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No último domingo (22),  Daniela Mercury celebrou os 40 anos de carreira em um show com convidados. No palco, a baiana se soltou, celebrou e ainda deu um beijo do tipo selinho na amiga, a também cantora Ivete Sangalo. 

O momento repercutiu nas redes sociais. O beijo aconteceu, na Sapucaí, no Rio de Janeiro. após as duas cantarem a música 'Rede'. Daniela brincou: "Dez anos atrás, quando casei com Malu [Verçosa], você disse que era minha fã. E aí?".

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Em resposta à provocação, Ivete deu um selinho na artista. Após o carinho' entre as amigas, as duas caíram na risada. "Eu nunca tinha beijado porque a Malu não deixava. Agora posso dizer que já peguei!", brincou Ivete.


 

A produção cinematográfica “A Baleia”, que rendeu o oscar de “Melhor Ator” para Brendan Fraser, conta a história de Charlie, um professor de literatura acometido por obesidade severa e que vive recluso, longe dos amigos, familiares e da filha Ellie, personagem de Sadie Sink, da qual se mantém distante desde que ela tinha apenas oito anos. Na trama, a história de Charlie aborda temas como obesidade, depressão, homossexualidade e o abandono afetivo, com a discussão sobre as consequências da ausência afetiva na vida de crianças e adolescentes. 

No filme, mesmo se mantendo afastado por escolha própria, o pai de Ellie continuou a contribuir financeiramente para o sustento da filha. Mas a postura dele causa o seguinte questionamento: será que somente pagar a pensão alimentícia é suficiente para o desenvolvimento de uma criança psicologicamente saudável?

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Segundo a advogada Melissa Maciel, especialista em Direito da Família, os deveres dos pais em relação aos filhos vão além de prover o sustento financeiro. “Os pais possuem o que nós denominamos no direito das famílias como poder familiar, que se configura como conjunto de direitos e deveres em relação aos filhos menores, divididos em dois blocos: material e emocional. Material é o que todo mundo conhece, que é de prover a subsistência através da pensão, e o emocional está atrelado ao dever de cuidado e criação dos filhos. Toda criança, e o adolescente, para se desenvolver de forma plena, precisa desse amparo afetivo”, argumentou.

Negligenciar afetivamente os filhos, não prestar assistência psíquica, moral e social ou omitir cuidados referentes à criação e educação são práticas configuradas como abandono afetivo. Ainda que não seja crime, a prática  pode levar o(a) genitor(a) ausente a pagar uma indenização, com base no Artigo 227 da Constituição Federal, que prevê como dever da família proteger crianças e adolescentes de toda negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão. 

"Ninguém é obrigado a dar afeto. Só que existe um dever de prover o amparo psicológico para garantir que esse menor cresça de forma plena. Os pais possuem um dever de preservar os filhos de qualquer negligência ”, afirmou Melissa. 

Em “A Baleia”, Ellie cresceu assustada, arredia e com dificuldade de se relacionar com as pessoas à sua volta, sinais de possíveis traumas causados pelo abandono paterno e que prejudicaram o seu desenvolvimento psicológico. Na vida real, uma jovem de 20 anos, que preferiu não ter a identidade revelada, relatou que, apesar de não ter ressentimentos, carrega muitas dores devido à ausência do pai. “Eu sinto que se eu tivesse o amor de pai, não teria desencadeado tantos gatilhos e seria uma pessoa mais forte, sinto que a maior parte do meu dos meus problemas psicológicos são por conta disso. Nunca tive e não tenho mágoa, mas dentro de mim sinto falta. Eu queria ter tido um amor paterno, acho que toda pessoa que quer ter o amor de um pai presente”, narrou. 

Assim como no filme, a jovem contou que recebe pensão alimentícia do genitor até hoje. No entanto, ela sente falta da presença física e do afeto. “Na minha vida ele só é presente de forma financeira, nunca deixou faltar nada e sempre que pode, ajuda. E pra falar a verdade, eu entendo que isso é uma forma de amor, ele está amando do jeito dele e acha que colocar a comida na mesa é uma forma de amor. Só que não é o suficiente, não supre a necessidade, não não supre o amor, o carinho, o cuidado”, lamentou. 

Crianças e adolescentes com pais ausentes podem desenvolver baixa autoestima, insegurança, medo excessivo, dependência emocional e, em alguns casos, depressão. De acordo com a consteladora familiar, hipinoterapeuta conversacional e mentora sistêmica Tayna Caroline, estar sempre na defensiva, apreensivo e ter baixa tolerância à frustração também podem ser marcas do trauma. 

“Essa pessoa pode se tornar, por exemplo, muito passiva. Imagina que ela tem um desafio profissional de se expor a oferecer o seu serviço para alguém. Então, ela vai estar em contato com uma experiência na qual pode receber um não ou se sentir frustrada. Para não entrar em contato com essa memória de dor, ela desiste de fazer esse movimento, ela desiste de tentar”, citou Tayna.

