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 A Justiça Federal condenou nesta segunda-feira (21) o hacker Walter Delgatti a 20 anos de prisão no processo da Operação Spoofing, deflagrada pelo PolÍcia Federal em 2019. Cabe recurso contra a decisão.

A sentença foi proferida pelo juiz Ricardo Leite, da 10ª Vara Federal em Brasília. Durante as investigações, a PF descobriu que Delgatti e outros acusados interceptaram conversas de integrantes da Operação Lava Jato, entre elas, o ex-procurador Deltan Dallagnol.

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A Agência Brasil busca contato com a defesa do hacker.

A Segunda Seção do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), em Brasília, autorizou, nessa quarta-feira (14), que todos os processados na Operação Lava Jato tenham acesso às mensagens hackeadas em poder da força-tarefa para usá-las em suas defesas.

O TRF1 decidiu apenas sobre o acesso aos diálogos. A validade das provas não foi debatida. A decisão beneficia quase 400 pessoas.

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Os desembargadores entenderam que, ao autorizar o compartilhamento das conversas com todos os processados, vão otimizar decisões sobre pedidos iguais. "Se o réu X teve acesso, o réu Y vai ter acesso também", defendeu o desembargador Ney Bello, que sugeriu a extensão. "Todos os processados vão entrar com mandado de segurança pedindo o acesso que a gente já deu."

Com a decisão, a Polícia Federal deve compartilhar os diálogos com as defesas. O material foi obtido na Operação Spoofing, que prendeu os hackers.

O ex-juiz Sergio Moro e o ex-procurador Deltan Dallagnol estão entre os alvos do ataque cibernético. Eles nunca reconheceram a autenticidade das conversas.

O Supremo Tribunal Federal (STF) ainda não decidiu se as mensagens hackeadas têm eficácia jurídica ou não. Uma ação sobre o tema aguarda julgamento desde 2019.

Quem defende a validade dos diálogos afirma que, embora não possam ser usados contra membros da Lava Jato, devem ser considerados a favor dos réus. Os que se opõem ao uso das conversas argumentam que elas foram obtidas ilegalmente e, por isso, são imprestáveis.

Denunciado pelo ataque hacker e roubo de mensagens dos celulares de autoridades, incluindo procuradores da força-tarefa da Operação Lava Jato e do ex-juiz Sérgio Moro, Walter Delgatti, conhecido 'Vermelho', prestou novo depoimento nesta sexta-feira, 18, no âmbito do processo criminal em curso na 10ª Vara Federal de Brasília. Ele reconheceu ter invadido os aparelhos, mas negou integrar uma organização criminosa montada para praticar crimes cibernéticos bancários.

Segundo o Ministério Público Federal, Delgatti seria responsável 'direto e imediato' por 126 interceptações telefônicas, telemáticas ou de informática e por 176 invasões de dispositivos informáticos de terceiros.

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De acordo com ele, na origem, o método para acessar as mensagens do aplicativo Telegram foi desenvolvido para hackear um promotor que o investigou anos antes por fraudes bancárias. Ele chegou a ser preso, mas afirmou ter sido absolvido.

"Eu continuei acessando outros Telegrams, inclusive o do policial da investigação, o delegado, o juiz que me manteve preso. Eu acabei acessando também de um procurador da República que era meu professor e acabei indo, acessando, e criei interesse. Eu lembro que estava em debate a reforma da previdência, eu acabei acessando de políticos e fui me empolgando nisso", disse.

Então estudante de Direito, Delgatti disse que era admirador da Lava Jato e teve a ideia de invadir o celular do então coordenador da força-tarefa de Curitiba, Deltan Dallagnol, depois de ouvir uma palestra dele na faculdade e se 'identificar muito' com o procurador. A motivação, segundo 'Vermelho', foi saber quem seria preso e os 'crimes do País'.

"Eu apoiava a Lava Jato. É só ver meus posts nas redes sociais, em Facebook, que eu sempre apoiei a Lava Jato. Eu era contra PT, contra Lula, e apoiava o Sérgio Moro, o Deltan", afirmou.

A versão do hacker é a de que, ao ler as mensagens, ele começou a 'entender o que a Lava Jato fez de mal ao País'. "Quando eu acessei as conversas, comecei a ler, a entender aquilo, e vi o que realmente estava acontecendo, os crimes que eles cometeram", afirmou.

Delgatti disse ainda que, antes de entregar o material ao portal The Intercept Brasil, que divulgou as mensagens na série de reportagens conhecida como Vaza Jato, fez contato com a então procuradora-geral da República, Raquel Dodge, e o procurador José Robalinho, mas não teve sucesso nos pedidos de investigação.

"Eu apoiava aquilo, mas enxergando o mal que eles fizeram eu me senti obrigado a pegar essa mensagens e entregar a autoridades, não a mídia. A minha meta nunca foi a mídia", disse.

No depoimento, ele também voltou a dizer que fez contato com o jornalista Glenn Greenwald, do The Intercept Brasil, por meio da ex-deputada federal Manuela D'Ávila (PCdoB). Também afirmou que não procurou diretamente o repórter por não conhecê-lo e não ter confiança na mídia.

"Eu queria justiça e entregar isso à Justiça. Depois disso, que eu vi que era sem sucesso, eu acabei entrando em contato com a Manuela D'Ávila, ela me passou o jornalista, que eu entreguei a ele o material e foi publicado. Antes do Glenn, eu tentei entregar isso à Justiça", explicou.

Ele alega ter sido movido por um sentimento de justiça e nega ter recebido dinheiro ou oferta de vantagens financeiras pelo ataque. "Eu recebei o que eu mais queria, que era justiça", disse. "Ela [Manuela D'Ávila] perguntou o que eu queria em troca. No livro que saiu da Vaza Jato ela explica que ela fez isso pensando que eu ia falar de dinheiro, ela ia me bloquear e não continuar a conversa. Depois o Glenn nem tocou no assunto de dinheiro, de pagamento ou de vantagem", acrescentou.

Delgatti disse ainda que as conversas são autênticas e não poderiam ter alteradas por serem mensagens antigas.

O ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou o ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, a ler parte das mensagens apreendidas na Operação Spoofing. A ação mirou o grupo de hackers que invadiu celulares de autoridades, incluindo procuradores da força-tarefa da Lava Jato.

A decisão estabelece que Cunha não terá acesso a todo o acervo da Spoofing, como pretendia, mas apenas aos trechos em que houver menção direta ao nome dele e que não estiverem cobertos por sigilo judicial.

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"Esta Suprema Corte tem assentado importante posicionamento no sentido de assegurar a efetividade da ampla defesa e do contraditório aos réus, garantindo o acesso aos termos em que tenham sido citados e que não haja diligências em curso que possam ser prejudicadas", escreveu Lewandowski.

