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Nos idos de 2015, ao se licenciar da presidência do conselho de administração da Petrobras, posto que acabaria deixando em definitivo dois meses depois, o executivo Murilo Ferreira fez um diagnóstico sinistro da estatal a um amigo. "A Petrobras não é do acionista majoritário nem do acionista minoritário - ela é da corporação", disse Ferreira, que também era presidente da Vale, de acordo com o site Brazil Journal. "Se eu fosse morador de Nilópolis, São Gonçalo ou da Baixada (regiões pobres do Rio, onde se situa a sede da empresa), ficaria revoltado com os privilégios que os funcionários da Petrobras conseguiram garantir para si mesmos."

Desolado com a sua impotência para mudar a situação, ele fechou o desabafo traçando um paralelo entre a Vale, privatizada em 1997, e a Petrobras, símbolo maior do gigantismo do Estado no País: "Na Vale, consegui tirar os carros dos diretores. Na Petrobras, não é possível diminuir qualquer coisa que a corporação não queira."

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Passados quase sete anos do diagnóstico feito por Ferreira, o quadro continua praticamente o mesmo. Desde que ele deixou a companhia, ninguém conseguiu mexer para valer nas benesses do pessoal. Quem tentou, segundo ex-gestores da empresa, tornou-se alvo de ameaças e de campanhas difamatórias promovidas pela tropa de choque da turma.

'Longe Demais'

Os privilégios, é certo, vêm se acumulando desde a criação da Petrobras, em 1953, no governo Vargas. Mas, conforme relatos feitos ao Estadão, foi durante os governos Lula e Dilma, quando sindicalistas assumiram o comando da área de recursos humanos, que a situação degringolou de vez. "Sempre houve privilégios na Petrobras, mas as concessões feitas naquele período agravaram muito o problema", afirma um ex-executivo da estatal.

Os salários, que já eram inflados, também engordaram ainda mais. Entre 2003 e 2015, de acordo com dados dos sindicatos dos petroleiros, os funcionários da Petrobras tiveram um ganho real (já descontada a inflação) de 34%. Mesmo com a perda de 5,6% ocorrida nos governos Temer e Bolsonaro, ainda acumulam um aumento real de 26,4% (veja o gráfico). "Acho razoável que haja uma certa liberalidade numa grande empresa", diz Almir Pazzianotto, ex-presidente do Tribunal Superior do Trabalho (TST) e ex-ministro do Trabalho. "Agora, na Petrobras, eles foram longe demais."

Pelos cálculos de um ex-gestor de RH da companhia, o custo das "jabuticabas" - como costuma chamar os privilégios que só os funcionários da estatal têm - alcança cerca de R$ 7 bilhões por ano, o equivalente a um terço do gasto total de pessoal, de R$ 21,7 bilhões em 2020, incluindo os encargos sociais e tributários.

'Coisa de Louco'

As "jabuticabas" fazem tanta diferença no bolso dos petroleiros que, para mantê-las no Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) 2020-2022, ainda em vigor, os sindicatos aceitaram o "congelamento" dos salários por um ano, proposto pela empresa.

Os funcionários da Petrobras recebem, por exemplo, 100% a mais pelas horas extras, em vez do adicional de 50%, previsto na CLT (Consolidação das Leis do Trabalho). Enquanto os demais trabalhadores ganham um adicional de 33,33% nas férias, eles embolsam 100% a mais. Recebem também um reembolso de até 90% dos gastos com matrículas e mensalidades escolares de filhos de até 18 anos e uma "ajuda de custo" para assistência alimentar de R$ 1.254 por mês, mais R$ 192 de vale-refeição.

Nas plataformas da empresa, a jornada funciona no esquema de 14 dias de trabalho por 21 dias de folga, em vez dos 14 dias de trabalho por 14 de folga praticados pela indústria de petróleo mundo afora, segundo um ex-dirigente da empresa.

O sistema é tão light, em sua avaliação, que há funcionários de plataformas que moram nos Estados Unidos, em Portugal e em outros países. Chegam ao aeroporto do Galeão, no Rio, vão direto para o heliporto usado pela Petrobras em Jacarepaguá, na zona oeste da cidade, passam duas semanas em alto mar e depois fazem o caminho inverso. Só voltam a trabalhar três semanas depois. Como não moram no Rio, ainda têm um benefício adicional: o tempo gasto na viagem de ida e volta de helicóptero conta como se estivessem trabalhando.

"É uma chuva de privilégios sem precedentes no setor privado", diz Paulo Uebel, ex-secretário especial de Desburocratização, Gestão e Governo Digital do Ministério da Economia. "O acordo coletivo da Petrobras é uma coisa de louco, diferente de tudo o que eu conheço", afirma Pazzianotto.

Mesmo se perdessem os "penduricalhos", os petroleiros não poderiam reclamar da vida. Pesquisas encomendadas pela Petrobras apontam que seus funcionários ganham de duas a três vezes mais do que a média paga no mercado. Como apurou o Estadão, um "inspetor de segurança", responsável pela proteção das portarias, recebe de R$ 7 mil a R$ 8 mil por mês, enquanto no mercado a média para o cargo gira em torno de R$ 2,5 mil. Um técnico de operação, que trabalha em refinarias, recebe em média R$ 20 mil mensais, enquanto o ganho no setor privado não passa de R$ 7 mil.

Retificação

Nas posições de nível superior, como engenheiro, geólogo e psicólogo, a remuneração média é de R$ 25 mil por mês, podendo chegar a R$ 40 mil, conforme o tempo de serviço do funcionário, enquanto no setor privado a média fica ao redor de R$ 12 mil.

Um levantamento divulgado recentemente pela Secretaria de Coordenação e Governança das Empresas Estatais (Sest), vinculada ao Ministério da Economia, mostrou que, na média, a remuneração dos funcionários da Petrobras atingiu R$ 25.164 por mês em 2020. A maior remuneração mensal foi de R$ 145,2 mil e a menor, de R$ 1,5 mil. Pelo estudo, que incluiu as 46 estatais controladas pela União, o ganho médio na Petrobras só foi menor que o do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), onde chegou a R$ 31 mil mensais.

Apesar de os dados divulgados pela Sest terem sido fornecidos pela própria Petrobras, a empresa agora informa que a remuneração média em 2020 ficou em R$ 18,6 mil por mês, enquanto a maior foi de R$ 97,7 mil, e a menor, de R$ 3,3 mil. Mesmo que a retificação seja procedente, não altera muito o quadro. Em vez de ocupar o segundo lugar na lista das maiores remunerações das estatais, a Petrobras passaria para a terceira posição, atrás também da Embrapa, onde o ganho médio foi de R$ 20,2 mil por mês em 2020.

