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O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse acreditar que os deputados não irão aprovar a participação de parentes de políticos na nova rodada da repatriação de recursos. A possibilidade foi aprovada no Senado após uma manobra do relator do texto, Romero Jucá (PMDB-RR), que passou despercebida pelos integrantes da oposição. Agora, o projeto será avaliado pelos deputados.

O deputado Bruno Covas (PSDB-SP), autor da emenda que proibiu a aceitação de parentes de políticos no primeiro projeto, disse desconfiar que a nova proposta foi iniciada no Senado já com esse objetivo. "Como a Câmara deve barrar, o Senado, com a palavra final, poderá reintroduzir o texto", afirmou.

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Pelas regras do Congresso, se uma Casa modificar o projeto que teve origem em outra, o texto terá que ser novamente apreciado e poderá ser modificado antes de ir à sanção presidencial.

Outros líderes da Câmara ouvidos pelo jornal O Estado de S. Paulo também afirmaram acreditar que a proposta enfrentará resistência na Casa. "O novo projeto de repatriação é necessário, mas não acredito que a inclusão de parentes de políticos como beneficiários será aceito pela Câmara", disse o líder do PSD, Rogério Rosso (DF). O líder do DEM, Pauderney Avelino (PB), também tem a mesma avaliação. "Essa era uma demanda do Senado", disse.

Para o líder do PT, deputado Afonso Florence (BA), a tentativa de incluir essa questão na lei "cheira mal", especialmente após a prisão do ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que tem familiares investigados por possuir contas no exterior. "Claro que é inoportuno, depois de Eduardo Cunha, todo mundo suspeita de que estão fazendo um acordo para que ele não faça delação premiada", afirmou.

Recurso

A oposição no Senado passou a manhã desta quinta-feira, 24, buscando uma forma de reverter a manobra do líder do governo, mas a avaliação da assessoria técnica da Casa é que não haveria maneira regimental de modificar o que já havia sido votado.

"A maioria do Senado Federal foi enganada e saiu daqui com a compreensão de que estava proibida a possibilidade de repatriação por parte de parentes de políticos. Isso foi um golpe", disse Vanessa Grazziotin (PcdoB-AM), que tentou fazer uma questão de ordem à Mesa Diretora, mas não foi atendida. Ela argumentou que o regimento prevê que a vontade da maioria do plenário deve se sobrepor a questões técnicas. Dessa forma, se uma redação foi aprovada por engano, deveria poder ser corrigida.

Vanessa também denunciou que Jucá teria agido de má-fé durante o acordo que fez com a oposição. "Eu vim a este microfone várias vezes e perguntei, inclusive, ao senador Romero Jucá: Quer dizer que esse encaminhamento retira a possibilidade de repatriação também por parentes? E ele respondeu ao microfone: sim. O Brasil inteiro ouviu, não fomos somente nós", relatou a senadora.

Pessoas concretas

O líder da oposição, Lindbergh Farias (PT-RJ), questionou a quem interessava a manobra. "Com certeza é para beneficiar pessoas concretas", disse. Quando a autorização para que parentes de políticos pudessem participar da repatriação foi incluída no texto pela primeira vez, o dispositivo ficou conhecido como "emenda Cláudia Cruz", em referência à esposa do deputado cassado Eduardo Cunha.

Apesar dos esforços, o senador José Pimentel (PT-CE) informou em plenário que não seria possível fazer um recurso da votação, mas que a oposição irá buscar a derrubada do dispositivo na votação da Câmara.

A proposta aprovada pelo Senado é uma retomada do primeiro projeto de repatriação, que terminou em 31 de outubro, mas com algumas modificações. Nessa nova versão do programa, o prazo será reaberto por 120 dias após o decorrer de um mês da publicação da lei. A proposta determina alíquotas de 17,5% de Imposto de Renda mais 17,5% de multa sobre o valor repatriado. Na primeira fase, as alíquotas foram de 15%.

A data de referência também mudou em relação ao primeiro programa. Agora, será possível repatriar recursos comprovados até 30 de julho de 2016. Da mesma forma, vale a cotação do dólar para essa data, que segunda Jucá era de R$ 3,20. Anteriormente, a referência era 21 de dezembro de 2014. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Após reunião com os governadores, que aconteceu nesta terça-feira (22), ficou acordado que o presidente Michel Temer (PMDB) irá liberar imediatamente o valor de R$ 5,3 bilhões arrecadados com multas e impostos do programa de repatriação.

O Ministério da Fazenda irá oficializar, por meio de um documento, as contrapartidas aos estados. Ao todo, a União arrecadou R$ 46,8 bilhões com a Lei 13.254/2016 [ Lei da Repatriação].

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As unidades de federação se comprometeram em adotar medidas de controle de gastos, incluindo a área previdenciária.

 

Nesta terça-feira (22), o Partido Socialista Brasileiro (PSB) ingressou com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI), no Supremo Tribunal Federal (STF). O Partido quer que, do valor arrecadado com as multas da repatriação, R$ 5,7 bilhões sejam divididos entre os municípios, que somam mais de 5,7 mil.

O presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, disse que é injusto o tratamento na repartição dos valores. “Achamos por bem ingressar em juízo como forma de corrigir essa disparidade. Há muito tempo os municípios sofrem com a concentração de recursos na União e a situação tem se agravado muito com a crise econômica atual, que poderá inviabilizar muitas administrações”, disse, em nota enviada a um veículo de comunicação.

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Segundo balanço divulgado pela Receita, o governo arrecadou R$ 46,8 bilhões, referentes a multas e impostos recolhidos. Na semana passada, o município de Camaragibe, na Região Metropolitana do Recife (RMR), recebeu do Governo Federal R$7.327,928,00 referente aos impostos e multas do programa de regularização de ativos do exterior, que ficou conhecido como repatriação.