Além disso, um adulto com feridas de abandono na infância também pode refletir isso no campo dos relacionamentos afetivos. “Às vezes ele vai entrar em polo ou ativo ou passivo na relação. No polo passivo é a pessoa dependente, que precisa dos outros pra fazer tudo e não faz nada sozinha. Ou a pessoa entra num polo ativo, em que ela é uma doadora compulsiva, que faz sempre mais na relação. Ela se esforça muito para oferecer razões para a outra pessoa não ir embora, como um dia já fizeram lá atrás”, pontuou.

A terapeuta destacou, ainda, que o abandono também pode acontecer por parte de pais que estão presentes fisicamente, mas não atendem às necessidades emocionais dos filhos. “Como consequência dessa experiência, muitas vezes a criança pode desenvolver um um recurso de dependência muito forte e, para não entrar em contato com essa ferida, com essa dor de abandono, ela começa a criar recursos. Uma pessoa que sofreu um trauma de abandono em algum período primário é geralmente mais comunicativa; você olha e consegue ler o que ela está sentindo, porque se torna uma pessoa muito expressiva, já que lá atrás ela precisou desenvolver esses recursos para que tivesse suas necessidades atendidas”, explicou.

No Brasil, o abandono paterno é uma realidade assustadora. Somente no primeiro semestre de 2022, mais de 86 mil crianças foram registradas sem o nome do pai na certidão de nascimento. O dado é ainda mais assustador se comparado ao de natalidade, já que 2022 também registrou o menor número de nascimentos dos últimos quatro anos. 

Por Kamilla Murakami (sob a supervisão do editor prof. Antonio Carlos Pimentel).

 

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A associação Maria Bonita, projeto voluntário de colaboração e compartilhamento de afeto para mulheres em tratamento oncológico, reúne, há três anos, em Belém, uma rede de voluntários de diversas áreas. A ideia é fazer encontros, oficinas de maquiagem e turbantes, receber doação de lenços e serviços que possam ser úteis para as mulheres com câncer de mama.

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“Nesses anos, conseguimos construir coletivamente ações reais de inclusão, prestação de serviço, cuidados com saúde mental, melhoria da qualidade de vida e atividades de esporte, arte, cultura e lazer para mulheres, acima de 25 anos, sobreviventes do câncer ou em tratamento oncológico”, diz Fabize Muinhos, coordenadora geral do Projeto Maria Bonita.

O projeto desenvolve, entre outras atividades, a canoagem para essas mulheres, atividade já conhecida pelo pioneirismo na Região Norte e reconhecida nacional (Remadoras Rosas do Brasil) e internacionalmente (Internacional Breast Câncer Paddlers Commission - IBCPC).

O Projeto Maria Bonita se divide em 2 ações: o Maria Bonita nas Águas (ação com canoagem) e o Maria Bonita em Movimento (atividades diversas). Todos os recursos doados são aplicados nas ações do projeto e divulgado nas redes sociais (@projetomariabonitabelem). O objetivo desse movimento voluntário e colaborativo é o compartilhamento de afeto.

“Acreditamos muito na força desse projeto e no alcance das ações que promovemos. Agradeço a todos que são sensíveis a esta causa que é de tantas mulheres, não apenas daquelas que desconhecemos e figuram nas estatísticas, mas de mulheres que estão ao nosso lado, amores, amigas, família. Atendemos 50 mulheres permanentemente e as ações alcançam em média entre 200 e 280 mulheres e suas redes afetivas”, ressalta Fabize.

As ações oferecidas pela associação Maria Bonita seguem precisando de apoio e doações para que o projeto continue em andamento e ajudando muitas mulheres que precisam desse incentivo para continuar tendo perspectiva de vida. 

Saiba como contribuir e participe dessa rede solidária.

Dados para a Doação:

O PIX é 

395 056 692 91 - Fabize Muinhos.

Banco do Brasil - AG 3074 Conta 127041-9.

Por Amanda Martins (sob a supervisão do editor prof. Antonio Carlos Pimentel).

 

O Dia dos Namorados, celebrado neste sábado (12), abre uma janela de discussão sobre o poder transformador do amor. Embora possa parecer ingênuo falar sobre afeto em um contexto atravessado por inseguranças sanitárias e acontecimentos embrutecedores, a data faz um lembrete sobre o verdadeiro significado do sentimento, que, como classifica a poetisa norte-americana Bell Hooks, “anuncia a possibilidade de rompermos com o ciclo de perpetuação de dores e violências para caminharmos rumo a uma sociedade amorosa”.

Dito isso, é certo que o afeto não tem relação com fraqueza e irracionalidade, tampouco perfeição, como costumam exibir as lógicas idealizadas inseridas nos filmes Hollywoodianos. Ao contrário, significa encontrar potência na realidade: se o desamor é a ordem do dia no mundo contemporâneo, falar sobre amor pode ser revolucionário, e também, disseminador de esperança(s).

