Tópicos | Deltan Dallagnol

O clima de farpas entre aliados e rivais do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem cada vez mais marcado o debate nas redes sociais durante os últimos dias. Desta vez, o senador Lindbergh Farias (PT) não poupou críticas a postura do procurador da República Deltan Dallagnol que anunciou que fará “jejum e oração” na próxima quarta-feira (4), para que o Supremo Tribunal Federal (STF)  negue o habeas corpus que pode impedir a prisão do líder-mor petista.

“Deltan PowerPoint Dallagnol é uma figura patética. Um procurador do MP que anuncia jejum contra a Constituição nem disfarça o seu ativismo cretino”, disparou o Lindbergh em publicação no Twitter.

##RECOMENDA##

O senador não foi o único a reagir contra Dallagnol. Líder nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) e pré-candidato à Presidência, Guilherme Boulos (PSOL) também ironizou a atuação do membro da força-tarefa da Lava Jato. “Deltan Dallagnol, o criador do famoso powerpoint, faz jejum para prisão de Lula. Além de Procurador da República, ele encontra tempo para dar palestras pagas, praticar coaching milagroso e pressionar o STF pela internet”, alfinetou.

Nesse domingo (1º), Deltan usou as redes sociais para  convocar assinaturas em apoio a um manifesto virtual que pede a prisão de condenados em segunda instância, logo após o trâmite dos recursos na mesma corte, como é o caso de Lula, que foi condenado a 12 anos e um mês de prisão na Lava Jato. Para ele, caso isso não seja permitido “o STF pode transformar Justiça Penal num conto de fadas”. 

O procurador da República da força-tarefa da Lava Jato Deltan Dallagnol promoveu o abaixo assinado a favor da prisão após condenação em segunda instância, em sua página oficial no Twitter, neste domingo, 1. O manifesto da ONG Observatório Social já conta com mais de 31 mil assinaturas e será entregue nesta segunda-feira, 2, aos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), dois dias antes do julgamento do habeas corpus para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Lula foi condenado a 12 anos e um mês em segunda instância no caso do tríplex do Guarujá.

"O STF pode transformar Justiça Penal num conto de fadas na próxima 4ª feira. Prisão para poderosos existirá só nos Códigos", disse Dallagnol. O procurador usou o tuíte do ex-procurador Geral da República Rodrigo Janot para mobilizar os seus seguidores. Em sua publicação, Janot chamava os internautas a assinarem o documento, dizendo que o "momento é grave e importante".

##RECOMENDA##

Ele também afirmou que quarta-feira (4), dia do julgamento de Lula, é um "dia D" contra a corrupção na Lava Jato e que ele estará de jejum, oração e "torcendo pelo País". "Uma derrota significará que a maior parte dos corruptos de diferentes partidos, por todo o País, jamais será responsabilizada, na Lava Jato e além. O cenário não é bom."

Comentando o artigo "Dia da Marmota" da colunista Vera Magalhães no 'Estado', o integrante da força-tarefa da Lava Jato disse que é preciso de novas medidas contra a corrupção. "Para virar a página, precisamos vencer a impunidade e de reformas que fechem as brechas por onde o dinheiro público escorre, como as 10 Medidas ou, melhor ainda, as Novas Medidas contra a Corrupção."

Dallagnol ainda recomendou a leitura do artigo do cineasta José Padilha, no jornal Folha de S. Paulo, sobre sua mais nova série: O Mecanismo. Segundo ele, o desafio dos brasileiros é impor nas eleições deste ano a "maior derrota da história" a esse mecanismo. A produção trata dos esquemas recentes de corrupção no País e da Operação Lava Jato.

A 5ª Vara Cível de São Bernardo do Campo, no ABC paulista, negou pedido de indenização por danos morais proposto pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da SIlva contra o procurador da República Deltan Dallagnol, da força-tarefa da Operação Lava Jato.

Para o petista, Dallagnol teria agido de forma abusiva e ilegal em rede nacional ao utilizar demonstração gráfica via power point para apontá-lo como personagem de esquema de corrupção instalado na Petrobrás. A título de reparação, Lula pedia indenização no valor de R$ 1 milhão.

##RECOMENDA##

Para o juiz Carlo Mazza Britto Melfi, o ex-presidente "busca reparação moral independente dos fatos apurados pelo procurador da República, demonstrando preocupação com o meio de divulgação das informações, em detrimento de seu conteúdo".

"Deu-se maior relevo à própria convocação da imprensa para fins de informação, do que à veracidade ou não dos fatos imputados, de profunda gravidade e repercussão", sentenciou o magistrado, referindo-se às acusações que pesam contra o ex-presidente, já condenado em uma primeira ação penal da Lava Jato a 9 anos e meio de prisão pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro supostamente recebido da empreiteira OAS no caso do triplex do Guarujá (SP).

A sentença do juiz Melfi ainda destaca que, "sendo uma figura pública, o autor teria acesso aos mesmos veículos midiáticos para se defender". "Tem-se tornado comum, no decorrer da persecução penal dirigida à punição de pessoas de maior notoriedade, a realização de entrevistas, declarações e notas dirigidas à imprensa, o que não é privilégio do órgão incumbido da acusação", assinalou o magistrado.

O juiz de São Bernardo apontou para procedimento similar adotado pela própria defesa de Lula. "Os próprios advogados, há tempos, têm se valido da mesma estratégia, por vezes por meio de notas de repúdio, esclarecimentos ou cartas abertas.". Ainda Cabe recurso da decisão.

O procurador federal Deltan Dallagnol, responsável pela força-tarefa da Lava Jato no Ministério Público Federal, criticou a mudança de nomenclatura do PMDB aprovada na convenção nacional do partido. Em publicação nas redes sociais, Dallagnol classificou a alteração como uma “baita solução” e ironizou com um joguete de frases. 

“Maria descobriu que João a traiu. João muda o nome para José e diz que não foi ele que a traiu. Baita solução”, cravou o coordenador da operação no Paraná. A crítica irônica de Dallagnol, mesmo sem fazer menção, tem ligação com as investidas das lideranças do PMDB de desfazer a imagem de “organização criminosa” atribuída ao partido a partir da investigação da própria Lava Jato. 

##RECOMENDA##

Recentemente, inclusive, Deltan chegou a dizer que o presidente Michel Temer, maior liderança nacional peemedebista, tenta esconder corrupção sob "cortina de fumaça". “Quem para o país é a corrupção, não o combate à corrupção. Só existe uma organização criminosa que quer parar o país, que é a organização criminosa que roubou a todos nós por décadas e ela deve, sim, responder por isso", afirmou.