Monopólio

Na visão de Paulo Uebel, a situação chegou a esse ponto porque a Petrobras detém o monopólio no setor de fato, embora não de direito, já que a "reserva de mercado" que a favorecia caiu oficialmente em 1997. Isso, segundo ele, dá um poder enorme para os sindicatos e favorece a realização de greves com enorme impacto na vida dos cidadãos e das empresas. Uebel é favorável à privatização da Petrobras, combatida de forma feroz pelos sindicatos, mas pondera que, enquanto ela não vier, o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) deveria limitar sua participação de mercado, nas diferentes áreas em que atua, a no máximo 60%. "É preciso quebrar o monopólio não só de direito, mas de fato", afirma. "Só assim será possível reduzir a força da corporação."

De acordo com Uebel, o quadro atual se deve também às decisões da Justiça do Trabalho, que garantem estabilidade no emprego aos funcionários de estatais, apesar de eles serem contratados pela CLT e poderem negociar aumentos salariais e benefícios por meio de acordo coletivo. "No poder público, isso não existe: ou você tem estabilidade e só pode criar benefícios e definir reajustes salariais por meio de lei ou não tem estabilidade e aí pode negociar tudo por meio de acordo coletivo."

Uma saída, para Uebel, seria realizar uma reforma administrativa que incluísse o corte dos privilégios existentes nas estatais, sujeitando seus funcionários às mesmas regras e aos mesmos princípios da administração pública direta.

Pazzianotto sugere que a Petrobras contrate "gente de fora" para conduzir as negociações trabalhistas com os sindicatos. "É uma forma de evitar possível conflito de interesses por parte de advogados da empresa, que se beneficiam do acordo coletivo ou de uma decisão favorável aos trabalhadores na Justiça."

Preço dos Combustíveis

Os sindicatos rejeitam, obviamente, a percepção de que os benefícios recebidos pelos funcionários sejam "privilégios". "A CLT é um piso", diz o presidente do Sindipetro de São José dos Campos (SP), Rafael Prado, secretário de comunicação da FNP (Federação Nacional dos Petroleiros. "Isso não quer dizer que não seja possível negociar um acordo coletivo melhor."

Para Prado, os altos lucros da Petrobras justificariam os benefícios e salários recebidos pelos funcionários. "Isso precisa ser encarado dentro da realidade do setor de petróleo e gás. Como ele tem uma rentabilidade muito superior à média da economia, paga salários melhores", afirma. "Isso significa que parte da riqueza toda gerada no setor fica com os trabalhadores."

A questão é que, independentemente dos fartos benefícios e salários recebidos por seus funcionários, a Petrobras já lhes concede participação nos lucros. Oferece também um programa de bonificação baseado no desempenho individual e coletivo, que é outra forma de reconhecer o papel dos trabalhadores no negócio. "A fatia que fica com os trabalhadores é ínfima perto do lucro que eles produzem."

Com os preços dos combustíveis na estratosfera, a tentação de atribuir o problema aos privilégios e à remuneração generosa dos petroleiros é grande. Mas não dá para dizer, segundo ex-gestores da Petrobras, que o impacto nos preços seja significativo. O que se pode afirmar é que isso afeta a eficiência e a produtividade, assim como a capacidade de investimento e de pagamento de dividendos aos acionistas, inclusive a própria União. "Embora o custo de extração seja muito baixo, há uma estrutura pesada, que é muito cara. O custo de refino também é muito alto por causa disso", diz um ex-executivo da empresa. Não é pouca coisa. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Um ex-preso do Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, detalhou como funciona o sistema de regalias dentro das prisões. Em um sistema de recompensas, os encarcerados com maior poder aquisitivo têm acesso aos serviços especiais, que podem ir do acesso às drogas e aparelhos de celular, comuns em cadeiras de todo o Brasil, à oferta de frutos do mar e fast food. As informações foram reveladas em entrevista à TV Globo, por um ex-preso não identificado, por questões de segurança.

O homem, que passou quatro anos atrás das grades, disse que dentro das cadeias do Rio a proximidade entre os presos e os agentes do estado é grande – e manter essa boa relação custa caro. Em seu depoimento, ele deixou claro que as encomendas são feitas pelos próprios agentes, que possuem precificação tabelada.

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Ele contou que o acesso a um celular no presídio é muito fácil, desde que o preso aceite o alto investimento para comprar um aparelho. O valor é compensado pelo “serviço” clandestino, que oferece até chamadas de vídeo.

“Tem tabela de preços em relação aos aparelhos e não em relação a quem vai comprar. Independente do preso que vai comprar, seja um matador perigoso, um traficante, se um valor é para um, é para todos. Agora tem telefone, depende muito da unidade. Tem unidade, que hoje eu converso, que é dois mil (reais) o telefone”, explicou o homem.

E acrescentou: "Se a visita não aparecesse, não tinha problema nenhum. Por exemplo, vou falar com meu filho, faço uma chamada de vídeo na hora que eu quiser, o tempo que eu quiser. A minha vó, ou seja quem for".

Fazer fotos e vídeos também está liberado. Tem registro dos presidiários fora e dentro da cela, da comida e até do banho de sol.

Em conversa por mensagem exibida pelo RJ2, um preso mostra uma foto de um roteador e comemora ter conseguido Wi-Fi. "Agora tenho Netflix e Wi-Fi na cadeia, meu amor!", comemora o preso. Esconder o aparelho durante uma fiscalização também envolve dinheiro.

"Antes de eles serem transferidos, eu ligava para ver se eles queriam vir. Eu explicava: 'Vou te pagar mil reais por mês, independente se for preciso ou não. Tu vai receber mil reais por mês. Se você não quiser, eu deixo você falar no telefone por horas, estipula o horário que você precisa falar, eu deixo você falar, mas no dia que eu precisar, eu vou precisar que você guarde."

O ex-presidiário disse que tudo era combinado com o "chefe de disciplina ou chefe de segurança", a quem era informado o nome dos outros detentos que "guardariam" o aparelho.

Drogas e bebidas

"Por exemplo, dois litros de energético é quinhentos reais. Uma batata, um frango, alguma coisa assim, é sessenta reais. Isso era coisa que usava constantemente porque eu não comia aquela comida. Eu comia batata, frango...", segue explicando.

No final de semana, o homem disse que fazia um "rateio" com outros "comissionados" da cadeia. Segundo ele, cada um colocava quinhentos reais para comprar "picanha, camarão"e "lanche no MC Donald's".

