Tópicos | Olavo de Carvalho

Às 18 horas de sábado (16) uma das salas do Trump Hotel, em Washington, começou a receber convidados para o evento prévio à chegada de Jair Bolsonaro. A recepção, uma homenagem ao escritor conservador Olavo de Carvalho, foi organizada pelo ex-estrategista de Trump e agitador de movimentos populistas de direita Steve Bannon. O deputado Eduardo Bolsonaro (PSL) se antecipou à comitiva presidencial para participar do evento, que concentrou críticas à imprensa e aos "traidores" que cercam o presidente.

Questionado se estava otimista com o Brasil, Olavo de Carvalho afirmou: "Não, não, não. Vou ser sincero. Eu amo esse cara, o Bolsonaro. Mas ele está rodeado de traidores, eu não confio em praticamente ninguém no governo exceto nele", disse Olavo, que estará com Bolsonaro neste domingo (17) em jantar na residência do embaixador do Brasil nos EUA. Depois do evento, a jornalistas, Olavo chamou o vice-presidente Hamilton Mourão de "um cara idiota". "O presidente viaja e qual a primeira coisa que ele faz? Viaja a São Paulo para um encontro político com Doria. Esse cara não tem ideia do que é vice-presidência. Durante a viagem, ele tem que ficar em Brasília", afirmou Olavo. Ele disse que Mourão, desde a posse, mudou de lado e é "pró-aborto, pró-desarmamento e pró-Nicolás Maduro".

##RECOMENDA##

Ao dizer que Jair Bolsonaro está "de mãos amarradas", Olavo de Carvalho afirmou que a situação do governo vai mal. "Se tudo continuar como está, já está mal. Não precisa mudar nada para ficar mal, é só continuar isso mais seis meses e acabou", disse o filósofo a jornalistas após evento em Washington, organizado por Steve Bannon.

Ele aponta como problema a mídia e os conselheiros do presidente. Olavo afirma que a mídia tenta dar um "golpe de estado" e publica "mentiras" contra o presidente. Segundo ele, o presidente não leva as questões para a justiça porque os militares no governo não deixam.

"Ele não reage porque aquele bando de milico que o cerca é tudo um bando de cagão, que tem medo da mídia. Por que eles têm medo da mídia? Porque quando terminou a ditadura militar, eles viram que estavam todos queimados com a mídia, foram para casa e decidiram agora fazer o papel de bonzinho. O que o Bolsonaro tem a ver com isso? Nada", disse Olavo."É um homem sozinho, não pode confiar nos que o cercam, não pode confiar na mídia."

Críticas à imprensa permearam todo o evento. Olavo disse que os jornalistas fazem parte de uma elite intelectual e que os formadores de opinião estrangeiros precisam buscar outras formas de ter informação sobre o País, que não via imprensa. Ao falar sobre a imagem de Bolsonaro no mundo - criticada de veículos estrangeiros por posições consideradas racistas e preconceituosas -, Olavo afirmou que "a imagem é um mito criado pelos jornalistas". "Os jornalistas brasileiros são, a maioria, viciados em drogas. Não estou exagerando", afirmou.

Eduardo Bolsonaro também criticou a imprensa e disse que "as pessoas não acreditam mais na mainstream media", dizendo que canais alternativos de apoio ao governo têm mais engajamento nas redes sociais do que o dos jornais tradicionais. "Isso é poder, o poder está conosco agora", disse Eduardo.

O evento reuniu cerca de 60 pessoas em uma sala do Trump Hotel, reduto de republicanos, entre americanos e brasileiros. Diplomatas da embaixada do Brasil em Washington estiveram presentes, entre eles Nestor Forster, cotado para assumir o posto de embaixador nos EUA. Ex-embaixador dos EUA no Brasil, Thomas Shannon era um dos convidados presentes.

A aproximação do clã Bolsonaro com Bannon incomoda parte da Casa Branca. O ex-estrategista de Trump foi demitido em 2017 e já foi chamado de traidor pelo próprio Trump. Nos EUA, parte do governo americano vê com maus olhos a proximidade entre o filho de Bolsonaro e Bannon - que também foi convidado para o jantar com o presidente. O evento de sábado foi uma exibição do filme Jardim das Aflições, de Josias Teófilo, sobre Olavo de Carvalho.

Ideologia

Na apresentação do evento, Gerald Brant, integrante do mercado financeiro responsável por unir Steve Bannon à família Bolsonaro e a Olavo de Carvalho, disse que o evento e a chegada de Bolsonaro à presidência eram um sinal de que o movimento conservador conseguiu chegar longe no Brasil.

Olavo, contudo, disse que Bolsonaro não tem ideologia. Olavo de Carvalho disse que Bolsonaro foi eleito porque representava um "mal menor" do que Fernando Haddad, que concorreu à presidência pelo PT em 2018. "Por isso que ele foi eleito, não por causa de suas ideias políticas que até hoje não sei quais são. Eu já vi Bolsonaro dar opinião sobre um assunto ou outro, mas nunca vi ele dar uma concepção geral, uma ideologia. Você pode acusá-lo de que as ideias dele são incoerentes, mas essa é a maior prova de que ele não tem ideologia nenhuma", disse Olavo, sob aplausos tímidos.