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Ao LeiaJá, casais dividiram suas histórias de amor e resistências coletivas. Confira, a seguir:

Natália Brown e Felipe Pires: pretas e pretos estão se amando

Foi em um aplicativo de relacionamentos famoso entre os solteiros, que a maquiadora profissional e influenciadora digital Natália Brown, 25 anos, conheceu o designer pernambucano Felipe Pires, de 30 anos. O “match” virtual, que mudaria para sempre a vida de ambos, aconteceu em 2019, semanas antes da época mais celebrada pelos solteiros: o carnaval.

Com um sorriso no rosto, Natália relembra da determinação de Felipe, que perseverou para que a aproximação ocorresse: “Eu não tinha muita paciência para usar o tal aplicativo, mas tinha colocado meu endereço do Instagram por lá. Felipe viu o nosso ‘match’ e me mandou uma mensagem na rede social vizinha”, conta, entre risadas. “A gente começou a se falar e ele perguntou o que iríamos fazer no carnaval, se a gente ia fugir para uma praia ou ia curtir juntos”, revela.

A intensa “afinidade de ideias” e de “gosto musical”, como conta Brown, começou naquele ano, depois de Felipe convidá-la para tomar um vinho, e dura até hoje. O casal, que está à espera do primeiro filho, faz parte do que o rapper Rincon Sapiência chamou de “pretas e pretos se amando”. Em outras palavras, uma relação afrocentrada.

“Antes eu era casado com uma mulher branca e tive um relacionamento atravessado por todas as questões que isso implica. Depois do divórcio, passei a entender que o amor não era uma coisa mágica, e sim, uma escolha. Quando eu saí da relação antiga, eu estava decidido, principalmente depois de um processo de criação de uma consciência racial, a me relacionar com uma mulher negra e construir uma relação afrocentrada”, conta Felipe Pires.

O designer diz ainda que viu a própria negritude ser potencializada pelo amor por Natália: “Hoje eu sou alguém que consome uma maior quantidade de referências negras, até por estar com ela, que é essa pessoa que trabalha muito focada na beleza do nosso povo”. “Depois de me relacionar com Nati eu me cerquei muito mais de negritude, e quando você se cerca, naturalmente, você se sente mais representado e confortável a adotar estéticas de maneira geral. Adotar desde a cultura negra, quanto à moda, música e arte”, continua, reforçando a importância do relacionamento para o fortalecimento da própria autoestima.

Já a maquiadora profissional, que, entre outras coisas, promove cursos de maquiagem para a pele negra, visando a construção de redes de apoio e fortalecimento para o público feminino do Recife, classifica o relacionamento como um “resgate”. “Eu nem sempre tive uma boa relação com a minha autoestima, fui muito perseguida na infância e sofri muito bullying por conta do meu cabelo e da minha boca”, desabafa. “O fato de me ver linda, usando vários cabelos, e perceber que Felipe também me acha linda de diferentes maneiras, fazendo elogios até quando eu fico triste, faz muita diferença” diz Brown. “Eu enxergo isso como um resgate, da gente se reconhecer e reconhecer nossas dores também”, complementa.

Apesar de gozarem de estabilidade financeira e já terem, inclusive, viajado o mundo juntos, o casal relata que também enfrenta olhares racistas. Nesse sentido, ambos transparecem preocupação, sobretudo, com relação à gestação do primeiro filho. Sobre o tema, Felipe, em um tom mais sério, diz que ”vê todo dia nos noticiários pessoas morrendo, e elas são sempre muito parecidas com a gente. É claro que temos medo, porque o nosso filho vai herdar as mesmas características que nós temos e toda a nossa comunidade tem”.

Para ele, “ter uma família negra é um projeto de resistência”, planejado e sonhado por ele e por Natália. “Eu acho que a gente já começou a pensar como pai e mãe. Sobretudo com relação ao entendimento de que temos um compromisso de romper com os ciclos de pobreza, desde a deseducação que foi imposta ao negro, por exemplo”, acrescenta, se referindo ao racismo epistêmico e a falta de valorização cultural e histórica da trajetória afrobrasileira.

A compreensão do casal sobre o funcionamento do racismo estrutural, aliado ao olhar amoroso de reconhecimento, é um forte exemplo de como a força transformadora do afeto é capaz de alterar as estruturas sociais vigentes. Quando perguntado sobre o significado do amor, Felipe Pires garante ser tão realista quanto apaixonado. “Amor é uma escolha diária, todo dia você acorda e, mesmo com todas as diferenças, você escolhe amar aquela pessoa”.

Natália Brown, que carrega em sua barriga a “promessa de futuro ancestral”, finaliza: “A força do amor é a mais poderosa que existe. O amor incondicional de mãe, que eu começo a sentir agora, prova que esse relacionamento afrocentrado foi, e está sendo, uma das melhores coisas que poderiam ter acontecido na minha vida”.

Maria Cireno e Maria Eduarda: mainhas de Otto

As vozes das pernambucanas Maria Cireno, engenheira e empresária de 32 anos, e Maria Eduarda, estudante e também empresária de 25, quase se confundem durante a gravação de um áudio. Em 2016, na primeira vez em que viu Eduarda, ambas estavam emocionalmente indisponíveis, e Maria não podia imaginar que meses depois, aquela seria sua primeira namorada. Do relacionamento, que a fez declarar a orientação sexual para familiares, também surgiu Otto, filho das duas, hoje casadas.

