o quociente eleitoral - número mínimo de votos para eleger um deputado. Alianças com legendas maiores eliminam esse obstáculo, já que quem precisa atingir esse número mínimo de votos é a coligação, ou seja, a soma do resultado eleitoral de todos os seus integrantes.

O projeto do Senado, porém, determina que as vagas para a Câmara sejam divididas com base no desempenho de cada partido, independentemente do fato de ele fazer ou não parte de coligação. Essa mudança deve trazer alterações significativas no quadro político. Se a eleição de 2014 tivesse sido realizada sem coligações, o número de partidos representados na Câmara teria sido de 22, em vez de 28. PMDB, PT e PSDB, que elegeram pouco mais de um terço dos deputados, teriam ocupado mais da metade das vagas.

A restrição às coligações não constava do projeto de reforma política já aprovado pelos deputados - foi inserida relator da proposta no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR). Se aprovada pelos senadores, só entrará de fato em vigor se passar por uma segunda votação na Câmara.

Prazos

O Congresso corre contra o tempo para que a reforma seja válida já nas eleições municipais de 2016. Para que isso ocorra, o trâmite das novas regras precisa ser concluído um ano antes do pleito.

O projeto que o Senado deve votar nesta semana é o PLC 75/2015, que altera a Lei dos Partidos Políticos, a Lei Eleitoral e o Código Eleitoral. Ainda não há data para os senadores votarem a proposta de emenda constitucional que concentra outros pontos importantes, como o fim da reeleição e a manutenção do financiamento privado de campanhas.

Presidente da Comissão de Reforma Política, o senador Jorge Viana (PT-AC) lamenta que não tenha ocorrido a mudança na forma de financiamento. "Tive de abrir mão (do fim do financiamento privado). Mesmo com a Operação Lava Jato, estamos jogando fora uma oportunidade de mudar isso", disse. Apesar da frustração, Viana aponta vitórias na proposta: o provável fim das coligações proporcionais e algumas medidas para reduzir o custo das campanhas.

"Lamentavelmente, essa uma reforma é tímida", disse o senador Cristovam Buarque (PDT-DF). "Ela não acabou com o financiamento de empresas para campanhas." Segundo ele, as mudanças previstas são "cosméticas". "O fim da reeleição deve ser a única mudança substancial."

Presidente do DEM, o senador José Agripino (RN) prevê que os senadores e a Câmara devem convergir pelo fim da reeleição. "Isso é consenso, mas ainda há dúvidas sobre a duração do mandato, de 4 ou 5 anos. Foi a reforma possível dentro de um quadro instável. Não houve vencedor." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), não perdoou a traição dos partidos nanicos no primeiro dia de votação da reforma política e decidiu puni-los com o endurecimento da cláusula de barreira. Em reunião realizada na manhã de nesta quarta-feira, 27, entre Cunha e líderes partidários próximos a ele, ficou acertado que DEM e Solidariedade apresentarão na quinta-feira, 28, um destaque que estabelece que, para ter direito a fundo partidário e tempo de rádio e TV, os partidos precisarão ter um mínimo de cinco representantes no Congresso.

O texto do relator da PEC (Proposta de Emenda à Constituição), Rodrigo Maia (DEM-RJ), previa a obrigatoriedade de apenas um parlamentar na Câmara ou no Senado. A alteração pune partidos como PSOL (4 deputados), PTN (4), PMN (3), PRP (3), PSDC (2), PEN (2), PTC (2), PT do B (2), PRTB (1) e PSL (1). Destes, o PSDC ficou dividido e apenas PSL, PRP, PRTB e PEN votaram majoritariamente a favor da proposta defendida por Cunha.

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A alteração proposta pelo texto a ser apresentado poupa o PC do B (13) que, contrariando seus princípios, mas cumprindo acordo feito com o PMDB, votou favoravelmente ao distritão, sistema eleitoral pelo qual vereadores, deputados estaduais e federais são eleitos por voto majoritário.

