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Os diretores da cerimônia de encerramento dos Jogos Paralímpicos Rio 2016 mudaram o perfil da festa em comparação à cerimônia de abertura. O Maracanã recebe uma festa mais musical e menos cênica. O número de músicos participantes é extenso. Vanessa da Mata, Gaby Amarantos, Andreas Kisser, Nação Zumbi, Ivete Sangalo, Armandinho, entre outros. A festa teve início com um número de percussão com músicos com deficiência auditiva.

Nas cerimônias anteriores dos Jogos Rio 2016 o centro do campo era ocupado por uma superfície branca, onde eram projetadas várias imagens que compunham o espetáculo cênico. Desta vez, o campo está todo ocupado por cadeiras para os atletas das delegações e espaços para que os cadeirantes possam assistir à cerimônia, concentrada em um enorme palco, no canto do campo.

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A cerimônia – com ares de festival de música – recebeu o guitarrista Andreas Kisser, Armandinho e Johnatha Bastos. Os três fizeram uma série de performances misturando heavy metal e frevo. Johnatha chama atenção por ser um exímio guitarrista, tocando sua guitarra com os pés, uma vez que nasceu sem os braços. Foi um dos atos de abertura da festa.

Números musicais estarão presentes durante a maior parte da festa. A música cederá espaço aos discursos de Philip Craven, presidente do Comitê Internacional Paralímpico (IPC), e de Carlos Arthur Nuzman, presidente do Comitê Rio 2016. Haverá também pausas para homenagens, como os atletas que receberão o prêmio Whang Youn Dai, dado àqueles que melhor representam o espírito paralímpico. Está programada também uma homenagem ao ciclista iraniano Bahman Golbarnezhad, que morreu durante a disputa da prova de ciclismo de estrada, ontem (17).

O encerramento da festa ficará a cargo de alguns dos mais populares artistas do país. Ivete Sangalo, Nego do Borel e Gaby Amarantos cantarão uma série de sucessos, como Esperando na Janela e Só Love. Os atletas, que não desfilaram, puderam assistir toda a festa desde o começo.

Um dos maiores nomes da natação paralímpica brasileira, Clodoaldo Silva anunciou oficialmente sua aposentadoria das piscinas na tarde deste domingo. No Rio-2016, ele conquistou uma prata e encerrou a carreira com 14 medalhas em Jogos Paralímpicos. Mas o nadador afirmou que isso não foi o mais importante na sua trajetória. "Nossa maior missão não é estar no lugar mais alto do pódio. Nossa maior missão é incentivar pessoas, seja no esporte, seja na vida", disse.

No anúncio da aposentadoria, Clodoaldo, de 37 anos, fez uma brincadeira. "Não vou pendurar mais a minha sunga, porque meus colegas me convenceram que é obsceno. Vou pendurar os óculos e a touca", declarou. "São cinco Paralimpíadas. Estou velho pra caramba!"

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Ele disse que a despedida das piscinas nesta edição dos Jogos Paralímpicos foi especial. "Por mais que eu achasse que iria me despedir no Rio de Janeiro, não esperava que seria tão bom. Poder conquistar uma prata junto com o Daniel, com a Joaninha e com a Susana, foi algo demais", destacou, em referência à prata conquistada no revezamento 4x50 metros livre 20 pontos.

A história de Clodoaldo Silva em Jogos Paralímpicos começou em Sydney-2000, quando ele conquistou quatro medalhas. Desde então, subiu ao pódio em todas as edições. No Rio, Clodoaldo participou de três provas, ficando com a prata no revezamento e chegando a 14ª medalha paralímpica.

Há quatro anos, Clodoaldo chegou a afirmar que se aposentaria após os Jogos de Londres-2012, mas acabou mudando de ideia por causa do nascimento da filha, Anita, no ano anterior. "Em Londres estava tudo programado para eu parar, mas uma das principais coisas que fizeram eu continuar foi o nascimento da minha filha. Eu queria que ela me visse não em imagens, com alguém contando pra ela. Queria ver ela na arquibancada torcendo, 'vai papai, vai papai'. Ela já sabe nadar e me incentiva pra caramba. Ela tinha que assistir tudo aquilo", contou Clodoaldo.

HOMENAGEM - Maior medalhista da história da natação masculina paralímpica, Daniel Dias foi só elogios a Clodoaldo Silva. "Falar do Clodô é fácil e difícil ao mesmo tempo. É um cara sensacional, sempre me apoiou. Passamos por grandes momentos juntos, rimos e choramos muito, disse Daniel.

"Fazer parte desse momento com ele foi algo incrível. Tenho que agradecer por tudo o que ele fez não só para o esporte adaptado, mas para o esporte brasileiro. Ele somou muito, e fico feliz de seguir essa história", completou Daniel Dias.

Daniel Dias foi o grande nome dos Jogos Paralímpicos do Rio. Com nove medalhas no pescoço, ele sai como o atleta que mais subiu ao pódio, à frente de três ucranianos, todos da natação, que conquistaram oito medalhas: Maksym Krypak, Ievgenii Bogodaiko e Denyz Dubrov. O brasileiro só não foi o melhor em número de ouros. Ele conquistou quatro medalhas douradas, enquanto o bielorrusso Ihar Boki garantiu seis ouros.

"Nem nos melhores sonhos imaginava isso. Tinha objetivo de nadar seis provas individuais e conquistar medalhas em todas elas, e no revezamento dar o melhor e ajudar meus companheiros a conquistar medalhas. Ganhar nove medalhas é sensacional, a ficha ainda não caiu", afirmou o atleta.