Bannon e Olavo de Carvalho se conheceram em janeiro e, agora, o americano disse querer levar o pensamento de Olavo ao mundo e computa ao filósofo a ascensão de Bolsonaro. "Ideias têm consequências. Uma das consequências das ideias do professor Olavo é o capitão Bolsonaro", afirmou Bannon.

No dia de sua chegada a Washington, o presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, participa de um jantar organizado na residência do embaixador do Brasil nos EUA, Sérgio Amaral, para o que o governo chamou de "formadores de opinião".

A lista de convidados inclui integrantes do movimento conservador americano como o ex-estrategista da campanha de 2016 de Donald Trump e agitador de governos populistas de direita no mundo, Steve Bannon, o filósofo Olavo de Carvalho, um ex-diplomata do governo George W. Bush, Roger Noriega, e Gerald Brant, integrante do mercado financeiro de Nova York e responsável por apresentar Bannon à família Bolsonaro.

##RECOMENDA##

A lista de convidados foi elaborada pelo chanceler brasileiro, Ernesto Araújo, e pelo diplomata Nestor Forster, responsável por apresentar Araújo a Olavo de Carvalho e cotado para assumir a embaixada brasileira em Washington.

No jantar, Bannon entregará a Bolsonaro um boné verde com a frase "Make Brazil Great Again" bordada em amarelo ("Torne o Brasil grande de novo", em tradução livre). A frase é uma adaptação do slogan usado por Trump durante sua campanha presidencial de 2016.

Evangélicos

Ainda como parte do engajamento com a sociedade civil americana, Bolsonaro se encontrará com líderes evangélicos americanos, na terça-feira, depois da reunião com Trump na Casa Branca. A aliança do presidente americano com os evangélicos conservadores foi considerada um dos pilares que elegeram Donald Trump em 2016, um caso parecido com o apoio evangélico recebido por Bolsonaro no ano passado. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) negou nesta terça-feira, 12, que o filósofo Olavo de Carvalho esteja causando uma crise no governo ao ter gerado uma reação de pessoas ligadas a ele que estavam no Ministério da Educação contra o ministro da pasta, Ricardo Vélez Rodríguez.

"Ele está no papel dele de crítico. Ele pode muito bem falar. A outra opção que ele tem seria ficar quieto e olhar coisas que ele não concorda acontecendo. Certamente, ele, como brasileiro, não vai fazer isso. Gente, serão quatro anos assim. Eu não vejo como crise, vejo como saudável. Você não é a favor da democracia, das críticas? Superfaturam isso", disse.

##RECOMENDA##

O parlamentar citou como exemplo o fato de ele ter aparecido ao lado do vice-presidente Hamilton Mourão nesta terça-feira. "Você viu como foi meu tratamento com o general Hamilton Mourão hoje? Parecíamos amigos desde criança. E às vezes acham que está tendo um clima, que estamos contra os generais", afirmou. Os dois se encontraram durante o almoço diplomático oferecido pelo Itamaraty para o presidente do Paraguai, Mario Abdo Benítez.

Eduardo disse ainda que Olavo é uma "pessoa estudada, letrada" e que suas opiniões "tem um peso diferenciado por conta da história". O deputado disse ser um "fã" do filósofo. "Vou botar um quarto dele lá em casa. Sou fã dele. Em vida ainda para ele conseguir ver a admiração que eu tenho por ele", disse.

A demissão do número dois da Educação, Luiz Antonio Tozi, e o agravamento da crise interna no ministério foram precedidos por uma série de postagens, no Twitter, do escritor Olavo de Carvalho, "guru" bolsonarista e responsável pela indicação de dois ministros - entre eles o titular da pasta, Ricardo Vélez Rodríguez. As críticas, entre elas ao próprio Tozi, seriam uma retaliação "ao expurgo" promovido contra ex-alunos de Olavo dentro do Ministério da Educação.

Duas fontes ligadas ao MEC disseram que a demissão de Tozi seria parte de um "acordo" entre Bolsonaro e Olavo, segundo o qual o "guru" pararia de publicar mensagens contra o ministério em troca da exoneração. Segundo essas fontes, os dois teriam conversado por telefone na segunda-feira (11).

##RECOMENDA##

A disputa interna no MEC envolve pelo menos três grupos: os chamados "olavistas", ligados a Olavo, os militares ou que foram indicados por eles, e os de perfil mais técnico, em geral oriundos do Centro Paula Souza (autarquia do Estado de São Paulo que administra as faculdades e escolas técnicas). Há ainda um grupo formado por ex-alunos do ministro, de perfil conservador.

Depois da sucessão de críticas a Vélez, os técnicos o convenceram de afastar os "olavistas". Em suas redes sociais, Olavo publicou nos últimos dias dezenas de mensagens com recados ao governo, a Vélez e a apoiadores do presidente Jair Bolsonaro. Na segunda-feira, elogiou a demissão do coronel Ricardo Roquetti, diretor de programa da Secretaria Executiva e considerado um desafeto dos "olavistas".

Após a demissão de Roquetti, Olavo elogiou a medida e publicou que era necessário "concluir a limpeza". "Diante de uma operação de infiltração como essa, ninguém pode ser poupado. É preciso mandar todos para a rua, a começar com o tal Tozi, que estava capitaneando a operação com o Roquetti."