'Cardápio' pago no presídio

Além dos altos valores, os agentes podem cobrar diferente caso conheçam as condições de um preso específico. Quanto “melhor de vida”, mais alto o preso pagará. A picanha, o camarão ou um lanche do MC Donald’s custam R$ 500 cada. Já um energético gira em torno de R$ 200. A entrada de drogas também é planejada. A maconha, por exemplo, é embrulhada em papel carbono para driblar o raio-x.

"Nessa questão das condições básicas de saúde, é onde abre os olhos de alguns que veem que dentro daquela unidade tem preso que tem uma condição financeira boa, e ali ele se aproveita que a alimentação vem ruim e te oferece um lanche do MC Donald's por cem, duzentos reais." Também é possível fazer encomendas, como picanha, camarão, whisky, Red Bull.

Comunicação entre cadeias

A comunicação entre presos de diferentes cadeias também acontece.

Em outra mensagem exibida pela reportagem, um preso comenta a chegada do ex-secretário de Administração Penitenciária Raphael Montenegro ao Presídio de Bangu 8.

No diálogo, um dos presos afirma que a entrada de Montenegro no sistema pode piorar a situação no complexo penitenciário porque "a direção está escaldada", ou seja, com medo de ser pega na escuta e de o diretor ser exonerado.

Dinheiro na mão do diretor

Também no relato, o ex-preso afirmou que toda sexta-feira é preciso ter uma "certa quantia" de dinheiro na mão do diretor da unidade.

"Existe uma regra que toda sexta-feira tem que seguir uma certa quantia na mão do diretor. O diretor deixa a gente solto, entre aspas, para fazer o que a gente bem entende. (...) Na verdade, tendo dinheiro você consegue muita coisa, praticamente tudo", pontua o ex-interno.

Em nota, a Secretaria de Administração Penitenciária informou que depois de receber as denúncias vai instaurar uma sindicância para esclarecer os fatos. E acrescentou que a nova administração repudia qualquer irregularidade nas unidades prisionais.

O uso de equipamentos públicos para o benefício próprio entre políticos tem sido cada vez mais recorrente. No último domingo (21), o vice-governador de Minas Gerais, Paulo Brant (Novo), chamou a atenção por utilizar o helicóptero estadual para se deslocar de um spa de luxo localizado no distrito de Nova Lima para Ouro Preto.

A vice-governadoria confirmou o uso, segundo informações do jornal O Tempo. Brant e a esposa, Alexia Paiva, passaram o feriado da Semana Santa no spa. A justificativa dada para o uso do helicóptero é que o hotel estava na rota aérea para Ouro Preto. A postura repercutiu negativamente.

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Paulo Brant e o governador Romeu Zema (Novo) foram eleitos em 2018 com a promessa de "acabar com a farra de voos" do ex-governador Fernando Pimentel (PT), contudo a realidade tem sido outra. Zema, por exemplo, prometeu que se deslocaria apenas em voos de carreira, mas ele usou as aeronaves do Estado 16 vezes, entre janeiro e março. 

Durante a coletiva de imprensa que João Amoêdo, candidato a presidente da República pelo partido Novo, concedeu ao jornalistas do Recife, nesta quinta (30), ele ressaltou a necessidade de acabar com certas regalias na política como cortar a quantidade de assessores do presidente, bem como o uso do cartão corporativo. O encontro com a imprensa e uma parte da militância aconteceu no comitê do Novo, localizado no bairro do Pina.

“O Palácio, só para cuidar do jardim, são R$ 4 milhões por ano. Não precisa ter chefe de cozinha, não precisa usar cartão corporativo, isso tudo eu diria que é importante não só no valor, mas principalmente no exemplo”, ressaltou. 

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Amoêdo falou que o exemplo tem que vir do chefe máximo de uma nação. “Como é que a gente vai cortar? Por exemplo, como vai fazer uma reforma da Previdência se você como chefe máximo da nação não dá exemplo de corte de custos? Essa é uma filosofia nossa, a gente começou fazendo isso com os vereadores novos que foram eleitos, que cortaram verbas de gabinete”. 

O candidato também criticou os altos custos do Congresso. “O Congresso brasileiro, por exemplo, custa R$ 29 milhões de reais por dia”, lamentou garantindo que todos os candidatos a deputado do Novo já se comprometeram, caso eleitos, a cortarem metade dos assessores. “Se todo mundo no Congresso fizesse isso, já era uma economia de mais de cinco milhões de reais”. 

O empresário disse que quer um Estado que seja mais atuante nas áreas que interessam o cidadão como segurança, saúde e educação. Ainda falou que o atual governo não atende os anseios da população e que o sistema cria um ambiente mais propício à corrupção. 


Investigação do Ministério Público do Estado do Rio revela que a mulher do ex-governador Sérgio Cabral, Adriana Ancelmo, teve diversas regalias enquanto esteve presa no Complexo Penitenciário de Gericinó, entre os meses de dezembro de 2016 e março de 2017. Entre os privilégios concedidos a Adriana Ancelmo estão o recebimento de ceias de Natal e de Ano Novo. A ação do MP pede o afastamento de Rita de Cássia Alves Antunes, diretora da cadeia pública Joaquim Ferreira de Souza, por improbidade administrativa.

De acordo com a ação, um emissário de Sérgio Cabral foi ao Complexo Penitenciário de Gericinó no dia 25 de dezembro com uma ceia de Natal para Adriana, o que é proibido pelas regras da penitenciária. Após ser barrado por agentes penitenciários, o emissário teve sua entrada autorizada por um subcoordenador da unidade "por ordem do 01", uma referência ao então secretário de administração penitenciária Erir Ribeiro. Na ocasião, segundo o depoimento de uma agente penitenciária, Rita de Cássia teria confirmado que a ordem partira do secretário.

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No dia 31 de dezembro do mesmo ano, mais um emissário do ex-governador foi enviado à penitenciária, dessa vez com uma cesta de réveillon. Como, novamente, o acesso foi negado, a própria Rita de Cássia, que estava de folga, compareceu à unidade prisional para receber a ceia e entrega-la pessoalmente à ex-primeira-dama. A ação revela ainda que na noite do réveillon, as presas de nível superior foram autorizadas a manter as celas abertas, enquanto as demais detentas foram mantidas trancadas.

O MP sustenta que a após a chegada de Adriana Ancelmo, toda a rotina da unidade foi alterada. As regras de disciplina teriam sido adaptadas para a ex-primeira-dama, que não era obrigada a levantar da cama durante inspeções de rotina, não podia ser revistada após as visitas e sequer podia ser chamada de "presa" como as demais detentas. Uma agente penitenciária que tentou manter a igualdade de tratamento para todas as presas acabou sendo transferida pela diretora para outra unidade.

