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A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) foi intimada pela Polícia Federal (PF) a prestar depoimento no âmbito do inquérito que investiga as informações fornecidas pelo hacker Walter Delgatti, conhecido como o “hacker da Vaza Jato”. A informação foi confirmada pela defesa da parlamentar à coluna de Andréia Sadi, e o depoimento está agendado para a semana do dia 12 de setembro. Zambelli, que foi assessorada pelo preso, é alvo de diversas alegações criminosas do ex-aliado. 

Carla é citada por Walter Delgatti como a responsável por coordenar a invasão aos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e Tribunal Superior Eleitoral (TSE), com o objetivo de inserir um falso mandado de prisão contra o ministro do Supremo Alexandre de Moraes, que também é presidente do TSE.  

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A relação dos dois teria nascido de um encontro supostamente espontâneo no interior de São Paulo, em um hotel. A partir dali, eles teriam trocado números de telefone e Delgatti chegou a realizar um trabalho freelance para Carla, recebendo o retorno de R$ 3 mil e uma proposta de emprego no Governo Bolsonaro. 

Delgatti alegou ainda ter recebido R$ 40 mil por parte de Zambelli. Segundo seu advogado, Ariovaldo Moreira, esses pagamentos foram destinados a financiar a operação de invasão ao CNJ.

Chegaram a público, nesta terça-feira (22), uma série de gravações das conversas trocadas, de forma privada, entre o hacker Walter Delgatti Netto e outros investigados em uma operação para fraudar o sistema eleitoral e, assim, promover dúvidas infundadas sobre as urnas eletrônicas. 

Os áudios foram entregues à Polícia Federal na última sexta-feira (18) e recém-divulgados à imprensa, tendo a primeira divulgação no portal Metrópoles. Nos registros, o preso cita o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e a deputada federal Carla Zambelli (PL), no contexto de simulação de fraude que tem sido apurado pelas autoridades. 

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O programador cita, por exemplo, que Bolsonaro fez questão de encontrá-lo, mesmo recebendo contraindicações quanto à proximidade com Delgatti. O hacker também afirma ter se aproximado da família de Zambelli. 

A história do código-fonte 

Em 9 de agosto de 2022, Delgatti foi gravado citando uma reunião na sede do Partido Liberal, em Brasília. Trata-se da reunião de 10 de agosto, supostamente com o presidente do partido, Waldemar Costa Neto, e outros aliados, menos de 24h após a gravação.  

“Eles vão configurar o código-fonte para dar o resultado que eles querem. Eles vão pegar agora uma urna. Eles mesmo vão fazer isso”, afirmou Walter Delgatti. Na ocasião, explicou que o objetivo do ataque ao sistema eleitoral era induzir o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) a autorizar militares a fazer uma “fiscalização” nas urnas, de modo a facilitar possíveis contestações a uma eventual vitória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que ainda era candidato. 

Nesse mesmo dia, Delgatti foi filmado dentro do hotel Phenícia, em Brasília, conversando com um funcionário no balcão da recepção. Lá, um motorista que dirigia um carro com uma placa “fria” passou para buscá-lo e levou o hacker ao encontro de Bolsonaro no Palácio da Alvorada, como revelou a revista Veja em agosto do ano passado. 

"Quem manda aqui sou eu" 

No mês seguinte, no dia 22 de setembro, dez dias antes do primeiro turno, o programador contou detalhes do que seria um protagonismo do ex-presidente Bolsonaro na empreitada, dando a entender que os dois teriam se encontrado várias vezes. “O Bolsonaro, ele tá fazendo questão que eu vá lá. Aí, teve alguém da equipe que falou: “Irmão, é bom ele não vir aqui porque pode queimar”. Ele (Bolsonaro) falou: “Quem manda aqui sou eu, e ele vai vir”. 