Olavo também já fez ameaças ao próprio Vélez, e chegou a sugerir a demissão do ministro. "Recomendei o ministro Vélez, mas se ele cair no erro monstruoso que mencionei (acordo com quem estava na pasta antes), ponham-no para fora", escreveu na segunda-feira. Em outra mensagem, Olavo escreveu que não deseja derrubar nenhum ministro e afirmou que apenas apresentou as pessoas. Ele usou um palavrão para externar sua opinião. "O ministério é do Velez. Que o enfie no c..."

'Crítico'

O deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) negou nesta terça-feira (12) que Olavo esteja causando uma crise no governo. "Ele está no papel dele de crítico. Ele pode muito bem falar. A outra opção que ele tem seria ficar quieto e olhar coisas que ele não concorda acontecendo. Certamente, ele, como brasileiro, não vai fazer isso", disse. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O filósofo Olavo de Carvalho publicou em seu Facebook que o ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodríguez, nunca o procurou em busca de conselhos, apesar de ter sido indicado para a pasta por ele. Apontado como ideólogo do governo, Olavo de Carvalho também negou relação com a demissão do diplomata Paulo Roberto de Almeida, que aconteceu no carnaval.

"Indiquei o prof. Vélez para o ministério, mas ele nunca me pediu um conselho. Não tenho nada a ver com qualquer decisão dele", escreveu Olavo, apontado como ideólogo do governo Jair Bolsonaro (PSL). "Também nada fiz contra o tal coronel Roquetti, apenas reclamei contra a remoção de alunos meus, pessoas altamente capacitadas, para cargos menores e inócuos", disse Olavo em referência à exoneração do coronel Ricardo Roquetti do Ministério da Educação (MEC).

##RECOMENDA##

Nos últimos dias, o MEC promoveu mudanças em seus quadros, exonerando alguns funcionários e mudando outros de departamento. Entre os atingidos pelas mudanças, estão discípulos que Olavo de Carvalho, que atribuíram a movimentação a Roquetti, assessor de Vélez Rodríguez. Na sequência, Roquetti teria sido exonerado a pedido do presidente Bolsonaro, numa tentativa de pacificar o ministério.

Olavo ainda disse não estar relacionado à demissão do diplomata Paulo Roberto de Almeida. O funcionário do Itamaraty foi exonerado em 4 de março pelo chanceler Ernesto Araújo, que é próximo a Olavo e, assim como Vélez Rodríguez, foi indicado ao cargo pelo filósofo. Almeida presidia o Instituto de Pesquisa de Relações Internacionais (Ipri), ligado ao Ministério das Relações Exteriores.

"Estou de saco cheio de malucos que me atribuem poderes demoníacos de influenciar pessoas por telepatia", encerrou Olavo em seu post.

Guru intelectual do bolsonarismo, o filósofo Olavo de Carvalho publicou um tweet nesta terça-feira, 12, no qual afirma não ter a intenção de "derrubar ministros" no governo de Jair Bolsonaro e ainda mandou um recado para o chefe da pasta da Educação, Ricardo Vélez Rodriguez:

"Não quero derrubar ministro nenhum. Apenas apresentei pessoas, sem a menor pretensão de influenciá-las (sei que isto é inimaginável para o pessoal da mídia, para quem influenciar é orgasmo). O ministério é do Velez. Que o enfie no c*."

##RECOMENDA##

O clima é de apreensão no Ministério da Educação após funcionários ligados ao professor deixarem a pasta. Como publicou o Blog da Renata Cafardo, há temor de que Vélez seja demitido - o ministro e o presidente Bolsonaro tem nesta terça-feira mais uma reunião para tratar da crise interna no órgão.

Olavo de Carvalho tem feito críticas ao ministro e a seus subordinados em suas redes sociais. As contas do filósofo têm sido recheadas de publicações em tom agressivo e irônico nos últimos dois dias. Além das críticas no âmbito do MEC, nesta terça, ele atacou jornalistas. "Quantos jornalistas, no Brasil, são consumidores habituais de drogas? Sem esse dado, é impossível analisar as 'ideias' deles", escreveu.

Para ele, os apontamentos da mídia a respeito dos conflitos de indicações dentro do MEC são "sentimentos subjetivos", e não fatos. "Quando a mídia explica os acontecimentos do MEC como um conflito entre 'militares' e 'ideológicos', isso é evidentemente uma expressão de sentimentos subjetivos em linguagem arbitrária, não uma descrição nem mesmo falsa da realidade."

As disputas no ministério começaram na semana passada, quando o ministro resolveu exonerar funcionários que defendiam políticas de viés ideológico. A mais importante delas, revelada pelo jornal O Estado de S. Paulo, foi uma carta enviada às escolas pedindo que o slogan de campanha de Bolsonaro ("Brasil acima de tudo, Deus acima de todos") fosse lido por crianças e que elas ainda fossem filmadas cantando o Hino Nacional.

Com a repercussão negativa da notícia - e Vélez recuando na determinação enviada às escolas - , o ministro deixou os "olavistas" de lado e passou a se aconselhar com um grupo que defende o abandono do discurso ideológico. "Olavistas", por sua vez, dizem que o grupo é "tucano" e não segue as ideias de Bolsonaro. Os técnicos rivalizam com outros dois segmentos dentro do MEC, o de seguidores de Olavo e o de alguns militares.

