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O governo Dilma Rousseff sofreu nesta quarta-feira, 29, uma derrota no Senado com a aprovação do fim do sigilo nas operações de crédito do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Apresentada pela oposição na Câmara, a mudança foi incluída na Medida Provisória 661. A MP, que agora seguirá para a sanção da presidente Dilma Rousseff, também autorizou o Tesouro Nacional a conceder um empréstimo de R$ 30 bilhões ao BNDES.

O texto altera uma lei de 2009 para prever que "não poderá ser alegado sigilo ou definidas como secretas operações de apoio do BNDES ou de suas subsidiárias, qualquer que seja o beneficiário, direta ou indiretamente, incluindo nações estrangeiras". Ou seja, a mudança permite a abertura das operações do banco com países estrangeiros e com os chamados campeões nacionais, empresas que receberam aportes de recursos da instituição de fomento. Originalmente, a MP foi editada com o propósito de autorizar a União a conceder crédito ao BNDES e a destinar superávit financeiro das fontes de recursos existentes no Tesouro Nacional à cobertura de despesas primárias obrigatórias.

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Um dos objetivos da oposição é ter acesso aos dados do financiamento do BNDES na construção do Porto de Mariel, em Cuba. As obras custaram US$ 957 milhões e receberam aporte de US$ 682 milhões do BNDES. Os oposicionistas na Câmara já protocolaram um pedido de criação da CPI sobre as operações do banco, mas ainda não há uma definição se ela efetivamente será aberta.

"Imagine o BID ou o Bird fazendo empréstimos secretos? Aqui, no BNDES, não temos o direito de saber em que condições recursos públicos estão sendo repassados, a taxas privilegiadas concedidas para governos amigos, cobertos pelo manto do sigilo", criticou o senador Alvaro Dias (PSDB-PR).

Após a votação, o novo líder do governo no Senado, Delcídio do Amaral (PT-MS), disse que a maior preocupação com o fim do sigilo é com os empréstimos internacionais. Segundo ele, é preciso evoluir na questão.

"Eu conversei com o Luciano Coutinho (presidente do BNDES). Ele está disposto a fazer uma reunião fechada e ajustar quais são as informações que o BNDES pode socializar e que tipo de informação é segredo comercial e tem que ser preservado. Para estabelecer critérios claros, para começar acabar com esse discurso que o BNDES é uma caixa preta", disse o líder governista.

O governo Dilma Rousseff pretende estruturar uma operação bilionária e polêmica. Nada menos do que R$ 10 bilhões do fundo criado com uma fatia de recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) devem ser aportados no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

A operação tem sido conduzida pessoalmente pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, que também pertence ao conselho de administração do BNDES, e pelo presidente do banco de fomento, Luciano Coutinho. Ambos, Levy e Coutinho, têm buscado integrantes do comitê de investimento do Fundo de Investimento do FGTS (FI-FGTS) nos últimos dias para defender o aporte de dinheiro do fundo ao banco.

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O ministro da Fazenda está determinado a acabar com os repasses do Tesouro Nacional ao BNDES, como forma de melhorar a transparência das contas públicas e, principalmente, atingir a meta fiscal deste ano. Mas, diante da falta de crédito privado na proporção demandada pelo mercado, o papel do BNDES continua importante, dentro da lógica do Ministério da Fazenda. A saída para reforçar o capital do banco sem, no entanto, envolver dinheiro do Tesouro foi buscar o FI-FGTS - fundo que foi criado com o objetivo de ser uma alternativa a bancos públicos e privados no financiamento de projetos de infraestrutura.

Em 2008, mesmo ano em que os repasses bilionários do Tesouro ao BNDES começaram, o FGTS já tinha contribuído para reforçar o caixa do banco, com um repasse de R$ 7 bilhões em debêntures (títulos de dívida de longo prazo). Atualmente, a dívida do BNDES com o fundo está em R$ 4,7 bilhões, o equivalente a 15% do patrimônio líquido do FI-FGTS.

A operação que está sendo preparada agora por Levy e Coutinho e que envolverá R$ 10 bilhões do FI-FGTS tem sido feita por meio de conversas informais. O assunto está na pauta da próxima reunião do comitê, marcada para a quarta-feira da semana que vem.

Membros do comitê que decide os aportes do fundo criticam a proposta. "Dar dinheiro para cobrir o rombo do BNDES? O Tesouro não pode mais fazer isso e agora quer colocar na conta dos trabalhadores?", afirmou um deles ao Estado, sob condição de anonimato.

O FI-FGTS teve no ano passado mais de R$ 10 bilhões em caixa para investir em projetos de infraestrutura. Porém, teve de reduzir o apetite por conta do risco crescente das empreiteiras, com os desdobramentos da Operação Lava Jato, que apura esquema de corrupção na Petrobras.

A lei que criou o fundo, em 2007, permite que a Caixa proponha ao conselho curador do FGTS (composto por representantes do governo, dos trabalhadores e dos patrões) a aplicação de mais dinheiro no FI-FGTS até atingir o limite de 80% do patrimônio líquido do FGTS - atualmente em R$ 75 bilhões, segundo último dado disponível. Até o momento, o conselho curador do FGTS autorizou o repasse ao FI-FGTS de R$ 29,3 bilhões e o reinvestimento de R$ 7,4 bilhões.

