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Uma empresa de limpeza terceirizada e o Detran do Amazonas foram condenados a pagar R$ 44 mil aos familiares de uma prestadora de serviço que foi infectada pela Covid-19 aos oito meses de gestação e morreu em decorrência do vírus.

A Primeira Turma do Tribunal Regional do Trabalho da 11ª Região decidiu que o viúvo e três filhos deverão ser indenizados por danos morais e materiais. O julgamento foi unânime.

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Conforme consta dos autos, a empregada não foi afastada do serviço, começou a apresentar os sintomas da doença em dezembro de 2020 e faleceu em fevereiro de 2021. A filha caçula nasceu no dia 7 de janeiro de 2021 em cesariana de emergência, quando a mãe estava entubada.

Na primeira instância, a empresa terceirizada e o Detran-AM foram condenados a pagar o montante de R$ 365 mil. No entanto, o TRT-11 julgou o recurso do Detran e determinou que esse valor fosse reduzido para R$ 44 mil.

Segundo o tribunal, existem provas que mostram que a trabalhadora atuava no seu serviço sem máscara de proteção, em várias situações. Por conta disso, os desembargadores entenderam que houve "culpa recíproca".

Mesmo considerando não ser possível afirmar que o contágio ocorreu no ambiente de trabalho, a desembargadora Francisca Rita Alencar Albuquerque, relatora do acórdão, explicou que a dúvida se resolve em favor da parte reclamante. Em seu voto, reconheceu a concausa (quando o trabalho não foi a causa da moléstia, mas contribuiu para o adoecimento).

“Entendo que o contexto autoriza o reconhecimento do nexo concausal. Até porque já era de conhecimento público que o índice de mortalidade de covid-19 em pessoas do grupo de risco é maior, dentre elas, as gestantes”, salientou.

E concluiu: “Se, por um lado, não há prova inequívoca de que o vírus foi adquirido no trabalho, mesmo porque a empregada frequentava ambientes e eventos sem as cautelas de segurança, por outro, trabalhou de forma presencial, quando as normas estaduais proibiam, portanto, com a possibilidade de contaminação, o que veio a ocorrer, ceifando-lhe a vida”.

O processo ainda cabe recurso ao Tribunal Superior do Trabalho (TST).

O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) divulgou, nesta quarta-feira (25), uma nota de esclarecimento sobre terceirização para a elaboração de questões do Banco Nacional de Itens (BNI). De acordo com o texto, esta elaboração já é feita de maneira terceirizada.

" O BNI é gerido pelo Inep, mas a construção dos itens é feita por agentes externos, selecionados por meio de editais de chamadas públicas e remunerados pela realização do trabalho", explica o Instituto no comunicado. Ainda de acordo com a autarquia, os itens são elaborados por educadores e pesquisadores selecionados mediante chamada pública.

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Além disso, o comunicado aponta certa defasagem no que se refere ao quantitativo de questões elaboradas pelo Banco, devido à "elevada utilização de itens e à dificuldade histórica na elaboração de questões inéditas". A nota também saleienta sobre a necessidade de melhorias dos processos, o que justificaria a "Modernização da Gestão de Itens”, sob a responsabilidade cuja a responsabilidade é da Básica (Daeb) do Instituto.

Às vésperas do Dia do Trabalhador, 1600 merendeiras das escolas estaduais do Estado de Pernambuco foram demitidas por motivo de encerramento contratual com a empresa terceirizada ADLIM. Por conta disso, o Sindicato dos Trabalhadores em Asseio e Conservação de Pernambuco (Stealmoaic) protocolou uma denúncia ao Ministério Público do Trabalho contra o Governo de Pernambuco. 

O sindicato aponta que "a troca da empresa terceirizada, que é responsável pela contratação de merendeiras das escolas públicas estaduais, é uma decisão totalmente arbitrária, principalmente no momento de pandemia que estamos vivenciando, onde houve a necessidade de suspensão das aulas nas escolas".

