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Os mercados públicos de Beberibe e Água Fria, situados na Zona Norte do Recife, já tiveram todos os ambulantes retirados das calçadas que ocupavam em frente ao espaço público. Além dos dois mercados, o de Afogados também foi visitado neste sábado (16) pelo LeiaJá e, ao contrário dos outros, a situação ainda é complicada no local. Veja na reportagem abaixo a opinião dos ambulantes e compradores que frequentam os principais mercados públicos do Recife diariamente.
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Em Água Fria, questionados sobre os benefícios trazidos com a mudança, os ambulantes afirmaram estar contentes com o novo local. No fim do mês passado, todos foram recolocados para a Rua Japaranduba, ao lado do mercado, que foi fechada para passagem de veículos. No entanto, a única queixa que atormenta diariamente os comerciantes são dois gelos baianos que, apesar de impedir os veículos de passarem, não evitam as motos.
“Tem uma coisa que atrapalha demais aqui: as motos. Às vezes, idosos e crianças que passam são quase atropelados. Não tem um guarda de trânsito que organize. De resto, ficou uma beleza, nossos comércios ficaram muito visíveis e limpos, mas esses gelos baianos daqui precisam ser fechados urgentemente”, relatou a comerciante Marilda Soares Pereira (foto dir.), que trabalha há 12 anos no local.
Para a aposentada Ione Barbosa, os aspectos foram positivos. “Agora, nós podemos atravessar a Avenida mais seguros, sem a agonia que era aqui na frente. Melhorou tudo, tanto na limpeza, quanto no trânsito”, afirmou.
No mercado de Beberibe, os comerciantes também aprovaram as mudanças. “Ficou muito bom esse espaço pra nós. O ruim mesmo é que é atrás de onde a gente ficava, estamos mais escondidos. Mas a limpeza e a organização compensaram tudo”, disse Elias Azevedo, vendedor de frutas no mercado há 30 anos.
Todos os comerciantes do espaço de Beberibe foram transferidos para dentro do próprio mercado, que antes era vazio. Agora, a Prefeitura do Recife (PCR) ainda está reordenando todos os ambulantes para que sejam separados por mercadoria, assim como frutas, verduras, utensílios domésticos e roupas.
Luiz Virgínio, aposentado, também ficou feliz com as mudanças. "Isso aqui tá maravilhoso. Frequento isso aqui há muito tempo, sou morador desde criança. Antes, era uma loucura para passar entre os ambulantes, para comprar, uma agonia só. Agora tá uma beleza", afirmou.
Afogados - O único que ainda não teve os comerciantes retirados foi o mercado de Afogados, Zona Oeste da cidade. O trânsito é complicado, os pedestres têm dificuldade de passar pelas calçadas e, além dos problemas relatados, atravessar a via também é um caos. Porém, os feirantes não estão felizes com a notícia da mudança. "Não temos condições de ir pra lá. Vamos pra um local que só tem ladrões, alma sebosa? Quem vai querer ir até lá?", indagou João Santos, feirante há 50 anos.
"Eles ainda não deram prazo pra gente sair daqui. Esperamos mesmo é que façam do lugar que escolheram, um local digno, porque lá só tem gente que usa drogas, assaltantes, etc. Um local escuro que com certeza ninguém irá até lá e nós vamos morrer de fome", criticou a ambulante Lúcia Carneiro (foto).
Em resposta ao mercado de Afogados, a PCR relatou que ainda está sendo estabelecido um cronograma. A medida ainda não foi feita porque o lugar que os feirantes serão transferidos ainda não foi adequado para recebê-los. O prefeito Geraldo Julio assinou no início do mês a desapropriação do terreno, onde funcionava o antigo Itaú.
Já sobre o mercado de Água Fria, a assessoria de imprensa informou ao LeiaJá que a rua não pode ser totalmente fechada por enquanto e que os feirantes só ficarão no local provisoriamente. Enquanto isso, ainda não há uma medida a ser tomada para que as motos não passem mais no local.