 

 

 

O Senado fará um esforço concentrado na próxima semana para tentar deliberar sobre uma série de propostas que estão na pauta da Casa, entre elas a reforma política e a chamada PEC do Teto de Gastos. A expectativa é de que tenha discussões e votações de segunda (21) à quinta-feira (24).     

Na segunda-feira, os senadores vão fazer uma nova discussão sobre a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 36/2016, que prevê o fim das coligações partidárias nas eleições proporcionais (vereadores e deputados) e cria uma cláusula de barreira para a atuação dos partidos políticos. 

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Já a PEC 55/2016, que limita os gastos públicos por 20 anos, terá a terceira sessão de discussão em primeiro turno. A proposta de limite de gastos volta a ser discutida na terça-feira (22) em dois momentos. Pela manhã, os senadores vão debater o tema com economistas. Estão convidados os professores Luiz Gonzaga Beluzzo, Fernando Monteiro Rugitsky e Armando Castelar e um representante do Ministério da Fazenda. No período da tarde, a PEC 55/2016 passa pela quarta sessão de discussão no primeiro turno.

O texto que estabelece a reforma política deve ser votado em segundo turno na quarta-feira (23). A PEC foi apresentada pelos senadores Aécio Neves (PSDB-MG) e Ricardo Ferraço (PSDB-ES). Aécio considera que a proposta traz dois pontos necessários para o reordenamento do sistema político partidário. “Algo essencial a qualquer democracia representativa é o restabelecimento daquilo que se tentou lá no passado, que é a cláusula de desempenho, e, ao mesmo tempo, o fim das coligações proporcionais”, afirmou o também presidente nacional do PSDB.

Repatriação

Na terça-feira o Senado pode analisar o projeto que reabre o prazo para a adesão ao regime especial de repatriação de recursos do exterior. O Projeto de Lei do Senado (PLS) 405/2016 é de autoria da Comissão Diretora e abre o novo período de 1º de fevereiro a 30 de junho de 2017.  O presidente do Senado, Renan Calheiros, sugeriu ao presidente Michel Temer que seja antecipada aos estados e municípios a distribuição do dinheiro das multas pagas por quem decidir fazer a repatriação no ano que vem.

Abuso de autoridade

O projeto que define os crimes de abuso de autoridade vai ser debatido no Plenário do Senado na manhã de quarta-feira (23), às 11h. Foram chamados para a discussão com os senadores sobre o PLS 280/2016 o ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes, o procurador-geral da República Rodrigo Janot e o presidente a Ordem dos Advogados do Brasil, Cláudio Lamachia.

O novo relator do projeto, senador Roberto Requião (PMDB-PR), enfatizou que a proposta não vem para atrapalhar investigações, mas para impedir o arbítrio e as ilegalidades.

O ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, afirmou nesta sexta-feira (18) que o plano de socorro aos Estados pode incluir parte dos recursos que devem ser devolvidos pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) ao Tesouro Nacional. A instituição de fomento pretende pagar antecipadamente R$ 100 bilhões à União, mas o governo do presidente Michel Temer ainda estuda a "legalidade" de usar o dinheiro na equação com Estados.

"O presidente tem notícias de que a área econômica já identificou fontes (de recursos para socorrer Estados), está cuidando é da questão da legalidade", disse Padilha em entrevista à Rádio Gaúcha. Segundo o ministro, a crise dos governos estaduais tem sido tema prioritário para Temer nos últimos 15 dias. "Entra na conta todo o dinheiro da repatriação, mais recursos da devolução do BNDES", afirmou Padilha.

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A devolução dos recursos do BNDES foi uma das primeiras medidas anunciadas pelo governo Temer, ainda no mês de maio, como alternativa para reduzir a dívida pública. Isso porque a União emitiu títulos da dívida em favor do banco de fomento. Agora, a ideia é reaver os recursos e reduzir o endividamento - e consequentemente, pagar menos juros.

O Tribunal de Contas da União (TCU) ainda não julgou a consulta feita pelo Ministério da Fazenda sobre a legalidade da devolução dos recursos pelo BNDES ao Tesouro. Mas o relator, ministro Raimundo Carreiro, sinalizou em seu relatório que o governo terá de demonstrar que os R$ 100 bilhões serão "efetivamente utilizados" na redução da dívida pública federal.

"(Determinar que o Ministério da Fazenda) encaminhe ao Tribunal de Contas da União, quando da utilização dos recursos, informações e documentos que evidenciem o tratamento orçamentário e contábil dado à operação, que permitam verificar se os recursos oriundos das operações de pagamento antecipado do BNDES foram efetivamente utilizados no resgate de títulos públicos em mercado, até o limite dos recursos recebidos nas respectivas operações", diz o relatório de Carreiro.

Repatriação

Só o dinheiro da repatriação para os Estados seria "pouco", reconheceu Padilha. "Esse é um dinheiro que deve entrar na composição, mas é pouco e não resolve", afirmou o ministro. "Ajuda em alguma coisa, mas não dá uma relativa tranquilidade." No caso do Rio Grande do Sul, por exemplo, Padilha citou que o repasse não paga sequer 10% da folha de salários dos servidores.

Na primeira edição da repatriação, encerrada em 31 de outubro deste ano, os Estados receberam R$ 4,026 bilhões, já descontados os repasses do Fundeb. O Rio de Janeiro, que vive uma das crises mais agudas, recebeu apenas R$ 88,9 milhões. O maior repasse foi feito para a Bahia (R$ 359,6 milhões).

O próprio governador do Rio, Luiz Fernando Pezão, chegou a dizer em uma de suas visitas a Brasília que o valor da repatriação não ajudaria o Estado a melhorar suas finanças. "Os critérios de divisão do fundo de participação dos estados são muito cruéis com o Rio de Janeiro e com São Paulo, unidades da Federação que mais recolhem tributos no país. Mas já não contávamos com esses recursos", afirmou na ocasião.

