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O Ministério Público do Estado do Pará (MPPA), durante reunião no fim do mês passado, decidiu dar continuidade aos preparativos para o concurso público do órgão com a intenção de realizá-lo ainda em 2021. O MPPA afirmou que o certame deverá ser regionalizado e as vagas serão ofertadas para níveis médio e superior e preenchidas em cargos já existentes.
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Em 2019, o órgão havia contratado o Centro de Extensão, Treinamento e Aperfeiçoamento Profissional (Cetap) como banca organizadora do concurso. Entretanto, em janeiro de 2020, o MPPA decidiu romper o contrato com o Cetap. Agora, sem a previsão de quando o edital será publicado, um processo de licitação deve ser aberto para a escolha de uma nova banca.
Até o momento, são 15 vagas previstas para o cargo de auxiliar administrativo que exige nível médio completo, porém o MPPA pretende expandir a oferta. O órgão também estuda a possibilidade de incluir vagas para cargos de Promotor de Justiça e Analista.
Segundo informações publicadas há um mês, o Governo do Estado pretende realizar certames que irão ofertar 6.773 vagas ao todo. Embora alguns concursos da área de segurança já estejam em andamento, outros 11 editais de órgãos estaduais serão publicados no segundo semestre desse ano nas áreas da saúde e gestão administrativa.
Na última sexta-feira (11), foi confirmado no Diário Oficial do Estado, nº 34.609, que o Cetap será a empresa responsável pelo planejamento e realização de quatro certames no Estado do Pará: da Auditoria Geral do Estado (AGE), Junta Comercial do Pará (Jucepa), Procuradoria Geral do Estado (PGE), e Secretaria de Estado de Planejamento e Administração (Seplad).
De acordo com a notícia veiculada pela Agência Pará, a secretária adjunta de Gestão e Modernização da Seplad, Josynélia Raiol, afirmou a execução desses concursos é um dos compromissos com a população que visa melhorias na prestação de serviços. “Trabalhamos seguindo o cronograma de forma transparente e seguindo todos os protocolos de segurança no combate à covid-19”, disse.
A melhor estratégia enquanto se espera o lançamento desses editais é antecipar os estudos, como orienta Yara Coeli, 47 anos, professora de Português para concursos. Ela também cita a criação de um alicerce de conhecimento, estudando as matérias básicas em qualquer certame: Português, Direito Administrativo e Constitucional e Informática. “Além disso, é preciso treinar. O que garante a aprendizagem é a repetição, o exercício contínuo para corrigir os erros”, orienta.
Para aqueles que decidem estudar por conta própria, a professora acrescenta algumas técnicas necessárias. “Estudar por conta própria exige principalmente disciplina, estabelecer metas e cumpri-las, ter bons materiais”, aponta.
Yara diz que uma das dificuldades mais freqüentes entre os concurseiros em relação aos estudos é a existência da cobrança de resultado imediato, considerando o investimento que é feito, podendo causar desestabilidade em quem estuda. Para lidar com essas questões, a professora afirma que o apoio familiar ajuda na batalha por uma vida melhor.
“Mas, como nem sempre é possível, é importante que o concurseiro pense que tudo por que ele está passando é transitório e que o resultado final satisfatório suplanta toda dificuldade do processo de preparação”, complementa.
No contexto da pandemia, as aulas para concursos passaram a ser virtuais. Entretanto, segundo a professora, houve bastante desistência entre os concurseiros. “Ao mesmo tempo, houve uma amplitude educacional. Se antes alcançávamos só a nossa região, com a aula on-line, chegamos ao Brasil todo, o que compensou a ausência de alunos presenciais”, Yara Coeli explica.
Com base na observação do comportamento dos concurseiros nesse período, a professora diz que há tipos de carreiras distintas no mundo dos concursos e que cada grupo reagiu de um jeito diferente dos demais. Ela menciona aqueles que estudam para tribunais, que se recolheram e agora, um ano depois, estão voltando aos poucos devido à vacinação.
“Os da área fiscal estão aparecendo porque as secretarias de fazenda do Brasil inteiro estão anunciando concurso. Já os da carreira policial foram os que movimentaram os concursos na pandemia. Estiveram bem presentes presencial e virtualmente. A principal mudança foi o medo de estar em um ambiente fechado”, diz.
Yara afirma que esse momento difícil pelo qual todos estão passando afeta a concentração e o foco das pessoas, mas acredita ser possível se preparar para os futuros concursos estabelecendo metas de estudo de forma objetiva. “E não são poucos. Afinal o Estado do Pará já anunciou que haverá, ainda este ano, muitos concursos”, ressalta.