A ação é um desdobramento do Inquérito Civil Público, instaurado em março do ano passado, que apura regalias e privilégios no sistema penitenciário fluminense aos presos da Operação Lava Jato.

O Ministério Público Federal e a Polícia Federal investigam um esquema de privilégios a presos da Operação Lava Jato no Complexo Médico-Penal (CMP), em Curitiba. As suspeitas são que um seleto grupo - formado por políticos, ex-executivos e lobistas - teria acesso a aparelhos de telefone celular, internet, visitas íntimas, comida exclusiva, serviços de cozinheiro, segurança e zelador particulares. Além de usarem "laranjas" em cursos e trabalhos que servem para redução dos dias de cárcere.

Uma carta de 47 páginas, escrita à mão de dentro do complexo penal e entregue à Justiça e à força-tarefa da Lava Jato, reativou, no início deste ano, uma apuração aberta em 2016 sobre um suposto "regime especial" paralelo na ala 6 da unidade, desde a chegada "dos Lava Jato" - como este grupo é chamado pelos demais presos. Ao todo, a carta enumera 27 "fatos" - supostas ilegalidades ou infrações disciplinares - que beneficiariam o grupo.

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Outros centros prisionais já apuraram casos de regalias envolvendo políticos presos. Em Brasília, uma ação da polícia no domingo passado apontou benefícios ao ex-senador Luiz Estevão, no presídio da Papuda. No início do ano, o ex-governador Sérgio Cabral foi retirado do presídio de Benfica, no Rio, por ter acesso a comidas especiais e sala de cinema, entre outros privilégios. Cabral e Estevão negam.

Antigo Manicômio Judiciário do Paraná, o Complexo Médico-Penal - batizado assim desde 1993 - é um presídio localizado em Pinhais, sem muralhas. Visto por fora, foge ao padrão visual das unidades de encarceramento do Brasil. Com capacidade para 659 presos, a unidade abriga hoje cerca de 730.

A unidade passou a abrigar os detentos da Lava Jato em 2015, após a carceragem da PF se tornar pequena para o crescente número de detidos nas operações. Atualmente, são 52.

Divididos em dez celas da galeria 6, atualmente 12 presos condenados pelo juiz federal Sérgio Moro estão no CMP. Entre eles, o ex-presidente da Petrobras Aldemir Bendine, o ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (MDB-RJ), o ex-deputado petista André Vargas, o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares e o ex-assessor parlamentar do PP João Cláudio Genu - os dois últimos chegaram na quarta-feira passada, dia 20, após confirmação de suas condenações em segunda instância.

Vargas é suspeito de ser o líder do grupo, com poderes de mando dentro do CMP. Nem os procuradores nem a PF comentam as investigações em andamento. Em 2016, um procedimento foi aberto após denúncia de uso de celular e destruição de provas pelo empreiteiro Marcelo Odebrecht. Por isso, ele teria sido transferido em fevereiro daquele ano de volta para a carceragem da PF.

Vistoria em agosto de 2016 chegou a localizar um carregador de celular na cela 602, que era ocupada entre outros pelo ex-ministro José Dirceu, mas o aparelho não foi localizado. A carta que denuncia regalias diz que presos da Lava Jato "usam celular à vontade" no complexo.

A força-tarefa apura também a "permissão" de visitas íntimas - no CMP, é proibido - para "os Lava Jato". "Não tem dia, nem hora exata, qualquer dia e qualquer hora pode ser o momento, sempre no horário de expediente, e não necessariamente toda semana", relata a carta. Além de encontros com as "esposas", o documento cita a presença de "garotas de programa disfarçadas de advogadas".

O diretor do Departamento Penitenciário do Paraná, Francisco Caricatti, afirmou que não foi comunicado sobre as investigações, nem tem conhecimento de supostas regalias no CMP.

O Sindicato dos Agentes Penitenciários do Paraná (Sindarspen) informou que "desconhece qualquer denúncia contra agentes penitenciários, que supostamente estariam favorecendo presos da Lava Jato".

A defesa de Vargas disse que desconhece eventuais benefícios ao ex-deputado petista. Procuradas, as defesas de Marcelo Odebrecht e de Dirceu não responderam. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O senador Magno Malta (PR-ES) divulgou um vídeo, nas redes sociais, questionando o que chamou de “frescura de todo dia” diante da prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). De acordo com o republicano, Lula é um detento que “custa muito caro para o país” e os “excessos de exigências” em favor dele “não tem cabimento”.

“Lula é um preso comum. Um preso custa o valor absurdo de R$ 1.500, quando se gasta menos com o estudante, e quem assaltou o Brasil gastar R$ 150 mil com ele preso. Ele é preso comum, roubou o Brasil, assaltou o Brasil. Esse mimimi, essa frescura de que 'tem visitar o Lula', o 'Lula coitadinho, não tem geladeira, iogurte'... Iogurte o caramba! Para quem assaltou o Brasil tem que ficar aí mesmo e está bom demais”, disparou. 

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O ex-presidente está preso desde o último dia 7 na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba, no Paraná. Ele está cumprindo a pena de 12 anos e um mês de reclusão pela qual foi condenada pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro em investigação da Lava Jato. 

Desde que chegou ao local, a sua defesa solicitou a disponibilização de uma máquina ergométrica para exercícios físicos e atendimento médico periódico com o profissional que acompanha o ex-presidente. Apenas a primeira solicitação foi atendida pela Vara de Execução Penal de Curitiba. Além disso, também foram impetrados pedidos de visitas de governadores, deputados, a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) e outros nomes aliados do petista. Apenas uma comissão de senadores foi autorizada a estar com Lula. 

A Justiça Federal no Rio e em Curitiba negou nesta quarta-feira, 24, a volta do o ex-governador do Rio Sérgio Cabral (MDB) ao Rio. Condenado a 87 anos de prisão por crimes como corrupção passiva e lavagem de dinheiro, ele foi transferido do Rio para o Paraná no dia 18, por conta de regalias apontadas pelo Ministério Público que foram encontradas na cadeia em que estava.

A defesa arguiu a incompetência da primeira instância da Justiça Federal para transferi-lo, por se tratar de um réu sentenciado. Alegou cerceamento de defesa e também a dificuldade da família de Cabral para visitá-lo após a transferência para o Complexo Médico-Penal, em Pinhais. Sustentou ainda que as audiências ficarão mais difíceis, mencionando o fato de haver mais processos no Rio do que naquele Estado.

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Em sua decisão, a juíza Caroline Vieira Figueiredo, da 7ª Vara Federal Criminal do Rio, demarcou que "os presos do colarinho branco não podem, de forma nenhuma, ter tratamento mais benéfico que outros custodiados". Entre os privilégios encontrados na Cadeia Pública José Frederico Marques, no Rio, foram identificadas comidas finas e a tentativa de se montar uma sala de cinema doada de forma irregular.

