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O diretor executivo do Fundo Monetário Internacional (FMI), Paulo Nogueira Batista, esteve nesta tarde de quarta-feira, 10, na sede do Banco Central em Brasília. Abordado pela reportagem do Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, ele não quis dar detalhes sobre a visita à instituição. Disse apenas que se trata de uma missão de rotina. "Estamos em contato com várias autoridades", despistou. Na agenda dos diretores e presidente do BC, Alexandre Tombini, não havia nenhuma reunião marcada.

No Brasil desde segunda-feira pela manhã, a comitiva do FMI quer avaliar a situação econômica, a política macroeconômica e as perspectivas da economia nacional. Na segunda-feira, após se encontrar com secretários da atual equipe do Ministério da Fazenda, o chefe da missão do FMI no Brasil, Alfredo Cuevas, disse que gostaria de se reunir com a nova equipe econômica. "Esperamos falar com pessoas da nova equipe e da equipe que está saindo. É o normal numa situação desse tipo, não há nenhuma questão diferente", afirmou.

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Uma equipe do Fundo Monetário Internacional (FMI) voltará à Ucrânia nesta terça-feira (9) para novas conversas sobre a liberação de uma parte do pacote de empréstimo de US$ 17 bilhões. Enfrentando uma grave crise econômica e financeira, o governo ucraniano espera receber a parcela de US$ 2,7 bilhões dentro de um mês ou dois.

Enquanto isso, alguns países do Ocidente discutem a possibilidade de novas ajudas bilaterais. Nesta semana, o banco central da Ucrânia informou que suas reservas internacionais caíram para menos de US$ 10 bilhões pela primeira vez em uma década, pressionadas pela forte desvalorização da moeda local e o custo para pagar o fornecimento de gás da Rússia.

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A missão do FMI, chefiada por Nikolay Gueorguiev, vai trabalhar em Kiev de 9 a 18 de dezembro, discutindo o programa de reformas econômicas com o novo gabinete de ministros. A última vez que a equipe do Fundo esteve no país, no mês passado, não houve acordo e a parcela do empréstimo acabou não sendo liberada. Fonte: Dow Jones Newswires.

Chefes de Estado dos países que compõem o chamado grupo do Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) manifestaram seu “desapontamento e grave preocupação” com a não implementação das propostas de reformas estruturais do Fundo Monetário Internacional (FMI). Os líderes políticos dos cinco países-membro reuniram-se em Brisbane, Austrália, em evento paralelo à 9ª Cúpula do G20, que reúne as 19 principais economias avançadas e emergentes mundiais, mais a União Europeia.

Em nota parcialmente compartilhada pelo blog do Palácio do Planalto, os cinco líderes do Brics afirmam que a demora nas reformas afetam a credibilidade e a legitimidade do fundo. “A demora injustificada em ratificar o acordo de 2010 está em contradição com os compromissos conjuntos assumidos pelos líderes do G20 desde 2009”, menciona a nota, antes de criticar a demora do Congresso norte-americano em aprovar os novos termos da participação dos Estados Unidos no fundo.

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Em 2010, a crise financeira global motivou os países-membros a proporem ampliar a influência de países como Brasil, China e Índia no FMI mediante o aporte de recursos financeiros adicionais. A mudança, contudo, depende do aval dos países com poder de veto no organismo, sendo os Estados Unidos o principal deles. “Na eventualidade de os Estados Unidos não lograrem ratificar as reformas de 2010 até o final do ano, os líderes exortaram o G20 a agendar uma discussão sobre as opções quanto aos próximos passos”, menciona a nota.

Ainda durante o encontro, os líderes do Brics reiteraram o compromisso de nomear o presidente e o vice-presidente do Banco de Desenvolvimento antes da próxima reunião do grupo, agendada para julho de 2015.

Só o ministro Guido Mantega e seu colega argentino Axel Kicillof, representantes de dois dos países com pior desempenho econômico da América do Sul, contestaram as novas projeções do Fundo Monetário Internacional (FMI) - crescimento de apenas 0,3% para o Brasil neste ano e 1,4% no próximo e contração de 1,7% para a Argentina, seguida de mais um resultado negativo de 1,5% em 2015.

Apenas um país sul-americano, a Venezuela, aparece em pior situação no quadro regional. Pelas últimas estimativas, seu produto interno bruto (PIB) deve encolher nos dois anos, primeiro 3% e depois 1%. Os três países combinam baixo nível de atividade e alta inflação e dois deles, Argentina e Venezuela, enfrentam escassez de reservas cambiais.

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Além de pôr em dúvida as projeções do FMI, Kicilloff descreveu a economia de seu país como "resistente" e atribuiu essa qualidade a "políticas macroeconômicas prudentes". A resistência se mantém, segundo ele, "apesar das incertezas econômicas nas economias avançadas e da forte especulação interna".

Depois de seis meses de contração, a economia argentina cresceu 0,9% no segundo trimestre, mas voltou a perder impulso no terceiro trimestre. "Hoje enfrentamos uma desaceleração do crescimento", disse o ministro, "causada principalmente pela contração da atividade de nossos principais parceiros econômicos". O maior parceiro econômico da Argentina é o Brasil.

