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Réus na mesma ação que condenou o empresário Eike Batista a 30 anos de prisão, o ex-governador do Rio Sérgio Cabral (MDB) e sua mulher, Adriana Ancelmo, tiveram direito à redução de pena depois de entregarem à Justiça Federal bens avaliados em cerca de R$ 40 milhões. No caso do ex-governador - condenado a 22 anos e 8 meses - , a redução chegou a 8 anos e 8 meses.

Já a ex-primeira-dama, sentenciada a 4 anos e 6 meses de prisão no regime semiaberto, teve a pena reduzida em 4 anos.

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A lista de bens entregues pelo casal inclui imóveis - entre eles uma casa em Mangaratiba avaliada em R$ 8 milhões -, joias e carros, além de valores depositados em contas bloqueadas. A casa em Mangaratiba chegou a ser levada a leilão, que acabou suspenso.

Cabral e Adriana Ancelmo comunicaram à Justiça que abririam mão espontaneamente dos bens. Cerca de R$ 15 milhões foram encontrados em contas bancárias vinculadas ao casal, a maioria em nome da ex-primeira-dama.

A redução de pena é prevista na lei de lavagem de dinheiro, que permite corte de até dois terços ou isenção de pena. O juiz Marcelo Bretas, da 7.ª Vara Federal Criminal do Rio, decidiu, no caso de Adriana, zerar a punição por lavagem de dinheiro, por entender que os bens devolvidos eram superiores ao prejuízo com o crime.

Alvo de 24 processos, o ex-governador do Rio já foi condenado na Lava Jato - no Rio e em Curitiba - seis vezes. As penas do emedebista somam mais de 100 anos de reclusão. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O ex-governador do Rio Sérgio Cabral (MDB) e sua mulher, Adriana Ancelmo, comunicaram à Justiça que abrem mão espontaneamente de bens móveis e imóveis avaliados em R$ 14,5 milhões. Os bens estão bloqueados pela Justiça.

Em troca de eventuais benefícios judiciais, o casal desistiu de continuar lutando pela posse de um patrimônio alentado que teria sido adquirido com propinas supostamente pagos a Cabral durante seus dois mandatos. A informação foi divulgada pela Globo News e confirmada pelo jornal O Estado de S. Paulo.

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Entre os bens que Cabral e Adriana decidiram colocar à disposição da Justiça estão joias, lanchas, carros de luxo e até a mansão de Mangaratiba, no Rio, avaliada em R$ 8 milhões. Essa casa chegou a ser levada a leilão, que acabou suspenso.

Sérgio Cabral é réu em 24 processos e as penas que lhe foram impostas pelos juízes Marcelo Bretas, do Rio, e Sérgio Moro, de Curitiba, ambos da Lava Jato, somam 100 anos de prisão. O emedebista foi preso em novembro de 2016.

O ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral (MDB), preso desde 17 de novembro de 2016 e já condenado a mais de cem anos de prisão por liderar um esquema de corrupção no Estado do Rio, afirmou em depoimento nesta sexta-feira, 8, que movimentou cerca de R$ 500 milhões em doações eleitorais e que, desse dinheiro, usou aproximadamente R$ 20 milhões para gastos pessoais, o que é ilegal. "A promiscuidade (de doações) foi muito grande. Foi nessa promiscuidade que eu me perdi, (...) que usei dinheiro de campanha para fins pessoais", admitiu.

Cabral, por outro lado, seguiu negando que tenha pedido a empresários algum porcentual de propina sobre qualquer contrato firmado com o governo do Estado. "Eu nunca pedi a um empresário que incluísse um porcentual qualquer em nenhuma obra ou serviço do meu governo. Garanto isso ao senhor, falo em nome dos meus filhos e do neto que conheci essa semana", afirmou o ex-governador, dirigindo-se ao juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro.

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No processo em relação ao qual depôs, Cabral é acusado de ocultar e lavar dinheiro no exterior. Também respondem a esse processo o ex-secretário estadual Wilson Carlos e dois ex-assessores de Cabral, Carlos Miranda e Sérgio de Castro Oliveira, além dos doleiros Renato e Marcelo Chebar. Foram os doleiros que contaram, em colaboração premiada, ter movimento mais de US$ 100 milhões de Cabral fora do país. Esse dinheiro já foi repatriado.

O grupo é acusado pelo Ministério Público Federal de ocultar e lavar também outros R$ 40 milhões, guardados no Brasil, e quase R$ 10 milhões ocultados em joias. Cabral já havia sido ouvido nesse processo, em fevereiro, mas à época estava preso em Curitiba e ficou em silêncio, como protesto por suposto cerceamento ao direito de defesa. O advogado de Cabral, Rodrigo Roca, pediu então a repetição do depoimento.

O ex-governador admitiu a movimentação de dinheiro doado por empresários e não contabilizado. "Não soube me conter diante de tanto poder e tanta força política e, de uma maneira vaidosa, querer fazer (no sentido de eleger) prefeitos nas cidades, vereadores e deputados", afirmou. "Era muito dinheiro sim. Em vez de ficar concentrado no meu governo, nas minhas realizações... o poder é algo tão perigoso", concluiu.