Depois que o ministro determinou o compartilhamento do material com os advogados do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em liminar posteriormente referendada pelos colegas no plenário do STF, a defesa de Cunha entrou com um pedido na tentativa de conseguir a extensão do benefício. Inicialmente, o ministro negou acesso às conversas, por entender que o ex-presidente da Câmara não poderia ‘pegar carona’ na reclamação do petista em razão do caráter ‘personalíssimo’ do processo. A defesa de Cunha reiterou o pedido, argumentando que ele foi citado mais de cem vezes nas mensagens liberadas ao ex-presidente.

Ao reavaliar o requerimento, o ministro considerou que o ex-presidente da Câmara poderia receber cópias dos documentos públicos. "Acolho em parte o pedido formulado na inicial, a fim de determinar a extração de cópia dos elementos de prova que não estejam sob sigilo em que contidas mensagens eletrônicas que fazem menção (nominal) expressa ao reclamante", determinou o ministro em novo despacho.

COM A PALAVRA, A DEFESA DE EDUARDO CUNHA

O advogado Aury Lopes Jr., que representa de Eduardo Cunha, afirmou que a decisão ainda não representa o "amplo acesso pleiteado pela defesa". Ele informou que vai entrar com recurso, por entender que não lhe foi concedido o mesmo direito de acesso já dado a outros interessados.

O ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal, autorizou nesta segunda, 12, o acesso do presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ) ministro Humberto Martins às mensagens da Operação Spoofing levadas à Corte desde o início de março pela defesa do ex-presidente Lula (PT). A decisão, no entanto, restringe o uso das conversas no inquérito conduzido por Martins contra integrantes da força-tarefa da Lava Jato até o STF decidir sobre o rumo da investigação.

O inquérito foi suspenso no último dia 30 por liminar da ministra Rosa Weber, que deverá ser discutida pelo Supremo. Na ocasião, os procuradores reforçaram à ministra o risco de Martins autorizar diligências contra a força-tarefa com base em mensagens obtidas por meios ilícitos.

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Ao liberar acesso aos diálogos, Lewandowski ressalta que o pedido de Humberto Martins foi feito ao STF antes de Rosa suspender o inquérito e, por isso, ainda poderia ser analisado.

"Considerando que o mencionado ofício foi expedido às 15h37 do dia 30 de março de 2021, ou seja, antes da liminar deferida às 22h55 da mesma data pela ministra Rosa Weber, mediante a qual suspendeu o inquérito que tramita naquela Corte para apurar supostos constrangimentos impostos a seus integrantes por membros da Operação Lava Jato, e tendo em conta ainda que, não apenas o presidente, como também os demais ministros têm legítimo interesse em conhecer o conteúdo das referidas mensagens, em especial aquele que lhes diga respeito diretamente, defiro o pedido", anotou Lewandowski.

O ministro, porém, ressaltou que Martins só poderá fazer uso das mensagens no inquérito contra a Lava Jato 'caso assim lhe seja facultado' pelo Supremo, que determinar se investigação deve ou não continuar. Ainda não há data para este julgamento.

Na mesma decisão, Lewandowski encaminhou a íntegra das mensagens públicas da Spoofing ao Corregedor-Geral do Conselho Nacional do Ministério Público, Rinaldo Reis. Em fevereiro, o procurador-geral Augusto Aras encaminhou a ele um pedido do ministro Humberto Martins para abrir uma investigação contra a força-tarefa no 'Conselhão do MP'.

Cabe a Rinaldo Reis avaliar se há elementos suficientes no caso para justificar a abertura de um procedimento interno contra os procuradores.

Investigação. O inquérito do STJ contra a Lava Jato foi aberto de ofício (por iniciativa própria) pelo presidente da Corte, Humberto Martins, e mira suposta intenção da força-tarefa em investigar, sem autorização judicial, a movimentação bancária de ministros do tribunal. Em março, o Estadão mostrou que Martins avaliava a possibilidade de decretar buscas contra os procuradores, que temiam até mesmo a prisão preventiva.

A apuração avançou contra a Lava Jato na esteira das mensagens hackeadas da força-tarefa que estão sendo divulgadas desde a decisão que concedeu acesso ao acervo da Spoofing à defesa do ex-presidente Lula (PT). A origem ilícita das conversas, obtidas por meio de hacker, é um dos pontos questionados pela Lava Jato para barrar a investigação no STF.

Em uma conversa citada por Humberto Martins para abrir o inquérito, Deltan escreve: "A RF [Receita Federal] pode, com base na lista, fazer uma análise patrimonial, que tal? Basta estar em EPROC [processo judicial eletrônico] público. Combinamos com a RF. Furacão 2". O procurador Diogo Castor de Mattos, que integrava a força-tarefa na ocasião, respondeu a mensagem dizendo: "Felix Fischer eu duvido. Eh um cara serio (sic)".

'Furacão 2' seria uma referência à operação Furacão, deflagrada em abril de 2007 e que atingiu o então ministro do STJ Paulo Medina, denunciado por integrar um esquema de venda de sentenças judiciais.

A defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva enviou nesta segunda, 22, ao ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal, mais um relatório sobre as mensagens da força-tarefa da Lava Jato apreendidas no âmbito da Operação Spoofing - investigação que mirou hackers de autoridades.

Boa parte dos diálogos que constam no 12º parecer elaborado pela perícia contratada pelos advogados Cristiano Zanin Martins e Valeska Teixeira Zanin Martins são referentes à denúncia dos caças suecos.

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A acusação atribui a Lula, seu filho Luís Cláudio e o casal de lobistas Mauro Marcondes e Cristina Mautoni, suposto envolvimento em 'negociações irregulares que levaram à compra de 36 caças do modelo Gripen pelo governo brasileiro e à prorrogação de incentivos fiscais destinados a montadoras de veículos por meio da Medida Provisória 627', durante o governo Dilma Rousseff.

A denúncia foi apresentada no âmbito da Operação Zelotes em 2016, pelos supostos crimes de crimes de tráfico de influência, lavagem de dinheiro e organização criminosa. A ação penal segue com o juiz federal Vallisney de Souza Oliveira, da 10ª Vara Federal, em Brasília.

Parte das mensagens ainda tratam de delações premiadas fechadas no âmbito da Lava Jato, citando por exemplo, o ex-ministro Antônio Palocci (Fazenda/Governo Lula e Casa Civil/Governo Dilma). Palocci prestou depoimento na ação dos caças suecos.