Proximidade com a família Zambelli 

Na sessão da CPMI dos Atos Golpistas, Delgatti foi questionado sobre a proximidade com a deputada Carla Zambelli, investigada por ter recrutado o programador. Segundo a defesa da parlamentar, a proximidade seria por conta de um projeto de trabalho que envolvia o cuidado com as redes sociais da política. Segundo a gravação obtida pelo Metrópoles, no entanto, o programador e Zambelli tinham uma relação quase familiar, segundo relato do hacker. 

“Eles estenderam a mão para mim, cara. A Carla me tratou hoje como se fosse um filho, coisa que nunca aconteceu na minha vida”, disse Delgatti. “A ponto da mãe dela me servir leite com Nescau, na mesa, e acompanhado com ela”, contou o programador, revelando que jogou até vídeo-game com o filho de Zambelli. 

 

A relatora da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI), a senadora Eliziane Gama (PSD-MA), solicitou a quebra dos sigilos telefônico e telemático do presidente nacional do Partido Liberal, Valdemar Costa Neto (PL). O requerimento consta no sistema da CPMI, que tem reunião agendada para esta terça-feira (22).

De acordo com o documento apresentado por Eliziane a Comissão, o aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) teria participado, “de maneira pouco republicana”, de tratativas com o hacker Walter Delgatti Neto para discutir formas de fraudar as urnas eletrônicas, e assim, gerar desconfiança da população sobre o sistema de votação do país.

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A senadora estabelece prazo de 5 dias úteis para que as informações solicitadas sejam entregues a CPMI. Entre os dados requeridos estão:

- conteúdo relativo às contas e aparelhos de sua titularidade, especialmente dados de localização, GPS, Bluetooth, endereço IP, localização de pontos de acesso wi-fi e torres de celular;

- cópia integral de todo conteúdo armazenado no Google Drive, incluindo o backup do WhatsApp;

- informações de pagamento, incluindo dados dos cartões de crédito;

- registros de conexão (IPs);

- nomes dos grupos, seus administradores e integrantes com seus respectivos números de telefones e fotos; entre outros dados.

Depoimento de Delgatti

Em depoimento a CPMI na última quinta-feira (17), Delgatti afirmou que foi levado a Jair Bolsonaro pela deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) e houve uma proposta no encontro de criar um código-fonte falso para "enganar" os eleitores e mostrar que as urnas não eram seguras durante demosntração pública no 7 de setembro de 2022. Valdemar e o marqueteiro da campanha do ex-mandatário, Duda Lima, também participaram da reunião.

“Eles queriam que eu fizesse um código-fonte meu, e não o oficial do TSE. E, no código-fonte, que eu inserisse essas linhas de código malicioso, porque tinha a finalidade de enganar, de colocar dúvidas na eleição. Então eu criaria um código meu”, disse Delgatti.

Convocação

Diante das declarações de Delgatti, a deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) também enviou a CPMI um requerimento de convocação para que o presidente nacional do Partido Liberal preste depoimento ao colegiado.

 

 

 

 

 A Justiça Federal condenou nesta segunda-feira (21) o hacker Walter Delgatti a 20 anos de prisão no processo da Operação Spoofing, deflagrada pelo PolÍcia Federal em 2019. Cabe recurso contra a decisão.

A sentença foi proferida pelo juiz Ricardo Leite, da 10ª Vara Federal em Brasília. Durante as investigações, a PF descobriu que Delgatti e outros acusados interceptaram conversas de integrantes da Operação Lava Jato, entre elas, o ex-procurador Deltan Dallagnol.

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A Agência Brasil busca contato com a defesa do hacker.

Acusada pelo hacker Walter Delgatti de articular para enfraquecer a confiabilidade do sistema de votação eletrônica, a deputada Carla Zambelli (PL) está internada em um hospital particular em Brasília. Ativa nas redes sociais mesmo hospitalizada, a parlamentar acompanhou a oitiva na CPMI dos Atos Golpistas de 8 de janeiro na unidade de saúde.