As apaixonadas dividiram o Réveillon logo após os primeiros beijos, e passaram a morar juntas em maio do ano que se iniciava, um processo que, de acordo com ambas, “não foi planejado”. O casamento no civil veio em 2018, logo após o atual presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ser eleito. De acordo com Maria Cireno, a decisão foi motivada, também, pela incerteza que surgiu após o político conservador conquistar o pleito. “Houve aquele medo de que, de alguma forma, ele fosse deslegitimar o casamento homossexual”, desabafou.

Além da vida, do amor e da maternidade, as Marias dividem também a paixão por festas e carnaval. O que resultou, inevitavelmente, em uma celebração de casamento inesquecível. “A gente já queria dar uma festa, porque a gente gosta muito de festa. Corremos com tudo e foi uma coisa bem espontânea, bem a cara da gente mesmo. Não é porque foi meu casamento não, mas foi a melhor festa que eu fui”, diz Cireno, em concordância com Duda.

O casal conta que, além de serem as primeiras da turma a firmarem um casamento, também inauguraram a maternidade no grupo de amigos. O pequeno Otto, de 9 meses, foi fruto de uma inseminação caseira e, claro, do sonho de ambas serem mães. “A relação da gente com Otto, e a forma com que a família da gente vem se desenvolvendo, inspira outras pessoas e também normaliza o conceito de família”, pontuam.

Percebendo a janela de representatividade que foi aberta por meio de sua família, Maria Eduarda confessa também, que entre os parentes mais próximos, o nascimento do filho atenuou preconceitos já há muito tempo cristalizados. Ela, que viu o próprio pai mudar de comportamento após o nascimento do primeiro filho do casal, comenta sobre as dificuldades que as duas estão enfrentando para registrar a criança.

“Otto ainda não está registrado no meu nome, e aí as pessoas viam isso, em especial minha família, e pensavam que essa situação era impossível de acontecer nos dias de hoje, se perguntavam como o preconceito pode ser algo tão latente. Porque as pessoas pensam que a lei está assegurada para todos, e não é assim”, explica Eduarda.

Maria Cireno gerou Otto através de um doador escolhido pelas duas, e acrescenta que embora o preconceito já existisse por parte de uma sociedade que demonstra lesbofobia de maneira latente, o nascimento de Otto escancarou, para a família de ambas, as nuances da discriminação. “A gente sofria preconceito, mas era entre a gente, quando a gente saia, coisas assim. Mas quando você fala de uma criança e de todos os processos normais que giram em torno do recém nascido, as pessoas começam a entender que é uma coisa diferente”.

O território seguro semeado no relacionamento, segundo elas, é uma dos mais potentes espaços para o fortalecimento das subjetividades das duas: seja para enfrentarem o machismo e a lesbofobia juntas, ou para desarticular comportamentos individuais que se esforçam para combater. Preocupadas com a construção de um mundo mais justo, Maria e Duda também demonstram o cuidado em pensar uma criação que promova a igualdade de gênero.

“Óbvio que não somos mães perfeitas e não seremos totalmente livres de machismos, mas a gente tá preocupada com isso, então eu acho que já faz uma diferença enorme”, afirma Cireno. Quando questionadas sobre o significado de amor, cada uma responde à sua maneira: Maria diz “doação”, sem titubear. Já Eduarda pondera, e declara a “paciência” como fio condutor do sentimento que as une há quase cinco anos, e que agora abriga Otto também.

Bruna de Oliveira e Paulo Melo: amor que atravessa o tempo

Em uma postagem nas redes sociais, a jornalista Bruna de Oliveira, de 24 anos, celebra mais um aniversário de namoro com o contador Paulo Melo, 25. Entre as fotos escolhidas para comemorar a data, consta o registro de um pequeno quadro pintado à mão, que estampa a frase “our love will be forever”, em português: “nosso amor será para sempre”. A modéstia obra surgiu quando o casal cursava a oitava série do ensino fundamental, há mais de uma década atrás.

Embora a história de amor tenha iniciado oficialmente quando Bruna tinha 14 anos e Paulo 15, a jornalista conta que o interesse, embora juvenil, surgiu muito antes. “Dei meu primeiro beijo da vida com ele, quando estávamos na quarta série, e foi aí, basicamente, que tudo começou. Eu super me apaixonei, mas ele não estava nem aí”, narra Bruna, entre uma risada e outra.

A trajetória dos dois, que envolve amadurecimento e autoconhecimento através do tempo, começou ainda durante a adolescência, quando Paulo, finalmente, propôs o namoro. Embora pareça ter saído de um conto de fadas, a história tem suas próprias contradições, comuns à realidade. “Eu acho que o momento mais difícil de toda a relação foi há dois anos, quando nós nos separamos”, conta a jornalista.

Durante o rompimento, que durou 3 meses, experiências individuais foram valorizadas por ambos. A força do afeto, da empatia e do respeito, como destaca o casal, fez com que o reencontro acontecesse, e que o caminho voltasse a ser vivenciado em conjunto.