"Conceitualmente acho que o parlamento brasileiro tem que se adequar à realidade dos parlamentos do mundo, que têm cláusula de desempenho", afirmou Mendonça Filho (PE), líder do DEM.

Apesar de mais severa que a proposta do texto de Maia, a cláusula de barreira apresentada como retaliação ainda é mais branda que a que constava no relatório da Comissão Especial de Reforma Política, que foi desprezado. O parecer do colegiado propunha que só teriam acesso a tempo de TV e fundo partidário a legenda que tivesse obtido no mínimo 2% dos votos válidos na última eleição para a Câmara dos Deputados, distribuídos em pelo menos 1/3 dos Estados, com um mínimo de 1% do total de cada um deles.

Hoje, a Câmara retomou a discussão da reforma política coma votação de opções de financiamento de campanha. A primeira proposta, que defendia doações públicas e por pessoa física, foi rejeitada por 240 votos contrários, 163 favoráveis e 66 abstenções. Até a noite desta quarta, os deputados discutiam o financiamento exclusivamente público.

Representantes dos partidos nanicos se reuniram na noite desta segunda-feira, 23, em São Paulo para discutir uma ação conjunta nos debates sobre a reforma política. PHS, PTN, PSDC, PRP e PSL devem trabalhar contra o modelo defendido pelo vice-presidente da República, Michel Temer, o "distritão". A primeira reunião deliberativa da comissão especial da Câmara acontecerá na tarde desta terça-feira, 24.

Os dirigentes desses partidos alegam que o modelo proposto por Temer - no qual são eleitos os candidatos mais votados em um Estado, sem se levar em conta a votação dos partidos, como ocorre hoje pelo sistema proporcional - enfraquece as legendas e personaliza o processo eleitoral. Para ser aprovada na Câmara, a mudança depende do apoio de 308 dos 513 deputados por se tratar de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC).

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O encontro foi organizado pela deputada Renata Abreu (PTN-SP) que, pessoalmente, não é contra o distritão. A deputada é membro titular da comissão especial e está organizando audiências para debater a reforma.

Segundo o vereador paulistano Laércio Benko, que representou o PHS no encontro de ontem, ficou acertado que os nanicos apresentarão na comissão requerimentos para a realização de audiências públicas nas Assembleias Legislativas, de forma a envolver parlamentares das esferas estadual e municipal nas discussões. "Ninguém discute que não seja necessário uma reforma política, mas ela não é a grande preocupação hoje. A preocupação da sociedade é se tem água na torneira, energia elétrica e com o aumento da gasolina", declarou o vereador.

Ainda de acordo com Benko, a maior parte dos representantes das siglas se posicionou contra o distritão, considerado por ele "um golpe dos partidos grandes". "O distritão é uma excrescência. Só o Afeganistão tem", comparou.

Numa Câmara pulverizada em 28 partidos, as 10 siglas "nanicas" tentam formar um bloco parlamentar para ter peso na eleição para a presidência da Casa no próximo biênio - uma disputa que pode colocar em rota de colisão as duas maiores legendas da base de apoio da presidente Dilma Rousseff.

Peemedebista e petistas ouvidos pelo Broadcast Político, serviço no notícias em tempo real da Agência Estado, afirmaram que, se formalizada, a nova força política será cobiçada pelos candidatos que, nos bastidores, tentam viabilizar seus nomes.

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Juntos, PHS, PTN, PRP, PMN, PEN, PSDC, PTC, PT do B, PSL e PRTB elegeram 24 deputados. O PHS, fundado em 1997, teve o melhor resultado e conquistou cinco cadeiras.

"As conversas estão bem adiantadas e é uma questão de sobrevivência para os pequenos partidos", avalia o deputado Luis Tibé, líder do PT do B. "Se o bloco não se concretizar será horrível para nós."