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Foram quatro medalhas de ouro para o brasileiro nas provas de 50m, 100m e 200m livre, e 50m costas, todas na classe S5. Ele ganhou três de prata, nos 100m peito (SB4), no revezamento 4x100m livre 34 pontos e no revezamento 4x50 m misto 20 pontos. E sua coleção se completou com duas medalhas de bronze, nos 50m borboleta (S5) e no revezamento 4x100m medley 34 pontos.

"Esse ano foi bem diferente para mim. Tive uma lesão, a primeira em dez anos de carreira, fiquei um mês parado. Em Londres, foram seis medalhas, tinha 24 anos. Sabia que seria difícil, ainda mais porque meus adversários se especializam em algumas provas e eu nado muitas", comentou o atleta.

No Rio, Daniel chegou a 24 pódios em sua trajetória na história dos Jogos Paralímpicos, ultrapassando o australiano Matthew Cowdrey. Com isso, ele se tornou o maior nadador paralímpico em número de medalhas. Acima dele só estão mulheres da natação, como Claudia Hengst, da Alemanha, com 25, Béatrice Hess, da França, com o mesmo número, e a inalcançável Trischa Zorn, dos Estados Unidos, que subiu 55 vezes ao pódio paralímpico em sua carreira.

"Realmente não estava fazendo essa conta. Procurei viver a cada dia, acabou dando nove medalhas, me tornei o maior medalhista masculino da natação, mas tem uma mulher que está muito longe, acho que não chego lá", disse, rindo. "Eu tento sempre mostrar o esporte paralímpico, isso é muito importante."

Em tom ufanista, o Comitê Rio-2016 fez um balanço dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos neste domingo (18), considerando que os eventos "entrarão para história" e que "nenhuma cidade mudou tanto como o Rio nos 120 anos" de Jogos Olímpicos da era moderna. O comitê manteve o discurso de que tudo isso foi possível "com os Jogos mais econômicos da história". A organização dos dois eventos consumiu R$ 9,14 bilhões de reais e necessitou de um aporte emergencial de recursos públicos que poderá ultrapassar os R$ 200 milhões.

Às vésperas da Paralimpíada, o comitê foi à Prefeitura do Rio e ao Palácio do Planalto buscar R$ 250 milhões. O governo municipal liberou até R$ 150 milhões em convênios, enquanto que o ministro chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, anunciou que empresas estatais poderiam investir até R$ 100 milhões em patrocínios.

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Os valores repassados até o momento ficaram abaixo disso. O Rio-2016 informou que gastou R$ 30 milhões da Prefeitura para custear viagens de atletas da Paralimpíada - a entidade ainda poderá utilizar mais desses recursos -, enquanto que os patrocínios das empresas estatais estão na casa dos R$ 70 milhões.

Mesmo assim, o comitê não contabiliza os patrocínios estatais como dinheiro público. "Quem entrou no Parque Olímpico viu um cartaz enorme da Petrobras. Ela fez um estande onde estava vendendo seus produtos, sua marca. Nós vendemos esse espaço para a Petrobras, como milhares de empresas privadas fizeram, e algumas empresas estatais fizeram. Nós não achamos que isso é um aporte (de dinheiro público), que isso sai de outras coisas e vai para o comitê", afirmou o CEO do Rio-2016, Sidney Levy.

"É uma peça de publicidade que as empresas têm. Elas estão lucrando com isso. Nós colocamos na cerimônia de encerramento, para todo o universo de TV, a expressão 'Be Brasil', que é o slogan que a Apex está lançando. Qual o valor disso? É um valor enorme. A Apex comprou esse direito e pagou um valor baratíssimo ainda por cima", continuou o executivo.

Para Levy, os Jogos custaram o que fora prometido. "Em 2009, o Nuzman (Carlos Arthur Nuzman, presidente do Rio-2016) foi a Copenhagen levar a proposta de candidatura do Rio de US$ 2,8 bilhões. A gente fica extremamente feliz de vir aqui dizer que o gasto total será de US$ 2,8 bilhões", declarou. Nos últimos anos, o comitê vinha tomando por base a cifra de R$ 7,4 bilhões. Convertidos, os US$ 2,8 bilhões chegam ao montante de R$ 9,14 bilhões.

A justificativa da entidade está na variação do câmbio da moeda americana. "Nós nos comprometemos a fazer os Jogos sem nenhum recurso público. Durante essa jornada, nós flutuamos essa realidade orçamentária", disse Levy. "Não passará de 1% do total do aporte de recursos públicos dentro do comitê", prometeu.

UFANISMO - Presidente do Comitê Rio-2016, Carlos Arthur Nuzman abriu a entrevista coletiva fazendo um discurso enaltecendo os Jogos do Rio-2016. "Podemos dizer de cabeça erguida que temos uma missão cumprida", declarou. "Há um conjunto de fatores que trouxemos todos esse anos que nos levam a dizer que a missão foi cumprida. Vai deixar um legado ao movimento olímpico e paralímpico imensurável. Nós abrimos as portas para novas regiões do mundo."

Nuzman afirmou que "certamente são os Jogos mais econômicos de toda a história", e foi além. "Nos 120 anos (de Jogos Olímpicos da era moderna) tivemos marcos importantes, de cidades que puderam mudar a direção do que poderia ser feito. O Rio aproveitou essa oportunidade e isso nos orgulha muito", disse.

