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Ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT) sugeriu, em publicação no Twitter neste sábado (27), que o chefe da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba, Deltan Dallagnol vendia informações para empresas investigadas. Haddad fez o comentário se baseando no fato de Deltan ter palestrado para a Neoway, uma companhia de tecnologia citada em delação premiada

“A impressão que eu tenho é de que Deltan não dava palestras propriamente, mas vendia relações e informações privilegiadas para empresas investigadas e bancos, respectivamente”, disse o ex-candidato à Presidência da República pelo PT em 2018. 

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A informação de que o procurador chefe da força-tarefa da Lava Jato fez uma palestra para a Neoway foi divulgada nessa sexta-feira (26), pelo site The Intercept Brasil, como parte das informações obtidas pelo veículo de mensagens trocadas entre os procuradores envolvidos com a investigação.  

A Neoway foi citada nos termos de colaboração de Jorge Luz, apontado como operador de propinas do MDB, ao detalhar negociatas com a BR Distribuidora. Deltan recebeu R$ 33 mil pela palestra.

Arte produzida por Jorge Cosme, do Crise dos 25.

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Em entrevista à rádio Jovem Pan , o procurador da República e líder da força-tarefa da Operação Lava Jato em Curitiba, Deltan Dallagnol, afirmou que as palestras que realiza pelo Brasil a convite de empresas privadas são "legais e admitidas pela Constituição".

O procurador também falou sobre a possibilidade de as primeiras mensagens vazadas pelo site The Intercept gerarem suspeição sobre a atuação do então juiz federal Sergio Moro no julgamento dos processos da Lava Jato.

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De acordo com ele, um juiz só pode ser considerado suspeito se for amigo íntimo de uma das partes ou quando tiver interesse pessoal nos processos. "Nunca fomos amigos, eu e o ministro Moro. Nunca frequentei sua casa nem ele a minha, nunca fomos a aniversários um do outro, não somos íntimos", falou sobre a primeira hipótese, limitando-se a dizer que Moro julgou muitos processos sem conexão entre si para que fique provado interesse pessoal em algum deles.

Palestras

De acordo com o procurador, a maior parte de suas palestras é gratuita. Ele também disse que as palestras têm o propósito de serem "educativas, falar de combate à corrupção e de cidadania".

A manchete da Folha de S. Paulo desta quinta-feira, 25, traz a informação de que Dallagnol fez uma palestra remunerada no valor de R$ 33 mil e gravou um vídeo institucional para a empresa de tecnologia Neoway, citada em acordo de delação em caso de corrupção na força-tarefa da Lava Jato, mostram mensagens obtidas pelo site The Intercept Brasil analisadas em conjunto com o jornal. Na ocasião, Dallagnol não sabia que a Neoway havia sido citada no âmbito da Lava Jato e manifestou preocupação sobre a palestra concedida à empresa.

A jornalista Vera Magalhães, colunista do jornal O Estado de S. Paulo, perguntou a Dallagnol, na entrevista da rádio, se, independentemente da questão legal envolvendo os pagamentos pela Neoway, é papel de um agente público se envolver financeiramente com empresas privadas.

Dallagnol respondeu que sua "missão" ao fazer as palestras é "educar a sociedade sobre a corrupção e promover a Operação Lava Jato na sociedade".

O coordenador da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba, procurador Deltan Dallagnol, recebeu R$ 33 mil por uma palestra sobre combate à corrupção e ética nos negócios para a Neoway, uma companhia de tecnologia. A empresa, contudo, foi citada em uma das delações premiadas da investigação. A informação é do site The Intercept Brasil. 

De acordo com a reportagem, a palestra foi realizada em março de 2018, mas dois anos antes, em março de 2016, a Neoway havia sido mencionada nos termos de colaboração de Jorge Luz, apontado como operador de propinas do MDB, ao detalhar negociatas com a BR Distribuidora. 

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A documentação que trata da empresa foi compartilhada, segundo o The Intercept, em grupo chamado "Acordo Jorge Luz", em que Dallagnol participa ativamente. 

No texto, Jorge Luz, que ainda era na ocasião candidato a delator, disse: “Lembro-me ainda de um projeto de tecnologia para Petrobras com a empresa Neoway que recorri ao Vander e Vaccarezza para me ajudarem agendando uma reunião na BR Distribuidora. Houve esta reunião e recebi valores por esta apresentação e destas repassei parte para eles. Posteriormente a tecnologia foi contratada sem minha interferência ou dos deputados”. O operador se referia ao deputado federal Vander Loubet (PT-MS) e a Cândido Vacarezza, ex-deputado federal pelo PT.

O texto aponta que julho de 2016, Dallagnol questionou se as negociações com Luz haviam mesmo sido encerradas. Alguns meses depois, em abril de 2017, no mesmo grupo do aplicativo de conversas, o procurador Paulo Galvão compartilhou uma nova proposta de delação do lobista e enviou para os coletas novo documento com outra citação envolvendo a Neoway.

Neles, Jorge Luz afirmava: “Paguei ao Vaccarezza para arrumar o negócio. Não me recordo o ano, mas será fácil verificar pela conferência de dados financeiros acessíveis a época que checarmos nossa contabilidade, uma vez que tudo relativo a Neoway foi feito com contratos executados no Brasil por empresas brasileiras, mas creio que seja por volta do ano de 2011/2012”.

O anúncio e negociações da palestra

Quase um ano depois, em março de 2018, Deltan informou em um grupo de troca de mensagens dos procuradores, chamado de Incendiários ROJ, que havia sido contratado pela Neoway para a palestra. Na mesma conversa, de acordo com o exposto pelo site, o procurador Júlio Noronha sugere a Dallagnol que tentasse uma reunião com o dono da empresa, Jaime de Paula [também citado na delação de Luz], para falar de produtos da companhia para um projeto da Procuradoria chamado de Laboratório de Investigação Anticorrupção, o LInA.

“Top Delta!!! De repente, se conseguir um espaço para conversarmos com ele e tentarmos algo para trazer uma solução para agregar ao LInA, seria massa tb!”, disse Noronha. Deltan, de acordo com a reportagem,  dizendo que já tinha a intenção: “Isso em que estava no meu plano. Vou até citar ele na palestra pra ver se sensibilizo.”

Três dias depois dessa conversa, Deltan realizou a palestra em um  resort em Florianópolis. O The Intercept diz que a estratégia dos procuradores funcionou e integrantes da Neoway e do LInA se reuniram para tratar do assunto, mas não há detalhes se chegaram a efetuar algum acordo de troca de serviços. 