O hospital informou que Zambelli deu entrada na terça (15), com quadro de diverticulite aguda, uma inflamação ou infecção em uma ou mais das bolsas do trato digestivo. Sem previsão de alta, seu tratamento consiste em antibioticoterapia endovenosa, acrescentou o hospital. A assessoria da deputada acrescentou que o quadro de saúde segue estável.

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Ao Congresso Nacional, Delgatti disse que recebeu R$ 40 mil da deputada para que ele invadisse os canais do sistema Judiciário e que ela foi a ponte ao ex-presidente Jair Bolsonaro, que teria encomendado uma invasão a uma urna eletrônica para comprovar eventuais falhas de segurança do sistema. Zambelli nega o contato e as denúncias feitas pelo hacker.

Ele disse conseguiu invadir o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), mas comunicou que não teve êxito contra a urna.

Durante oitiva do hacker Walter Delgatti Neto à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de janeiro, nesta quinta-feira (17), as perguntas do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) tiveram uma única resposta: “ficarei em silêncio”. Delgatti, orientado por seu advogado, Ariovaldo Moreira, não respondeu a nenhuma pergunta feita pelo parlamentar para evitar ceder a provocações de parlamentares bolsonaristas. 

Em sua fala, o pelista também questionou a conduta ideológica de Moreira, apresentando uma foto do advogado divulgando a biografia de Lula (PT) escrita por Fernando Morais. Na legenda da imagem, publicada nas redes sociais, Moreira anuncia que o valor arrecadado nas vendas do livro seria revertido para ajudar na defesa de Delgatti. 

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Em um depoimento marcado por declarações de caráter decisivo para o relatório final da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI), o hacker Walter Delgatti citou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ao revelar que foi buscado para assumir a autoria de um crime de privacidade contra o ministro do Supremo e presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes.

O crime em questão seria um grampo, supostamente já existente e elaborado por pessoas contratadas no exterior. Delgatti, que já tinha um case de sucesso com a "Vaza Jato", assumiria o grampo como uma pessoa com experiência em escândalos de corrupção de figuras públicas e políticas.

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O pedido teria sido feito diretamente por Bolsonaro, em ligação telefônica, quando o hacker encontrou a deputada Carla Zambelli em um posto de combustível na rodovia Bandeirantes, em São Paulo. Segundo Delgatti, Zambelli a ligação a Jair Bolsonaro foi feita por um celular novo e que também tinha um chip novo, aparentemente utilizado apenas para aquele contato.  

“Nisso eu falei com o presidente da República e, segundo ele, eles haviam conseguido um grampo – que era tão esperado à época – que era do ministro Alexandre de Moraes. Segundo ele, esse grampo foi realizado já, teria conversas comprometedoras do ministro e ele precisava que eu assumisse a autoria desse grampo”, disse o hacker. 

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“Ele disse no telefonema que esse grampo foi realizado por agentes de outro país. Não sei se é verdade, se realmente aconteceu o grampo porque não tive acesso a ele. E disse que em troca eu teria o prometido indulto e ele ainda disse assim: “Se caso alguém te prender, eu mando prender o juiz” e deu risada”, completou. 

Delgatti disse que entendeu que esse grampo seria suficiente “pra alguma ação contra o ministro” e para fazer com que as eleições fossem realizadas com a urna que imprimisse o voto. Ele afirmou que concordou porque era uma proposta do presidente da República: “Ficaria até difícil falar não.” 

Encontros presenciais com Bolsonaro

Delgatti detalhou um encontro que teve com o ex-presidente Jair Bolsonaro, a deputada federal Carla Zambelli, o ex-ajudante de ordens Mauro Cid, e o general Marcelo Câmara. 

“A ideia era falar sobre as urnas, e a conversa foi técnica até que o presidente me disse: ‘A parte técnica eu não entendo. Então, eu irei enviá-lo ao Ministério da Defesa e com os técnicos você explica tudo isso’. A conversa se resumiu a isso. E ele pediu que eu fizesse o que o Duda [Lima] havia dito sobre o 7 de setembro.” 