A postura do juiz Marcelo Bretas na tomada de depoimento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ontem, divide opiniões sobre o comportamento adequado de um juiz em uma audiência.

Lula foi arrolado como testemunha de defesa do ex-governador do Rio de Janeiro Sergio Cabral, preso na capital fluminense. A tônica do depoimento foi a descontração e o bom humor entre testemunha e juiz. Bretas encerrou a sessão revelando a Lula que, na adolescência, até participou de comício do PT com boné e camiseta com o nome do ex-presidente.

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Para o advogado criminalista Alexandre Salomão, a cordialidade em uma audiência pode ser até mesmo estratégica, a fim de obter, da testemunha, um depoimento mais profícuo. "O que houve ali, no entanto, ultrapassou os limites da cordialidade. O juiz, em uma audiência, representa o Estado, e o Estado não tem passado de militância. Não há ilegalidade, mas é extremamente inconveniente para a magistratura", completou.

"Tratar testemunhas, réus e advogados com urbanidade é próprio do Código de Ética da Magistratura, deve ser feito", disse o advogado Luiz Flávio Gomes, mestre em Direito Penal e criador do movimento Quero Um Brasil Ético. "No entanto, viola esse mesmo Código de Ética um magistrado ficar dizendo que votou em tal sentido, ou militou em determinada causa. Nesse momento, a postura deixa de ser adequada", completa.

Gomes compara, ainda, a postura de Bretas às recentes fotos tiradas pelo juiz Sergio Moro com políticos. "Assim como as manifestações de Bretas, as fotos de Moro não são, em nada, ilegais, mas são extremamente inconvenientes", disse.

Celso Vilardi, criminalista que defende executivos no âmbito da Lava Jato, também comentou o comportamento de Bretas durante o testemunho de Lula. Para ele, o comportamento dos dois é normal. "O clima amigável entre as partes é comum em momentos iniciais e ao final da sessão, e não somente entre o juiz e testemunha, mas entre todos os participantes da sessão", afirma.

Usando terno e a mesma gravata com as cores do Brasil que vestiu na escolha do Rio para sede da Olimpíada de 2016, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva prestou seu primeiro depoimento após ser preso, na manhã desta terça-feira, 5. O depoimento, que durou cerca de 50 minutos, foi dado por videoconferência ao juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal do Rio.

De Curitiba, Lula falou como testemunha de defesa do ex-governador Sérgio Cabral (MDB), na denúncia do Ministério Público Federal (MPF) que analisa a compra de votos para a escolha do Rio. Lula e Bretas protagonizaram alguns momentos descontraídos durante a oitiva. O petista aproveitou uma das perguntas feitas pela defesa de Cabral para fazer críticas indiretas ao Ministério Público: "Estamos vivendo um momento de denuncismo."

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E antes de ser interrompido por Bretas, destacou: "Só lamento que venha uma denúncia de corrupção de compra de membro de delegado oito anos depois. Eu sinceramente não sei quem fez a denúncia, não quero saber, não conheço, e como nós estamos vivendo um momento de denuncismo..."

Lula também negou que tenha ouvido falar a respeito de alguma negociata e transação ilícita envolvendo membros do Comitê da candidatura do Rio. "Alguém que fala que foi uma trapaça é porque não entende nada de nada e não viveu o que nós vivemos", disse.

Os momentos de descontração começaram logo no início do depoimento do ex-presidente, quando a câmera foi ligada e Lula perguntou: "Esse que é o Bretas?", ao que o juiz respondeu: "Cuidado que estou ouvindo, hein?". "Eu sei, estou vendo o microfone aqui na minha frente", disse o ex-presidente.

Ao final do depoimento, Bretas agradeceu a postura de Lula no depoimento e disse que ele era "uma figura importante no País". "Sua história é relevante para todos nós e, para mim inclusive, que aos 18, 17 anos estava aqui no comício na Presidente Vargas, com 1 milhão de pessoas usando boné e camiseta com o seu nome", disse o juiz, ao que Lula retrucou: "Quando eu fizer um comício agora, vou chamar o senhor para participar". A fala foi seguida de risos de quem acompanhava o depoimento na sala de audiências da 7ª Vara.

O único momento de interação de Cabral e Lula, permitido na audiência por Bretas, foi quando o emedebista prestou condolências pela morte de Marisa Letícia. Lula também negou que tivesse relação íntima com Cabral e que o seu compromisso, no depoimento, "era com a verdade". "Não acredito que hoje um brasileiro esteja mais em busca da verdade do que eu. Estou cansado de mentiras", afirmou o ex-presidente.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, condenado e preso pela Operação Lava Jato, presta depoimento nesta terça-feira, 5, como testemunha de defesa do ex-governador fluminense Sérgio Cabral (MDB). Preso desde novembro de 2016, Cabral é acusado, entre outros crimes, de liderar organização criminosa que teria desviado até R$ 1 bilhão entre 2007 e 2014.

