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O auditor do Tribunal de Contas da União (TCU), Alexandre Marques, indicou que um documento produzido por ele com dados sobre as mortes por Covid-19 foi adulterado antes de ser usado pelo presidente Jair Bolsonaro para questionar o número de óbitos pelo novo coronavírus no Brasil.

Em depoimento à CPI da Covid nesta terça-feira (17), o auditor admitiu que produziu o documento levantando um questionamento sobre o registro de mortes no País, mas reconheceu que o relatório não era oficial da corte de contas. Bolsonaro usou o levantamento paralelo no início de junho para apontar uma suposta subnotificação nos dados atribuindo a autoria ao TCU, alegação desmentida pelo próprio tribunal.

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Após a declaração de Bolsonaro, uma versão do documento circulou no formato PDF e com selo do TCU, características normalmente usadas em relatórios oficiais. O auditor, no entanto, afirmou que produziu o levantamento no formato Word e sem qualquer inscrição oficial do tribunal. Aos senadores, o auditor disse que seu pai, Ricardo Silva Marques, foi quem encaminhou o levantamento a Bolsonaro.

Alexandre Marques negou que a alteração tenha sido feita pelo pai e disse não saber sobre a origem da adulteração. "Isso realmente eu não tenho como responder, porque, a partir do momento em que o arquivo cai na mão de outras pessoas.... hoje em dia a internet tudo viraliza, né? tudo é compartilhado rapidamente, então não tem como eu presumir a autoria de ninguém dessa alteração", declarou.

De acordo com o depoente, o documento foi compartilhado com auditores do TCU no dia 31 de maio e enviado ao pai em 6 de junho, um dia antes de Bolsonaro citar o relatório paralelo. Integrantes da CPI afirmam que Bolsonaro cometeu crime ao alterar o relatório paralelo para questionar o número de mortes pela Covid-19. O vice-presidente da comissão, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), disse que o chefe do Planalto cometeu crime contra a fé pública, prevista no Código Penal, por "falsificar documento público ou alterar documento público verdadeiro".

O senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) fez uma publicação no Twitter dizendo que o depoimento já poderia ser encerrado. "O depoente já confirmou que só mandou o documento para seu pai, amigo pessoal do PR (presidente Bolsonaro). E que seu pai mandou para PR. Já pode encerrar o depoimento. Bolsonaro sabia que estava mentindo para os brasileiros. Este jogo de mentiras em rede social matou e continua matando brasileiros."

A Polícia Civil do Paraná realizou uma operação contra uma organização criminosa acusada de fraudes em licitações e adulteração de álcool em gel. Três pessoas foram presas em São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, na quinta-feira (24).

Os policiais também cumpriram mandados de busca e apreensão nas residências dos investigados e em três indústrias que também são alvos da investigação. Foram apreendidos documentos e aparelhos eletrônicos.

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As investigações tiveram início em janeiro deste ano, após uma amostra de álcool em gel produzida pelas empresas ser encaminhada para o Centro de Ciências Forenses, do Laboratório de Ressonância Magnética Nuclear da UFPR.

A análise constatou que os produtos estavam cerca de 10% abaixo das especificações técnicas exigidas pela Anvisa. As amostras foram encaminhadas para outro laboratório e também reprovadas. 

Após as análises, a Secretaria Estadual de Saúde do Paraná orientou a interdição dos produtos das empresas investigadas. Segundo a Polícia Civil, elas fabricaram toneladas de produtos químicos de forma irregular nos últimos dois anos.

Durante as investigações, também foi descoberto que as três indústrias faziam ilegalmente uso do registro de notificação de produto na Anvisa de duas grandes marcas de álcool do país. As indústrias usavam o registro como se a marca fosse delas, além de fraudar os rótulos e o nome do engenheiro químico responsável.

No site comercial dos investigados, eles colocavam logomarcas de empresas multinacionais famosas, conhecidas do público consumidor, com depoimentos de supostos funcionários destas grandes marcas, como se elas estivessem reforçando a qualidade dos produtos. Quando os policiais civis constataram as empresas que apareciam no site, todas elas marcas multinacionais, estas negaram qualquer depoimento postado no site dos investigados. 