Duda Lima, citado pelo hacker, era o publicitário de Bolsonaro. Ele esteve em uma reunião com Zambelli e Delgatti, em agosto de 2022, para alinhar propostas de participação do hacker na campanha do ex-presidente.

O caso do “7 de setembro”, também citado, se refere a uma ideia de que Delgatti, na cerimônia do 7 de setembro, simulasse uma invasão à urna. Isso aconteceria em frente à população, para "provar" que era possível computar um voto e a urna imprimir um voto diferente. A urna usada na simulação seria emprestada pela Ordem de Advogados do Brasil (OAB), segundo o hacker. 

Assista à oitiva na íntegra:

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Walter Delgatti, hacker investigado pela Polícia Federal (PF), prestou depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro nesta quinta-feira (17). A primeira fase do depoimento foi marcada por revelações graves do depoente, em especial, sobre a relação com o Governo Bolsonaro e aliados. As figuras políticas mais citadas foram a deputada federal Carla Zambelli (PL), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o presidente do Partido Liberal, Valdemar Costa Neto, e o antigo publicitário de Bolsonaro, Duda Lima.

Confira, abaixo, o resumo das principais declarações de Delgatti, que seguem consideradas alegações até que sejam investigadas oficialmente

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- Bolsonaro teria oferecido indulto a Walter Delgatti para assumir a responsabilidade de um grampo contra Alexandre de Moraes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O pedido teria sido feito diretamente por Bolsonaro, em ligação telefônica, quando o hacker encontrou a deputada Carla Zambelli em um posto de combustível na rodovia Bandeirantes, em São Paulo. Segundo Delgatti, a ligação a Jair Bolsonaro foi feita por um celular novo e que também tinha um chip novo, aparentemente utilizado apenas para aquele contato; 

- O hacker Walter Delgatti Netto afirmou que orientou os militares responsáveis por produzir o relatório das Forças Armadas sobre a segurança das urnas eletrônicas entregue no dia 9 de novembro de 2022; 

- Delgatti teve momentos de embate com o senador Sérgio Moro (União Brasil-PR) nesta quinta-feira (17), durante seu depoimento à CPMI do 8 de Janeiro. O preso chegou a chamar o parlamentar e ex-juiz titular da força tarefa em Curitiba de "criminoso contumaz"; 

- Zambelli buscou Delgatti para fingir insegurança das urnas: respondendo à relatora Eliziane Gama (PSD) sobre uma reunião acontecida em 9 de agosto de 2022, na sede do PL, junto à Zambelli e ao presidente Valdemar Costa Neto, Delgatti alegou que foi oferecido duas propostas de participação na campanha de apoio a Bolsonaro. A primeira ideia foi de o hacker funcionar como "garoto propaganda" do antigo governo e se infiltrar em uma entrevista com figuras da esquerda, para "jogar" a ideia de que a urna eletrônica é violável; 

 - A segunda proposta foi para que Delgatti, na cerimônia do 7 de Setembro, simulasse uma invasão à urna. Isso aconteceria em frente à população, para "provar" que era possível computar um voto e a urna imprimir um voto diferente. A urna usada na simulação seria emprestada pela OAB; 

- Delgatti conheceu Zambelli em um hotel de São Paulo, supostamente por coincidência. Em julho de 2022, uma foto da dupla chegou à internet e levantou especulações sobre a relação da parlamentar com o investigado. Em sua fala, o hacker alegou que a foto foi feita a seu pedido e que apenas trocou números de telefone com a então aliada; 

- Delgatti detalhou um encontro que teve com o ex-presidente Jair Bolsonaro, a deputada federal Carla Zambelli, o ex-ajudante de ordens Mauro Cid, e o general Marcelo Câmara. Ele teria sido oferecido acesso ao Ministério da Defesa para ter dados importantes do sistema eleitoral. 