O depoimento, dado ao juiz Marcelo Bretas, responsável pela Lava Jato no Rio, está marcado para começar às 10h, por videoconferência. É a primeira fala pública do ex-presidente, preso em Curitiba desde 7 de abril pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. A pena é de 12 anos e um mês de prisão.

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O ex-presidente vai ser testemunha em uma ação que investiga propinas para membros do Comitê Olímpico Internacional favorecerem a escolha do Rio de Janeiro como sede das Olimpíadas de 2016, em detrimento de cidades como Madri, Tóquio e Chicago.

Relembre

Preso desde novembro de 2016, o ex-governador do Rio Sérgio Cabral (MDB) é acusado de coordenar uma organização criminosa que atuou em setores como transportes, saúde e obras em seus dois mandatos como governador (2007-2014) e movimentou mais de R$ 1 bilhão em propinas, segundo a Procuradoria da República.

Em 30 de maio, o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) confirmou a condenação do ex-governador e manteve a pena em 14 anos e 2 meses, sendo essa a primeira condenação em 2.ª instância do emedebista. A defesa de Cabral diz que vai recorrer nas Cortes de Brasília.

O Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) confirmou nesta quarta-feira, 30, a condenação do ex-governador do Rio Sérgio Cabral (MDB) e manteve a pena em 14 anos e 2 meses. Esta é a primeira condenação do emedebista em 2.ª instância.

A 8ª Turma negou o recurso do Ministério Público Federal e manteve a absolvição de Adriana de Lourdes Ancelmo, mulher do ex-governador, e de Mônica Araújo Macedo Carvalho, mulher de Wilson Carlos Cordeiro da Silva Carvalho, ex-secretário de gestão do Rio.

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A pena de Wilson Carlos também foi mantida. Carlos Emanuel de Carvalho Miranda, sócio de Sérgio Cabral, teve a pena diminuída em um ano.

Sérgio Cabral foi condenado pelo juiz Sérgio Moro em junho do ano passado. O magistrado aplicou 14 anos e dois meses de prisão para o ex-governador por corrupção e lavagem de dinheiro.

O emedebista foi acusado por propina de pelo menos R$ 2,7 milhões da empreiteira Andrade Gutierrez, entre 2007 e 2011, referente as obras do Comperj.

Veja como ficaram as condenações:

Sérgio de Oliveira Cabral Santos Filho: condenado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. A pena foi mantida em 14 anos e 2 meses de reclusão;

Wilson Carlos Cordeiro da Silva Carvalho: condenado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. A pena foi mantida em 10 anos e 8 meses de reclusão;

Carlos Emanuel de Carvalho Miranda: condenado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. A pena passou de 12 anos para 11 anos de reclusão por conta do número de crimes praticados em continuidade delitiva.

Defesas

Em nota, o advogado Rodrigo Roca, que defende Sérgio Cabral, afirmou: "Foi uma etapa que precisava ser vencida. Seguiremos às Cortes de Brasília, que possuem precedentes favoráveis às teses arguidas com o recurso de apelação."

A reportagem está tentando contato com o advogado de Adriana Ancelmo e com as demais defesas, mas ainda não obteve retorno.

A força-tarefa da Operação Lava Jato no Paraná abriu um novo inquérito contra o ex-governador do Rio Sérgio Cabral (MDB) para apurar corrupção passiva. A investigação, aberta em 18 de maio, tem como base a delação da Odebrecht e mira um pedido de propina dentro do Palácio do Governo fluminense.

O ex-dirigente da Odebrecht Benedicto Barbosa da Silva Junior afirmou, no termo 5 de sua delação, que, no primeiro semestre de 2009, o então governador lhe teria solicitado "o pagamento de propina no montante equivalente a 1% sobre o valor do contrato de terraplanagem celebrado entre o Consórcio Terraplanagem Comperj (Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro) - Odebrecht, Andrade Gutierrez e Queiroz Galvão - e a Petrobras. Segundo o ex-executivo da empresa, a propina teria sido "autorizada" pelo então diretor de Abastecimento da estatal Paulo Roberto Costa.

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"Ainda, concluiu o colaborador que a solicitação não pode ser aceita pela Odebrecht pois já realizava pagamentos indevidos em virtude de outros contratos", informa o procedimento que abriu o inquérito.

De acordo com o artigo 317, do Código Penal, é crime "solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem". Ou seja, mesmo que o pagamento não tenha ocorrido, o crime existe se houve o pedido.

Sérgio Cabral já foi investigado pela Lava Jato no Paraná e condenado pelo juiz Sérgio Moro. Em junho do ano passado, o magistrado aplicou uma pena de 14 anos e dois meses de prisão para o ex-governador por corrupção e lavagem de dinheiro. O emedebista foi acusado por propina de pelo menos R$ 2,7 milhões da empreiteira Andrade Gutierrez, entre 2007 e 2011, referente as obras do Comperj.

O ex-governador é alvo ainda de dezenas de ações penais da Lava Jato, no Rio. O juiz federal Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal da capital fluminense, já o condenou em cinco processos. Se somadas, as penas de Sérgio Cabral, no Paraná e no Rio alcançam 100 anos.