Foi apurado que as três empresas investigadas são da mesma havia e que também houve fraude a licitações. Os alvos forneciam para prefeituras testes para o diagnóstico de Câncer de Próstata. Somente as três empresas investigadas participavam do processo licitatório, sem nem ter autorização para comercialização destes produtos. 

Outras pessoas devem ser indiciadas, como contadores, advogados e mais empresários. A polícia não descarta a participação de agentes públicos. Os envolvidos devem responder por crime contra a saúde pública, crime contra o meio ambiente, associação criminosa, coação no curso do processo, falsidade ideológica, crime contra a administração pública e lavagem de dinheiro.

A Polícia Rodoviária Federal (PRF) prendeu um caminhoneiro de 46 anos que usou fita esparadrapo para adulterar a placa de seu veículo na BR-116 em Campina Grande do Sul, região metropolitana de Curitiba-PR. O flagrante ocorreu no final da manhã da quarta-feira (30).

Policiais desconfiaram do veículo e fizeram uma consulta da placa. O sistema apontou que os dados eram de um carro modelo Gol.

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Após abordarem o caminhão, os policiais confirmaram a adulteração com fita. O caminhoneiro transformou a letra 'G' em 'O' e o número '1' em '4' tanto na placa dianteira quanto na traseira.

O crime de adulteração tem pena prevista de três a seis anos de prisão. O preso foi encaminhado à Delegacia de Campina Grande do Sul.

Noventa e três pessoas morreram e pelo menos 200 foram hospitalizadas na região nordeste da Índia depois que consumiram bebida alcoólica adulterada, anunciaram as autoridades neste sábado, menos de duas semanas depois de um caso idêntico que provocou 99 vítimas fatais no norte do país.

"O número de mortos (no distrito de Golaghat) subiu para 58 e 75 pessoas estão sob tratamento em hospitais", afirmou à AFP Dhiren Hazarika, funcionário do distrito do estado de Assam.

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No distrito vizinho de Jorhat, as autoridades anunciaram 35 mortes pelo consumo de bebida adulterada.

Muitas vítimas, incluindo várias mulheres, trabalhavam em plantações de chá da região.

"As pessoas chegaram ao hospital com fortes vômitos, sem ar e com dores intensas no peito", afirmou à AFP o médico Ratul Bordoloi, subsecretário de Saúde de Golaghat.

O governador do estado de Assam, Sarbananda Sonowal, ordenou uma investigação. A polícia anunciou as detenções de um homem que vendia álcool adulterado e de dois fiscais do distrito por não tomaram as medidas adequadas antes da comercialização da bebida.

No início do mês, 99 pessoas morreram vítimas bebida alcoólica adulterada e muitas vítimas foram hospitalizadas em uma região entre os estados de Uttar Pradesh e Uttarakhand (norte), a 150 km da capital Nova Delhi. A polícia iniciou na ocasião uma grande operação contra as destilarias clandestinas.

Centenas de indianos pobres morrem a cada ano vítimas do consumo de bebidas adulteradas. Os contrabandistas adicionam com frequência metanol - um composto muito tóxico às vezes utilizado como anticongelante - em sua mistura.

Dos 5 bilhões de litros de bebidas alcoólicas consumidas por ano na Índia quase 40% são produzidos ilegalmente, segundo a International Spirits and Wine Association of India.

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, sancionou uma lei que impede donos de postos de combustíveis de continuarem atuando no setor caso sejam autuados por fraude. Caso o estabelecimento seja flagrado cobrando valor maior do que a quantidade de combustível que vai para o tanque do veículo, a inscrição de contribuinte no ICMS será cassada de forma automática e o responsável perderá o direito de exercer atividade no ramo por cinco anos.

O órgão responsável pela fiscalização das bombas em São Paulo é o Instituto de Pesos e Medidas (IPEM), em operações coordenadas pelo Procon, que diz que os dois tipos de fraudes mais praticadas são a adulteração do combustível e a manipulação do fluxo que sai da bomba. “Chegamos a pegar gasolina com 60% de álcool, prejudicando o motor, e agora um fato novo, o bomba baixa, que é um chip que é colocado na bomba e marca 30 litros, mas entram, de fato, 27 litros”, disse o governador com base em informações do Procon.

