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O presidente Michel Temer sanciona, na próxima quarta-feira (4), às 11h, a flexibilização do horário de veiculação do programa 'A Voz do Brasil'. O projeto, que tramitou durante 15 anos no Congresso Nacional, permite a transmissão do noticiário de 60 minutos, desde que sem cortes, entre 19h e 22h, no horário que for melhor para cada rádio.

Atualmente, todas as emissoras de rádio são obrigadas a interromper sua programação a partir das 19h para transmitir o noticiário, que tem duração de uma hora. “Este é um momento histórico que a radiodifusão comemora como uma grande conquista. A flexibilização traz benefícios para todos: a rádio poderá adequar a sua transmissão de acordo com a programação e o cidadão brasileiro poderá ouvir a Voz do Brasil em diferentes horários”, afirma o presidente da Associação Brasileiras de Rádio e TV (ABERT), Paulo Tonet Camargo.

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As emissoras que optarem por flexibilizar o horário ficam obrigadas a veicular, diariamente, às 19h, inserção informativa sobre o horário de transmissão da Voz do Brasil. Ficará a cargo do Poder Executivo determinar ainda maior flexibilização ou até a dispensa de transmissão da Voz do Brasil em situações excepcionais.

A cerimônia, no Palácio do Planalto, deve ter a presença de centenas de radiodifusores de todo o país.

Com informações da assessoria da ABERT

O plenário da Câmara dos Deputados aprovou nesta terça-feira, 13, um projeto que flexibiliza o horário de transmissão do programa diário "A Voz do Brasil", que divulga no rádio notícias sobre os três Poderes. O projeto seguirá para sanção presidencial.

Atualmente, as emissoras de rádio são obrigadas a colocá-lo no ar das 19h às 20h. Com a proposta, as rádios poderão veicular o programa no intervalo entre 19h e 22h. As rádios educativas terão de transmitir o programa às 19h e só as rádios ligadas ao Poder Legislativo ficarão autorizadas a encerrar a transmissão às 23h.

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Na votação, partidos de oposição fizeram obstrução sob a alegação de que a flexibilização é um passo para o fim do programa. Os oposicionistas argumentaram que "A Voz do Brasil" é, em regiões distantes dos grandes centros urbanos do País, o único canal de informação dos cidadãos.

Divisão

Pelo texto, o programa ficará dividido em 25 minutos para divulgação das ações do Executivo, 5 minutos para o Judiciário, 10 minutos para o Senado e 20 minutos para a Câmara. Casos excepcionais de flexibilização ou dispensa de retransmissão do programa ficarão a cargo do Executivo.

Defensor da proposta, o líder do PRB, deputado Celso Russomanno (SP), disse que o projeto vai ajudar a pacificar as 3 mil ações judiciais de emissoras comerciais em todo o País contra a transmissão do programa. "Tem liminar no País inteiro de rádios para não transmitir das 19h às 20h", afirmou o parlamentar.

A "Voz do Brasil" existe desde 1935 e a flexibilização do programa é uma bandeira antiga da Associação Brasileira das Emissoras de Rádio e Televisão (Abert). O texto original criava a obrigatoriedade da transmissão do programa em TV, mas a proposta foi derrubada. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O presidente da República, Michel Temer, que participou de reuniões no período da manhã desta quinta-feira, 6, para tratar da Reforma da Previdência, disse, em entrevista à Radio Bandeirantes, que o governo já admite "flexibilizar a reforma da Previdência". "Estava conversando sobre a reforma da Previdência, permitindo que se faça as alterações necessárias, porque isso faz parte do diálogo do Legislativo com o Executivo" , afirmou.

Segundo o presidente, o relator da matéria, deputado Arthur Oliveira Maia (PPS-BA) tem trazido ponderações dos parlamentares em relação a alguns pontos como a aposentadoria rural e os benefícios de prestação continuada. Temer afirmou que deu permissão para que se façam "os acordos necessários nesses tópicos, desde que se mantenha a idade mínima".

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Ao ser questionado sobre as dificuldades para parlamentares apoiarem o governo em medidas impopulares por conta do processo eleitoral, Temer afirmou: "Nós vamos flexibilizar as regras, o aposentado não terá prejuízo nenhum."

Disse ainda que os direitos adquiridos não serão retirados. "No sistema que nós estamos fazendo a aposentadoria será até maior do que hoje", completou, ressaltando que atualmente a média paga nas aposentadoria é de 76% a 80% e que quase ninguém recebe o benefício integral.

Temer disse que, no caso da terceirização, o projeto foi "absolutamente por conta do Congresso", mas que ele examinou a matéria com "muito cuidado" para não causar prejuízos ao trabalhador. Ele reforçou que, pela Previdência, o governo está atuando e trabalhando para obter os 308 votos necessários para sua aprovação na Câmara.

O presidente lembrou ainda que no caso da aprovação da PEC do teto dos gastos, que também era uma matéria difícil, o governo conseguiu 366 votos e no Senado o mesmo porcentual". "Em todas as medidas que estamos propondo temos tido apoio."

Placar da Previdência

Apesar da confiança do presidente, a atualização do Placar da Previdência, levantamento realizado pelo Grupo Estado com deputados a respeito de reforma que tramita na Câmara, mostra que o número de parlamentares contrários à proposta subiu para 251, enquanto os que são a favor caíram para 95.

Às 8h27, havia 35 indecisos; 54 não quiseram responder; 77 não foram encontrados e um disse que deve se abster.