No relatório enviado a Lewandowski, a defesa de Lula também destaca um diálogo em que o ex-chefe da força-tarefa no Paraná, Deltan Dallagnol, afirma que o juiz Luiz Antônio Bonat, sucessor de Sérgio Moro na 13ª Federal de Curitiba, 'sugeriu' questões relacionadas a pedidos de bloqueios de bens.

O ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal, autorizou o Tribunal de Contas da União (TCU) a acessar parte das mensagens hackeadas da Lava Jato que constam na investigação da Operação Spoofing. A decisão atendeu a solicitação do presidente da Corte de Contas a partir de um processo sob relatoria do ministro Bruno Dantas. A autorização valida o acesso aos documentos "desde que não estejam cobertos por sigilo".

Na prática, a medida permite ao TCU consultar os diálogos apresentados pela defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Supremo, na ação que questiona a imparcialidade do então juiz Sérgio Moro ao julgar o petista. "Embora o objeto desta reclamação esteja limitado à obtenção, por parte do reclamante (Lula), de elementos de convicção contidos no material arrecadado na referida operação policial, que possam, eventualmente subsidiar a sua defesa, nada impede, como já consignei anteriormente, ao decidir pedidos semelhantes ao presente, sejam fornecidas cópias de documentos encartados nestes autos aos interessados, desde que não estejam cobertos pelo segredo de Justiça", afirmou Lewandowski.

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Cópias das conversas foram requisitadas após o subprocurador-geral do Ministério Público junto ao TCU Lucas Rocha Furtado informar à Corte de Contas que o acervo da Spoofing poderia contribuir em dois processos que discutem suposto conflito de interesse de Moro em sua contratação pela empresa de consultoria Alvares & Marsal, administradora judicial do processo de recuperação da Odebrecht, alvo da Lava Jato.

Em despacho, o ministro Bruno Dantas apontou a necessidade de solicitar as mensagens, uma vez que o teor das conversas "pode trazer valiosas informações para a apuração de indícios de irregularidades". Em diálogos apresentados pela defesa de Lula ao STF, Moro teria discutido com procuradores da Lava Jato questões relativas a informações constantes nos sistemas da Odebrecht, além de ter ficado responsável por homologar o acordo de leniência da empreiteira.

Ao ser contratado como sócio-diretor da Alvarez & Marsal, Moro afirmou que a empresa incluiu uma cláusula em seu contrato que o proíbe expressamente de atuar em casos de empresas envolvidas em processos que julgou nos tempos de magistratura. "Tanto eu quanto a Alvarez & Marsal concordamos expressamente com essa cláusula para evitar qualquer tipo de questionamento", afirmou Moro em dezembro. "O setor que atende essas empresas da Lava Jato é outro."

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Alçado ao centro do noticiário em meados de 2019, quando foi preso pela Polícia Federal (PF) sob acusação de invadir e roubar mensagens de celulares de autoridades, Walter Delgatti Neto, o "Vermelho", deve ficar longe dos holofotes nos próximos meses.

Em audiência nesta quinta-feira (25), o juiz Ricardo Leite, da 10ª Vara Federal do Distrito Federal, responsável pelo processo aberto na esteira do ataque cibernético, avisou que qualquer nova entrevista ou vazamento de informações sobre o caso pode levá-lo de volta à prisão. "Se você realmente reincidir e comentar a respeito deste processo, não tem outra alternativa que não a sua volta à prisão", avisou o magistrado. "Para sua segurança, por favor, não se exponha", acrescentou.

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O juiz avisou que determinou uma fiscalização da Polícia Federal para monitorar eventuais descumprimentos da ordem judicial. "Você está cumprindo medidas cautelares. Então a sua situação é bastante instável. Veja as outras pessoas que estão sendo processadas. Elas não dão entrevistas, elas estão cumprindo (as medidas). Qualquer dúvida elas vêm aqui ao juízo: se pode ou não trabalhar, qual é o termo da decisão (...). Bem diferente do que você fez. Essa questão de expor conteúdo de mensagem que está sendo apurado, realmente viola a privacidade das pessoas", explicou.

A sessão foi marcada para decidir sobre um novo pedido do Ministério Público Federal (MPF) para mandar Delgatti de volta à cadeia. Na avaliação da Procuradoria, ele violou as medidas cautelares impostas pela Justiça ao acessar a internet para conceder entrevistas sobre as mensagens hackeadas.

"Não só as pessoas inicialmente atingidas, mas outras autoridades que nem tem por sinal contato direto com a questão de fundo, também estão tendo sua honra maculada com essas entrevistas", defendeu o representante do MPF na audiência.

Neste momento, o juiz negou o pedido, com a ressalva de que qualquer nova violação poderá ser sucedida por uma ordem de prisão. O magistrado observou que o hacker já teria burlado outras proibições, como na ocasião em que concedeu entrevista a veículos de imprensa por meio dos antigos advogados durante audiências na prisão.

"É uma conduta que vem se repetindo. Sempre falando coisas desse processo, vinculando esta investigação. Ele extrapolou essa questão falando das mensagens. Ele está sendo processado justamente sob essa acusação, de invasão de dispositivos informáticos, então realmente não fica bem, viola o bem jurídico de intimidade essa questão dele dar publicidade ao que ele teria hackeado", disse.

Antes de decidir, o juiz ouvir o advogado Ariovaldo Moreira e o próprio Walter Delgatti. Os dois se comprometeram a por fim às entrevistas sobre o caso. A defesa justificou que as declarações foram intermediadas pelo advogado, de modo que o hacker não acessou diretamente a internet.

"No dia, eu acessei a entrevista, porque o advogado ligou um cabo no computador e o monitor de televisão. Eu entendi que, como eu estava em frente à televisão assistindo e falando, eu não estava utilizando a internet. Eu não sabia que eu não podia falar sobre os hackeados, entre aspas. Eu não tinha esse conhecimento. Então foi esse o motivo pelo qual eu acabei falando. Mas eu peço desculpas, eu garanto que em hipótese alguma eu considerei outra entrevista e estou arrependido", disse Delgatti ao juiz.

O ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que a Justiça Federal do Paraná julgue um recurso apresentado pela defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para contestar o uso de provas colhidas no sistema da Odebrecht em uma ação penal aberta contra o petista na esteira da Operação Lava Jato.

No recurso em questão, os advogados pediram a suspensão do processo em que Lula é réu por supostas vantagens indevidas da empreiteira sob alegação de que o material foi obtido de forma irregular. Os dados foram extraídos dos sistemas Drousys e My Web Day, usados na contabilidade da Odebrecht, e fornecidos por autoridades suíças aos procuradores da força-tarefa. A defesa entrou com o pedido depois de fazer uma perícia nos documentos, liberados ao petista pelo próprio Fachin. Os laudos concluíram que houve quebra da cadeia de custódia da prova e inobservância das regras de cooperação internacional.