Bruna de Oliveira destaca ainda, que a rede de mulheres que tem ao redor, é essencial para o fortalecimento da própria autoestima, o que também reflete nos processos de desconstrução do sexismo imbuídos em um relacionamento heterossexual. “O consumo de conteúdos que discutem a misoginia e desigualdade de gênero é algo comum entre a gente. A disposição para aprender vem sendo essencial no nosso namoro, acho que, inclusive, é a parte mais importante”, explica.

Em um dos pontos mais sensíveis da conversa, o casal comenta sobre a necessidade de  serem maleáveis e sensíveis ao que o outro está vivenciando. E embora pertençam a nichos diferentes no mercado de trabalho, por exemplo, a capacidade de demonstrar apoio frente aos desafios da carreira individual de cada um, é algo que prevalece e faz com que o amor atinja níveis ainda maiores de cumplicidade.

Para Paulo, que não acredita em amor à primeira vista, e sim em uma construção complexa, que exige tempo e disposição para a troca, a vontade de estar ao lado de quem se ama é algo que faz a diferença. “A insistência, respeitando o limite subjetivo de cada um, acompanhada de disponibilidade para o aprendizado e amadurecimento, fará com que dê certo”, afirma, de maneira realista. Bruna finaliza: “O amor é o que move montanhas e faz o impossível ser possível. É o desejo e o todo”.

Quem pensa que a popularização da internet e dos smartphones pôs fim à cultura das declarações de amor, se engana. O serviço de telemensagens, que atingiu seu auge na virada do milênio, ainda se sustenta por aqueles que conservam o romantismo à moda antiga. Enquanto as atividades econômicas sofreram um baque com a pandemia, as 'mensageiras do amor' se surpreenderam com a procura e comemoram o sucesso do Dia dos Namorados.

Carro com luzes coloridas, fogos de artifício, playlist romântica, balões e uma declaração que emociona até os corações mais ríspidos. A fórmula caracteriza o orgulho dos clientes em externar aos quatro cantos seu sentimento pela pessoa amada e, por incrível que pareça, essa vontade foi estimulada com as restrições decorrentes da Covid-19. "Eu nunca tive tanto pedido, ainda tô tentando assimilar as coisas [...] foi um aumento grande", conta Alda dos Santos, idealizadora da Desperte Corações.

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Há 20 anos no mercado, ela relembra que apostou em anúncios grátis para dar o pontapé no seu negócio e, hoje, se orgulha por ter criado os filhos com o pagamento dos eventos. Em uma rotina que não permite descanso, Alda trabalha de domingo a domingo, pelo valor de até R$ 170 por visita, e não imaginava que o Dia dos Namorados deste ano fosse tão rentável. "Começou a chover pedidos", celebra. Uma semana com cinco eventos já era motivo de alegria, pois mal sabia que nos últimos dias iria precisar se desdobrar para conseguir realizar cinco eventos diários. "Imagina a correria que não tá? Dificilmente, tem dia que eu só faço um 'carro'", esclarece.

Desde às 11h espalhando carinho, Alda não sabe a hora que vai encerrar o expediente neste dia 12, mas sabe do esforço para concluir o roteiro que se estende por bairros distantes como Parnamirim e Boa Viagem. Devido à circulação, toma precauções contra o novo coronavírus e decidiu suspendeu a entrega de flores. "Eles querem que levem a mensagem, as músicas bonitas, que solte uns fogos e pronto. Não precisa levar nada mais, nem chocolate ou buquê", aponta. 

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Com clientes em todas as áreas do Recife, a Desperte Corações faz a maioria das homenagens em edifícios, mas a recomendação para evitar aglomerações não impede que a mensagem seja entregue. "Eu falo lá debaixo e já abrange um público maior. As pessoas interagem, aplaudem, ouvem as mensagens e acabam me procurando nas redes sociais", detalha.

Embora as declarações de amor sejam fruto de um sentimento tão singelo, há quem evite ser surpreendido com as homenagens por achar que a prática é brega e ultrapassada. "Eu já ouvi dizer que é brega, mas a maioria gosta. Eu fico triste de ouvir isso e, inclusive, quando as pessoas falam comigo rindo porque quer um carro para 'tirar onda' com alguém, eu já não gosto", rebate Alda, que acrescentou, "eu levo muito a sério o que faço. Então, não contrate com o intuito de fazer palhaçada ou querer fazer uma pessoa passar vergonha. Eu trabalho com muito amor e tem um sentimento ali". 

"Já mandei mensagem desse tipo e hoje trabalho com ela"

Desde às 4h de pé para finalizar os últimos preparativos de uma das datas mais lucrativas para o setor, a criadora da Tele Carinho, Vanessa Cavalvanti, revela que a telemensagem foi sua saída para o desemprego. "Quem vê, pensa que não tem ligação, que não dá lucro, que é um negócio esquecido, mas tem muito pai e mãe de família que sobrevive com isso [...] se não parar para almoçar e jantar, a gente vai se empolgando e recebendo pedidos", aponta.