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O hacker Walter Delgatti, conhecido por operar a "Vaza Jato", iniciou seu depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro nesta quinta-feira (17). Preso desde 2 de agosto por ser o principal suspeito de uma invasão aos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ele começou a oitiva dando detalhes de sua relação com a deputada federal Carla Zambelli (PL) e com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). 

Respondendo à relatora Eliziane Gama (PSD) sobre uma reunião acontecida em 9 de agosto de 2022, na sede do Partido Liberal (PL), junto à Zambelli e ao presidente Valdemar Costa Neto, Delgatti alegou que foi oferecido duas propostas de participação na campanha de apoio a Bolsonaro. A primeira ideia foi do hacker funcionar como "garoto propaganda" do antigo governo e se infiltrar em uma entrevista com figuras da esquerda, para "jogar" a ideia de que a urna eletrônica é violável.

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A segunda proposta foi para que Delgatti, na cerimônia do 7 de Setembro, simulasse uma invasão à urna. Isso aconteceria em frente à população, para "provar" que era possível computar um voto e a urna imprimir um voto diferente. A urna usada na simulação seria emprestada pela Ordem de Advogados do Brasil (OAB), segundo o hacker. As duas propostas teriam sido a pedido de Jair Bolsonaro.

“O Duda disse que o ideal era eu fazer uma entrevista com a esquerda e de forma espontânea, eu falar sobre as urnas, dizer que eram frágeis. Essa foi a proposta inicial, que não ocorreu porque o meu encontro [com Zambelli] saiu na mídia e aí cancelaram. A segunda ideia era pegar uma urna da OAB e eu mostrar à população que é possível acessar a urna, que era possível apertar um voto e imprimir outro. [...] A ideia do Duda não era criar um código-fonte do TSE, mas um fake”, respondeu Delgatti. 

Reunião de 9 de agosto de 2022

Duda, a quem Walter se refere, é Duda Lima, publicitário de Jair Bolsonaro. Nessa reunião, de 9 de agosto, houve dois momentos de conversa. O primeiro com Delgatti, os advogados de Delgatti, Valdemar Costa Neto, Zambelli, e os irmãos e marido de Zambelli. Duda Lima não participou do primeiro momento, pela manhã.

O publicitário chegou para a segunda parte, às 15h, para discutir o aspecto técnico da campanha de marketing. Após um desentendimento entre Carla e os advogados do hacker, a segunda reunião aconteceu apenas com Duda, Carla Zambelli e Walter Delgatti.

“O assunto era bem técnico, até que o Valdemar entrou em contato com o Duda e agendou a outra reunião com o ‘marketeiro’ da campanha. Acredito que o Valdemar não tinha conhecimento técnico [para dar seguimento à reunião sozinho]. Voltei às 15h, mas no meio tempo, os advogados tiveram um desentendimento com Carla Zambelli e foram embora, eu fiquei só”, completou o depoente. 

A relação com Zambelli

Sob depoimento, o hacker Walter Delgatti expôs uma nova versão sobre seu primeiro encontro com a deputada federal Carla Zambelli. Em julho de 2022, uma foto da dupla chegou à internet e levantou especulações sobre a relação da parlamentar com o investigado. Em sua fala, o hacker alegou que a foto foi feita a seu pedido e que apenas trocou números de telefone com a aliada.

A foto foi registrada na saída do hotel Village Inn Ribeirão Preto, no interior de São Paulo, em 28 de julho. Delgatti teria ido ao local para buscar um amigo, foi apresentado à Zambelli e trocou contato no intuito de saber sobre propostas de emprego. O hacker chegou a assessorar as redes da deputada e recebeu R$ 3 mil pelo serviço, que foi suspenso após Zambelli ser impedida judicialmente de usar as redes.

"Ela [Zambelli] disse que me daria uma oportunidade de trabalho na campanha do presidente Jair Bolsonaro. Estive em Brasília, conheci o presidente e em Brasília fui trabalhar nas redes sociais dela. Houve pagamentos, ela me enviou senha dos sites e das redes, mas depois uma decisão do Alexandre de Moraes suspendeu as redes dela e eu não continuei trabalhando”, alegou.  