Líder do PT no Senado, Humberto Costa afirmou, nesta segunda-feira (19), que a flexibilização das leis trabalhistas, defendida pelo governo de Michel Temer (PMDB), tem contribuído para o aprofundamento do desemprego no mundo. Citando um estudo da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o petista disse que os países que adotaram uma legislação com favorecimento a contratação de temporários tiveram um aumento do índice de desempregados. 

“Eles estão preparando um pacote que não beneficia em nada o povo. É um projeto para agradar os patos da Fiesp, que ajudaram a patrocinar o golpe contra a presidente Dilma Rousseff. Já falaram até em jornada de trabalho de 12 horas para o trabalhador. Isso é inadmissível”, alfinetou Humberto. "Querem eliminar direitos históricos, conquistados à custa de muita luta, destruindo a CLT. Não vamos permitir", acrescentou.

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Segundo Humberto, dados da OCDE apontam que países como a Espanha e a Irlanda tiveram aumento considerável do número de desempregados após reformas trabalhistas. Na Espanha, o desemprego alcançou 19,4% em 2009, valor 5,4 pontos percentuais acima do registrado um ano antes, quando o país ainda não havia aprovado a mudança. Na Irlanda, o desemprego praticamente dobrou após as reformas, passando de 7,7% para 12,9% no ano seguinte à flexibilização.

Para o senador, apenas a mobilização da sociedade poderá barrar as reformas previstas pelo governo Temer. “É imprescindível que tomemos as ruas e que sigamos a luta para que os direitos sejam assegurados. Não podemos aceitar que um governo ilegítimo e sem voto vá na contramão da experiência mundial e prejudique quem mais precisa, que são os trabalhadores. Temos que ocupar as ruas, as redes para assegurar que, no Brasil, não haverá nenhum direito a menos”, argumentou.

A flexibilização do embargo econômico imposto a Cuba pelos Estados Unidos - promovida pelo presidente americana, Barack Obama - não apresentou um efeito positivo na economia da ilha, de acordo com Palabras de um diplomata cubano.

Durante a apresentação de um relatório anual nas vésperas da votação da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre a condenação do embargo, o ministro de Relações Exteriores de Cuba, Bruno Rodriguez, disse que as sanções custaram US$ 4,6 bilhões ao seu país no ano passado. O custo total do embargo de 55 anos é de US$ 125,9 bilhões, segundo a autoridade.

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A apresentação de Cuba sobre o embargo é um ritual anual dirigido a um publico local em Havana com uma mensagem de que as sanções impostas pelos EUA são a causa da maioria dos problemas do país.

O relatório contém dados detalhados sobre os impactos causados pelo embargo e mostra cenários nos quais os cubanos culpam os EUA pela perda de possíveis negócios.

Rodriguez saudou Obama por permitir uma flexibilização do embargo, ao permitir que americanos viajassem a Cuba em voos comerciais entre outras medidas.

No entanto, ele disse que "não têm havido mudanças fundamentais na aplicação do bloqueio e, por causa disso, não há um grande impacto econômico das ações até agora e não haverá até vermos passos maiores", disse. Fonte: Associated Press.

A equipe econômica do presidente em exercício Michel Temer nem sequer mandou ao Congresso o projeto que estabelece o teto de gastos públicos - tendo como limite a inflação do ano anterior - e já admite "flexibilizar" a medida considerada o principal ponto do pacote fiscal.

Seguindo orientação do presidente, o ministro interino do Planejamento, Dyogo Oliveira, disse que serão preservados os recursos da Saúde e da Educação. No anúncio do pacote, o ministro Henrique Meirelles, reforçou que as duas áreas seguiriam o teto que deve ser estipulado. "O presidente Temer nos dá orientação e cumprimos", resumiu o ministro.

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O limite para as despesas de Saúde e Educação foi bastante criticado. No mesmo dia do anúncio, o governo explicou que o orçamento das duas áreas até poderia ter aumento real, com o teto em vigor, desde que outras despesas crescessem menos.

O ministro do Planejamento foi na mesma direção nesta quinta-feira, 2. "Há uma série de outras despesas que podem ser objeto de contenção, de tal modo que o limite seja atendido", afirmou. Segundo ele, o limite fará o comportamento da despesa ser compatível com a capacidade do Estado de se financiar. O piso será o mínimo constitucional previsto para este ano. A partir de 2017, caso a proposta de emenda à Constituição seja aprovada pelo Congresso, está assegurada às duas áreas, no mínimo, a correção pela inflação.

Oliveira disse que a União já gasta mais do que os 18% da arrecadação dos impostos federais que é obrigada a comprometer com Educação. Em 2016, o gasto previsto para Saúde será equivalente a 13,2% das receitas líquidas. Esse valor segue uma regra que entrou em vigor neste ano. Antes, o piso era estabelecido de acordo com o que foi desembolsado no ano anterior, corrigido com a variação do PIB.

Prazo

Oliveira também admitiu que o governo deve estipular um prazo para a vigência do teto. "Não tem como ser indefinidamente para todo o sempre. Estamos discutindo a questão de tempo e prazo. Ainda não há uma definição", afirmou. Segundo o ministro, a discussão tem como premissa que a regra deve implicar uma redução, ao longo do tempo, da despesa total em relação ao PIB. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

De passagem pelo Recife nesta segunda-feira (23), o ministro da Justiça, José Eduardo Cardoso (PT), defendeu a criação de um pacto nacional pela redução dos homicídios no país. De acordo com ele, a proposta está sendo articulada com os Estados e deve copiar alguns eixos do Pacto Pela Vida, criado em Pernambuco pelo governo Eduardo Campos. 