Integrantes do grupo do filósofo e escritor Olavo de Carvalho voltaram neste sábado, 9, a acusar nas redes sociais os militares de tentarem expurgá-los do Ministério da Educação para frear as investigações da "Lava Jato da Educação", um pente-fino anunciado pelo governo nos contratos firmados nas gestões passadas. Os "olavistas" dizem que os coronéis e generais da reserva com cargos na pasta isolaram o ministro Vélez Rodríguez e "sabotaram" ações no setor defendidas na campanha de Jair Bolsonaro.

Ainda na sexta-feira, Olavo usou as redes sociais para pedir a seus alunos a deixaram os cargos, depois que foi informado do expurgo. No Facebook, ele escreveu que oficiais militares induzem Vélez Rodriguez, a tomar "atitudes erradas" e lançam a culpa nos seus alunos. "São trapaceiros e covardes", acusou.

##RECOMENDA##

Ligado ao filósofo, o assessor especial do MEC Silvio Grimaldo escreveu na manhã deste sábado no Facebook que foi um dos que sofreram rebaixamento de cargo por conta da pressão dos militares. O assessor ressaltou que o presidente Jair Bolsonaro poderia fazer um governo "alicerçado" em ativistas e intelectuais de direita, mas "preferiu" se cercar de "generais positivas".

Em outra postagem, Grimaldo associou os ataques ao grupo de Olavo dentro do MEC a demissão do diplomata Paulo Roberto de Almeida do comando do Instituto de Pesquisa de Relações Internacionais. No carnaval, Almeida foi exonerado depois de divulgar textos críticos à política externa e ao próprio ministro Ernesto Araújo. O diplomata disse que Olavo estava por trás de sua demissão. O escritor, porém, negou.

"Coronel" do MEC

Grimaldo escreveu em sua contas no Facebook que, durante a campanha de 2018, um certo "coronel" do MEC e eminência parda do ministro Vélez Rodríguez tentou emplacar Paulo Roberto de Almeida para o cargo de chanceler, mas a indicação, completou, ficou por conta de Olavo de Carvalho, que sugeriu Ernesto Araújo.

O coronel citado pelo assessor é Ricardo Wagner Roquetti, coronel-aviador da reserva da Aeronáutica que exerce cargo de diretor no MEC. "É no mínimo uma deliciosa coincidência que alguns dias depois do Paulo Roberto ser demitido do MRE e atribuído sua demissão ao Olavo, o coronel tenha organizado a desarticulação da influência do Olavo dentro do MEC", escreveu Grimaldo. Se não fosse uma simples coincidência, seu chamaria retaliação."

Ao longo do dia, os "olavistas" divulgaram ainda um texto em que relatam que o Roquetti atua como um "segurança" de Vélez Rodriguez e emplacou aliados de empresas contratadas pelo MEC em cargos influentes na pasta.

A Lava Jato da Educação, termo usado por Bolsonaro no Twitter, é um acordo para investigar indícios de corrupção especialmente nos contratos do Programa Universiade para Todos (ProUni) e no Programa de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec). A oposição reclama que o objetivo é atingir o petista Fernando Haddad, ex-ministro no governo Lula e candidato derrotado à Presidência.

O protocolo de intenções foi divulgado numa cerimônia, no último dia 15 de fevereiro, que contou com a presença de Vélez Rodríguez, do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, do ministro da Controladoria-Geral da União, Wagner Rosário, e do diretor-geral da Polícia Federal, Maurício Valeixo.

O jornal O Estado de São Paulo mostrou nesta sexta-feira, 8, que a disputa está relacionada também com o envio de uma carta de Vélez Rodríguez às escolas para a execução do hino nacional e o slogan de campanha de Bolsonaro fosse lido. Silvio Grimaldo usou também sua conta no Facebook para reclamar da versão de que a ideia da carta é atribuída aos "olavistas". "Pedi ao coronel Roquetti, que é quem toma decisões no MEC, que emitissem uma nota esclarecendo o fato e apontando os verdadeiros responsáveis pela trapalhada", relatou. "Mas parece que honra militar é uma coisa que só fica da porta do quartel pra dentro e preferiram deixar correr a versão que justifica a desolavisação do MEC."

A repercussão negativa do episódio da carta sobre o Hino Nacional enviada a escolas pelo ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodríguez, fez com que nomes ligados a Olavo de Carvalho fossem afastados da pasta. O objetivo, segundo fontes ouvidas pelo Estado, é "reorganizar a casa" e tirar o foco da questão ideológica. Olavo reagiu às mudanças e pediu, pelas redes sociais, que seus alunos deixassem o governo.

A medida foi decidida durante o carnaval depois que Vélez foi aconselhado por outros grupos que fazem parte do Ministério da Educação (MEC). O entendimento era de que o ministro, também indicado por Olavo, estava enfraquecido depois das polêmicas recentes. Entre os que defenderam as mudanças estão ex-integrantes das Faculdades de Tecnologia de São Paulo (Fatecs) e do Instituto de Tecnológico de Aeronáutica (ITA).