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A cassação da inscrição no ICMS por fraude já é prevista por uma lei estadual de 2007, porém, ela só permitia o procedimento em caso de adulteração da composição do combustível. Com a nova regulamentação, os casos de fraudes relacionadas à quantidade serão punidos da mesma forma.

A Vale nega "veemente que tenha ocorrido qualquer adulteração de dados por parte da empresa". A informação foi publicada em comunicado nesta sexta-feira (3) no jornal Folha de S.Paulo e responde à matéria do dia 31 de maio sobre o rompimento da barragem da Samarco, sua controlada, em Mariana (MG), no dia 5 de novembro de 2015.

"Não houve nem poderia haver qualquer alteração de dados sobre o lançamento de lama na barragem de Fundão em seus Relatórios Anuais de Lavra (RALs), pois a Vale não fez reporte sobre tal estrutura, operada por outra empresa, no caso a Samarco."

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A empresa informa que houve, de fato, retificações nos RALs referentes ao ano-base de 2010 a 2014 por uma divergência no entendimento de conceitos técnicos em alguns itens e equívocos aleatórios de digitação. "A divergência técnica foi sanada após reunião de alinhamento, em 18 de dezembro de 2015, com o DNPM", informa a mineradora, que acrescentou que dos 3.350 campos presentes no RAL, houve necessidade de retificação de apenas 1% das informações. "Um dado que foi mantido inalterado foi o teor de concentração de minério de ferro nas operações da usina de Alegria."

Segundo a Vale, a informação sobre retificação foi compartilhada com Polícia Federal e Ministério Público e no dia 16 de março de 2016 novos esclarecimentos foram prestados à DNPM sobre a RAL ano-base 2014.

Segundo detalhes do relatório da Polícia Federal, também publicado pelo O Estado de S. Paulo em 1º de junho, a Vale mantém próxima da área de Fundão a mina de Alegria. Segundo o relatório, foi constatada "diferença entre (o volume) declarado pelas empresas Vale e Samarco e a quantidade real de rejeitos de lama despejada na barragem de Fundão", além de "não informação", a técnicos que fariam a declaração de estabilidade da estrutura, de que rejeitos da Vale eram lançados na represa.

A constatação foi sustentada, entre outros pontos, a partir de depoimento do gerente-geral de Operações da Samarco na época, Wagner Milagres. Aos delegados, o funcionário da mineradora disse aos delegados que "a Samarco não fazia nenhum tipo de medição de lama depositada pela Vale na Barragem de Fundão". Um contrato previa o uso de Fundão para lançamento de rejeitos pela Vale.

Entre os dias 20 e 27 de maio, 42  policiais miltares, civis e da Rodoviária Federal, de nove estados do Nordeste, participaram da Operação Temática de Enfrentamento a Fraude Veicular , uma espécie de treinamento prático coordenado pela divisão nacional de combate ao crime. O alvo foi a região do Vale do São Francisco, que segundo a PRF, possui um grande mercado de aquisição de produtos de furto e roubo e há a necessidade de coibir e identificar os pontos de comercialização.

De acordo com o coordenador da operação e membro da divisão de combate ao crime, no Distrito Federal, Leonardo Ramos, os policiais puderam, em campo, intensificar as ações de fiscalização de veículos automotores, reboques e semirreboques, com ênfase na identificação de seus elementos identificadores. As ações aconteceram em rodovias federais que cortam as cidades de Remanso-BA, São Raimundo Nonato-PI, Araripina-PE, Floresta-PE, Petrolina-PE e municípios circunvizinhos.

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Para o inspetor Paulo Lima, os homens e mulheres que participaram da Operação estão aptos a combater a fraude veicular em sua região. “Estes policias retornam às suas bases com a responsabilidade de multiplicar o conhecimento que adquiriram durante o curso. Este é um tipo de trabalho que requer uma técnica especializada e eles estão capacitados para isto”, ratifica.

Resultados - A III Operação Temática de Enfrentamento a Fraude Veicular/Sertão concluiu suas atividades com  31 veículos recuperados, 2 veículos com suspeita de adulteração, 2 agregados recuperados, 3 agregados com suspeita de adulteração, 1 arma apreendida, 3 munições apreendidas,  6 documentos falsos, 2 mandados de prisão cumpridos e 12 pessoas detidas.