Imagina atender uma ligação misteriosa e ouvir palavras de afeto por cerca de dois minutos? Esse é o serviço que ela assumiu no início deste ano. "É algo bastante antigo e tem gente que até acha brega, e faz assim: 'ainda existe mensagem fonada?' Mas, por incrível que pareça, é um setor que dá pra você sobreviver, dá pra você pagar suas contas e ter o pão de cada dia", avalia.

Com acesso a um banco de mensagens online, ela cobra R$ 15 por telefonema e se encarrega de escolher o depoimento que se encaixa com o perfil do cliente. Realizando mais de 15 ligações por dia, ela também credita ao distanciamento, o sucesso na pandemia. "A pandemia tá fazendo com que as pessoas até tentam se comunicar mais, mandar mais mensagem e procurar meu serviço. Tem gente que não tá saindo de casa, então de alguma forma querem fazer uma homenagem", complementou.

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O Museu Paraense Emilio Goeldi é um instituto de pesquisas e estudos científicos dos sistemas naturais e culturais da região amazônica que possui três bases físicas, sendo o Parque Zoobotânico um dos principais pontos turísticos de Belém, capital do Estado do Pará. Está plantado em uma área verde, localizada no meio da cidade, que abriga uma grande diversidade de fauna e flora.

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O museu tem 150 anos e é uma das mais antigas instituições do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação. Suas atividades estão divididas entre a pesquisa, a comunicação científica e a formação de recursos humanos. As pesquisas estão organizadas em quatro coordenações: Ciências da Terra e Ecologia, Botânica, Zoologia e Ciências Humanas. O instituto também produz dois jornais científicos que estão disponíveis on-line: “Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi. Ciências Humanas” e o “Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi. Ciências Naturais”.

Há também quatro programas destinados à formação científica em diferentes níveis de ensino: Programa Institucional de Iniciação Científica Júnior (PIBIC-Jr.), destinado a estudantes do ensino médio e fundamental; Programa de Estágios, para estudantes do nível médio e de graduação; Programa Institucional de Iniciação Científica (PIBIC), destinado aos estudantes de graduação; e o Programa de Capacitação Institucional (PCI), voltado para a fixação de pesquisadores graduados e pós-graduados. Esses programas oferecem mais de 200 bolsas anualmente. 

O primeiro núcleo do museu foi fundado em 1866, por Domingos Soares Ferreira Penna, com o nome de Associação Philomática. Em 25 de março de 1871 foi então criado oficialmente o Museu Paraense, e Domingos ficou como seu primeiro diretor. Após a morte do diretor, o museu foi fechado, devido a falta de apoio e de pessoas para manter o trabalho. Em 1893 o museu foi reaberto e quem assumiu a direção foi o zoólogo suíço Émil August Goeldi (Emilio Goeldi). Ele transformou o museu em um centro de pesquisa da região amazônica. Em 1895, foi então criado o parque zoobotânico como forma de pesquisa e lazer para os paraenses. O nome Emilio Goeldi foi dado em homenagem ao zoólogo.

Emilio Goeldi foi responsável por dar fama nacional e internacional ao instituto de pesquisas, abrigando espécies raras de fauna e flora, inclusive que corriam riscos de extinção. Alguns animais chegaram a ser produzidos em cativeiro, principalmente répteis e peixes. Atualmente, o Museu Emilio Goeldi possui, ainda, uma base avançada na Floresta Nacional de Caxiuanã, ao sul do Marajó.

Tradição e memória afetiva

O Museu Paraense Emilio Goeldi faz parte da história dos paraenses. É um ponto de lazer para muitas familias e uma parada obrigatória para os turistas que visitam Belém. Além de sua importância para a comunidade científica, há também um lado que não se pode esquecer: o museu é um espaço de construção de memórias afetivas.

Nas manhãs de domingo as famílias costumam se reunir para um passeio regado a conhecimento, contato com a natureza, brincadeiras e apresentações infantis. Com 150 anos de histórias, esses passeios atravessam gerações.

Quem nunca tirou ou viu alguma foto de criança no famoso cavalinho do museu? Ou se encantou com os peixinhos do aquário? Ou mesmo subiu no castelinho imaginando ser encantado? E até ficou com medo do jacaré ou namorou perto das vitórias-régias? Com sua paisagem repleta de flores e verde, o Goeldi é um espaço ideal para quem gosta de fotografia. 

O museu também se tornou fonte de renda para alguns vendedores ambulantes que passam os domingos vendendo comidas tipicas, água de coco ou os famosos brinquedos de madeira, bolas e balões na porta de entrada do prédio centenário. Dona Onila Silva, funcionária do Banco da Amazônia, conta que sempre levou os sobrinhos e agora acompanha os filhos em passeios no museu. E ainda dá uma dica: “Eu acho que deveriam fazer mais coisas, tipo uma lojinha de suvenir, dentro do museu, que todo mundo que vem aqui não tem onde comprar nada. Por aí, todos os lugares têm loja de suvenir. Acho que deveriam investir nisso também”.