O líder do PMDB, deputado Eduardo Cunha (RJ), foi lançado na semana passada pela bancada peemedebista candidato ao comando da Câmara. O PT, que fez a maior bancada neste ano e elegeu 77 deputados, também articula lançar um nome, o que deve romper um acordo de revezamento entre os dois partidos que foi iniciado em 2006.

Desafeto do governo por ter liderado rebeliões na Câmara neste ano, Cunha tenta se colocar como candidato "do tapete", que tenta construir alianças de baixo para cima. Já contando com a oposição do Planalto, conquistar o apoio "no varejo" dos nanicos ganhou importância na sua estratégia para ser eleito.

"Na composição do novo Congresso Nacional vai ser fundamental a capacidade de aglutinar", avalia do deputado Leonardo Picciani (RJ), aliado próximo a Cunha. "É fundamental ter esse diálogo para que eles se somem à candidatura do Eduardo."

Cunha tem tentado se cacifar como uma alternativa capaz de valorizar a Câmara e prestigiar os deputados, discurso que deve fazer parte das negociações para atrair os nanicos. "Não adianta ter força na eleição e depois não ser prestigiado", diz Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA), outro articulador próximo ao líder peemedebista. "Se o PT não dá importância a um partido do tamanho do PMDB, imagine que importância dará aos demais partidos", conclui.

Um dos cotados a sair candidato pelo PT, o vice-presidente da Câmara, deputado Arlindo Chinaglia (SP), concorda que os "nanicos" terão peso, mas pondera que ainda é preciso avaliar o grau de unidade que eles conseguirão formar entre si.

Reforma política

Montar um bloco que dê força política aos dez menores partidos da Câmara também tem por objetivo formar um grupo que atue contra propostas de uma reforma política que possa criar barreiras para que as pequenas legendas tenham representação na Casa.

Um dos pontos que os partidos nanicos não querem ver aprovados, por exemplo, é a cláusula de barreira, mecanismo pelo qual um partido que não alcançar determinado porcentual de votos não chega ao Parlamento. "É preciso discutir, mas sem barrar a existência dos pequenos partidos", avalia o líder do PT do B.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Os candidatos à Presidência da República Levy Fidelix (PRTB) e Rui Costa Pimenta (PCO) participaram nesta sexta-feira do Jornal Nacional da TV Globo. Em sua breve mensagem, Levy Fidelix defendeu uma mudança no Bolsa Família e a retirada de impostos para medicamentos. "Ninguém toma remédio porque quer. Queremos imposto zero para remédios", disse. Segundo ele, o recurso para bancar o benefício viria da economia "com pagamento de juros bancários".

Levy Fidelix disse ainda que se eleito quer transformar o Bolsa Família em "salário da família integral". "Vou acabar com 'bolsa preguiça' e exigir que as pessoas trabalhem (para receber o benefício), completou o candidato do PRTB. Já Rui Costa Pimenta destacou suas propostas para a educação e disse que se eleito vai trabalhar para garantir o ensino "integralmente público e gratuito". "E também um ensino acessível para toda a população", disse. O candidato afirmou ainda ser a favor do "livre ingresso nas universidades". Segundo ele, o recurso para permitir a implementação da medida viria de uma reorganização das finanças da União. Ele também citou como solução o "não pagamento das dívidas".

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Após encerrar a série de entrevistas ao vivo com os principais candidatos à Presidência, o Jornal Nacional passou a exibir uma entrevista gravada de 40 segundos com os candidatos que possuem menos de 3% das intenções de votos, os considerados nanicos. O formato foi acordado com todos os partidos. Ontem, participaram do telejornal os candidatos Zé Maria (PSTU) e José Maria Eymael (PSDC). Na quarta-feira, foi a vez de Eduardo Jorge (PV) e Luciana Genro (PSOL).