Com informações de assessoria

A Justiça acolheu pedido do Ministério Público (MP) do Rio Grande do Sul e soltou nesta sexta-feira três supostos envolvidos com a adulteração do leite que haviam sido presos na quarta-feira, 22. O transportador Antenor Signor, o irmão dele, o agricultor Adelar Signor, e o motorista Odirlei Fogalli, moradores de Rondinha, aguardarão o andamento do inquérito e, se for o caso, responderão ao processo em liberdade, podendo ser beneficiados com redução de penas por ter colaborado com a investigação.

Em depoimento, Antenor Signor admitiu que adulterava o leite que transportava adicionando uma mistura de ureia e água ao volume que recolhia de produtores rurais para entregar num posto de resfriamento em Selbach, de onde a carga era enviada à Confepar, do Paraná. Ao mesmo tempo, inocentou Adelar Signor, afirmando que ele não participava da fraude. Fogalli também conduzia caminhões de recolhimento de leite na região e teria conhecimento da adulteração. A Confepar emitiu nota afirmando que as suspeitas de que comprava leite adulterado são infundadas e "uma estratégia da quadrilha responsável pela adulteração" para, com isso, "desviar a atenção da mídia e da investigação para as indústrias".

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Desde que os promotores e uma força policial começaram a cumprir mandados de prisão, no dia 8, foram detidos 13 acusados. Os três liberados nesta sexta se somam a outros dois que foram soltos no mesmo dia do depoimento, em 8 de maio. Os outros oito continuam presos. O promotor Mauro Rockenbach afirma que a investigação prossegue e pode chegar a novos suspeitos na próxima semana.

A Polícia Civil prendeu mais um suspeito de participação da fraude do leite no Rio Grande do Sul nesta quinta-feira, 23. O transportador Paulo Rogério Schultz apresentou-se à delegacia de Três de Maio, no oeste do Estado, depois de saber que a Justiça havia emitido mandado de prisão preventiva contra ele.

Na quarta-feira, durante a segunda fase da Operação Leite Compen$ado, a força-tarefa do Ministério Público, Ministério da Agricultura e Brigada Militar havia encontrado uma anotação com a fórmula de adição de água e ureia ao leite na casa do transportador. Ao todo, 12 pessoas já foram presas preventivamente por envolvimento com as adulterações.

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O Ministério Público revelou, em nota divulgada no final da tarde, que outro transportador, Antenor Pedro Signor, de Rondinha, aceitou acordo de delação premiada e confirmou participação na fraude. Em depoimento, ele contou que a mistura de água e ureia era adicionada ao leite depois da coleta junto aos produtores e entregue em um posto de resfriamento em Selbach, de onde era remetido para uma cooperativa paranaense.

O promotor Mauro Rockenbach disse que vai pedir a imediata concessão de liberdade para Signor e a redução pela metade da pena que venha a ser aplicado ao transportador pela Justiça.

Uma força-tarefa de policiais, promotores de Justiça e funcionários do Ministério Público do Rio Grande do Sul prendeu mais quatro envolvidos com mais dois núcleos de fraudadores do leite no Rio Grande do Sul, nesta quarta-feira, 22, durante a segunda etapa da Operação Leite Compen$ado.

Os novos suspeitos são vinculados a esquemas de adição de água e uréia ao leite comprado de produtores rurais em Rondinha e Horizontina, no noroeste do Estado, para revender à indústria de beneficiamento do produto. Outros sete estão presos desde 8 de maio por esquemas semelhantes em Ibirubá e Guaporé.

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Apesar de usar o mesmo método dos demais para aumentar o volume do leite, cada grupo agia isoladamente, sem ter qualquer ligação com os outros. O promotor Mauro Rockenbach constatou, no entanto, que ao menos o veterinário, Daniel Riet Villanova, preso desde a primeira etapa da operação e contra quem a Justiça emitiu um segundo mandado de prisão preventiva na etapa atual, tinha conexões com os núcleos de Ibirubá e Rondinha.