Em 21 de julho, meses após a palestra, Deltan demonstra preocupação diante da citação da Neoway no acordo de delação premiada de Luz. "Isso é um pepino para mim", escreveu. Mas, a reportagem aponta que, apenas em 4 de junho de 2019, um ano e três meses depois, foi que o coordenador da Lava Jato enviou um ofício ao corregedor do Ministério Público Federal, Oswaldo José Barbosa Silva, falando que havia participado do "congresso anual da empresa Neoway", onde realizou uma palestra sobre combate à corrupção e ética nos negócios e que foi remunerado "por valor de mercado". 

No documento, Deltan ressalta ainda que na data da palestra a empresa ainda não era investigada pela Lava Jato e ele desconhecia a menção no acordo de colaboração de Jorge Luz. Na época da palestra, inclusive, o procurador chegou a gravar um vídeo indicando os serviços da Neoway. 

Em abril de 2019, o ministro do Supremo Tribunal Federal Edson Fachin determinou que os trechos da delação de Luz relativos à Neoway dessem origem a um processo específico que corre em segredo de justiça.

Outro lado

Em sua defesa, Deltan Dallagnol disse, em resposta ao jornal Folha de São Paulo - que também publicou a matéria, que "não reconhece a autenticidade e a integridade das mensagens e é fato, é que eu participava de centenas de grupos de mensagens, assim como estou incluído em mais [de] mil processos da Lava Jato. Esse fato não me faz conhecer o teor de cada um desses processos. Se, por acaso, por hipótese, eu tivesse feito parte [do grupo no qual a Neoway apareceu em documentos], certamente não tomei conhecimento. Se soubesse não teria feito, e, sabendo, me afastei”.

A Neoway, por sua vez, afirmou que presta serviços para a BR Distribuidora atualmente e que a contratação de Dallagnol para a palestra “foi remunerada em valores compatíveis com o mercado para atividades dessa natureza, com total observância às leis”. Além disso, a empresa disse que não prestou serviços para o projeto LInA, do MPF, e “desconhece a menção a seu nome em depoimentos de terceiros”.

Cândido Vaccarezza disse que Jorge Luz mente a seu respeito, e que ele “nunca sugeriu, pediu, aceitou, recebeu ou autorizou quem quer que seja a receber em seu nome vantagem, pagamento, benefício ou dinheiro de forma ilícita”. Já Vander Loubet observou que “desconhece os termos” em que foi citado e que “suas relações sempre foram institucionais”.

<p>Nesta sexta-feira (26), o cientista político Adriano Oliveira faz uma análise sobre as estratégias assumidas entre os atores dos vazamentos de diálogos pelo Intercept Brasil. Moro tinha como estratégia afirmar que o material não era verdadeiro, o que vai de encontro com a necessidade de investigação dos supostos hackers.&nbsp;</p><p>Qual a versão verdadeira? Para Adriano, a estratégia de Moro está equivocada, uma vez que ele tenta descredenciar os conteúdos, mas, em contrapartida, entrou em contato com diversas autoridades para informar que elas haviam sido hackeadas. Durante esses contatos ele informou que o material seria destruído, agindo contrário a sua posição de Ministro da Justiça - ele não é mais juiz.</p><p>Adriano ainda avalia a liberação dos últimos diálogos, que tem sido mais incisivos sobre as conversas de Dallagnol do que sobre as de Moro. Seria porque o site não tem mais diálogos dele ou seria uma estratégia, estando o site esperando um momento mais adequado?&nbsp;</p><p>O programa Descomplicando a política é exibido na fanpage do LeiaJá, em vídeo, toda terça-feira, a partir das 19h. Além disso, também é apresentado em duas edições no formato de podcast, as segundas e sextas-feiras.&nbsp;</p><p>Confira mais uma análise a seguir:</p><p>
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O site Metrópoles publicou nesta sexta (26) uma longa entrevista com o fundador do The Intercept, Glenn Greenwald. O jornalista afirmou que "os materiais mais bombásticos" dos diálogos entre procuradores da Lava Jato e o ex-juiz Sérgio Moro ainda não foram publicados. Ele ainda afirmou que vem sendo ameaçado de morte constantemente e que considera a série de reportagens atual mais perigosa que as revelações do caso Snowden.

Questionado pelo Metrópoles, Greenwald revelou que novas matérias do seu site sobre os diálogos vazados vão revelar informações ainda mais importantes do que as que já foram ao ar. "Eu tenho certeza, porque eu conheço o material que estamos trabalhando, que os materiais mais bombásticos e importantes ainda não foram publicados, mas serão em breve. Tem muitas revelações graves. Essas seis semanas que começamos a publicar foram muito pouco tempo para um acervo deste tamanho. Então, com certeza, vai ter muito mais revelações muito graves no futuro", afirmou.

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Apesar de ter revelado que recebeu as conversas de uma pessoa que hackeou os celulares de autoridades, Gleen não confirmou se as pessoas presas pela Operação Spoofing, da Polícia Federal, são as suas fontes. "No passado, nós reportamos com materiais fornecidos por fontes que também foram presas. Nós não sabemos se os caras que eles prenderam eram nossas fontes, e obviamente não vamos comentar nada sobre isso. Mas, se eles são ou não, não tem nenhuma consequência para nossa reportagem, que está continuando", disse o jornalista.

Glenn Greenwald falou também sobre as ameaças que vem recebendo e da "perseguição" do Ministro da Justiça Sérgio Moro. "Estamos recebendo o tempo todo ameaças de morte bem detalhadas, bem sérias. Não é o tipo de ameça que se recebe todo dia quando você é figura pública: 'Oh, espero que você morra' ou 'Vou te matar', mas com muitos detalhes, com dados pessoais", falou. "Sergio Moro está usando a linguagem para criminalizar nosso jornalismo. Sempre nos chama de “os aliados dos hackers”, criando essa teoria que participamos do crime. Ele está fazendo isso de propósito. Isso é uma ameaça grave quando está vindo do ministro da Justiça, que tem o poder para investigar, espionar, monitorar, processar", completou.

Entre outras coisas - a entrevista completa você vê no Metrópoles - Gleen ainda fez questão de confirmar que não houve nenhum tipo de pagamento pelas conversas vazadas que chegaram ao The Intercept. "Obviamente não pagamos nada. Até mesmo o suspeito, que a PF prendeu ontem e acusou de ser nossa fonte – e nós não estamos confirmando – mesmo no depoimento dele, ele confirmou o que estamos falando o tempo todo. Que a fonte passou a informação de forma anônima, sendo que, antes disso, nunca falou comigo e que a informação foi obtida sem qualquer pagamento, sem nada. Simplesmente passaram a informação e recebemos. É o que temos sempre falado", ressaltou.