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Para o Stealmoaic, uma alternativa seria suspender o trabalho, conforme o artigo 8º da MP 936/20 do Governo Federal, que permite durante o estado de calamidade pública, o empregador acordar a suspensão temporária do contrato de trabalho de seus empregados pelo prazo máximo de 60 dias, fracionável em até dois períodos de 30 dias e não optar pela demissão em massa.

Na ação do MPT, o Sindicato relata que desde o início do movimento de quarentena imposto pelo Estado de Pernambuco (Decretos 48.809/20 e 48.882/20), a denunciante vem sendo procurada pelos representados que trabalham em escolas públicas estaduais que alegam que podem perder o emprego, ou seja, o risco é iminente.

*Com informações da assessoria

 

A situação observada nas creches terceirizadas visitadas pelo Estado descumpre uma série de recomendações previstas pelo Ministério da Educação em um documento assinado pelo prefeito Fernando Haddad (PT), quando ministro, em 2006. O documento Parâmetros Básicos de Infraestrutura para Instituições de Educação Infantil define, passo a passo, como devem ser instaladas as unidades em todo o País.

Elaborado em parceria com secretarias municipais de Educação, com apoio de arquitetos, engenheiros e educadores, o documento estabelece, por exemplo, que uma creche deve ter sua construção planejada por profissionais. A determinação está logo na introdução do material, que exige ainda a apresentação de um projeto executivo com o "detalhamento técnico e as especificações de materiais e acabamentos".

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Regra que passa longe de mais da metade dos prédios que funcionam como creches em São Paulo. Na rede terceirizada, que atende hoje 58% das crianças, os imóveis são adaptados. Para atender à demanda, a Prefeitura aprova o uso de prédios construídos para outro fim, como igrejas.

Outra recomendação do MEC pouco seguida se refere ao cuidado com os espaços. Segundo o documento, as crianças devem ser atendidas em local "silencioso, preservado das áreas de grande movimentação, com conforto térmico e acústico". Em uma das unidades visitadas, na região central, as salas são divididas por muretas, sem o isolamento de som indicado.

Há ainda previsão de "área externa", como um parque ou jardim - outro item não cumprido em ao menos três unidades visitadas pela reportagem nas duas últimas semanas. O "parque" de uma delas fica dentro da sala.

Também são previstas portas e cabines individuais nos banheiro. Em duas das creches visitadas, porém, os vasos são colados uns aos outros em um ambiente completamente aberto e próximo das alas das crianças mais velhas. Em um deles, nem sequer havia tampa nos vasos.

Desenvolvimento

As diferenças entre a teoria e a prática podem prejudicar o desenvolvimento das crianças, na análise da pesquisadora em Educação da Fundação Carlos Chagas Maria Malta Campos. Ela ressalta que para ser positiva a interação que elas têm na creche é preciso que alguns limites sejam respeitados, como "as condições mínimas de infraestrutura, qualificação de pessoal e de gestão".

Para o professor de Políticas Públicas Salomão Ximenes, da Universidade Federal do ABC (UFABC), a expansão dos convênios acontece sem acompanhamento efetivo da qualidade. "As conveniadas (terceirizadas) são admitidas, mas como uma medida emergencial para atender a essa pressão de demanda. Isso não autoriza que o Município faça convênios com creche que não atende aos requisitos estabelecidos pelo MEC", diz.

Ximenes afirma que há uma espécie de loteria social, que define quem vai para a creche direta e quem vai para a terceirizada. "Atende-se com padrões muito desiguais. É uma discriminação em desfavor de algumas crianças", diz.