##RECOMENDA##

Considerado o "guru intelectual" de Jair Bolsonaro, Olavo de Carvalho passou a orientar na madrugada de ontem que seus alunos saíssem do governo. No Facebook, afirmou que a equipe de Bolsonaro está cheia de "inimigos" do próprio presidente e do povo. Segundo ele, "andar em companhia desses pústulas só é bom para quem seja como eles". "Não quero ver meus alunos tendo suas vidas destruídas no esforço vão de ajudar militares acovardados cujo maior sonho é tucanizar o governo para agradar à mídia."

Olavo também vem criticando o vice-presidente, general Hamilton Mourão. "O maior erro de minha vida de eleitor foi apoiar o general Mourão", escreveu na quarta. "Não cessarei de pedir desculpas por essa burrada." Na quinta-feira, quando questionado sobre as críticas, Mourão respondeu com um gesto de um beijo, feito com a mão.

O MEC não quis comentar os casos e informou apenas que as mudanças são uma decisão interna de remanejamento.

Um dos afastados é Silvio Grimaldo, aluno de Olavo, que trabalhava diretamente com o ministro, no gabinete, e teria influenciado Vélez em decisões com viés ideológico. Em seu perfil no Facebook, Grimaldo disse que recebeu uma ligação no carnaval informando que ele seria transferido para a Capes, "para enxugar gelo e 'fazer guerra cultural'". Segundo o post, "o mesmo destino fôra (sic) dado a outros funcionários ligados ao Olavo (apenas olavetes foram transferidos)". Disse ainda que não aceitou o outro cargo e pediu para ser exonerado.

Para ele, o "expurgo de alunos do Olavo de Carvalho do MEC é a maior traição dentro do governo Bolsonaro que se viu até agora". "Nem as trairagens do Mourão ou Bibiano (sic) chegaram a esse nível." Ele é mestrando na área de Filosofia da Educação da Universidade Estadual de Londrina.

Ontem à noite, Grimaldo voltou à rede social para defender a "Lava Jato da Educação", "idealizada e organizada pelos 'olavetes do gabinete'". Olavo também citou a iniciativa. "Tudo o que estão dizendo e fazendo contra os meus poucos alunos que têm cargos no governo é para bloquear a Lava Jato na Educação."

'Remanejamento'

 

A deputada Bia Kicis (PSL-DF), no entanto, afirmou que a mudança de servidores na pasta é um remanejamento interno justamente para potencializar a "Lava Jato da Educação". Ela esteve ontem com Vélez Rodríguez.

Murilo Resende, outro aluno de Olavo, que causou polêmica ao ser inicialmente nomeado para coordenar o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), também estaria na lista de mudanças. Procurado, disse que não foi informado sobre eventual remanejamento. Após críticas de especialistas dizendo que ele não teria experiência para cuidar do Enem, Resende ficou em um cargo de assessor no MEC.

Algumas exonerações já foram publicadas no Diário Oficial, como a de Rodrigo Almeida Morais, que é secretário-geral do PSL em São Paulo e ligado ao deputado Eduardo Bolsonaro. Ele participou do grupo de transição na área da educação e estava em cargo de assessor do MEC.

O chefe de gabinete adjunto, coronel Ayrton Pereira Rippel, já foi exonerado, mas não foi divulgado se terá uma nova função. Eduardo Melo, que era subsecretário executivo, deve ir para a Fundação Roquette Pinto.

Hino

 

A ideia de divulgar a carta que pedia que o slogan de campanha de Bolsonaro fosse lido nas escolas e que as crianças fossem filmadas não foi compartilhada nem com gestores de mais altos cargos no MEC. A notícia foi antecipada pelo jornal O Estado de S. Paulo. O alto escalão do ministério soube pela imprensa da carta. A medida foi duramente criticada por educadores, juristas e até pelo movimento Escola sem Partido. O Ministério Público Federal pediu explicações de Vélez, acusado de desrespeitar 17 preceitos constitucionais e legais.

Vélez admitiu o erro e mandou novas cartas às escolas, mantendo apenas o pedido para que o Hino fosse executado. Especialistas deixaram claro que o MEC, até então, não havia apresentado propostas para atacar os reais problemas, como a baixa aprendizagem dos alunos. Depois da carta às escolas, o MEC, de fato, recebeu muitas gravações. No entanto, o material mostrava as condições precárias das escolas e não o Hino. O grande volume de vídeos recebidos teria sido avaliado como um indicativo da baixa popularidade de Vélez. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Considerado o "guru" intelectual de Jair Bolsonaro, o filósofo Olavo de Carvalho orientou aos alunos que teve e que ganharam cargos na nova gestão a deixarem o governo. Em publicação nas redes sociais nesta sexta-feira (8), ele diz que a equipe de Bolsonaro está cheia de inimigos do próprio presidente e do povo.

"Jamais gostei da ideia de meus alunos ocuparem cargos no governo, mas, como eles se entusiasmaram com a ascensão do Bolsonaro e imaginaram que em determinados postos poderiam fazer algo de bom pelo país, achei cruel destruir essa ilusão num primeiro momento", escreveu.

##RECOMENDA##

"Mas agora já não posso me calar mais. Todos os meus alunos que ocupam cargos no governo - umas poucas dezenas, creio eu - deveriam, no meu entender, abandoná-los o mais cedo possível e voltar à sua vida de estudos", continuou. "O presente governo está repleto de inimigos do presidente e inimigos do povo, e andar em companhia desses pústulas só é bom para quem seja como eles."