"O mundo foi contagiado pela paixão dos cariocas e brasileiros", prosseguiu Nuzman. "Foi a maior transformação de uma cidade nos Jogos Olímpicos. Nesses 120 anos, nenhuma mudou tanto", insistiu. "Ninguém apaga a história. São imagens, documentos, livros. Essa história, dos Jogos do Rio-2016, nos orgulha muito, a mim pessoalmente."

O Brasil perdeu a chance de conquistar uma nova medalha no último dia da Paralimpíada do Rio. Neste domingo (18), a equipe de vôlei sentado do País caiu na disputa do bronze em uma partida emocionante com o Egito, que venceu por 3 sets a 2, com parciais de 28/26, 29/31, 19/25, 25/22 e 15/13, no Pavilhão 6 do Riocentro.

O time brasileiro já havia sido derrotado por este mesmo adversário na primeira fase da competição, também por 3 a 2. Ainda assim, avançou às semifinais, na qual caiu por 3 a 0 para o Irã. Os iranianos, aliás, decidem a medalha de ouro ainda neste domingo, diante da Bósnia-Herzegovina.

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Com a derrota, o Brasil só pode ganhar novas medalhas neste último dia de competições nas disputas das maratonas. O País tenta melhorar o desempenho, já que caiu de rendimento nos últimos dias e ocupa, agora, somente a oitava colocação no quadro de medalhas, com 14 de ouro, 29 de prata e 28 de bronze.

O brasileiro Clodoaldo Silva encerrou sua trajetória nos Jogos Paralímpicos com uma homenagem no último dia da natação no Rio-2016. Ele ganhou os cumprimentos de Daniel Dias, a maior estrela da delegação brasileira, dos outros atletas e de todo o público presente ao Estádio Aquático neste sábado. "Foi uma competição emocionante", afirmou o nadador, com lágrimas nos olhos.

O Tubarão, como Clodoaldo é conhecido, inspirou toda essa geração de bons nadadores do Brasil e teve uma Paralimpíada inesquecível. "Eu acendi a pira e sabia que tinha um prazo de validade para acabar. Saio com uma medalha (prata no revezamento 4 x 50 metros livre 20 pontos) e é uma sensação inexplicável."

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Cada palavra demorava a sair tamanha a emoção que o atleta estava sentindo. Ele festejou o fato de poder nadar com Daniel Dias em sua última prova, os 100 metros livre classe S5, quando chegou em oitava lugar e viu o amigo conquistar mais um ouro para sua coleção. "Agora quero tirar férias e descansar. Foi um ciclo paralímpico muito complicado. Minha irmã está doente, estou com dificuldades em casa", confessou.

Aos 37 anos, ele sabe que deixou um legado para a natação brasileira. "Eu pude contribuir com o esporte paralímpico. Agora ainda não decidi o que vou fazer, mas pretendo continuar participando de projetos", concluiu o atleta, ciente de que marcou presença na história do esporte brasileiro quando conquistou seis medalhas de ouro nos Jogos de Atenas, em 2004.

O Brasil ganhou três medalhas de prata no atletismo na noite deste sábado (17) nos Jogos Paralímpicos do Rio, no Engenhão. Shirlene Coelho ficou em segundo lugar no lançamento de disco F38 (paralisados cerebrais andantes), Petrucio Ferreira nos 400 metros T47 (amputados) e Felipe Gomes nos 400 metros T11 (cegos).

Em sua primeira Paralimpíada, Petrucio, que foi considerado uma das grandes revelações do Rio-2016, conquistou sua terceira medalha (também ganhou ouro nos 100 metros e prata no revezamento 4x100m). Ele alcançou a marca de 48s87 em uma prova que não era sua especialidade. O brasileiro estava em último colocado e, na reta final da corrida, acelerou e conseguiu ficar na segunda posição, atrás apenas do cubano Ernesto Blanco, com 48s79. O austríaco Gunther Matzinger foi o terceiro colocado, com 48s95.

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"Deixei todos que estavam me assistindo com friozinho no coração, mas utilizei uma técnica de acelerar quando faltassem 100 metros. Saí desta Paralimpíada com a sensação de dever cumprido, pois ganhei três medalhas. Entro na pista, não para trabalhar, mas para brincar. Quem nunca brincou de apostar corrida? Assim, eu fico descontraído e dou o meu melhor", disse o atleta de 19 anos, que só começou a treinar profissionalmente há dois anos.

Já Shirlene bateu o recorde das Américas no lançamento de disco, com 33,91 metros. Ela havia faturado a medalha de ouro no lançamento de dardo. Em entrevista para a imprensa, a atleta falou de sua versatilidade em ganhar medalhas em diferentes provas.

"Treino de segunda a sábado, de quatro a oito horas por dia. Eu alterno as provas durante a semana porque são técnicas diferentes. Mas o lançamento de dardo é a minha melhor prova", disse a atleta brasileira, que foi superada pela chinesa Na Mi, com 37,60 metros. O bronze foi a irlandesa Noelle Lenihan, com 31,71m.

Já Felipe Gomes conquistou sua quarta medalha, sendo a terceira de prata - também levou um ouro - ao marcar 50s38. O espanhol Gerard Puigdeval venceu a prova em 50s22. Ananias Shikongo, da Namíbia, levou o bronze com 50s63 e uma vantagem de 0s3 para o brasileiro Daniel Silva.

O Brasil encerrou sua participação na natação nos Jogos Paralímpicos com 19 medalhas, sendo quatro de ouro, sete de prata e oito de bronze. O grande nome da equipe foi Daniel Dias, que conquistou nove no total e ajudou a aumentar a conta para o time nacional. Outro destaque foi Joana Neves, com três medalhas, sendo duas individuais.