Procurada, a Caixa afirmou que o regulamento do FI-FGTS impõe "caráter absolutamente confidencial" a todos os documentos e assuntos analisados nas reuniões do comitê de investimento. A revisão dessa condição, segundo o banco estatal, está no momento em discussão no conselho curador do FGTS. Sobre a operação com o BNDES, a Caixa informou que as debêntures emitidas em 2008 "vêm atendendo integralmente as condições inicialmente estabelecidas". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Partidos de oposição ao governo reuniam 199 assinaturas para a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O pedido de instalação foi protolocado pelo líder do DEM na Câmara dos Deputados, Mendonça Filho (PE).

O anúncio da solicitação para instalação da CPI foi feito durante o depoimento de Luciano Coutinho, presidente da instituição, em outra CPI que investiga desvio do governo petista, a da Petrobras. Segundo o DEM, o BNDES tem uma carteira de R$ 400 bilhões e muitas das empresas que são investigadas pela operação Lava Jato receberam financiamento do banco público.

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Segundo o parlamentar, “são muitos indícios de irregularidades. Isso tem indignado o país!”. A CPI pretende investigar empréstimos secretos no exterior, assim como financiamentos e critérios claros para determinadas empresas. Se for instalada será a segunda CPI em funcionamento com o poder de investigar desvios do governo petista. 

 

O presidente do BNDES, Luciano Coutinho, afirmou nesta quinta-feira, 16, que o banco é uma instituição que funciona com base em decisões colegiadas, compartilhadas. Segundo ele, dependendo do caso, decisões passam por até 60 pessoas, todas funcionárias de carreira.

"Os projetos são avaliados se podem ou não ser aceitos nas condições bancárias do BNDES e, uma vez enquadrados, vão para análise e só depois vão para a diretoria. Os recursos são liberados passo a passo à medida em que há comprovação dos dispêndios. Todo o processo decisório é impessoal, técnico e se assim não fora, não teria esses resultados", afirmou, na CPI da Petrobras na Câmara dos Deputados, onde depõe na condição de testemunha.

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Segundo Coutinho, o BNDES tem a menor taxa de inadimplência do sistema financeiro nacional, com 0,01% de inadimplência em 2013 e 2014. "É um banco exemplar pela lisura e pelos resultados. O BNDES está bem capitalizado, está enquadrado nos parâmetros internacionais de Basileia e nos parâmetros do Banco Central", completou.

O executivo disse ainda que a carteira de crédito do banco é da mais alta qualidade quando comparada à média do sistema financeiro nacional, seja em relação aos bancos privados como aos bancos públicos. Coutinho veio à CPI acompanhado do advogado Cândido Ferreira da Cunha Lobo.

O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, afirmou em audiência na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, que a instituição não contratou e não desembolsou nenhum valor para a Sete Brasil. Ele explicou que um grupo de bancos está trabalhando com a empresa um plano de negócios para que ela possa voltar a operar plenamente.

Petrobras

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Coutinho disse ainda que ficará à frente do conselho de administração da Petrobras por curto período e que será feita uma reunião em breve para eleger novo presidente. "Estou na presidência do conselho da Petrobras por um período transitório", afirmou.

Coutinho ressaltou ainda que a BNDESpar, braço de participações do banco, teve "alguns poucos insucessos", dá lucro e tem uma carteira de qualidade.

O Ministério Público Federal (MPF) vai pedir explicações ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) sobre as mudanças feitas no contrato da hidrelétrica de Belo Monte.

Reportagem publicada nesta terça-feira (14) pelo jornal "O Estado de S. Paulo" revela que uma alteração contratual feita pelo banco no financiamento de R$ 22,5 bilhões firmado com a hidrelétrica de Belo Monte livrou o consórcio Norte Energia, dono da usina, do pagamento de multa para o banco público, sanção que poderia chegar à cifra de aproximadamente R$ 75 milhões.

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A punição deixou de existir porque o banco concordou em alterar as datas de execução de obras da usina, que está em construção no Rio Xingu, no Pará. Ao mudar o cronograma original que exigia do consórcio, as multas por atraso desapareceram.

Segundo Felício Pontes, procurador do MPF no Pará, o banco será acionado para prestar esclarecimentos. O MPF quer ter acesso à ata da reunião que deliberou sobre as mudanças no cronograma, bem como ao contrato de financiamento e ao termo aditivo que efetivou as mudanças. "O risco é de ter havido gestão temerária. Vamos pedir explicações", disse.

Hoje, em audiência no Senado, o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, disse que é natural ocorrer reprogramação nos pagamentos em projetos muito grandes. "Quando a empresa justifica, apresenta ao banco um cronograma e pede reestruturação, desde que peça antes do prazo, não é irregularidade", afirmou.

O atraso de Belo Monte foi reconhecido pela Norte Energia no ano passado. O termo aditivo firmado com o BNDES traz, manuscrita, a data de 23 de outubro de 2014. No entanto, esse documento só passou a ter efetivo valor jurídico no dia 23 de março deste ano, exatamente cinco meses depois. Só no mês passado o banco e a empresa fizeram o reconhecimento de firmas de seus representantes e o registro do documento no 1º Ofício do Registro de Títulos e Documentos da Cidade do Rio de Janeiro.

Para o MPF, o caso será analisado por se tratarem de decisões que favorecem uma empresa privada, a partir da utilização de dinheiro público. A Norte Energia tem 49,98% de sua participação nas mãos da estatal Eletrobras. Os demais 50,02% estão diluídos entre as empresas Neoenergia, Cemig, Light, Vale, Sinobras e J.Malucelli, além de os fundos Petros (Petrobras) e Funcef (Caixa).