A presidente Dilma Rousseff, o candidato tucano Aécio Neves e o então candidato do PSB, Eduardo Campos, já participaram da sabatina de 15 minutos de duração ao vivo do telejornal. A agora candidata pelo PSB, Marina Silva, que também figura entre os principais candidatos, deve ter sua entrevista ao vivo agendada para a semana que vem. Marina assumiu oficialmente o cargo após a morte do ex-governador Eduardo Campos, vítima de acidente aéreo na semana passada.

Se os partidos que fazem parte da coligação do PSB não aceitarem a candidatura de Marina Silva em substituição à de Eduardo Campos e pedirem para sair da coligação, a tarefa de achar uma solução para o caso pode ficar para o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Para eleger o substituto de Campos, a coligação encabeçada pelo PSB precisa do voto da maioria das executivas dos partidos coligados originalmente. No total, a coligação que lançou Eduardo Campos como candidato - a Unidos Pelo Brasil - é formada pelo PSB, PHS, PRP, PPS, PPL e PSL. O presidente do PSL, contudo, anunciou nesta quinta-feira que pretende deixar o grupo.

Caso os nanicos sigam a posição do PSL, o TSE terá ao menos duas decisões a tomar. A primeira: se um partido pode deixar a coligação nesta etapa da campanha. Já a segunda e mais complexa é se a saída de partidos da coligação altera a maioria necessária para aprovar o substituto.

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Com os seis partidos, a maioria exigida para a aprovação seria de quatro legendas. No entanto, o tribunal pode considerar apenas o número de partidos restante na coligação, a depender do momento em que o pedido para deixar o grupo de Marina for formalizado. Assim, se três partidos deixassem a Unidos Pelo Brasil, por exemplo, antes de votarem a favor ou contra o nome de Marina, o tribunal poderia exigir apenas dois partidos para definir o substituto.

Não basta se isentar da votação do substituto para deixar a coligação. É preciso pedir a saída formalmente ao TSE e aguardar a decisão do tribunal. Portanto, se os partidos desejarem barrar a candidatura de Marina, a medida mais efetiva seria votar contra a definição de seu nome. Nos bastidores do tribunal, os ministros destacam o ineditismo do caso, que deve fazer com que as decisões passem pelo plenário. A previsão é de que a corte eleitoral leve em consideração o tamanho do prejuízo causado à coligação para solucionar a questão.

Com poucos recursos e sem a mesma estrutura que os três primeiros colocados na disputa presidencial - Dilma Rousseff (PT), Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB) -, os oito candidatos nanicos que orbitam na ponta de baixo das pesquisas eleitorais usam a pequena visibilidade da disputa para debater causas polêmicas e bandeiras excêntricas.

Cinco deles - Luciana Genro (PSOL) Eduardo Jorge (PV), José Maria (PSTU), Mauro Iasi (PCB) e Rui Costa Pimenta (PCO) - defendem a descriminalização da maconha, o casamento entre pessoas do mesmo sexo e o direito ao aborto. Essas três pautas, evitadas ou tratadas sem alarde pelos favoritos, é frequente na agenda do grupo. Dentro desta faixa, quatro deles - Iasi, Zé Maria, Luciana e Pimenta - formam o bloco "ideológico" e defendem uma doutrina de extrema esquerda.

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Já Eduardo Jorge (PV) mescla os três itens em comum da pauta "progressista" ao discurso ambiental para tentar recuperar pelo menos parte dos 20 milhões de votos que seu partido recebeu com a candidatura da ex-ministra Marina Silva em 2010.

Contraponto

Pastor Everaldo (PSC), Levy Fidelix (PRTB) e José Maria Eymael (PSDC) se apresentam com propostas diametralmente opostas às defendidas pelos "radicais" e fazem o contraponto conservador.

Único com mais de 1% das intenções de voto (3% na mais recente pesquisa Ibope), Pastor Everaldo conta com o voto dos evangélicos que, segundo o IBGE, correspondem a 22% da população do País. "Trabalho com o que eu tenho, mas minha visão não é nanica, é gigante", diz. Ele também é o único dos nanicos a dispor de jatinho próprio.