Os fiscais do Ministério da Agricultura queimaram nesta terça-feira (21), 6,2 toneladas de leite em pó por causa da adulteração do leite cru. A fraude foi revelada na operação "Leite Compen$ado" desencadeada em conjunto com o Ministério Público Estadual no Rio Grande do Sul. Na esteira das investigações, a fiscalização apreendeu há duas semanas 318 mil litros de leite cru em três postos de refrigeração e constatou irregularidades em 28,3 mil litros. Os fraudadores adicionavam ureia, que contém formol, ao produto.

Segundo o Ministério da Agricultura, os 28,3 mil litros que apresentavam indícios de fraudes eram oriundos de dois entrepostos que foram interditados. Os problemas foram detectados em 7,5 mil litros de leite cru da empresa Líder Alimentos, em Crissiumal (RS), e em 20,8 mil litros do laticínio Marasca, que fica em Selbach (RS).

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A Defesa Agropecuária destruiu 2,12 toneladas de leite em pó do Marasca que foram produzidas a partir dos 20,8 mil litros fraudados. No caso da Líder, ao volume de 7,5 mil litros apreendidos foram adicionados mais 25,5 mil litros para transformação em leite pó, resultando em 4,1 toneladas do produto processado que foram destruídas.

O Ministério da Agricultura informa que a Superintendência Federal no Rio Grande do Sul (SFA/RS) aguarda os resultados das análises das amostras do restante do leite cru apreendido para definir o destino dos demais lotes que estão apreendidos em uma empresa que auxilia as ações.

Cadeia

O Ministério da Agricultura promove uma reunião nesta quarta (22), em Brasília, com a participação de representantes de toda cadeia do leite, para discutir mudanças na forma de pagamento dos laticínios aos transportadores, uma vez que as fraudes ocorreram na remoção no produto das fazendas até as indústrias. Como se trata de uma relação comercial privada, o ministro da Agricultura, Antônio Andrade, sugere que os laticínios gaúchos adotem o padrão de outros Estados e paguem aos transportadores por quilômetro rodado e não por volume de leite entregue.

O juiz de Direito Ralph Moraes Langanke aceitou denúncia do Ministério Público do Rio Grande do Sul contra 11 e rejeitou contra um dos acusados pela adulteração do leite na região de Ibirubá, no noroeste do Rio Grande do Sul, em decisão tomada nesta segunda-feira, 20. Os promotores que atuaram no caso afirmam que, no período entre dezembro de 2012 a maio de 2013, os denunciados associaram-se para adulterar o leite in natura, mediante a adição de água e ureia, que contém formol, substância considerada cancerígena, em sua composição. Eles responderão por adulteração de alimentos e formação de quadrilha.

O produtor rural Arcídio Cavalli foi excluído do processo. O juiz considerou que a ureia que o agricultor adquiriu no período foi entregue nas propriedades rurais que tem na região para ser usada como fertilizante.

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Em Guaporé, no nordeste do Estado, a Justiça aceitou denúncia do Ministério Público Estadual contra dois empresários que teriam montado esquema de adulteração do leite idêntico, mas sem conexões com o de Ibirubá. As ações penais tramitarão sob segredo de Justiça. O Ministério Público pode oferecer denúncia contra um terceiro grupo de fraudadores, da região de Horizontina, no oeste do Rio Grande do Sul, nesta semana.

O Ministério Público (MP) do Rio Grande do Sul denunciou nesta sexta-feira à Justiça mais 12 suspeitos de participação na adulteração do leite. A fraude foi descoberta em investigação iniciada em 2012 que levou à prisão preventiva de sete acusados no dia 8. Em pelo menos três regiões do Estado, grupos diferentes, sem conexões entre eles, operavam da mesma maneira, adicionando água e ureia, produto que contém formol, substância considerada cancerígena, ao leite que compravam de produtores rurais para revender à indústria.

A primeira denúncia havia sido oferecida na quarta-feira, 9, contra dois envolvidos no chamado "núcleo de Guaporé", na Serra Gaúcha, onde há um preso. Desta vez, os acusados são do "núcleo Ibirubá", no noroeste do Estado, onde estão os outros seis presos. Na próxima semana, será oferecida a denúncia contra o "núcleo Horizontina", no oeste do Rio Grande do Sul, onde não há presos preventivamente.