A delação que colocou Sérgio Cabral no centro de uma nova investigação é corroborada por "dados de pagamento de campanha, informações do sistema Drousys (o programa de propinas da empreiteira) e controle de acesso ao edifício do escritório da Construtora Norberto Odebrecht no Rio de Janeiro".

Em seu termo 5, Benedicto Júnior, o "BJ", explicou que não aceitou o pedido de propina de Sérgio Cabral e lhe informou que a licitação havia sido "conquistada de maneira dura e sem qualquer acordo com desconto progressivo em relação ao preço da Petrobras".

"Portanto, não realizaríamos qualquer pagamento indevido", afirmou. "Ratifiquei que a companhia tinha diversos projetos com o Governo do Estado do Rio de Janeiro e já realizava pagamentos indevidos em razão de tais obras, razão por que na Terraplanagem da Comperj não haveria pagamentos."

Defesa

A reportagem fez contato com a defesa de Sérgio Cabral, mas não obteve resposta. O espaço está aberto para manifestação.

Pela primeira vez desde o dia 7 de abril, quando foi preso para cumprir pena na Lava Jato, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai deixar a Sala Especial que ocupa no último andar do prédio-sede da Polícia Federal em Curitiba. O petista será levado, sob escolta da PF, à Justiça Federal na capital paranaense para depor, por videoconferência, como testemunha de defesa de seu antigo aliado, o ex-governador do Rio Sérgio Cabral (MDB).

O depoimento está marcado para 5 de junho, às 13h, no âmbito de denúncia que Cabral responde na Operação Unfair Play, que mirou esquema de compra de votos para a escolha do Rio como sede olímpica de 2016.

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De acordo com a denúncia, o ex-governador, o ex-presidente do Comitê Olímpico do Brasil (COB) Arthur Nuzman e o diretor de operações e marketing do COB Leonardo Gryner solicitaram diretamente ao empresário Arthur Soares propina de US$ 2 milhões para os senegaleses Papa Diack e Lamine Diack. O valor garantiria votos para o Rio.

No dia 22, o juiz federal da 7.ª Vara do Rio, Marcelo Bretas, determinou a data do depoimento de Lula. Nesta quarta-feira, 23, chegou à Justiça Federal do Paraná carta precatória com os dados da audiência.

"DEPRECA a Vossa Excelência a INTIMAÇÃO E INQUIRIÇÃO, preferencialmente por videoconferência, de LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA, testemunha de defesa de Sérgio de Oliveira Cabral Santos Filho, nos autos do processo em epígrafe, informando que os IPs deste Juízo são 172.31.6.97 (infovia) e 177.223.208.97 (internet)", diz a carta.

Sob sigilo, o ex-governador do Rio Sérgio Cabral Filho (MDB) prestou depoimento nesta quinta-feira, 19, por cerca de 40 minutos, no Tribunal Regional Federal da 2.ª Região, no centro do Rio. O depoimento ocorreu em inquérito que apura suposto crime de abuso de autoridade na imposição do uso de algemas em Cabral quando ele foi levado, em janeiro, por policiais federais para exames no Instituto Médico-Legal de Curitiba, no Paraná. Na ocasião, o emedebista foi conduzido com mãos e pés algemados, ladeado por agentes armados e de capuz. O procedimento foi criticado por juristas como uma exibição desnecessária, já que o ex-governador não tem histórico de periculosidade.

Cabral fora transferido da Cadeira Pública José Frederico Marques, em Benfica, no Rio, para o Instituto Médico Penal de Pinhais. A transferência ocorreu depois que procuradores da República constataram supostas regalias dadas ao emedebista, como acesso a comida, supostamente, de bons restaurantes. Cabral também foi acusado de envolvimento em uma montagem para criação de uma sala de vídeo na cadeia, com televisão de tela grande e DVDs.

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O depoimento desta quinta-feira não foi aberto ao público, por ordem do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes. Foi o ministro que determinou a abertura do inquérito e é também o seu relator. Cabral chegou por volta das 13h50 e foi embora às 15h40, na parte traseira gradeada de uma viatura da Polícia Federal.

Ele foi ouvido pelo juiz Ali Mazloum, que atua como auxiliar do gabinete de Gilmar, e veio especialmente para o Rio para a função. Depois do depoimento, funcionários do TRF entregaram a gravação ao juiz Mazloum. Também receberam ordem a apagar imediatamente a memória do HD do computador do tribunal que armazenou a filmagem.

Na saída do tribunal, o advogado do ex-governador, Rodrigo Roca, disse que o juiz informou ter sido decretado "sigilo absoluto" no inquérito. O magistrado orientou o advogado a não dar declarações à imprensa sobre o depoimento, "para não comprometer as investigações".

"O que eu posso dizer é que o ex-governador foi ouvido hoje e relatou o fato, que já é de conhecimento público, que ele protagonizou infelizmente lá em Curitiba", afirmou o advogado aos jornalistas.

Roca afirmou que não houve "fundamento legal" para o uso de algemas pelo ex-governador.