O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, citou a presidente Dilma Rousseff ao ser questionado pelo senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES), durante audiência na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, se houve falha na política de subsídios. "Citando a presidente Dilma, pode ter ocorrido algum erro de calibragem, mas não de estratégia", disse. Segundo ele, as respostas do governo à crise foram adequadas, assim como a política de subsídios.

Transparência

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Coutinho disse que o banco "não esconde, nem deixa de dar publicidade" a todas as suas operações. De acordo com ele, a exceção são operações de exportação. "Todos os contratos são públicos e registrados em cartório e podem ser obtidos. Sigilo bancário é outro tema, diz respeito a operação privativa da empresa", declarou, .

Ele disse ainda que não pode divulgar algumas informações por proibição legal. "Não é um capricho. Pessoalmente, tenho absoluta confiança na lisura de todos os processos do BNDES", completou.

BNDESpar

O presidente do BNDES disse ainda que não foram utilizados recursos aportados pelo Tesouro Nacional para as compras de participação acionária da BNDESpar, subsidiária do banco de fomento. Durante audiência, Coutinho foi questionado sobre a participação do banco no grupo JBS. "Nenhuma participação acionária da BNDESpar se deu com subsídio público, não é dinheiro que veio do Tesouro Nacional. Foi dinheiro do giro da carteira da BNDESpar para realizar lucro", afirmou.

Coutinho afirmou que, nos últimos anos, a BNDESpar tem vendido participação em algumas empresas para comprar outras. Com isso, a subsidiária tem tido uma visão de longo prazo na participação de empresas com estratégia de realizar lucros.

Ele ressaltou que a participação da BNDESpar na JBS caiu de 30% para os atuais 24%. "A ação do BNDES junto à JBS é quase exclusivamente de participação acionária. O volume de crédito é muito pequeno. Esse é um investimento rentável que o BNDES fez", completou. Disse ainda que as participações da BNDESpar na Petrobras, Vale e Eletrobras são estratégicas para o País. "Tenho certeza que no longo prazo a participação na Petrobras será compensadora", completou.

Grupo X

Coutinho afirmou que a instituição não perdeu nenhum centavo em operações de crédito com o Grupo X, do empresário Eike Batista. Ele explicou que o problema maior foi com a OGX e que o banco não colocou dinheiro nela. Ele lembrou que ela foi financiada em larga escala no mercado de capitais e gerou expectativas de produção que não se realizaram. "Como não fizemos investimento ou crédito na OGX, não fomos afetados", disse.

Ele explicou que, como o grupo tinha projetos de qualidade em energia, logística portuária e outros, foi possível que esses ativos fossem vendidos a outros grupos e o crédito levado para as empresas que assumiram essas operações. Ele ponderou que o empresário Eike Batista permaneceu como minoritário em algumas delas e, em outras, ele vendeu tudo. "Os projetos foram desenvolvidos e o risco não foi disseminado. Nas empresas do Grupo X que investimos, as garantias eram boas e não houve perda", explicou.

Taxa de juros

O presidente do BNDES defendeu que os custos de subsídios precisam ser avaliados em comparação aos benefícios gerados pelos investimentos da instituição. Ele admitiu a senadores que existe uma diferença entre a o custo do Tesouro e a TJLP, mas ponderou que esse spread está menor.

"Ultrapassado o processo de ajuste que estamos, abrirá caminho para a recuperação da economia, com a inflação sob controle e a sinalização de trajetória de queda, será óbvio que a taxa de juros vai cair. Ao cair, a diferença entre a Selic e a TJLP vai voltar a se achatar", argumentou. Ele ponderou ainda que o ideal é que a taxa de curto prazo no País esteja no mesmo nível da de longo. "O diferencial de taxa de juros no Brasil não vai durar para sempre", disse. "Temos de trabalhar para restabelecer condições que permitam a convergência das taxas de juros no País", afirmou.

Após a retirada de seis assinaturas de senadores governistas, a abertura de uma CPI para investigar as operações do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), apresentada na noite dessa terça-feira, 7, pela oposição, está ameaçada. Responsável desde fevereiro pelo recolhimento das assinaturas, o líder do DEM no Senado, Ronaldo Caiado (GO), pediu nesta quarta-feira, 8, ao presidente em exercício da Casa, Romero Jucá (PMDB-RR), para não ler o requerimento que pedia a criação da comissão de inquérito.

A decisão de Caiado, atendida por Jucá, visou a evitar rejeição sumária do pedido de abertura da CPI. Isso porque, com a retirada de seis apoios, o requerimento não atingiria 27 assinaturas, número mínimo para que a comissão fosse efetivamente criada.

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O líder do DEM protocolou hoje o pedido com 28 nomes, um a mais que o mínimo. Contudo, na hora da leitura do requerimento em plenário, havia apenas 22 apoios. Retiraram as assinaturas os senadores do PMDB Fernando Ribeiro (PA), suplente que desde o início do ano até ontem ocupava a vaga do titular Jader Barbalho, e Rose de Freitas (ES); do PSD Otto Alencar (BA) e Omar Aziz (AM); do PDT Zezé Perrella (MG); e do PP Ivo Cassol (RO). A reportagem tenta localizar os senadores que retiraram as assinaturas para entender as razões do ato.

Caiado sugeriu que a retirada das assinaturas ocorreu após atuação do governo Dilma. "A assinatura de uma CPI não é imposta a quem quer que seja. Agora a retirada nos constrange porque o colega pode ter algum tipo de pressão", criticou.