<p>Nesta segunda-feira (22), o cientista político Adriano Oliveira fala em seu podcast ​ sobre a importância da Lava-Jato, Ministério Público, Poder Judiciário e o The Intercept Brasil enquanto instituições, e de que forma as decisões são tomadas, através de quais influências, apontando sempre para um objetivo final.&nbsp;</p><p>O analista, além de condenar as estratégias adotadas por Moro durante a condução do processo da investigação, cita ainda a discrepância na postura do Poder Judiciário com relação à um processo envolvendo o PT, representado na figura do ex-presidente Lula, em que Deltan Dallagnol, Procurador de Justiça, é agressivo e contundente. Enquanto em outro processo, em diálogos divulgados pelo The Intercept, Deltan surge com a tentativa de amenizar o caso Queiroz, que envolve a família do atual presidente, Jair Bolsonaro.&nbsp;</p><p>O programa Descomplicando a política é exibido na fanpage do LeiaJá, em vídeo, toda terça-feira, a partir das 19h. Além disso, também é apresentado em duas edições no formato de podcast, as segundas e sextas-feiras.&nbsp;</p><p>Confira mais uma análise a seguir:&nbsp;</p><p>
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O jornalista e editor do The Intercept, Glenn Greenwald, responsável pelos recentes vazamentos de troca de mensagens entre o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, e procuradores da Operação Lava Jato comentou o comportamento dos envolvidos nas recentes polêmicas.

Nesta quinta-feira (18) o site divulgou novas informações que apontam que Moro teria interferido em negociações das delações de dois executivos da Camargo Corrêa. Em resposta, Moro disse não reconhecer a autenticidade das mensagens.

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“Nenhuma das desculpas de Moro e Deltan fez sentido desde o início: 1) as mensagens são adulterados, mas 2) não refletem nenhum delito. Por que alguém adulteraria mensagens para mostrar atos perfeitamente éticos, legais e apropriados? Pessoas culpadas se tornam irracionais”, escreveu Glenn em seu perfil oficial no Twitter.

Greenwald também voltou a dizer que Moro está fingindo ter amnésia. “Mais uma vez, Sergio Moro finge ter extrema e trágica amnésia aos 44 anos de idade. E parece estar implicando que o maior jornal do país, Folha de S. Paulo,, é culpado de crimes - ‘violação criminosa de privacidade’ - por reportar a má conduta dele: verdadeiro autoritário”, disparou.

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, interferiu em negociações das delações de dois executivos da Camargo Corrêa. Ao menos é o que apontam as novas conversas vazadas, nesta quinta-feira (18), pelo site The Intercept Brasil, através do jornal Folha de São Paulo. O então juiz responsável pela Lava Jato na primeira instância em Curitiba, disse que só homologaria as delações se a pena proposta incluísse ao menos um ano de prisão em regime fechado para os executivos.   

A troca de diálogos divulgada aconteceu, de acordo com a reportagem, entre 21 de janeiro de 2015 e 6 de fevereiro de 2016. Período em que estavam sendo acordadas as delações e logo após o acordo ser fechado. 

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A interferência de juízes no acordo de delação é proibida, de acordo com a Lei das Organizações Criminosas, de 2013. A legislação, que prevê as normas para delações premiadas, observa que os magistrados devem, apenas, verificar a legalidade dos acordos de cooperação, a homologação e a aplicabilidade do que foi acordado. 

As mensagens trocadas, contudo, apontam que Moro impôs condições e isso causou desconforto entre os procuradores da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba, Dental Dallagnol e Carlos Fernando dos Santos Lima.

Veja os trechos das conversas:

- No início de 2015, a força-tarefa da Lava Jato em Curitiba negociava um acordo de leniência com a Camargo Corrêa.

21 de janeiro de 2015

Deltan Dallagnol (16:15:15) - Oi lindão

Carlos Fernando dos Santos Lima (16:16:42) Fechei o escopo ‘a princípio’ com a Camargo. Parece razoável. Petrobras, Belo Monte, Angra 3, Valec.

Deltan (16:27:37)Nós tínhamos que ser duros na negociação. Mas o sistema hoje não permite que eles digam tudo, e o que dirão é bem razoável. Agora temos que pensar na multa. Pede pro Roberto Leonel o faturamento e o lucro das empresas do grupo nos últimos 5 anos...

Carlos Fernando (21:29:50)Vou pedir 2 bilhões de dólares.

Deltan (22:10:24)Temos que ter os dados.... E calcular qto pagou de propina... Pra ter parâmetros. Sem prejuízo de pegar tudo que da

Carlos Fernando (22:19:56) Se tiver informações, sim. A reunião será na próxima semana.

- Em outro momento, já na reta final das negociações, Deltan sugeriu a Carlos Fernando que consultasse o então juiz Sergio Moro de fechar o acordo.

23.fev.2015

Deltan (23:57:09) Eu não estarei aqui na quarta, nem na reunião com o Moro, mas seria bom que houvesse uma conversa sobre os acordos dos três porquinhos. CF, Vc reclamou que me meti, mas podíamos ter problemas com a questão da Valec se o Helio Telho depois não concordasse ou criticasse nosso acordo, sendo ele o proc natural. A título de sugestão, seria bom sondar Moro quanto aos patamares estabelecidos ontem. Pensei sobre o que Vc disse de eles trazerem a CC. Pode acontecer, mas se eles não vão indicar um acionista, pegaríamos eventualmente outros diretores, torcendo para eles indicarem os acionistas. É possível que ocorra, mas temos que pensar em duas coisas: 1) vamos ter braço para tudo isso, ir atrás do diretor logo para que depois venha a CC? Há várias prioridades em andamento. 2) a meu ver, essa estratégia pode sim ser perseguida, mas as prioridades vivem mudando e o acordo deve ser justificável por si só. Colaborações são um flanco para críticas. Caminhamos com a força da opinião pública e não podemos perdê-la. Sei que Vc discorda do item 2, estou só colocando minha opinião. Estarei lá na quinta para sustentar isso; 3) uma crítica que virá é o do número de acordos de colaboração... não concordo com essa crítica se o acordo foi individualmente justificável, e não é minha maior preocupação, mas vi um ou dois de nós mencionarem essa preocupação.