“Estamos discutindo com os estados e trabalhando a ideia, inclusive pegando elementos desenvolvidos no Pacto Pela Vida, para unificar uma ação de redução dos homicídios”, disse o auxiliar da presidente Dilma Rousseff (PT), depois de um ato contra a flexibilização do Estatuto do Desarmamento promovido pelo Governo de Pernambuco. “O objetivo é que possamos reduzir 5% ao ano para chegarmos a patamares que sejam bons e internacionalmente amparados nos índices desejados”, acrescentou. 

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Indagado sobre como este projeto será sistematizado pelo Governo Federal, o ministro detalhou que seria com “um conjunto de boas práticas”, reforçando “a investigação criminal e o policiamento preventivo”. “[Será sistematizado] A partir de todo um conjunto de iniciativas que devem ser desenvolvidos nacionalmente, com unificação dos governos e dos políticos. Tudo isso, claro, casado com políticas sociais”, afirmou.

No tocante da revogação do Estatuto, Eduardo Cardoso pontuou que uma possível aprovação só aumentaria a violência no país e seria uma derrota da sociedade. “Seria um retrocesso que para o mundo todo ficaria evidenciado. Todos os estudos apontam que temos de restringir as armas e você vai liberar? Qual a necessidade disso? Nós temos clareza que temos que reduzir a violência e as mortes”, observou. “Temos que mostrar para cada cidadão brasileiro que arma é instrumento de ataque e não de defesa”, completou.

Reunindo forças contrárias à flexibilização do Estatuto do Desarmamento, o governador de Pernambuco, Paulo Câmara, liderou um ato, nesta segunda-feira (23), para pressionar a reprovação do Projeto de Lei 3722/12 que versa sobre o assunto e está pronto para entrar na pauta de votação do plenário da Câmara dos Deputados a qualquer momento. A mobilização- que aconteceu no Palácio do Campo das Princesas, no Recife - foi endossada por diversas autoridades nacionais, entre elas, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e o ministro da Justiça, José Eduardo Cardoso (PT).

Observando o Estatuto como uma conquista da sociedade durante os últimos 30 anos, Paulo Câmara destacou a importância das forças políticas e sociais marcharem juntas pela “manutenção das conquistas”. “O Estatuto do Desarmamento fez com que os estados e municípios tivessem condições de enfrentar, com mais base, o desafio da violência pública. Sou testemunha de um esforço que Pernambuco fez nos últimos anos [para reduzir a violência]. Tivemos êxito, nos últimos nove anos, apesar dos anos de 2014 e 2015 que não têm sido satisfatórios nesta redução”, reconheceu.  

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>>> Pernambuco é o segundo estado onde mais se entrega armas 

Criticando a atual conjuntura política nacional, o governador observou a necessidade de reafirmar as políticas públicas e ampliar o diálogo entre os poderes "contra essa lei maluca". “É um momento para ter disposição ao diálogo, à transparência e ao trabalho. Isso vale para a segurança pública e todas as áreas que enfrentamos dificuldades. Pernambuco não vai abrir mão de buscar o diálogo, de propor alternativas e avançar nas políticas públicas”, garantiu Paulo Câmara que também é vice-presidente nacional do PSB. 

Sob a ótica do presidente do Senado, dizer que a flexibilização reduz a violência no país “é uma falácia, um engodo e uma mentira”. “O cidadão de bem armado será sempre surpreendido pelo bandido. Ela agrava a perspectiva dele ser a vítima”, asseverou Calheiros. Segundo dados repassados pelo peemedebista, atualmente a cada uma hora cinco brasileiros morrem e com a flexibilização a tendência é que esse número aumente e não reduza.  Renan deixou claro que no Senado, ele vai tentar barrar o projeto. “A sociedade não vai de forma nenhuma permitir que isso [a aprovação] aconteça”, completou. 

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Defensor ferrenho da manutenção do Estatuto do Desarmamento, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardoso, destacou que a proposta de flexibilização é uma “insanidade”. Durante seu discurso, o representante do Governo Federal contou que na última semana foi interpelado por ministros da Justiça de outros países que compõem a OEA sobre o assunto e disse que não acreditava na aprovação “desse retrocesso”. 

“A força humanística do Brasil é mais forte do que o retrocesso. Neste ato vejo que não errei na resposta dada aos ministros. Estão aqui agentes de vários partidos, pessoas que muitas vezes se digladiam nas trincheiras políticas, mas quando toca o som da luta por valores maiores sabem estar juntos”, observou. “Esta é a chance que temos de dialogar contra a insanidade. Armas não são instrumentos de defesa, mas de ataque em qualquer circunstância”, acrescentou. 

Referência no país quando o tocante é segurança, o secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro, José Beltrame, declarou que a revogação de algumas medidas do Estatuto é irracional. “Particularmente não consigo entender o motivo racional para aprovar isso. O cidadão de bem tem vergonha de andar armado, então vamos nos canalizar para melhorar a segurança do país inteiro. Temos que desarmar as pessoas”, argumentou o secretário. Ele fez questão de parabenizar o Estado pela iniciativa de tratar de um assunto tão delicado quanto à revogação do Estatuto.  