Como comparação, na Paralimpíada de Londres, em 2012, o Brasil obteve 14 medalhas, sendo nove de ouro, quatro de prata e uma de bronze. Se na quantidade de pódio a performance nos Jogos do Rio foi melhor, no número de primeiros lugares ficou devendo.

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A última conquista foi no revezamento 4x100 metros medley 34 pontos, com uma equipe formada por Daniel Dias, Ruan de Souza, André Brasil e Phelipe Rodrigues. Nas três primeiras voltas, a equipe estava na última posição, mas Phelipe recuperou a vantagem dos rivais e bateu na terceira posição, garantindo a medalha de bronze.

O pódio foi o 24º de Daniel Dias na história dos Jogos Paralímpicos, ultrapassando o australiano Matthew Cowdrey. Com isso, ele se tornou o maior nadador paralímpico em número de medalhas. Acima dele só estão mulheres da natação, como Claudia Hengst, da Alemanha, com 25, Béatrice Hess, da França, com o mesmo número, e a inalcançável Trischa Zorn, dos Estados Unidos, que subiu 55 vezes ao pódio paralímpico em sua carreira.

Joana Neves, a Joaninha, nadadora da classe S5 e que tem 1,23m de altura, foi gigante na piscina do Estádio Aquático nos Jogos Paralímpicos e conquistou neste sábado (17) o bronze nos 100m livre, sua terceira medalha na competição - ela ganhou duas pratas, nos 50m livre e no revezamento 4x50m 20 pontos. "Tive um aproveitamento de 100%. Saio da competição como a única mulher do Brasil na natação com duas medalhas individuais", disse.

Bastante emocionada, ela vibrou com o carinho do público, que nas arquibancadas gritou "Joana, Joana" e a empurrou durante toda a prova. "Eu ouvia os gritos, mas não sabia se estava ganhando ou perdendo. Só pensei em nadar cada vez mais forte", afirmou a atleta, que nos Jogos de Londres, em 2012, conquistou um bronze nos 50m borboleta.

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Aos 29 anos, ela já mira um novo ciclo olímpico e começa a apostar suas fichas no Mundial do próximo ano. Mas sabe que não terá a mesma força da torcida. "Aqui no Rio foi incrível. As pessoas ficavam gritando meu nome e parecia que eram da minha família. É gratificante poder competir assim", confessou. "Fechei a Paralimpíada com um bronze, mas com chave de ouro."

O Brasil conquistou neste sábado (17) duas medalhas de bronze no tênis de mesa dos Jogos Paralímpicos do Rio. A equipe feminina das classes 6-10 superou a Austrália e o time masculino das classes 1-2 bateu a Eslováquia para garantir o lugar no pódio.

No Pavilhão 3 do Riocentro, a equipe feminina venceu os dois primeiros jogos da série melhor de três e não precisou fazer a última partida. O primeiro duelo, de duplas, foi o mais difícil. Bruna Alexandre e Danielle Rauen superaram Andrea McDonell e Melissa Tapper por 3 sets a 2, com parciais de 11/13, 11/9, 11/4, 11/13 e 11/2.

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Em seguida, Bruna, medalhista de bronze no individual, foi para o duelo individual contra Melissa e venceu com facilidade por 3 sets a 0, com parciais de 11/7, 11/9 e 11/8, garantindo a medalha e eliminando a necessidade do confronto entre Danielle e Andrea. O Brasil ainda contava com a reserva Jennyfer Marques Parinos na equipe.

Já na competição masculina, a equipe formada por Aloisio Lima, o reserva, Guilherme da Costa e Iranildo Espíndola teve de jogar as três partidas para sair do Pavilhão 3 com a medalha de bronze.

A primeira vitória aconteceu nas duplas, quando os brasileiros Guilherme e Iranildo precisaram suar para buscar a virada após perderem o primeiro set para os eslovacos, que ainda conseguiram empatar em 2 a 2. Ao final, 3 sets a 2 para o Brasil, com parciais de 9/11, 11/8, 11/6, 4/11 e 11/5.

No segundo jogo, Guilherme encarou Jan Riapos, dono de quatro medalhas de ouro nos Jogos Paralímpicos, sendo duas individuais. O eslovaco se saiu melhor e empatou a série melhor de três com o resultado de 3 sets a 1, com parciais de 11/3, 11/9, 8/11 e 11/9.

A decisão da medalha aconteceu de maneira emocionante. Iranildo encarou Martin Ludrovsky e saiu com a vitória do primeiro set por 11/6. No entanto, o eslovaco respondeu com um sonoro 11/3 e emendou com mais uma parcial vencida, mas com menos facilidade: 11/9.

Mesmo em desvantagem, Iranildo foi empurrado pelas arquibancadas à vitória. No set que poderia significar a vitória do adversário, o brasileiro fez 11/7 e empatou o jogo. Já a última parcial ficou marcada pela expulsão do técnico adversário e os 11/8 que levaram a torcida à loucura com o bronze para o Brasil.

O tênis de mesa do Brasil fecha a Paralimpíada do Rio com quatro medalhas. Além das conquistas por equipes deste sábado e do bronze de Bruna Alexandre no individual na classe 10, Israel Stroh já havia garantido a prata na classe 7.

Maior medalhista brasileiro na história dos Jogos Paralímpicos, Daniel Dias continua sua saga em busca de recordes. Neste sábado (17), no último dia da natação no Rio, ele conquistou mais um ouro e agora acumula 23 medalhas em sua carreira, o mesmo número do australiano Matthew Cowdrey.