Nesta quarta-feira (16), em Brasília, a Polícia Federal (PF) deve interrogar o hacker Walter Delgatti Neto, conhecido como "hacker da Vaza Jato". A informação é do blog de Andréia Sadi, do G1, e cita também que o depoimento foi agendado para às 13h, na sede da instituição. Delgatti foi preso no começo de agosto em São Paulo e deve ser transferido para a capital federal.  

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A defesa de Walter ainda está avaliando se ele responderá às perguntas da PF, mas existe a expectativa e que, sob depoimento, o preso apresente elementos que sustentem uma delação premiada sobre a participação dele em possíveis crimes do Governo Bolsonaro e de seus aliados. 

O hacker é investigado por participar da invasão dos sistemas do Conselho Nacional de Justiça para a inclusão de um falso mandado de prisão contra o ministro Alexandre de Moraes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e membro da Suprema Corte. O documento falso teria sido feito pela deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), aliada do hacker. 

Em junho, ele disse à PF que teve um encontro com Zambelli em setembro de 2022, às vésperas da eleição, em um posto de gasolina. Segundo o hacker, ela pediu que ele invadisse a urna eletrônica ou qualquer sistema da Justiça brasileira. 

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A Polícia Federal (PF) adiou o depoimento da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), que estava previsto para a tarde desta segunda-feira (7). A parlamentar é suspeita de contratar o hacker Walter Delgatti Neto, preso na última semana, para inserir dados falsos no sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), entre eles um mandado de prisão falso contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). 

Em nota divulgada na sexta-feira (4) pelo advogado da parlamentar, Daniel Bialski, Zambelli exigiu acesso às investigações e afirmou que só prestaria depoimento sob essas condições. Desde que se tornou investigada, a defesa da deputada nega que ela tenha cometido alguma improbidade.  

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“Por expressa orientação da defesa técnica, [Zambelli] não responderá às perguntas até que sejam fornecidas cópias de todo o inquérito e das cautelares”, diz a nota do advogado, que complementa indicando que a deputada quer “ser ouvida e prestar todos os esclarecimentos”. Ainda de acordo com a defesa, o acesso ao inquérito se dá “justamente para assegurar a ampla defesa, o contraditório e o devido processo legal”. 

Na última semana, Zambelli disse não ter medo da cassação de seu mandato. “A gente não sabe muito bem o que esperar da Justiça, mas eu não tenho medo de cassação. Tenho enfrentado todos os problemas que tenho tido com a Justiça”, disse. 

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O hacker Walter Delgatti Neto, da “Vaza Jato”, preso nesta quarta-feira (2) pela Polícia Federal, alegou, em depoimento anterior à corporação, que se reuniu com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), no Palácio da Alvorada, para responder questões sobre a segurança das urnas eletrônicas. O antigo mandatário teria perguntado ao hacker se ele conseguiria invadir as urnas através do código-fonte dos equipamentos. O contato entre os dois, no entanto, “não foi adiante”. 

Delgatti é investigado por invadir contas no Telegram e vazar mensagens de procuradores da antiga Operação Lava Jato, em 2019, e por invadir o sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) este ano. Ele é aliado à deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP), para quem prestou serviços de assessoria nas redes sociais. Os dois foram alvo de buscas da PF na manhã desta quarta-feira (2). A reunião entre Bolsonaro e o hacker teria sido intermediada por Zambelli. 

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Delgatti Neto disse aos investigadores que só poderia ter acesso ao código-fonte das urnas dentro da sede do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), e que "não poderia ir lá". Para garantir a segurança dos equipamentos, a Corte autoriza o acesso antecipado aos sistemas eleitorais, para fins de auditoria, 12 meses antes da data do primeiro turno. No entanto, segundo o TSE, o acesso ocorre em ambiente específico e sob a supervisão do tribunal. 