O líder do DEM disse que vai retomar o processo de coleta de assinaturas e apostará no apoio dos seis senadores da bancada do PSB - que, até o momento, não assinaram o requerimento - para tentar criar a comissão. O PSB tem tido uma atuação independente em relação ao governo desde outubro de 2013, quando o partido entregou os cargos no Executivo para costurar o lançamento da candidatura presidencial de Eduardo Campos, morto em acidente aéreo durante a campanha.

No final de fevereiro, o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, visitou senadores em Brasília para dissuadi-los de apoiar a criação da CPI sobre a instituição que preside. Coutinho participou de reuniões em gabinetes de senadores da base aliada, como integrantes do PMDB, a maior bancada da Casa, com 18 integrantes, e o próprio líder do partido, Eunício Oliveira (CE), e ainda participou de um almoço no gabinete do senador João Capiberibe (AP), líder do PSB no Senado.

Para Caiado, a pressão para não criar a CPI do BNDES decorre do fato de que, segundo ele, a comissão tem potencial de originar um escândalo maior do que o que envolve a Petrobras. Bandeira da oposição desde o fim do ano passado, a CPI tem por objetivo apurar irregularidades nos empréstimos concedidos pelo BNDES tanto a entidades privadas, assim como os empréstimos concedidos a governos estrangeiros a partir do ano de 2007.

Aproveitando a fragilidade do governo, a oposição apresentou ontem três pedidos de instalação de CPIs no Senado: além da comissão do BNDES, uma para apurar operações de fundos de pensão e uma terceira para investigar irregularidades em julgamentos realizados no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), órgão colegiado do Ministério da Fazenda responsável por apreciar autuações fiscais que se tornou alvo da Operação Zelotes.

A dívida do Tesouro Nacional com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) nos pagamentos a título de equalização de taxas de juros saltou R$ 8,68 bilhões em 2014 ante o ano anterior, atingindo R$ 26,1 bilhões. A equalização é o valor que o Tesouro paga ao BNDES por empréstimos de linhas cujos juros ficam abaixo da taxa de juros de longo prazo (TJLP, hoje em 6% ao ano). A TJLP, elevada em 0,5 ponto porcentual na quinta-feira, 26, baliza tanto os empréstimos concedidos pelo banco quanto o crédito que ele toma para então emprestar às empresas.

Normalmente, nenhum banco empresta a juros inferiores àqueles que paga para se financiar - na verdade, parte do lucro das instituições financeiras vem de empréstimos aos clientes por taxas superiores àquelas pagas para tomar crédito; a diferença é chamada de "spread".

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Portanto, para oferecer financiamentos com juros abaixo da TJLP, o BNDES teria prejuízo. Como o crédito subsidiado é considerado de interesse social, o Tesouro paga pelo "prejuízo". As linhas de crédito passíveis de equalização, segundo o BNDES, são o Programa de Sustentação do Investimento (PSI, criado como reação à crise de 2008, com juros mais baratos para os investimentos das empresas), o Pronaf (crédito à agricultura familiar), o Revitaliza e Programas Agropecuários.

O economista Mansueto Almeida, especialista em contas públicas e pesquisador do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), calcula que 90% dos gastos com equalização são do PSI. "Quase metade do ativo do BNDES é equalizável." Em vários períodos, os juros dessas linhas estiveram abaixo da TJLP.

Até o ano passado, as taxas do PSI variavam de 4% a 8% ao ano. Ao ser renovado para 2015, o PSI veio com orçamento menor e as taxas passaram para 6,5% a 11% ao ano. Reduzir os subsídios nos juros é um dos itens defendidos pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, na mudança de rota da política econômica.

Para Almeida, do Ipea, ainda não está claro como a nova equipe da Fazenda lidará com o pagamento da diferença nos juros. Até ontem, o governo pagou apenas R$ 161,73 milhões ao BNDES a título de equalização do PSI. Ainda assim, há um saldo de "restos a pagar" (valores que ficam de um exercício para o seguinte) de R$ 8,73 bilhões. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A presidente Dilma Rousseff nomeou o ministro de Ciência, Tecnologia e Inovação, Aldo Rebelo, para exercer a função de membro do Conselho de Administração do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O decreto de nomeação de Rebelo está publicado no Diário Oficial da União. A edição do documento também traz a exoneração "a pedido" do ex-ministro Clélio Campolina Diniz da mesma função exercida no banco de fomento, com data retroativa a 3 de fevereiro de 2015.

O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, defendeu ontem junto à cúpula do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) que a instituição de fomento ofereça em seus empréstimos taxas de juros mais próximas das praticadas no mercado, apurou o ‘Estado’. O objetivo é reduzir a participação do crédito subsidiado no total dos financiamentos do banco, contribuindo para o ajuste fiscal e evitando o crescimento da dívida pública bruta, indicadores olhados pelas agências de classificação de risco.

Levy passou ontem cerca de quatro horas em reunião com o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, na sede da instituição, no Rio. Nomeado em fevereiro membro do conselho de administração do banco, Levy deverá voltar à sede na próxima semana, para a primeira reunião do colegiado neste ano.

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O ministro chegou pouco depois das 10 horas para o encontro, que ocorreu a portas fechadas. Levy e Coutinho, ao lado de diretores do banco, almoçaram na sede do BNDES. Nenhum falou com a imprensa após a reunião, mas o Estado apurou que as conversas giraram mais em torno da estratégia do banco.