24.fev.2015

Carlos Fernando (07:26:12)Deltan. Como disse ontem, não somos noviças virgens para ficar tão preocupados com o que vão pensar de nós. As críticas vem sempre, e ultimamente somos mais criticados pelo que não fazemos, como o PGR agora com o Pessoa. A minha crítica, e neste ponto falo pelo Januário, é que o procedimento de delação virou um caos. Creio que se a sua divisão de serviço pressupõe que eu e Januário estamos encarregados dos acordos, eles devem ser tratados por nós. Você é o Promotor natural e pode discordar, e eu sempre ouço todos, mas o que vejo agora é um tipo de barganha onde se quer jogar para a platéia, dobrar demasiado o colaborador, submeter o advogado, sem realmente ir em frente. Não sei fazer negociação como se fosse um turco. Isso até é contrário à boa-fé que entendo um negociador deve ter. E é bom lembrar que bons resultados para os advogados são importantes para que sejam trazidos novos colaboradores. Eu desejo que sejam estabelecidas pautas razoáveis, e que eu e Januário possamos trabalhar com mais liberdade. Os últimos acordos que fizemos foi por exclusiva vontade minha. E não vejo a reclamação generalizada contra eles. Muito pelo contrário. Agora o acordo com o Rafael foi bom para aplacar a insegurança de Brasília. Vamos pensar a longo prazo. Se falta de mãos fosse um argumento, não estaríamos aqui hoje.

Deltan (08:29:16) Carlos, eu apoiei todos os acordos que Vc fez. Essa autonomia não está existindo em nenhum setor. Todos estão opinando em AIAs, nas denúncias, no relacionamento com a imprensa, com a PGR, até no uso do meu tempo rs. Quanto mais sensível é o tema, mais todos querem contribuir para que o resultado seja melhor. O que acho que faltou no caso dos acordos, na minha opinião, foi conversarmos antes e pensarmos na estratégia. Reconheço que falhei em não organizar reuniões de coordenação. Devem existir mesmo. Como todos são Barbados e experientes, e não queria ficar me metendo, estava deixando rolar e que cada um marcasse reunião Qdo queria. Mas vejo agora que não é o ideal, e que tenho que estar mais perto de todos. Mas até isso não é unânime rs. Os acordos são sensíveis por diversas razões. Uma é opinião pública e precisamos dela meu amigo. Outra é o fato de que nossa e minha reputação estão ligados ao caso. Estamos numa era tecnológica e como promotores não ganhamos mas dependemos de nossas reputações. Isso me leva a ser mais conservador do que arrojado, mas te entendo também. Enfim, acho que devemos conversar mais e vamos fazer isso para trabalharmos como um time mais entrosado.

Carlos Fernando (09:37:52)Vou discordar de muitas das suas premissas, mas não aqui. Quero essa reunião com a presença de Januário e Orlando, ao menos.

25.fev.2015

Deltan (01:53:47)Carlos Vc quer fazer os acordos da Camargo mesmo com pena de que o Moro discorde? Acho perigoso pro relacionamento fazer sem ir FALAR com ele, o que não significa que seguiremos. Podemos até fazer fora do que ele colocou (quer que todos tenham pena de prisão de um ano), mas tem que falar com ele sob pena de ele dizer que ignoramos o que ele disse. Vc pode até dizer que ouve e considera , mas conveniência é nossa e ele fica à vontade pra não homologar, se quiser chegar a esse ponto. Minha sugestão é apenas falar.

- Depois da conclusão do acordo com a Camargo Corrêa, tornou-se natural os procuradores falarem sobre interferências de Moro. 

26.ago.2015

Douglas Fischer (11:35:24) Galera. O paulo disse ontem en passant aqui em Bsb que teria havia dois casos em que o Moro não aceitou proposta de acordos por falta de originalidade nas provas apresentadas. Vocês tem estas decisões dele ? Obrigado

Paulo Roberto Galvão (19:59:58)Douglas, o Moro tem reclamado bastante, mas ao final sempre concorda com a nossa proposta. No caso do Dalton Avancini, ele inclusive consignou a discordância (acho que em ata de audiência) e deu cinco dias para justificar, mas depois aceitou. Mais recentemente ele também implicou com o acordo do Musa, mas não sei se constou por escrito (Diogo sabe?)

Orlando Martello (20:02:52) Januario estão reforçando os depoimentos para superar a questão, mas ainda não foi homologado o do Musa.

- Já em fevereiro de 2016, Deltan procurou Moro para discutir o caso de outro executivo da Camargo Corrêa, João Ricardo Auler, que estava fechando acordo de delação premiada.

5.fev.2016

Deltan (23:36:36) Caro: Gebran e colegas da regional entenderam que não seria o caso de homologar o acordo do Auler lá, por não haver pessoas indicadas que tenham prerrogativa de foro. Ainda que discordando tecnicamente, vejo vantagens pragmáticas de homologar por aqui, mas não quisemos avançar sem sua concordância quanto à análise dessa questão por aqui... Podemos prosseguir? Se preferir, vou à JF conversar pessoalmente

6.fev.2016

Sergio Moro (01:20:08) Para mim tanto faz aonde. Mas quais foram as condições e ganhos?

Deltan (08:06:36)Ok. Não sei, quem fez, creio, foi CF. Vou checar e eu ou alguém informa.

Outro lado

Em nota, Sergio Moro disse que não participou de negociações de acordo de delação premiada.  “Enquanto juiz, não houve participação na negociação de qualquer acordo de colaboração”, diz o texto. “Cabe ao juiz, pela lei, homologar ou não acordos de colaboração”, acrescenta. 

Além disso, na nota Moro pondera que “pela lei, o juiz pode recusar homologação a acordos que não se justifiquem, sendo possível considerar a desproporcionalidade entre colaboração e benefícios.” O ex-juiz também observa que não reconhece a autenticidade das conversas vazadas. 

A força-tarefa da Lava Jato, por sua vez, disse que “não reconhece as mensagens que têm sido atribuídas a seus integrantes”.  “O material é oriundo de crime cibernético e não pode ter seu contexto e veracidade confirmados”, declarou em nota.

*As conversas foram transcritas sem correção ortográfica

O chefe da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba, Deltan Dallagnol, é um dos palestrantes em um evento para empreendedores que vai acontecer na capital paranaense. Além dele, a cantora Anitta também compõe o elenco dos que vão palestrar no encontro que está cobrando ingressos a R$ 650 - o mais barato na pré-venda. A informação é da revista Veja. 

De acordo com a reportagem, o evento também conta com opções de ingresso “VIP Unissex” por R$ 800. Segundo a programação, Dallagnol vai falar sobre “A Ética nos Negócios em um Mundo Sob Pressão”, enquanto Anitta falará sobre sua carreira como uma startup. As palestras estão marcadas para outubro deste ano.