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Entre os 12 denunciados nesta sexta-feira, estão empresários, motoristas e funcionários de um posto de resfriamento de leite e um médico-veterinário. Em nota, o Ministério Público relacionou os envolvidos como João Cristiano Pranke Marx, Angelica Caponi Marx, João Irio Marx, Alexandre Caponi, Daniel Riet Villanova, Paulo Cesar Chiesa, Arcidio Cavalli, Rosilei Geller, Natalia Junges, Cleomar Canal, Egon Bender e Senald Wachter.

Cada um cuidava de tarefas específicas, como recolher o leite em propriedades rurais, adicionar a mistura e enviar o produto adulterado à indústria. O grupo também tinha "olheiros" que avisavam os motoristas da eventual presença de fiscais do Ministério da Agricultura e tinha um sistema peculiar de comunicação. "Quando um integrante do esquema oferecia música sertaneja (em uma rádio local) para um dos comparsas, estava, na verdade, orientando a forma de proceder da adulteração", revelou o promotor Mauro Rockenbach. Além disso, para tentar driblar possíveis escutas telefônicas, usavam termos como "brique, saguzinho e sopa" para se referir a operações e à própria fraude.

Se a denúncia for aceita pela Justiça, os envolvidos responderão pelos crimes de adulteração de alimentos, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro. Todos os lotes que continham leite identificado como adulterado foram recolhidos do varejo pelas indústrias, a pedido do MP e do Ministério da Fazenda.

O Ministério Público do Rio Grande do Sul deve ampliar a investigação da fraude do leite e pode pedir a prisão de mais envolvidos com a irregularidade nos próximos dias. As duas possibilidades passaram a ser admitidas por promotores ligados ao caso. Depois da divulgação da Operação Leite Compen$sado, na quarta-feira passada, 8, eles receberam denúncias anônimas de que o esquema de adulteração da bebida pode ter sido maior do que o descoberto até agora.

As investigações já feitas indicam que alguns dos transportadores que compravam leite dos produtores para revender a bebida à indústria adicionavam água para aumentar o volume e, para compensar a perda nutricional, acrescentavam ureia, produto que contém formol em sua composição e, por isso, é considerado cancerígeno pela Organização Mundial da Saúde. Conseguiam, com isso, aumentar o faturamento em até 10%. Os lotes que continham leite adulterado e já estavam distribuídos em caixinhas pela indústria foram recolhidos antes mesmo de a operação ser conhecida do público.

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Das nove pessoas presas preventivamente durante a operação, duas foram liberadas no mesmo dia, depois de prestarem depoimento. Outras seis, do chamado "Núcleo de Ibirubá", ficaram presas em Soledade. Nos depoimentos, na sexta-feira, 10, cinco delas ficaram caladas. Um empresário se manifestou para alegar que é inocente e se limitava a transportar o leite, sem ter conhecimento de qualquer adulteração.

Nesta segunda-feira, 13, o promotor Mauro Rockembach tomou o depoimento do empresário Leandro Vicenzi, de Guaporé, onde haveria um segundo "núcleo" da fraude, que também negou cometer ou conhecer a prática de irregularidades. Alegando ter colhido novas evidências, o Ministério Público vai pedir novamente que a Justiça emita mandado de prisão preventiva contra um suspeito de um terceiro "núcleo", de Horizontina. A primeira solicitação, feita com as demais, foi negada.

Rockembach vai passar a terça-feira, 14, analisando as informações já colhidas e preparando a denúncia da fraude para encaminhá-la à Justiça na quinta-feira. É provável que os envolvidos sejam acusados de crime hediondo de corrupção de produtos alimentícios.

O Ministério da Agricultura corrigiu há pouco informação sobre a localização de um dos laticínios investigados por adulteração no leite. Segundo a diretora substituta do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Dipoa), do Ministério da Agricultura, Judi Nóbrega, os testes de laboratório realizados nesta quinta-feira, 9. confirmaram a adição de ureia fertilizante, que contém formol, em laticínios dos municípios de Crissiumal - e não Guaporé - e Selbach. A fiscalização do Ministério da Agricultura detectou fraude em mais duas amostras de leite cru entre 30 análises feitas em laticínios do Rio Grande do Sul.