Crise internacional. Ao se manifestar sobre as projeções do FMI, Mantega atribuiu os problemas econômicos do Brasil aos países avançados. Na declaração preparada para a reunião, ele incluiu também a China, menos dinâmica que em outros tempos, embora ainda vigorosa. Também mencionou a seca no texto divulgado na sexta-feira. Kicillof segue basicamente o mesmo padrão, mas inclui o Brasil entre as fontes de problemas da Argentina. O ministro da Fazenda não compareceu à reunião do FMI neste ano; entre os representantes do Brasil estava o presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini.

Mantega rejeitou os cálculos do FMI, mas se absteve de apresentar as próprias estimativas. Kicillof passou longe de qualquer referência à taxa de inflação em seu país, situada na faixa de 25% a 30% por economistas do setor privado. Mas citou a cooperação com o Fundo para a elaboração de um índice nacional considerado confiável. Por enquanto, as estimativas de aumento de preços na Argentina para 2014 e 2015 estão em branco, nas tabelas do FMI.

Brasil

Citado várias vezes durante a semana por seu baixo crescimento, pela alta inflação e por seus problemas de competitividade, o Brasil foi mais uma vez lembrado, ontem (11), na declaração preparada para o encontro pelo secretário geral da Organização para Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), Angel Gurría. Ao descrever os desafios diante dos vários grupos de países, mencionou Brasil e Índia como os grandes emergentes mais necessitados de "melhoras duradouras" nas contas públicas.

O Brasil, segundo ele, deveria redefinir as normas de política fiscal, adotando, por exemplo, uma regra de gastos vinculada ao ciclo econômico. Com isso seria mais fácil, argumentou, dar credibilidade a um compromisso de reforço do superávit primário durante a recuperação da economia.

A maior parte das declarações preparadas para a reunião do Comitê Monetário e Financeiro, órgão responsável pela fixação de diretrizes para o FMI, discute os problemas da recuperação global e o risco de um prolongado período de baixo crescimento. Estados Unidos, Reino Unido, Canadá e Austrália têm avançado com vigor, em contraste com a zona do euro e o Japão.

O FMI recomenda à união monetária europeia um ajuste fiscal mais longo, com espaço para estímulos no curto prazo, e a manutenção, pelo Banco Central Europeu (BCE), de uma política favorável à reativação dos negócios. Também recomenda - com apoio americano - políticas mais voltadas para o consumo nos países com amplos superávits nas contas externas, como a Alemanha e a China.

O governo alemão tem resistido ao afrouxamento de sua política fiscal e continua recomendando cautela na condução da política monetária da região. O presidente do BCE, Mario Draghi, reafirmou o compromisso de adotar medidas mais audaciosas para estimular a economia, se isso for necessário.

Cotas de governança

Ministros de países desenvolvidos e emergentes acompanharam a diretora-gerente do FMI, Christine Lagarde, numa cobrança dirigida ao Congresso dos Estados Unidos. Aprovada no Fundo em 2010, a nova reforma do sistema de cotas e da governança foi engavetado pelos congressistas americanos. A reforma foi apoiada pela Casa Branca mas está empacada no Legislativo. Ontem (11), o secretário do Tesouro, Jack Lew, reafirmou a disposição do presidente Barack Obama de trabalhar pela aprovação da proposta. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, que assina uma declaração que o Brasil apresenta na reunião deste sábado (11) do Comitê Monetário Financeiro Internacional (IMFC, na sigla em inglês), órgão que dá as diretrizes políticas para o Fundo Monetário Internacional (FMI), cobrou avanço na reforma do FMI que vai dar mais poder de voto aos países emergentes e aumentar a capacidade de empréstimo da instituição. A paralisação das mudanças compromete a legitimidade e a eficiência da instituição, destaca o texto.

Mantega fala na declaração que a reforma, acordada em 2010, emperrou no Congresso dos Estados Unidos. O ministro destaca ainda o que foi acertado na reunião de abril do FMI: se a reforma não for aprovada até o final deste ano no Congresso, opções alternativas seriam estudadas para os próximos passos da reforma. Mantega diz que "confia completamente nas declarações da diretora-gerente do FMI, Christine Lagarde, e espera que estes estudos já estejam sendo feitos". "O realinhamento das cotas é a peça central da reforma do FMI", diz a declaração.

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Nesta sexta-feira, 10, o ministro das Finanças da Austrália e presidente do G-20, Joe Hockey, também destacou em uma entrevista à imprensa que o Congresso dos EUA está dificultando "muito a reforma do FMI". Para o dirigente, a reforma daria mais "voz na mesa" para todos, mas fatores domésticos dos EUA, como a questão orçamentária, têm impedido a aprovação por deputados e senadores norte-americanos.

Já Lagarde falou ontem que a reforma do FMI é uma "necessidade absoluta", mas está atrasada. "Nós esperamos muito que os diferentes poderes dos EUA compreendam a relevância de ter um FMI que seja representativo da economia global e inclua aqueles que devem ter assento à mesa."

O Brasil e a Rússia estão apresentado grande desaceleração econômica entre os países emergentes, afirmou a diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, em uma entrevista à imprensa nesta quinta-feira, 9, ao comentar que o crescimento mundial tem sido marcado por desempenhos desiguais, decepcionantes e comportamentos cada vez mais específicos de cada país.