A mudança na nomenclatura da sigla foi oficializada nessa terça (19), voltando a ser chamada pelo nome original Movimento Democrático Brasileiro (MDB), após uma votação interna.

O procurador da República Deltan Dallagnol afirmou nesta terça-feira, 24, durante o Fórum Estadão Operação Mãos Limpas & Lava Jato, que "é preciso ir além da Lava Jato". Deltan é coordenador da força-tarefa da operação. "Nós somos limitados", alertou.

Deltan apontou para um "círculo vicioso". "A corrupção acaba alavancando a permanência dos corruptos no poder", disse. "A chegada de corruptos ao poder gera mais corrupção."

##RECOMENDA##

Para o procurador, a corrupção descoberta na Petrobras é apenas a "ponta de gigantesco iceberg".

Também participam do encontro o juiz federal Sérgio Moro, figura maior da Operação Lava Jato, o procurador Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa que descobriu o escândalo de corrupção na Petrobrás, e o magistrado Gherardo Colombo, também das Mãos Limpas.

O evento é uma associação entre o jornalO Estado de S. Paulo e o Centro de Debate de Políticas Públicas (CDPP). O painel, reservado para convidados, será mediado pela jornalista Eliane Cantanhêde, colunista do Estado, e pela economista Maria Cristina Pinotti, do CDPP. Terá ainda a participação do diretor de Jornalismo do Estado, João Caminoto, e do economista Affonso Celso Pastore, do CDPP.

A possibilidade cada vez menos improvável de que o procurador da República Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba, abrace a carreira política, faz o cenário eleitoral do Paraná entrar em ebulição. O Podemos, do senador Álvaro Dias, e a Rede, de Marina Silva, têm, sutilmente, disputado o passe de uma das estrelas da operação. O negociador da Lava Jato, o procurador Carlos Fernando dos Santos Lima, também teria sido sondado pelos mesmos partidos. Ironicamente, o PT local torce para que eles se decidam pela nova carreira.

Os primeiros sinais vieram do próprio Dallagnol. Em suas palestras, o procurador tem citado a necessidade da renovação política. Claro que o discurso tem levado à inevitável pergunta: "O senhor é candidato?" Durante o 8º Congresso Internacional de Mercados Financeiro e de Capitais, em Campos do Jordão, no interior paulista, Dallagnol chegou a declarar que quatro partidos o haviam procurado - ele, no entanto, não revela os nomes das legendas. No mesmo evento, não descartou "servir em diferentes posições públicas ou privadas".

##RECOMENDA##

Dallagnol voltou a tocar no assunto em entrevista ao jornalista Ricardo Boechat, na Band News FM, quando disse que não pretende ser candidato agora, mas não descartou essa hipótese no futuro.

As pesquisas, entretanto, não esperam o futuro chegar. O instituto Paraná Pesquisas perguntou ao eleitor do Estado em quem ele votaria para o Senado em 2018. Dallagnol apareceu com 29,6% - atrás de Roberto Requião (PMDB), com 31,4%, na frente do tucano Beto Richa (22,2%) e muito à frente de nomes tradicionais da política paranaense, como o ex-prefeito de Curitiba pelo PDT Gustavo Fruet e a senadora petista Gleisi Hoffmann. Como Requião deve disputar o governo, o procurador teria chances no Senado.

A pesquisa teria aumentado a pressão dos partidos sobre Dallagnol. Segundo pessoas próximas ao núcleo duro da Lava Jato, mesmo entre os procuradores existe um desejo de que algum integrante da força-tarefa se viabilize politicamente.

É aí que surge o nome de Carlos Fernando dos Santos Lima. Tão conhecido quanto Dallagnol, Santos Lima teria a seu favor o fato de ser mais velho (53 anos) e com "menos a perder" do que Dallagnol (37 anos). Santos Lima estaria sendo cotado para deputado federal.

Assim que seu nome passou a ser cogitado, Santos Lima se apressou em desmentir, no Facebook, a hipótese: "Antes de mais nada, não serei candidato a nenhum cargo político nas próximas eleições e muito menos fui procurado ou conversei com qualquer partido".

No Paraná, pessoas ligadas ao universo político dizem que ele pode ser convencido do contrário. O próximo levantamento do Paraná Pesquisas sobre as intenções de voto no Estado testará o nome do procurador.

O Estado procurou os membros do Ministério Público Federal. A resposta veio pela assessoria: "Nenhum procurador da força-tarefa em Curitiba é pré-candidato a nenhum cargo eletivo. Isso é boataria".

‘Chapa dos sonhos’

O Podemos de Álvaro Dias é quem tem demonstrado maior interesse nos procuradores. A "chapa dos sonhos" para o partido teria o próprio senador como candidato à Presidência, Osmar Dias, irmão de Álvaro, como candidato ao governo e Dallagnol saindo para o Senado.

Nos bastidores, as conversas são intensas. Oficialmente, Álvaro Dias é mais contido. "Nunca conversei com Dallagnol sobre candidatura. Apenas discutimos a questão do foro privilegiado. Mas seria uma honra ter Dallagnol em nossos quadros."

A Rede, que tem uma estrutura mais modesta no Paraná, também tem feito essa aproximação. O senador Randolfe Rodrigues (AP) chegou a levar Dallagnol para um encontro com artistas, na casa de Caetano Veloso, no Rio. Oficialmente, não se falou em candidatura. Randolfe disse que "isso nem sequer foi cogitado". Segundo relatos, o encontro foi "cordial". Além dos anfitriões (Caetano e Paula Lavigne), estavam presentes artistas como Marcelo Serrado, Christiane Torloni e Marisa Monte.

Já a Rede do Paraná se anima com a hipótese de um procurador candidato. "Por respeito ao trabalho dele não estamos tratando do assunto, mas seria uma honra tê-lo na Rede", afirmou a porta-voz da legenda, Valéria Cristina.

Quando falam de "futuro", Podemos e Rede estão falando de março de 2018 - antes disso nenhum procurador vai assumir uma eventual candidatura.