Ampliar a fatia das taxas de mercado nos financiamentos de longo prazo do BNDES significa reduzir a necessidade de subsídios no "funding" - recursos captados pelos bancos para depois emprestar aos clientes.

Em grande parte dos empréstimos, o BNDES cobra a Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP, subsidiada, hoje em 5,5% ao ano). A TJLP está abaixo da taxa básica (Selic, que baliza todos os juros da economia e está em 12,75% ao ano) e inferior tanto à inflação em 12 meses (em 7,9%) quanto às projeções para a variação no próximo ano, o que resulta em juros negativos.

Para oferecer juros subsidiados, o BNDES tem duas fontes de recursos de baixo custo: o Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) e os aportes do Tesouro. Os últimos foram usados como alternativa para ampliar o poder de fogo do banco no combate à crise de 2008. Para empréstimos com juros de mercado, o BNDES pode usar outras fontes, como lançamento de títulos.

Vermelho

Pressionado pelos gastos com políticas como o seguro-desemprego, o FAT tem ficado no vermelho. Por sua vez, os aportes ampliam a dívida bruta - o último, de R$ 30 bilhões, é de dezembro, ainda na gestão de Guido Mantega na Fazenda. O BNDES tem uma dívida de R$ 466,5 bilhões com o Tesouro por causa dos aportes, que ainda geram um custo implícito nas contas do governo, devido à diferença de taxas de juros - ano passado foram R$ 30 bilhões, ou 0,58% do Produto Interno Bruto (PIB), segundo a Fundação Getúlio Vargas.

Na reunião de ontem, segundo fontes que pediram anonimato, os diretores do BNDES deram à Levy um panorama da situação do banco. A instituição liberou R$ 187,8 bilhões em 2014, queda nominal de 1% ante 2013. O recuo seria maior se a inflação fosse descontada.

Ao comentar os dados ontem, o superintende de Planejamento do BNDES, Cláudio Leal, destacou que já houve aumento da participação das taxas de mercado nos empréstimos aceitos para análise desde o início do ano. "Em 2014, a participação, nos contratos, das condições de mercado era muito pequena. Em 2015, essa participação mais do que triplicou."

Isso é resultado da guinada nas políticas de crédito do BNDES, anunciada por Coutinho, em dezembro. O objetivo é manter as melhores condições de taxas e prazos só para projetos de infraestrutura, energia renovável, transporte e inovação.

Embora visto como um dos formuladores da política de incentivos por meio de crédito subsidiado, Coutinho se adaptou e trabalhou na preparação da guinada. Desde que assumiu, Levy tem criticado a política de subsídios de crédito via BNDES e tem decidido por mudanças, em prol do ajuste fiscal.

Outra fonte lembrou que Coutinho e Levy já se encontraram "algumas vezes" neste ano e que reuniões do tipo não são "algo excepcional". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Os desembolsos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para empréstimos em curso somaram R$ 187,8 bilhões em 2014, queda nominal (sem descontar a inflação) de 1% ante 2013, quando houve liberação recorde de R$ 190,4 bilhões, informou nesta quinta-feira (19) a instituição de fomento.

Em dezembro, ao anunciar dados sobre os desembolsos até novembro de 2014, o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, já havia estimado que os valores do ano fechado estariam muito próximos a 2013 em termos nominais. Em nota distribuída hoje pela assessoria de imprensa, o BNDES destacou que o valor dos recursos liberados para financiamentos a projetos de infraestrutura cresceu. Foram R$ 68,9 bilhões para o setor, alta nominal de 11% ante 2013, informou o banco.

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Pelo lado negativo, chamou atenção a queda nominal de 14% nos desembolsos para a indústria, com o valor de R$ 50 bilhões. "Os maiores desembolsos foram para os segmentos de material de transporte (R$ 11,5 bilhões), química e petroquímica (R$ 9,2 bilhões) e alimentos e bebidas (R$ 7,2 bilhões)", diz a nota do BNDES.

O setor de comércio e serviços recebeu R$ 52 bilhões em 2014, alta nominal de 1%, enquanto a agropecuária teve desempenho negativo, com desembolso de R$ 16,8 bilhões, queda nominal de 10% ante 2013.

O BNDES também chamou atenção para as empresas de menor porte. As micro, pequenas e médias empresas (com faturamento anual de até R$ 90 milhões, na classificação do BNDES) receberam R$ 59,4 bilhões em financiamentos, respondendo por 32% do total de desembolsos. Ainda assim, o valor destinado para essas empresas recuou 7% em termos nominais.

Já as aprovações de novos projetos somaram R$ 204,8 bilhões em 2014, queda nominal de 14% ante 2013, sinalizando para um recuo no valor liberado nos próximos anos. Como a maioria dos empréstimos do BNDES é de longo prazo, um projeto aprovado pode ter cronograma de liberações ao longo de vários anos.

Ao comentar as aprovações, a nota do BNDES voltou a destacar a infraestrutura. "Ainda assim, as aprovações ao setor de infraestrutura tiveram desempenho positivo, com R$ 80,3 bilhões e alta (nominal) de 9%", diz o texto.

Por fim, as consultas por pedidos de crédito, termômetro da confiança das empresas, também caiu. Elas somaram R$ 236,2 bilhões, recuo nominal de 15% ante 2013. "O comportamento foi influenciado, em parte, pelas quedas nos programas BNDES PSI, que teve orçamento menor em 2014, e BNDES Progeren, voltado ao financiamento de capital de giro. Entretanto, as consultas do setor de infraestrutura cresceram 25% de um ano para outro, atingindo R$ 105,5 bilhões em 2014", diz a nota do BNDES.