A Coordenação de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Cispoa), da Secretaria da Agricultura do Rio Grande do Sul, determinou a retirada de novos lotes do leite LatVida e de outras marcas produzidas pelo fabricante VRS - Indústria de Laticínios. "A medida, definida como de preocupação e com objetivo de resguardar a saúde do consumidor, atinge também as marcas Hollmann, Goolac e Só Milk", informa a Secretaria em nota.

A operação que detectou contaminação do leite comercializado no Rio Grande do Sul já havia resultado em apreensão nesta quarta, 8. Após análise de amostras realizadas em janeiro pelo laboratório oficial da pasta foi possível identificar a presença do formol em seis lotes de leite UHT da marca Italac (da Goiasminas Indústria e Lacticínios Ltda), produzido na unidade de Passo Fundo - RS (SIF 1369); em um lote de leite Líder (da Laticínios Bom Gosto/LBR), fabricado na fábrica de Tapejara - RS (SIF 4182), produzido em 17 de dezembro de 2012, e em um lote do leite UHT Mu-Mu, de 18 de janeiro de 2013 produzido pela Vonpar Alimentos na unidade de Viamão - RS (SIF 1792). Todos os lotes problemáticos foram recolhidos de circulação.

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A lista com os lotes retirados do mercado está no site da Secretaria de Agricultura do Rio Grande do Sul.

Nono suspeito de participação na fraude do leite detectada pelo Ministério Público do Rio Grande do Sul, o empresário Paulo César Chiesa se apresentou à Polícia Civil, em Ibirubá, nesta quinta-feira e explicou que não foi encontrado nesta quarta-feira, 8, porque estava fora de seu domicílio. Com isso, todos os nove mandados de prisão preventiva expedidos pela Justiça estão cumpridos. Outras oito pessoas apontadas como responsáveis pela adulteração do produto foram presas na quarta-feira e duas delas, liberadas depois de prestar depoimento, voltaram para suas casas.

A investigação apontou que diferentes grupos de transportadores, sem conexões entre eles, costumavam acrescentar água tirada de poços e uréia ao leite que compravam de produtores rurais e revendiam à indústria para beneficiamento. Com isso, aumentavam o volume do produto e também seus rendimentos.

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O Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Dipoa), do Ministério da Agricultura, vai ampliar para todo território nacional a investigação sobre adulteração no leite com adição de ureia agrícola, fraude que resultou na prisão de oito pessoas nesta quarta-feira, 8, no Rio Grande do Sul. A diretora substituta do Dipoa, Judi Nóbrega, explicou que até o dia 20 deste mês serão coletadas análises em 90 usinas para detectar todos os tipos de fraudes possíveis.

No caso do Rio Grande do Sul, ela afirmou que o Dipoa vem investigando o caso desde novembro, quando foram constatados os primeiros resultados de presença do formaldeído no leite cru que chegava as usinas. O formaldeído é uma substância presente na ureia agrícola, cujo uso em fraudes no leite até agora era desconhecido pela fiscalização. A operação conjunta montada nos últimos meses em parceria com o Ministério Público Estadual (MP-RS) culminou com a expedição de nove mandados de prisão e oito de busca e apreensão nas cidades gaúchas de Ibirubá, Guaporé e Horizontina.

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A diretora afirmou que a participação do Ministério Público foi importante para chegar até os responsáveis pelas fraudes, pois a identificação dos culpados se tornou possível graças às escutas telefônicas autorizadas pela Justiça. A investigação conclui que a fraude, considerada crime hediondo, era praticada por cinco empresas transportadoras de leite, que no caso do Rio Grande do Sul são empresas independentes, sem vinculação direta com as indústrias. Mesmo assim, diz a diretora, os laticínios são responsáveis pela fiscalização de seus fornecedores.

A Associação Brasileira da Indústria de Leite Longa Vida (ABLV) disse, em nota, que os itens disponíveis no mercado hoje "encontram-se em perfeitas condições de consumo". "Os [oito] lotes identificados com problema foram retirados do mercado e não se encontram mais à disposição do consumidor."