O PT do Paraná também tem se manifestado sobre a possibilidade de ver os procuradores da Lava Jatos participando de uma eleição. "Eu torço por isso. Seria uma forma de deixar desmascarar o quanto o trabalho desses procuradores é político", disse Doutor Rosinha, presidente do PT-PR. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O procurador Deltan Dallagnol, da força-tarefa da Operação Lava Jato, afirmou nesta terça-feira (2) que o Ministério Público Federal não pediu nova prisão preventiva do ex-ministro José Dirceu (Casa Civil/Governo Lula) na nova denúncia apresentada contra o petista. Segundo Dallagnol, existem "razões de sobra" para Dirceu, capturado pela Lava Jato em 3 de agosto de 2015, continuar detido.

"Para não dar margem a qualquer interpretação equivocada, nós decidimos nesse momento não realizar um novo pedido de prisão, nesse momento, nesse caso. Entendendo, evidentemente, que existe aí razões de sobra para a manutenção da prisão de José Dirceu, que ela é extremamente necessária e manifestando nossa plena convicção de que o Supremo Tribunal Federal manterá essa prisão hoje", afirmou o procurador em coletiva de imprensa para comentar a denúncia.

##RECOMENDA##

O Supremo Tribunal Federal (STF) deve analisar na tarde desta terça-feira um pedido de habeas corpus para José Dirceu. Na semana passada, a Corte máxima colocou na rua dois condenados da Lava Jato: o pecuarista José Carlos Bumlai, amigo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e o ex-assessor do PP João Cláudio Genu.

"Não existe novo pedido de prisão em relação a José Dirceu, embora exista alguns fatos novos, porque já existe uma ordem de prisão bastante consistente com fundamentos muito sólidos e porque nós temos apresentado alguma cautela no tocante a novos pedidos de prisão quando já existem pedidos de prisão decretados anteriormente e apreciação nos tribunais superiores. Nós não queremos passar a impressão equivocada, muitas vezes, de que nós poderíamos estar buscando por lá a apreciação de um decreto de prisão exarado por parte de um tribunal superior. Se houvesse uma nova decretação de prisão, essa nova decretação poderia substituir a prisão anterior e o réu teria que galgar grau a grau de revisão, Tribunal Regional Federal, Superior Tribunal de Justiça e Supremo Tribunal Federal novamente", afirmou.

A acusação apresentada pela força-tarefa da Lava Jato é a terceira contra José Dirceu no esquema de corrupção instalado na Petrobras. As duas denúncias anteriores já resultaram em condenações que somaram mais de 32 anos de prisão.

A acusação trata de 33 crimes de lavagem de mais de R$ 2,4 milhões, praticados entre abril de 2011 e outubro de 2014, para permitir o recebimento por José Dirceu de vantagens indevidas decorrentes de crimes de cartel, fraude a licitação e corrupção praticados no interesse das empreiteiras Engevix e UTC e em detrimento da Petrobras.

Segundo Dallagnol, "esta acusação tem uma série de provas como depoimentos colhidos, não só de delatores, mas de testemunhas, e-mails analisados, suporte probatório, assim como dados fiscais e bancários. Todo um conjunto probatório mostrando como os recursos fluíram a partir das empreiteiras até os benefícios de José Dirceu, seja mediante a transferência para sua empresa, seja mediante a transferência para credores de José Dirceu", afirmou.

"Evidentemente essa acusação já estava sendo elaborada, amadurecida, prova disso é que foram colhidos depoimentos em 2016, expedidos ofícios com o objetivo de alcançar informações. É uma acusação que amadureceu, estava para ser oferecida e em razão da análise, pelo Supremo Tribunal Federal, de um habeas corpus referente a José Dirceu, houve a precipitação com o objetivo de trazer à tona informações que são relevantes, que são pertinentes e que podem ser, ou não, consideradas pelo Supremo Tribunal Federal dentro da ampla independência que goza aquele tribunal", disse o procurador.

Defesas

O criminalista Roberto Podval, defensor de Dirceu, se manifestou sobre a denúncia. "Esses fatos foram utilizados quando do primeiro pedido de pisão, embora quando da denúncia foram esquecidos. Não acredito que o juiz Sérgio Moro desautorize o Supremo Tribunal Federal dessa forma. Isso não é um jogo. O STF não irá autorizar chicana judicial. Não acredito que o juiz Sérgio Moro utilize tais procedimentos", escreveu.

A reportagem entrou em contato com a Engevix e a UTC, mas não obteve resposta. O espaço está aberto para manifestação das companhias.

Os acordos de delação premiada da Odebrecht devem revelar casos de corrupção em vários Estados do país, afirmou o coordenador da força-tarefa da Operação Lava Jato, o procurador federal Deltan Dallagnol, em entrevista ao UOL.

"É natural que aconteça um desdobramento da Lava Jato com 'filhotes' da operação por todo o país", disse. Ele explicou que decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) geraram desdobramentos em São Paulo, no Rio e outras operações. "O STF, em dois precedentes, entendeu que fatos que não estejam relacionados a algo próximo à Petrobras não devem tramitar em Curitiba, mas em seus Estados", disse. "Há acordos de colaboração [premiada] que estão sendo objeto de decisão o STF", indicou.

##RECOMENDA##

O procurador afirmou que a Operação está num "movimento de expansão", com novos fatos vindo à tona, em decorrência de acordo de colaboração com indivíduos e de leniência com empresas. "Uma das áreas para qual a Lava Jato tende a se expandir é o marketing da Petrobras", afirmou durante a entrevista concedida na semana passada. "Outra área que estamos estudando é a das instituições financeiras. Não exatamente porque não existe um controle, mas porque várias delas violaram regras para praticar atos que acabaram favorecendo a realização de crimes graves contra a sociedade", acrescentou.

Dallagnol minimizou críticas de que a Lava Jato teria efeito negativo para a economia, ao ressaltar que o fator prejudicial é a corrupção. "Vários dos problemas que surgiram em decorrência da Lava Jato não estão ligados à atuação do Estado, mas sim às práticas dos crimes pelas pessoas que os cometeram anos atrás. Vemos ainda que corrupção e ineficiência econômica estão muitas vezes relacionadas", disse.

Na entrevista, também evitou "polemizar" declarações de que haveria interesses estrangeiros e partidaristas na Operação. Ele não comentou "casos específicos", como um possível pedido de prisão do ex-presidente Lula, nem sobre afastamento da PF das delações da Lava Jato.

"Existe essa crítica de que a Lava Jato é partidária porque atingiria só membros do PP, PT e PMDB. Mas existe uma razão para que isso tenha ocorrido. Essa razão é a forma como os crimes se desenvolveram", afirmou. Dallagnol ressaltou que a investigação se debruçou por um largo momento sobre os crimes praticados na Petrobras e quem estava à frente da estatal eram pessoas indicadas pelo "partido no poder".