Em meio ao furacão que atinge a maior parte das empreiteiras brasileiras, a Odebrecht começa este mês a reforma e ampliação do terminal três do Aeroporto de Havana, em Cuba. Para financiar a obra, mais uma vez, os recursos saíram do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Ao contrário de outras modalidades, em que o financiamento é dado à empresa, para que tenha capital de giro para suas obras, este é um crédito oferecido pelo governo brasileiro diretamente ao governo cubano.

Por e-mail, a Odebrecht informou ao jornal O Estado de S. Paulo: "O financiamento não foi para a empresa e sim para o governo de Cuba na modalidade de crédito à exportação. Com isso, os recursos serão gastos obrigatoriamente no Brasil, com empresas brasileiras que exportarão bens e serviços brasileiros para a construção das obras do Aeroporto em Havana".

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O crédito foi acertado ainda em 2013, durante uma visita do então ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Fernando Pimentel, a Havana. Seriam liberados US$ 173 milhões para a ampliação do aeroporto da capital cubana e a reforma de outros quatro, em outras cidades do país.

O empréstimo confirmado, no entanto, é menor. Serão US$ 150 milhões, em um contrato fechado na metade de 2014. De acordo com o BNDES, ainda não houve desembolso, mas ainda está por começar.

Em entrevista à revista cubana Cuba Contemporánea, o representante de novos negócios da Odebrecht no país, Fabio Goebel, confirmou que as obras começam este mês. No total, o valor é de US$ 207 milhões, sendo US$ 57 milhões de desembolso direto do governo cubano.

Este é apenas mais um dos projetos financiados pelo BNDES na ilha de Fidel Castro. O mais famoso deles é o Porto de Mariel que, a um custo de US$ 802 milhões, usou o mesmo modelo, de financiamento direto ao governo para que pague a Odebrecht pelas obras, que necessariamente usa insumos brasileiros.

Em janeiro de 2014, quando esteve em Havana para a cúpula da Comunidade dos Estados Latino-americanos e Caribenhos, a presidente Dilma Rousseff anunciou outra linha de crédito, de US$ 290 milhões, para a criação de uma zona industrial especial na região do porto.

Na lista de desembolsos do BNDES aparecem ainda projetos para colheita mecanizada de açúcar, colheita de arroz, projetos de turismo, compra de veículos e financiamento para indústria farmacêutica local. Em 2014, até setembro, os desembolsos para operações com Cuba foram de US$ 59,8 milhões. Em 2013, foi o maior valor desde 2000, com US$ 252,52 milhões.

A justificativa do governo brasileiro para os empréstimos ao governo cubano é de que são operações "ganha-ganha", já que o dinheiro volta por meio das empresas brasileiras contratadas para fazer as obras, que precisam comprar seus insumos no Brasil. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Os projetos de infraestrutura e óleo e gás de empresas ligadas de alguma forma à Operação Lava Jato - principalmente como sócias de concessionárias - que estão sob análise de técnicos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) envolvem financiamentos de até R$ 31,1 bilhões. Levantamento feito pelo jornal O Estado de S. Paulo mapeou nove projetos, incluindo o empréstimo de R$ 8,8 bilhões para a Sete Brasil, fornecedora criada para afretar sondas para a Petrobrás, cuja situação financeira é considerada crítica.

Com a evolução das investigações, o BNDES começou a passar um pente-fino nos projetos e ampliou as exigências, após uma consulta à Controladoria Geral da União (CGU). Novembro marcou um ponto de virada no caso, com a prisão de executivos de alto escalão de diversas construtoras.

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O rigor máximo é dedicado ao caso da Sete Brasil, cujo crédito foi aprovado em janeiro do ano passado, mas teve a contratação congelada. Segundo um profissional que assessora concessionárias de infraestrutura, o BNDES não mudou exigências de garantia - já consideradas rígidas pelo mercado -, mas passou a exigir das empresas cartas com "declaração anticorrupção".

Nessas declarações de idoneidade, a empresa atesta ao banco que desconhece envolvimento de seus negócios com ilícitos. Do ponto de vista do financiador, esse atestado seria suficiente para comprovar que não possuía informações sobre eventuais casos de corrupção quando aprovou o crédito.

A reportagem apurou que o BNDES passou a demandar ainda certidões e auditorias nos contratos de concessão, mas não foi definida uma cláusula padrão para os contratos dos empréstimos. Segundo o profissional, as pendências para a aprovação da maioria dos projetos estariam resolvidas com os documentos adicionais exigidos. O fato de não haver uma cláusula padrão para os contratos, por outro lado, significa que o banco analisará caso a caso, em função do envolvimento das empresas com as investigações e o tamanho de sua participação nos projetos.

Risco

O caso da Sete Brasil é extremo. A empresa, criada em 2011 para mandar construir e afretar para a Petrobrás 28 sondas para exploração do pré-sal, já vinha enfrentando problemas pelo caixa da Petrobrás. O quadro piorou desde que o ex-diretor da companhia e ex-gerente executivo da Petrobrás, Pedro Barusco, aceitou uma delação premiada. A liberação do crédito é questão de sobrevivência.