A ABLV disse acompanhar desde o início o trabalho realizado há meses pelo Ministério da Agricultura e Ministério Público, mantido sob sigilo pelas autoridades em razão da natureza da investigação. "O problema foi pontual e ocorreu com a matéria-prima (leite cru) durante seu transporte", declarou, sem explicar como o item chegou a ser comercializado com adulterações. A ABLV também disse que "condena veementemente qualquer ação que comprometa os padrões de qualidade do leite e a segurança do consumidor e confia na apuração dos fatos e na responsabilização dos culpados".

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A representação do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento no Rio Grande do Sul (SFA-RS) e o Ministério Público do Estado (MP-RS) desencadearam nesta quarta-feira, 8, a Operação Leite Compen$ado, que resultou no cumprimento de nove mandados de prisão e oito de busca e apreensão nas cidades de Ibirubá, Guaporé, Horizontina.

Conforme o Ministério, em nota, na análise de amostras realizadas em janeiro pelo laboratório oficial da pasta foi possível identificar a presença do formol em seis lotes de leite UHT da marca Italac (da Goiasminas Indústria e Lacticínios Ltda), produzido na unidade de Passo Fundo - RS (SIF 1369); em um lote de leite Líder (da Latícinios Bom Gosto/LBR), fabricado na fábrica de Tapejara - RS (SIF 4182) e em um lote do leite UHT Mu-Mu, de 18 de janeiro de 2013 produzido pela Vonpar Alimentos na unidade de Viamão - RS (SIF 1792).

Procurada pela reportagem, a Italac classificou o episódio como "pontual". Em nota, disse que todos os itens identificados com problema foram retirados do mercado e que os outros produtos da companhia encontram-se em "perfeitas condições de consumo com total segurança e qualidade". A empresa afirmou que defende ações que assegurem a qualidade do leite em toda a sua cadeia de produção.

Já a Líder, marca de UHT da LBR - Lácteos Brasil, informou, por meio de nota, que cinco transportadoras terceirizadas de leite cru foram descredenciadas pela companhia após o episódio da adulteração de itens no Estado do Rio Grande do Sul. A empresa também disse ter decidido fechar um dos postos de resfriamento no Rio Grande do Sul por causa da ação de fraudadores na região.

Investigações no Rio Grande do Sul apuraram que cinco empresas de transporte de leite adulteraram o produto cru entregue para a indústria. Nesta quarta-feira, 8, pela manhã o Ministério Público gaúcho desencadeou a Operação "Leite Compen$ado", com o cumprimento de 10 mandados de prisão e oito de busca e apreensão nas cidades de Ibirubá, Guaporé e Horizontina.

A ação, que tem apoio do Ministério da Agricultura, da Receita Estadual e da Brigada Militar, constatou que uma das formas de fraude identificadas é a da adição de uma substância semelhante à ureia, e que tem formol em sua composição, na proporção de 1 kg deste produto para 90 litros de água e mil litros de leite.

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A adulteração consiste no crime hediondo de corrupção de produtos alimentícios, previsto no artigo 272 do Código Penal, informa o Ministério Público gaúcho em seu site. A simples adição de água, com o objetivo de aumentar o volume, acarreta perda nutricional, que é compensada pela adição da ureia - produto que contém formol em sua composição - e é considerado cancerígeno pela Agência Internacional para Pesquisa sobre Câncer e pela Organização Mundial de Saúde (OMS).

Segundo o Ministério Público do Rio Grande do Sul, a falsificação foi comprovada por meio de análises químicas do leite cru, onde foi possível identificar a presença do formol, que mesmo depois dos processos de pasteurização, persiste no produto final. Com o aumento do volume do leite transportado, os "leiteiros" lucravam 10% a mais que os 7% já pagos sobre o preço do leite cru, em média R$ 0,95 por litro.

As empresas investigadas transportaram aproximadamente 100 milhões de litros de leite entre abril de 2012 e maio de 2013. Desse montante, estima-se que 1 milhão de quilos de ureia contendo formol tenham sido adicionados. Amostras coletadas no decorrer da investigação em supermercados de Porto Alegre apontaram fraude em 14 lotes de leite UHT.

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