Iniciação científica desde a infância

O museu Goeldi também busca incentivar o interesse pela pesquisa desde a infância. O projeto “Pesquisadores Mirins”, que existe desde 1997, dá oportunidade para crianças e jovens entrarem em contato com algumas pesquisas que são realizadas no instituto.

Para participar, os jovens precisam estar matriculados do 4º ano do ensino fundamental até o 2º ano do ensino médio. As pesquisas ficam expostas na biblioteca Clara Galvão e podem ser utilizadas como fontes de estudo, além de serem apresentadas em ações educativas que frequentemente são realizdas no museu.

O pesquisador mirim Marlon Daniel, de 13 anos, faz parte do projeto há dois anos e fala sobre as atividades que desenvolve. “O trabalho do pesquisador mirim é conhecer a Amazônia e falar sobre o bem para as pessoas. Desde o ano passado estou conhecendo mais um pouco sobre a nossa região.”

Abraço para salvar o museu

No dia 4 de setembro de 2017, o diretor do Museu Goeldi, Nilson Gabas Júnior, divulgou uma carta aberta ao público em que anunciava o provável fechamento do Parque Zoobotânico e da Estação Científica Ferreira Penna. O motivo: falta de verba para manter os espaços funcionado, devido a cortes orçamentários ocorridos no ano de 2017.

Após a divulgação, os paraenses se mobilizaram para tentar impedir o fechamento do museu. No domingo, 17 de setembro, a travessa Nove de Janeiro foi tomada por pessoas que se reuniram para um ato de abraçar o museu. "A mobilização partiu da Associação dos Servidores, de uma conversa com a diretoria, onde a diretoria colocou a transparência dos gastos públicos. Colocou que com a quantidade de recursos que se tinha haveria a possibilidade de fechar e os servidores da associação começaram a se mobilizar, colocaram em redes sociais e isso tomou outra proporção. O intuito desse abraço é mostrar a grandiosidade e a diversidade do Museu Goeldi, enquanto instituição de pesquisa para a ciência brasileira”, conta Roseni Mendonça, vice-diretora do museu.

O ato teve também apresentações culturais, show de artistas paraenses como Fafá de Belém, Lucinnha Bastos, Marco Monteiro, Nilson Chaves, estande dos pesquisadores mirins e venda de comidas. A ação reuniu centenas de pessoas que se solidarizaram para impedir o possível fechamento do museu. O principal momento foi quando os manifestantes deram as mãos para abraçar a instituição. “Essa instituição, de 150 anos, tem gerado conhecimento que contribui pra saúde, que contribui para a tecnologia, que contribui para as culturas e para a sociobiodiversidade brasileira. Então, fica museu e fora, Temer!”, assinalou a pesquisadora Regina Oliveira.

Por Luana Cantanhede, Cristiane Coelho, Sue Anne Calixto, Livia Alencar e Trayce Melo.

 

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No programa Vencer dessa semana o jornalista James Alcides conversa com profissionais e parentes que trabalham no tratamento de pessoas com autismo. Uma delas é a presidente da Associação de Famílias para o Bem-Estar e Tratamento da Pessoa com Autismo (Afeto), Maria Angela, que ressalta a importância de se instituir um dia para conscientização do autismo, principalmente por parte dos governantes. De acordo com ela, a iniciativa ajuda para que se conheça a doença e, consequentemente, acabe com o preconceito. Há quatro anos, no dia 02 de abril, a Afeto promove uma caminhada que reúne familiares e portadores da síndrome. "Começamos a fazer essa caminhada e, hoje, ela virou um encontro dos pais", comenta. 

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Mãe de uma filha autista de 15 anos, a Presidente da associação também fala sobre como o debate a respeito do tema ajuda as próprias famílias a encontrarem uma forma mais adequada de tratamento. "A caminhada mostra aos pais que os seus filhos podem seguir, sim, os seus próprios caminhos, mesmo com a deficiência", ressalta.

Concordando com a presidente, Iremar Júnior, chefe da Divisão da Pessoa com deficiência da Prefeitura do Recife, também aborda a importância do conhecimento da síndrome para o fim do preconceito. Ainda sobre o tema, o educador Víctor Eustáquio tira algumas dúvidas e ajuda os pais a identificarem os sinais do autismo. Confira as entrevistas completas no vídeo.

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“O autista assusta”. O depoimento não é de uma pessoa que desconhece a realidade de pessoas que têm autismo. A frase é de Maria Ângela Dantas, mãe da jovem Vitória Lira, de 15 anos, que é autista. Desde a descoberta do diagnóstico da filha, Ângela busca ensinar a sociedade como conviver com os autistas, principalmente no contexto educacional. A proposta dela é criar adaptações para o atual currículo escolar, inserindo essas diretrizes na realidade educacional. A tarefa é difícil, porém, pouco a pouco as escolas tentam se adaptar.