Outro caso emblemático é o da concessão da BR-153, entre Goiás e Tocantins, vencida em leilão pelo Grupo Galvão em maio passado. O pedido de financiamento, de R$ 2,66 bilhões, está no BNDES, mas ainda não saiu o empréstimo-ponte, crédito de curto prazo que, como é praxe nesse tipo de operação, é liberado na frente, enquanto o empréstimo total é analisado.

A Galvão Engenharia, construtora do grupo, tem um diretor entre os presos na Lava Jato. Em carta enviada no início de fevereiro para a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), a concessionária Galvão BR-153, controlada do grupo, alerta que, caso o empréstimo-ponte não seja liberado até a próxima semana, será obrigada a interromper as obras e demitir operários. A carta alega que toda a documentação exigida foi entregue e que a concessionária não tem envolvimento com a Lava Jato - mas, ainda assim, o empréstimo não sai.

O Grupo Galvão informou que "aguarda liberação de linhas de crédito previstas em edital para dar sequência aos serviços". O BNDES não comentou o caso da Galvão nem dos demais projetos.

Apesar dos casos extremos, há no mercado a percepção de que algumas empreiteiras estão em situação mais difícil que outras. O presidente do BNDES, Luciano Coutinho, afirmou em dezembro que o banco seguiria a lei e que a situação das companhias envolvidas não era "simples, homogênea".

Além da Sete Brasil e da concessionária Galvão BR-153, o levantamento feito pelo jornal O Estado mapeou sete projetos em análise, de rodovias, aeroportos e metrôs. O valor total de R$ 31,1 bilhões pode ser menor caso o banco de fomento resolva financiar parcela menor dos investimentos. No valor estão incluídos R$ 3,4 bilhões em empréstimos-ponte já aprovados - os documentos são exigidos no processo de análise, que leva de 12 a 18 meses. Como eles têm fianças de garantia, são considerados de baixo risco para o BNDES. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Armando Monteiro Neto, não vai integrar o conselho de administração do BNDES porque a Constituição veda a participação de parlamentar em função remunerada por empresa pública, segundo a sua assessoria. Monteiro Neto é senador pelo PTB de Pernambuco, mas está licenciado para comandar a pasta do Desenvolvimento. O presidente do conselho de administração do BNDES será o secretário-executivo do MDIC, Ivan Ramalho. O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, ocupará a vaga deixada pelo ex-secretário de Política Econômica, Márcio Holland, mas como integrante do conselho do banco, poderá acompanhar mais de perto as decisões do banco.

No pilar da política econômica traçada por Levy está justamente o fim da política de empréstimos do Tesouro Nacional ao BNDES. Esses empréstimos serviram para financiar as empresas com taxas subsidiadas pelo Tesouro e também contribuíram para operações de triangulação financeira de reforço das receitas da União, que abalaram a política fiscal brasileira. Logo no primeiro dia em que foi indicado para o cargo de ministro, Levy deixou claro que iria reduzir o tamanho da participação do BNDES no financiamento dos investimentos com recursos subsidiados pelo Tesouro.

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Dentro dessa estratégia, também está a elevação da Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP), que serve de referência para os empréstimos do BNDES. A ida de Levy para o conselho de administração amplia, portanto, o espaço de atuação do ministro da Fazenda. Na gestão anterior, o ex-ministro Guido Mantega ocupava o cargo de presidente do conselho da Petrobras e a presidência do conselho de administração do BNDES sempre ficou com o ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. As nomeações de Levy e Ivan Ramalho para o conselho estão publicadas no Diário Oficial da União de hoje, que traz também ato da presidência da República tornando sem efeito a nomeação, feita no início de janeiro, de Monteiro Neto para a presidência do conselho do banco.

O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, foi nomeado nesta sexta-feira (27) para exercer a função de membro do Conselho de Administração do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O decreto está publicado no Diário Oficial da União de hoje. Em outro ato, a presidência da República também decidiu tornar sem efeito o decreto anterior, publicado em 9 de janeiro, que nomeava o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Armando Monteiro Neto, para integrar o conselho do BNDES.

Em outros atos publicados também hoje o governo exonera, a pedido, o ex-secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Márcio Holland, da função de membro do conselho de administração do BNDES e nomeia o secretário executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Ivan Ramalho, para a função.

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A presidente Dilma Rousseff e o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Armando Monteiro (PTB), nomearam o ex-ministro da Educação José Henrique Paim Fernandes para exercer o cargo de diretor do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Paim, que é economista, entra no banco de fomento na vaga de Guilherme Narciso de Lacerda.

Antes de ser titular do MEC no ano passado, em substituição ao atual ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, Paim foi analista de projetos do Banco de Desenvolvimento do Estado do Rio Grande do Sul (Badesul) por seis anos. Os decretos de nomeação de Paim e exoneração de Lacerda estão publicados no Diário Oficial da União.

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Sem o apoio do PSB do Senado para conseguir chegar ao número mínimo de assinaturas capaz de abrir uma nova CPI mista da Petrobras, a oposição no Congresso decidiu investir em duas outras comissões parlamentares de inquérito para tentar desgastar o governo: a do BNDES e a do Setor Elétrico. "Não haverá mais CPMI da Petrobras", sentencia o líder do PSDB na Câmara, Carlos Sampaio (SP). "Faltou assinatura", admitiu o líder dos tucanos no Senado, Cássio Cunha Lima (PB).