O professor vem criticando o vice-presidente Hamilton Mourão. "O maior erro de minha vida de eleitor foi apoiar o General Mourão", escreveu na terça-feira (5). "Não cessarei de pedir desculpas por essa burrada". Na quinta-feira, 7, quando questionado sobre as críticas, Mourão respondeu o gesto de um beijo com a mão.

Influência

É atribuída a Olavo de Carvalho a indicação de Ernesto Araújo para ocupar o Ministério das Relações Exteriores no governo de Jair Bolsonaro.

Um dos principais alvos das críticas de Olavo de Carvalho sobre a viagem de parlamentares eleitos pelo PSL à China, Carla Zambelli (PSL-SP) rebateu os comentários. "Não viemos em nome do Executivo. Parlamentares não têm prerrogativa de fechar contrato algum, viemos conhecer e ver o que há de bom, além de fomentar as exportações do Brasil", disse a deputada eleita ao Broadcast Político, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado.

Considerado o guru do governo de Jair Bolsonaro e um dos responsáveis pela indicação de dois ministros - Ernesto Araújo (Relações Exteriores) e Ricardo Vélez Rodríguez (Educação) -, Carvalho criticou a ida da bancada de parlamentares do PSL à China para conhecer um sistema de reconhecimento facial e eventualmente trazê-lo para o Brasil. "Instalar esse sistema nos aeroportos é entregar ao governo chinês as informações sobre todo mundo que mora no Brasil", afirmou. "Vocês estão fazendo uma loucura. Vocês estão entregando o Brasil para a China. Vocês são idiotas?", perguntou em vídeo divulgado na internet.

##RECOMENDA##

A deputada eleita é citada algumas vezes no vídeo de Carvalho. "Isso é um bando de caipira. Inclusive, você, Carla Zambelli. Nunca vou te perdoar isso aí. Eu já te ajudei muito. Se você não sair desse negócio eu não falo mais com você", diz no vídeo, com o dedo em riste.

Ainda na China, Zambelli afirmou que os parlamentares que fazem parte da comitiva ainda não foram empossados e, desta forma, não falam em nome do Brasil. "Ninguém na comitiva tem poder para tal", disse.

A deputada eleita disse que toda a viagem foi custeada pelos parlamentares e pela embaixada da China, "sem ônus para os cofres públicos". Ela afirmou também que eles ainda não foram conhecer qualquer empresa de reconhecimento facial e que isso está programado para daqui alguns dias. "E não é só uma empresa", disse.

A visita de uma comitiva de deputados do PSL à China para conhecer um sistema de reconhecimento facial desenvolvido no País foi alvo de críticas do filósofo da direita Olavo de Carvalho, conhecido como um dos pensadores ligados ao governo de Jair Bolsonaro.

"Tem uma turma que fica dizendo aí que eu sou o guru do governo Bolsonaro. Se eu fosse, a primeira coisa que não estaria acontecendo é esta viagem de meia dúzia de senadores e deputados do PSL à China para negociar a instalação do sistema de reconhecimento facial nos aeroportos", disse Carvalho em um vídeo publicado em seu perfil no Youtube. "O que vocês sabem do sistema chinês? Vocês estão fazendo uma loucura, entregando o Brasil à China."

##RECOMENDA##

Olavo nega ter influência sobre o novo governo, mas estaria por trás de duas indicações à Esplanada dos Ministérios, Ernesto Araujo (Relações Exteriores) e Ricardo Vélez (Educação). O filósofo é bastante popular entre o eleitorado de direita que constitui o núcleo da popularidade bolsonarista e é frequentemente citado pelos filhos do presidente em comentários nas redes sociais.

O filósofo comentou que a empresa que estaria por trás do convite aos deputados é a Huawei, uma gigante de tecnologia que teve representantes presos recentemente na Polônia e Canadá, este último a pedido dos Estados Unidos.

"O problema do Brasil é a ignorância, o analfabetismo funcional, a presunção dos semianalfabetos", esbravejou o pensador, que fez questão de ler os nomes dos parlamentares eleitos um a um. "Bando de caipira. Inclusive você, Carla Zambelli (PSL-SP). Já te ajudei muito, se você não sair desse negócio, eu não te ajudo mais."

Zambelli, que tem origem no movimento Vem Pra Rua e se elegeu deputada por São Paulo no ano passado, respondeu em um vídeo publicado nas redes sociais. "Eu sou muito mais brasileira que muita gente aí. Aliás, eu moro no Brasil", disse a deputada - Olavo mora nos Estados Unidos desde 2005.

A exibição do filme O Jardim das Aflições, na tarde desta sexta-fera (27), no auditório do Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFHC) da Universidade Federal de Pernambuco, terminou em confusão e com algumas pessoas feridas. O diretor do documentário, Josias Teófilo, que estava na sessão, relatou o ocorrido nas suas redes sociais, inclusive postando fotos de um homem machucado.

"CFCH virou uma praça de guerra. Eles avançavam gritando. Tentei mediar o conflito mas não foi possível. Os dois grupos se espancaram no corredor. Se não fosse essas pessoas que nos defenderam teriam invadido o auditório e nos agredido. O debate não aconteceu por isso", postou.