O PL 3722/12 permite, entre outras coisas, a redução de 25 para 21 anos da idade mínima para que um cidadão possa comprar armas. Pela proposta já aprovada nas comissões da Câmara, deputados e senadores poderão andar armados e pessoas que respondem a inquérito policial ou processo criminal também poderão ter posse e porte de arma de fogo.

Ainda não há previsão se o texto será votado pelo plenário da Câmara neste ano. "Isso está nas mãos do presidente Eduardo Cunha", informou o deputado federal Raul Jungmann (PPS). Um dos parlamentares pernambucanos que tem defendido da manutenção do Estatuto, Jungmann pontuou ainda que a flexibilização é impulsionada pela industria bélica brasileira, segunda maior do Hemisfério Sul. "A industria bélica financia esse propósito, visando apenas desregulamentação do mercado. Essa desregulamentação pode aumentar os lucros, mas vai aumentar também as mortes", alertou.

 

Nesta quarta-feira (16), os deputados que integram a Frente Parlamentar pelo Controle de Armas, pela Vida e pela Paz da Câmara Federal se reuniram com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e com o secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame. Durante a reunião eles discutiram sobre a proposta que flexibiliza o Estatuto do Desarmamento.

O deputado e vice-líder da oposição na Casa, Raul Jungmann, salientou que a matéria, prevista para ser votada nesta quinta (17) na comissão especial, permite o porte de armas para quem tem antecedentes criminais. Para ele, isso “é um atentado à segurança dos cidadãos”. A proposta também expande a permissão do porte de armas para mais 17 categorias, incluindo taxistas, caminhoneiros e até professores, que poderão dar aula armados.

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“O projeto liquida com a campanha do desarmamento, pois acaba com o anonimato na devolução das armas, reduz a idade para porte de 25 para 21 anos e diminui a pena por porte ilegal”, frisou. Raul Jungmann advertiu que a aprovação do substitutivo ao projeto significará “um banho de sangue e um aumento das mortes e homicídios por arma de fogo”.

Já o senador Renan Calheiros salientou que o estatuto é responsável pela diminuição da criminalidade no País. “É fundamental uma aliança entre o parlamento e a sociedade para que não se desfaça as conquistas que temos”, afirmou. “A arma não resolve nada. O cidadão armado fica com a vã impressão de que ele vai poder se defender individualmente e, conforme as estatísticas demonstram, isso não acontece”, completou.

O secretário José Beltrame, por sua vez, reafirmou ser contra a flexibilização do Estatuto do Desarmamento. Para ele “é falsa a impressão de que a pessoa com uma arma pode se defender”. “Quem já sofreu um assalto sabe que o requisito número um desse tipo de crime é o fator surpresa. Você pode ter o equipamento que for que, sendo pego de surpresa, o que vai acontecer é que mais uma arma irá para as mãos de bandidos”, analisou.

 

Depois de 24 anos e 48 cúpulas, o Mercosul pode finalmente começar a tirar do papel o artigo primeiro da declaração que formou o bloco como uma zona "de livre circulação de bens, serviços e fatores produtivos entre os países". Depois de meses de pressão dos governos de Paraguai e Uruguai, o bloco aprovou nessa sexta-feira (17) um plano de trabalho, proposto pelos dois países, para levantar todas as barreiras, alfandegárias ou não, que ainda existem dentro do que deveria ser uma zona de livre-comércio.

Menores economias do Mercosul - e diretamente prejudicados por medidas protecionistas do Brasil e da Argentina -, Paraguai e Uruguai decidiram se unir para pressionar por um avanço nas relações econômicas. Aproveitando a presidência pro tempore paraguaia, os dois países queriam eliminar todas as barreiras nos próximos seis meses, mas foram convencidos de que o prazo era muito curto e seria necessário primeiro fazer um levantamento de tudo que atrapalha a circulação de bens na região.

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Uma proposta mais suave ganhou o apoio do Brasil, que também reclama dos limites impostos pela Argentina nas importações. Em seu discurso, a presidente Dilma Rousseff defendeu o fim das barreiras, mesmo sem citar diretamente a Argentina. "A crise econômica não pode ser razão para criarmos barreiras entre nós. Pelo contrário, deve reforçar nossa integração", afirmou a presidente.

A maior barreira hoje é a Declaração Jurada de Importação Antecipada (DJAI), criada em 2012 pelo governo de Cristina Kirchner para controlar a saída de divisas do país e que pode segurar a autorização de importação por vários meses. No início deste ano, depois de queixas da Europa e dos Estados Unidos, a Organização Mundial do Comércio (OMC) declarou que a DJAI fere suas normas, mas não estabeleceu sanções.

Uruguai e Paraguai têm sofrido fortemente os efeitos das crises econômicas que afetam o Brasil e a Argentina. Com os brasileiros, no entanto, o comércio continua crescendo. Com os argentinos, reduziram consideravelmente. De 2013 a 2014 as importações do Paraguai caíram US$ 45 milhões, quase 10%. Nos primeiros meses deste ano, a tendência se mantém. Com o Uruguai, os números são ainda piores: uma queda de US$ 87 milhões entre 2013 e 2014. O Brasil também sofre com a crise e a imposição de barreiras da Argentina, mas com a economia maior e mais poder de barganha, não é tão severamente afetado como os dois vizinhos menores.

"Continuamos empenhados em consolidar a união aduaneira. É preciso reconhecer que a crise gera desafios importantes para a economia da região. É importante que as regras do Mercosul se mantenham flexíveis", disse Dilma.