Com o feito na prova dos 100m livre classe S5, ele se igualou ao maior nadador paralímpico em número de medalhas. Acima deles só estão mulheres da natação, como Claudia Hengst, da Alemanha, com 25, Béatrice Hess, da França, com o mesmo número, e a inalcançável Trischa Zorn, dos Estados Unidos, que subiu 55 vezes ao pódio paralímpico em sua carreira.

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Na prova, Daniel saiu na frente, ocupando a dianteira do começo ao fim, completando a prova em 1min10s11. O norte-americano Roy Perkins foi o segundo colocado, com 1min14s55, enquanto o britânico Andrew Muller levou o bronze com o tempo de 1min15s93.

Quem também participou, chegando na oitava colocação, foi Clodoaldo Silva, que nadou pela última vez numa Paralimpíada, com 1min20s80. "Estou feliz da vida, mas com aquela dor no coração de saber que acabou. Fiz o meu melhor e tenho a sensação de dever cumprido", disse o dono de 14 medalhas paralímpicas.

Em outras finais do dia, os brasileiros ficaram fora do pódio. Thomaz Matera nadou os 50m livre classe S12 e chegou na oitava posição. Já Patrícia Ferreira competiu nos 50m livre feminino S4 e chegou na sexta posição.

A seleção brasileira feminina de vôlei sentado bateu a Ucrânia por 3 sets a 0, em partida realizada no Pavilhão 6 do Riocentro, e garantiu a medalha de bronze inédita nos Jogos Paralímpicos do Rio. A vitória foi assegurada com certa facilidade, pois o Brasil definiu as parciais em 25/12, 25/22 e 25/20.

O grande destaque da partida foi Janaína, ex-jogadora profissional, que marcou 22 pontos na partida. Neste sábado, o Brasil se redimiu dos erros da semifinal contra os Estados Unidos e repetiu o resultado aplicado sobre a Ucrânia ainda na primeira fase da Paralimpíada.

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No início da partida, a Ucrânia tentou jogar de igual para igual, mas logo o Brasil conseguiu assumir o protagonismo esperado. Empurrada pela torcida, a seleção mostrou total superioridade e fechou o primeiro set em 25/12, após 20 minutos.

Já a segunda parcial teve um pouco mais de emoção. O Brasil saiu na frente, levou a virada e se recuperou algumas vezes até empatar por 20/20 e não deixar mais a Ucrânia crescer.

Relaxadas e com a festa da torcida nas arquibancadas, as meninas da seleção brasileira conseguiram manter o ritmo superior e logo finalizaram a partida com o 25/20 no terceiro set e após pouco mais de uma hora e meia de jogo.

Pela competição masculina de vôlei sentado, que também caiu nas semifinais, mas diante do Irã, o Brasil enfrenta o Egito neste domingo, às 9h30, na disputa pela medalha de bronze.

O time que não perde é tetracampeão paralímpico. A seleção brasileira de futebol de 5 (para deficientes visuais) venceu o Irã no fim da tarde deste sábado (17) por 1 a 0, na decisão dos Jogos do Rio, e ficou com o ouro pela quarta vez consecutiva. Desde que a modalidade entrou no programa paralímpico, nos Jogos de Atenas, em 2004, o Brasil nunca perdeu uma partida.

Nas arquibancadas, bandeiras de Corinthians, Internacional, Ponte Preta, Remo, Santa Cruz, Vasco e Goiás. Vestindo os torcedores, camisetas de Flamengo, Fluminense e, claro, seleção brasileira. Com essa torcida típica de futebol, difícil era não gritar na hora da finalização, após uma boa defesa ou quando a bola sobrava limpa para o arremate de Jefinho ou Ricardinho. O problema é que no futebol de 5 o silêncio é fundamental. O som dos guizos internos da bola é a principal referência para os atletas em campo.

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Quando o silêncio imperava, o Brasil jogava fácil. No primeiro tempo, Jefinho ficava aberto pela direita e Ricardinho pela esquerda. As jogadas de ataque do time brasileiro - que atua de verde, não de amarelo - eram invariavelmente entre os dois. Ricardinho foi o mais acionado.

O atacante que carrega nas costas da camisa o número 10 foi o principal nome da partida. Na primeira etapa, ele teve quatro chances de marcar, quase sempre conduzindo a bola pela esquerda e arrematando na diagonal. Na terceira tentativa, aos 12, fez 1 a 0. Na quarta, na única vez em que esteve de frente para o gol, mandou no travessão.

No segundo tempo, Ricardinho foi poupado na maior parte e o Brasil praticamente administrou a partida. Foram poucas as chances de gol, e quase todas da seleção brasileira. No único chute perigoso dos iranianos, Luan segurou firme no centro do gol.

A vitória do Brasil no futebol de 5, além de manter a hegemonia na modalidade, representou a 13ª medalha de ouro do País nos Jogos Paralímpicos do Rio-2016. O grupo campeão contou com o time-base formado por Luan; Cássio, Damião, Ricardinho e Jefinho, além de Tiago, Nonato, Felipe, Dumbo e Vinícius. O técnico foi Fábio Vasconcelos, com Luis Felipe de guia.