"Ele esteve em Curitiba outras duas vezes e nunca foi usado algemas. Aliás, nunca nenhum preso da Lava Jato foi tratado daquela maneira selvagem com que o ex-governador foi em Curitiba. Então, evidente que precisa ser apurado e, se houver culpado, que pague por isso. Assim que funciona", disse.

A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, chegou a pedir o arquivamento imediato do inquérito aberto por Gilmar, na última terça-feira, 17. Ela alegou que não se vislumbrava "qualquer viabilidade jurídico-constitucional na tramitação do inquérito" no Supremo.

A procuradora também afirmou que a lei não permite que um ministro determine a abertura de inquérito sem que isso tenha sido pedido pelo Ministério Público. Além disso, disse que o ministro não se poderia nomear a si mesmo relator do caso e lembrou que não há envolvida no caso autoridade com foro privilegiado para provocar a abertura de uma investigação no Supremo. Lembrou ainda que já há uma investigação no Paraná sobre os mesmos fatos.

Roca questionou o posicionamento da procuradora. "A decisão de deflagração da investigação não foi de um ministro, foi do colegiado inteiro. No momento em que se deflagram tantas investigações, por que esse receio de que se investigue também mais esse episódio? O ex-governador esteve por quase quatro meses lá em Curitiba. Se essa investigação já existia lá, ele sequer foi ouvido", declarou.

Nos dias seguintes à condução de Cabral algemado, a Polícia Federal defendeu o seu procedimento como legal e necessário à segurança do preso.

A força-tarefa da Lava Jato no Rio ofereceu duas denúncias à Justiça Federal contra 26 pessoas, incluindo o ex-governador Sérgio Cabral, por corrupção ativa, passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa. A denúncia é decorrente da Operação Pão Nosso, deflagrada em março, que revelou desvios em contratos da Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (SEAP). Esta é a 23ª denúncia contra o emedebista. As informações são da Procuradoria da República no Rio.

"O esquema criminoso instalado na SEAP reflete mais um dos inúmeros braços dessa imensa organização criminosa instalada no Estado do Rio de Janeiro, e chefiada pelo então governador Sérgio Cabral", analisam os procuradores da força-tarefa Eduardo El-Hage, Fabiana Schneider, Marisa Ferrari, José Augusto Vagos, Leonardo Freitas, Rafael Barretto, Rodrigo Timóteo, Stanley Valeriano, Sérgio Pinel, Felipe Bogado e Almir Sanches.

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Nesta denúncia, Cabral responde por corrupção passiva. Ele é acusado de pegar R$ 1 milhão do secretário da SEAP, César Rubens, e por Marcos Lips, de suposto esquema montado em torno de contratos firmados entre a SEAP e empresas envolvidas no esquema criminoso. A Procuradoria dá conta de que "mesmo com diversas irregularidades apontadas pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE), o então secretário renovou o fornecimento de refeições para os presídios com a empresa Induspan, do denunciado Carlos Felipe Paiva".

As investigações partiram de irregularidades no projeto Pão-Escola, cujo objetivo é a ressocialização dos presos.

"A empresa Induspan foi inicialmente contratada para executar o projeto, mas o contrato foi rescindido porque havia desequilíbrio financeiro, já que o Estado fornecia os insumos necessários para a produção dos pães, enquanto os presos forneciam a mão de obra, com custo baixíssimo para a empresa, que fornecia lanches para a Seap a preços acima do valor de mercado. Após a rescisão do contrato, Paiva criou, por meio de laranjas, a Oscip Iniciativa Primus, que sucedeu a Induspan no fornecimento de lanches em presídios do Rio de Janeiro. No entanto, inspeção do Tribunal de Contas do Estado identificou que o esquema prosseguiu, já que a organização utilizava a estrutura do sistema prisional e a mão de obra dos detentos para fornecer alimentação acima dos preços de mercado. Mesmo com a identificação das irregularidades, o ex-secretário de Administração Penitenciária César Rubens de Carvalho autorizou prorrogações de contrato com a Iniciativa Primus. Estima-se que o dano causado à Seap seja de pelo menos R$ 23,4 milhões", afirma o MPF.

A Procuradoria ainda afirma que "por outro lado, a Iniciativa Primus foi usada em uma série de transações de lavagem de dinheiro. Estima-se que, por meio de uma complexa rede de empresas com as quais a Oscip celebrou contratos fictícios de prestação de serviços, Paiva tenha lavado pelo menos R$ 73,5 milhões. Neste braço do esquema, o principal doleiro de Paiva era Sérgio Roberto Pinto da Silva, preso na Operação Farol da Colina, da força-tarefa CC5 do Banestado".

O Ministério Público Federal dá conta de que "um dos operadores financeiros de Sérgio Cabral revelou, em colaboração premiada, que parte da propina recebida na Seap era repassada ao ex-governador, mas sem a definição de porcentual fixo como identificado em outras secretarias já investigadas".

"Para receber a propina, César Rubens utilizava duas empresas das quais era sócio, a Intermundos Câmbio e Turismo e a Precisão Indústria e Comércio de Mármores. O sócio de César Rubens na Precisão é Marcos Lips, apontado como responsável pela entrega de dinheiro em espécie ao núcleo central da organização criminosa que operava no Estado do Rio de Janeiro na gestão de Sérgio Cabral", diz.

O ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral (MDB), preso desde 17 de novembro de 2016 e condenado por liderar um esquema de corrupção no Estado do Rio, embarcou às 17h24 desta quarta-feira, 11, do Paraná rumo ao Rio de Janeiro, onde será encaminhado para a Cadeia Pública José Frederico Marques, em Benfica (zona norte).

Cabral estava preso no Complexo Médico Penal de Pinhais, na região metropolitana de Curitiba, desde 18 de janeiro. Ontem, a Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) autorizou por três votos a um o retorno do ex-governador para o Rio, atendendo pedido apresentado pela defesa de Cabral. Ele embarcou no Aeroporto Internacional de Curitiba, em São José dos Pinhais, e deve chegar ao Rio após cerca de uma hora e 20 minutos de viagem.

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O emedebista foi transferido para o Paraná por decisão do juiz federal Sérgio Moro, a pedido do Ministério Público Federal do Paraná (MPF-PR). Cabral é investigado pela Operação Lava Jato também na capital paranaense, e os procuradores da República alegaram que poderiam ser necessários novos depoimentos de Cabral.

Moro também citou as supostas regalias que Cabral estaria recebendo dentro da Cadeia Pública José Frederico Marques. Investigação do Ministério Público Estadual do Rio indicou que esse estabelecimento prisional foi reformado e ganhou melhorias para abrigar o ex-governador.

Logo após a decisão de Moro, a juíza Caroline Vieira Figueiredo, que substituía Marcelo Bretas na 7ª Vara Federal Criminal do Rio, também emitiu ordem para a transferência de Cabral para o Paraná, atendendo outro pedido - este apresentado pelo Ministério Público Federal no Rio de Janeiro.

Nesta quarta-feira, Cabral voltará ao presídio carioca onde supostamente recebia regalias.

O juiz federal Sérgio Moro proibiu expressamente nesta quarta-feira, 11, o uso de algemas no ex-governador do Rio Sergio Cabral (MDB), que será transferido de Curitiba para a Cadeia Pública de Benfica, no Rio. A remoção do emedebista foi autorizada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) nesta terça-feira, 10.

Quando foi transferido do Rio para Curitiba, Cabral foi algemado nas mãos e nos pés por agentes da Polícia Federal. A medida contrariou Súmula do Supremo que disciplina o uso das algemas.

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A Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) determinou na tarde desta terça-feira, 10, que o ex-governador do Estado do Rio de Janeiro Sérgio Cabral (MDB) volte a ficar preso na cadeia de Benfica, no Rio, atendendo a um pedido da defesa.

Cabral está em presídio de Pinhais, na região metropolitana de Curitiba (PR) desde o início do ano, quando foi transferido de Benfica por meio de uma decisão do juiz Sérgio Moro, de 18 de janeiro. O ex-governador está preso desde novembro de 2016 em função de desdobramentos da Operação Lava Jato.

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Votaram a favor do pedido do ex-governador o ministro relator do caso, Gilmar Mendes, e os ministros Dias Toffoli e Ricardo Lewandowski. Edson Fachin foi voto vencido na sessão, que não contou com a presença do decano Celso de Mello.

Gilmar ainda instaurou investigação, que será conduzida por ele, em torno de eventuais abusos envolvendo a mudança de Cabral de Benfica a Curitiba em janeiro. Os ministros criticaram o uso de algemas e correntes durante a transferência do político. A decisão da Segunda Turma foi determinada por meio de um habeas corpus proposto pela defesa do ex-governador em fevereiro.

"A transferência para o Paraná não faz sentido processual. O endereço da instrução processual demanda a permanência do paciente no Rio de Janeiro, onde responde a ações penais em fase de instrução. Entendo que a transferência não atende aos interesses do processo", justificou o ministro Gilmar Mendes.

A transferência para Curitiba atendia a um pedido do Ministério Público Federal que apontou regalias ao emedebista no sistema prisional do Rio. Gilmar afirmou durante a sessão que a transferência se deu em cima de notícias "tomadas como verdadeiras", sem que a defesa pudesse ser ouvida.

Ao comentar a notícia de irregularidades envolvendo a prisão de Cabral em Benfica, de que havia camarões, bolinhos de bacalhau e queijos, além de iogurtes e refrigerantes destinados ao ex-governador, o advogado Rodrigo Roca afirmou que o ex-governador é alérgico à camarões. "O paciente é alérgico a camarão. Toma remédio diariamente autorizado pela autoridade local e não pode ingerir qualquer fruto do mar", disse em sustentação oral nesta tarde.

Voto vencido no caso, Fachin afirmou que apesar da premissa de que réu deve cumprir ordem judicial em lugar próximo aos familiares, há situação de excepcionalidade na prisão de Cabral. "Situação de excepcionalidade parece fundamentada pela decisão que autorizou a transferência, de acordo com as benesses e encomendas descritas pelo Ministério Público", disse o ministro.