"Que apenas pode afirmar que a Deputada Carla Zambelli esteve envolvida nos atos do declarante, sendo que o declarante, conforme saiu em reportagem, encontrou o ex- Presidente Jair Bolsonaro no Palácio do Alvorada, tendo o mesmo lhe perguntado se o declarante, munido do código fonte, conseguiria invadir a Urna Eletrônica, mas isso não foi adiante, pois o acesso que foi dado pelo TSE foi apenas na sede do Tribunal, e o declarante não poderia ir até lá, sendo que tudo que foi colocado no Relatório das Forças Armadas foi com base em explicações do declarante", diz o relatório da PF. 

A Polícia Federal (PF) prendeu, nesta quarta-feira (2), o hacker Walter Delgatti Neto, investigado por invadir contas no Telegram e vazar mensagens de procuradores da antiga Operação Lava Jato, em 2019, e por invadir o sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) este ano. No decorrer das investigações, foi constatado que a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) foi assessorada pelo hacker, que atuou nas mídias da parlamentar. Pela associação, Zambelli teve seus endereços investigados através de mandados de busca e apreensão, também nesta quarta. 

A operação foi autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. Oficialmente, a Polícia Federal divulgou que há cinco mandados de busca e apreensão (três no DF, dois no SP) e um mandado de prisão preventiva. A defesa de Delgatti confirmou a prisão, mas não deu mais detalhes. Ele também havia sido detido no fim de junho, para prestar depoimento sobre a invasão ao CNJ. 

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Nas redes sociais, o ministro Flávio Dino (PSB) havia adiantado a nova fase de buscas da PF. “Em prosseguimento às ações em defesa da Constituição e da ordem jurídica, a Polícia Federal está cumprindo mandados judiciais relativos a invasões ou tentativas de invasões de sistemas informatizados do Poder Judiciário da União, no contexto dos ataques às instituições”, escreveu. 

Na ação, a PF tenta obter mais informações sobre a inserção de alvarás de soltura e mandados de prisão falsos no Banco Nacional de Monitoramento de Prisões. Os documentos forjados incluíam um mandado de prisão falso contra o ministro da Corte Alexandre de Moraes. No ofício, havia inclusive a frase "faz o L", um dos slogans da campanha eleitoral mais recente do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). 

"Os crimes apurados ocorreram entre os dias 4 e 6 de janeiro de 2023, quando teriam sido inseridos no sistema do CNJ e, possivelmente, de outros tribunais do Brasil, 11 alvarás de soltura de indivíduos presos por motivos diversos e um mandado de prisão falso em desfavor do ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes", diz material da Polícia Federal. 

O juiz Ricardo Leite, da 10ª Vara Federal de Brasília, mandou soltar, nesta segunda-feira (10), o hacker Walter Delgatti, um dos investigados pela invasão dos celulares do ex-juiz Sergio Moro e de ex-procuradores da Operação Lava Jato.

Delgatti foi preso na semana passada sob a acusação de sair de Campinas (SP) sem autorização da Justiça. A autorização prévia para deixar a cidade é uma das medidas cautelares impostas no processo em substituição a outra prisão que foi efetuada em 2019.

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Ao analisar pedido de liberdade feito pela defesa, o magistrado decidiu mandar soltar o hacker e determinou a instalação de tornozeleira eletrônica.

A defesa de Delgatti alegou que ele tem um filho em São Paulo e também viajou para a capital paulista para buscar emprego.

O hacker Walter Delgatti, investigado por invadir contas no Telegram e vazar mensagens de procuradores da antiga Operação Lava Jato em 2019 – por isso, ficou conhecido como “Hacker da Vaza Jato –, foi preso pela Polícia Federal (PF) na tarde da última terça-feira (27), em São Paulo, por descumprir medidas judiciais. A informação é do blog de Andréia Sadi, do g1. O preso estaria assessorando o site e as redes sociais da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), apesar de estar proibido de usar a internet. 