O ciclista iraniano Bahman Golbarnezhad, de 48 anos, sofreu um grave acidente na manhã deste sábado na prova de ciclismo de estrada C4-5 dos Jogos Paralímpicos, disputada no Pontal, na zona oeste do Rio, e faleceu pouco depois. Ele caiu durante uma descida na primeira volta. Na queda, ele bateu forte a cabeça. Foi atendido, mas não suportou os ferimentos e acabou morrendo pouco depois.

Golbarnezhad já havia participado de outra prova do ciclismo de estrada nessa edição da Paralimpíada, a de contrarrelógio, na mesma categoria, na quarta-feira, ficando em 14º lugar. O iraniano também disputou os Jogos Paralímpicos de Londres, em 2012. O Comitê Organizador Rio-2016, o Comitê Paralímpico Internacional e o Comitê Paralímpico do Irã devem dar mais detalhes da sua morte ainda neste sábado.

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Em agosto, durante os Jogos Olímpicos do Rio, a ciclista holandesa Annemiek van Vleuten também sofreu um grave acidente durante uma descida na prova de ciclismo de estrada. Na ocasião, contudo, o circuito era outro - ela se acidentou no local conhecido como Vista Chinesa. Annemiek chegou a ficar na UTI, mas três dias depois recebeu alta hospitalar.

PRATA PARA O BRASIL - Na mesma prova, o brasileiro Lauro Chaman conquistou sua segunda medalha no ciclismo da Paralimpíada do Rio. No circuito montado no Pontal do Recreio dos Bandeirantes, ele completou o percurso de estrada da classe C 4-5 em 2h14min46, atrás apenas do holandês Daniel Gebru, com 2h13min08. O italiano Andrea Tarlao ficou com o bronze.

Para garantir a prata, Lauro Chaman se aproveitou da queda de Yehor Dementyev, da Ucrânia, e Alistair Donohoe, da Austrália, quando eles lideravam a prova. Essa foi a segunda medalha do brasileiro no Rio-2016, pois anteriormente ele havia levado o bronze no contrarrelógio C5.

A brasileira Terezinha Guilhermina enfim conquistou sua primeira medalha individual nos Jogos Paralímpicos do Rio de Janeiro. Nesta sexta-feira, ela faturou a medalha de bronze nos 400 metros na classe T11, com o tempo de 57s97, na final que contou com apenas quatro atletas.

A chinesa Cuiqing Liu conquistou o ouro, com o tempo de 56s71. A medalha de prata foi para a venezuelana Sol Rojas, com 57s64. O Brasil contou com outra representante local na disputa, mas Thalita Simplício foi desclassificada após terminar a prova na quarta e última posição.

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Antes de subir ao pódio pela primeira vez em prova individual no Rio-2016, Terezinha protagonizou polêmica com a britânica Libby Clegg nos 100 metros. A rival foi desclassificada na semifinal porque teria sido supostamente puxada por seu guia, o que é proibido. Porém, a punição não durou muito e Clegg pôde disputar a final e levou o ouro.

Terezinha reclamou publicamente da decisão. E acabou também sendo desclassificada pelo mesmo motivo, na final da prova. Em outra disputa individual, nos 200 metros, a brasileira se destacou com o melhor tempo das eliminatórias. Porém, queimou a largada na decisão.

A brasileira se reabilitou na sequência ao faturar a medalha de prata no revezamento 4x100 metros nas classes T11-13. Thalita Simplício, Lorena Spoladore e Alice Corrêa também fizeram parte da equipe.

Ainda nesta sexta, a seleção brasileira masculina de vôlei sentado foi derrotada pelo Irã por 3 sets a 0, com parciais de 25/20, 25/19 e 25/17. Com a derrota, o Brasil perde a chance de brigar pelo ouro e agora terá que disputar o bronze, contra o Egito.

No tênis de mesa, o Brasil perdeu o bronze para a Tailândia na disputa por equipes masculino na classe 3. Welder Knaf e David Andrade de Freitas foram derrotados por Yuttajak Glinbancheun e Anurak Laowong por 2 a 0 e deixaram escapar a vaga no pódio.

QUADRO DE MEDALHAS - A delegação brasileira conquistou mais duas medalhas de ouro nesta sexta-feira mas mesmo assim sofreu nova queda no quadro de medalhas. Caiu do sétimo para o oitavo lugar, agora com 60 medalhas, sendo 12 de ouro, 25 de prata e 23 de bronze. O Brasil foi superado pela Holanda desta vez, após perder espaço para Austrália e Alemanha na quinta.

A China segue esbanjando folga na liderança do quadro, com 217 medalhas, sendo 94 douradas. A Grã-Bretanha continua em segundo, com 126 medalhas (58 de ouro). Ucrânia e Estados Unidos seguem logo atrás, com 106 (38 de ouro) e 103 (36), respectivamente.

A brasileira Silvânia Costa sofreu, mas conquistou nesta sexta-feira a medalha de ouro do salto em distância na categoria T11, para atletas cegas. O título paralímpico no Rio veio somente no último salto da atleta, que superou a marfinense Fatimata Brigitte Diasso, medalha de prata. O bronze também foi do Brasil, com Lorena Spoladore.

Recordista mundial da prova, com os 5,46 metros obtidos esse ano em São Paulo, Silvânia era a principal candidata ao ouro nesta sexta. Até conseguiu bons saltos no início, mas foi rapidamente superada por Diasso. A brasileira, então, esperou até o último salto do dia para superar a adversária e garantir o ouro.

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No sexto e último salto, Silvânia conseguiu a marca de 4,98 metros, nove centímetros a mais do que a marfinense. Também em sua última tentativa, Lorena conseguiu sua melhor marca, alcançou os 4,71 metros e garantiu a medalha de bronze. Este foi seu melhor salto nesta temporada.