Legislação

Uma das soluções passa por mudanças na legislação, afirma o vereador Andrea Matarazzo (PSD). Projeto de sua autoria aprovado na Câmara em janeiro, que ainda aguarda regulamentação, cria um alvará de funcionamento especial para creches, a fim de garantir a segurança dos prédios. Já Toninho Vespoli (PSOL) defende a retomada da rede, por meio da ampliação de creches diretas. Para o parlamentar, os convênios não podem se tornar política única. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A rede terceirizada reivindica um novo modelo de merenda. Com reclamações relacionadas à qualidade dos alimentos e à forma de entrega, as instituições defendem que a Prefeitura repasse verba para a alimentação das crianças em vez de entregar os produtos. O modelo ainda evitaria a ausência de itens como o óleo de soja, que hoje está em falta.

A merenda escolar oferecida às crianças das creches terceirizadas e indiretas também é diferente, se comparada à da rede própria. Tanto unidades que funcionam em prédios alugados como em prédios públicos recebem produtos da Prefeitura. Caminhões entregam frutas e verduras semanalmente e os demais itens, como arroz e feijão, duas vezes ao mês. Já as creches diretas têm cozinhas comandadas por empresas.

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O pedido das entidades se baseia em três pontos: o direito de escolher os produtos que serão preparados em suas cozinhas, a ampliação do controle de qualidade e a possibilidade de aquecer o comércio local. Um projeto com esse objetivo aguarda votação na Câmara Municipal.

Em uma das creches visitadas pela reportagem na região central, funcionários se queixam de alimentos que chegam já com a validade vencida. "Se nós checamos na hora do recebimento e já percebemos que está estragado, eles trocam. Se só notamos no dia seguinte, por exemplo, temos de comprar do nosso próprio bolso", explicou uma funcionária.

A qualidade do feijão também é questionada pelas instituições. Elas afirmam que a marca oferecida pela Prefeitura é de baixa qualidade. "Temos de deixar de molho ao menos um dia porque ele é muito difícil de cozinhar", disse Adriano Oliveira, gerente diretor da Sociedade de Ensino Profissional e de Assistência Social (Sepas), que mantém creche na zona leste.

A Secretaria Municipal da Educação diz que não há desabastecimento de óleo, mas "falta pontual", e que as entidades têm recursos para complementação da alimentação. Sobre a qualidade, a pasta afirma que a alimentação oferecida é balanceada, variada e nutritiva. Mas não comenta o pedido de mudança no formato. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O prefeito Fernando Haddad (PT) disse ao Estado que não existe possibilidade de o governo acompanhar a demanda por creches só com equipamentos próprios. "Admitimos como creche pública a conveniada (terceirizada), que não cobra mensalidade. Fizemos isso porque não há como o Estado bancar creches públicas no ritmo necessário", afirmou. Segundo Haddad, o quadro pode mudar no futuro. "Só foi possível abrir 90 mil vagas (na educação infantil) em três anos (de 2013 a 2015) com os convênios. Significa que sempre vai ser assim? Talvez não. Em algum momento, talvez, o País tenha condição de incorporar esse serviço."

A Prefeitura nega que a opção pelo modelo seja econômica e afirma já ter construído 84 equipamentos educacionais desde 2013. Sobre a diferença entre as carreiras de professores nas redes direta e terceirizada, a Secretaria Municipal da Educação afirma que não interfere em convenções trabalhistas privadas e que os valores são definidos pelas instituições. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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Para reduzir mais rapidamente a fila por uma vaga em creche, a gestão Fernando Haddad (PT) já fez parceria, desde o início da gestão, com 342 unidades terceirizadas. O número é recorde na cidade. Nesse modelo, crianças de zero a três anos e 11 meses são atendidas em imóveis alugados, geridos por entidades sociais com recursos públicos. Boa parte funciona em espaços inadequados, improvisados em locais que já serviram para abrigar supermercados, asilos, galpões e até igrejas.

No mesmo período, a Prefeitura construiu 39 prédios para abrigar Centros de Educação Infantil (CEIs), sendo apenas dois com administração direta, ou seja, comandados por funcionários concursados - os outros 37 também tiveram a gestão repassada indiretamente para instituições. Haddad prometeu erguer, em quatro anos, 243 creches para ajudar a zerar o déficit, que hoje é de 88 mil vagas.