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Durante mais de cinco anos, Ângela – que atualmente é presidente da Associação de Famílias para o Bem-Estar e Tratamento da Pessoa com Autismo (Afeto) – circulou por escolas privadas em busca de ambientes e ensino que pudessem inserir Vitória no universo escolar. Em meio ao preconceito e a falta de conhecimento de educadores e dos donos desses estabelecimentos escolares, ela conseguiu uma escola que ofereceu boas condições para receber a garota autista. Trata-se da Escola Municipal Dom Hélder Câmara, localizada no bairro do Espinheiro, no Recife, onde Vitória estuda atualmente no quarto ano do ensino fundamental.

Segundo a proposta do currículo escolar de Ângela, a realização de cursos para professores e educadores em geral é um dos pilares do projeto. “É preciso adaptar o currículo ao especial. É importante entender o autista, porque, entendendo ele, os outros casos são ‘fichinha’. Um curso para professores e educadores sobre autismo é essencial. As formações universitárias ainda não trabalham esse tema e é aí que há uma problemática”, explica a presidente da Afeto.

A diretora da Escola Dom Hélder Câmara, Lucila Araújo (foto), que há 11 anos está no cargo, conta que a ideia não é criar disciplinas para autistas. “A criação de novas disciplinas só para crianças com autismo é uma exclusão. Devem sim ser criados conteúdos e atividades específicas para eles em relação às matérias e assuntos já existentes na educação regular”, diz.

Modelo atual

A diretora conta que no modelo atual de ensino os autistas não passam por provas e não são reprovados. A avaliação é feita por observação, e, conforme eles vão desempenhando as atividades de sala de aula, é realizada uma conclusão sobre a situação educacional dos alunos. No processo de integração com os estudantes típicos, chamados popularmente de normais, a aceitação dos amigos autistas é feita com êxito, fato que, segundo Lucila, faz cair uma ideia comum.

“As pessoas dizem que as crianças têm preconceito. Porém, posso dizer que criança não é preconceituosa. Quem tem preconceito é o adulto”, frisa a diretora. Segundo ela, os amigos de classe de Vitória e dos outros cinco estudantes autistas da escola, convivem de forma harmoniosa e muitos fazem questão de ajudá-los.

A professora polivalente Taciana Ferreira, que há um ano começou a atuar com autistas, revela que no início teve dificuldades. “No primeiro momento fiquei assustada. Isso aconteceu justamente pela falta de conhecimento que tenho, como outros professores. Mas, depois fui me adaptando e posso dizer que é prazeroso trabalhar com eles”, conta.

VÍDEO: para entender melhor como funcionam o ensino e a comunicação de alunos autistas nas salas de aula, confira um vídeo com a estudante de psicologia Camila Sousa e a jovem Vitória:

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Números

Na Escola Municipal Dom Hélder Câmara existem 11 alunos especiais, em que desses, seis são autistas. De acordo com Ângela, Pernambuco não tem um levantamento sobre quantas pessoas autistas existem no Estado.

Segundo dados da Secretaria de Educação de Pernambuco (SEE), existem 91 alunos autistas na rede estadual de ensino. A maioria está matriculada.

Serviço

No dia 21 deste mês, a Afeto realizará um curso que vai trabalhar a proposta dessas adaptações do currículo escolar. O evento será no Auditório da Biblioteca Central da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).

Informações sobre o curso podem ser conseguidas no site da Associação. O Campus Recife da UFPE fica na Avenida Professor Moraes Rêgo, 1235, no bairro da Cidade Universitária, na Zona Oeste da cidade.

 

 

 

Um lugar onde os abraços marcam o cenário, as pessoas se cumprimentam, e a felicidade está estampada no rosto do povo. O Recife pode ficar assim. A proposta é da organização não governamental Movimento Novo Jeito, por meio da ação #MaisAmor, em que nesta terça-feira (31), voluntários distribuirão nas ruas 5 mil botões de rosas, chamando a atenção sobre a importância do afeto e gentileza entre a sociedade.

O evento ocorrerá no Parque da Jaqueira, no bairro de mesmo nome, na Zona Norte do Recife. Com início às 9h, a ação contará com a participação de mais de 600 voluntários. “A nossa rede ganhou musculatura. A quantidade de voluntários cresceu bastante, antes nós conseguíamos recrutar os voluntários através das nossas redes sociais. Hoje, o seguidor do mundo virtual saiu de casa e trabalha conosco no mundo real. Também sabemos que muita gente veio conhecer os nossos projetos através de amigos”, destaca o líder e fundador do Novo Jeito, Fábio Silva, conforme informações da assessoria de comunicação que divulga a atividade.

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Neste ano, o #MaisAmor está na sua terceira edição e alcançou bons feitos, como ter uma versão internacional nos Estados Unidos. “A nossa ideia era que a gente começasse a ganhar o coração dos voluntários e dos integrantes da nossa rede para a nossa maior mobilização que é o Mais Amor. A gente não queria esperar até o último dia do ano para fazer algo diferente, queríamos construir coletivamente ações que colocassem esse amor em prática”, complementa Silva, de acordo com a assessoria.

Os interessados em participar da movimentação devem se inscrever pelo site do Novo Jeito. Na mesma página eletrônica é possível encontrar outros detalhes informativos sobre a iniciativa. 

 

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