Um grupo de países está à frente na recuperação econômica e outros têm tido dificuldade de engatar uma expansão maior do Produto Interno Bruto (PIB), afirmou Lagarde. Entre os desenvolvidos, os Estados Unidos e o Reino Unido estão puxando a recuperação. Já a zona do euro e o Japão estão com números decepcionantes e desempenho fraco.

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Nos mercados emergentes, a China segue em ritmo forte, apesar da recente perda de fôlego, e a Índia tem apresentando números melhores que o esperado e "há claramente uma grande desaceleração no Brasil e na Rússia". Na terça-feira, o FMI cortou as projeções para a expansão do PIB brasileiro em 2014 e 2015.

Nesse cenário, para se evitar que o mundo entre em um ritmo "medíocre" de expansão, Lagarde voltou a afirmar da necessidade de que os governos busquem formas de estimular a atividade econômica.

Ebola

A dirigente falou na entrevista também do ebola, que pode pôr em risco o crescimento econômico dos países de baixa renda onde a doença se dissemina em ritmo mais forte. Por isso, Lagarde ressaltou que nos países da África afetados pelo vírus não há problemas em os governos aumentarem o déficit público para lidar com a doença.

O Brasil não deve cumprir este ano a meta de superávit primário estabelecida pelo governo, por conta da economia desaquecida, afirma o Fundo Monetário Internacional (FMI), que divulgou nesta quarta-feira, 08, o relatório Monitor Fiscal, que traz estimativas sobre as contas públicas de vários países. A previsão é que o indicador brasileiro fique em 1,3% do Produto Interno Bruto (PIB) este ano, abaixo do objetivo de Brasília de 1,9%.

Para 2015, a previsão do FMI é de melhora no superávit primário do setor público, para 2%, seguindo uma certa recuperação da economia brasileira. Os economistas da instituição cortaram nesta terça-feira, 07, a previsão de crescimento do PIB do Brasil este ano, de 1,3% para 0,3%. Em 2015, se espera um número melhor, de 1,4%. Em 2016, o superávit primário subiria para 2,5%, de acordo com a estimativa do Fundo.

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O Monitor Fiscal traz ainda outras previsões para indicadores fiscais do Brasil, com melhora em algumas e piora em outras na comparação com o relatório que foi divulgado em abril pelo FMI, durante sua reunião de primavera em Washington. Para a dívida bruta, a expectativa é que fique em 65,8% do PIB este ano. No relatório anterior, a estimativa era de dívida de 66,7%. Neste indicador, o Brasil tem número pior que outros países emergentes, que devem terminar o ano com índice médio de 33,7%, a metade do brasileiro. Em outros países, a previsão é que o México fique em 48,1% e a África do Sul em 47,3%. Para os desenvolvidos, a estimativa é de 80%.

O FMI estima que o déficit nominal do Brasil deve ficar em 3,9% do PIB este ano. A estimativa é pior do que a feita em abril, com déficit de 3,3%. Em 2015, o indicador deve ficar em 3,1% do PIB, pior que o déficit de 2,5% previsto anteriormente.

Nos últimos seis meses, desde que divulgou o relatório fiscal anterior, o FMI avalia que o ambiente de baixas taxas de juros e volatilidade moderada no mercado financeiro mundial levou a um declínio das pressões nas finanças públicas em vários países. "Contudo, vulnerabilidades fiscais permanecem e novos riscos apareceram", afirma o relatório divulgado nesta quarta. Para os países avançados, a recomendação é que a política fiscal seja amigável ao crescimento econômico e a geração de empregos.

Nos países emergentes, os déficits e as taxas de endividamento permanecem relativamente moderadas, embora, no geral, acima da média de antes da crise financeira mundial de 2008, ressalta o FMI. A perspectiva de elevação dos juros em países desenvolvidos aliada ao menor crescimento potencial dos emergentes demanda um reforço do ambiente fiscal para lidar com riscos.

"Nos emergentes, vulnerabilidades e riscos fiscais continuam a se acumular", afirmou em uma entrevista à imprensa nesta quarta-feira, o diretor do departamento de assuntos fiscais do FMI, Vitor Gaspar. Em alguns casos, disse ele, há riscos à sustentabilidade da dívida por conta de operações fora do orçamento público e garantias dos governos. "Muitos destes países têm em comum a necessidade de aumentar o crescimento potencial."

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou nesta terça-feira (7) que o governo mantém a previsão de 0,9% para o crescimento da economia brasileira neste ano. "Só em novembro, quando fizermos novo relatório (bimestral de receitas e despesas) é que vamos rever ou não a nossa previsão de PIB. Não temos agilidade da Focus, que muda a cada semana. As taxas da Focus são flexíveis", disse, em referência à previsão dos analistas do mercado, que está em 0,24%. No mês passado, a projeção do governo federal foi revisada de 1,8% para 0,9%.

"Eu espero que a economia europeia faça esforço adicional para a retomada do crescimento. Está claro que a estratégia que eles estão usando não é eficiente. Eles têm que fazer esforço fiscal e monetário maior", disse. "Eles têm que fazer o que fizemos aqui. O Brasil foi um dos que mais cresceu durante a crise, porque fizemos política anticíclica, que diminui o primário, mas mantém certo nível de crescimento", afirmou. "Os países europeus têm que fazer política monetária mais agressiva, como fizeram os EUA, ou política fiscal expansionista."