A flexibilidade das regras de que trata a presidente é a decisão tomada pelo bloco de renovar de uma vez só as exceções à Tarifa Externa do Mercosul até 2021 para Brasil e Argentina e 2023 para Paraguai e Uruguai, além de renovar o regime especial para uruguaios e paraguaios, o que permite aos dois países terem mais tempo para ampliar o porcentual de nacionalização dos produtos fabricados por eles.

Focem

Outra da decisão foi a renovação por mais 10 anos do Fundo de Convergência Estrutural do Mercosul, que financia obras de infraestrutura na região. Como mostrou o Estado, o Brasil, maior contribuinte, com US$ 70 milhões anuais, advogava a renovação, apesar de ter um débito de mais de US$ 120 milhões com o fundo. A renovação foi comemorada.

O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG), afirmou nesta segunda-feira, 15, que eventual veto da presidente Dilma Rousseff à proposta que acaba com o fator previdenciário deve ser acompanhada de alguma medida "minimamente razoável". Dilma tem até quarta-feira, 17, para decidir se vetará a fórmula 85/95, incluída pelo Congresso na Medida Provisória 664, uma das iniciativas do pacote de ajuste fiscal.

"Temos de aguardar a decisão da presidente. O que nós dizíamos na campanha eleitoral é que é preciso de uma evolução em relação ao fator previdenciário que amenize a punição a setores importantes da sociedade brasileira, obviamente em especial os aposentados", disse Aécio, candidato derrotado por Dilma nas eleições de outubro.

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O tucano, que convocou a imprensa para uma entrevista coletiva para falar sobre o assunto, disse que o Congresso tomou sua decisão e que a "bola" agora está com Dilma.

Aécio foi questionado sobre a contradição no fato de o PSDB ter defendido no governo Fernando Henrique Cardoso a criação do fator previdenciário e hoje defender a sua mudança. Perguntado sobre o que teria mudado, ele respondeu que "mudou muito".

"O fator era extremamente necessário. Em um determinado momento houve a aprovação pelo Congresso do fim do fator previdenciário. O presidente Lula vetou o fim do fator e estamos buscando alternativas. A proposta que vem da Câmara é uma alternativa ao fim do fator previdenciário", disse.

Aécio referiu-se à fórmula 85/95, que permite a aposentadoria integral quando a soma da idade e do tempo de contribuição atingir 85 anos (mulheres) ou 95 anos(homens). Esse cálculo foi introduzido pelos deputados na MP 664, recebendo posteriormente o apoio dos senadores.

Para o tucano, é preciso aguardar se o Executivo apresentará outra proposta. Ele disse estar "absolutamente tranquilo para poder votar alternativas, que obviamente preservem o equilíbrio da Previdência, mas possam trazer algum alívio aos aposentados brasileiros".

O ministro da Secretaria de Comunicação Social, Edinho Silva, afirmou nesta segunda-feira (15) que a presidente Dilma Rousseff vai decidir se veta ou sanciona a emenda que flexibilizou o fator previdenciário só depois de uma reunião de ministros com representantes das centrais sindicais, agendada para esta tarde no Palácio do Planalto, e de conversas com os líderes da base no Congresso.

Devem participar do encontro nesta segunda-feira os ministros que compõem o grupo de trabalho instituído para elaborar uma alternativa ao texto aprovado pelo Congresso. São eles: Nelson Barbosa (Planejamento), Carlos Gabas (Previdência) e Miguel Rossetto (Secretaria-Geral). Edinho Silva disse ainda que os ministros devem falar à imprensa depois da reunião. "A presidente vai decidir a sua posição em relação à sanção ou veto após o diálogo com as centrais e os lideres. O veto ainda não está definido", ressaltou Edinho.

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Apesar das declarações do ministro e de os auxiliares da presidente estarem divididos quanto ao melhor caminho a ser tomado pelo governo, a avaliação interna no Planalto é de que a tendência é Dilma vetar a alteração.

A nova fórmula inserida pelo Congresso, que cria uma "porta de saída" do fator, estabelece que uma pessoa pode receber o valor integral da pensão quando a soma de sua idade e do tempo de contribuição alcançar 85 anos (para as mulheres) ou 95 anos (para os homens). Edinho afirmou hoje que esse modelo não traria impacto imediato, no restante do mandato de Dilma, mas pontuou que a petista adotará uma posição "extremamente responsável".

"Esse é o espírito do governo da presidente Dilma: um governo que tem responsabilidade não só com o período que governa, mas com a sociedade brasileira", disse o ministro. "(Um governo que) tem responsabilidade para que a Previdência seja sustentável; a maior defesa que se pode fazer do sistema previdenciário é garantir a sua sustentabilidade", concluiu.

Mais cedo, o vice-presidente Michel Temer declarou que a decisão pelo veto ou pela sanção da emenda do fator previdenciário não deve ser conhecida nesta segunda-feira.

O vice-presidente Michel Temer afirmou nesta segunda-feira (15) que a decisão da presidente Dilma Rousseff pelo veto ou pela sanção da emenda que flexibilizou o fator previdenciário não deve sair hoje. Após participar de reunião de coordenação política com a petista e 12 ministros de Estado, Temer destacou que o governo está elaborando estudos sobre o tema e que ainda há tempo antes do prazo legal para o Planalto se manifestar, que vence na quarta-feira (17). "Entre hoje e amanhã tem uma eternidade", disse o vice-presidente ao Broadcast Político, serviço em tempo real da Agência Estado.