A prisão foi solicitada pelo Ministério Público Federal no Distrito Federal (MPF-DF). Ainda de acordo com a colunista, Delgatti foi ouvido no inquérito que apura a invasão do sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) para a inclusão de uma falsa ordem de prisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, contra ele mesmo. Segundo investigadores, o hacker citou Zambelli no depoimento e a PF apura eventual participação dela no episódio. 

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Nesse período em que deveria estar off-line, Walter fez compras online e usou um e-mail como chave pix para arrecadar doações, contrariando o veto ao uso da internet. Além disso, o preso não foi localizado nos endereços indicados à Justiça, mesmo proibido de se mudar sem autorização. 

 

O presidente nacional do Democratas e prefeito de Salvador, Antonio Carlos Magalhães Neto, determinou a expulsão da sigla de Walter Delgatti Neto, acusado de ser um dos hackers que invadiu os celulares de autoridades, dentre elas o ministro da Justiça, Sérgio Moro. Delgatti Neto foi preso no âmbito da operação Spoofing.

Em nota, o prefeito de Salvador alega que Walter Delgatti descumpriu os "deveres éticos previstos estatutariamente" pelo Democratas. E destacou que ele não tem participação ativa na vida partidária da legenda.

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"É importante ressaltar que o Democratas não pode se responsabilizar pelas atitudes dos milhares de filiados ao partido e que condenamos, de maneira veemente e dura, o cometimento de qualquer ato de irregularidade por quem quer que seja - filiado ao DEM ou outras legendas. O Democratas Nacional espera que a Justiça esclareça os fatos e que os envolvidos no processo criminoso sejam punidos de forma efetiva e com todo rigor", escreveu ACM Neto.

O advogado Luiz Gustavo Delgado, que representa Walter Delgatti Neto, o "Vermelho", preso na Operação Spoofing, levou comida, remédios de uso controlado e um cobertor para seu cliente na tarde desta quarta-feira, 24, na Superintendência da Polícia Federal em Brasília.

O advogado disse que ainda não teve acesso ao inteiro teor do inquérito. "Ele (Walter) prestou um depoimento. Eu não tive acesso ainda. Vou ver as medidas cabíveis no caso do meu cliente", afirmou.

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Ainda segundo ele, "Vermelho" prestou depoimento acompanhado por defensor público na terça, 23. "Conversei com ele. Ele tem problemas psiquiátricos. Está atordoado."

Preso em Araraquara, interior de São Paulo, nesta terça-feira, 23, "Vermelho" confessou à Polícia Federal que hackeou o ministro Sergio Moro (Justiça e Segurança Pública), o procurador Deltan Dallagnol (coordenador da Operação Lava Jato no Paraná) e centenas de procuradores, juízes e delegados federais, além de jornalistas. "Vermelho" acumula processos por estelionato, falsificação de documentos e furto.

Em seu Twitter, Sergio Moro postou nesta quarta que "pessoas com antecedentes criminais" são a "fonte de confiança daqueles que divulgaram as supostas mensagens obtidas por crime".

O ministro não citou nomes em sua mensagem. Ao apontar para "pessoas com antecedentes criminais", o ministro se refere ao grupo preso pela PF na Operação Spoofing.

Desde junho, Moro é alvo divulgação de diálogos a ele atribuídos com o procurador Deltan Dallagnol, pelo site The Intercept. O site afirmou que recebeu de fonte anônima o material, mas não revelou a origem. Moro nega conluio - ele e Dallagnol afirmam não reconhecer a autenticidade das conversas.

Nesta quarta, 24, os diretores do site The Intercept, Leandro Demori e Glenn Greenwald, comentaram, também no Twitter, as declarações de Moro. "Está cada vez mais claro: Moro virou político em busca de um foro privilegiado pra poder falar impunemente em público as coisas que dizia antes em chats secretos", disse Demori.

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