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O recorde de Haddad na assinatura de convênios com a rede terceirizada se dá tanto em relação à última gestão, de Gilberto Kassab (PSD), quando foram firmadas 188 parcerias, como na comparação com a gestão de José Serra/Kassab, que fez 198 convênios.

No geral, 64% das creches consideradas pela gestão petista como municipais são na realidade unidades totalmente privadas - os termos de convênio podem ser extintos a qualquer momento. Nos últimos três anos, ao menos 80 foram cancelados pela Prefeitura após constatação de problemas, como falha na prestação de contas, por exemplo.

Em número de vagas, o "tamanho" do sistema terceirizado também chama a atenção. Das 275.967 matrículas registradas até abril, 159.865, ou 58%, são oferecidas em unidades administradas por organizações em prédios alugados. Já as matrículas na rede própria somam 57.154 e na indireta, 58.948. Para firmar convênio com a Prefeitura, essas entidades precisam ter experiência de ao menos três anos e não ter fins lucrativos. O processo não prevê licitação, mas seleção pública.

A expansão dos convênios, que custam cerca de R$ 1,7 bilhão ao ano, no entanto, não foi acompanhada de uma política de aprimoramento do modelo. Apesar de única, a rede municipal apresenta diferenças que vão desde a qualidade dos espaços até a jornada de trabalho e o salário pago aos funcionários públicos e terceirizados. Nas creches conveniadas, um professor trabalha 40 horas semanais e tem salário-base de R$ 2.087. Na rede própria, a jornada é de 30 horas e o piso, de R$ 3,4 mil, com o abono anual. O atendimento deve ter a mesma qualidade.

Inacabadas

Visitas feitas pelo Estado nas duas últimas semanas revelaram salas de aula sem divisórias, banheiros inacabados, refeitórios sem mesa e cadeiras, falta de brinquedos e corredores estreitos.

"Não é o ideal, sabemos disso, mas foi o que deu para fazer a tempo de inaugurar. Nossa meta agora é melhorar aos poucos", disse a diretora de uma creche inaugurada em novembro em Pirituba, zona norte, referindo-se às salas de aula com paredes que não vão até o teto e aos vasos sanitários sem tampa. Os nomes e as unidades não serão revelados pela reportagem a pedido das entidades, que temem represálias da Prefeitura.

Reformas e pequenos consertos demoram porque, segundo as organizações, falta verba. O dinheiro repassado não cobre todas as contas e, de acordo com as regras, deve ser empregado, principalmente, no pagamento de funcionários e na compra de material pedagógico. Para arcar com as despesas extras, as instituições apelam para eventos beneficentes.

Em uma das unidades da região central, as reclamações vão da falta de espaço para os funcionários à falta de verba. "Não temos nem onde comer. Dividimos o espaço com as crianças", disse uma professora.

Em outra conveniada visitada no centro, o refeitório não tem mesas nem cadeiras, mas apenas cadeirões - recomendados para crianças de até um ano e meio de idade. De acordo com uma funcionária, a cozinha está em construção, mas não há previsão para entrega. No prédio de quatro andares, só os dois primeiros estão ocupados. Parte das salas e até o banheiro têm divisões por muretas, como um grande galpão, sem separação adequada dos cômodos.

Na contramão, as creches construídas pela Prefeitura seguem padrões mais rigorosos, que resultam em espaços mais confortáveis. Para quem depende da vaga para trabalhar, as diferenças são notadas, mas superadas no dia a dia. "Os prédios da rede direta são maiores, mais bonitos. Mas as professoras das entidades cuidam bem das crianças", diz a balconista Jaqueline Alves Tenório, de 25 anos. A filha Cibele, de 3, frequenta uma unidade em São Miguel, na zona leste. "O que me preocupa é a manutenção da vaga." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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