"A investigação continua evoluindo e é possível e até provável que as outras frentes que estão se desenvolvendo revelem crimes praticados por uma série de outros partidos que até então não estavam implicados", disse. "Se o STF decidir que esses casos devam ser investigados aqui em Curitiba, o tratamento que vamos dar será idêntico ao dado aos outros casos", acrescentou.

Sobre as dez medidas contra corrupção propostas pelo MPF e rejeitadas no Congresso Nacional, Dallagnol disse que, caso voltem à Câmara, acredita-se "que as medidas poderão ser reavaliadas com mais calma e profundidade. Sobretudo considerando que quando elas tramitaram na comissão especial, elas foram aprovadas na sua maior parte".

O procurador da República Deltan Dallagnol, que integra a força-tarefa do Ministério Público Federal na Operação Lava Jato, divulgou em redes sociais mensagem sobre o bilionário acordo de leniência com a Odebrecht e a Braskem. Em sua conta no Facebook ele diz que "é possível um Brasil diferente e a hora é agora".

"Se você acha que o Brasil não tem jeito e veste a camisa do complexo de vira-lata, esta mensagem é para você. É possível um Brasil diferente, e a hora é agora. A Lava Jato está fazendo a sua parte.", escreveu Dallagnol.

##RECOMENDA##

Nesta quarta-feira, 21, o Ministério Público Federal informou que fechou acordo de leniência em "valores recordes" com a Odebrecht e a Braskem. Segundo a força-tarefa da Lava Jato, a colaboração das empresas revela "vasto caso de corrupção, nacional e internacional".

A Braskem se comprometeu a pagar valor equivalente, na data de assinatura do acordo, a R$ 3.131.434.851,37. Desse montante, aproximadamente R$ 2,3 bilhões serão devidos ao Brasil, para fins de ressarcimento das vítimas.

Já a Odebrecht se obrigou a pagar o equivalente a R$ 3,828 bilhões dos quais aproximadamente R$ 3 bilhões também serão destinados ao Brasil, para ressarcir vítimas.

"Você vê uma parte dos resultados do trabalho, que levou ao maior acordo num caso de corrupção na história mundial", escreveu Deltan. "Vou repetir: não só o maior caso de corrupção internacional no mundo foi descoberto pelas autoridades brasileiras, mas também foi alcançado o maior ressarcimento na história mundial em acordos dessa espécie."

O procurador aproveitou e pediu apoio dos seus seguidores para convencer o Congresso a aprovar o projeto 10 Medidas contra a Corrupção, de iniciativa do Ministério Público Federal a partir da Lava Jato. "Estamos fazendo o nosso melhor, e agora precisamos que você faça o seu melhor. Incentive os políticos a realizarem as reformas política e no sistema de justiça criminal que são necessárias para que os índices de corrupção diminuam."

"Precisamos tornar essa experiência 'efêmera', que é a Lava Jato, em um legado permanente para nós e para as futuras gerações. Incentive os políticos do seu Estado. Não desista. Ninguém está prometendo que será fácil, mas com perseverança chegaremos lá. Vamos, como brasileiros, alcançar o Brasil que nós merecemos, o Brasil como o país do presente e não mais apenas o país do futuro. De modo democrático e pacífico, o povo brasileiro conseguirá o que quer", destacou o procurador.

O procurador da República, Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa da Lava Jato, fez uma contundente manifestação contra um novo projeto anticorrupção aprovado durante a madrugada desta quarta-feira, 30.

"A Câmara sinalizou o começou do fim da Lava Jato", afirmou Deltan. "Não será possível trabalhar na Lava Jato se a lei da intimidação for aprovada."

##RECOMENDA##

O Ministério Público Federal encampou a proposta "10 Medidas contra a Corrupção", que teve apoio de mais de 2 milhões de pessoas e foi levado à Câmara. O texto embasou um projeto anticorrupção que passou pela Comissão Especial da Casa e entrou em votação pelo plenário na noite desta terça-feira.

Durante a madrugada, os deputados desconfiguraram a proposta inicial e votaram um novo pacote que flexibiliza punição a corruptos. O projeto provocou fortes protestos de diversas entidades.

Pelo menos 11 mudanças foram feitas no texto do projeto de medidas de combate à corrupção que tinha sido aprovado na comissão especial, na semana passada. Descontentes com o parecer do relator, deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS), parlamentares aprovaram emendas e destaques que incluíram novos temas e, sobretudo, retiraram trechos do pacote que dificultam investigações e flexibilizam a punição de corruptos.

Entre as mudanças aprovadas está a inclusão do crime de abuso de autoridades para magistrados e membros do Ministério Público, emenda apresentada pela bancada do PDT, e duramente criticada pelos membros do Judiciário. A pena é de 6 meses a 2 anos de reclusão e multa.

O coordenador da força-tarefa criticou a aprovação. "Como se não fosse suficiente foi aprovada a lei da intimidação contra o Ministério Público e o Poder Judiciário sob o maligno disfarce de crime de abuso de autoridade. Abusos devem sim ser punidos. Contudo, sob esse disfarce de crimes de abuso há verdadeiros atentados contra independência do exercício legítimo da atividade ministerial e judicial. A lei da intimidação avançada no Congresso faz do exercício da função do Ministério Público e do Judiciário uma atividade de altíssimo risco pessoal."

AS MUDANÇAS APROVADAS NO PLENÁRIO:

Abuso de autoridade: Inclusão do crime de abuso de autoridades para magistrados e membros do MP - emenda apresentada pela bancada do PDT.

Pena: 6 meses a 2 anos de reclusão e multa.

Punição para violação de prerrogativas: Inclusão de punição a policiais, juízes e membros do MP que violarem direito ou prerrogativa de advogados - emenda apresentada pelo deputado Carlos Marun (PMDB-MS), a pedido da OAB.

Pena: 1 a 2 anos de detenção e multa.

Reportante do bem: Retirada a instituição do "reportante do bem": figura cuja denúncia a órgãos da Justiça ou à imprensa acarretasse imposição de penalidades poderia receber até 20% dos valores recuperados - destaque apresentado pela bancada do PSB.

Ação de extinção de domínio: Retirado todo o trecho que regulava a apresentação das chamadas "ação de extinção de domínio", cuja finalidade é decretar a extinção dos direitos de propriedade e posse e de outros direitos - destaque apresentado pela bancada do PR.

