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Quase mil servidores públicos federais de diversas categorias ocuparam uma das faixas da Avenida Guararapes, nas imediações da Agência dos Correios, em protesto pela falta de acordos junto ao governo. A manifestação ocorreu em diversos Estados. Na cidade do Recife, a concentração começou por volta das 14h, na Praça Oswaldo Cruz. Em seguida, os servidores saíram em passeata pela Avenida Conde da Boa Vista até a Praça da Independência, no centro da cidade.
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O objetivo da caminhada, segundo os manifestantes, é mostrar que os servidores estão juntos para reivindicar por melhores condições de trabalho, reajuste salarial e negociação do plano de carreiras. “Quem já é servidor do Hospital das Clínicas vai ter que optar entre ficar à disposição ou aceitar as propostas da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH). Se optar pela empresa privada, irão perder vários benefícios, como a aposentadoria, além de deixar de ser servidor federal”, explicou a técnica em enfermagem, Helena Machado, de 57 anos.“Você começa privatizando pela saúde, depois isso acontece com a educação e, se isso acontecer, a universidade vai perder a autonomia”, conclui.
De acordo com Erika Suruaju, representante da Associação dos Docentes da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), os servidores são contra o Decreto 7777, que segundo ela, coloca a possibilidade da substituição dos grevistas por servidores do Município ou do Estado. “O governo não abriu a negociação, mas queremos salas amplas, gabinetes para os professores, laboratórios e assistência estudantil”.
De acordo com o Presidente da Associação dos Docentes da Universidade Federal de Pernambuco (Adufepe), faltam seis semanas para terminar o primeiro semestre estudantil de 2012 da federal, e ele afirma que se o governo entrar em negociação rapidamente com os professores, eles irão repor as aulas perdidas. “O governo não cumpriu o acordo com os professores. Espero que ele repense e reabra as negociações para que tudo volte ao normal”, conta.
Segundo o presidente, esta é a segunda maior greve que os professores federais realizam: a última ocorreu em 2005, quando os alunos ficaram sem aula por 110 dias. “A chance de reabrir a negociação é grande, estamos otimistas”, enfatizou.
A ação contou com a distribuição de uma carta à população pernambucana, explicando o motivo do ato. “A primeira queixa do governo Dilma é de não negociar com os trabalhadores. Essa falta de comunicação investe na repressão, como o corte de ponto, e isso tem feito com que a gente amplie as nossas greves. A população, infelizmente, é vítima dessa intransigência do governo”, explicou o presidente do movimento, Everaldo Araújo, que também é diretor do Sindicato dos Trabalhadores das Universidades Federais de Pernambuco (Sintufepe).
Policiais militares e agentes da Companhia de Trânsito e Transporte Urbano (CTTU) auxiliaram no monitoramento do trânsito, que mesmo intenso, está fluindo. Participam da ação representantes da CUT, SINDSEP-PE, SINDSPREV-PE, SINTRAJUF-PE, SINPRF-PE, além da ANEL, PSTU e CSP - Com Lutas, entre outras.
Está prevista para a próxima semana outra manifestação, caso não haja uma negociação até o final da semana com o governo.
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*Com a colaboração de Damares Romão.