A medalha de Silvânia serviu para completar a festa de sua família. Seu irmão, Ricardo Costa, já havia faturado o ouro na mesma prova entre os homens nesta edição dos Jogos Paralímpicos.

Além disso, a conquista encerrou um curto jejum de medalhas de ouro do Brasil no Rio, uma vez que o País não havia subido no lugar mais alto do pódio na última quarta e quinta-feira. Por isso, caiu para a sétima colocação, onde continua, com 11 ouros e 55 medalhas no total.

Ainda nesta sexta-feira, o Brasil lutará por mais medalhas no atletismo. Na categoria T11 dos 400m feminino, o País será representado por duas atletas na decisão. Terezinha Guilhermina e Thais Simplício registraram o terceiro e quarto melhores tempos das eliminatórias, respectivamente, e avançaram à disputa do pódio à noite.

O Ministério Público Federal em Curitiba denunciou nesta sexta-feira (16) oito investigados em "atos de recrutamento e promoção de organização terrorista" identificados antes da realização dos Jogos Olímpicos de 2016, no Rio de Janeiro. Os denunciados, investigados no âmbito da Operação Hashtag, são Alisson Luan de Oliveira, Leonid El Kadre de Melo, Oziris Moris Lundi dos Santos Azevedo, Israel Pedra Mesquita, Levi Ribeiro Fernandes de Jesus, Hortêncio Yoshitake, Luís Gustavo de Oliveira e Fernando Pinheiro Cabral.

Os investigados vão responder pelos crimes de promoção de organização terrorista (art. 3.º da Lei n.º 13.260/2016 - Lei Antiterrorismo) e associação criminosa (art. 288 do Código Penal). Alisson Luan de Oliveira, Leonid El Kadre de Melo, Oziris Moris Lundi dos Santos Azevedo, Israel Pedra Mesquita e Hortêncio Yoshitake também são denunciados por incentivo de crianças e adolescentes à prática de atos criminosos (art. 244 do Estatuto da Criança e Adolescente), e Leonid El Kadre de Melo ainda responde por recrutamento para organização terrorista (art. 5.º, §1ª, I da Lei n.º 13.260/2016 - Lei Antiterrorismo).

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O Ministério Público Federal também pediu a prisão preventiva dos oito denunciados e requereu a aplicação de medidas alternativas aos outros seis investigados pela Operação Hashtag até o fim das investigações policiais. Um deles ainda teve o pedido de prisão temporária prorrogado. Doze dos envolvidos na investigação foram detidos no mês de julho, exatamente duas semanas antes da abertura da Olimpíada, e encaminhados para a Penitenciária Federal de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, tendo em vista o risco de sua atuação durante os jogos. Outros três foram presos em fases seguintes da mesma investigação.

O grupo, integrado por brasileiros, vinha sendo monitorado há algum tempo - principalmente após as autoridades brasileiras receberem um relatório do FBI americano sobre os envolvidos - e seus integrantes foram presos em nove estados (Paraná, Amazonas, Ceará, Paraíba, Goiás, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo e Rio Grande do Sul). Por meio de quebras de sigilo telefônico, as autoridades rastrearam redes sociais, sites acessados e as mensagens trocadas entre o grupo pelo aplicativo Telegram, e verificaram intensa comunicação entre os integrantes, conclamando interessados a se organizar para prestar apoio ao Estado Islâmico, inclusive com treinamento já em território brasileiro.

Segundo o procurador da República Rafael Brum Miron, o oferecimento da denúncia juntamente com a postulação de prisão preventiva dos denunciados demonstra o risco que eles ofereciam e ainda oferecem à sociedade, solidificando as preocupações iniciais das autoridades policiais.

De acordo com as investigações, alguns dos envolvidos chegaram a noticiar a realização do "batismo" ao Estado Islâmico, conhecido como "bayat" - juramento de fidelidade exigido pela organização terrorista para o acolhimento de novos membros. Também foram identificadas mensagens de celular relacionadas à possibilidade de se aproveitar o momento dos Jogos Olímpicos para a realização de ato terrorista (inclusive com diálogos sobre como confeccionar bombas caseiras).

"Estes atos, aliados a uma série de provas levantadas durante a investigação demonstraram a necessidade da decretação das prisões e, posteriormente, de suas prorrogações", apontou a Procuradoria em nota.

A cada tackle parece que vai sair faísca nas trombadas das cadeiras de rodas. O público se levanta nessa hora e também quando os atletas marcam o try, o famoso gol do rúgbi. O campo de jogo é menor que no esporte tradicional, mas a emoção do rúgbi de cadeira de rodas é parecida. Só que nesta modalidade dos Jogos Paralímpicos existe uma figura central: o mecânico.

À beira do campo, este profissional observa a partida quase sem piscar. Presta atenção nos jogadores de sua equipe e está pronto para entrar em ação caso algum pedaço da cadeira de rodas fique danificado. Ao seu lado estão diversas peças para serem trocadas quando há necessidade, como proteções, rodas, parafusos e por aí vai.

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Por sorte dos profissionais que lidam com isso, as cadeiras de rodas mais parecem tanques de guerra. Elas têm uma armadura externa, frente reforçada, rodas com ar dentro e só quebram porque o impacto durante as partidas é muito grande. O barulho das trombadas dá para ouvir das arquibancadas. Quem atua na defesa tem até um tipo de equipamento diferente.

A cada intervenção, as mãos hábeis dos mecânicos trocam as rodas tão rapidamente quanto os pit stops dos carros de Fórmula 1. "Às vezes levo 20 segundos para reparar um pneu furado", diz Marco Aurélio Pereira, que também é auxiliar da equipe. "Aprendi a mexer na roda, fazer solda, ajustar o eixo. Tem de fazer de tudo", continua o profissional, que é formado em Educação Física.

Há dez anos na função, Kei Miyama cuida dos equipamentos da seleção japonesa. Na vitória da equipe sobre a França, ele entrou em ação dez vezes. "Não posso tirar o olho do jogo. Se acontece algo, tenho dois minutos para consertar", afirma o mecânico, lembrando que são as rodas os itens que mais dão problema. "Tenho sempre que estar me aperfeiçoando nisso."

Ele aponta Shinichi Shimakawa como o atleta que mais quebra peças de sua cadeira de rodas. O jogador reconhece que sofre muitas batidas durante os jogos e confessa que em algumas oportunidades já chegou a trocar mais de duas vezes o pneu. "Eu sofro o impacto, mas não machuca. Acho que esse é o lado legal do esporte. É muito divertido", diz, rindo.

Em duas rodadas da competição paralímpica, Estados Unidos e Japão, pelo Grupo A, e Canadá e Austrália, pelo B, possuem duas vitórias cada e estão invictos. O Brasil foi derrotado em seus dois duelos, contra o Canadá na estreia por 62 a 48, e nesta quinta-feira contra a Austrália, por 72 a 45. O tipo de jogo faz com que um atleta rápido e habilidoso na cadeira de rodas faça toda a diferença nos confrontos. Nesta sexta, às 12h45, o Brasil encerra sua participação na primeira fase contra a forte Grã-Bretanha.

A seleção brasileira feminina de goalball levantou a torcida na Arena do Futuro, mas acabou ficando sem vaga na final dos Jogos Paralímpicos do Rio ao cair para a China por 4 a 3 em duelo definido na prorrogação. Agora, a equipe espera o perdedor do jogo entre Turquia e Estados Unidos, que será realizado nesta quinta-feira (15), às 20 horas, para saber quem enfrenta na disputa da medalha de bronze nesta sexta-feira.

O Brasil chegou até o confronto com a China com uma boa campanha. O time estreou vencendo os Estados Unidos por 7 a 3 e depois perdeu para o Japão por 2 a 1. Mas, na sequência, ganhou de Israel por 7 a 2, goleou a Argélia no seguinte por 10 a 0 e repetiu o placar nas quartas de final diante da Ucrânia.

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Nas semifinais, o primeiro tempo do duelo foi bastante equilibrado. As chinesas saíram em vantagem com um gol de Zhang Wei, numa falha de defesa de Ana Carolina Custódio - a bola escorregou pelas mãos dela e entrou. Mas depois Victoria Amorim empatou e poderia ter virado caso não desperdiçasse um pênalti. Mas logo depois Ana Carolina marcou e virou para o Brasil.

No segundo tempo, o Brasil começou com boas chances e logo fez o terceiro, mais uma vez com Ana Carolina. Pouco depois, Chen Fengqing descontou, deixando a torcida apreensiva. Só que a chinesa fez mais um, empatando o duelo. O resultado permaneceu e a partida foi para o tempo extra.

Na prorrogação, que tem dois tempos de três minutos cada, vence quem fizer o primeiro gol, o chamado gol de ouro. A tensão tomou conta das duas equipes, que sabiam que era uma momento que não se podia errar. E antes do final do período, Chen marcou e acabou com o sonho do Brasil de chegar à decisão da Paralimpíada.

No aniversário dos 15 anos do mais grave acidente da sua vida, Alessandro Zanardi teve motivos para sorrir. Nesta quinta-feira, o italiano conquistou a sua segunda medalha na disputa do ciclismo nos Jogos Paralímpicos do Rio ao ficar na segunda posição, o que lhe rendeu a prata, na prova de estrada da classe H5 (bicicletas adaptadas, usadas com os braços).

Ex-piloto de Fórmula 1 e dono de dois títulos da Champ Car, uma das categorias em que a Fórmula Indy se dividiu durante um período, conquistados em 1997 e 1998, Zanardi sofreu um brutal acidente em 15 de setembro de 2001, na etapa alemã da categoria, disputada em um circuito oval, com o seu carro sendo atingido em cheio pelo do canadense Alex Tagliani.

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Com o impacto da batida, Zanardi perdeu as duas pernas e precisou se afastar do automobilismo, depois voltando a competir com carros adaptados. Posteriormente, o italiano ingressou no esporte paralímpico e já havia brilhado em Londres-2012, tendo faturado duas medalhas de ouro e uma de prata.

No Rio, Zanardi já havia vencido a prova do contrarrelógio H5, na última quarta-feira. Nesta quinta, então, ele voltou a competir, dessa vez na prova de estrada e garantiu mais uma medalha, dessa vez a de prata, na competição realizada no Pontal, passando a acumular cinco medalhas paralímpicas na sua carreira.

A prova de estrada teve um final emocionante, sendo definida apenas na linha de chegada. A medalha de ouro acabou sendo conquistada pelo sul-africano Ernst van Dik, que conseguiu ficar à frente de Zanardi. Já o bronze foi para o holandês Jetze Plat.

Zanardi ainda tem uma prova a disputar na Paralimpíada do Rio. Nesta sexta-feira, a partir das 15h30, o italiano vai competir na prova de revezamento por equipes misto, das classes H2 até H5.

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