Progressão de pena: Retirado artigo que previa que condenado por crime contra administração pública só teria direito a progressão do regime de cumprimento de pena quando reparasse o dano causado ou devolvesse os recursos produtos do ato ilícito praticado - destaque apresentado pela bancada do PT.

Prescrição da pena: Retirados quatro artigos que endureciam as regras de prescrição de crimes, como a que estabelecia que o prazo de transcrição só começaria a ser contado após o ressarcimento integral do dano - emenda apresentada pela bancada do PT.

Enriquecimento ilícito: Retirado tipificação do crime de enriquecimento ilícito para funcionários públicos - destaque apresentado pelo bloco PP, PTB e PSC.

Acordo penal: Retirada possibilidade de Ministério Público e denunciado celebrarem acordo para aplicação imediata da pena antes da sentença judicial - destaque apresentado pela bancada do PSOL.

Acordo de leniência: Retirado trecho que previa que Ministério Público poderia celebrar acordo de leniência - destaque apresentado pela bancada do PT.

Responsabilização de partidos: Retirada da previsão de pena de suspensão do funcionamento dos partidos e da filiação do dirigente partidário responsável por crime de caixa 2 - destaque apresentado pelo bloco PP, PTB e PSC

Lei dos Partidos: Retirada de trecho que revogava artigo da Lei dos Partidos que estabelece que a responsabilização pessoal, civil e criminal de dirigentes partidários em razão da desaprovação de contas e atos ilícitos atribuídos ao partido só ocorre se a Justiça verificar irregularidade "grave e insanável". Dessa forma, o artigo permanecerá na Lei dos Partidos - destaque apresentado pela bancada do PR.

MUDANÇAS QUE TINHAM SIDO APROVADAS NA COMISSÃO

Caixa 2: Inclui punição a quem praticar caixa 2 em nome do candidato ou do partido, como tesoureiros de campanha ou das legendas;

- Reduziu multa a partidos para de 5% a 20% do valor de repasse da cota do fundo partidário referente ao ano em que o ato lesivo ocorreu. MPF queria multa de 10% a 40%.

- Em caso de agravante, pena de 2 a 5 anos para caixa 2 será elevada em um terço, e não mais dobrada, como previsto.

Venda de voto: Tornou mais explícito que o eleitor que vender o voto também será responsabilizado, com pena de um a quatro anos.

Reportante do bem: Criou a figura do reportante: figura cuja denúncia a órgãos da Justiça ou à imprensa acarretar imposição de penalidades, poderá receber até 20% dos valores recuperados.

Crime de corrupção: Torna crime hediondo crimes de corrupção contra administração pública apenas quando o valor da vantagem for superior a 10 mil salários mínimos. Parecer anterior mencionava 100 salários mínimos.

Embargos declaratórios: Embargos declaratórios só poderão ser apresentados uma única vez e deverão ser respondido em um prazo de até 5 dias pela Justiça.

Ação Popular: Reincorporou normas para atualização da Lei da Ação Popular.

Prova ilícita: Deixa claro que provas ilícitas não poderão ser aceitas em processo.

Habeas Corpus: Retirou medidas que restringiam a concessão de habeas corpus; manteve apenas trecho que diz que juiz deverá "cientificar" MP e defesa para se manifestar sobre habeas corpus, caso instrumento tenha efeitos na investigação criminal ou processo penal.

Teste de integridade: Retirado por destaque apresentado pelo PT.

Prisão preventiva: Rejeitada proposta que permitia prisão preventiva com finalidade de permitir identificação, localização e devolução do produto do crime.

Cooperação internacional: Retirou artigos que regulavam cooperação jurídica internacional entre a Justiça brasileira e de outros países.

O procurador da República e coordenador da força tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol, adquiriu dois apartamentos de um condomínio construído com o financiamento do Minha Casa Minha Vida (MCMV), no Paraná. A informação é do Portal Diário do Centro do Mundo (DCM). De acordo com a reportagem, as compras foram feitas em agosto de 2013 e fevereiro de 2014 nos valores de R$ 76 mil e R$ 80 mil, respectivamente. 

A aquisição de imóveis destinados preferencialmente a beneficiários do MCMV não é ilegal para quem tem altos rendimentos, como é o caso de Deltan Dallagnol que teve, em outubro, um total de vencimentos [brutos] no valor de R$ 35.607,28. Entretanto, quem compra um apartamento habilitado para o programa, sem estar no perfil, retira a possibilidade de outros compradores, que se adéquam ao programa, conquistarem o financiamento com a taxa de juros subsidiada. 

##RECOMENDA##

Dallagnol reside num bairro de classe média da capital paranaense e nenhum dos apartamentos comprados foi para moradia própria, mas para investimentos. Procurado pela reportagem do DCM, o procurador foi questionado sobre a questão ética de adquirir um imóvel sem estar adequado ao perfil. O coordenador da Lava Jato justificou que se tivesse utilizado o dinheiro para investir em títulos do Tesouro Direto, do Governo Federal, atualizados pela Selic, resultaria em valor muito próximo ao valor pelo qual os apartamentos foram anunciados para venda [R$ 134 mil cada].

“O Le Village Pigangui é um empreendimento não exclusivo do programa. Assim, os imóveis comprados estavam disponíveis para aquisição por qualquer pessoa, independentemente de atender os requisitos do programa MCMV. Os apartamentos que adquiri foram comprados com recursos próprios, à vista, declarados em imposto de renda e sem qualquer financiamento. Não obtive financiamento do programa MCMV ou de qualquer outro banco, pois comprei à vista”, diz Dallagnol.

O procurador da República Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa da Operação Lava Jato em Curitiba, afirmou nessa quinta-feira (17) que "a lei está na mão das pessoas que serão punidas (pela operação)", em referência a parlamentares. Ele disse, em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, esperar que o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), tenha o mesmo entusiasmo que tem para questionar salários do Judiciário para buscar medidas de combate à corrupção.

Para o procurador, a prisão do ex-governador Sérgio Cabral, do PMDB, "é mais um sinal de que a Lava Jato é apartidária". "Todos que integram o time da Lava Jato não têm qualquer vinculação político-partidária nessa história."

##RECOMENDA##

Sobre as medidas de Renan que são vistas como ofensiva contra o Judiciário, como a criação de uma comissão que vai realizar um pente-fino nos salários acima do teto constitucional, o procurador disse que o Ministério Público Federal apoia a medida, mas pediu o mesmo "entusiasmo" de Renan para outras medidas, como a reforma política.