Cabral teria montado um esquema de corrupção enquanto governador do Rio, por dois mandatos (2007-2014). O valor movimentado superaria R$ 1 bilhão. Ele agiria nas áreas de obras, transportes e saúde, entre outras. O ex-governador está preso desde novembro de 2016.

O delegado de Polícia Federal Igor Romário de Paula, que conduz a Lava Jato no Paraná, apontou "postura de enfrentamento mais ativa e desafiadora" do ex-governador do Rio Sérgio Cabral (MDB) ao explicar as algemas e a corrente usadas para prender as mãos e os pés do emedebista.

O delegado enviou na Segunda-feira passada, dia 22, um memorando ao superintendente da PF no Paraná, Mauricio Valeixo, e também encaminhou o documento ao juiz Sérgio Moro, que cobrou a corporação sobre o caso.

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Cabral, que foi transferido do Rio para o Paraná, teve mãos e pés atados durante sua remoção para o Instituto Médico-Legal de Curitiba e, depois, para o Complexo Médico-Penal de Pinhais. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Além de constatar falhas nas câmeras no momento em que Anthony Garotinho alega ter sofrido agressões, peritos do Ministério Público Estadual do Rio também apontaram a livre circulação dos presos da Lava Jato e de seus pertences - como "sacolas grandes e pequenas" na cadeira pública de Benfica. Em meio ao recebimento "itens diversos", os presos do colarinho branco sequer recebiam as quentinhas fornecidas aos presidiários de outras alas.

O ex-governador Sérgio Cabral (MDB) foi transferido da cadeia pública de Benfica para o Complexo Médico Penal de Pinhais, no Paraná, nesta sexta-feira, 19, justamente em razão de privilégios.

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A perícia foi feita para analisar a agressão denunciada pelo ex-governador Anthony Garotinho. Quando esteve preso, ele alegou ter sido alvo de agressão por um homem com um taco em sua cela e foi punido por não provar a ocorrência no cárcere. Em decorrência da penalidade, chegou a ser transferido para Bangu 8.

Em dezembro, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Gilmar Mendes, mandou soltar o ex-governador.

Uma das falhas registradas no momento em que Garotinho diz ter sido agredido foi notada justamente pela comparação de duas câmeras que filmavam o corredor da cela do ex-governador. Uma delas captou as mãos dele batendo palmas para chamar a segurança enquanto a outra, no mesmo momento, permaneceu com a imagem congelada.

Em outro vídeo, os peritos apontam um ponto cego "entre os portões das galerias B e C, permitindo o trânsito de pessoas sem qualquer tipo de registro pelo sistema, uma vez que as demais câmeras estavam inativas'.

Para os peritos 'há fortes indícios de interferência humana na gravação do fluxo de imagens por ocasião da suposta agressão ao ex-Governador Anthony Garotinho'.

Além de constatar as irregularidades envolvendo o caso de Garotinho, os peritos chamaram, no mesmo relatório, a atenção para o tratamento privilegiado aos presos da Lava Jato, que ficam na galeria C da cadeia pública de Benfica.

"Notadamente o fluxo de pessoas e objetos na Galeria C destaca-se das demais, em vários momentos são vistos presos atravessando a mão entre as grades do portão da Galeria C, abrindo a mesma e acessando livremente o pátio", apontam.

Os peritos ainda ressaltam que a "galeria C conta com uma área que funciona como 'antessala' e que serve de ambiente de interação entre presos e agentes sem que se observe diferenciação de comportamento entre eles. Somente o fato de uns usarem uniforme de detento e outros de agente é o que permite diferenciá-los".

De acordo com os peritos, além de nunca haver fornecimento de quentinhas aos presos da Lava Jato, a galeria C ainda "recebe grande fluxo de itens diversos, sacolas grandes e pequenas e sacos de gelo sem que haja qualquer rotina de horário e muitas vezes sem acompanhamento de agentes".

A Polícia Federal informou nesta sexta-feira, 19, que seguiu rigorosamente "todos os parâmetros legais" no procedimento de condução do ex-governador do Rio Sérgio Cabral (MDB), com as mãos algemadas e os pés acorrentados, em Curitiba.

Segundo a assessoria da Diretoria-Geral da PF, quem define as condições da condução é quem a executa - no caso, os agentes que faziam a escolta do emedebista.

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Sérgio Cabral foi submetido a exames no Instituto Médico Legal da capital paranaense, antes de ser transferido para o Complexo Médico-Penal de Pinhais, a prisão da Lava Jato - onde estão alguns dos principais alvos da investigação, como o ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha (MDB-RJ), e o ex-tesoureiro do PT João Vaccari.

A PF destacou que Cabral "não é um suspeito, é um preso já sentenciado". O ex-governador acumula 87 anos de condenação em três processos. Segundo a PF, a condução do emedebista "seguiu todas as observações necessárias para sua efetiva execução".

A PF avalia que "não há nenhum reparo a ser feito" na forma como o ex-governador foi transferido porque "tudo foi realizado dentro dos parâmetros e do protocolo de segurança". A assessoria da Diretoria-Geral observa que a cautela é exigida diante do "ânimo da população" - com relação a condenados por corrupção, caso de Cabral. A PF disse, ainda, que não pode abrir mão da segurança do próprio prisioneiro em um ambiente público.

Cabral chegou a Curitiba na quinta-feira, 18. Ele foi transferido do Rio por ordem judicial. Os investigadores descobriram que na cadeia pública de Benfica, zona norte da capital fluminense, o emedebista desfrutava de luxos e regalias.

Ele passou a noite na Custódia da Superintendência da PF de Curitiba. Nesta sexta, o ex-governador foi levado ao IML e, depois, para o Complexo de Pinhais. Algemado e acorrentado, Cabral queixou-se a um agente. "O senhor está me machucando", disse.

Em 2008, o Supremo Tribunal Federal (STF) editou a Súmula 11, batizada "súmula das algemas" - medida que autoriza o uso do equipamento exclusivamente "em caso de resistência e de fundado receio de fuga ou de perigo à integridade física própria ou alheia, por parte do preso ou de terceiros".

A PF informou que, no caso do ex-governador, a Súmula 11 não foi desrespeitada. E que a forte escolta se fazia necessária até para assegurar a integridade do prisioneiro. A Federal anotou que o IML de Curitiba é "um ambiente público em um local vulnerável, com fácil aproximação (de pessoas)".