Mato Grosso

Os ministros também confirmaram, nesse caso unanimemente, a liminar que Gilmar já havia dado em outro habeas corpus apresentado pela defesa de Cabral ao Supremo. Em outubro, o ministro suspendeu a transferência do ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral para presídio Federal em Mato Grosso do Sul, que havia sido determinada pelo Juízo da 7ª Vara Federal Criminal do Rio.

A determinação foi impulsionada depois que Cabral fez referências, durante interrogatório, em relação a atividade empresarial da família do juiz Marcelo Bretas. "Não se lava dinheiro comprando joias. Vossa Excelência (Bretas) tem um relativo conhecimento sobre o assunto porque sua família mexe com bijuterias. Se não me engano, é uma empresa de bijuterias", disse Cabral.

O ministro Edson Fachin, ao votar acompanhando o relator do caso, Gilmar Mendes, disse que uma conduta "inoportuna ou infeliz não é uma conduta que sempre tipifique uma ameaça". Ao conceder a liminar favorável a Cabral em outubro, Gilmar afirmou que a atividade profissional da família do magistrado é pública, inclusive com matérias veiculadas pela imprensa.

"Não há nada de indevido no interesse do preso pela reportagem sobre a família de seu julgador. Tampouco o acesso do preso à notícia é irregular", afirma. Em sua avaliação, "o fato de o preso demonstrar conhecimento de uma informação espontaneamente levada a público pela família do magistrado não representa ameaça, ainda que velada".

Nesse mês, Cabral virou réu pela 22.ª vez em desdobramentos da Lava Jato no Rio de Janeiro. "Ele responde a 22 ações penais só na Justiça Federal. Qual o sentido de afastar o réu de onde ele responde a 22 ações penais?", indagou o advogado do ex-governador nesta tarde.

O ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral e a ex-primeira dama Adriana Ancelmo se tornaram réus de mais uma ação na Justiça, por peculato. O juiz Guilherme Schilling Pollo Duarte, da 32ª Vara Criminal do Rio, aceitou denúncia do Ministério Público Estadual que acusa ambos de usarem helicópteros do governo estadual em 2.501 viagens pessoais, sendo 2.281 vezes por Cabral e mais 220 vezes por Adriana.

Na decisão, o magistrado ressaltou que a "autoria e a materialidade dos crimes" estão minimamente delineados na denúncia do MP. Além das viagens, Cabral teria comprado duas aeronaves mais modernas e confortáveis, por meio de licitações suspeitas, no valor total de R$ 32 milhões. As negociações também estão sob investigação. Para o MP-RJ, os dois helicópteros comprados são mais luxuosos que os outros pertencentes ao Estado e, portanto, aumentaram os custos de manutenção e combustível.

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"Verifica-se que os acusados já se encontram em regime de prisão provisória, inclusive com diversos mandados prisionais efetivamente cumpridos", escreveu Schilling na decisão. O ex-governador já cumpre penas que juntas ultrapassam 100 anos e responde a mais de 20 processos.

Segundo depoimentos de testemunhas, entre elas pilotos, a aeronave modelo Agusta AW 109 Grand New, de alto luxo, era usada quase com exclusividade pelo ex-governador, sua mulher, seus filhos e babás. Porém, por vezes, no trajeto entre o Rio de Janeiro e a casa de veraneio de Cabral no condomínio Portobello, em Mangaratiba, outros dois helicópteros eram usados simultaneamente para transportar amigos do casal, amigos e namoradas dos filhos, parentes e empregados domésticos.

O juiz destacou que as declarações das testemunhas se juntam à "farta documentação" que justifica o procedimento da ação penal. Apenas o gasto total das viagens ultrapassa R$ 19 milhões. A pena pelo crime pode chegar a 12 anos.

O ex-governador do Rio Sergio Cabral (MDB) virou alvo de ação civil pública do Ministério Público do Estado por conta de contratos envolvendo medicamentos e materiais médico-hospitalares que resultaram em prejuízo aos cofres públicos de mais de R$ 173 milhões. Preso desde novembro de 2016 e condenado a 87 anos de cadeia, acusado de comandar um esquema bilionário de propina, ele já é réu em 20 processos na Justiça Federal.

O MP, por meio da 8ª Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva de Defesa da Cidadania da Capital, ajuizou ação civil pública por improbidade administrativa também contra os ex-secretários de Estado de Saúde Sérgio Côrtes - que passou 10 meses preso e foi solto este mês -, Marcos Esner Musafir e Felipe Peixoto, além de outros 12 servidores do Estado, uma empresa, um consórcio e quatro executivos.

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Um dos empresários é Arthur César de Menezes, o "Rei Arthur". Ele já havia sido acusado de pagar US$ 10 milhões (R$ 33,6 milhões) a Cabral em troca de benefícios em contratos de sua empresa.

Segundo o MP, os denunciados "realizaram contratos para manutenção de serviços de estocagem, distribuição, armazenamento e destinação final de medicamentos, insumos, produtos e materiais médico-hospitalares que resultaram em prejuízo aos cofres do Estado superior a R$ 173 milhões".

O MP requer suspensão dos direitos políticos dos envolvidos e ressarcimento do erário, entre outras sanções.