"O que nos causa estranheza é que as prioridades agora estejam sendo pautadas com uma mira no Judiciário e no Ministério Público, o que nos faz indagar: quais são as intenções e os propósitos reais desses projetos de lei e dessas comissões que estão sendo endossadas pelo presidente do Senado? O que esperamos é que, com o mesmo entusiasmo que ele (Renan) está buscando essas iniciativas (de analisar os supersalários) sejam também buscadas iniciativas de combate à corrupção, de reforma do sistema político, que incentiva hoje a corrupção, e iniciativas para que possamos ter salários inferiores ao limite do Supremo Tribunal Federal", afirmou Dallagnol.

Ele lembrou que a Procuradoria da República no Distrito Federal já moveu ações questionando irregularidades em vencimentos de servidores do Senado e afirmou que, no seu caso, seu contracheque não ultrapassa o teto. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A frase "não temos provas, mas temos convicção", atribuída a integrantes da força-tarefa da Operação Lava Jato, que viralizou na redes sociais, não foi dita literalmente durante a entrevista coletiva para a imprensa do Ministério Público Federal realizada na quarta-feira (14) em Curitiba.

Os termos "provas" e "convicção" foram utilizados de modo diferente do que foi divulgado na internet durante a exposição dos procuradores Deltan Dallagnol e Roberson Pozzobon para anunciar a denúncia contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a ex-primeira-dama Marisa Letícia e outras seis pessoas por corrupção ativa, passiva e lavagem de dinheiro.

##RECOMENDA##

"Provas são pedaços da realidade que geram convicção sobre um determinado fato ou hipótese. Todas essas informações e essas provas analisadas como num quebra-cabeça permitem formar seguramente a figura de Lula no comando do esquema criminoso identificado na Lava Jato", disse Dallagnol.

"Precisamos dizer desde já que, em se tratando de lavagem de dinheiro, ou seja, em se tratando de uma tentativa de manter as aparências de licitude, não teremos aqui provas cabais de que Lula é o efetivo proprietário no papel do apartamento, pois o fato de ele não figurar como proprietário do triplex, da cobertura em Guarujá é uma forma de ocultação, de simulação da verdadeira propriedade", afirmou Pozzobon.

Já ao responder à pergunta de um jornalista, Dallagnol disse: "Dentro das evidências que nós coletamos, a nossa convicção, com base em tudo que nós expusemos, é de que Lula continuou tendo proeminência nesse esquema, continuou sendo líder desse esquema, mesmo depois de ele ter saído do governo".

Após a entrevista, memes foram criados na internet criticando a atuação do Ministério Público por causa da frase, que também foi usada em tom satírico relacionada a outras situações. O site humorístico Sensacionalista, por exemplo, escreveu: "Nasa confirma vida fora da Terra: 'não temos como provar, mas temos convicção'". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Nesta quinta-feira (15), o deputado federal Sílvio Costa (PTdoB) criticou a denúncia apresentada pelo procurador Deltan Dallagnol contra o ex-presidente Lula. Costa diz que não consegue entender como um procurador da República pode chamar o ex-presidente da República como “comandante de quadrilha”. “Pelo fato dele ter cumprido a sua obrigação constitucional de ter feito as nomeações dos diretores da Petrobras. Procurei e não encontrei, na Constituição do Brasil, nem um artigo que desse respaldo a essa gravíssima acusação. Como cidadão e deputado federal estou indignado com tamanha agressividade jurídica”, pontuou.

O parlamentar também citou as principais lideranças do PSDB para citar os escândalos de corrupção dos quais estão supostamente ligados. “Não vou usar a tese do senhor procurador Deltan Dallagnol, mas, na interpretação dele, eu poderia dizer que Geraldo Alckmin é chefe de quadrilha em São Paulo por causa dos roubos na Companhia de Trens Urbanos e na merenda escolar. Poderia dizer que Aécio Neves é chefe de quadrilha em Minas Gerais por causa dos desvios de recursos públicos realizados por funcionários de segundo e terceiro escalão durante a sua gestão. Poderia dizer que Fernando Henrique Cardoso também foi chefe de quadrilha por todos os atos de corrupção que afloraram em seu governo. O mesmo poderia dizer em relação a José Serra pelos escândalos de corrupção que ocorreram também no seu governo em São Paulo”, disparou o deputado.

##RECOMENDA##

Sílvio Costa ainda afirmou que é de competência do presidente da República a nomeação de ministros e de diretores das empresas estatais. “O mais despreparado advogado do Brasil ou mesmo o mais desinformado rábula sabe que o chefe do poder executivo não pode ser penalizado por um desvio de conduta de um funcionário do terceiro escalão. Sabe, por exemplo, que até para crime de improbidade administrativa o gestor teria que ser ordenador de despesa. Portanto, o ex-presidente Lula não poderia sequer ser enquadrado no crime de improbidade porque ele não era ordenador de despesas”, defendeu.

Ainda citando as declarações do procurador Deltan. “Na tese do senhor procurador Deltan Dallagnol, a partir de agora, os 27 governadores do País e os 5.570 prefeitos do país poderão ser acusados de chefe de quadrilha por um ato praticado por qualquer funcionário do quarto escalão que tenha sido nomeador por eles. É inacreditável”, frisou. 

A apresentação de Power Point do procurador Deltan Dallagnol sobre a denúncia contra o ex-presidente Lula já virou meme. Feita de modo muito simples por alguém que provavelmente não entende muito de design, a apresentação motivou uma série de versões humoradas que infestaram as redes sociais desde a quinta-feira (14).

Pensando nas pessoas que querem construir o seu gráfico no estilo Ministério Público Federal (MPF), o site Lula PPT Generator foi criado. A ferramenta permite editar os textos do gráfico da forma que preferir e fazer o download da imagem em png.

##RECOMENDA##

Você pode criar o seu meme aqui

[@#galeria#@]

 

A operação Lava Jato é "imprevisível" e, por isso, não é possível estabelecer um prazo para o fim das investigações. O recado foi dado pelo procurador da República Deltan Dallagnol em um evento na Universidade de Oxford. "É difícil prever o fim, mas poderia dizer que, com certeza, não existe um marco próximo para acabar", disse após palestra no evento Brazil Forum 2016. A declaração vai na contramão de recente discurso do ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, que defendeu que a operação tenha hora de parar.