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As palestras ministradas por Dallagnol estão sendo analisadas pelo Conselho Nacional do Ministério Público. O Conselho vai apurar se Deltan e o procurador Roberson Pozzobon usaram seus cargos para lucrar como palestrantes. 

Conversas de dezembro de 2018 reveladas pelo site The Intercept Brasil, através do jornal Folha de São Paulo, sugerem que Dallagnol teria feito um plano para, com a fama adquirida por comandar a Lava Jato, atrair o recebimento por palestras.

“As palestras e aulas já tabeladas neste ano estão dando líquido 232k [R$ 232 mil]. Ótimo… 23 aulas/palestras. Dá uma média de 10k [R$ 10 mil] limpo”, teria dito à sua mulher, com quem chegou a cogitar a criação de uma empresa para esse fim.

Alvo de questionamentos após a divulgação de supostas mensagens que sugerem conluio com o ex-juiz Sérgio Moro (atual ministro da Justiça) na Lava Jato, o procurador da República Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa do Ministério Público Federal em Curitiba, diz que não tem medo do que possa ser apresentado. "Todos os atos da força-tarefa são fundamentados em fatos, em provas e na lei e foram validados por diversas instâncias da Justiça." A seguir, trechos da entrevista:

Tem suspeitas sobre quem acessou os diálogos?

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Só a PF pode dar essa resposta. Mas houve invasão de sistemas telefônicos e sequestro de contas de aplicativos, o que sugere o uso de métodos sofisticados. Sabemos que muitas autoridades foram atacadas, mas só as da Lava Jato são alvo de divulgação, o que dá pistas sobre os interesses envolvidos.

Quem tem interesse nesse hackeamento?

O interesse é anular condenações e barrar o avanço da investigação. A operação atingiu muitos poderosos. Poderia ser qualquer um deles, além dos corruptos que ainda não foram alcançados pela Lava Jato.

Por que o sr. não aceitou o convite para depor sobre o caso na Câmara? Tem algum receio?

Não tenho receio porque todos os atos da Lava Jato estão justificados em fatos, provas e na lei e foram validados por diversas instâncias da Justiça. O Congresso é palco de discussões relevantes, mas de natureza política. Meu trabalho é técnico e feito perante a Justiça.

A força-tarefa não tem reconhecido as mensagens, mas o The Intercept Brasil também divulgou um áudio e diz ter outros. Isso não confirma a autenticidade?

É realmente possível que o criminoso tenha obtido mensagens do aplicativo Telegram. Entretanto, isso não afasta a possibilidade de edição ou falsificação das mensagens de texto ou áudio, o que pode ter ocorrido até mesmo antes de o material ser entregue ao site, que não o submeteu a nenhuma autoridade para verificação.

O que é verdade ou mentira nessas mensagens?

Não temos as mensagens originais para comparar. Antes da divulgação do hackeamento, encerramos as contas no aplicativo para proteger investigações em andamento e nossa segurança. Isso apagou as mensagens nos celulares e na nuvem. É impossível lembrar detalhes de milhares de mensagens trocadas ao longo de anos. A mudança de uma palavra, a inserção de um "não" ou a abstração de contextos podem mudar significados. E o que temos visto são indícios de edição e evidências de que supostas mensagens, na forma como são apresentadas, contrastam com a realidade.

Reportagem da revista Veja mostra supostos diálogos em que o sr. teria enviado versão inacabada de denúncia a Moro. Reconhece este diálogo?

Apresentamos aos juízes e aos tribunais análises e argumentos, em reuniões e por escrito, sempre que necessário para defender o interesse público. Mas jamais existiu prática de antecipar peças em elaboração.

O ex-juiz orientou a Procuradoria a publicar uma nota oficial criticando a defesa de Lula?

Não tenho como comentar diálogos que não tiveram o contexto e a veracidade comprovados. O interesse do MP não é condenar, mas buscar a Justiça, o que implica a absolvição dos inocentes. Não fazemos notas contra ou a favor de pessoas.

Há outro caso em que o ex-juiz teria orientado a incluir um dado de depósito bancário em uma denúncia, antes de ser recebida. Ele orientava os procuradores?

Ainda que essa mensagem fosse verdadeira, ela não mostra atuação enviesada. Na falta de manifestação do MP sobre o tal depósito, o juiz poderia ter despachado nos autos, questionando o órgão sobre o eventual arquivamento implícito do fato. Ou poderia suscitar o aditamento da denúncia, como permite o Código de Processo Penal no artigo 384. Sobre o caso em questão, o juiz absolveu os réus em relação ao depósito.

Mensagem atribuída a Moro expõe suposta preocupação em não "melindrar" o ex-presidente Fernando Henrique com a abertura de investigação, pois ele seria "um aliado importante". O sr. se recorda desse episódio?

Se buscássemos aliados, seriam importantes Lula, Eduardo Cunha e Sérgio Cabral, políticos influentes, mas que foram condenados e presos. Os fatos deixam claro que influência, dinheiro e poder jamais foram critérios para aferir responsabilidade na Lava Jato.

Como vê as críticas do ministro Gilmar Mendes, do Supremo, à atuação do MPF na Lava Jato?

Prefiro não comentar ataques e grosserias de autoridades contra a Operação Lava Jato.

Como avalia a acusação de que havia o objetivo deliberado de tirar Lula do cenário político?

Essa é uma teoria dos que querem forçar anulações. A Lava Jato não se resume a um ou outro caso. São centenas de casos que atingiram todo o espectro ideológico. Só na força-tarefa de Curitiba já passaram 19 procuradores e mais de 30 servidores. A equipe inclui eleitores do PT. Os atos judiciais são revisados por três instâncias. A teoria da conspiração não se verifica.

O que o levou a fechar a denúncia contra o ex-presidente?

O mesmo motivo que embasou denúncias contra outros réus: a existência de provas de um crime e de sua autoria. Ninguém tem prazer em acusar alguém ou ao constatar tanta corrupção no País, ainda mais quando praticada por quem deveria dar o bom exemplo.

Tem medo do teor de novas mensagens?

Não. O que receio é de que a luta contra a corrupção pare. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O jornalista Glenn Greenwald participa nesta quinta-feira (11) da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), no Senado, para debater o vazamento de conversas de membros da força-tarefa da Lava-Jato. O membro do The Intercept Brasil destacou que não irá recuar de seu trabalho.

"Não temos medo nenhum", afirma Greenwald sobre uma possível investigação do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) sobre seus dados. 