##RECOMENDA##

Segundo a assessoria de imprensa da UFPE, a Superintendência de Segurança Institucional da universidade foi acionada por volta das 16h20 e, chegando no local, conseguiu deter a confusão. Ainda de acordo com a instituição, ninguém foi detido ou ficou gravemente ferido. A assessoria ainda informou que a diretoria do CFHC já teria deixado avisado aos seguranças que poderia haver conflitos, devido a comentários contrários ao filme nas redes sociais.

O documentário O Jardim das Aflições conta a história do filosófico Olavo de Carvalho, ícone da direita brasileira. O filme foi o grande vencedor da 21ª edição do Cine PE, ganhando como melhor longa metragem. Antes do festival, alguns diretores retiraram suas produções do evento, em retaliação à participação do doc.

Veja o vídeo feito pelo diretor Josias Teófilo, durante episódio dessa tarde.

[@#video#@]

 

 

Conhecido por sua postura conservadora, o historiador e escritor Olavo de Carvalho afirmou, em publicação nas redes sociais, que pretende votar no deputado federal Jair Bolsonaro para presidente em 2018. Segundo ele, apesar das “qualidades” apresentadas pelos possíveis presidenciáveis Ciro Gomes (PDT) e João Doria (PSDB), atual prefeito de São Paulo, o desejo dele é de ver o país liderando a onda antiglobalista, o que seria possível com Bolsonaro. 

“Não posso deixar de apreciar as qualidades do João Dória e do Ciro Gomes, mas estou assanhadésimo para ver o Brasil entrar na onda antiglobalista e, se possível (sonhar não é proibido), liderá-la. Desejo isso desde o tempo do Itamar Franco. Voto em Bolsonaro e fim de papo”, cravou Olavo. A declaração gerou repercussão entre os adeptos as posturas dele e foi reproduzida pela página oficial de Jair Bolsonaro no Facebook. 

##RECOMENDA##

[@#video#@]

Bolsonaro vem aparecendo como um dos mais citados, depois do ex-presidente Luiz Inácio Lula da SIlva (PT), nas principais pesquisas que aferem as intenções de votos da população para o pleito. No último levantamento do Datafolha, em junho, o deputado registrou entre 12% e 16%. 

Polêmico assim como seu protagonista, o documentário “O Jardim das Aflições”, sobre o filósofo Olavo de Carvalho, foi exibido nesta quarta-feira (28) durante a programação do 21º CinePE. O EstreiaJá acompanhou a projeção do filme no Cinema São Luiz e conversou com o diretor Josias Teófilo. Além disso o programa também bateu um papo com Sandra Bertini, organizadora do festival.

O EstreiaJá é apresentado pelo jornalista e crítico de cinema Rodrigo Rigaud e é publicado semanalmente no LeiaJa.com.

##RECOMENDA##

Confira o programa completo no vídeo abaixo.

[@#video#@]

[@#galeria#@]

A segunda noite de exibição da mostra competitiva do Cine PE surpreendeu pela presença expressiva do público, no Cinema São Luiz. A grande expectativa do dia era a exibição do filme 'O Jardim das Aflições', do diretor Josias Teófilo, que após manifestações de realizadores, voltou à capital pernambucana para exibir o seu trabalho. 

##RECOMENDA##

No local era possível observar várias pessoas com blusas, exaltando a figura do escritor Olavo de Carvalho e de Bolsonaro, elogiando o trabalho do diretor Josias Teófilo. Com a blusa caracterizada com a foto do deputado carioca, a estudante Rafalea de Andrade disse acreditar e defender o pensamento dois dois ícone da direita brasileira. "Vejo que eles possuem um discurso muito consistente e por isso vim prestigiar e achei o filme muito bom", falou.

O administrador Douglas Tavares, de 35 anos, exaltou o longa. "O trabalho está ótimo. Eu já conhecia Olavo através da internet e fiquei com uma expectativa muito positiva. Hoje, ao assistir o filme, confesso que a exibição ficou a contento", concluiu.

Em relação ao posicionamento político do documentário, Marcos Borges, de 26 anos, falou que o teor do 'Jardim das Aflições' é filosófico. "Já li o livro, vi o filme e achei muito bom. A fotografia está perfeita, e além disso, envolve toda uma campanha de financiamento coletivo", defendeu. 

LeiaJá também

-> Posição política faz cineastas retirarem filmes do Cine PE

--> Por desistências, Cine PE é adiado

--> Após polêmicas, Cine PE anuncia nova data

[@#galeria#@]

Uma mistura de expectativa e tensão tomou conta do Cine PE 2017. A grande espera da noite foi a apresentação do filme 'O Jardim das Aflições', do diretor Josias Teófilo, que apresentou o documentário sobre a obra do 'filósofo' Olávo de Carvalho.

##RECOMENDA##

Cercado de várias polêmicas, o documentário levantou uma carga extensa de comentários, manifestações e posicionamento político, contra sua produção. Entretanto, contrário a todo esse fervor de ideias, um público expressivo, que defende as ideologias de Olavo, marcou presença durante a sessão, com camisas que enalteciam o escritor e a direita.

O realizador do filme, o pernambucano Josias Teófilo, foi exaltado e 'tietado' e apoiado pelo público presente. Em entrevista ao LeiaJa.com, o diretor externou o seu posicionamento em relação à criação do trabalho, abordou as polêmicas e da expectativa de lançar o documentário no Cinema São Luiz.