Coordenador da força-tarefa da Operação Lava Jato em Curitiba, Deltan Dallagnol não citou o nome do ministro do governo Michel Temer, mas disse que a investigação é dinâmica e delações têm acontecido frequentemente, o que pode expandir o campo de trabalho dos procuradores. "As investigações são muito dinâmicas. Quando elas se expandem, não dá para colocar um marco. É uma investigação em andamento e as investigações são muito dinâmicas. Imprevisíveis", disse a jornalistas após palestra no evento organizado por alunos brasileiros da Universidade de Oxford e da London School of Economics.

##RECOMENDA##

O recado do procurador acontece dias após o ministro da Casa Civil cobrar o fim das investigações. Em evento em São Paulo durante a semana, Eliseu Padilha disse "ter certeza que as autoridades da Lava Jato saberão o momento de pensar em concluir".

Em Oxford, o procurador explicou que, quando os acordos de colaboração trazem novos elementos, a investigação avança. E como não é possível prever o rumo das investigações ou o conteúdo de eventuais novas delações, também não é possível prever o fim das investigações. "Sempre que você encontra uma nova ligação, você pode expandir a investigação para novas frentes", disse.

Uma dessas frentes é a Caixa Econômica Federal. O banco estatal já está no radar dos procuradores desde a delação de André Vargas, mas nesta semana o ministro do Supremo Tribunal Federal, Teori Zavascki, homologou a delação do ex-vice-presidente de Fundos de Governo e Loterias da Caixa Fábio Cleto. Durante a palestra, Dallagnol citou que a investigação no banco federal está "em plena expansão". "O grande esquema da Petrobras não é isolado. Não há razão para só existir na Petrobras", disse.

Sem reformas política e do sistema Judiciário brasileiro, nenhuma alteração política no governo resultará em melhoras para o País e suas instituições. A opinião é do coordenador da força-tarefa da Lava Jato, em Curitiba, procurador da República Deltan Dallagnol, que comparou a corrupção no Brasil a uma inundação.

"Tiramos água com balde nas mãos quando nós acusamos criminalmente conduta a conduta. O que precisamos, se queremos evitar que novos escândalos de corrupção aconteçam, é mudar as condições, mudar o sistema", afirmou.

##RECOMENDA##

Deflagrada em março de 2014, a Lava Jato é a maior investigação do País de combate à corrupção. "Nos preocupa que, mesmo revelado tudo isso, mesmo dois anos depois do começo das investigações, não existiu movimento concreto e consistente de reforma política. Não existiu nenhum movimento concreto de bandeiras erguidas com pessoas caminhando no Congresso, nas grandes instituições, por reforma do sistema de Justiça, que é feito para não funcionar e que está funcionando episodicamente", afirmou o procurador.

Deltan comparou as reformas às barragens que precisam ser construídas em caso de inundações, como a vivida no Brasil. Em pelo menos duas ocasiões nos últimos dez dias, a força-tarefa da Lava Jato expressou publicamente sua preocupação em relação a expectativa popular de que a troca de presidentes resolva os crimes do colarinho branco. Para o procurador, na prática, o Ministério Público Federal tem visto e comprovado que "as condições hoje no Brasil favorecem a corrupção".

"Por isso temos clamado por alterações legislativas que mudem o sistema de Justiça criminal, tornando-o efetivo e não gerando a impunidade, que é a regra na maioria dos casos, e reformas políticas que tornem o ambiente menos propício à prática continuada de crimes de corrupção."

Uma delas é a aprovação da proposta de 10 Medidas de Combate à Corrupção, apresentada pelo Ministério Público Federal, a partir de uma iniciativa de dois procuradores da Lava Jato, em Curitiba, que endurece as punições a criminosos do colarinho branco.

"Sem mudança do sistema, o que vai acontecer é que vamos continuar enxugando gelo, dando murro em ponta de faca. Esse caso Lava Jato, que não podemos contar vantagem, porque ainda não se encerrou, é sem dúvida um ponto fora da curva."

Coordenador da força-tarefa que investiga a Operação Lava Jato, o procurador Deltan Dallagnol disse na manhã desta sexta-feira (22) que, se somados os crimes em série atribuídos ao empreiteiro Marcelo Odebrecht, dono da empreiteira que leva seu sobrenome, a pena atribuída a ele poderia passar dos 2 mil anos de reclusão.

Mas, como no sistema penal brasileiro, crimes semelhantes não acumulam penas, a expectativa da Procuradoria é que o empresário seja condenado a "menos de 100 anos de prisão".

##RECOMENDA##

"Se formos somar as penas de todos os crimes em série, por incrível que pareça as penas somariam de 2 mil anos de prisão", disse o procurador em entrevista à rádio Bandnews FM. "Mas quando aplicamos a regra de crimes continuados, porque a pessoa cometeu uma séria de crimes em sequência, a pena vai para muito menos que isso. A expectativa é que uma pena inferior a 100 anos de prisão. Estamos fazendo nossas alegações finais e avaliando isso", afirmou.

Marcelo Odebrecht está preso preventivamente desde junho do ano passado, acusado de pagamento de R$ 137 milhões em propinas e de atrapalhar as investigações da Lava Jato.

Na entrevista, o procurador rebateu as críticas feitas pela defesa de Odebrecht, de que teria havido inconsistência entre o que foi efetivamente dito pelo ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa no depoimento em que citou o empresário, e o que consta no termo escrito de suas declarações.

Segundo Dallagnol, o depoimento ao qual a defesa de Odebrecht se refere foi colhido por um procurador que atua junto à Procuradoria-Geral da República, que investiga casos relacionados a réus que possuem prerrogativas de foro (foro privilegiado), no início do processo, quando Odebrecht ainda não era investigado.

"O tema da depoimento registra aquilo que é de interesse para a investigação, no sentido do que pode gerar de prova no processo de investigação penal. Não registramos as informações sobre as centenas de pessoas que não praticaram crime. O depoimento foi colhido quando Marcelo não era investigado. Não tínhamos nenhuma prova contra ele", disse.

O empresário só foi considerado suspeito em um momento posterior da investigação, com o aparecimento de novas provas, informou o procurador. Além disso, afirmou, os vídeos ficaram disponíveis para consulta após o recebimento da denúncia e, num momento posterior da investigação.

A defesa também teve, afirmou ele, a oportunidade de questionar Paulo Roberto Costa durante seu depoimento à Justiça e não o fez. "Os vídeos podiam ser consultados e, no final, a defesa de forma surpreendente diz que não consultou", disse.