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Em despacho nesta quarta-feira, 24, o ministro determinou que o juiz Luiz Antônio Bonat, da 13ª Vara Federal, julgue o recurso antes de proferir a sentença no caso. O magistrado havia negado sumariamente o pedido - isto é, sem analisar o mérito dos questionamentos.

Para o Fachin, é direito dos advogados do ex-presidente usar os novos elementos e laudos para questionar a legalidade das provas, mesmo que o ponto já tenha sido levantado em ocasiões anteriores pela defesa no curso do processo.

"Impõe-se assegurar o direito defensivo em fazer o efetivo uso desses elementos de prova, porque inéditos, uma vez obtidos apenas por autorização do Supremo Tribunal Federal", escreveu.

No mesmo despacho, o ministro observou que a decisão é processual e que ele não entraria no mérito da análise do conteúdo das perícias.

"Na presente reavaliação da controvérsia, atesta-se tão somente a procedência da pretensão da parte agravante no que concerne à necessidade de processamento do incidente de falsidade", esclareceu.

O Ministério Público Federal pediu à Justiça Federal do DF a prisão de Walter Delgatti Netto, o "Vermelho", apontado como líder do "Grupo de Araraquara", organização criminosa que teria formado com Gustavo Henrique Elias Santos, Danilo Cristiano Marques e Suelen Priscila de Oliveira para a prática de crimes cibernéticos bancários, pelo menos desde 2017.

Walter é um dos principais alvos da investigação que mirou grupo de hackers que invadiu celulares de autoridades, atingindo o ex-ministro da Justiça Sérgio Moro e procuradores que atuaram na força-tarefa da Lava Jato em Curitiba. Segundo a denúncia apresentada no âmbito da Operação Spoofing, "Vermelho" seria responsável "direto e imediato" por 126 interceptações telefônicas, telemáticas ou de informática e por 176 invasões de dispositivos informáticos de terceiros.

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O "grupo de Araraquara" foi indiciado em dezembro de 2019, quando a Polícia Federal entregou o relatório conclusivo da Spoofing, documento com 177 páginas. Em um trecho do inquérito, ao qual o Estadão teve acesso, a PF destacou que "um dos objetivos dos hackers seria causar obstáculos ou embaraçar investigações que visam organizações criminosas".

O MPF define Walter como "mentor e executor principal do grupo criminoso denunciado no âmbito da Operação Spoofing que desarticulou um grupo de pessoas que praticavam, de maneira orquestrada, diversos tipos de crimes virtuais, entre os quais furto mediante fraude e invasão de dispositivos de terceiros".

Walter chegou a ser preso em agosto de 2019, mas em setembro de 2020 a detenção foi substituída por medidas cautelares, como a proibição absoluta de acessar endereços eletrônicos pela internet, inclusive com a utilização de smartphones. Segundo o MPF, o réu não tem respeitado as restrições, já que em fevereiro do ano passado, acompanhado de seu advogado, concedeu entrevista a um jornalista em um canal do YouTube.

"Não há que se falar que a presença do advogado afasta o descumprimento da condicionante; ao contrário, reforça a sua consciência quanto à proibição e a busca por meios diversos para burlar as proibições as quais está sujeito. O fato de Walter não ter clicado no computador para acessar a internet é desimportante, pois a decisão é clara quanto à proibição de não acessar a internet, de forma direta, ou indiretamente com a ajuda de terceiros, e que o uso de videoconferência apenas poderia ocorrer para compromisso com a Justiça", apontou o MPF.

De acordo com o MP Federal, na entrevista o réu expôs "conteúdos íntimos das vítimas dos crimes investigados e processados", violando inclusive a Lei Geral de Proteção de Dados.

"Ao violar, novamente, o sigilo e a privacidade de suas vítimas, Walter demonstra que continua a praticar condutas não condizentes com o compromisso assumido quando revogada a prisão preventiva a qual estava sujeito", conclui a procuradora da República Melina Castro Montoya Flores.

Com a palavra, o advogado Ariovaldo Moreira, defensor de Walter:

"O Ministério Público tenta induzir magistrado a erro. Walter não tem acesso a rede mundial de computadores, e o assunto abordado é de conhecimento público. Dentre as medidas cautelares não consta a privação da sua liberdade de expressão."

O ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal, cobrou ao Ministério da Justiça a apresentação de informações sobre as cooperações internacionais realizadas pela pasta a pedido da Lava Jato. A decisão foi tomada após a defesa do ex-presidente Lula apontar supostas ilegalidades na obtenção de informações pela força-tarefa com investigadores estrangeiros.

Em despacho, Lewandowski cobra que o Ministério da Justiça informe se realizou, por meio da Autoridade Central para Cooperação Jurídica, alguma tratativa internacional a pedido da Lava Jato envolvendo a Petrobrás ou a Odebrecht, 'inclusive a seus diretores e funcionários, especialmente quanto à repatriação de valores, pagamentos de multas, ajuste de indenizações, perícias técnicas, acordos de leniência, intercâmbio de dados'. As informações devem ser relativas ao período de 1º de janeiro de 2014 a 31 de dezembro de 2020.

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A decisão atendeu pedido da defesa do ex-presidente Lula, que obteve acesso às mensagens hackeadas dos procuradores na Operação Spoofing e listou conversas que revelam suposta solicitação de 'ajuda' da Lava Jato aos investigadores norte-americanos. "O material indica que a Lava Jato recebeu fora dos canais oficiais 'informações' das agências norte-americanas para promover a quebra do sigilo fiscal de familiares do Reclamante sem a observância do procedimento previsto em lei", frisou o criminalista Cristiano Zanin Martins.

A defesa de Lula sustentou a acusação com base em diálogos trocados pelos procuradores, como uma conversa de 07 de abril de 2016 (veja abaixo).

Em relação a uma segunda conversa, de 26 de setembro do mesmo ano (veja abaixo), Zanin questiona a referência feita pelos procuradores a 'informações recebidas pela Lava Jato' do FBI' e que seria 'só aquela do e-mail'. "Onde está esse e-mail encaminhado pelo FBI? Nos autos de origem, definitivamente não está, e nem foi exibido a esta Defesa Técnica".

A defesa de Lula também alegou que a relação da Lava Jato com agências norte-americanas, como o FBI ou o Departamento de Justiça dos Estados Unidos, o DoJ, mirava 'assets sharing'. "Ou seja, a divisão dos valores que seriam retirados de empresas brasileiras em virtude da punição aplicada por tais agências norte-americanas - para serem destinados a projetos comandados pela Lava Jato", afirmou Zanin.

A divulgação das mensagens trocadas pelos procuradores tem sido rechaçada pela defesa de sete ex-integrantes da força-tarefa e pelo próprio núcleo duro da Lava Jato. Em nota divulgada após o Supremo garantir a Lula acesso às conversas, os procuradores divulgaram nota afirmando que há uma 'deturpação' das conversas e que as mensagens não apresentaram inocência de réus, ou prática de crimes por autoridades.

"É lamentável que ilações acusatórias absolutamente equivocadas sejam reproduzidas de modo acrítico num julgamento da Suprema Corte. Como toda a atuação oficial dos procuradores se dá nos autos e fica registrada, se fossem verdadeiras as alegações de supostas ilegalidades, seriam facilmente constatáveis nos respectivos autos", afirma os procuradores. "Nada afasta a existência de um julgamento justo nos casos da operação Lava Jato, que foram revisados por três instâncias independentes do Poder Judiciário. A teoria conspiratória de que a força-tarefa perseguiu um ou outro político ou réu é uma farsa com objetivo claro de anular processos e condenações".

O ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou conceder ao Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) acesso às mensagens obtidas na Operação Spoofing. A ação mirou um grupo de hackers que invadiu celulares de autoridades, incluindo procuradores da força-tarefa da Lava Jato e o ex-ministro Sérgio Moro.

Depois que o ministro determinou o compartilhamento do material com a defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a entidade entrou com um pedido na tentativa de conseguir a extensão do benefício. O argumento foi o de que o acesso às conversas permitiria apurar possíveis violações de prerrogativas de advogados.

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No entanto, na avaliação de Lewandowski, não é possível atender ao requerimento. "Até mesmo o acesso deferido ao reclamante [Lula] ficou circunscrito aos dados que lhe digam respeito, direta ou indiretamente, ou possam, de alguma forma, ser úteis à sua defesa", explicou em despacho na última segunda-feira, 15.

No mesmo dia, o ministro também negou um pedido idêntico feito pelo deputado federal Rui Costa (PT-SP). O parlamentar queria acesso ao material para que a Câmara dos Deputados pudesse 'fiscalizar a conduta dos integrantes da Lava Jato'.

Antes disso, Lewandowski já havia rejeitado solicitações semelhantes apresentadas pelas defesas do ex-tesoureiro do Partido dos Trabalhadores, João Vaccari Neto, e do ex-governador do Rio, Sérgio Cabral.

A decisão do ministro que ordenou o compartilhamento das conversas com Lula foi confirmada pela Segunda Turma do STF na semana passada.

Se, de um lado, o julgamento da Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), que referendou a autorização concedida ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para acessar parte das mensagens obtidas na Operação Spoofing, encerra a disputa em torno do compartilhamento do material, do outro reacende as discussões em torno dos pedidos de suspeição do ex-juiz Sérgio Moro.

As conversas solicitadas pela defesa de Lula foram roubadas por hackers e posteriormente apreendidas na investigação que mirou o grupo suspeito pela invasão dos celulares de autoridades, incluindo o próprio Moro e membros da força-tarefa da Operação Lava Jato.

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Em um primeiro momento, os advogados do petista consideravam usar o material para reforçar as acusações de que ex-juiz federal agiu com parcialidade e encarou o ex-presidente como 'inimigo' ao condená-lo a nove anos e meio de prisão no caso do triplex do Guarujá. Após o julgamento nesta terça-feira, 9, a estratégia deve ser abandonada, como adiantou o jornal O Globo.

Parte das conversas hackeadas foi revelada, ainda em 2019, na série de reportagens conhecida como 'Vaza Jato', liderada pelo portal The Intercept Brasil em parceria com outros veículos de imprensa. O conteúdo voltou a repercutir nas últimas semanas após o ministro Ricardo Lewandowski atender a um pedido do ex-presidente e autorizar o acesso a um universo mais amplo de mensagens. Desde então, a defesa de Lula vinha apresentando laudos feitos por um profissional independente contratado para periciar o material. Com isso, novos trechos vieram à tona e movimentaram a opinião pública.

As perícias informais da defesa, no entanto, não foram referendadas no julgamento. Os ministros observaram que a autenticidade das conversas e a validade jurídica do material, obtido ilicitamente, não seriam discutidas nesta etapa.

O resultado da sessão, sem juízo de valor sobre o conteúdo, foi tido como uma vitória parcial pela defesa dos sete procuradores que fizeram parte da formação original da Lava Jato.

A preocupação agora é com os desdobramentos no processo que pede a declaração da suspeição de Sérgio Moro e pode levar à anulação da condenação de Lula. Na reclamação sobre o acesso às conversas, que envolvia trocas de mensagens privadas, os procuradores contrataram o escritório dos advogados Marcelo Knopfelmacher e Felipe Locke Cavalcanti. Os defensores movimentaram o imbróglio e conseguiram pressionar para que a decisão monocrática de Lewandowski fosse levada ao plenário em prazo exíguo.

No entanto, no habeas corpus da suspeição do ex-juiz, as providências estão nas mãos do procurador-geral da República, Augusto Aras. Nos bastidores, o chefe do Ministério Público Federal (MPF) tem sido considerado 'inerte' no caso.

Desde que assumiu o cargo, Aras tem mostrado disposição em colocar fim às forças-tarefas. Depois de defender a necessidade de superar o 'lavajatismo' e colocar em dúvida o volume do banco de dados da operação, o PGR enterrou de vez o grupo de trabalho como equipe isolada e integrou quatro procuradores remanescentes ao Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) instituído no Ministério Público Federal do Paraná.

Procurada pela reportagem, a PGR lembrou que o órgão apresentou recurso contra a decisão de Lewandowski e que, na sessão de ontem, a subprocuradora Cláudia Sampaio Marques fez uma defesa 'enfática' do posicionamento da instituição.

Procuradores da força-tarefa da Lava Jato, incluindo o ex-coordenador do grupo Deltan Dallagnol, afirmaram, nessa terça-feira (9), que o Supremo Tribunal Federal (STF) não atestou a veracidade ou integridade das mensagens obtidas na Operação Spoofing e agora compartilhadas com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Por quatro votos a um, a Corte validou o acesso do petista ao material, obtido por hackers que invadiram aparelhos de diversas autoridades do País.

"A Corte Suprema concedeu acesso ao material para a defesa do ex-presidente, mas não o julgou válido ou autêntico", afirmam os procuradores. "É lamentável que ilações acusatórias absolutamente equivocadas sejam reproduzidas de modo acrítico num julgamento da Suprema Corte. Como toda a atuação oficial dos procuradores se dá nos autos e fica registrada, se fossem verdadeiras as alegações de supostas ilegalidades, seriam facilmente constatáveis nos respectivos autos".

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A força-tarefa também alega que houve "deturpação" das conversas e que as mensagens não apresentaram inocência de réus, ou prática de crimes por autoridades.

"Nada afasta a existência de um julgamento justo nos casos da operação Lava Jato, que foram revisados por três instâncias independentes do Poder Judiciário", afirmam. "A teoria conspiratória de que a força-tarefa perseguiu um ou outro político ou réu é uma farsa com objetivo claro de anular processos e condenações".

Mais cedo, a defesa dos procuradores divulgou nota na qual também alegava que o Supremo autorizou Lula a ter acesso às mensagens, mas não validou a veracidade delas.

"Não obstante a Segunda Turma do STF por maioria de votos tenha afastado sua legitimidade para recorrer após longa sessão de mais de 4 horas de duração, também reconheceu que não atestou, em nenhum momento durante referido julgamento, a veracidade, validade ou integridade do material apreendido com os hackers da Operação Spoofing", afirmam os advogados Marcelo Knopfelmacher e Felipe Locke Cavalcanti, que representam os procuradores da Lava Jato.

A estratégia tanto da força-tarefa da Lava Jato quanto a do ex-ministro Sérgio Moro tem sido questionar a veracidade das conversas, que englobam o período no qual Moro julgou diversos processos da operação, especialmente aqueles que envolviam Lula. Foi o ex-ministro que condenou o petista a nove anos e meio de prisão no caso do tríplex do Guarujá.

Moro lamentou a decisão do Supremo em permitir acesso às conversas com Deltan, mas destacou que nenhuma das "supostas mensagens" retratariam fraude processual, incriminação de inocente, sonegação de prova, antecipação de julgamento, motivação político-partidária ou quebra da imparcialidade.

"Lamenta-se que supostas mensagens obtidas por violação criminosa de dispositivos de agentes da lei possam ser acessadas por terceiros, contrariando a jurisprudência e as regras que vedam a utilização de provas ilícitas em processos", afirmou Moro.

As mensagens compõem agora a principal estratégia da defesa do ex-presidente Lula para anular as decisões de Moro na Lava Jato, especialmente a condenação no caso do tríplex do Guarujá. Os advogados do ex-presidente pretendem usar as conversas para reforçar as acusações de que Moro agiu com parcialidade e encarou Lula como "inimigo" ao condená-lo a nove anos e meio de prisão.

As trocas de mensagens também devem turbinar o julgamento no STF que discutirá sobre a suspeição de Moro. A sessão desta terça, por exemplo, foi marcada por duras críticas dos ministros Gilmar Mendes e Ricardo Lewandowski às trocas de mensagens privadas entre Moro, Dellagnol e integrantes da força-tarefa da Lava Jato, reforçando o discurso de que o então magistrado agiu com parcialidade nas investigações.

Nos bastidores do Supremo, a sessão desta terça foi vista como uma espécie de "prévia" do julgamento sobre a suspeição de Moro, que ainda não tem data para ocorrer.

Leia a nota da Lava Jato:

1. A Corte Suprema concedeu acesso ao material para a defesa do ex-presidente, mas não o julgou válido ou autêntico.

2. Além de ilegais, as supostas mensagens em poder dos hackers não tiveram sua autenticidade e cadeia de custódia comprovada e são imprestáveis por várias razões (veja aqui), que incluem o fato de que o material ficou por longo tempo em poder de criminosos e pode ter havido inúmeras adulterações ou edições, o que torna a prova imprestável. Além disso, após dois anos de notícias de supostas ilegalidades, jamais se constatou, em qualquer caso concreto, uma ilegalidade sequer.

3. É lamentável que ilações acusatórias absolutamente equivocadas sejam reproduzidas de modo acrítico num julgamento da Suprema Corte. Como toda a atuação oficial dos procuradores se dá nos autos e fica registrada, se fossem verdadeiras as alegações de supostas ilegalidades, seriam facilmente constatáveis nos respectivos autos. Isso por si só já mostra a deturpação a que foram submetidas as supostas mensagens.

4. Jamais se apresentaram supostas mensagens, ainda que ilegais e sem autenticidade aferida, apontando a inocência de réus ou então a prática de crimes pelas autoridades, a forja de provas ou a existência de um consórcio para perseguir ou punir inocentes. Nada afasta a existência de um julgamento justo nos casos da operação Lava Jato, que foram revisados por três instâncias independentes do Poder Judiciário.

5. No caso envolvendo o ex-presidente especificamente, todos os fatos, provas e argumentos jurídicos do ex-presidente foram revisados por duas instâncias independentes da Justiça Federal em Curitiba. A segunda instância, o tribunal de apelação, promoveu um verdadeiro rejulgamento de todas as questões fáticas, probatórias e jurídicas do caso. Em todas as discussões, nada foi encontrado de sólido exceto a prática de crimes pelo condenado.

6. Os fatos e provas em que se lastrearam as decisões e condenações proferidas estão todos no processo e são sólidos. No tocante ao Direito, foi aplicado de modo coerente com o modo como foi aplicado a outros casos na Lava Jato. Além disso, o ex-juiz federal que julgou o ex-presidente, nos processos que lhe dizem respeito, por diversas vezes, negou pedidos do Ministério Público e deferiu pleitos da defesa, sempre de modo coerente com seu posicionamento jurídico em outros casos.

7. Não se deve permitir que haja uma distorção sensacionalista com efeito diversionista do conteúdo de supostas mensagens, com o fim de desviar a atenção do que realmente é fato - os crimes investigados e punidos - para hipóteses, conjecturas e suposições que só fizeram fortalecer a reação de alguns políticos contra o combate à corrupção.

8. É importante, por fim, ressaltar que integraram a força-tarefa da operação Lava Jato, ao longo dos anos, mais de vinte procuradores reconhecidos em sua carreira pela sua diligência, com diferentes visões de mundo e sem qualquer histórico de vinculação político-partidária, os quais sempre trabalharam em harmonia a fim de prestar para a sociedade um serviço público relevante por meio de um trabalho técnico. Somando-se servidores e estagiários, a equipe de cerca de sessenta integrantes só permaneceu unida ao longo de tantos, inclusive debaixo de intensas pressões, pelo firme compromisso de seus integrantes com a lei e a ética. A teoria conspiratória de que a força-tarefa perseguiu um ou outro político ou réu é uma farsa com objetivo claro de anular processos e condenações.

Leia a nota da defesa do núcleo duro da Lava Jato:

A propósito do julgamento do Agravo na Reclamação 43.007 na data de hoje, a defesa dos 7 Procuradores da República Agravantes registra que, não obstante a Segunda Turma do STF por maioria de votos tenha afastado sua legitimidade para recorrer após longa sessão de mais de 4 horas de duração, também reconheceu que não atestou, em nenhum momento durante referido julgamento, a veracidade, validade ou integridade do material apreendido com os hackers da Operação Spoofing.

Marcelo Knopfelmacher e Felipe Locke Cavalcanti.

Em votação realizada nesta terça-feira (9), a Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal decidiu que será mantida a defesa do ex-presidente Lula o acesso ao material apreendido na Operação Spoofing que atingiu hackers que teriam invadido celulares de autoridades, entre elas o ex-juiz e ex-ministro da justiça, Sérgio Moro. 

As conversas registradas entre Moro e procuradores da Lava-Jato, podem comprometer a condenação que levou Lula à prisão. A defesa do ex-presidente entende que Moro agiu de forma criminosa e deve agora usar as mensagens para pedir anulação das sentenças. 

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“Ademais, como se viu, a pequena amostra do material coligido até agora já se afigura apta a evidenciar, ao menos em tese, uma parceria indevida entre o órgão julgador e a acusação, além de trazer a lume tratativas internacionais, que ensejará, a presença de inúmeras autoridades estrangeiras em solo brasileiro, as quais, segundo consta, intervieram em investigações aparentemente à revelia dos trâmites legais, de modo especial naquelas referentes à Odebrecht, objeto específico desta reclamação, com possível prejuízo ao reclamante", disse o Ministro Lewandowski. Seguiram ele os ministros Nunes Marques e Cármen Lúcia, Edson Fachin divergiu e ainda resta por último o voto do ministro Gilmar Mendes. 

O ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), homologou nesta terça-feira, 9, a desistência da defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em um habeas corpus apresentado há mais um ano para tentar obter as mensagens apreendidas Operação Spoofing. A investigação reuniu conversas roubadas por hackers que invadiram os celulares do ex-ministro Sérgio Moro e de procuradores da Lava Jato.

Na época, o pedido foi negado em caráter liminar pelo ministro. O caso foi enviado então para análise no plenário, mas ainda não havia sido julgado.

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Neste meio tempo, os advogados de Lula conseguiram a autorização para acessar as mensagens por outra via. A ordem saiu do gabinete do ministro Ricardo Lewandowski.

A desistência do HC anterior chegou a ser contestada no tribunal pelos procuradores que integravam a força-tarefa da Lava Jato. Na avaliação dos advogados do grupo, a defesa do ex-presidente tenta 'driblar' a preferência de Fachin para decidir sobre o pedido. A estratégia já havia sido questionada pela Procuradoria-Geral da República na semana passada.

Os defensores argumentaram ainda que, em última instância, a ministra Rosa Weber é quem deveria ter recebido os requerimentos do petista. Isso porque ela foi definida relatora, por prevenção, dos processos relacionados à Operação Spoofing.

Fachin, no entanto, lembrou que o debate sobre o acesso às mensagens já está agendado no plenário. "Nada obstante a veiculação nestes autos de tema de imprescindível debate a ser realizado pelo Plenário do Supremo Tribunal Federal, o qual transcende os interesses subjetivos do paciente almejados na presente impetração, consubstanciado nos limites da garantia disposta no art. 5o, VI, da Constituição Federal, os impetrantes manifestam superveniente desinteresse no prosseguimento da prestação jurisdicional reclamada. Ante o exposto, homologo o pedido de desistência", diz um trecho do despacho.

A Segunda Turma do STF decide na tarde desta terça se referenda ou não a decisão de Lewandowski que liberou as conversas ao petista.

Em uma última manifestação oficial antes do julgamento, na Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), que vai decidir sobre o compartilhamento de mensagens da Operação Spoofing com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, os procuradores que fizeram parte da força-tarefa da Lava Jato classificaram como uma "farsa" a narrativa da defesa do petista em torno dos diálogos.

Os advogados de Lula pretendem usar o material, apreendido na investigação aberta contra o grupo de hackers processado pela invasão dos celulares de diversas autoridades, incluindo o ex-ministro Sérgio Moro e procuradores de Curitiba, para reforçar as acusações de que o grupo agiu com parcialidade e de que o então juiz encarou o petista como "inimigo" ao condená-lo a nove anos e meio de prisão no caso do tríplex do Guarujá (SP).

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"A ideia de que se formou um grupo coeso de vinte procuradores e dezenas de servidores com diferentes opiniões e visões do mundo para, por meio da violação de regras e leis, debaixo de riscos pessoais e profissionais, perseguir injustamente alguém é absolutamente fantasiosa. A teoria conspiratória de que a força-tarefa perseguiu um ou outro político ou réu é uma farsa com objetivo claro de anular processos e condenações", diz um trecho da nota coletiva dos procuradores que integraram a Lava Jato em Curitiba.

No início do mês, o grupo de trabalho foi encerrado como força-tarefa isolada e parte da equipe segue agora alocada no Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) instituído no Ministério Público Federal do Paraná.

A manifestação também volta a repetir os argumentos de que o acervo de mensagens não tem validade jurídica. Isso porque teria sido obtido ilegalmente no ataque cibernético. Na avaliação dos procuradores, o conteúdo só serve como prova no processo que acusa os próprios hackers. A defesa de Lula, por sua vez, insiste que elementos para comprovar ou reforçar teses defensivas independem da origem.

"O único tipo de prova ilícita que lhe poderia aproveitar seria a exculpatória, isto é, aquela que provasse sua inocência. Contudo, jamais se apresentaram supostas mensagens, ainda que ilegais e sem autenticidade aferida, apontando sua inocência ou então a prática de crimes pelas autoridades, a forja de provas ou a existência de um consórcio para persegui-lo ou puni-lo", rebatem os procuradores.

Além de apostar na origem ilegal das mensagens, o grupo insiste na ausência de perícia que tenha atestado a autenticidade do material. Na época em que a Polícia Federal abriu investigação para apurar o ataque hacker, a equipe que atuava na Operação Lava Jato não entregou os celulares para inspeção. Hoje, o grupo afirma que o material ficou por longo tempo em poder dos hackers e pode ter sido adulterado.

Em outra frente, demonstram preocupação com a exposição de terceiros, não relacionados às investigações contra Lula - o que, na avaliação dos procuradores, poderia configurar violação da intimidade e do sigilo das comunicações de dezenas de pessoas que não faziam parte da força-tarefa.

"Havia fotos de família, inclusive de crianças e adolescentes, o que acarreta não apenas uma violação de seus direitos de personalidade mas também um risco à integridade física e moral cuja promoção pelo próprio Estado é inadmissível", diz um trecho da nota. "Discussões entre procuradores ou magistrados sobre argumentos fáticos, probatórios e jurídicos estão protegidas por sigilo profissional".

A Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) julga nesta terça-feira (9) se mantém ou revoga a decisão do ministro Ricardo Lewandowski, que autorizou a defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva a ter acesso ao material apreendido pela operação Spoofing. A investigação mira um grupo de hackers que invadiu celulares e copiou conversas de autoridades - entre elas o ex-ministro da Justiça Sérgio Moro e procuradores da força-tarefa da Lava Jato.

Nesta segunda-feira (8) a defesa de Lula enviou ao STF o laudo preliminar de uma nova perícia feita nas mensagens. No documento que acompanha a perícia, a defesa do ex-presidente observa que as mensagens encaminhadas ontem foram selecionadas em razão de sua "relevância". "Esse novo conjunto de mensagens encontradas reforça que o então juiz Sérgio Moro orientava e era consultado rotineiramente para a prática dos atos de persecução, notadamente em relação ao Reclamante", diz o documento.

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A defesa pretende usar as conversas para reforçar as acusações de que Moro agiu com parcialidade e encarou o ex-presidente como "inimigo" ao condená-lo a 9 anos e meio de prisão no caso do triplex do Guarujá. Na outra ponta, ex-juiz e procuradores insistem que o material não foi periciado oficialmente e que a prova não tem validade jurídica por ter sido "obtida por via criminosa".

Na véspera do julgamento, a defesa rebateu os argumentos dos procuradores. Os advogados Cristiano Zanin, Valesca Martins, Maria de Lourdes Lopes e Eliakin Santos argumentam que elementos de prova para comprovar ou reforçar teses defensivas independem da origem. "De fundo, lícito ou ilícito, o que de fato importa ao Reclamante é que o Estado detém sob sua custódia relevantes elementos de prova que informam as canhestras acusações forjadas perante o juízo universal de Curitiba", diz trecho da manifestação de 15 páginas.

O tema foi pautado pelo presidente da Segunda Turma, ministro Gilmar Mendes, a pedido do próprio Lewandowski, relator. Além dos dois ministros, participam do julgamento os colegas Edson Fachin, Cármen Lúcia e Nunes Marques.

Argumento

A decisão de Lewandowski não deu acesso a Lula a todo o material apreendido na Operação Spoofing - apenas aos trechos que pudessem ter relação com os processos aos quais o petista responde na Lava Jato. Os fundamentos usados por Lewandowski para atender o pedido foram atenção aos princípios do contraditório e da ampla defesa.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) vai entrar com representação no Supremo Tribunal Federal (STF) nesta segunda (8), para solicitar acesso às mensagens da Operação Spoofing sobre o ex-presidente Lula. A medida foi proposta pela conselheira do Distrito Federal, Daniela Teixeira, e aprovada por unanimidade pelo conselho da entidade na tarde desta segunda-feira, 8.

Em janeiro deste ano, Ricardo Lewandowski, ministro do Supremo, autorizou que a defesa de Lula tivesse acesso às mensagens trocadas entre Sérgio Moro, Deltan Dallagnol e procuradores da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba. Parte do conteúdo das conversas, ocorridas em grupos de WhatsApp e Telegram, foi divulgado no ano passado pela série de reportagens "Vaza Jato", do The Intercept Brasil. Desde a divulgação pelo site jornalístico, Moro nega a autenticidade das conversas e defende que a troca de informações entre juízes e procuradores é 'normal'. O ex-juiz mantém o posicionamento mesmo agora, que a Polícia Federal apurou e confirmou veracidade das mensagens.

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A defesa do ex-presidente argumenta que as conversas vazadas comprovam que houve parcialidade de Moro e dos procuradores de Curitiba. A intenção dos advogados de defesa é utilizar o material para comprovar a suspeição de Moro e anular as sentenças firmadas contra Lula. Até o momento, o mérito não foi apreciado pelo Supremo.

No jogo de xadrez iniciado na esteira do compartilhamento das mensagens apreendidas na Operação Spoofing com a defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), dois movimentos recentes no tabuleiro prometem movimentar o julgamento marcado para terça-feira, 9, na Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF).

Enquanto os ministros se preparam para decidir se referendam ou não a decisão do ministro Ricardo Lewandowski, que autorizou o acesso ao material, os advogados Cristiano Zanin, Valesca Martins, Maria de Lourdes Lopes e Eliakin Santos, que defendem Lula no caso, formalizaram nesta segunda-feira, 8, a desistência em um habeas corpus anterior em que um pedido semelhante havia sido negado em caráter liminar pelo ministro Edson Fachin - relator no STF dos processos abertos a partir das investigações da Operação Lava Jato. Na época, Fachin mandou o caso para análise no plenário, mas ainda não houve julgamento.

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Na outra ponta, os advogados Marcelo Knoepfelmacher e Felipe Locke Cavalcanti, que representam ex-integrantes da força-tarefa da Lava Jato, entraram horas depois com uma petição para contestar a desistência. Na avaliação deles, a defesa do ex-presidente tenta 'driblar' a preferência de Fachin para decidir sobre o pedido. A estratégia já havia sido questionada pela Procuradoria-Geral da República na semana passada.

No documento enviado ao tribunal, os advogados argumentam ainda que, em última instância, a ministra Rosa Weber é quem deveria ter recebido os requerimentos do petista. Isso porque a ministra foi definida relatora, por prevenção, dos processos relacionados à Operação Spoofing.

"Por qualquer ângulo que se analise a questão, o pedido posterior realizado pelo Reclamante [Lula] nos presentes autos, que pede acesso e compartilhamento dos arquivos apreendidos na Operação Spoofing sem qualquer relação com o pedido inicial, não poderia mesmo ter sido decidido pelo Ministro Ricardo Lewandowski posto que incompetente para tanto em razão da regra de prevenção que, obviamente, não pode ser desrespeitada", diz um trecho da manifestação enviada pelos advogados que representam a força-tarefa da Lava Jato.

Na origem, o pedido do ex-presidente distribuído a Lewandowski foi para acessar a documentação relacionada ao acordo de leniência da Odebrecht - usada no processo em que é acusado pela Lava Jato de receber R$ 12 milhões em propinas da construtora na compra do terreno em São Paulo para sediar o Instituto Lula. Depois é que os advogados solicitaram o compartilhamento do acervo da Operação Spoofing, processada em Brasília. A defesa sustentou que tem sido impedida de obter pleno acesso aos elementos de prova que embasam ações penais contra o petista.

Na prática, o objetivo dos advogados de Lula é usar as conversas para reforçar as acusações de que o ex-juiz Sérgio Moro, que posteriormente abandou a carreira na magistratura para assumir o Ministério da Justiça e Segurança Pública no governo do presidente Jair Bolsonaro, agiu com parcialidade e encarou o petista como 'inimigo' ao condená-lo a nove anos e meio de prisão no caso do triplex do Guarujá.

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