Demonstração clara

O ministro-chefe da Casa Civil disse que o governo federal está empenhado em encontrar uma maneira de ajudar os Estados e o Distrito Federal a sair da crise pela qual passam. Mas, segundo o ministro, o presidente Michel Temer quer uma demonstração clara de que os Estados vão ajustar suas contas. Padilha relatou que, há pelo menos 15 dias, esse é o tema número um de Temer, para quem o plano de socorro em estudo precisa necessariamente contemplar as 27 Unidades da Federação e não apenas um ou outro ente.

"Há, sim, vontade política do governo em encontrar uma solução, sob o ponto de vista legal, amparável, e sob o ponto de vista fático, viável", disse Padilha em entrevista concedida à Rádio Gaúcha, acrescentando que Temer quer começar a conversar com os governadores na próxima semana.

Padilha ressaltou mais de uma vez durante a entrevista que ainda não há uma solução definida, que as possibilidades estão em estudo, e que a maior preocupação agora é encontrar uma fórmula que esteja dentro da "legalidade".

A orientação de Temer, segundo Padilha, é que esta "fórmula" possibilite aos Estados equacionar suas dívidas, para que eles consigam adaptar gastos à receita. Diante disso, como "eles não conseguem fazer isso de uma hora para outra", o plano consiste em uma espécie de "calendário", com liberação progressiva de recursos federais, mediante o cumprimento de metas pelos Estados. "Os governadores terão de ter presente que eles terão de levar ao presidente uma demonstração clara de que vão ajustar as suas contas".

"A ideia do presidente Michel é pactuar com os Estados um ajuste das contas e com isso vai havendo liberação progressiva de recursos. Vai liberando conforme o cumprimento de metas, mês a mês", explicou Padilha. "Vai ser um trabalho meticuloso, dedicado, mas vale a pena. O Brasil só vai ser grande e forte no dia em que seus Estados forem grandes e fortes".

Padilha disse que os recursos totais da repatriação e parte dos valores que serão devolvidos pelo BNDES ao Tesouro Nacional devem entrar na composição de receitas para resolver tanto os problemas dos Estados quanto da União, que também tenta implementar um ajuste fiscal. O governo está ainda estudando a legalidade dessas receitas como solução de socorro aos governadores.

A reabertura do programa de regularização de recursos de brasileiros no exterior, conhecida como repatriação, deve permitir a adesão de parentes de políticos. A proposta é defendida pelo senador e relator do projeto, Romero Jucá (PMDB-RR). O projeto deve ser votado pelos senadores na terça-feira (22).

Jucá, que nessa quinta (17), assumiu oficialmente a liderança do governo no Congresso, voltou a defender a inclusão de parentes de políticos no projeto. "Se algum parente tem uma atividade econômica separada do político, não há porque penalizar esse parente", afirmou. Na primeira versão da repatriação, foi vedada a participação de parentes de políticos e cônjuges.

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De acordo com o senador, o Banco Central e a Receita Federal possuem mecanismos para acompanhar e verificar a origem dos ativos. Os dois órgãos foram procurados pela reportagem, mas preferiram não se manifestar.

Como mostrou a coluna da Sonia Racy no jornal O Estado de S. Paulo, o texto de Jucá já está pronto, apesar de não ter sido apresentado ao Senado. No projeto, ele já inclui a permissão para a repatriação de ativos de parentes de políticos, "desde que a origem dos bens seja desvinculada de atividades exercidas do político em questão".

De acordo com dados do Ministério da Fazenda, a primeira fase da repatriação arrecadou R$ 46,8 bilhões, dos quais R$ 4,026 bilhões ficaram com os Estados - o correspondente a 21,5% do Imposto de Renda, divididos na mesma proporção do Fundo de Participação dos Estados (FPE). Outros 24,5% são repassados para os municípios, por meio do Fundo de Participações dos Municípios (FPM), o correspondente a R$ 4,214 bilhões. Se os Estados conseguirem que o Supremo determine a divisão da multa também, esses valores dobram.

Agora, o governo estima que a nova arrecadação possa superar os R$ 20 bilhões. As alíquotas da multa e dos impostos devem subir de 15% para 17,5%.

Quanto à divisão da receita da multa com Estados e municípios, Jucá argumenta que é discutida com a Advocacia Geral da União (AGU), a procuradoria do Ministério Público e o Ministério da Fazenda. "A ideia é fazer um aporte que atenda também Estados e municípios."

De acordo com o senador, Temer está sensível à questão financeira dos Estados e busca soluções além da multa da repatriação para gerar receitas. Segundo disse, as preocupações vão além do Estado do Rio de Janeiro, que passa por grave crise financeira. A ideia é busca uma solução que ajude a todos os Estados.

Base

Em jantar promovido na quarta-feira, 16, pelo presidente Temer no Palácio da Alvorada, com lideranças da base aliada, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), pediu para que o governo também distribua parte dos recursos arrecadados com a multa paga no programa de repatriação com os Estados.

"Aproveitei a oportunidade e propus ao presidente que ele se antecipe à decisão do Supremo Tribunal Federal com relação à distribuição da multa da repatriação para os Estados e municípios", afirmou Renan. Ele ainda disse que Temer está "refletindo e pensando" em convocar reunião com governadores.

O imbróglio entre Estados e governo federal hoje paira na Justiça. Na sexta-feira passada, a ministra do STF, Rosa Weber, determinou que a União deposite multa da repatriação no Fundo de Participação dos Estados. Com aval do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, o governo vai entrar com recurso contra a decisão da ministra. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), confirmou a intenção de votar o projeto que reabre o programa de repatriação diretamente no plenário ainda nesta semana. A proposta não chegou a ser avaliada pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) nesta quarta-feira (16) para onde foi primeiramente encaminhada.