Segundo fontes, os ministros de Dilma estão divididos quanto ao caminho a ser tomado em relação à emenda que modificou regras do fator previdenciário, incluída pelos parlamentares em uma das medidas provisórias do ajuste fiscal. A equipe econômica quer que a presidente vete a emenda, sob o argumento de que sancioná-la enviaria um "sinal trocado" na política de controle dos gastos públicos. Embora a proposta não traga grande impacto no curto prazo, cálculos do governo apontam que em 10 anos a conta deverá somar R$ 40 bilhões.

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Por outro lado, ministros mais políticos argumentam que o Planalto não está em situação de abrir uma nova frente de disputa com o Congresso Nacional. A flexibilização do fator teve amplo apoio entre deputados e senadores e a avaliação é que um veto tem grandes chances de ser derrubado pelo Legislativo.

Esses auxiliares dizem que o melhor é sancionar o texto e em seguida enviar ao Legislativo uma proposta que inclua travas à emenda aprovada pelos parlamentares. Uma das ideias discutidas internamente no governo é estabelecer um cálculo progressivo, pelo qual a fórmula 85/95 aumentaria de acordo com a evolução da expectativa de vida da população.

O tema tem centralizado as atenções do Planalto. Nesse domingo (14) já houve uma primeira reunião para tratar do assunto e, nesta segunda, mais tarde, o ministro da Secretaria-Geral, Miguel Rossetto, dá prosseguimento às conversas em encontro com centrais sindicais, também no Planalto.

Senador filiado ao Partido dos Trabalhadores há 30 anos, o gaúcho Paulo Paim afirmou no domingo (14) que um eventual veto da presidente Dilma Rousseff ao fim do fator previdenciário pode contribuir para que ele deixe a legenda. Paim considera um "equívoco" se o governo rejeitar a fórmula 85/95 e admite que a derrubada do fator - luta que "peleia" há 14 anos -, o arrocho fiscal e a política econômica de Dilma podem deixá-lo sem alternativa a não ser sair do PT.

"Tudo acaba se movendo. Ou mudam as coisas ou a gente", disse ele, em entrevista ao Broadcast Político, serviço em tempo real da Agência Estado, ao alegar "constrangimento" na forma de fazer política. Ele preferiu não ir ao Congresso do PT, realizado nos últimos dias em Salvador (BA), por entender que a situação atual lhe causa "muito desconforto" e não querer polemizar sobre esses temas no evento partidário.

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A fórmula 85/95, que permite a aposentadoria integral quando a soma da idade e do tempo de contribuição atingir 85 (mulheres) ou 95 (homens), foi introduzida pelos deputados na Medida Provisória 664, recebendo posteriormente o apoio dos senadores.

O petista disse que, se o veto ocorrer, será a terceira vez que o fim do fator emperra. Primeiro, ele cita que o Senado aprovou a derrubada dessa fórmula em 2008, mas a iniciativa não prosperou na época na Câmara. Numa segunda oportunidade, o Congresso aprovou a proposta, mas o então governo Lula vetou-a, sob a alegação, disse Paim, de que o movimento sindical não toparia a fórmula 85/95. Agora, destacou, o sindicalismo aceita "unanimemente" a fórmula.

"Não adianta dizer que foi o Fernando Henrique Cardoso que criou o fator previdenciário, porque o governo que eu apoio o manteve", criticou. "É um erro histórico e está na cara que o Congresso vai derrubar o veto", completou.

O senador gaúcho disse que o ideal é Dilma não vetar a proposta e abrir uma discussão exaustiva de até três anos para o melhor modelo previdenciário. Ele destacou que uma das ideias em discussão no Palácio do Planalto, a de não chancelar a fórmula 85/95 e ao mesmo tempo o governo editar uma nova MP com novas regras para a aposentadoria, tem o mesmo efeito prático do veto. "Mandar um MP já dizendo que vai ser outro cálculo é pedir para derrubarmos a MP dia e noite", avisou.

Dilma tem até quarta-feira , 17, para tomar a decisão sobre o veto. Na noite anterior, Paim disse que vai participar de uma vigília em frente ao Palácio do Planalto promovida por sindicalistas que defendem a manutenção da fórmula 85/95.

Há três semanas, uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) facilitou a vida de senadores que desejarem mudar de partido. O STF entendeu eles não perdem o mandato se forem para outras legendas. Pouco depois, em entrevista ao Broadcast Político, Paulo Paim admitiu ter mantido contatos com o PSB, Rede e PV, que o assediam a mudar de partido. Mas, antes, havia dito que uma decisão final sobre a saída do PT iria ocorrer até o final do ano.

A dois dias do prazo final para que a presidente Dilma Rousseff vete ou sancione a emenda que flexibilizou o fator previdenciário, a presidente reúne no Palácio do Planalto sua coordenação política para debater o tema e as principais votações da semana. Participam do encontro com Dilma o vice-presidente, Michel Temer, e os ministros Aloizio Mercadante (Casa Civil), Joaquim Levy (Fazenda), Nelson Barbosa (Planejamento), Ricardo Berzoini (Comunicações), Carlos Gabas (Previdência), Edinho Silva (Comunicação Social), Eduardo Braga (Minas e Energia), Eliseu Padilha (Aviação Civil), Gilberto Kassab (Cidades), Jaques Wagner (Defesa), José Eduardo Cardozo (Justiça) e Miguel Rossetto (Secretaria-Geral). Também estão presentes os líderes do governo no Senado, Delcídio Amaral (PT-MS), na Câmara, José Guimarães (PT-CE), e no Congresso, senador José Pimentel (PT-CE).