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"O continente europeu é muito importante. Quando não está aumentando o consumo, a gente fica sem uma perna. A China também reage a isso, porque é uma grande exportadora. Então, eu acredito que essa situação vai ter que ser mudada", disse, acrescentando que na próxima reunião do G-20 será necessário discussão para que países avançados façam esforço adicional.

FMI

Para o ministro, o Fundo Monetário Internacional (FMI), que anunciou hoje projeção de 0,3% de avanço da economia brasileira em 2014, está fazendo ajustes fortes porque estava otimista com o desempenho dos Estados Unidos e com o Brasil, o que não se confirmou. Segundo ele, o Fundo não contava com a seca no Brasil e uma política monetária mais contracionista. "O FMI deve ter se baseado no resultado (brasileiro) do ano passado e no nosso potencial porque temos mercado que outras economias não têm", afirmou.

Ele destacou que o FMI já previu uma expansão de 3% nos Estados Unidos e já trabalha com 2,2%. "Nós temos uma volatilidade dessas projeções e acredito que estamos todos no mesmo barco na economia mundial, mas em condições diferentes. O Brasil tem condições de reagir melhor porque tem mercado interno", disse.

Mantega citou também a manutenção dos investimento externos no País. "Temos os ingredientes para retomada da economia no ano que vem", afirmou.

De acordo com Mantega, a economia mundial não crescerá tanto em 2015 quando se acreditava. "Teremos que fazer esforço para nos virar com nossas condições", afirmou o ministro, fazendo referência a dar mais condições para exportadores e recuperar mercado interno a partir de mais crédito. "Temos condições de crescer em 2015 mais do que crescemos em 2014", disse. "Só voltando e normalizando o crédito, isso já vai trazer estímulo ao consumo."

Ao citar fatores que influenciam na confiança da economia, Mantega citou que há um problema de contágio mundial. "Você está vendo o que acontece lá fora e, tirando EUA, as notícias não são boas", afirmou, citando queda no preço de commodities. "Com isso, a confiança também não se reativa. Mais para o final do ano poderemos estar recuperando a confiança em função de ativação da economia", afirmou.

Confiança

Segundo o ministro, existe problema de confiança, mas não apenas no Brasil. "A confiança na Alemanha, do empresário alemão, vem caindo oito meses consecutivos", disse. Para Mantega, fatores políticos influenciam a questão da confiança, mas disse que o mais importante para o investidor é que o mercado de consumo cresceu menos. "Então faltou mercado. A indústria e o investimento foram bem no ano passado. Então havia mais confiança", avaliou.

O ministro disse que a indústria não consegue vender e acumulou estoque. Por isso, os empresários perderam a confiança e deixam de investir. No entanto, afirmou que há uma recuperação do comércio que deve crescer entre 3% e 3,5% pela estimativa do IDV.

Destacou também que a indústria automobilística já está vendendo mais e, portanto, estão aumentando a produção. "A confiança voltará quando o comércio tiver num patamar mais elevado. O comércio deve se recuperar. Novembro e dezembro são sempre melhor. A indústria vai desovar os estoques e terá que voltar a produzir. A confiança no setor industrial deve voltar. Já há tendência de melhorar a confiança do consumidor", disse. Para o ministro, o problema é de contágio mundial.

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, classificou de pessimista a projeção de 0,3% de avanço da economia brasileira em 2014 feita pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) e argumentou que há indicadores de que o crescimento será maior no segundo semestre. "A previsão para o Brasil de 0,3% parece um pouco pessimista. É verdade que tivemos um primeiro semestre de crescimento mais fraco, porém no segundo semestre estamos observando recuperação da economia brasileira. Temos vários indicadores que mostram que a partir de julho tivemos aceleração moderada do crescimento", afirmou. Mantega citou dados de produção industrial, IBC-Br, o monitor do PIB mensal da FGV, produção de bens de capital, produção de petróleo e gás, vendas da produção da indústria automobilística. "Tudo indica que terceiro trimestre terá um bom crescimento", afirmou.

"Temos vários indicadores de que está havendo retorno do crédito a partir da flexibilização do Banco Central de diminuir compulsório. O consignado também está aumentando e o crédito está retornando muito gradualmente à economia brasileira, o que deverá levar a um aquecimento moderado da economia até o fim do ano", defendeu.

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Mantega lembrou que a projeção de 0,3% poderá ser revista em novembro, na reunião do G20, na Austrália. "Eles farão nova previsão e podem alterar. Vivemos num mundo volátil, instável, com surpresas. Então previsões têm que ser revistas com certa velocidade", disse.

O ministro voltou a dizer que no primeiro semestre a economia teve problemas internos e externos e apontou que a economia mundial cresceu menos que o esperado e a economia brasileira também. Ele citou a dificuldade de exportação num cenário de baixo crescimento mundial. Mantega mencionou, ainda, que os países da América Latina estão todos apresentando desaceleração do crescimento.

Mantega repetiu a avaliação de que a seca também atrapalhou nos primeiros meses do ano e gerou pressão inflacionária. "O Banco Central fez política monetária bastante rigorosa, reduzindo a disponibilidade de crédito. Uma parte do não crescimento neste ano é falta de credito a partir da política monetária, que pra combater a inflação fez política mais contracionista", disse. Mantega acrescentou que, à medida que a inflação fica mais fraca, as ações podem mudar.