O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu soltar o ex-secretário de Saúde do Rio Sérgio Côrtes, que comandou a pasta durante o governo de Sérgio Cabral (MDB-RJ). Côrtes foi preso na Operação Lava Jato.

Mendes substituiu a prisão de Côrtes por medidas cautelares. Em novembro de 2017, Côrtes disse que usou recursos do empresário Miguel Iskin para financiar as campanhas do governador do Rio, Luiz Fernando Pezão (MDB), e do candidato à prefeitura do Rio, Pedro Paulo (MDB). Côrtes e Iskin são acusados de participar do esquema de fraudes em licitações na saúde do Rio, que teria movimentado cerca de R$ 16 milhões. O ex-secretário de Saúde de Cabral é acusado pelo Ministério Público Federal de receber propina em "equipamentos de segurança e contrainteligência".

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O vice-presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), ministro Humberto Martins, negou o pedido de medida liminar apresentado pela defesa do ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral (MDB), que havia solicitado a sua transferência para o presídio José Frederico Marques, no Rio de Janeiro.

Para Martins, a transferência de Cabral para a unidade prisional de Pinhais, na região metropolitana de Curitiba, não se demonstrou desarrazoada, inexistindo qualquer ilegalidade no caso em análise.

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Em 18 janeiro deste ano, o juiz federal Sérgio Moro determinou a transferência do ex-governador do Rio para o presídio paranaense. A decisão atendeu a um pedido do Ministério Público Federal que apontou regalias ao emedebista no sistema prisional do Rio.

Para Martins, a transferência não se mostrou "em princípio, desarrazoada ou ilegal, mormente quando presente a existência de provas da ineficácia da prisão preventiva do paciente em unidades prisionais vinculadas à SEAP/RJ (Secretaria de Estado de Administração Penitenciária), em especial a ausência de fiscalização e o controle exercido pelo paciente na cadeia pública José Frederico Marques".

De acordo com informações divulgadas no site do STJ, o mérito do pedido de habeas corpus no STJ ainda será analisado pelos ministros da Sexta Turma do tribunal, sob a relatoria da ministra Maria Thereza de Assis Moura.

A Justiça Federal no Rio e em Curitiba negou nesta quarta-feira, 24, a volta do o ex-governador do Rio Sérgio Cabral (MDB) ao Rio. Condenado a 87 anos de prisão por crimes como corrupção passiva e lavagem de dinheiro, ele foi transferido do Rio para o Paraná no dia 18, por conta de regalias apontadas pelo Ministério Público que foram encontradas na cadeia em que estava.

A defesa arguiu a incompetência da primeira instância da Justiça Federal para transferi-lo, por se tratar de um réu sentenciado. Alegou cerceamento de defesa e também a dificuldade da família de Cabral para visitá-lo após a transferência para o Complexo Médico-Penal, em Pinhais. Sustentou ainda que as audiências ficarão mais difíceis, mencionando o fato de haver mais processos no Rio do que naquele Estado.

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Em sua decisão, a juíza Caroline Vieira Figueiredo, da 7ª Vara Federal Criminal do Rio, demarcou que "os presos do colarinho branco não podem, de forma nenhuma, ter tratamento mais benéfico que outros custodiados". Entre os privilégios encontrados na Cadeia Pública José Frederico Marques, no Rio, foram identificadas comidas finas e a tentativa de se montar uma sala de cinema doada de forma irregular.

Cabral teria montado um esquema de corrupção enquanto governador do Rio, por dois mandatos (2007-2014). O valor movimentado superaria R$ 1 bilhão. Ele agiria nas áreas de obras, transportes e saúde, entre outras. O ex-governador está preso desde novembro de 2016.

O Ministério Público Federal no Rio (MPF) pediu ao Tribunal Regional Federal da 2.ª Região (TRF-2) a que seja feito, em caráter de urgência, o leilão de bens bloqueados de casal Sérgio Cabral Filho (MDB) e Adriana Ancelmo, incluindo a mansão de Mangaratiba, na Costa Verde fluminense. O pedido foi protocolado na noite de terça-feira, 23, no processo para a alienação antecipada de seus bens bloqueados.

O MPF na 2.ª Região argumentou que o imóvel do casal em Mangaratiba e os outros bens estão se deteriorando e, por isso, se torna necessária uma resolução rápida desse caso, com o julgamento dos recursos no curto prazo. O pedido foi enviado ao desembargador federal Abel Gomes, relator dos processos da Força-tarefa Lava Jato no Rio no tribunal.

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O TRF suspendeu o leilão, determinado pela 7.ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, em setembro do ano passado, até que os recursos da defesa fossem julgados. A decisão foi tomada após a defesa de Cabral argumentar que os leiloeiros encarregados de fazer o leilão estariam em situação irregular.

Além da casa de Mangaratiba, estão entre os bens para serem leiloados uma lancha, três automóveis e um jet ski, que foram avaliados em mais de R$ 12,5 milhões em um despacho de junho de 2017. A defesa de Cabral ainda não se manifestou sobre o novo pedido do MPF.

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