"As provas que valem contra alguém são as provas na Justiça, não são aquelas colhidas lá trás pela polícia ou pela Procuradoria, mas as provas da Justiça. Paulo Roberto foi ouvido na Justiça e todos os advogados, inclusive os de Marcelo Odebrecht, tiveram oportunidade de fazer perguntas a ele e não fizeram", reforçou.

Lula

Deltan Dallagnol também rebateu a declaração do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, feita na quarta-feira (20). Em entrevista a blogueiros simpáticos ao PT, Lula afirmou haver direcionamento nas delações para que houvesse citação em seu nome. "Delação premiada tem que ter o nome de Lula, senão não adianta", afirmou o ex-presidente na ocasião.

"Não direcionamos delação", disse o procurador. Segundo ele, no próprio acordo de delação consta o termo de que se o delator mentir pode perder todos os direitos e ainda ser processado.

"Além disso, ninguém é acusado apenas pela palavra do delator, e sim por provas independentes da colaboração que apontam as responsabilidades daquela pessoa sobre os crimes", explicou.

De acordo com Dallagnol, uma pessoa só se torna investigada quando há provas concretas sobre ela. Questionado sobre como o ex-presidente é considerado pelos investigadores da Lava Jato, o procurador disse que "as investigações são dinâmicas, mas até agora Lula não se tornou alvo de nossa operação."

O procurador Deltan Dallagnol, que atua na investigação da Operação Lava Jato em Curitiba, calculou nesta sexta-feira (9) que o valor total das propinas recebidas pelos envolvidos no esquema de corrupção da Petrobras e outras estatais e órgãos públicos chega a pelo menos R$ 10 bilhões. Ao defender as delações premiadas como "o motor" da operação, Dallagnol lembrou que a Lava Jato começou com a investigação de um posto de gasolina suspeito de lavagem de dinheiro e chegou ao gigantesco esquema de corrupção.

"As colaborações premiadas agilizam as investigações, funcionam como agentes catalisadores que potencializam a investigação. Antes da primeira colaboração tínhamos uma investigação envolvendo R$ 26 milhões. Depois das colaborações, temos uma investigação envolvendo mais de R$ 10 bilhões. Não são pontos de chegada, mas ótimos pontos de partida. Não abreviam o caminho, mas temos um vislumbre do caminho mais provável para chegar às provas e evidências que precisamos para acusar alguém", disse o procurador. "Temos corrupção descoberta em outros órgãos públicos além da Petrobras, como Ministério da Saúde, Ministério do Planejamento, Caixa Econômica Federal , Eletronuclear e outros casos ainda em investigação", afirmou.

##RECOMENDA##

Somente na estatal do petróleo, foram pagas propinas de R$ 6,2 bilhões, mas os prejuízos gerais da empresa são de cerca de R$ 20 bilhões, segundo Dallagnol. Para chegar a este valor, o procurador somou as propinas com superfaturamento de contratos. "Apenas a propina da Petrobras envolveu R$ 6,2 bilhões. É parte do prejuízo. (Somando o) lucro ilícito das empresas com prática de superfaturamento envolvendo cartel, provavelmente o prejuízo superará os R$ 20 bilhões", disse Dallagnol em entrevista depois de fazer palestra sobre a campanha "10 Medidas contra a Corrupção", no XXI Congresso Nacional do Ministério Público. Valor semelhante, de R$ 19 bilhões, já havia sido calculado por policiais federais envolvidos na investigação de desvios na Petrobras.

Os R$ 10 bilhões citados pelo procurador resultam da soma dos R$ 6,2 bilhões da Petrobras com as propinas pagas em outras instituições públicas investigadas na operação. O procurador disse não ter ainda o cálculo dos prejuízos totais sofridos pelos outros órgãos públicos alvos da Lava Jato, além da estatal petrolífera.

Dallagnol rejeitou a tese de que as investigações paralisaram grande parte da economia brasileira, por causa da suspensão de contratos das empresas envolvidas no esquema de corrupção. "A apuração do crime não prejudica a economia, o que prejudica a economia é o crime praticado. É o mesmo que culpar o investigador por ter encontrado o cadáver", comparou. Segundo o procurador, as investigações ainda vão durar "alguns anos". "Se parássemos agora (de levantar novas informações sobre o esquema), ainda teríamos material para pelo menos um ano. Mas devemos ter novas colaborações e novos veios de investigação", disse.

A campanha "10 Medidas contra a Corrupção" pretende recolher assinaturas para que seja apresentado um projeto de iniciativa popular ao Congresso. A exigência legal é de cerca de 1,5 milhão de signatários. Até agora foram obtidas 370 mil assinaturas.

Chefe da força-tarefa do Ministério Publico na operação Lava Jato, o procurador Deltan Dallagnol explicou nesta quinta-feira, 27, em entrevista ao canal GloboNews, a ampliação das investigações, que inicialmente não eram tão abrangentes. Dallagnol disse que "corrupção é um crime muito difícil de ser provado" e que a apuração da Lava Jato abriu uma "janela de oportunidade" que não podia ser perdida.

Segundo o procurador, a chegada a políticos e agentes públicos só foi possível graças a uma conjunção de fatores, entre os quais estão as delações premiadas, ou colaborações, como o integrante do MP prefere chamar. Ele ressalta que a palavra delator tem uma conotação negativa. "(Os delatores) São pessoas que viviam a cultura do crime e que mudaram de lado", disse Dallagnol.

##RECOMENDA##

O chefe da força-tarefa chamou de "furada" a tese da defesa das empreiteiras de que havia extorsão de agentes públicos sobre as empresas. Para ele, o esquema se manteve por muitos anos porque era lucrativo para todas as partes.

Dallagnol cobrou o endurecimento das penas para corrupção no Brasil e chamou a punição atual de "piada de mau gosto". Para ele, o parâmetro para punição de corrupção deve ser as penas de homicídio. "Quem rouba milhões, mata milhões", afirmou.

O procurador demonstrou temer que a punição aplicada às grandes empresas seja branda demais e passe ideia de impunidade. Antes de terminar a entrevista à jornalista Miriam Leitão, o procurador demonstrou otimismo com o avanço do combate à corrupção no Brasil.

"A hora é agora. Existe uma luz, mas temos que fazer nossa parte. Se queremos transformar o País, o legado da Lava Jato deve ser as mudanças que o ministério publico propôs", disse, defendendo o pacote anticorrupção lançado pelo MP na semana passada.

Páginas

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando