Grandes empresas norte-americanas como Starbucks, Google, Uber e Airbnb decidiram enfrentar a polêmica decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de suspender a entrada de imigrantes de sete países de origem muçulmana por ao menos 90 dias.
A famosa cadeia de cafeterias afirmou que empregará 10 mil refugiados em suas lojas em todo o mundo e dará preferência nos Estados Unidos a imigrantes que serviram as Forças Armadas dos EUA.
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"Existem mais de 65 milhões de cidadãos do mundo reconhecidos como refugiados pelas Nações Unidas e nós estamos desenvolvendo planos de contratar 10 mil deles em 75 países no mundo onde os Starbucks faz negócios", afirmou o CEO da companhia, Howard Schultz.
"Nós somos todos obrigados a assegurar que nossos políticos eleitos nos ouçam individualmente e coletivamente. Starbucks está fazendo a sua parte", disse o empresário que ainda ressaltou que fará seu melhor para que a companhia e seus funcionários não sejam afetados por outras medidas de Trump, como o aumento de impostos de produtos mexicanos.
O gigante Google também se mostrou indignado com a medida apresentada pelo mandatário republicano e anunciou que criou um fundo de US$ 4 milhões, sendo que US$ 2 milhões destes são de doações de funcionários da empresa, destinado a quatro organizações que lidam com imigrantes: a American Civil Liberties Union (Aclu), a Immigrant Legal Resource Center, a International Rescue Comittee e o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur).
Em um comunicado endereçado aos funcionários, o CEO da companhia, Sundar Pichai, afirmou que altos executivos do Google também farão doações individuais para o fundo. A informação foi confirmada mais uma vez por um porta-voz do Google na tarde deste domingo (29).
Além disso, Pichai também pediu na última sexta-feira (27) para que todos os funcionários da empresa no país que podem ser afetados pela medida de Trump voltem imediatamente para os Estados Unidos e contatem a empresa para receber ajuda. Segundo o CEO, mais de 100 funcionários são afetados pelo decreto do presidente norte-americano.
Já o Uber divulgou que criará um fundo de defesa legal de US$ 3 milhões para ajudar os seus motoristas que forem afetados pela medida de Trump em questões legais relacionadas à imigração.
O CEO da companhia, Travis Kalanick, publicou no seu Facebook, que o Uber também oferecerá apoio legal 24 horas por dia para seus motoristas e que pressionará o governo dos EUA a devolver o direito de viajar de qualquer cidadão norte-americano independente da sua nacionalidade de origem "imediatamente".
No entanto, muitos norte-americanos consideraram hipócrita a decisão da companhia e criaram a hashtag #DeleteUber já que Kalanick se reunirá pessoalmente com Trump na próxima sexta-feira (3) em um encontro de consulta de negócios na Casa Branca.
A companhia rival do aplicativo, Lyft, também afirmou que doará US$ 1 milhão para a Aclu nos próximos quatro anos. E a Airbnb, plataforma que com a qual é possível transformar sua casa em um hotel para os usuários do site, também ofereceu sua ajuda em relação à polêmica medida.
O CEO da companhia, Brian Chesky, disse no último domingo (29) no seu Twitter que a "Airbnb está providenciando moradia gratuita para refugiados e para qualquer pessoa que não puder entrar nos EUA".
"Nós temos 3 milhões de casas, então nós definitivamente podemos encontrar um lugar para essas pessoas ficarem", afirmou Chesky em nota oficial ressaltando que impedir a entrada de pessoas desta maneira "não está certo".