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Segundo Greenwald, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, recusou negar a existência de uma investigação do Coaf porque gostaria de deixar os jornalistas do Incerpt "com medo". Ele também ressaltou que há um movimento global para "criminalizar o jornalismo e jornalistas".

O subprocurador-geral do Ministério Público no Tribunal de Contas da União (TCU), Lucas Rocha Furtado, solicitou, via medida cautelar, que o Coaf suspenda uma investição sobre Greenwald, caso ela exista. 

Lembrando o caso de Edward Snowden, que vazou documentos secretos mostrando a dimensão da operação de espionagem dos Estados Unidos, Greenwald ressaltou que o então procurador-geral dos Estados Unidos, Eric Holder, negou qualquer ação para publicar ou perseguir os jornalistas envolvidos na publicação.

Em entrevista à Sputnik Brasil, o cientista político e professor da Universidade Veiga de Almeida Guilherme Carvalhido afirma que a investigação é "possível represália" contra o trabalho Greenwald. 

Carvalhido ressalta que caso não exista um processo contra o jornalista do Intercept, o objetivo é "uma intervenção direta para tentar calar ou reduzir a atividade jornalística dessas pessoas. Infelizmente isso é muito comum no Brasil e em várias partes do mundo".

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Da Sputnik Brasil

O site The Intercept vazou nesta terça-feira (9) o primeiro áudio de um ‘arsenal’ que diz ter envolvendo o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, e procuradores da operação Lava Jato. Desde o último dia 9 de junho o grupo vem liberando troca de mensagens entre os citados, que sugerem que houve uma espécie de complô contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

O áudio publicado é do procurador Deltan Dallagnol em conversa entre os membros da força-tarefa a respeito da guerra jurídica que houve em torno de uma entrevista de Lula daria ao jornal Folha de S. Paulo. No áudio, Dallagnol comemora  veto do Supremo Tribunal Federal ao pedido de entrevista feito pelo periódico.

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“Caras, o Fux deu uma liminar suspendendo a decisão do Lewandowski que autorizava a entrevista. Dizendo que vai ter que esperar a decisão do Plenário. Agora não vamos alardear isso aí, não vamos falar pra ninguém, vamos manter, ficar quieto para evitar divulgação o quanto for possível. Porque quanto antes divulgar isso... Antes vai ter recurso do outro lado, antes isso aí vai pra Plenário", diz a voz atribuída a Dallagnol.

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Liberada no mês de abril, a entrevista foi proibida pela 12ª Vara Federal em Curitiba, mas em seguida terminou sendo autorizada por liminar do ministro Ricardo Lewandowski, entretanto vetada pelo ministro Luiz Fux.

“O pessoal pediu para a gente não comentar publicamente e deixar que a notícia surja por outros canais para evitar precipitar recurso de quem tem uma posição contrária a nossa. Mas a notícia é boa para terminar bem a semana depois de tantas coisas ruins e começar bem o final de semana. Abraços”, finaliza Dallagnol a mensagem.

O procurador-chefe da Lava Jato em Curitiba, Deltan Dallagnol, avisou que não irá comparecer ao Congresso para responder questionamentos de parlamentares sobre os vazamentos feitos pelo site The Intercept de troca de mensagens dele com o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro.

Dallagnol foi convidado para comparecer às 14h desta terça-feira (9) na Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara Federal, mas recusou o chamado. A Câmara confirmou nesta segunda-feira (7) o cancelamento da audiência. 

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Através de uma nota, o procurador explicou seu não comparecimento à Câmara. “Embora tenha sincero respeito e profundo apreço pelo papel do Congresso Nacional nos debates de natureza política que realiza e agradeça o convite para neles participar, acredito ser importante concentrar na esfera técnica minhas manifestações sobre mensagens de origem criminosa”, disse Dallagnol.

Ainda em seu comunicado, o procurador afirmou que os vazamentos têm “veracidade e autenticidade não reconhecemos, e que vêm sendo usadas para atacar a Operação Lava Jato”.

A Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) do Senado vai receber na próxima quinta-feira (11) o jornalista Glenn Greenwald, responsável pelo site The Intercept Brasil.  Greenwald será sabatinado pelos senadores sobre os vazamentos de supostas conversas entre o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, e o procurador da República Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa da Operação Lava Jato.

O convite ao jornalista partiu do senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), sob alegação de que o conteúdo revelado "traz enorme preocupação no que diz respeito a uma possível interferência em processos, na contramão do princípio da imparcialidade, que deve balizar a conduta de membro do Ministério Público e do Poder Judiciário".

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Segundo Randolfe, o jornalista vem sofrendo publicamente ataques de setores do governo, inclusive do ministro Sérgio Moro, que vem questionando a veracidade dos diálogos.

"Logo, a presença do autor dessas impactantes reportagens  a esta comissão é fundamental para o esclarecimento de um assunto que vem trazendo enorme repercussão no país. É a oportunidade para que ele traga as explicações que considera necessárias à sociedade brasileira", alegou Randolfe em seu requerimento.

Glenn Greenwald já esteve na Câmara dos Deputados, onde defendeu a liberdade de imprensa e a transparência e reafirmou a autenticidade das conversas vazadas. 

 As mensagens estão sendo divulgadas pelo site The Intercept desde o dia 9 de junho. O periódico diz ter tido acesso à trocas de mensagens privadas com gravações em áudio, vídeos, fotos e documentos judiciais a partir de uma fonte confiável. 

As últimas revelações aconteceram nesse domingo (7) com conversas que apontam que os procuradores da Lava Jato e Moro tentaram intervir na gestão da Venezuela. As mensagens apontam que intenção deles era de vazar informações de uma delação da Odebrecht, que estava sob segredo de justiça na época, para a oposição do governo de Nicolás Maduro. As conversas, segundo a reportagem, ocorreram em agosto de 2017. 

Já na última sexta (5), através da revista Veja, foram expostas articulações que sugerem que Moro teria orientado procuradores e retardado a inclusão de provas em casos investigados pela Lava Jato.  O conteúdo também apontou que o ministro foi contra o fechamento de um acordo de delação premiada entre o MPF e o ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (MDB).

*Com informações da Agência Senado

A deputada estadual de São Paulo, Janaína Paschoal, afirmou, nesta segunda-feira (8), que gosta ainda mais da Lava Jato se os procuradores e o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, tentaram intervir na Venezuela, como sugere as últimas mensagens divulgadas pelo site The Intercept, nesse domingo (7)

“Intercept ou Pavão Misterioso? Ou os dois? Sigo observando... Só digo uma coisa: se Moro e Lava Jato estavam mesmo preocupados em desmascarar a ditadura na Venezuela, ditadura financiada pelo governo petista, gosto ainda mais deles”, escreveu a parlamentar no Twitter.