"Como esse assunto já foi bastante discutido no Senado, esperamos votar hoje (quarta) ou amanhã (quinta-feira) a (reabertura da) repatriação", afirmou o peemedebista ao confirmar que a matéria pode ser puxada da comissão diretamente para o plenário. "O Senado se debruçou sobre essa matéria e é importante agilizá-la", disse.

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Às 15h, Renan se reúne com líderes partidários para definir a pauta de votação dos próximos dias. Nesse encontro, os senadores devem confirmar a data de apreciação da reabertura da repatriação. O Senado tem sessão deliberativa marcada para essa quarta-feira às 16h. Em seguida, às 17h, está prevista uma sessão do Congresso Nacional para análise de vetos presidenciais.

A matéria deveria ter sido apreciada na CCJ nesta quarta-feira, mas, a reunião não chegou a ser realizada por falta de quórum. O presidente do colegiado, José Maranhão (PMDB-PB), foi designado relator do projeto, mas não estava presente. No plenário, a relatoria deve ser feita pelo futuro líder do governo Romero Jucá (PMDB-RR).

O município de Camaragibe, na Região Metropolitana do Recife (RMR), recebeu do Governo Federal R$7.327,928,00 referente aos impostos e multas do programa de regularização de ativos do exterior, que ficou conhecido como repatriação.

O programa prevê a regulamentação de recursos, bens e direitos de origem lícita mantidos no exterior e que não foram declarados. Segundo balanço divulgado pela Receita, o governo arrecadou R$ 46,8 bilhões, referentes a multas e impostos recolhidos.

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Por meio das redes sociais, o presidente Michel Temer (PMDB) disse que o valor irá cobrir as despesas do final do ano. "Você sabe que com a repatriação de capitais para o Brasil, o Governo Federal estará entregando a você, prefeito, uma verba que praticamente vai cobrir as suas despesas de final de ano. Isso para todos os prefeitos sem nenhuma exceção", publicou Temer.

O plenário do Senado deverá votar, nesta semana, um projeto apresentado pela Mesa Diretora que reabre o prazo para o brasileiro, que mantém recursos no exterior não declarados, regularizar sua situação junto à Receita Federal.

A ministra Rosa Weber do Supremo Tribunal Federal (STF) universalizou a ordem de depósito judicial de valores da Repatriação que já havia beneficiado os Estados de Piauí e Pernambuco. Com a decisão liminar, ao todo 23 Estados e o Distrito obtiveram o bloqueio dos recursos.

Ontem à noite, a ministra decidiu conceder a outros entes que entraram com ação no Supremo liminares que determinam à União depositar em conta judicial um montante superior ao valor inicialmente destinado a essas unidades da Federação como cota do Fundo de Participação dos Estados (FPE) referente à arrecadação com a repatriação.

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Com isso, o dinheiro arrecadado com a multa de 15% sobre os valores legalizados dentro do programa terão de ficar depositados em juízo à espera da decisão sobre o mérito pelo STF. O julgamento final dos processos ainda não está marcado.

Além de Piauí e Pernambuco, estão entre os litigantes beneficiados: Distrito Federal, Rio de Janeiro, Alagoas, Amapá, Amazonas, Bahia, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Santa Catarina, Roraima, Pará, Rio Grande do Sul e Tocantins. Outros Estados que também entraram com ações semelhantes foram atendidos: Acre, Ceará, Maranhão, Paraíba, Sergipe e Rio Grande do Norte.

Após a aprovação da Lei da Repatriação, a então presidente Dilma Rousseff vetou a possibilidade de os Estados ficarem com parte da multa, determinando que apenas os valores arrecadados com os 15% do Imposto de Renda cobrados sobre os recursos seriam compartilhados com Estados e municípios.

Segundo o Ministério da Fazenda, o Programa de Repatriação arrecadou R$ 46,8 bilhões, dos quais R$ 4,026 bilhões ficaram com os Estados - o correspondente a 21,5% do Imposto de Renda, divididos na mesma proporção do Fundo de Participação dos Estados (FPE). Outros 24,5% são repassados às prefeituras, por meio do Fundo de Participações dos Municípios (FPM), o correspondente a R$ 4,214 bilhões. Se os Estados conseguirem que o Supremo determine a divisão da multa também, esses valores dobram.

A decisão provisória do Supremo Tribunal Federal (STF) que determina ao governo federal pagar aos estados do Piauí e Pernambuco o valor das multas cobradas com a Lei da Repatriação (destinada à regularização de ativos do exterior não declarados à Receita Federal) foi estendida para mais 16 unidades federativas: Alagoas, Amapá, Amazonas, Bahia, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Santa Catarina, Roraima, Pará, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Tocantins. A ministra Rosa Weber acatou o pedido feito em conjunto pelos governadores que querem uma fatia maior dos recursos arrecadados pela União.

Os estados e municípios já recebem parte do percentual de 15% de Imposto de Renda (IR) pago por contribuintes que, em troca de anistia, declararam os valores mantidos em contas no exterior. O valor da distribuição, feita de acordo com critérios definidos pelo Tribunal de Contas da União (TCU), alcançou R$ 4,02 bilhões (21,5% dos R$ 46,8 bilhões arrecadados). Mas governadores já haviam sinalizado que iriam em busca de parcela da multa.

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Além do Imposto de Renda, a regularização dos recursos exige pagamento de 15% em multa. O argumento das administrações estaduais é o de que a partilha desse recurso está prevista tanto na Constituição, como no Artigo 163 do Código Tributário Nacional. A decisão da ministra Rosa Weber ainda depende de um aval do plenário do STF.