O advogado Rodrigo Roca, que defende o ex-governador do Rio Sérgio Cabral (MDB), afirmou nesta sexta-feira, 19, que a defesa do ex-governador está "indignada e estarrecida com tamanho espetáculo e crueldade". Acorrentado e algemado, o ex-governador foi levado ao Instituto Médico-Legal de Curitiba nesta sexta-feira para ser submetido a exames antes de ser transferido para o Complexo Médico-Penal, em Pinhais, na região metropolitana da capital paranaense.

"Sérgio Cabral está proibido de falar, com pés e mãos algemados. Esqueceram apenas de colocar o capuz e a corda. A defesa está indignada e estarrecida com tamanho espetáculo e crueldade", afirmou Roca, em nota.

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Na quinta-feira, 18, os juízes federais Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal, em Curitiba, e Caroline Vieira Figueiredo, da 7ª Vara Federal, do Rio, determinaram a remoção do ex-governador para o presídio no Paraná por causa de regalias na Cadeia Pública José Frederico Marques, em Benfica, no Rio, onde o emedebista estava custodiado. Sérgio Cabral chegou a Curitiba no fim do dia.

O ex-governador do Rio Sérgio Cabral (MDB) chegou ao Complexo Médico-Penal, em Pinhais, região metropolitana de Curitiba, na tarde desta sexta-feira, 19. O emedebista foi transferido, por ordem judicial, do Rio para o presídio onde já estão seu colega de partido, o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha, o ex-tesoureiro do PT João Vaccari e o ex-presidente da Petrobras Aldemir Bendine.

Cabral carrega em seu currículo três condenações judiciais que somam 87 anos de reclusão - deste total, 14 anos e dois meses por corrupção e lavagem de dinheiro foram impostos pelo juiz Sérgio Moro.

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O ex-governador estava na cadeia pública de Benfica, zona norte do Rio, mas os investigadores descobriram que ali o ex-governador levava uma vida de luxos e regalias - esta a causa de sua remoção para a prisão da Lava Jato, no Paraná.

Antes de chegar a Pinhais, Sérgio Cabral foi submetido a exames no Instituto Médico Legal. Ele estava com as mãos algemadas e os pés acorrentados. Seu defensor, o advogado Rodrigo Roca, protestou. "Esqueceram apenas de colocar o capuz e a corda. A defesa está indignada e estarrecida com tamanho espetáculo e crueldade."

Já passaram pelo Complexo Médico-Penal o ex-ministro Antonio Palocci (Governos Lula e Dilma/Fazenda e Casa Civil) e o ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque. Eles estão, no momento, custodiados na Superintendência da Polícia Federal de Curitiba, base da grande investigação, tentando fechar acordos de delação premiada. Se o pacto avançar, podem ir para a rua. Se travar, devem retornar a Pinhais.

Na quinta-feira, 18, os juízes federais Sérgio Moro, da 13.ª Vara Federal, em Curitiba, e Caroline Vieira Figueiredo, da 7.ª Vara Federal, do Rio, determinaram a remoção do ex-governador para o presídio no Paraná por causa de regalias na Cadeia Pública José Frederico Marques, em Benfica, no Rio, onde o emedebista estava custodiado. Sérgio Cabral chegou a Curitiba no fim do dia.

Relatório do Ministério Público do Rio apontou luxos e muitas regalias na prisão em Benfica. A 11.ª Promotoria de Investigação Penal fiscalizou o local em 24 de novembro e destacou que na Galeria "C", onde ainda estava preso Sérgio Cabral e onde estão outros alvos da Lava Jato havia "linguiças fritas ainda quentes". Os promotores encontraram "alimentos in natura diversos como frutas, queijos e frios, pó de café, chás e alimentos que necessitavam de preparo com calor dentro da cela".

O Ministério Público do Rio ajuizou ação civil pública por improbidade administrativa contra o ex-governador, o secretário de administração penitenciária, o subsecretário de gestão penitenciária, os diretores e subdiretores de Bangu VIII e da Cadeia Pública de Benfica, unidades prisionais que abrigaram o emedebista, em razão do tratamento diferenciado.

O ex-governador foi alvo de dois mandados de prisão preventiva em novembro de 2016, um de Moro e outro do juiz federal Marcelo Bretas, da 7.ª Vara Federal, do Rio, que comanda a Lava Jato no Estado. Cabral já esteve custodiado em Curitiba por cerca de uma semana, em dezembro de 2016.

Defesa

Em nota, o advogado Rodrigo Roca, que defende Sérgio Cabral, afirmou: "Sérgio Cabral está proibido de falar, com pés e mãos algemados. Esqueceram apenas de colocar o capuz e a corda. A defesa está indignada e estarrecida com tamanho espetáculo e crueldade."

O ex-governador do Rio Sérgio Cabral (MDB), condenado a 87 anos de reclusão, deixou a cadeia pública José Frederico Marques, em Benfica, na Zona Norte, por volta das 18h30 desta quinta-feira, 18. O emedebista será transferido para o Complexo Médico-Penal, em Pinhais, região metropolitana de Curitiba.

As regalias de Sérgio Cabral provocaram sua remoção para o Paraná. Nesta quinta-feira, 18, o juiz Sérgio Moro ordenou a transferência para o Complexo Médico-Penal, em Pinhais. A juíza Caroline Vieira Figueiredo, da 7.ª Vara Federal, do Rio, também determinou a remoção do ex-governador e assinalou que "os presos do colarinho branco não podem, de forma nenhuma, ter tratamento mais benéfico que outros custodiados".

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Relatório do Ministério Público do Rio apontou luxos e muitas regalias na cadeia de Benfica, onde Cabral estava preso. A 11.ª Promotoria de Investigação Penal fiscalizou a prisão em 24 de novembro do ano passado.

O alvo dos promotores era a Galeria C – composta de 9 celas, identificadas como "C1" a "C9" – destinada a presos provisórios e onde estão alvos da Lava Jato, no Rio. Após denúncia anônima, a Promotoria apurou o ingresso clandestino de "alimentação provinda de conhecidos restaurantes".

Durante a fiscalização, a Promotoria apreendeu todos os alimentos que "não estavam acondicionados em sacos plásticos ou embalagens plásticas transparentes".

"Em todas as celas da galeria 'C' se pôde perceber a existência das 'galerias artesanais', contendo comidas semiprontas, embaladas da mesma forma, com cardápio similar, indiciando uma espécie de distribuição em lote para os presos daquela galeria", indicou o relatório.

O relatório identificou que o "padrão" da galeria "C" não foi encontrado nas galerias "A" e "B".

"Todas as celas da galeria 'C' são guarnecidas com purificadores de água de mesmo padrão, aparentando fornecimento único. As celas das galerias 'A' e 'B', também destinadas a presos com direito à prisão especial, não contam com o mesmo equipamento, em sua grande maioria. Os presos da galeria 'C' utilizam colchões de padrão diferente dos habitualmente disponibilizados aos demais detentos – comuns ou especiais – pela Seap", afirmou a Promotoria.

Ao decretar a imediata transferência do ex-governador Sérgio Cabral para a prisão da Lava Jato no Paraná, diante da constatação de regalias oferecidas ao emedebista no sistema prisional do Rio, a juíza Caroline Vieira Figueiredo, da 7.ª Vara Federal, assinalou que "os presos do colarinho branco não podem, de forma nenhuma, ter tratamento mais benéfico que outros custodiados".

No pedido de transferência, o Ministério Público Federal destacou três pontos: doação de equipamentos eletrônicos, inclusive uma videoteca, para a unidade prisional José Frederico Marques, em Benfica, onde Cabral está preso; coação exercida sobre o preso Flávio Mello; e "ineficácia da prisão preventiva imposta ao ex-governador em unidades prisionais vinculadas à Secretaria de Estado de Administração Penitenciária".

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A magistrada advertiu para a precária fiscalização em Benfica. "Ao que tudo indica, essa falta de fiscalização decorre da condição do custodiado de ex-governador do Estado do Rio de Janeiro, o que só poderá ser contornado diante de sua transferência para outro Estado."

"As informações, acompanhadas das imagens trazidas aos autos pelo Ministério Público Federal, corroboram sua tese de ineficácia da medida preventiva, cujas condutas devem ter uma resposta imediata, não apenas diante de sua gravidade, mas também considerando que não pode ser admitido tratamento diferenciado entre detentos."

A juíza observou que "o evento envolvendo a doação dos equipamentos para a denominada videoteca demonstra, a partir das diligências apuradas pelo Ministério Público Estadual, que o custodiado Sérgio Cabral, de fato, exerce controle, quiçá comando, sobre a unidade prisional".

Caroline anotou que a medida que determinou, em um primeiro momento, que os presos pela Lava Jato cumprissem a medida cautelar preventiva em local diverso de Bangu "objetivou a segurança desses detentos, por serem pessoas públicas e já atuantes em questões sociais que poderiam ter afetado os detentos lá custodiados".

"Todavia, essa segurança não pode justificar qualquer tratamento diferenciado em relação a quem quer que seja."

"O procedimento adotado em relação a Sérgio Cabral é completamente contrário ao impingido aos demais encarcerados do Sistema Prisional, com o que o Poder Judiciário não pode concordar", segue a magistrada.

Ela abordou o episódio das visitas em série do filho de Cabral, o deputado federal Marco Antônio Neves Cabral. "O relatório de visitas também deixa clara essa discrepância quando traz informação no sentido de que o deputado federal Marco Antônio Neves Cabral, filho do detento, em apenas três meses teria visitado seu pai em 33 ocasiões distintas, sempre fora do dia e horários permitidos."

"Não se está aqui, de forma nenhuma, indo contra qualquer prerrogativa parlamentar. Ao contrário, todas elas devem ser respeitadas. A questão é até que ponto essas visitas se deram no interesse do Estado, já que é justamente esse o objetivo da prerrogativa, atuação relacionada à função pública, e não visando questões inteiramente pessoais, uma vez que as prerrogativas não são pessoais, mas sim conferidas ao cargo que ocupam", questiona Caroline.

A juíza ponderou. "É claro que também não se pode ignorar a 'angústia' de um filho que tem seu pai preso, mas nessa mesma situação existem milhares de filhos que não podem ter livre acesso ao Sistema Penitenciário e esse fato não pode ser ignorado pelo Juízo, de forma que tal situação deve cessar até que suas circunstâncias sejam apuradas na ação correspondente."

Caroline é taxativa. "Os fatos trazidos ao conhecimento deste Juízo pelo Ministério Público Federal são extremamente graves, demandando tutela específica e urgente, a fim de que se impeça a continuidade das irregularidades apuradas, justificando a necessidade de decisão antes mesmo da oitiva da defesa, conforme autoriza o artigo 5.º, parágrafo 6.º, da Lei 11.617/2008."

O juiz federal Sérgio Moro ordenou a transferência do ex-governador do Rio Sérgio Cabral (MDB) para um presídio em Curitiba. A decisão atende a um pedido do Ministério Público Federal que apontou regalias ao emedebista no sistema prisional do Rio.

"Defiro o requerido pelo MPF para determinar a transferência de Sergio de Oliveira Cabral Santos Filho para o sistema prisional do Estado do Paraná, especificamente para o Complexo Médico de Pinhais, na ala já ocupada por outros presos da Operação Lava Jato", ordenou o juiz.

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Cabral está condenado a 87 anos de prisão na Lava Jato. Deste total, 14 anos e dois meses de reclusão por corrupção e lavagem de dinheiro foram impostos pelo juiz Moro.

O ex-governador foi alvo de dois mandados de prisão preventiva em novembro de 2016, um de Moro e outro do juiz federal Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal, do Rio, que comanda a Lava Jato no Estado. Cabral já esteve custodiado em Curitiba por cerca de uma semana, em dezembro de 2016. Atualmente, ele segue preso na cadeia de Benfica, na capital fluminense.

Ao pedir a transferência de Sérgio Cabral, o Ministério Público Federal apontou uma investigação do Ministério Público do Estado do Rio que identificou "diversas irregularidades no tratamento carcerário concedido" ao ex-governador.

"Alega o Ministério Público Federal que o próprio estabelecimento prisional da Cadeia Pública José Frederico Marques teria padrões diferentes dos demais cárceres do Rio de Janeiro, aventando suspeita de que teria sido reformado, com benesses, exatamente para abrigar o ex-governador daquele Estado", relatou Moro.

O magistrado registrou que detém competência para mandar remover Sérgio Cabral para o Paraná em virtude do mandado de prisão preventiva ordenado por ele em novembro de 2016. "É praxe competir ao Juízo da preventiva a análise de incidentes a ela relativos", anotou.

Para o juiz da Lava Jato, manter Sérgio Cabral no Rio "constituirá um verdadeiro desafio às autoridades prisionais ou de controle prevenir a ocorrência de irregularidades e privilégios"

"É evidente que Sergio de Oliveira Cabral Santos Filho, político vinculado ao Estado do Rio de Janeiro (...) possui relevantes conexões com autoridades públicas daquele Estado", afirmou. "No contexto, há um risco concreto de que ele possa utilizar essas relações para, continuamente, obter ou tentar obter privilégios no cárcere."