O ministro afirmou que, apesar de o crescimento estar menor, os parâmetros estão saudáveis. "O nível de emprego continua muito alto no Brasil. Continuamos reduzindo o desemprego, ou mantendo o desemprego em patamar historicamente muito baixo. Se o desemprego está baixo, significa que o mercado consumidor está intacto. O que falta é crédito", apontou. Mantega disse que esse cenário é um privilégio do Brasil e que, mesmo nos Estados Unidos, o mercado de consumo não se recuperou satisfatoriamente.

Fed

Mantega avaliou também que a volatilidade no Brasil é diferente do resto do mundo por conta do processo eleitoral. "Temos uma especificidade", disse. Ele lembrou, no entanto, que o Federal Reserve (Fed) já começou a preparar o mundo para elevação da taxa de juros, que virá no ano que vem, e que já causa volatilidade ao redor do globo. Ele defendeu os fundamentos da economia brasileira ao destacar que a dívida externa para administrar é pequena e há um programa de investimento importante em curso.

Mantega lembrou que faz parte da agenda do FMI e do G-20 organizar um fundo de investimento e discutir como elevar o PIB do mundo. Segundo Mantega, já na reunião de primavera do Fundo, em abril, o tema crescimento econômico já foi debatido e vem sendo desenvolvido ao longo desse ano. "Cada país diz como vai contribuir para o crescimento do PIB mundial. Isso é uma agenda do FMI porque falta crescimento na economia mundial. Eu espero que os meus colegas dos países desenvolvidos tomem medidas mais eficientes para aumentar o crescimento", afirmou. Mantega disse que o Japão parou de crescer e que a Alemanha está com dificuldades.

O ministro ainda destacou que a produção industrial brasileira tem trajetória muito semelhante com a da Alemanha. "As duas curvas são idênticas. A nossa produção industrial esse ano está mais fraca, até negativa, e na Alemanha está a mesma coisa", disse.

Mantega disse que muita gente quer atribuir problemas aqui, no Brasil, que são problemas mundiais. "Todo mundo sabe que a Alemanha é um país competitivo", disse. "Não é um problema do Brasil no que diz respeito à exportação dos manufaturados", completou.

Ele lembrou que, na segunda-feira da semana passada, na Fiesp, esteve reunido com mais de 100 empresários, vendo medidas para aumentar a competitividade, mesmo que o mercado não esteja se recuperando.

O Brasil e outros países da América Latina precisam enfrentar problemas estruturais, sob o risco de os níveis de investimento privado continuarem fracos e a atividade econômica desaquecida, alerta o Fundo Monetário Internacional (FMI). Ao mesmo tempo, o FMI afirma que condições adversas, como inflação no topo da meta e deterioração das contas externas em vários países da região, apontam para um limitado arsenal de medidas dos governos para estimular a atividade. Por isso, o relatório do Fundo fala da necessidade de reformas estruturais urgentes.

A política monetária de alguns bancos centrais da região também está em um dilema, destaca o relatório, sem citar nominalmente os países. A autoridade monetária precisa lidar com pressões inflacionárias persistentes ao mesmo tempo em que a atividade econômica está enfraquecida, destaca o FMI. A flexibilidade do câmbio permanece essencial para facilitar os ajustes externos.

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Pelo lado fiscal, um aumento de gastos públicos é ainda mais complicado em países com deterioração das finanças públicas, afirma o FMI no relatório, sem citar nomes. "Alcançar as metas (fiscais) estabelecidas dentro do arcabouço fiscal existente por meio de medidas de alta qualidade é crítico para preservar a credibilidade destas ferramentas, evitando futura evasão fiscal", ressalta o documento.

Citando o Brasil, o FMI destaca que as empresas locais passaram a tomar mais empréstimos em moeda estrangeira e a fazer captações no exterior, aproveitando os juros baixos no primeiro mundo. Isso aumentou a exposição delas a riscos externos. Por isso, o relatório fala que deve ser uma prioridade elevar as taxas de poupança doméstica, incluindo por meio de finanças públicas mais fortes. O cenário externo tende a ficar menos favorável, por exemplo, com a elevação dos juros nos EUA, por isso a necessidade de monitorar o setor financeiro e os passivos das empresas, destaca o relatório.

Nas reformas estruturais, o FMI fala de medidas, no Brasil, para melhorar a educação no curto prazo, aumentar a produtividade e a competitividade, além de se criar um ambiente de negócios que estimule o investimento privado. "Sem tais reformas, o crescimento pode continuar a desapontar em comparação à alta expectativa criada na década passada e colocar em risco as importantes conquistas sociais da região", conclui o texto.

"O desafio dos governos é restabelecer a confiança dos agentes", afirma o economista-chefe do FMI, Olivier Blachard.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) reduziu pela metade sua previsão de crescimento da economia russa para 2015, de 1% para 0,5%, conforme divulgou nesta quarta-feira. Em seu relatório, a instituição financeira mencionou incertezas nos conflitos na Ucrânia como principal causa e recomendou que o banco central russo continue com uma política de aperto monetário para domar as expectativas de inflação.

"As incertezas nas questões geopolíticas fazem os investidores relutarem antes de investir na Rússia", disse Antonio Spilimbergo, do FMI. Apesar da tensão geopolítica, Spilimbergo afirmou que o país está agora bem mais resiliente quanto a choques externos de petróleo do que alguns anos atrás, graças ao alto nível de reservas cambiais, a uma posição internacional de investimentos líquida positiva e a um baixo endividamento público.

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Para este ano, a expectativa é de 0,2% no avanço do Produto Interno Bruto (PIB), com uma saída de capital estimada em US$ 100 bilhões. O banco central russo é mais otimista e espera um crescimento de 0,4% da economia em 2014. Fonte: Dow Jones Newswires.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) aprovou nesta sexta-feira (26) uma entrega adicional de 130 milhões de dólares para Guiné, Libéria e Serra Leoa, os três países mais afetados pelo vírus Ebola.

O financiamento, solicitado pelos governos dos três países, será imediatamente disponibilizado: 41 milhões para a Guiné, 49 milhões para a Libéria e 40 milhões para Serra Leoa. Essa é a pior epidemia de Ebola que se tem notícia, e desde dezembro de 2013 deixou quase 3.000 mortos na África ocidental.

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"O surto de Ebola nesses países já custou um grande número de vidas", disse a diretora-geral do FMI, Christine Lagarde, citada em um comunicado. "O FMI está trabalhando duro com as autoridades das partes afetadas e seus parceiros para garantir que este surto esteja rapidamente sob controle e para ajudar nos esforços subsequentes esforços para reconstruir a economia", informou o texto.

Com a epidemia fora de controle, as projeções preliminares do FMI apontam um queda do crescimento entre 3 e 3,5% na Libéria e em Serra Leoa, e de aproximadamente 1,5% na Guiné. Na quinta-feira, o Banco Mundial elevou sua ajuda de emergência de 170 para 400 milhões de dólares para combater o Ebola.

A instituição diz que seu aporte se dirige ao aumento do número de trabalhadores do setor de saúde em campo e para comprar medicamentos para os pacientes nos países mais atingidos.

O Conselho Executivo do Fundo Monetário Internacional (FMI) aprovou nesta sexta-feira a liberação de US$ 130 milhões a Guiné, Libéria e Serra Leoa para ser usado em resposta à crise do ebola. O financiamento estará disponível imediatamente e deve ajudar a cobrir o rombo na balança de pagamentos e nos orçamentos dos países, hoje estimado em US$ 100 milhões em cada um.

Guiné vai ter à sua disposição US$ 41 milhões, a Libéria poderá retirar até US$ 49 milhões, e Serra Leoa receberá até US$ 40 milhões. O financiamento emergencial vai se somar aos programas de assistência do FMI já existentes para as três nações.

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"A epidemia de ebola está tomando uma quantidade enorme de vidas em Guiné, Libéria e Serra Leoa. Se não for controlado, o surto vai reverter os avanços que esses três países alcançaram nos últimos anos", disse a diretora executiva do FMI, Christine Lagarde. "A assistência ampla e coordenada da comunidade internacional é necessária de forma urgente para dar apoio aos esforços das autoridades nacionais que tentam conter o impacto devastador da doença."

Segundo o fundo, a crise do ebola também trouxe graves prejuízos macroeconômicos e sociais aos três países, já muito fragilizados. Estimativas preliminares do FMI indicam que, já neste ano, os crescimentos da Libéria e de Serra Leoa poderiam recuar até 3,5%, e a economia de Guiné poderia sofrer uma baixa de até 1,5%. As pressões inflacionárias também foram deflagradas nas nações afetadas e as necessidades financeiras se intensificaram, com a epidemia levando a quedas acentuadas na arrecadação de impostos e com o aumento dos gastos para barrar o vírus.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) anunciou nesta quarta-feira (17) que está se preparando para conceder empréstimos, sem juros, no valor de US$ 127 milhões para os três países mais afetados pela epidemia de ebola. Os recursos vão ajudar os governos de Guiné, Libéria e Serra Leoa - que tiveram sua economia prejudicada pelo surto da doença - a financiar os crescentes custos com saúde e segurança.

Segundo o FMI, os empréstimos vão cobrir boa parte da necessidade dos governos nos próximos seis a nove meses. Segundo estimativas, os países precisam de cerca de US$ 300 milhões. A equipe do FMI pediu a aprovação dos empréstimos ao seu conselho, que deverá votar a questão no início próximo mês.

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Os US$ 127 milhões serão adicionados aos empréstimos que o FMI já concedeu aos três países. O Banco Mundial aprovou na terça-feira o envio de US$ 105 milhões para financiar os esforços para conter o ebola. Estima-se que o vírus já fez ao menos 2.400 vítimas fatais, o maior surto da doença já registrado.

Além disso, a epidemia tem causado sérios danos econômicos. À medida que o vírus se espalha, agricultores deixam o campo, lojas fecham e o transporte entre as cidades é interrompido. Segundo o Banco Mundial, o surto de ebola vai reduzir o crescimento da economia de Guiné para 2,4%, ante previsão anterior de expansão de 4,5%. O crescimento econômico na Libéria vai cair para 2,5%, de 5,9% da projeção anterior, e de Serra Leoa cairá para 8%, de expansão de 11,3% prevista anteriormente. Fonte: Associated Press.

O Brasil deve crescer menos que o previsto este ano e em 2015 e precisa de reformas para resolver os gargalos da infraestrutura e estimular a atividade econômica. Além disso, o País pode ter que voltar a elevar os juros, caso a pressão inflacionária persista, recomenda o Fundo Monetário Internacional (FMI) em um documento chamado "Perspectiva Global e Desafios de Políticas", preparatório para a reunião de ministros e banqueiros centrais do G-20, grupo formado pelos países mais ricos do mundo, que ocorre nos próximos dias 20 e 21 na Austrália.

Diante dos números fracos da atividade econômica apresentados até o segundo trimestre, o FMI ressalta que o Brasil e a América Latina devem crescer menos que o esperado em 2014 e 2015, mas não cita projeções. A instituição já rebaixou as estimativas para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil no relatório de previsões divulgado em abril, durante a sua reunião de primavera em Washington. Em julho, fez uma atualização das estimativas e voltou a reduzir os números brasileiros. O próximo relatório será divulgado dia 7 de outubro, às vésperas da reunião anual do Fundo.

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A estimativa do FMI para o Brasil divulgada em julho previa expansão de 1,3% este ano e 2% no ano que vem, números bem acima das apostas mais recentes. O boletim Focus divulgado esta semana pelo Banco Central, que reúne a média das previsões do mercado, indica avanço de 0,33% este ano.

A falta de investimento e de consumo tem contribuído para números decepcionantes no Brasil, ressalta o FMI no documento de hoje, destacando que a confiança de empresários e dos consumidores vem caindo em meio às eleições. "O crescimento na América Latina permanece abaixo do potencial, principalmente no Brasil", diz o FMI.

Emergentes

Os países emergentes como o Brasil, alerta o FMI, precisam se adaptar a um ambiente internacional em transformação que terá juros mais altos em países como os Estados Unidos. Para isso, esses mercados têm que resolver vulnerabilidades. Uma das recomendações é fortalecer o arcabouço de políticas em locais onde a credibilidade está abalada.

No caso do Brasil, o texto diz que a fraca atividade econômica vai dificultar o cumprimento das metas orçamentárias em 2014. Mesmo assim, o FMI ressalta que trabalhar para entregar a meta de superávit primário com políticas sustentáveis é importante para o Brasil colocar a dívida bruta em trajetória de queda e assim estimular a confiança dos agentes. Com a inflação ainda elevada, o documento destaca que um novo aperto monetário, ou seja, alta dos juros, pode ser necessário caso as expectativas para a inflação piorem.

Em relação a reformas, o FMI recomenda ao Brasil, em particular, que faça mudanças relevantes para reduzir os gargalos na infraestrutura. Reformas estruturais levariam o País a um nível de crescimento mais sustentado, afirma.

A economia mundial deverá crescer este ano em ritmo mais lento que o esperado, como resultado das crises geopolíticas na Ucrânia e no Oriente Médio, afirmou a diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, em entrevista ao jornal francês Les Echos.

Segundo Lagarde, a equipe de economistas do FMI está atualizando sua previsão de expansão econômica para 2014 para uma "pequena (taxa) de 3%, entre 3% e 3,5%". "O crescimento está frágil, uma vez que são muitos os risco geopolíticos", disse ela.

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Também na entrevista, publicada nesta segunda-feira, Lagarde defendeu que o governo francês mantenha suas metas de redução do déficit orçamentário, apesar da inflação baixa, e que faça mais reformas no mercado de trabalho, além de tornar sua economia mais flexível.

A inflação anual na França estava em 0,6% em julho, segundo a metodologia da União Europeia, enquanto o Produto Interno Bruto (PIB) do país teve crescimento nulo no segundo trimestre. Fonte: Dow Jones Newswires.

O vice-presidente do PT, deputado José Guimarães (CE), afirmou nesta terça-feira, 29, que o Fundo Monetário Internacional (FMI) "não tem nada que estar avaliando o Brasil" e que o informe que a instituição publicou hoje sobre a economia nacional "não fede nem cheira". "O FMI não tem autoridade para dar pitaco sobre o Brasil", disse, alegando que o modelo econômico proposto pelo FMI fracassou na Europa, nos Estados Unidos e no Brasil.

O vice-presidente do PT afirmou também que o FMI ditava as regras para a economia do País na época do governo do PSDB. "No nosso governo, o gasto público é para o social, para o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) e para a distribuição de renda. Eles querem cortar gastos sociais e nós queremos aumentá-los. O Fundo deve dar conselho em outro canto", afirmou.

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O FMI divulgou hoje um informe no qual aponta o Brasil como um dos emergentes mais vulneráveis a mudanças da economia internacional. A lista é formada por nações com inflação alta e contas externas e fiscais se deteriorando. O Fundo também aponta que o baixo desempenho da economia em países como o Brasil pode ser resultado da falta de infraestrutura adequada e baixa produtividade, e não do desaquecimento da economia global. O FMI diz ainda que o Brasil precisa priorizar investimentos como motor da atividade econômica, colocando menos peso no consumo.

O líder do PT na Câmara, deputado Vicentinho (SP), também afirmou nesta terça que o FMI "não tem autoridade para fazer observações críticas" sobre a economia brasileira. "O FMI deu a receita neoliberal que acabou com o País", disse o petista.

Ao Broadcast Político, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, o deputado petista argumentou que o Brasil atuou nos governos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da presidente Dilma Rousseff para distribuir renda. "O Brasil está no caminho certo". Para rebater as críticas sobre o fraco crescimento do Produto Interno Bruto Nacional (PIB) e a persistência da inflação, Vicentinho disse que os índices atuais são mais positivos do que os registrados no governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

O coordenador-geral da campanha de Aécio Neves à Presidência da República, Agripino Maia (DEM-RN), culpou nesta terça-feira, 29, o governo Dilma Rousseff pela situação de vulnerabilidade econômica apontada em relatório do Fundo Monetário Internacional, divulgado hoje. Um estudo do FMI inclui o Brasil num seleto grupo de sete mercados emergentes que mais podem sentir as mudanças da economia mundial.

"O pessimismo na economia é real e ele prejudica um país. A culpa é do governo e é indelegável", afirmou Agripino, que é presidente do Democratas e para quem o documento do FMI revela mais uma vez a "perda de confiança" do País em nível mundial. "Ou o Brasil muda o governo e readquire confiança ou vai cair para a 25ª economia do mundo", completou.

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Para Agripino Maia, o direito de opinião do FMI tem de ser preservado, ao contrário do que ocorreu no episódio do texto produzido pelo Santander na semana passada. O texto dos analistas do banco mencionava que a queda da presidente Dilma Rousseff nas intenções de voto levaria a uma melhora econômica do País. Após a revelação do episódio, a instituição financeira pediu desculpas e disse que o texto não representa a opinião do banco e, sim, de analistas. "O direito de opinião tem que ser respeitado e não demonizado. Quero ver se o que a FMI vai ser demonizado ou não? É uma mera opinião (do FMI) que tem que ser considerada", afirmou.

O coordenador da campanha de Aécio disse que o governo erra, insiste no erro e também insiste que não estão errados.

Para o deputado federal Luiz Carlos Hauly (PSDB), ex-secretário de Fazenda do Paraná, o relatório do FMI enfraquece o discurso do governo de que os problemas da economia brasileira são resultado de um cenário internacional instável. "O sentimento nacional é de perda de poder aquisitivo e o governo está perdido", disse. "As análises (do FMI) confirmam algo que já era sabido".

Hauly disse que o cenário identificado pelo Fundo Monetário se deve à forma como a política econômica é conduzida pelo governo, citando entre outros pontos os investimentos insuficientes em portos e estradas, além da industrialização do País. "Para cada dólar exportado estão entrando dois. O governo não tem competência para controlar a inflação, e o gasto público tem aumentado acima do crescimento da arrecadação".

O Brasil e outros mercados emergentes, como a África do Sul, precisam de "reformas ambiciosas" para voltar a estimular os empresários a investirem e a economia a crescer mais, afirmou o economista-chefe do Fundo Monetário Internacional (FMI), Olivier Blanchard. "Em um número de países, como o Brasil e a África do Sul, a taxa de investimento é muito baixa, claramente devido a impedimentos estruturais", disse ele, em entrevista à imprensa nesta quinta-feira (24).

Sobre o Brasil, o diretor do departamento para o Hemisfério Ocidental do FMI, Gian Maria Milesi-Ferretti, destacou na entrevista que o investimento tem sido muito fraco e a pressão inflacionária alta, o que levou o Banco Central a elevar os juros em mais de 3 pontos porcentuais. "Isso, evidentemente, tem impacto na demanda", disse. Para o economista, o "espírito animal" dos empresários brasileiros "não está operando muito bem", como pode ser visto pelos níveis baixos de confiança dos agentes.

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A baixa confiança dos empresários brasileiros e os fracos números do Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro trimestre levaram o FMI, destacou o diretor, a reduzir as projeções de crescimento para este ano do País. A expectativa agora é que o Brasil cresça 1,3%, uma das menores taxas entre os maiores países emergentes.

Falando da necessidade de reformas nos emergentes, Blanchard destacou o México como exemplo de um país que tem conseguido fazer reformas relevantes. Mesmo assim, a previsão de crescimento para a economia mexicana foi reduzida pelo FMI, por conta da desaceleração da expansão nos Estados Unidos em 2014.

A diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, parabenizou a presidente Dilma Rousseff pela "bem-sucedida" VI Cúpula dos Líderes do Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), em Fortaleza. Em carta encaminhada a Dilma, Lagarde destaca o estabelecimento do Arranjo Contingente de Reservas anunciado na reunião.

"O staff do FMI terá grande satisfação de trabalhar com a equipe do Brics responsável por este projeto, com vistas a reforçar a cooperação entre todas as partes integrantes da rede internacional de segurança destinada a preservar a estabilidade financeira no mundo", afirma a diretora do fundo internacional.

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Acertado em Fortaleza, o Arranjo Contingente de Reservas é uma espécie de fundo anticrise que terá capital de US$ 100 bilhões.

Lagarde classificou as nações que fazem parte do Brics como "membros-chave" do FMI. "Esperamos fortalecer ainda mais a nossa cooperação futura", ressalta.

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