Prorrogação

Paralelamente à possível mudança nas regras da partilha, o Senado já estuda um novo projeto de lei para reabrir o prazo de repatriação de ativos, encerrado em 31 de outubro. Inicialmente, a proposta apresentada pelo presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), é de um prazo que de até 90 dias a partir da sanção da matéria. Mas esse limite será discutido com a Câmara para que haja consenso.

A principal diferença, principalmente do ponto de vista dos governos, é que nessa segunda oportunidade de regularização, as alíquotas cobradas em troca da anistia serão maiores. Tanto a parcela cobrada sobre o IR quanto sobre a multa passariam de 15% para 17,5% cada, somando 35% de taxação total sobre o recurso a ser regularizado.

Governadores que têm acompanhado a negociação em torno do novo prazo querem que o impasse sobre as multas seja solucionado já na tramitação do projeto. Esta semana, o governador de Goiás, Marconi Perillo, pediu apoio do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, e chegou a afirmar, depois do encontro, que há um compromisso da pasta em garantir a partilha da multa no novo programa de repatriação. A decisão do STF pode contribuir para o pleito dos estados.

O Orçamento de 2017 deve trazer uma previsão de R$ 10 bilhões em receitas da nova repatriação aos cofres da União, afirmou nesta quinta-feira (10) o ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira. Segundo ele, a intenção de incluir o valor na previsão de arrecadação do governo federal foi manifestada pelo relator de receitas, deputado Daniel Vilela (PMDB-GO).

"O relator de receitas do Orçamento de 2017 manifestou essa intenção de incorporar como fonte de receitas para o próximo ano uma possível nova rodada de repatriação. É muito difícil fazer uma estimativa, nós não temos estimativa específica para isso. O que temos é que ele manifestou intenção de incorporar R$ 10 bilhões de receita para a União", comentou Oliveira.

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O ministro disse ainda que não há definição sobre uma possível divisão do valor da multa com os Estados na segunda edição da repatriação. Pelas regras atuais, os governadores só recebem fatia do imposto de renda, via Fundo de Participação dos Estados (FPE). "Isso será discutido na tramitação do projeto de lei (da nova repatriação). No momento, não há decisão", afirmou.

Pente-fino INSS

Oliveira disse ainda que o governo pediu o cancelamento da urgência na tramitação do PL 6.427/2016, que permite a revisão de auxílios-doença e aposentadorias por invalidez e cria um bônus para os peritos participantes da revisão, para "facilitar a tramitação". Com o regime de urgência, seria preciso aguardar um interstício de cinco dias até a votação, explicou o ministro.

Onze Estados e o Distrito Federal aguardam por uma nova fonte de recursos em tempos de aperto financeiro e caixa vazio. Os executivos estaduais e do DF depositam suas esperanças, agora, na ação ajuizada no Supremo Tribunal Federal (STF) em que pedem a destinação de receitas oriundas da Lei de Repatriação (Lei 13.254/2016) para abastecer seus cofres. As informações foram divulgadas na segunda-feira (7) no site do STF. A ação foi distribuída ao ministro Luís Roberto Barroso.

Segundo a Ação Cível Originária (ACO) 2941, "a lei não cumpre o estipulado pela Constituição Federal ao deixar de destinar a multa de 100% do imposto devido sobre os recursos repatriados ao Fundo de Participação dos Estados (FPE)".

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De acordo com o pedido, a lei inclui nos recursos destinados ao fundo a alíquota de 15% de Imposto de Renda incidente sobre os valores, mas deixa de fora a multa. Para os autores da ação, isso contraria o conceito de "produto da arrecadação", definido no artigo 159, I, da Constituição Federal, que trata do FPE.

"Encargos incidentes sobre os tributos, tais como multas e juros, são também classificáveis como 'produtos' da sua arrecadação", diz o texto da ação, que cita ainda a Lei Complementar 62/1989 - que dispõe sobre o Fundo de Participação dos Estados, incluindo na base de cálculo das transferências, além dos impostos, os adicionais, juros e multa moratória.

"Não se trata aqui de um mero conflito patrimonial entre níveis de governo, senão da vulneração de regras constitucionais que servem de base à partilha constitucional de tributos, ligadas à própria autonomia político-administrativa dos Estados-membros", diz a Ação Cível Originária. O texto ressalta que "se trata no caso de um real conflito federativo, e não mero conflito entre entes federativos".

A Ação pede liminarmente a inclusão do montante arrecadado pela multa no Fundo, "visto se tratar de multa moratória inserida no crédito tributário do Imposto de Renda devida em razão de seu inadimplemento".

No mérito, pede a inclusão definitiva do valor na base de cálculo do Fundo.

No Supremo, existem ações individuais semelhantes ajuizadas pelos Estados do Piauí (ACO 2931), Paraíba (2935), Acre (ACO 2936) e Sergipe (ACO 2943).

Na segunda, o secretário da Receita Federal, Jorge Rachid, informou que o programa de regularização de recursos rendeu efetivamente R$ 46,8 bilhões aos cofres do governo. Na semana passada, a Receita havia anunciado uma arrecadação de R$ 50,9 bilhões com o programa.

O projeto para reabrir o prazo de repatriação de recursos de brasileiros no exterior vai ter taxação de 17,5% e pode vir a incluir parentes de políticos. A proposta será entregue pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) na próxima terça-feira, 8, e é acompanhada de perto pelo senador Romero Jucá (PMDB-RR), ex-ministro do Planejamento que assumiu ontem a liderança do governo no Congresso.

A principal diferença entre a primeira e a nova fase de repatriação será a taxação, que irá retomar os moldes da proposta original do governo Dilma Rousseff, com 17,5% de imposto de renda e 17,5% de multa. A proposta aprovada pela Câmara na primeira fase reduziu as alíquotas para 15%. O objetivo do aumento da taxação é garantir uma mínima vantagem para quem optou por repatriar primeiro, com um pequeno prejuízo para quem vai aderir na segunda fase.