Os oposicionistas pretendiam repetir a disputa realizada em 2014, ano eleitoral, quando deputados e senadores participaram da CPI que investigou a estatal sem grandes resultados. Dessa vez, obtiveram apoio dos deputados, mas só conseguiram oficialmente 23 assinaturas. Dos seis senadores do PSB, segundo envolvidos nas negociações, apenas Romário (RJ) e Roberto Rocha (MA) toparam assinar. De todo modo, são necessários pelo menos 27 assinaturas.

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O PSB do Senado se reúne nesta terça-feira (24) para fechar questão sobre a posição que terá em relação às CPIs no Congresso. A orientação do presidente da sigla, Carlos Siqueira, é de apoio às investigações parlamentares. Mas, mesmo com uma mudança de postura da bancada, dificilmente terá tempo hábil para transformar a CPI da Petrobras da Câmara em mista.

Como a CPI da Petrobras já foi autorizada na Câmara e será instalada na próxima quinta-feira, 26, os tucanos chegaram à conclusão de que o ambiente político na Casa está mais favorável à investigação na estatal do que estaria se fosse uma comissão com a participação dos senadores. "A CPI na Câmara está de bom tamanho. Acho mais útil abrir outra caixa-preta: a do BNDES", defendeu o senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP).

O líder da oposição no Senado, Alvaro Dias (PSDB-PR), também concorda com Aloysio Nunes que o banco de fomento é que deve ser o alvo de uma investigação parlamentar devido aos bilionários empréstimos e operações de créditos subsidiados feitos pela instituição. "A CPI mais importante é a do BNDES. A da Petrobras seria importante se a investigação judiciária não tivesse avançado. A CPI da Petrobras vai requentar fatos", disse.

O líder do DEM no Senado, Ronaldo Caiado (GO), tem ficado a cargo de coletar as assinaturas na Casa para a CPI sobre o banco de fomento e deve tentar dar um impulso, esta semana, em relação a novas adesões.

Setor Elétrico

Outra CPI que corre o risco de não vingar é a do setor elétrico. Os oposicionistas na Câmara chegaram a protocolar o pedido de instalação de uma CPI da área na Casa com 176 assinaturas, mas ainda não tiveram autorização para seu funcionamento. Técnicos da Câmara recomendaram que o pedido seja negado por falta de objeto, mas nos bastidores os tucanos acreditam que o presidente Eduardo Cunha (PMDB-RJ) vai indeferir porque não tem a intenção de criar uma nova investigação contra o governo e assim não vai se indispor mais uma vez com o Palácio do Planalto.

A estratégia é, em caso de negativa da CPI do setor elétrico na Câmara e de rejeição da CPI do BNDES, tentar por último uma investigação parlamentar sobre o setor elétrico. Os oposicionistas, contudo, avaliam que tal CPI tem poucas condições de passar, uma vez que o setor é comandado pelo PMDB - maior partido em número de deputados e senadores - desde 2005. "Essa CPI teria maior dificuldade de vingar, mas a oposição tem o dever de tentar", reconheceu Álvaro Dias.

O Palácio do Planalto anunciou, na tarde desta quinta-feira (19), que Luciano Coutinho seguirá na presidência no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). "A presidenta Dilma Rousseff convidou o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, a permanecer no cargo. O convite foi aceito", diz o curto texto divulgado pela Presidência. O convite foi feito nesta quinta.

No cargo desde 2007, quando assumiu em substituição a Demian Fiocca, que por sua vez havia substituído Guido Mantega, que fora para o Ministério da Fazenda, Coutinho foi escolha pessoal do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

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Coutinho chegou a ser cotado para a presidência da Petrobras, em uma solução emergencial depois da renúncia coletiva da direção da empresa, no início deste mês. Aldemir Bendine, que era presidente do Banco do Brasil, terminou por ser indicado pela presidente Dilma para a estatal - antes, ele mesmo havia sido cogitado para substituir Coutinho.

Economista com doutorado pela universidade americana de Cornell, Coutinho não é oficialmente ligado a nenhum partido, mas foi peemedebista e já esteve filiado ao PSB. Hoje tem relação estreita com o PT.

O líder do PSDB no Senado, Cássio Cunha Lima (PB), anunciou nesta quinta-feira, 19, que pedirá informações ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) sobre empréstimos que teriam sido concedidos a empreiteiras que teriam investimentos na Guiné Equatorial. O tucano quer apurar se houve uma "triangulação" de recursos públicos que tinha por objetivo financiar a Beija-Flor, escola de samba vencedora do carnaval do Rio de Janeiro que homenageou o país africano.

Cunha Lima apresentou um requerimento de informações ao ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Armando Monteiro, em que pede informações sobre a existência de obras na Guiné Equatorial que tenham recursos do BNDES. Para ter validade, o pedido precisa ser aprovado pela Mesa Diretora do Senado.

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O tucano quer também saber quais empresas e qual o montante de recursos do banco foi usado para financiar empresas brasileiras com obras no país africano nos últimos dez anos. Um dos objetivos da oposição é descobrir se empresas envolvidas na Operação Lava Jato teriam recebido recursos do BNDES nesses empreendimentos e, agora, teriam financiado indiretamente o carnaval da Beija-Flor.

Cunha Lima disse que essa suspeita reforça a necessidade de se realizar também uma CPI mista do BNDES. "Já tínhamos dezenas de outras razões para fazer a CPI. Nós precisamos também fazer as investigações sobre o banco", afirmou. Ele destacou que na próxima semana a oposição vai voltar à carga para reunir assinaturas a fim de tentar instalar a comissão de inquérito com deputados e senadores.

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