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O diálogo entre Moro e Deltan Dallagnol, além de outros procuradores, aponta que a intenção deles era de vazar informações de uma delação da Odebrecht, que estava sob segredo de justiça na época, para a oposição do governo de Nicolás Maduro. O conteúdo da delação apontaria financiamento da gestão venezuelana. As conversas, segundo a reportagem, ocorreram em agosto de 2017. 

A eventual atitude foi enaltecida por Janaína, que ficou conhecida em todo país em 2016 por ter sido autora da denúncia que resultou no processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT). 

“Ditadura é ditadura, não importa se de direita ou esquerda. Revelar os meandros do financiamento a ditaduras não constitui ilicitude. Pelo contrário, constitui dever! Os líderes do petismo são diretamente responsáveis pelo que ocorreu e ocorre na Venezuela. Os omissos também”, salientou a deputada paulista.

As revelações trazidas nesta sexta-feira (5) pela revista Veja foram repercutidas pelo líder do Partido dos Trabalhadores (PT), Humberto Costa. O petista afirmou que o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, foi seduzido pelo poder.

“Moro deixou de consultar a Constituição e o Código de Processo Penal ao julgar Lula na Lava Jato. Mas o ex-juiz, que se deixou seduzir pelo poder e pecou pela vaidade, não deixou de receber conselhos do Faustão. E o apresentador, ao contrário do ministro, confirma o diálogo”, pontuou Humberto.

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A Veja, em parceria com o site The Intercept, divulgou que durante um diálogo com o procurador Deltan Dallagnol, o então juiz federal Sergio Moro disse ter sido procurado pelo apresentador Fausto Silva, que o cumprimentou pelo trabalho da Lava-Jato e deu conselhos para melhorar as falas dos investigadores. Faustão confirmou a conversa.

“As revelações da Veja tornam insustentável a continuidade do procurador Dallagnol à frente da força tarefa da Lava a Jato. Vamos solicitar à corregedoria do Ministério Público Federal o imediato afastamento de Deltan e a abertura  de processo de apuração de sua conduta”, finalizou Humberto.

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, divulgou uma nota nesta sexta-feira (5) criticando o vazamento de troca de mensagens entre ele e o procurador da Lava Jato Deltan Dallagnol. As conversas foram publicadas pela revista Veja, a partir de um conteúdo recebido pelo jornal The Intercept. No texto, Moro diz que “não há qualquer elemento que ateste a autenticidade das supostas mensagens”.

O ex-juiz responsável pelos casos da operação na primeira instância de Curitiba elencou na nota cinco itens apontados pela reportagem dos quais contesta, como a eventual interferência em um possível acordo de delação premiada entre o Ministério Público Federal e o ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (MDB). Contudo, não cita o trecho em que disse a Dallagnol ter recebido conselhos do apresentador Fausto Silva sobre a postura dos procuradores federais. À revista Veja, Faustão confirmou a conversa. 

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Além disso, no comunicado em sua defesa, Sérgio Moro destaca que “sempre foi e será um defensor da liberdade de imprensa”, mas “repudia-se com veemência a invasão criminosa dos aparelhos celulares de agentes públicos com o objetivo de invalidar condenações por corrupção ou para impedir a continuidade das investigações”. 

Veja o texto na íntegra:

O ministro da Justiça e da Segurança Pública, Sergio Moro, não reconhece a autenticidade de supostas mensagens obtidas por meios criminosos e que podem ter sido adulteradas total ou parcialmente. Lamenta-se que a Revista Veja se recusou a encaminhar cópia das mensagens antes da publicação e tenha condicionado a apresentação das supostas mensagens à concessão de uma entrevista, o que é impróprio. De todo modo, alguns esclarecimentos objetivos:

1 - Acusa a Veja o ministro, então juiz, de quebra de parcialidade por suposta mensagem na qual teria solicitado manifestação urgente do Ministério Público para decidir sobre pedido de revogação de prisão preventiva de José Carlos Bumlai. A prisão preventiva de José Carlos Bumlai foi decretada em 19 de novembro de 2015. Houve pedido de revogação da prisão ao final do mês de dezembro. O recesso Judiciário inicia em 19 de dezembro. Então, a manifestação do Ministério Público era necessária, como é em pedidos da espécie, para decidir o pedido da defesa. A urgência decorre da natureza de pedido da espécie e, no caso em particular, pela proximidade do recesso Judiciário que se iniciaria em 19 de dezembro. Então, a solicitação de urgência, se autêntica a mensagem, teria sido feita em benefício do acusado e não o contrário. Saliente-se que o ministro, como juiz, concedeu, em 18 de março de 2016, a José Carlos Bumlai o benefício de prisão domiciliar para tratamento de saúde, o que foi feito em oposição ao MPF. Os fatos podem ser verificados no processo 5056156-95.2015.4.04.7000 da 13ª Vara Federal de Curitiba.

2 - Acusa a Veja o ministro, então juiz, de quebra de parcialidade por suposta mensagem de terceiros no sentido de que teria solicitado a inclusão de fato e prova em denúncia do MPF contra Zwi Skornicki e Eduardo Musa na ação penal 5013405-59.2016.4.04.7000. Não tem o ministro como confirmar ou responder pelo conteúdo de suposta mensagem entre terceiros. De todo modo, caso a Veja tivesse ouvido o ministro ou checado os fatos saberia que a acusação relativa ao depósito de USD 80 mil, de 7 de novembro de 2011, e que foi incluído no aditamento da denúncia em questão, não foi reconhecido como crime na sentença proferida pelo então juiz em 2 de fevereiro de 2017, sendo ambos absolvidos deste fato (itens 349 e 424, alínea A e D). A absolvição revela por si só a falsidade da afirmação da existência de conluio entre juiz e procuradores ou de quebra de parcialidade, indicando ainda o caráter fraudulento da suposta mensagem.

3 - Acusa a Veja o ministro, então juiz, de ter escondido fatos do ministro Teori Zavascki em informações prestadas na Reclamação 21802 do Supremo Tribunal Federal e impetrado por Flávio David Barra. Esclareça-se que o então juiz prestou informações ao STF em 17 de setembro de 2015, tendo afirmado que naquela data não dispunha de qualquer informação sobre o registro de pagamentos a autoridades com foro privilegiado. Tal afirmação é verdadeira. A reportagem sugere que o então juiz teria mentido por conta de referência a suposta planilha constante em supostas mensagens de terceiros datadas de 23 de outubro de 2015. Não há qualquer elemento que ateste a autenticidade das supostas mensagens ou no sentido de que o então juiz tivesse conhecimento da referida planilha mais de 30 dias antes. Então, é evidente que o referido elemento probatório só foi disponibilizado supervenientemente e, portanto, que o então juiz jamais mentiu ou ocultou fatos do STF neste episódio ou em qualquer outro.