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O novo prazo para repatriação seria aberto em 1º de fevereiro de 2017 e deve durar até 30 de junho. Entretanto, o período pode ser reconsiderado devido a necessidade de que os recursos sejam repatriados antes de março. A partir desse mês, instituições internacionais contra a lavagem de dinheiro vão iniciar um programa de transparência com a divulgação de dados sobre recursos no exterior. Dessa forma, brasileiros citados em listas de organismos internacionais com os quais o Brasil possui acordos estariam impossibilitados de repatriar, além de estarem suscetíveis a multas e processos internacionais.

Isso levanta outro alerta para uma tramitação breve da proposta. No Senado, Renan pretende que o projeto tramite em regime de urgência e passe apenas pela Comissão de Constituição e Justiça.

Políticos e parentes

De acordo com Renan, o texto de seu projeto não deve trazer mais modificações em relação à primeira proposta. Entretanto, já existem movimentações para permitir que parentes de políticos sejam autorizados a repatriar. O líder do governo, Romero Jucá, é o responsável por essa negociação com demais parlamentares.

Segundo interlocutores do peemedebista, ele argumenta que, em alguns casos, não é possível impedir que empresários com parentesco político possam repatriar. Ele defende que a Receita Federal possui mecanismos para apurar a origem dos recursos e evitar que dinheiro diretamente ligado à política seja repatriado. Por outro lado, Jucá defende publicamente que políticos não devem poder aderir ao programa. "Seria legislar em causa própria", alega.

Foto ou filme

O projeto deve referendar o entendimento da Receita Federal de que o programa de repatriação cobre multa e imposto de renda sobre o montante, ou seja, toda a movimentação financeira de 2010 a 2014, conhecida como "filme".

Entretanto, o texto do projeto de lei também deve proteger e garantir a repatriação para aqueles que aderiram ao programa na primeira fase em formato "foto", saldo do dia 31 de dezembro de 2014. Isso porque o primeiro projeto aprovado não fez menção clara à forma da tributação e levantou dúvidas entre contribuintes e Receita.

Durante o processo, a Receita chegou a ameaçar excluir do programa quem declarasse apenas o saldo final. Agora, o órgão alega que irá aceitar a repatriação feita nesses moldes, sem risco de processos por sonegação e crime fiscal, embora nova multa sobre os períodos de 2010 a 2013 possa ser cobrada posteriormente.

O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse nesta quinta-feira (3) que ainda está concluindo as contas sobre os R$ 50,9 bilhões arrecadados com a lei da repatriação para só então chamar a imprensa para detalhar como e quando o governo irá aplicar esses recursos. "Ainda estamos fechando as contas e vamos chamar vocês, jornalistas, hoje ou amanhã para conversarmos", afirmou Meirelles, ao sair do ministério para uma solenidade no comando da Aeronáutica em Brasília.

Na última terça-feira, em São Paulo, Meirelles disse que do total arrecadado com a lei de repatriação, R$ 38,5 bilhões vão para o governo federal e o restante será dividido proporcionalmente entre Estados e municípios, conforme previsto em lei. O ministro acrescentou na ocasião que mais da metade dos R$ 38,5 bilhões da União serão usados para quitar restos a pagar deixados pelo governo anterior. Os valores também farão frente a possíveis frustrações de receita nos últimos dois meses do ano.

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Meirelles recebe agora às 13 horas a Comenda da Ordem do Mérito Aeronáutico. Como não estava em Brasília no Dia do Aviador, quando diversas personalidades receberam o título, o ministro irá receber a Comenda em uma cerimônia fechada do gabinete do comando da Aeronáutica.

Além de reforçar o caixa da União, os R$ 50,9 bilhões arrecadados com o programa de repatriação de recursos enviados irregularmente ao exterior darão fôlego extra aos Estados, que enfrentam grave crise fiscal. Os governadores devem receber R$ 5,48 bilhões via Fundo de Participação dos Estados (FPE), segundo cálculos feitos pelo 'Estado' com base nas regras em vigor. A maior parte dos recursos, 76,8%, irá para as regiões Norte e Nordeste, que vinham pedindo socorro do governo por meio de repasses e novos empréstimos. "Será uma ajuda crucial para os Estados", disse o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles.

Os governadores pleiteavam mais. Com apoio de alguns setores do Congresso, pretendiam embolsar parte maior das receitas com o programa, a partir da divisão do valor da multa com os Estados. Mas a tentativa não vingou, e os Estados continuam tendo direito apenas ao imposto de renda, que corresponde a metade do valor angariado pelo Fisco. Pelo programa, para regularizar o dinheiro, o contribuinte deveria pagar 15% de multa e 15% de imposto de renda.

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O FPE recebe 21,5% dos recursos com o imposto de renda. A fatia do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), por sua vez, é de 22,5% - isso significa que as prefeituras compartilharão um total de R$ 5,735 bilhões. Há ainda outros fundos constitucionais que serão beneficiados pela medida.

Ao todo, a União ficará com R$ 38,5 bilhões, calculou Meirelles. Segundo o ministro, mais da metade desse valor será usada para quitar dívidas deixadas por governos anteriores - os chamados "restos a pagar". "São dívidas enormes e o governo precisa começar a ajustar suas contas pagando esses passivos", afirmou o ministro.

O governo também pretende usar o dinheiro para garantir o cumprimento da meta fiscal. Como os Estados não devem entregar o superávit de R$ 6,5 bilhões previsto inicialmente para este ano, o resultado do setor público consolidado (estimado em déficit de R$ 163,9 bilhões) não deve ser cumprido. A União não é obrigada a compensar esse resultado, mas os recursos da repatriação podem ajudar a amenizar o rombo.