De acordo com Moro, "é de interesse público retirá-lo do Estado do Rio de Janeiro para romper ou dificultar seus contatos com os anteriores parceiros criminosos". "É igualmente de interesse público prevenir os riscos de que continue ou venha a receber tratamento privilegiado na prisão", anotou.

"Assim como já decidi em relação ao ex-deputado federal Eduardo Cosentino da Cunha, mantê-lo distante de seu local de influência e de seus antigos parceiros criminosos prevenirá ou dificultará a prática de novos crimes e ainda diminuirá o risco de que receba tratamento privilegiado na prisão. Essas medidas, além de protegerem a sociedade, contribuirão para a apropriada execução da pena e a ressocialização progressiva do condenado", escreveu Moro.

O juiz da Lava Jato registrou, em sua decisão, que "não ignora" que a família de Sérgio Cabral esteja no Rio e "que a transferência dificultará, mas não inviabilizará, visitas, mas razões de ordem pública se sobrepõem aos interesses individuais do condenado".

"Registro, a esse respeito, que, eventualmente e no futuro, poderá Sergio de Oliveira Cabral Santos Filho ser transferido de volta ao Rio de Janeiro, se, por exemplo, com o decurso do tempo for constatada a diminuição de sua influência naquele Estado", afirmou o juiz.

Defesa

Mais cedo, nesta quinta-feira, 18, o advogado Rodrigo Roca, que defende o ex-governador do Rio, divulgou nota para contestar decisão do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, que ajuizou ação civil pública por improbidade administrativa contra Cabral ao constatar tratamento diferenciado ao político preso.

"O ex-governador nunca gozou de benesses indevidas nas unidades em que esteve acautelado. Não acreditamos no acolhimento do pedido, porque a 7ª Vara Federal tem adotado a postura de não interferir em questões ligadas à rotina penitenciária", disse.

"Seria mesmo incomum que medida tão drástica fosse adotada sem o contraditório e sem a instrução do feito, principalmente em razão dos outros processos que tramitam no RJ e que precisam da participação direta de Sérgio Cabral. A inexistência dos alegados favores ou regalias será provada tão logo a defesa seja chamada a fazê-lo, nos autos", finalizou.

O deputado André Amaral (PMDB-PB) pediu para que a Câmara Federal custeasse uma viagem dele para assistir a um campeonato de kart em Portugal, que inicia neste sábado (4). A informação é do jornal O Globo. De acordo com a publicação, a presidência da Casa disse que não autorizou a viagem oficial. Em 2018 a edição do Rotax Max Challenge será em Conde, na Paraíba. 

Em vídeo publicado nas redes sociais o parlamentar diz que foi o “principal interlocutor político” para a “conquista”. Ao jornal, a assessoria de André Amaral não quis comentar a decisão da Câmara. 

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Aos 27 anos, André Amaral é suplente do deputado Manoel Júnior, também do PMDB paraibano, que foi eleito vice-prefeito de João Pessoa.

A Mesa Diretora da Câmara do Recife revogou, nesta sexta-feira (5), o aumento do valor do ticket alimentação dos vereadores. De acordo com a direção da Casa, a decisão foi tomada "após conversa com o mesmo grupo de parlamentares que havia solicitado o aumento anteriormente". O reajuste que elevou o valor do benefício de R$ 3 mil para R$ 4.595,00 gerou polêmicas entre a Casa José Mariano e a sociedade. Apenas nessa quinta-feira (4), o Ministério Público de Contas de Pernambuco recebeu nove pedidos de averiguação do caso. 

"Com esta iniciativa a Comissão Executiva reafirma a decisão de continuar com as mesmas medidas do início desta gestão de compromisso com a racionalização e austeridade no uso dos recursos públicos. Sob esta ótica já foram feitos cortes a exemplo do contrato de locação de carros, suspensão do contrato com a empresa de divulgação nos ônibus e  diminuição do número de funcionários nos gabinetes", declara a nota encaminhada à imprensa.

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O reajuste, que está em vigor desde o dia 29 de abril, foi de 53,1%. A bancada de oposição da Casa, inclusive, já tinha solicitado formalmente a revogação do aumento. 

 

O marqueteiro João Santana, responsável pela campanha da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) em 2014, afirmou ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que o presidente Michel Temer (PMDB) foi um dos beneficiários do caixa dois oriundo de doações ilícitas para a disputa eleitoral daquele ano. A informação foi divulgada pelo jornal Folha de São Paulo nesta segunda-feira (1º). 

Segundo a publicação, Santana disse que o peemedebista "gerou prova" contra si mesmo ao participar das gravações de propaganda política. O marqueteiro informou ao TSE que Temer "encheu o sao" e pediu "sistematicamente" para participar dos esquetes. 

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"Por causa da pressão dele [de participar das gravações de TV], ele terminou gerando, digamos, uma prova contra ele, porque entrou duas ou três vezes em gravação do programa só porque insistiu", declara Santana, de acordo com o jornal. "Então se o dinheiro da campanha da presidente está contaminado, está, de fato, com isso, e o programa foi pago, em partem com esse dinheiro, então, ele [Temer] participou", acrescenta. O depoimento de João Santana segue em sigilo judicial. 

A matéria ainda diz que a relação entre Dilma e Temer já é ruim desde aquela época. Santana e a esposa, Mônica Moura, que também depôs ao TSE, confirmou ter recebido dinheiro de caixa dois durante a campanha de 2014. De acordo com eles, Dilma sabia da existência dos pagamentos. Ao jornal, a assessoria do presidente disse que não comentaria o depoimento de Santana. 

O Sindicato dos Agentes de Segurança Penitenciária (SINDASP-PE) divulgou, na noite da sexta-feira (7), uma nota de repúdio sobre as alegações do Chefe da Polícia Civil de Pernambuco, Joselito Amaral, referentes às supostas regalias que um dos detentos estaria recebendo

Na nota, o SINDASP declara que Amaral jogou a mídia contra a categoria e pede que ele se retrate publicamente, uma vez que não possui imagens que comprovem as regalias dentro da cela. 

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Quanto às afirmações de que o preso, Jorge Luiz Vilela Farias, tinha liberdade de entrar e sair do presídio, o sindicato afirma que é em decorrência da autorização de saída diária para trabalhar, assinada pelo Juiz de Execução Penal Roberto Costa Bivar.

Na nota, o sindicato defende que os profissionais estavam apenas cumprindo o seu trabalho. “Caso o detento faça delitos no período de saída e entrada, cabe sim o chefe de polícia civil direcionar o questionamento ao Magistrado e não querer culpar o agente penitenciário”.

Com relação à TV e ar condicionado, o SINDASP nega e conta que a chave da cela estava sob posse do gerente da Penitenciária Agro Industrial São João, onde o detento estava preso. 

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