Motivação para os estudos
Aline Leão, 29 anos, é formada em Ciências Biológicas pela Universidade Federal do Pará – UFPA e servidora pública da Secretaria Municipal de Educação de Ananindeua, onde trabalha há um ano, porém continua estudando para outros concursos. Para ela, as dificuldades existentes no mercado de trabalho e a busca pelo próprio sustento fizeram surgir a motivação para os estudos.
“Os concursos começaram a aparecer, eu comecei a estudar e passei. Eu digo que concurso é uma fila, uma hora chega a tua vez. Claro que a gente precisa fazer por onde, estudar. Precisamos passar por esses processos, é uma seleção, porque não tem vaga para todo mundo, mas é gratificante ver que o esforço que a gente faz é recompensado”, ela conta.
Concurseira há quatro anos, Aline explica que a questão financeira a fez continuar estudando. Em relação à rotina, diz que estuda pelo menos duas horas por dia e que durante a pandemia, por não precisar sair de casa e apesar de trabalhar bastante, conseguiu otimizar o horário de estudos. Além disso, ela afirma que gosta de fazer resumos e exercícios.
Ainda sobre estratégias, Aline diz ser fundamental que cada pessoa entenda o concurso que pretende realizar. “Por exemplo, quem estuda para a polícia, dificilmente vai conseguir estudar para um concurso de professor, porque as matérias são diferentes, as rotinas são diferentes, a banca é diferente, tudo é diferente. É importante a pessoa focar em uma área que seja de interesse”, ressalta.
A concurseira também fala sobre a importância de organizar os estudos por prioridades. “Nem todo mundo tem facilidade com certas disciplinas, então é importante a pessoa avaliar isso”, complementa.
Na pandemia, Aline deu uma pausa nos estudos e revela que houve uma quebra inicial da rotina dela. “Acho que todo mundo ficou psicologicamente abalado e isso acaba afetando a atenção da pessoa para estudar. Eu dei uma parada, mas passou um tempo e eu voltei a estudar com tudo”, explica.
Para a concurseira, apesar de estudar bastante, a organização da rotina acaba sendo a sua maior dificuldade. Entretanto, ela reforça que é importante ter um horário todos os dias, criar e cumprir rotinas e metas. “Lembrando que cada um tem seu tempo, não adianta a pessoa estudar dez horas diretas porque ela só vai aprender duas horas, as outras oito horas ela perde. É importante a pessoa ver o tempo dela, dar uma estudada, fazer exercícios. É muito bom fazer exercícios para fixar o assunto”, afirma.
Aline aconselha quem pretende estudar para concursos e diz que é necessário ter foco, força de vontade e muita paciência. Segundo ela, além dos estudos, conhecer a técnica também é essencial para alcançar bons resultados. “Conhecer a banca é importante, saber como ela trabalha. Às vezes as bancas repetem as questões, então quando a gente estuda muito tempo por exercício, conseguimos deduzir o que vai cair”, destaca.
Aline reitera o papel da organização como incentivo para os estudos e acrescenta que os concurseiros devem ter calma e concentração. “Muita gente fica triste. 'Ah, não deu, vou desistir'. Não é pra desistir. Não deu certo porque a gente não fez o suficiente ou porque não era a nossa hora. É importante ter essa esperança, fé e foco”, enfatiza.
Assim como Aline Leão, a contadora Jennyfer Ramos, 37 anos, também foi motivada a se preparar para concursos públicos pensando na estabilidade financeira e nas boas remunerações oferecidas. Ela ainda comenta que procura estudar sempre que possível. “Aproveito todo tempo que tenho. Fila de banco, passeios, ônibus. Foco em Lei Seca e faço muitos exercícios”, explica.
A pandemia tem transformado a vida de muitas pessoas em diferentes áreas e, no caso de Jennyfer, não foi diferente. A concurseira conta que perdeu o emprego durante esse período e até o momento continua desempregada, mas tenta se beneficiar como pode, apesar das circunstâncias. “Logo, aproveito pra realinhar o que já tinha estudado e focar nos pontos que ainda estou 'fraca',” afirma.
Jennyfer diz notar algumas dificuldades em relação aos estudos, porém busca focar no sonho que tem. A concurseira alerta os que desejam se preparar para concursos, afirmando que irão existir empecilhos, mas que o importante é prosseguir. “No começo vai ser difícil, muito complicado. Não pense que vai encontrar o mundo perfeito. Não vai ter situação apropriada, você quem vai ter que se adaptar. E o final é: continue a nadar”, conclui.
Por Isabella Cordeiro.