Balanço. O resultado do programa superou por pouco a meta original do governo, que buscava receita extra de pelo menos R$ 50 bilhões. "Entendemos que o programa de regularização de ativos foi bem sucedido e teve resultado bastante positivo", disse o secretário da Receita Federal, Jorge Rachid.

Mesmo com as idas e vindas no Congresso Nacional sobre uma possível alteração na lei para estender o prazo e fazer outras adaptações - o que acabou não ocorrendo -, Rachid negou que o imbróglio tenha tido impacto no número final. "Cerca de 44% dos contribuintes apresentaram a declaração na última semana. A postura do Congresso pode ter retardado a adesão, mas os contribuintes perceberam que não haveria mudança", disse.

Foram mais de 25 mil declarações, a maior parte de pessoas físicas, que regularizaram R$ 169,9 bilhões em ativos no exterior. Nem todo esse valor foi necessariamente repatriado, já que o contribuinte tem a opção de manter os bens declarados no exterior. O Banco Central, por sua vez, registrou o ingresso de US$ 10 bilhões por meio do programa. O restante do valor pago ao Fisco ocorreu com recursos que já estavam em território nacional.

A Receita Federal agora vai fechar o cerco contra aqueles que não regularizaram sua situação a despeito dos benefícios do programa. "Não temos informação de quanto deixou de ser regularizado, mas saberemos. A partir das fiscalizações da Receita, traremos mais valores para serem tributados", disse Rachid. Embora Meirelles tenha indicado que a reabertura do programa em 2017 depende do Congresso, mas conta com o apoio da Fazenda, o secretário da Receita demonstrou o contrário. "Entendemos que não se faz necessária uma nova edição do programa", disse. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), se comprometeu em apresentar um projeto para reabrir o prazo de repatriação de ativos de brasileiros no exterior. Ele disse que propôs a reabertura do prazo para o presidente Michel Temer como uma alternativa ao aumento da arrecadação de impostos e uma forma de aumentar as receitas públicas.

"Propus a Michel Temer reabrir o prazo da repatriação para o próximo ano para que, da mesma forma que a gente vai ter em 2016 um acréscimo de receita, tenhamos pelo menos uma receita igual no ano de 2017", justificou. De acordo com Renan, o texto do projeto será apresentado ao Senado por ele mesmo na próxima terça-feira (8).

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Renan aproveitou para alfinetar a Câmara dos Deputados, que teve dificuldades na apreciação da matéria. Ele relembrou que o projeto de repatriação remete ao governo da petista Dilma Rousseff, mas que ela havia pedido para que a proposta começasse a tramitar pela Câmara, conforme exigência do então presidente da Casa, o deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

"A matéria perdeu mais de um ano tramitando na Câmara. Dessa vez, vamos começar a apreciar o projeto pelo Senado", afirmou. A ideia foi bem recebida pelo líder do governo, Aloysio Nunes (PSDB-SP).

A Receita Federal informou nesta terça-feira (1°) que a arrecadação final com a chamada Lei da Repatriação chegou a R$ 50,9 bilhões. O valor equivale ao imposto e multa pagos pelos contribuintes para a regularização de ativos no exterior que somaram R$ 169,9 bilhões. O prazo para a entrega das Declarações de Regularização Cambial e Tributária (Dercat) à Receita acabou na segunda-feira  (31) à noite.

"Entendemos que o programa de regularização de ativos foi bem sucedido e teve resultado bastante positivo", avaliou há pouco o secretário da Receita, Jorge Rachid.

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Foram mais de 25 mil declarações, a maior parte de pessoas físicas, com 25.011 contribuintes. Esse grupo regularizou R$ 163,975 bilhões em ativos não declarados no exterior. Além disso, 103 pessoas jurídicas aderiram ao programa para regularizem R$ 6,064 bilhões em ativos.

A meta original do governo era arrecadar pelo menos R$ 50 bilhões. Pelo programa, os contribuintes que enviaram dinheiro ao exterior sem declarar à Receita podem trazer os recursos de volta ao País pagando uma alíquota de Imposto de Renda (IR) de 15%, mais uma multa de 15%. A lei prevê anistia às pessoas que aderirem ao programa dos crimes de evasão de divisas, lavagem de dinheiro, sonegação fiscal e falsificação de dados.

Na última sexta-feira (28), a secretária do Tesouro Nacional, Ana Paula Vescovi, adiantou que o dinheiro extra da Lei de Repatriação será usado para quitar os chamados "restos a pagar" em aberto de obras e programas que deveriam ter sido pagos em anos anteriores. Os valores também serão usados para melhorar o resultado fiscal do Setor Público Consolidado, já que parte do imposto pago será repartido com Estados e municípios.

Na véspera da votação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que cria um teto para os gastos públicos, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), tentou mais uma vez, nesta segunda-feira, 24, articular a votação da flexibilização das regras do programa de repatriação de recursos enviados ilegalmente ao exterior.

Principal defensor das mudanças no programa, Maia e o relator do projeto, deputado Alexandre Baldy (PTN-GO), apresentaram hoje, ao Ministério da Fazenda, um novo texto da proposta, mais enxuto do que o que tentaram votar antes. A equipe econômica do governo Michel Temer, porém, posicionou-se novamente contra as alterações.

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O novo texto apresentado previa a prorrogação do prazo de adesão do programa de 31 de outubro, como prevê a lei atual, para 16 de novembro. Além disso, estabelecia a divisão de parte da multa arrecadada com Estados e municípios. Hoje, governadores e prefeitos só têm direito a uma parcela do Imposto de Renda (IR) cobrado sobre o valor repatriado.

O programa de repatriação de recursos foi criado por lei aprovada em dezembro do ano passado e sancionada este ano pela então presidente Dilma Rousseff (PT). Ele dá anistia penal e tributária aos contribuintes, em troca do pagamento de 15% de multa e 15% de IR sobre o valor regularizado pelo sonegador brasileiro.

Segundo apurou o Broadcast com fontes do governo, a equipe econômica rejeitou a articulação e disse que as regras do programa continuarão como estão. Procurado o presidente da Câmara também afirmou que não haverá mudanças. "Não vai votar", afirmou Maia ao Broadcast na noite desta segunda-feira, sem dar mais detalhes.

Mais cedo, em entrevista em São Paulo, o deputado do DEM afirmou que só colocaria o projeto em votação novamente se houvesse acordo com o governo sobre o texto. Na semana passada, Maia já tinha tentado acordo com PT e governo sobre o projeto, mas não tinha conseguido. (Igor Gadelha e Adriana Fernandes)

A Receita Federal já arrecadou R$ 33,1 bilhões em impostos e multas no programa de regularização de ativos do exterior, que ficou conhecido como repatriação. Foram entregues 15.109 declarações até a manhã desta segunda-feira (24), totalizando R$ 110,5 bilhões de ativos regularizados, de acordo com balanço do órgão divulgado há pouco.

A expectativa do governo é que a arrecadação supere os R$ 50 bilhões. Em nota, o fisco reforça que o prazo para a entrega da declaração se encerra na próxima segunda-feira (31). Houve demanda para a extensão da data, mas, na sexta-feira (21), o secretário da Receita, Jorge Rachid, disse que não haverá alteração no prazo, que está previsto em lei.

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O programa prevê a regulamentação de recursos, bens e direitos de origem lícita mantidos no exterior e que não foram declarados. "A Receita Federal alerta aos interessados na regularização cambial e tributária para não deixarem para fazer a opção nos últimos dias", afirma o texto.

Apesar do impasse do Congresso em torno da votação do projeto que altera a Lei da Repatriação, a Receita Federal anunciou na quarta-feira, 19, que o programa já arrecadou R$ 18,6 bilhões com a regularização de R$ 61,3 bilhões de recursos que foram enviados ilegalmente ao exterior.

Além de anunciar três medidas para facilitar a adesão ao programa, o secretário da Receita, Jorge Rachid, recomendou que os contribuintes façam a adesão ao programa até o prazo final, em 31 de outubro, porque não terão outra chance. Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, o secretário disse que a repatriação não deve ser alterada e que a arrecadação até agora mostra que o programa "está dando certo" com a adesão de quase 10 mil contribuintes.

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"Não vai ter outra chance. Esta é a única oportunidade de fazer a opção de adesão para o contribuinte se livrar de questões penais e tributárias", disse. A divulgação do balanço contraria avaliação de parlamentares de que o programa precisa mudar para aumentar a adesão. O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, recomendou que o Congresso decida o rumo do projeto o mais rápido possível para dar segurança jurídica.

Segurança

Segundo Rachid, será publicada nesta quinta-feira, 20, no Diário Oficial da União uma Instrução Normativa (IN) para dar mais segurança e facilitar a adesão dos contribuintes. A Receita deu mais tempo para os contribuintes retificarem a declaração de Imposto de Renda de 2014 com base nas informações prestadas para a repatriação. O prazo foi estendido de 31 de outubro para 31 de dezembro. Além disso, a norma vai estender até 31 de dezembro também o prazo para os bancos no exterior comunicarem às instituições financeiras no Brasil as informações sobre os ativos financeiros não repatriados que superarem US$ 100 mil. A IN vai ainda estabelecer que a exclusão do programa será precedida de intimação para esclarecimentos.

Segundo Rachid, o programa poderá surpreender positivamente. "Espero que a arrecadação da repatriação possa surpreender ainda mais a todos nós", disse o secretário. Ele reafirmou a posição da Receita de que o programa não deve ser alterado.

Rachid lembrou que, com base em convenção internacional que entrou em vigor, a Receita terá informações dos países sobre ativos no exterior. Desde o início de outubro, a Receita já pode pedir informações pontuais de ativos de contribuintes brasileiros aos países que assinaram a convenção.

Recuo

Em mais um capítulo que gera incertezas no mercado sobre o prazo de adesão ao projeto, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), anunciou na quarta-feira, 19, que colocaria o projeto em pauta na segunda e depois recuou novamente. Foi o quinto recuo do parlamentar fluminense em relação à votação do projeto, em menos de duas semanas.

Maia foi o principal articulador do projeto, que traria uma série de benefícios a quem enviou dinheiro irregularmente ao exterior. O programa foi criado por lei aprovada pelo Congresso em dezembro do ano passado e sancionada em janeiro deste ano - e que os deputados tentaram alterar. Ele dá anistia penal e tributária, em troca do pagamento de 15% de multa e 15% de Imposto de Renda sobre os recursos regularizados.

Em café da manhã, o presidente da Câmara e os líderes da base aliada acertaram a votação do projeto com as mudanças no programa para a próxima segunda-feira, 24. A estratégia seria aproveitar o quórum de deputados um dia antes da votação em segundo turno da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que cria um teto para os gastos públicos da União por 20 anos, marcada para terça-feira, 25.

Pouco tempo depois, Maia mudou de ideia e, em entrevista durante evento que participava como presidente interino da República, e afirmou que o projeto não seria mais pautado. "Vamos deixar do jeito que está", disse, informando que, no caminho entre o café da manhã com líderes e o evento, o ministro Geddel Vieira Lima (Secretaria de Governo) tinha ligado pedindo que a proposta não fosse mais pautada.

De tarde, o presidente da Câmara bateu o martelo da decisão, após se reunir com o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles; o secretário da Receita Federal, Jorge Rachid; e o líder do PSD na Casa, deputado Rogério Rosso (DF). Na reunião, Rachid convenceu Maia de que a arrecadação com a repatriação até o momento agradava a equipe econômica e que, portanto, não havia necessidade de mudar as regras em vigor. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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