Também ligado à defesa do direito à vida e a preceitos cristãos está Eymael, que em sua quarta disputa presidencial continua utilizando o jingle que o tornou famoso na campanha à Prefeitura de São Paulo em 1985. Neste ano, o "Ey-Ey-Eymael" pode ser ouvido no site da campanha em sete versões, como axé ou sertanejo.

Ainda no espectro "conservador" do grupo está Levy Fidelix, que disputa a sua quinta eleição consecutiva (disputou a Prefeitura de São Paulo em 2008 e 2012, tentou a Câmara dos Deputados em 2006 e a Presidência em 2010, mas nunca foi eleito). Ele terá apenas 47 segundos na propaganda da TV para defender sua notória bandeira de qualquer disputa. "Aerotrem é um neologismo para monotrilho, que eu criei. Não deixarei de lado este ano algo que defendi a vida inteira, mas não vou falar só disso", afirma o candidato, adepto do slogan "Vamos endireitar o Brasil".

Repetição não é exclusividade dos candidatos conservadores. Pela terceira vez candidato ao Planalto, Pimenta aposta nos motes "Quem bate cartão não vota em patrão", "Revolução, governo operário e socialismo" e "Salário, trabalho e terra".

Em sua segunda campanha à Presidência, Zé Maria não faz diferente e defende a reestatização dos bancos, a suspensão do pagamento da dívida pública e um governo "sem patrão".

Iasi também defende a estatização do sistema financeiro e a extinção do direito de herança. Eduardo Jorge é o que mais destoa da divisão "tradicional" e afirma que seu partido é de "ideias revolucionárias e que vem para reformar o socialismo e o capitalismo". (As informações são do jornal O Estado de S. Paulo)

Na tentativa de reduzir a vantagem do tempo televisivo da propaganda partidária da campanha reeleitoral da presidente Dilma Rousseff, o pré-candidato do PSDB ao Planalto, senador Aécio Neves, aposta na aproximação com seis partidos nanicos: PTN, PTC, PT do B, PMN, PSL e PEN. A investida poderá render cerca de 20 segundos a mais para o tucano, que, no atual cenário, conta com 3 minutos e 42 segundos a partir do apoio do tradicional aliado DEM e do Solidariedade (SDD), legenda ligada à central Força Sindical.

Mesmo assim, a distância de Dilma é enorme. Confirmados os apoios de PMDB, PDT, PR, PTB, PC do B, PSD, PRB e PROS, a petista terá 10 minutos e 44 segundos de programa eleitoral gratuito. Se o PP também aderir ao projeto da presidente - e esta é a tendência no atual cenário -, Dilma ganhará ainda mais 1 minuto e 16 segundos.

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O pré-candidato do PSB à Presidência, o ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos, conta atualmente com 1 minuto e 55 segundos de tempo de TV, a partir dos apoios do PPS, do PHS e do PRP. Ou seja, poderá ter dificuldades quando o horário eleitoral começar no rádio e na TV, no dia 19 de agosto.

Ainda há espaço para um rearranjo das alianças. Um grupo do PMDB, por exemplo, defende a neutralidade do partido. Ou seja, a sigla não daria seus minutos de TV para ninguém. Aécio também busca o PSD do ex-prefeito paulistano Gilberto Kassab, primeiro partido a anunciar apoio ao projeto reeleitoral petista. A aliança, porém, é vista como improvável no atual cenário - Kassab estará hoje no Palácio do Planalto para um encontro com Dilma. O xadrez dos acordos poderá ser jogado até o fim de junho, quando ocorrerão as convenções partidárias.