4 - Acusa a Veja o ministro, então juiz, de ter obstaculizado acordo de colaboração do MPF com o ex-deputado Eduardo Cunha. O ocorre que eventual colaboração de Eduardo Cunha, por envolver supostos pagamentos a autoridades de foro privilegiado, jamais tramitou na 13ª Vara de Curitiba ou esteve sob a responsabilidade do ministro, então juiz.

5 - Acusa a Veja que o ministro, então juiz, de ter comandado a Operação Lava Jato por conta de interferência ou definição de datas para operações de cumprimento de mandados de prisão ou busca e apreensão. Ocorre que, quando se discutem datas de operações, trata-se do cumprimento de decisões judiciais já tomadas, sendo necessário que, em grandes investigações, como a Lava Jato, haja planejamento para sua execução, evitando, por exemplo, a sua realização próxima ou no recesso Judiciário.

O ministro da Justiça e da Segurança Pública sempre foi e será um defensor da liberdade de imprensa. Entretanto, repudia-se com veemência a invasão criminosa dos aparelhos celulares de agentes públicos com o objetivo de invalidar condenações por corrupção ou para impedir a continuidade das investigações. Mais uma vez, não se reconhece a autenticidade das supostas mensagens atribuídas ao então juiz. Repudia-se ainda a divulgação distorcida e sensacionalista de supostas mensagens obtidas por meios criminosos e que podem ter sido adulteradas total ou parcialmente, sem que previamente tenha sido garantido direito de resposta dos envolvidos e sem checagem jornalística cuidadosa dos fatos documentados, o que, se tivesse sido feito, demonstraria a inconsistência e a falsidade da matéria. Aliás, a inconsistência das supostas mensagens com os fatos documentados indica a possibilidade de adulteração do conteúdo total ou parcial delas.

O vazamento de novas conversas trocadas por meio de aplicativos entre o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, e o procurador da Lava Jato Deltan Dallagnol provocou repercussão nas redes sociais nesta sexta-feira (5). No Twitter, a hashtag mais comentada no país é '#MoroSuaCasaCaiu'. 

As mensagens divulgadas em reportagem da revista Veja sugerem que o ex-juiz responsável pelos casos da operação na primeira instância de Curitiba orientou os procuradores, retardou a inclusão de provas em processos e cobrou manifestações no Ministério Público Federal (MPF).

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As conversas também revelam que o ministro foi contra o fechamento de um acordo de delação premiada entre o MPF e o ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (MDB), e expressou conselhos dados pelo apresentador Fausto Silva para os procuradores sobre como se portarem diante da imprensa para falar das investigações dos casos de corrupção. 

Deputados e senadores também estão usando a hashtag no microblog para desferir criticas contra o auxiliar do presidente Jair Bolsonaro (PSL). “Revista Veja revela que Moro cometeu sim ilegalidades, além do conluio com o MPF e outros, atuou para evitar delações, crimes que poderiam ser revelados,  esclarecidos e punidos se perderam pelo caminho na atuação seletiva, parcial e criminosa do juiz.#MoroSuaCasaCaiu”, declarou o deputado Ivan Valente (PSOL-SP).

“Fora dos autos (e dentro do Telegram), @SF_Moro pediu à acusação que incluísse provas nos processos que chegariam depois às suas mãos, mandou acelerar ou retardar operações e fez pressão para que determinadas delações não andassem. #MoroSuaCasaCaiu”, comentou o líder do PT no Senado, Humberto Costa.

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Uma nova leva de diálogos do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, com procuradores da força-tarefa da Lava Jato, entre eles Deltan Dallagnol, divulgada nesta sexta-feira (5) aponta que o ex-juiz recomendou que o Ministério Público Federal (MPF) não fechasse um acordo de delação premiada com o ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (MDB), preso desde 2016. 

O novo vazamento de mensagens trocadas pelo ministro foi publicado pela revista Veja em parceria com o jornal The Intercept, que iniciou a divulgação das conversas no último dia 9

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Em uma das mensagens, Moro, que foi responsável pelos casos da operação na primeira instância em Curitiba, questiona Dallagnol sobre rumores que teriam surgido sobre uma possível delação de Cunha e exprime: “sou contra”. O diálogo, de acordo com a reportagem, foi registrado em 5 de julho de 2017. 

Veja a conversa:

Moro (às 23:11): Rumores de delação do Cunha... Espero que não procedam

Dallagnol (às 23:14):  Só rumores. Não procedem. Cá entre nós, a primeira reunião com o advogado para receber anexos (nem sabemos o que virá) acontecerá na próxima terça, estaremos presentes e acompanharemos tudo. Sempre que quiser, vou te colocando a par

Moro (às 23:28): Agradeço se me manter informado. Sou contra, como sabe.

Uma possível delação de Eduardo Cunha foi especulada diversas vezes nos bastidores da Lava Jato. Na época em que foi registrada a conversa entre Moro e Dallagnol, divulgada pela Veja e o The Intercept, notícias registraram a possibilidade do emedebista falar sobre os esquemas de corrupção investigados pela operação.  Uma eventual delação dele, segundo políticos, poderia estremecer a atuação de alguns caciques. 

O site The Intercept disse ter tido acesso a trocas de mensagens privadas com  gravações em áudio, vídeos, fotos e documentos judiciais tanto de Moro quanto de procuradores da investigação. 

Além da negativa diante de Cunha, os novos trechos revelados através da revista sugerem ainda que Moro também cobrou manifestação do MPF sobre a investigação do caso de pecuarista José Carlos Bumlai. Outra conversa também mostra o momento em que Deltan Dallagnol avisa a procuradora Laura Tessler que Moro o havia alertado sobre a falta de uma informação na denúncia de um réu. O acusado em questão é Zwi Skornicki, representante da Keppel Fels, estaleiro que tinha contratos com a Petrobras para a construção de plataformas de petróleo.  

Em nota, o ministério da Justiça e Segurança Pública afirmou que Sérgio Moro "não reconhece a autenticidade de supostas mensagens obtidas por meios criminosos, que podem ter sido adulteradas total ou parcialmente e que configuram violação da privacidade de agentes da lei com o objetivo de anular condenações criminais e impedir novas investigações. Reitera-­se que o ministro sempre pautou sua atuação pela legalidade”.

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