Os ministros de Dilma estão divididos em relação ao caminho a ser seguido a respeito do fator previdenciário. A equipe econômica quer que a presidente vete a emenda, sob o argumento de que sancioná-la enviaria um "sinal trocado" na política de controle dos gastos públicos. Embora a proposta não traga grande impacto no curto prazo, cálculos do governo apontam que, em 10 anos, a conta deverá somar R$ 40 bilhões.

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Por outro lado, ministros mais políticos argumentam que o Planalto não está em situação de abrir uma nova frente de disputa com o Congresso Nacional. A flexibilização do fator teve amplo apoio entre deputados e senadores e a avaliação é que um veto tem grandes chances de ser derrubado pelo Legislativo.

Esses auxiliares dizem que o melhor é sancionar o texto e em seguida enviar ao Legislativo uma proposta que inclua travas à emenda aprovada pelos parlamentares. A fórmula votada pelo Congresso permite que a aposentadoria seja integral quando a soma da idade e do tempo de contribuição atingir 85 anos, para as mulheres, ou 95 anos, para os homens. Uma das ideias discutidas no governo é estabelecer um cálculo progressivo, pelo qual a fórmula 85/95 aumentaria de acordo com a evolução da expectativa de vida da população.

O tema tem centralizado as atenções do Planalto. No domingo, 14, houve uma primeira reunião com Mercadante, Gabas, Berzoini, Barbosa e Rossetto. Hoje, o ministro da Secretaria-Geral dá prosseguimento às conversas e se encontra com centrais sindicais, também no Planalto.

Desoneração

Nesta semana, Dilma tem ainda pela frente uma votação considerada vital para o ajuste fiscal em implementação no País. A Câmara deve analisar um projeto que revê a política de desoneração da folha de pagamentos e não há acordo entre o Planalto e o PMDB sobre o parecer que será apreciado.

O relator e líder do PMDB, Leonardo Picciani (PMDB-RJ), quer dar um tratamento diferenciado, com alíquotas mais vantajosas a quatro setores econômicos - comunicação social, transportes tecnologia da informação e cesta básica. O governo, por sua vez, rechaça essa possibilidade, sob a justificativa de que isso "abriria a porteira" para novas concessões.

Às vésperas da sanção da Medida Provisória 664, que altera benefícios previdenciários e integra o ajuste fiscal do governo Dilma Rousseff, o Palácio do Planalto decidiu convocar representantes de seis centrais sindicais e da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) para apresentar na segunda-feira uma proposta alternativa à revisão do fator previdenciário aprovada pelo Congresso Nacional.

A presidente Dilma Rousseff tem até a próxima quarta-feira para se decidir sobre o veto à proposta de flexibilização do fator previdenciário, que acabou incorporada à Medida Provisória 664 no Congresso. Criado em 1999, no governo Fernando Henrique Cardoso, o fator previdenciário diminui em aproximadamente 30% o valor das aposentadorias.

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O Planalto pretende apresentar na ocasião uma fórmula que muda o cálculo para a obtenção da aposentadoria, uma espécie de "85/95 progressivo", em referência à proposta aprovada no Congresso no fim de maio. A medida votada por parlamentares que vai para sanção ou veto presidencial institui a fórmula 85/95, que dá aposentadoria integral para mulheres cuja soma da idade com o tempo de contribuição for 85 anos e, no caso de homens, 95 anos.

Fórmula progressiva. O governo trabalha com a proposta de "85/95 progressivo", pela qual a fórmula adotada para a obtenção do benefício subiria para 86/96, 87/97 e assim sucessivamente, de acordo com a evolução demográfica da população brasileira e do avanço da expectativa de vida.

Os ministros da Previdência Social, Carlos Gabas, e da Secretaria-Geral da Presidência da República, Miguel Rossetto, deverão se reunir na tarde da próxima segunda com representantes da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Força Sindical, Central de Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), União Geral dos Trabalhadores (UGT), Nova Central Sindical de Trabalhadores e da Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB) para discutir o assunto.

Essas seis centrais compõem o Fórum de Debates sobre Políticas de Emprego, Trabalho e Renda e de Previdência Social, criado por Dilma por decreto em 30 de abril, na véspera do Dia do Trabalho. A Contag também foi convidada para a reunião com os ministros. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A base aliada venceu a primeira manobra de obstrução encampada pela oposição e, após aprovar um requerimento, conseguiu fazer com que fosse iniciado o processo de votação de dois vetos presidenciais, no Plenário do Congresso Nacional. A análise desses dispositivos é pré-requisito para que entre na pauta de votação desta tarde o projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias que permite abatimentos no cálculo do superávit primário.

Diante de um déficit fiscal acumulado e na impossibilidade de cumprir a meta mínima prevista na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) em vigor, de R$ 49 bilhões, o Palácio do Planalto encaminhou uma proposta ao Legislativo que permite que todos os gastos com o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e as desonerações tributárias sejam abatidos do cálculo desse piso. Na prática, a medida abre brecha para que a meta seja dada como atingida mesmo em caso de um resultado negativo, razão pela qual a oposição tem acusado a presidente Dilma Rousseff de pedir uma "anistia" para evitar uma eventual responsabilização pelo descumprimento da LDO vigente.

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Queixando-se da determinação do presidente do Congresso, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), de não abrir as galerias para o público, e acusando Dilma de "chantagear" os parlamentares ao editar um decreto vinculando a liberação de R$ 444 milhões em emendas à aprovação da flexibilização da meta, a oposição entrou em obstrução para tentar impedir o prosseguimento da sessão. Assim como fizeram na semana passada, deputados e senadores do PSDB e do DEM reclamaram que Calheiros está "atropelando" as regras regimentais para garantir a votação. "Quer ganhar, ganhe dentro das regras do jogo", disse o líder do DEM na Câmara, Mendonça Filho (PE).

A intenção inicial do governo era liquidar a fatura na sessão do Congresso Nacional de ontem à noite. Uma confusão generalizada entre manifestantes, seguranças do Senado e parlamentares da oposição, no entanto, fez com que a reunião fosse suspensa e retomada nesta manhã. Isso desencadeou uma saraivada de queixas mútuas: a base aliada afirmou que se tratava de uma claque paga para tumultuar a sessão e os adversários do Palácio do Planalto disseram que o PT e o governo querem impedir que a população acompanhe o debate.

Nesta manhã, o líder do governo na Câmara, deputado Henrique Fontana (PT-RS), chegou a acusar o senador Aécio Neves (PSDB-MG) de também ter impedido a entrada de manifestantes nas galerias do plenário quando o tucano chefiou a Casa, entre 2001 e 2002. O senador rebateu e disse que Fontana estava tentando "justificar o injustificável" e que, na ocasião, ocorreram reuniões ao longo de todo o dia para tentar liberar o espaço para o público.

Hoje, com a oposição usando de artifícios regimentais para tentar barrar a apreciação do projeto que muda as regras fiscais, a base conseguiu aprovar um requerimento que colocou os dois vetos em votação. Após o encerramento do processo, as cédulas irão para apuração e só depois que o resultado for proclamado o projeto da LDO poderá ser analisado.

Depois de entrar no Congresso para conversar com parlamentares da oposição, o cantor Lobão voltou para a porta da Câmara para se reunir com cerca de 50 manifestantes que foram impedidos de entrar na Casa.

Acompanhado dos deputados Mendonça Filho (DEM-PE), Ronaldo Caiado (DEM-GO) e Onyx Lorenzoni (DEM-RS), o cantor disse que "não queria privilégios" e por isso iria esperar do lado de fora com as outras pessoas.

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Os parlamentares articulam uma maneira de permitir que as pessoas possam acompanhar a sessão nas galerias do plenário. Eles disseram que iriam tentar um último apelo ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e, caso ele não liberasse a entrada, iriam apelar para o Supremo Tribunal Federal (STF).

"Impedir o acesso da população à Casa do povo é inaceitável, é antidemocrático", disse Mendonça. Caiado argumentou ainda que a decisão de fechar as portas do Congresso fere o regimento da Casa.

Líder nacional

Os parlamentares saudaram a presença de Lobão e classificaram o cantor como uma "liderança nacional". "A vinda do Lobão é emblemática para dizer a todos os brasileiros: 'Venham para o Congresso Nacional'", afirmou Caiado.

Do lado de fora, Lobão posou para fotos com os outros manifestantes. Ao receber um sanduíche de um deles, brincou perguntando se era de mortadela.

O cantor tem sido uma das figuras mais presentes nas manifestações após o segundo turno que pedem o impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT).

O deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) foi ovacionado pelos manifestantes que tentam entrar no Congresso Nacional para acompanhar a votação do projeto que altera a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e muda a forma de cálculo da meta do superávit primário na manhã desta quarta-feira, 3. Ele disse que o PT conduz o País a uma "ditadura" e foi chamado de "presidente".

Eles foram impedidos de entrar nesta manhã depois de uma confusão generalizada com a Polícia do Senado nas galerias da Câmara na noite de terça-feira. A sessão foi encerrada pelo presidente do Congresso, senador Renan Calheiros (PMDB-AL).

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"Isso aqui é a ditadura do PT. Negar a galeria para vocês é um crime. Se fossem os marginais do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Teto), o PT tinha botado para dentro", disse Bolsonaro. Para o deputado, aprovar o PL 36 é "apoiar um crime, um estelionato".

"Com essa turma do PT que está aí, estamos partindo para uma ditadura", afirmou Bolsonaro, dizendo ainda que "a direita vai se fazer presente em 2018".

Os manifestantes retrucaram gritando "Vai ser em 2015", "Bolsonaro presidente" e "Bolsonaro, guerreiro do povo brasileiro".

Um grupo de cerca de 40 manifestantes se aglomera na entrada do Congresso Nacional com a intenção de acompanhar novamente a tentativa de votação do projeto que altera a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e flexibiliza a meta de superávit primário.

A sessão da noite de ontem foi interrompida depois de uma confusão generalizada nas galerias da Câmara. Nesta manhã, os manifestantes estão reunidos na porta da chapelaria do Congresso. Cerca de 30 policiais militares fazem um cordão de isolamento e permitem apenas a entrada de parlamentares, servidores da Casa e jornalistas.

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O grupo grita frases como "Dilma, vai para a Venezuela", "Fora PT" e "O PT roubou".

Os deputados Ronaldo Caiado (DEM-GO), Mendonça Filho (DEM-PE), Antonio Imbassahy (PSDB-BA) e Izalci Lucas (PSDB-DF) saíram do prédio para conversar com os manifestantes, mas logo retornaram.

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