O PP do senador Ciro Nogueira (PI), presidente nacional da legenda, foi alvo de Aécio na semana passada, por exemplo. "Dona" de pouco mais de 1 minuto de exibição partidária, a legenda será um dos últimos da base governista a definir em qual palanque subirá. Aécio tentou reverter a tendência de apoio a Dilma escalando a senadora gaúcha Ana Amélia, o presidente de honra do PP, Francisco Dornelles, e o governador de Minas Gerais, Alberto Pinto Coelho, para pressionarem Ciro Nogueira a pelo menos manter a neutralidade do partido, o que reduziria o tempo de TV de Dilma. O trio pepista chegou a ir até para Brasília com essa missão, mas não conseguiu realizá-la. A legenda deve anunciar até o fim do mês a entrada na aliança da presidente da República.

Ajuda. Aécio ainda não desistiu dos grandes partidos, mas tenta, paralelamente, garantir os segundos dos nanicos. O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), passou então a ajudar o pré-candidato tucano ao Planalto na empreitada. A negociação está sendo feita em "bloco" com seis siglas. Escalado para fazer a "ponte", o secretário da Casa Civil do Palácio dos Bandeirantes, o também tucano Edson Aparecido, reuniu-se na quinta-feira com Aécio em São Paulo, na sede estadual do PSDB, para falar sobre essa articulação.

Os presidentes desses partidos são próximos de Alckmin e o apoiam no Estado. Aécio ouviu que receberia "cerca de 20 segundos" ao agregar os nanicos e autorizou a aproximação.

O primeiro partido a anunciar oficialmente o apoio à candidatura presidencial tucana deve ser o PMN. A presidente nacional do partido, Telma Ribeiro, tinha uma reunião reservada com Aécio na sexta-feira, mas o encontro foi remarcado para esta semana. A ideia é que cada um dos apoios seja anunciado separadamente. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A eleição de 2014 deve ser a última na qual os candidatos "nanicos" terão a seu dispor um tempo de propaganda no horário eleitoral desproporcional à importância de seus partidos. O acesso das legendas minúsculas ao chamado palanque eletrônico sofrerá uma redução drástica, de até 67%, graças a uma mudança na legislação - já aprovada, mas cujos prazos de vigência ainda estão em discussão pela Justiça Eleitoral.

Os "nanicos" têm acesso privilegiado à propaganda eleitoral por causa de uma regra na legislação que, até o ano passado, determinava que um terço do horário eleitoral fosse dividido igualmente entre todos os candidatos. Os outros dois terços eram rateados de acordo com o tamanho das bancadas dos partidos ou coligações na Câmara dos Deputados.

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A nova regra, porém, determina que apenas 11% do tempo, em vez de 33%, sejam divididos igualmente. Nada menos que 89% do horário eleitoral será rateado proporcionalmente ao peso dos partidos na Câmara.

A mudança na legislação - um dos pontos da chamada "minirreforma eleitoral" aprovada no final de 2013 - atinge especialmente os chamados partidos ideológicos, como PCB, PCO e PSTU, que não conseguem eleger deputados e cujos candidatos à Presidência tiveram menos de 0,1% dos votos em 2010, apesar de dispor de quase 4% do horário de propaganda eleitoral. Se a nova regra estivesse em vigor, essa participação seria de pouco mais de 1%.

Também saem prejudicados os "donos" do PRTB e do PSDC, Levy Fidelix e José Maria Eymael, que já se candidataram a presidente duas e três vezes, respectivamente, e jamais cruzaram o patamar de 0,3% dos votos. Em 2010, cada um deles também teve quase 4% do horário eleitoral à disposição para se promover.

Partidos novos, até que consigam eleger uma bancada significativa na Câmara, também terão acesso mais restrito ao rádio e à televisão. Se Marina Silva viabilizar sua Rede Sustentabilidade e quiser se candidatar à Presidência em 2018, por exemplo, seu tempo de TV será 2/3 inferior ao que obteria se estivesse em vigor a norma antiga.

Isso acontecerá mesmo se deputados eleitos por outros partidos em 2014 migrarem para a Rede quando os "marineiros" obtiverem o número mínimo de assinaturas para oficializar a criação de sua legenda.

A legislação estabelece de forma muito clara que as trocas de partidos não serão levadas em conta na divisão do tempo de TV. Valerá apenas e tão somente o resultado da eleição. A regra antiga já afirmava isso, mas não de forma tão enfática. Isso permitiu que o PSD, criado em 2011, recorresse à Justiça e obtivesse acesso à propaganda eleitoral e ao Fundo Partidário com base no número de deputados que migraram para a nova sigla.

Líderes da Rede, que reivindicam os mesmos "direitos" obtidos pelo PSD, afirmam que a minirreforma eleitoral foi feita para inviabilizar as iniciativas eleitorais de Marina.

Mas há uma categoria de "nanicos" que não será prejudicada pela nova lei: a dos partidos que não costumam lançar candidatos e que, em vez disso, negociam alianças no "mercado" do tempo de TV.

Estão nesse grupo legendas como PC do B, PPS, PRB e PMN, entre outras. São partidos que costumam eleger deputados federais, ainda que em quantidades pequenas. Como o peso dos deputados na divisão do tempo de TV vai aumentar, essas legendas terão alguns segundos a mais para ceder aos candidatos com quem fizerem alianças. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Enquanto os três principais personagens da eleição presidencial de 2014 - Dilma Rousseff (PT), Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB) - desconversam quando questionados sobre a oficialização de seus nomes e dizem que isso é assunto para o segundo trimestre, os coadjuvantes da disputa já se assumiram. Em 2014, a campanha contará com pelo menos oito postulantes de legendas pequenas e que contam com escasso tempo de TV e recursos.

Sem chances de chegar ao 2.º turno, os integrantes do segundo pelotão podem sonhar em, pelo menos, tentar evitar o fim da disputa numa única etapa. Se nenhum deles desistir da candidatura, essa será a eleição com o maior número de candidatos nanicos ao Palácio do Planalto desde 1998, quando nove representantes de siglas pequenas se apresentaram. Naquele ano, quando Fernando Henrique Cardoso se reelegeu, o melhor colocado da parte de baixo da tabela foi Enéas Carneiro, com 1,4 milhão de votos.

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Em 2014, o time de nanicos contará com alguns personagens que integram o folclore eleitoral da última década.

Conhecido pelo mote do "aerotrem", um trem de superfície que resolveria todos os problemas de mobilidade urbana do País, Levy Fidelix, do PRTB, disputa o Palácio do Planalto pela terceira vez. Fidelix, que promete encampar bandeiras "de direita", com o apoio do Partido Militar, que não existe legalmente, se recusa a revelar quem apoiará no 2.º turno. Motivo: ele garante que estará lá.

"Serei o único candidato de direita nessa eleição. Vou endireitar o Brasil e combater a presidente Dilma Rousseff", avisa. Líder máximo e criador do PRTB, Fidelix promete, ainda, que vai repetir a postura adotada em eleições anteriores e exigir a sua participação em todos os debates. Em 2012, quando disputou a Prefeitura de São Paulo, ele entrou na Justiça para garantir sua presença no debate da Rede Globo. Conseguiu uma liminar, mas a emissora acabou cancelando o evento. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Ao responderem na semana passada à enquete da reportagem, que perguntou aos 32 partidos do Brasil se eles filiariam o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Joaquim Barbosa, para lançá-lo candidato a algum cargo eletivo no ano que vem, os nanicos responderam com empolgação. A maioria dos dirigentes afirma que ter Barbosa como correligionário seria um "sonho" ou "uma grande aquisição".

Dizem estar de portas abertas: PMN, PRP e PT do B, que juntos têm cinco deputados federais ; e PTC, PRTB, PHS e PEN, sem representação na Câmara. O PEN, que tentou filiar a ex-ministra Marina Silva, espera diz esperar ter mais sorte com Barbosa. "Nosso primeiro sonho foi a Marina. Mas ela, em vez de procurar o novo, voltou-se para o velho ao se filiar ao PSB. Estamos no nosso segundo sonho, que é ter nas nossas fileiras, e disputando a Presidência da República, o ministro Joaquim Barbosa", afirma o presidente da sigla, Adilson Barroso.

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O presidente do PRTB, Levy Fidelix, o homem o aerotrem, afirma que também quer Barbosa na sua legenda. Mas, como é pré-candidato a presidente, diz que o presidente do Supremo seria um ótimo vice em sua chapa. "Seria um reforço tremendo. Nossa chapa ficaria muito forte e tenho certeza de que venço a disputa", afirma. Fidelix diz que, se Barbosa "batesse o pé", até cederia a vaga de candidato principal. "Não é por isso que vamos brigar".

‘O que quiser’

Divinomar do Nascimento, tesoureiro do PTC, diz que Barbosa seria "uma grande aquisição". Antonio Neto, secretário nacional do PRP, disse que o ministro do Supremo poderia ser o que quisesse na sigla. "Ofereceremos legenda a ele com absoluta certeza para o que ele quiser ser: presidente, vice-governador ou senador". Telma Ribeiro, presidente do PMN, declarou: "Claro que daríamos legenda para ele". O deputado Luiz Tibé (MG), afirmou: "O PT do B está aberto a Joaquim Barbosa".

As "declarações de amor" dos partidos nanicos ao presidente do presidente do Supremo não são correspondidas pelo magistrado. Em maio, durante uma palestra no Instituto de Educação Superior de Brasília (IESB), Barbosa afirmou que existem no País "partidos de mentirinha". Não foi uma referência aos partidos pequenos, mas a todo o quadro brasileiro.

"Temos partidos de mentirinha. Nós não nos identificamos com os partidos que nos representam no Congresso, a não ser em casos excepcionais. Eu diria que o grosso dos brasileiros não vê consistência ideológica e programática em nenhum dos partidos. E tampouco seus partidos e os seus líderes partidários têm interesse em ter consistência programática ou ideológica. Querem o poder pelo poder."

Os partidos nanicos ganharam poder nas eleições de 2012. Juntos, eles aumentaram o número de prefeituras de 370 para 516, um crescimento de 40%. Entre os grandes partidos, apenas o PSB conseguiu resultado tão bom, com um acréscimo de 42% em cidades conquistadas.

No total, foram eleitos prefeitos de 15 partidos nanicos, que têm hoje menos de 100 prefeituras cada. Desses 15, 14 cresceram.

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Mas essa evolução não significa que houve uma pulverização dos partidos pequenos pelo Brasil. Na maior parte dos casos, os nanicos se concentraram nos Estados onde já tinham representação e se expandiram muito pouco para outras regiões do Brasil. É um indicativo da dependência de lideranças partidárias estaduais e da dificuldade de criar quadros.

Este é o caso do PV, que encabeça a lista dos nanicos. Neste ano, a sigla conseguiu 22 vagas de prefeito a mais, um crescimento de 30%. Metade desse aumento ocorreu nos três Estados onde se concentram 75% dos atuais prefeitos do partido: São Paulo, Maranhão e Minas Gerais. A partir do ano que vem, estes Estados continuarão a ser responsáveis por 70% das prefeituras verdes.

O mesmo aconteceu com o PRB, partido ligado à Igreja Universal. Das 24 prefeituras que o partido obteve a mais neste ano, 19 estão no Maranhão, Ceará e Minas Gerais. Hoje, estes três Estados concentram sete entre dez prefeitos do PRB.

Já o PSC, apesar de ter perdido Curitiba no 2.º turno com o candidato Ratinho Júnior, fortaleceu lideranças estaduais e cresceu em número de prefeituras no Paraná.

A lista de nanicos com representação municipal também ganhou dois novos partidos neste ano. O PPL, fundado em 2009, elegeu 12 prefeitos, metade em Minas e no Ceará. O PSOL também conquistou duas prefeituras pela primeira vez, sendo uma capital, Macapá. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo


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