"Quando pensei em gravar não imaginei que chegaria a esse ponto. Até porque, o filme não tem um teor político, ele vai de encontro ao entendimento das manifestações", falou o diretor. De acordo com Teófilo, o trabalho atende a um público 'esquecido', e que não é favorecido com produções nacionais, Para ele, o Jardim quebra essa lacuna. "As pessoas precisam, primeiramente, olhar de frente a obra para depois julgá-la", defendeu. 

Quando questionado se o retorno à Região de origem causou tensão após as polêmicas envolvendo colegas da mesma classe, Josias pontuou. "Confesso que o clima foi tenso, Inclusive, estavamos esperando que tivesse algum tipo de movimentação e até violência. Com isso, a expectativa é muito grande de estar no Cinema São Luiz e retornar em um cenário tão crítico", considerou. 

Já o produtor do filme Matheus Bazzo falou que a estratégia dos realizadores retirarem os filmes foi burrice. "Espero que eles tenham se arrependido. Isso foi burrice e só ajudou na divulgação do nosso documentário e a assessoria de imprensa", comentou.

Antes mesmo da exibição do seu trabalho, o cineasta foi ovacionado pelo público presente e durante o seu pronunciamento acerca da obra, Josias criticou a retirada dos filmes, falou sobre a produção, mas sem citar Olavo de Carvalho. "Demoramos dois anos para concluir o trabalho e agora, esperamos que as pessoas juguem a obra após olhar ela de frente", concluiu.

[@#video#@]

Falando sobre a retirada dos sete filmes, Teófilo lamentou. "Agradeço a todos que estão aqui. A pressão da classe foi grande, inclusive o meu amigo Luiz Joaquim não aceitou ser homanageado, mas estamos aqui e pergunto: quem quer ver o filme no circuito alternativo?", questionou em tom de provocação. Em resposta, o diretor recebeu inúmeros aplausos e surgiram gritos em defesa de Jair Bolsonaro. O filme apresentou, através da filosofia, pensamentos, questionamentos, posicionamento político e o poder do Estado.

Polêmica - No início de maio, sete realizadores selecionados para o Cine PE desistiram de participar da mostra competitiva do evento. Em uma nota divulgada, os representantes dos filmes defenderam que a edição de 2017 do festival favorece um discurso partidário alinhado à direita conservadora. A decisão foi tomada devido à escolha dos filmes 'Real, o plano por traz da história' e 'O Jardim das Aflições'.

LeiaJá também

-> Posição política faz cineastas retirarem filmes do Cine PE

--> Por desistências, Cine PE é adiado

--> Após polêmicas, Cine PE anuncia nova data

O Cine PE - Festival Audiovisual divulgou a nova lista de filmes da programação da sua 21ª edição, após sete realizadores retirarem suas obras do evento em protesto. Os cineastas acusaram o festival de ter um direcionamento político que "favorece um discurso partidário alinhado à direita conservadora". Por conta do boicote, a organização decidiu adiar a realizaçao do Cine PE 2017, originalmente previsto para ser realizado de 23 a 29 de maio.

O festival já havia divulgado uma nova data de realização, de 27 de junho a 3 de julho. “O Jardim das Aflições”, de Josias Teófilo, baseado na obra de Olavo de Carvalho, que esteve no centro da polêmica que culminou na desistência de alguns diretores, continua na grade.

##RECOMENDA##

Passam a integrar a grade: "Marina e o passarinho perdido", de Marcos França; "Soberanos da Resistência", de Marcus Paiva; "Dia dos Namorados", de Roberto Burd; "O Menino do Canto do Mar", de Ulisses Andrade; "Peleja do Sertão", de Fábio Miranda; "Mulheres Negras: Projetos de Mundo", de Lucas Ogasawara; "Sal", de Diego Freitas; "José", de Fernando Gutiérrez e Gabriel Ramos; "O Caso Dionísio Diaz", de Chico Amorim e Fabiana Karla

“Apesar de todos os atropelos ocorridos para celebrarmos a 21ª edição do CINE PE estamos firmes e fortes para realizarmos o festival. Saudamos a todos que contribuem com gestos e palavras para o engrandecimento e a sua renovação. Ratifico o compromisso com a pluralidade das ideias para a cultura e, em especial, para o audiovisual. Ratifico o nosso compromisso com os patrocinadores e com o público, presença sempre marcante em todas as edições”, afirma Sandra Bertini, diretora do festival, em nota.

De acordo com a organização, inscreveram-se neste ano 473 filmes, sendo 398 curtas e 75 longas. As exibições dos longas e curtas contarão com o recurso da audiodescrição, para atender ao público com deficiência auditiva. 

Os ingressos para as sessões do 21º Cine PE custam R$ 5 (preço único) e são adquiridos na bilheteria do Cinema São Luiz. Os valores serão revertidos para a manutenção do espaço. Haverá também venda de ingressos antecipados, também na bilheteria do cinema. 

Serviço

Cine PE 2017 Festival do Audiovisual

27 de junho a 3 de julho

Cinema São Luiz (Rua da Aurora, 175 - Boa Vista)

(81) 3461.2765 ou festival@bpe.com.br

R$ 5

LeiaJá também

---> Por desistências, Cine PE é adiado

Páginas

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando