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Depois de três anos de leve recuperação, em que o País conseguiu ao menos reduzir as consequências da retração de 7% no Produto Interno Brasileiro (PIB) acumulada nos anos de 2015 e 2016, a crise gerada pela pandemia de coronavírus poderá apagar todo qualquer avanço feito ao longo dos últimos dez anos. Caso a projeção de queda de 5,3% do PIB brasileiro feita na terça-feira (14) pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) se confirme em 2020, o País voltará ao patamar de riquezas que exibia no ano de 2010, segundo cálculo do Itaú Unibanco.

De acordo com a instituição, com a retração de 5,3%, a economia brasileira encerraria o ano de 2020 com um total do PIB de R$ 6,87 trilhões, patamar muito semelhante aos R$ 6,83 trilhões exibidos há 11 anos e bem distante dos valores próximos de R$ 7,5 trilhões de 2013 e 2014, picos da economia local antes do início da recessão causada por desequilíbrios internos de 2015 e 2016. "Caso essa expectativa do FMI se confirme, será uma década perdida", diz Júlia Gottlieb, economista do Itaú Unibanco.

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A economista afirma, porém, que dado alto nível de incerteza do cenário atual, as projeções de economistas são muito díspares. O Itaú, por exemplo, espera uma retração de 2,6% para este ano. Gottlieb aponta ainda que, dada a forte retração deste ano, a instituição espera uma curva ascendente relevante em 2021, com a economia avançando 4,7%. O FMI é bem menos generoso com o cenário brasileiro no próximo ano, esperando um crescimento de 2,9%.

Pandemia x crescimento

No relatório divulgado na terça, que coincidiu com a marca de 120 mil mortos pelo covid-19 no mundo, o FMI fala na pior recessão global desde a Grande Depressão, em 1929. "A perda cumulativa para o PIB global entre 2020 e 2021 pode girar em torno de US$ 9 trilhões, mais do que as economias do Japão e da Alemanha combinadas", disse a economista-chefe do Fundo, Gita Gopinath.

Em meio à pandemia, a atividade econômica mundial deve cair 3% em 2020 e crescer 5,8% em 2021. Os EUA deverão ter retração de 5,9% neste ano, com recuperação de 4,7% em 2021. Segundo o relatório, há uma relação entre a eficácia no controle da crise de saúde e a perspectiva econômica. Os EUA são hoje o país com maior número de casos de coronavírus.

Na zona do euro, também severamente afetada pela pandemia, com consequências especialmente graves na Itália e na Espanha, o encolhimento previsto para 2020 é de 7,5%, com alta de 4,7% em 2021.

Já a China e a Índia devem conseguir resultados modestamente positivo, apesar da recessão mundial. A economia chinesa devem crescer 1,2% neste ano e mais 9,2% no ano que vem. Para a Índia, o FMI prevê expansão de 1,9% em 2020 e de 7,4% em 2021.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O diretor do Departamento para o Hemisfério Ocidental do Fundo Monetário Internacional, Alejandro Werner, afirmou que "precisamos monitorar riscos de coronavírus para economia internacional." No entanto, ele ressaltou que "é prematuro" avaliar efeitos da doença para países da América Latina.

"Em casos passados de doenças semelhantes na China, ocorreu um impacto no nível de atividade, mas foi registrada recuperação em alguns trimestres", destacou Werner.

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Ele fez os comentários em entrevista coletiva sobre a atualização de projeções de crescimento para a América Latina do Fundo.

A diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional, Kristalina Georgieva, afirmou ao final das reuniões do Fundo desta semana em Washington que houve uma avaliação consensual dos participantes destes eventos de que a redução de incertezas geradas por tensões comerciais podem ajudar a economia mundial.

O Fundo estima que sem a escalada de tarifas entre EUA e China o PIB mundial pode ter a colaboração de 0,2 ponto porcentual em 2020. Ela ressaltou que entre as principais dúvidas sobre o desempenho da economia global estão as disputas comerciais e também o processo de saída do Reino Unido da União Europeia.

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"Em uma parte de reuniões foi tratado como reduzir incertezas globais. Foi discutido também como ações de políticas monetária e fiscal, mais reformas estruturais, podem reforçar o crescimento de cada país", comentou Kristalina.

Para ela, progressos nas discussões comerciais são positivos, mas é preciso ver as disputas nesta área de forma mais ampla, pois a imposição de impostos de importação também trazem incertezas para o setor produtivo e dúvidas para consumidores sobre as perspectivas de expansão das economias de países. "É importante haver também previsibilidade no comércio no futuro", disse. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Regras comerciais e tributárias para o século 21 estão no topo da pauta do Fundo Monetário Internacional (FMI), segundo os compromissos anunciados ontem, 19, pela nova diretora-gerente da instituição, Kristalina Georgieva, e o presidente do Comitê Internacional Monetário e Financeiro (IMFC), Lesetja Kganyago. Os dois objetivos aparecem no comunicado distribuído depois da reunião do comitê, principal instância representativa dos 189 países membros da organização. Kganyago é presidente do Banco Central da África do Sul.

O Fundo está empenhado na construção de um sistema de impostos "moderno e globalmente justo", com ênfase na taxação das operações digitais, na competição tributária desleal e no desvio artificial de lucros.

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Esse tema, um desafio já definido por governos do mundo avançado, foi um dos grandes assuntos da última reunião ministerial do Grupo dos 20 (G-20), na cidade japonesa de Fukuoka, em junho. O G-20 é formado pelas maiores economias desenvolvidas e emergentes. Nenhum dos projetos de reforma tributária em discussão no Brasil trata diretamente dessa questão.

O comitê defende também a atualização das normas internacionais de comércio, com maior atenção às transações de serviços e ao investimento. É preciso ampliar os acordos comerciais para um melhor tratamento desses tópicos, crescentemente importantes na economia internacional, enfatizou a diretora-gerente. Recém eleita, a nova chefe do FMI insistiu, em várias manifestações, em trazer as regras de comércio para as condições típicas do século 21. Também dessa discussão o Brasil pouco tem participado.

O comunicado distribuído pouco depois da reunião do IMFC mantém o destaque atribuído em vários momentos, durante a semana, aos problemas imediatos da desaceleração global e do conjunto de riscos associados à guerra comercial entre Estados Unidos e China, à crescente vulnerabilidade financeira e às tensões geopolíticas. Repete a recomendação, dirigida aos governos com algum espaço em suas contas, de adotar medidas fiscais para reanimação da atividade. Insiste, também, na advertência a respeito do excessivo endividamento de empresas e governos e na urgência de medidas corretivas.

Mas dá um espaço importante às questões de longo prazo, como os problemas ligados ao potencial de crescimento e, de modo especial, à urgência de atualizar o sistema multilareral de comércio e as normas tributárias. O FMI completa 75 anos pondo em pauta questões novas e urgentes, como as mudanças estruturais do comércio e os desafios criados pela digitalização dos negócios. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O tema das mudanças climáticas está no centro do encontro anual do Fundo Monetário Internacional (FMI), que teve início na terça-feira (15). Estão previstas ao menos 16 reuniões para tratar de políticas fiscais que ajudam a mitigar aquecimento global, além de falar de biodiversidade, governança ambiental e uma "transição verde".

"No FMI, sempre olhamos para os riscos. E essa (mudança climática) é uma categoria de risco que tem de ser absolutamente central no nosso trabalho", disse a diretora-geral do fundo, Kristalina Georgieva.

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Horas antes, o fundo divulgou o Monitor Fiscal de outubro, que teve como tema central o aquecimento global como uma ameaça ao planeta. "A ação até agora tem sido inadequada. O Acordo de Paris de 2015 vai na direção certa, mas os compromissos que os países fizeram são menores do que o necessário", considera o fundo.

Taxa

Limitar o aquecimento global ao padrão seguro de 2ºC ou menor exige políticas de escala ambiciosa, argumenta o FMI, como a imediata taxa sobre carbono que cresça rapidamente para US$ 75 a tonelada de CO2 até 2030. "Tenho esperança de que, no ano que vem, eu possa dizer que estamos um passo à frente", afirmou a diretora-geral do FMI. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Dezenove trilhões de dólares poderão ficar impagáveis, nos próximos dois ou três anos, se a piora das condições econômicas, já em curso, pressionar grandes devedores nos oito maiores mercados, adverte o Fundo Monetário Internacional (FMI).

O risco de calote de vários grupos não financeiros é parte do cenário sombrio desenhado em três relatórios apresentados nos últimos dois dias. Dez anos depois de iniciada a recuperação da última grande crise, as vulnerabilidades financeiras se tornaram de novo ameaçadoras, segundo os economistas do Fundo.

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Políticas monetárias frouxas no mundo rico, com juros muito baixos e até negativos, atualmente, produziram efeitos com sinais opostos. Do lado positivo, ajudaram o mundo a sair da recessão e a reduzir o desemprego.

Do lado oposto, estimularam o endividamento público e privado, criaram ambiente favorável a operações arriscadas e ampliaram a vulnerabilidade a novos choques. Qualquer desastre poderá atingir todos os grupos de países, direta ou indiretamente.

A dívida total do setor corporativo saltou de US$ 34 trilhões para US$ 51 trilhões entre 2009 e 2019, nos oito principais mercados cobertos pelo estudo. O grupo inclui Estados Unidos, China, Japão e vários países da Europa. Os bancos são hoje muito mais seguros do que há alguns anos, com mais capital, maior liquidez e repetidos testes de estresse, observou o diretor do Departamento Monetário e de Mercado de Capitais do FMI, Tobias Adrian. Mas tem crescido, prosseguiu, a vulnerabilidade no setor financeiro não bancário e nas empresas não financeiras, segundo o Relatório de Estabilidade Financeira Global apresentado nesta quarta-feira, 16.

Cenário

O risco de algo mais grave, por enquanto, está num horizonte de médio prazo, algo como dois ou três anos, mas os formuladores de políticas devem agir logo, aumentando a vigilância e aperfeiçoando as normas de segurança, insistiu o diretor. Dirigentes e economistas do FMI vêm chamando a atenção, há alguns anos, para o lado negativo das políticas monetárias frouxas mantidas por muito tempo.

Com juros baixos e até negativos no mundo rico, grandes fluxos de capitais foram desviados para economias emergentes, em desenvolvimento e também para aquelas na fronteira entre esses dois grupos, No caso dos emergentes, a dívida externa mediana passou de um montante equivalente a 100% das exportações em 2008 para 160%.

Os autores do relatório foram contidos na citação de países, limitando-se, na maior parte do texto, a mencionar as economias mais avançadas e aquelas com vulnerabilidades financeiras evidentes, como a China. Se estivesse no foco, o Brasil poderia aparecer em melhor condição do que no passado recente. Sua dívida externa é pouco importante e grandes empresas muito endividadas há alguns anos estão em condições bem mais confortáveis, depois de reduzir o endividamento.

Em alguns casos, houve também renegociações bem-sucedidas com os credores.

Finanças públicas

Mas nenhum país estará livre de impactos, se o quadro global se agravar seriamente. Ao apresentar o Monitor Fiscal, outro importante relatório semestral do FMI, o chefe do Departamento de Assuntos Fiscais, Vítor Gaspar, recomendou usar as finanças públicas para reanimar as economias e evitar uma freada mais forte. Políticas de juros baixos, crédito fácil e ampla expansão monetária, lembrou, chegaram ao limite. É hora de recorrer a estímulos fiscais.

Essa bandeira já havia sido agitada pelo presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, e vem sendo agora sustentada pelas figuras principais do FMI, Mas a recomendação vale para os governos com alguma folga fiscal. Não é o caso, obviamente, do governo brasileiro. A reforma da Previdência ajudará a conter a expansão do gasto público nos próximos anos, mas a dívida bruta do governo geral só passará a diminuir como porcentagem do PIB em 2023, segundo projeção incluída no Monitor. Aperto fiscal menos severo, mas ainda longe de qualquer conforto, só será desfrutado no próximo período presidencial, se as estimativas estiverem corretas.

Além disso, qualquer efeito mais grave da desaceleração global poderá dificultar as exportações, prejudicando o nível interno de atividade e, na pior hipótese, reduzindo a segurança externa da economia brasileira.

O FMI acaba de reduzir de 3,2% para 3% sua estimativa de crescimento global neste ano. Não há espaço para erro, quando se cresce tão pouco, disse há dois dias a economista-chefe do Fundo, Gita Gopinath.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) informou nesta quinta-feira, 12, que receberá o ministro da Fazenda da Argentina, Hernán Lacunza, este mês em Washington para negociar um novo pacote de ajuda financeira. A economia argentina sente os efeitos da recessão e da incerteza eleitoral. "A situação continua muito difícil", disse o porta-voz do FMI, Gerry Rice, destacando o crescimento da inflação e da pobreza no país.

"A complexidade das condições do mercado e a persistente incerteza política tornam a situação ainda mais difícil. Isso deverá estar no centro das discussões, quando o ministro vier este mês", disse o porta-voz, sem dar uma data precisa. Rice lembrou que, desde meados de agosto, a Argentina sofre uma nova crise de confiança "que afeta gravemente a estabilidade macroeconômica" do país.

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Os mercados entraram em crise em agosto depois que o candidato presidencial peronista de centro-esquerda, Alberto Fernández, surgiu como o favorito absoluto para vencer as eleições de 27 de outubro, nas quais o atual presidente, o liberal Mauricio Macri, tentará renovar seu mandato.

"Nosso compromisso com a Argentina continua sendo forte", disse Rice. "O objetivo do FMI é tentar ajudar as autoridades argentinas a estabilizar a difícil situação e fazer com que a confiança volte para que o país retome o caminho do crescimento", afirmou.

Após as eleições primárias de 11 de agosto, que apontaram Fernández como favorito para a votação de outubro, a moeda, a bolsa e a dívida sofreram duros golpes. Logo em seguida, o governo da Argentina pediu ao FMI que reestruture o crédito de US$ 57 bilhões concedido no ano passado em troca de um plano de austeridade.

Os primeiros pagamentos estão programados para 2021 e os mercados e os economistas apostam em um default. Nesta quinta-feira, porém, Rice saiu em defesa do FMI, que vem sendo criticado por ter concedido o maior crédito da história da entidade a um país cuja capacidade de honrar suas dívidas está seriamente comprometida. "Quando nos esforçamos para ajudar um país, jamais o fazemos sem riscos", afirmou o porta-voz do FMI. "E os riscos são grandes quando a situação já é frágil."

Alertas

O porta-voz lembrou que, em 2018, a Argentina pediu ajuda ao FMI quando a crise já estava instalada no país. "Em termos de avaliação de riscos, nos esforçamos para ser transparentes, documentar os riscos", disse Rice, convidando os jornalistas para ver os alertas do órgão sobre numerosos problemas que afetam a economia da Argentina.

Nos relatórios mais recentes, "os riscos, incluindo fatores internos e externos, foram destacados como suscetíveis de serem agravados por reações negativas dos mercados e por incertezas políticas", segundo os alertas do FMI. (Com agências internacionais).

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O governo da Argentina anunciou nesta quarta-feira, 28, que vai deixar de pagar no vencimento a maior parte da dívida de curto prazo detida por investidores institucionais, como bancos, seguradoras e fundos. O débito vai ficar para o próximo presidente, que será eleito em 27 de outubro. Se o resultado das eleições primárias, ocorridas em 11 de agosto, se repetir daqui a dois meses, a chapa de oposição ao atual governo de Mauricio Macri, composta por Alberto Fernández e Cristina Kirchner, será a responsável pelo pagamento.

De acordo com a imprensa argentina, a dívida de curto prazo do país está na casa dos US$ 15,5 bilhões - as reservas internacionais somam US$ 57 bilhões.

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Em uma coletiva de imprensa, o novo ministro da Fazenda, Hernán Lacunza, anunciou que, da dívida de curto prazo, apenas as pessoas físicas donas de papéis do governo serão pagas na data correta. Para investidores institucionais, 15% serão quitados no prazo do vencimento, 25% daqui a três meses e 60% em seis meses. Lacunza informou ainda que está renegociando a dívida de US$ 56 bilhões com o Fundo Monetário Internacional (FMI) e que os débitos de longo prazo também deverão ser renegociados.

Questionado pelo Estado se a medida se tratava de um novo calote, um membro do governo Macri afirmou, sob condição de anonimato, ser um "reperfilamento dos vencimentos, sem desconto no valor devido nem nos juros".

Especialista em economia internacional, o economista Livio Ribeiro, do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre/FGV), disse que o debate em torno do calote é uma "questão semântica". "O que ela (Argentina) disse de forma explícita é que as datas e taxas pactuadas não serão cumpridas porque não consegue pagar e está propondo estender os prazos."

No mercado financeiro brasileiro, a preocupação é alta com a probabilidade de o país entrar em moratória no próximo ano, independentemente de quem seja eleito, disse uma fonte do mercado. Por enquanto, o principal efeito deverá ser no câmbio, de acordo com o economista Fabio Giambiagi. "Não vejo um impacto maior por aqui. Vivemos situação diferente."

Para o economista-chefe do Banco Votorantim, Roberto Padovani, "os primeiros sinais de calote" da Argentina terá contágio em todos os países emergentes, sobretudo nesse momento de forte aversão ao risco do mercado internacional.

Além do impacto financeiro, a renegociação da dívida da Argentina traz reflexos preocupantes para a economia brasileira, em especial para a indústria. Na avaliação de Livio Ribeiro, no médio prazo, a desaceleração da Argentina deve desorganizar a cadeia de valor entre Brasil e Argentina. "A demanda final do país vizinho por bens produzidos aqui vai colapsar."

Do total das exportações brasileiras, 5% são destinadas ao país vizinho. Já dos embarques do setor industrial, esse número chega a 20%.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) afirmou, em comunicado de seu porta-voz principal, Gerry Rice, que está "em processo de analisar e avaliar o impacto" das medidas relativas à dívida da Argentina anunciadas hoje pelo governo local. "A equipe [do FMI] entende que as autoridades tomaram esses passos importantes para fazer frente às necessidades de liquidez e para salvaguardar as reservas", diz a nota.

O FMI informa ainda que a equipe dirigida por Roberto Cardarelli regressa hoje a Washington, como previamente programado, após manter "conversas produtivas" com o ministro das Finanças, Hernán Lacunza, o presidente do Banco Central da República Argentina (BCRA), Guido Sandleris, e suas respectivas equipes. "O pessoal do FMI também se reuniu com o sr. Alberto Fernández e membros de sua equipe econômica para trocar visões sobre a economia argentina", afirma Rice. Fernández é o candidato oposicionista favorito a vencer a disputa pela presidência, que terá primeiro turno em 27 de outubro.

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O comunicado diz ainda que o FMI seguirá "em contato estreito com as autoridades" no futuro próximo e que o Fundo "seguirá ao lado da Argentina nesses momentos desafiadores".

Mais cedo, Lacunza anunciou medidas para lidar com o quadro de estresse financeiro na Argentina, entre elas a extensão no prazo de pagamento para dívidas de curto prazo para investidores institucionais, e também disse que o governo do presidente Mauricio Macri pretende renegociar os termos do acordo com o FMI.

Cerca de 20% da população de 15 a 24 anos dos países em desenvolvimento não estuda nem trabalha, de acordo com informações do relatório do Fundo Monetário Internacional (FMI) divulgado nesta terça-feira (22).

Segundo o documento, a ausência de jovens na escola e no mercado de trabalho tem como principal consequência a redução do crescimento dos países, limitando o avanço econômico, e o aumento de conflitos sociais.

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"A perda potencial implícita para a economia é agravada pela demografia – cerca de um terço da população em idade ativa nos mercados emergentes e nas economias em desenvolvimento é composta por uma população jovem, quase o dobro da participação observada nas economias avançadas", diz o relatório.

O estudo do FMI também mostra que apesar de o desemprego entre os jovens ter recuado nos anos 2000, ele segue alto nos países emergentes (18%), enquanto nos países desenvolvidos o índice é de 12%.

O FMI informou ainda que a taxa de mulheres jovens que não trabalham nem estudam é de 30% nos países pobres. O dobro do apurado entre homens jovens na mesma posição. "Essa discrepância pode ser explicada pela consequência econômica de ter filhos", afirmou a organização.

Há diversas políticas que podem ajudar a melhorar a situação dos jovens no mercado de trabalho. A melhora da educação nos países em desenvolvimento, por exemplo, é apontada pelo FMI como fundamental, apesar de não ser o suficiente para resolver o problema. De acordo com o órgão, também é necessário adotar medidas que visem a igualdade entre gêneros e leis que regulamentem o mercado, como a limitação de regras excessivamente rigorosas, além de incentivar o empreendedorismo.

O investimento público do Brasil ficou abaixo da média dos países emergentes e da América Latina, nas duas últimas décadas. É o que conclui relatório com avaliação da gestão do investimento público no Brasil, divulgado hoje (30) pelo Fundo Monetário Internacional (FMI).

No período de 1995 a 2015, o investimento público no Brasil foi, em média, de 2% do Produto Interno Bruto (PIB), que é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país. Já os países emergentes registraram 6,4% e os países da América Latina, 5,5%.

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Em 2015, o estoque de capital público era de apenas 35% do PIB, em comparação com a média de 92% das economias emergentes e 86% da América Latina.

O relatório ressalta que há uma grande margem para aumento da eficiência do investimento público no Brasil. O hiato de eficiência do Brasil em relação aos países mais eficientes é de 39%. Esse resultado é maior do que a média observada nos demais países emergentes (27%) ou da América Latina (29%).

O documento propõe um plano de ação que recomenda, entre outros pontos, fortalecer a priorização estratégica do investimento público e desenvolver um banco de projetos de alta qualidade; padronizar os procedimentos de avaliação e seleção de projetos; e o aperfeiçoamento das análises e da estrutura dedicada às concessões e parcerias público-privadas.

O relatório é resultado de uma missão do FMI, solicitada pela Secretaria do Tesouro Nacional, realizada ao longo do segundo semestre de 2017. Foram avaliados 15 temas chaves, relacionados às fases de planejamento, alocação de recursos e implementação de projetos.

Falta de planejamento

O secretário do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida, afirmou que os investimentos públicos são baixos no país por falta de espaço fiscal. “Se não fizer reforma da Previdência, a tendência é o investimento cair ainda mais”, destacou. Ele avaliou ainda que os investimentos no país são mal planejados, avaliados e executados.

Segundo Mansueto, as obras não têm, por exemplo, um planejamento do fluxo orçamentário. “Uma obra que será executada ao longo de três, quatro anos, não tem planejamento do fluxo orçamentário ao longo desse período. As obras são interrompidas, depois retomadas, e tem de fazer aditamento de contrato, com renovação de custos", declarou.

Além disso, segundo ele, quando há frustração de receitas orçamentárias as verbas dos investimentos, muitas vezes, são sacrificadas" para cumprir as metas fiscais.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) confirmou na quinta-feira, 15, que tem ocorrido conversações com o Banco Central da Venezuela para entrega de dados oficiais econômicos do país, algo que ele não faz desde 2004. Em suas revisões, o FMI projetou que a Venezuela fechará 2018 com uma inflação de 1.370.000%.

Em maio, o fundo emitiu uma "declaração de censura" contra o país, atolado em uma profunda recessão, pois não forneceu dados oficiais sobre sua evolução econômica. A Venezuela poderia perder seu direito de voto, deixar de ter acesso aos recursos da entidade e até ser expulsa.

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As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) reduziu as previsões para o crescimento do Brasil para 2018 e 2019, que passam agora a ser de 1,4% e 2,4%, respectivamente, segundo o documento Perspectiva Econômica Mundial, com o título "Desafios para crescimento constante".

A mudança para baixo da previsão para este ano foi uma das maiores feitas pelo FMI. Em julho, as projeções para o PIB do País estavam em 1,8% para 2018 e 2,5% para 2019. Em abril, o Fundo estimou que a economia do País avançaria 2,3% neste ano e 2,5% no próximo.

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"A previsão de crescimento para 2018 é menor que a projeção de abril em 0,9 ponto porcentual por conta das interrupções causadas pela greve nacional dos caminhoneiros e condições financeiras externas mais apertadas, que são uma fonte de risco para a perspectiva", destacou o FMI.

Para o último trimestre de 2018, o FMI projeta que o PIB brasileiro deve crescer 1,7% ante o mesmo período de 2017 e subir 2,5% entre outubro a dezembro de 2019 em relação aos mesmos três meses deste ano.

A instituição multilateral ressalta que o País está numa rota de recuperação, com alta do PIB de 1,0% em 2017, depois de ter passado pela forte recessão de 2015-2016. Contudo, o FMI aponta que a retomada da economia em países emergentes, além de ser influenciada por fatores internos, sofre efeitos do processo de normalização da política monetária nos EUA, que afetou neste ano esses países em geral. O Fundo estima que, no médio prazo, a taxa de expansão do Brasil deve ser de 2,2%, marca que deverá ser alcançada em 2023.

Fiscal

"A reforma da Previdência Social é essencial para assegurar a sustentabilidade fiscal e garantir justiça, dado que os gastos com pensões são elevados e estão subindo e as aposentadorias são indevidamente generosas para alguns segmentos da população", destacou o Fundo, referindo-se ao Brasil. "Enquanto recentes medidas para elevar a transparência são bem-vindas, o arcabouço fiscal precisa ser reforçado, incluindo o aumento da flexibilidade do Orçamento."

O vice-diretor do Departamento de Pesquisas Econômicas do Fundo Monetário Internacional, Gian Maria Milesi-Ferretti, afirmou que reformas estruturais no Brasil, especialmente a da Previdência, "são necessárias para a melhora das condições fiscais" no País.

Ao responder pergunta do jornal O Estado de S. Paulo e do Broadcast (serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado) sobre o que o FMI espera do próximo presidente do País na gestão das políticas fiscal e monetária, Ferretti respondeu: "A reforma da Previdência é fundamental para a estabilidade das contas públicas no longo prazo. Com as incertezas nos mercados globais, mudanças fiscais no Brasil tornam-se mais importantes". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

"Fomos ao Fundo Monetário Internacional (FMI) para diversificar (as fontes de financiamento)", afirmou na tarde da última segunda-feira (14) o chefe de gabinete de Mauricio Macri, Marcos Peña, número dois do governo argentino. Ao lado dos ministros da Fazenda, Nicolás Dujovne, e das Finanças, Luis Caputo, Peña minimizou a crise cambial na qual a Argentina mergulhou há duas semanas, que levou o governo a pedir um empréstimo ao Fundo, e disse que a medida havia sido tomado para consolidar a confiança do mercado.

Dujovne, entretanto, admitiu que as medidas implementadas para contornar a fuga de capitais - entre elas, a elevação da taxa básica de juros para 40% - farão com que o país cresça menos neste ano e que a inflação permaneça alta. "Sabemos que esse episódio de volatilidade e aumento dos juros vai ter algum impacto no crescimento, mas estamos convencidos de que o país crescerá neste ano", disse.

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O ministro da Fazenda acrescentou que ainda é cedo para quantificar esses impactos. As projeções oficiais iniciais eram de 3% de alta no PIB e de 15% de inflação. Economistas já falam em menos de 2% e em 25%, respectivamente.

Em entrevista convocada para tentar acalmar o mercado internacional, Luis Caputo acrescentou que o pedido ao FMI foi feito apenas para aumentar a liquidez no País e garantir que não faltem recursos no futuro. "Estamos fazendo isso preventivamente. Hoje, temos acesso a financiamentos com taxas similares às que seriam cobradas pelo Fundo. Estamos fazendo (recorrendo ao FMI) porque não sabemos o que pode acontecer nos mercados (no futuro)."

Peña, porém, afirmou que houve uma mudança no cenário "externo e interno" que elevou as exigências dos investidores para continuarem financiando o país. "A ida ao Fundo pode ajudar nessa negociação (com o mercado) e permite deixar claro que estamos comprometidos com o equilíbrio fiscal."

Apesar de afirmar que haverá uma aceleração da "convergência do equilíbrio fiscal", Peña disse que cortes dependem da aprovação do Orçamento de 2019 no Congresso. "Dentro dessa restrição, temos de construir um consenso. É preciso também desmistificar a ideia de que há um ajuste. Só podemos gastar o que temos de receitas."

Autonomia

Os ministros afirmaram que não há interferência da Casa Rosada no Banco Central e que não houve erros na condução da política econômico do país - com exceção de uma meta de inflação muito ambiciosa no início do governo. Peña acrescentou que a situação atual da economia é "bem melhor" do que a de 2015. "De modo algum achamos que (a política adotada) não funcionou. Há dois anos e meio (quando Macri chegou à presidência), não se dizia que íamos estar onde estamos, crescendo há sete trimestres, com alta no investimento e queda no desemprego, nos falavam que ia demorar mais."

Dujovne disse que não haverá mudança no programa econômico de Macri, que, desde o início, adotou uma linha moderada, sem ajustes fiscais drásticos. "Temos um programa muito definido: integração com a economia global, redução do déficit fiscal, luta contra a inflação pelo Banco Central. Isso não vai mudar. O que vamos fazer é acelerar o programa de convergência fiscal. Mas sempre atuando com pragmatismo e de forma que não se interrompa o processo de crescimento econômico."

Questionado pelo jornal 'O Estado de S. Paulo' sobre como deverá vir esse crescimento e sobre a possibilidade de a taxa de juros travar a economia, Dujovne afirmou apenas que os investimentos seguirão ocorrendo. "Os investimento de longo prazo não param por causa de uma volatilidade cambial", respondeu.

O ministro da Fazenda afirmou ainda que o consumo e as exportações deverão impulsionar o PIB. "Nossas exportações industriais estão crescendo forte porque retiramos as barreiras comerciais e também pelo bom desempenho da economia brasileira."

Apesar dos esforços do governo, a moeda local continua perdendo valor - na segunda-feira, o dólar fechou cotado a 25,00 pesos, em um novo recorde.

Para entender:

Política gradual de Macri

Após uma fuga de capital, o presidente argentino, Mauricio Macri, anunciou, na semana passada, ter pedido ajuda ao Fundo Monetário Internacional (FMI). O governo não divulgou o valor da negociação, mas, segundo a imprensa local, seria em torno de US$ 30 bilhões.

Com dívida externa estimada em US$ 340 bilhões, a Argentina é muito vulnerável a turbulências internacionais e é o país que vem sendo mais prejudicado pela valorização do dólar, com as perspectivas de um aumento maior dos juros nos Estados Unidos - o que torna o mercado americano mais atraente aos investidores e afeta diretamente os países emergentes.

Além do cenário externo desfavorável, ajudaram a desencadear a crise no país a perda de credibilidade do Banco Central após o relaxamento da meta de inflação de 10% para 15% neste ano, a criação de um imposto sobre ganhos financeiros de investidores estrangeiros e a avaliação de que os déficits fiscal e corrente (que englobam comércio internacional de mercadorias e serviços, além de movimentação de rendas) continuam altos. O primeiro ficou em 6% do PIB no ano passado e o segundo em 4,8% do PIB.

Antes de recorrer ao FMI, Macri tentou segurar a cotação da moeda vendendo reservas internacionais, elevando os juros para 40%, em três altas em oito dias, e reduzindo a meta do déficit fiscal primário de 3,2% para 2,7% do PIB. O mercado, porém, continua volátil - o peso argentino já se desvalorizou 12% neste mês. O financiamento estrangeiro é essencial para a política econômica gradualista de Macri, que reduz de forma lenta os déficits do país. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Os contratos futuros de petróleo fecharam em alta nesta terça-feira, 23, apoiados pela perspectiva do Fundo Monetário Internacional (FMI) de maior crescimento econômico global.

Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o WTI para março fechou em alta de 1,42%, a US$ 64,47 por barril. Já na Intercontinental Exchange (ICE), o barril do Brent para o mesmo mês subiu 1,35%, a US$ 69,96. Com isso, o WTI alcançou o maior nível de fechamento em mais de três anos.

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"Tudo está tocando conforme a música dos touros", disse o vice-presidente sênior da Herbert J. Sims, que supervisiona uma mesa de energia. Os esforços da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) para restringir a produção ajudaram a resolver o excesso de oferta e o grupo fala sobre ampliar sua cooperação além deste ano, como indicou a Arábia Saudita.

Além disso, a economia global parece continuar a escalada neste ano, dando prosseguimento à tendência vista em 2017, quando os países de todo o mundo começaram a crescer em sincronia. O movimento do petróleo ocorreu um dia depois que o FMI elevou suas previsões para o crescimento econômico global, o que poderia ampliar o aumento da demanda por petróleo. De acordo com o fundo, a economia global deve crescer 3,9% neste e no próximo ano, um aumento de 0,2 ponto porcentual em relação à estimativa anterior.

"Não é um pensamento exagerado esperar que a demanda global por petróleo e o crescimento dessa procuras sigam essa tendência", disse o analista da corretora PVM Oil Associates, Tamas Varga. Para os estrategistas do Commerzbank, "a revisão das expectativas do FMI está gerando um impulso. Isso melhora as já consideravelmente altas expectativas de demanda no mercado de petróleo". Fonte: Dow Jones Newswires

O Fundo Monetário Internacional (FMI) elevou as projeções de crescimento do Brasil entre 2017 e 2019, como destaca a atualização periódica do documento Perspectiva Econômica Mundial em janeiro, divulgado nesta segunda-feira, 22. Segundo o FMI, o Produto Interno Bruto (PIB) do País deve ter subido 1,1% no ano passado, 0,4 ponto porcentual acima do 0,7% informado pelo relatório em outubro. Para este ano, a projeção também avançou 0,4 ponto porcentual e aumentou de 1,5% para 1,9%. Em relação a 2019, a variação foi menor e passou de 2,0% para 2,1%.

As atualizações de previsões macroeconômicas comunicadas pelo FMI tratam especialmente do produto interno bruto de países.

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Num contexto de retomada do nível de atividade e da demanda agregada, após o Brasil ter passado por uma das piores recessões de todos os tempos, o Fundo estima que o PIB atingiu uma alta de 2,5% no quarto trimestre de 2017 em relação aos mesmos três meses de 2016, em termos anualizados. Na mesma base de comparação, o FMI prevê que o crescimento deverá atingir 2,2% no último trimestre de 2018 e 2,0% entre outubro e dezembro de 2019.

O Fundo aponta que a "recuperação econômica mais firme" do Brasil colabora para fortalecer o desempenho da América Latina, especialmente para 2019. Segundo o FMI, a região deve crescer 1,9% neste ano, como projetado em outubro, e deve registrar uma expansão de 2,6% no próximo ano, acima dos 2,4% estimados anteriormente pela instituição multilateral.

Esta perspectiva mais favorável para a América Latina está relacionada com "demanda mais forte dos EUA", o que favorece diretamente o México, preços mais favoráveis de commodities e condições financeiras positivas para alguns países da região exportadores destes produtos com cotações internacionais.

Por outro lado, o FMI ressalta que o Brasil, Colômbia, México e Itália estão sujeitos a "incertezas políticas" com eleições de novos governos no curto prazo e que podem impor "riscos à adoção de reformas."

Crescimento global

A continuidade da recuperação mundial e a adoção de uma reforma tributária nos EUA, que deve estimular investimentos de empresas no país, foram os dois principais fatores que levaram o FMI a aumentar as projeções para o crescimento global em 2018 e 2019 realizadas em outubro pelo relatório Perspectiva Econômica Mundial.

Na atualização, divulgada nesta segunda, o FMI passou a estimar que a expansão global neste ano passou de 3,7% para 3,9% e também subiu de 3,7% para 3,9% em 2019. Em relação a 2017, a manutenção da força do nível de atividade internacional fez com que o Fundo elevasse a previsão de alta do crescimento do planeta de 3,6% para 3,7%.

"Cerca de 120 países, que respondem por três quartos do PIB mundial, registraram um elevação do crescimento em termos anuais em 2017, a mais ampla expansão global sincronizada desde 2010", aponta o FMI. No ano passado, um destaque foi a expansão pouco acima do esperado da Europa e Ásia e o bom desempenho registrado por economias avançadas, entre elas os EUA, e países emergentes.

Segundo o Fundo Monetário Internacional, a força da retomada da economia mundial deve continuar em 2018 e 2019, sobretudo com perspectivas mais favoráveis para as economias avançadas. De acordo com o FMI, as previsões de expansão para os países desenvolvidos subiram de 2,0% para 2,3% para este ano e de 1,8% para 2,2% em 2019. "Estas previsões refletem as expectativas de que as condições financeiras globais favoráveis e forte sentimento (de consumidores e empresas) ajudarão a manter a recente aceleração na demanda, especialmente em investimentos com um notável impacto no crescimento de economias que são grandes exportadoras."

O FMI elevou de forma expressiva as projeções para o PIB dos EUA no biênio 2018-2019, em grande medida devido ao impulso nos investimentos com a redução de impostos motivada pela reforma tributária. As previsões passaram de 2,3% para 2,7% em 2018 e de 1,9% para 2,5% para o próximo ano.

De acordo com o FMI, a reforma tributária vai gerar um aumento total do PIB americano de 1,2 ponto porcentual entre 2018 e 2020. Segundo o Fundo, os impactos positivos desta mudança estrutural no sistema de impostos americano e sobre importantes parceiros comerciais, como Canadá e México, "contribuem com cerca de metade das revisões para o crescimento global em 2018 e 2019", realizadas pela instituição multilateral.

Mas os estímulos fiscais gerados pela reforma tributária nos EUA não permanecerão no país e a partir de 2022 devem ajudar a desacelerar o crescimento de sua economia por alguns anos.

Para a zona do euro, o FMI elevou suas previsões de crescimento de 1,9% para 2,2% neste ano e de 1,7% para 2,0% em 2019. "As taxas de expansão para muitos países da área do euro têm subido, especialmente para a Alemanha, Itália e Holanda, refletindo uma força da retomada doméstica e maior demanda externa", apontou o Fundo.

O Fundo Monetário Internacional considera que o crescimento da China deve "moderar de forma gradual" em 2018 e 2019 em comparação a 2017, quando o País avançou 6,9%. O FMI elevou a previsão para o produto interno bruto daquela nação asiática de 6,5% para 6,6% neste ano e de 6,3% para 6,4% em 2019.

Em relação ao Japão, o Fundo subiu as projeções de crescimento do país devido a aumento da demanda externa de seus produtos e de melhora do desempenho do nível de atividade acima do esperado. Para 2018, a projeção do PIB do país subiu de forma expressiva, pois avançou de 0,7% para 1,2%. Quanto a 2019, o FMI tem uma expectativa de ritmo menor de aceleração do crescimento daquela economia, pois sua estimativa passou de 0,8% para 0,9%.

Para o Fundo, as previsões de alta do volume do comércio internacional de mercadorias e serviços devem subir no biênio 2018-2019. Para este ano, as projeções avançaram de 4,0% para 4,6% e para 2019 aumentaram de 3,9% para 4,4%.

Riscos

O Fundo Monetário Internacional tem uma avaliação positiva para as perspectivas da economia mundial no biênio 2018-2019, mas aponta que há riscos.

O FMI destaca que investidores no setor financeiro estão reagindo bem à política de gradual aperto de juros nos EUA, especialmente registrada nos rendimentos dos títulos do Tesouro americano de longo prazo, e no valor do dólar perante outras moedas com a reforma tributária.

Contudo, o Fundo aponta que um movimento de correção de mercados financeiros pode ser deflagrado com sinais de inflação mais forte nos EUA, onde o "aumento da demanda pode exercer pressão de redução da taxa de desemprego que já está muito baixa." Neste contexto, poderia aumentar a inflação no país, o que levaria o Federal Reserve a elevar os juros com maior rapidez do que o previsto, o que afetaria os rendimentos de Treasuries, fortaleceria o dólar e reduziria os preços de ações. Segundo o Fundo, tais circunstâncias poderiam afetar o fluxo internacional de capitais, o que poderia levar economias "com elevada necessidade de financiamento da dívida bruta e com passivos em dólar sem proteção a ficar expostas a stress financeiro."

Além de riscos gerados por conflitos geopolíticos para o crescimento mundial, o FMI ressalta também fatos negativos que podem surgir de medidas protecionistas.

De acordo com o FMI, um aumento de barreiras comerciais e realinhamentos regulatórios, no contexto de negociações que envolvem o Nafta e o Brexit, podem "pesar sobre o investimento global e reduzir a eficiência da produção, exercendo uma retração no crescimento potencial" de economias avançadas e mercados emergentes. Segundo o Fundo, o fracasso de tornar o crescimento mais inclusivo e "a ampliação de desequilíbrios externos em alguns países, incluindo os EUA, podem elevar as pressões para a adoção de políticas voltadas para mercados domésticos".

A diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, disse que as moedas virtuais, que são criadas e trocadas sem o envolvimento de bancos ou governos, podem, com o tempo, ser adotadas por países com câmbio instável ou instituições domésticas fracas.

"De muitas maneiras, as moedas virtuais devem apenas dar às moedas existente e política monetária um funcionamento para o seu dinheiro", disse. "A melhor resposta pelos dirigentes de bancos centrais é continuar conduzindo políticas monetárias eficientes, enquanto estão abertos a novas ideias e demandas, ao passo em que as economias evoluem", afirmou Lagarde em um evento em Londres.

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"Por ora, é pouco provável que as moedas digitais substituam as moedas tradicionais, uma vez que são muito voláteis, arriscadas e porque as tecnologias subjacentes ainda não são mensuráveis", disse a diretora-gerente. "Mas com o tempo, as inovações tecnológicas podem resolver alguns dos problemas que têm reduzido o apelo das moedas digitais", disse. Fonte: Associated Press.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) divulgou um novo relatório nesta segunda-feira (24) onde revisa para cima o crescimento econômico da Itália e do Brasil. Enquanto para os italianos a alta passou de 0,8% para 1,5% em 2017, para os brasileiros a revisão foi mais modesta, passando de 0,2% para 0,3% neste ano.

O "Perspectivas Econômicas Globais" ainda fez a previsão para 2018, onde o Produto Interno Bruto (PIB) italiano crescerá 1% - alta de 0,2% na comparação com o relatório divulgado em abril. Já para o Brasil, a entidade revisou para baixo o PIB, que deve crescer 1,3% ao invés do 1,7% previsto há três meses.

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"As estimativas de crescimento foram revistas para cima para vários países da zona do euro, incluindo França, Alemanha, Itália e Espanha, para os quais o crescimento no primeiro trimestre de 2017 foi acima das expectativas", informa o documento.

O primeiro-ministro da Itália, Paolo Gentiloni, comemorou a revisão e disse que "um país que melhora as previsões pode ter uma lei de orçamento e uma redução do débito mais significativo e importante".

Já para o Brasil, o FMI destaca que o bom resultado do primeiro trimestre justifica a alta para 2017, mas "a fraca demanda doméstica e o aumento da incerteza política e de políticas vão se refletir em um ritmo mais moderado de recuperação e, portanto, na projeção de um crescimento menor em 2018".

- Mundo: O "Perspectivas Econômicas Globais" apontou um corte nas previsões para os Estados Unidos para os dois anos analisados e subiu para a zona do euro. Para a entidade, os países que tem o euro como moeda crescerão 1,9% em 2017 (alta de 0,2%) e 1,7% em 2018 (alta de 0,1%).

Já o PIB norte-americano crescerá 2,1% neste ano e no ano que vem, em uma perspectiva 0,2% e 0,4% menor, respectivamente, ao relatório divulgado em abril.

Para o mundo, a previsão de crescimento também foi reduzida e está estimada em 3,5% em 2017 e 3,6% em 2018. A receita do FMI para seguir com o crescimento mundial é aquela de levar adiante as reformas estruturais e evitar políticas que possam alimentar o protecionismo.

"No longo prazo, o não aumentar o potencial de crescimento e o não tornar a economia mais inclusiva poderão alimentar o protecionismo e criar obstáculos para reformas", diz o relatório informando que essa postura causará uma produtividade global menor e causará danos às famílias de baixa renda.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) informou nesta segunda-feira (24), em Kuala Lumpur, que rebaixou as perspectivas de crescimento econômico dos Estados Unidos porque prevê que a política fiscal "não será tão expansiva" como se tinha pensado.

A maior economia do mundo crescerá este ano 2,1% e no ano seguinte 2,1%, menos que 2,3% e 2,5% que os especialistas do FMI calcularam em abril.

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"O crescimento dos Estados Unidos deveria se manter acima da sua taxa de crescimento potencial a longo prazo durante os dois próximos anos, mas reduzimos as perspectivas", disse o diretor de Investigação do FMI, Maurice Obstfeld, durante uma apresentação na Malásia transmitida ao vivo pela internet.

Obstfeld afirmou que o rebaixamento foi aplicado porque "a política fiscal dos EUA parece menos provável que seja tão expansiva como acreditávamos em abril".

"As expectativas do mercado a respeito do estímulo fiscal também se moderaram", sinaliza a atualização elaborada pelo organismo.

A economia mundial continua a demonstrar um bom momento de crescimento, mas os próprios fatores que ajudam a impulsioná-la começam a intensificar suas vulnerabilidades e desequilíbrios externos, afirma o Fundo Monetário Internacional (FMI).

"Embora os riscos de curto prazo tenham ficado mais equilibrados, os riscos negativos continuam a dominar no médio prazo", diz o relatório, divulgado por ocasião da cúpula de líderes do G-20, que acontece entre ontem e hoje, na Alemanha.

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Entre os destaques, a entidade citou o crescimento às custas de crédito e expansão fiscal na China, que "agrava sua vulnerabilidade financeira", e o ambiente de baixos juros e altos níveis de empréstimos inadimplentes continua pressionando a lucratividade do setor financeiro.

Além disso, a economia global continua refém de problemas como o baixo crescimento da produtividade e a distribuição desigual dos ganhos econômicos, "especialmente nas economias avançadas".

Em suas considerações, o fundo pediu aos países, entre outras coisas, que trabalhem juntos "para maximizar os benefícios da integração global". "Um arcabouço multilateral forte e baseado em regras continua essencial" para este objetivo, diz o relatório, e será mais efetivo "caso os países engajem em um diálogo com vistas à modernizar e adaptar as regras às mudanças globais." (Marcelo Osakabe)

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