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Pelo menos duas pessoas morreram e outras sete ficaram feridas, cinco delas em estado grave, na manhã desta quinta-feira, 30, em um ataque a tiros na área de uma colônia judaica em Jerusalém ocupada e anexada por Israel, disseram equipes de emergências.

A polícia confirmou o ataque com "várias vítimas" em uma das vias de acesso a Jerusalém, perto da estação de trem e ônibus, e indicou que os dois suspeitos "foram neu.tralizados no local". O ataque ocorreu quando dois homens armados abriram fogo contra pessoas que esperavam por ônibus na entrada de uma rodovia principal de Tel Aviv em Jerusalém

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Os feridos foram transferidos para os hospitais Shaare Tzedek e Hadassah Ein Karem, em Jerusalém, informou o serviço médico de emergência Magen David Adom (MDA).

"Dois terroristas que chegaram ao local armados em um veículo dispararam contra civis no ponto de ônibus e foram neutralizados pelas forças de segurança e por um civil nas proximidades", disse um porta-voz da polícia.

O serviço médico de emergência Magen David Adom (MDA) informou que tratou sete feridos. Os dois em estado crítico foram atendidos no local, enquanto os outros cinco, em estado grave a moderado, foram transferidos para hospitais.

A polícia, que não deu mais detalhes sobre a condição dos agressores, confirmou que há várias vítimas, "incluindo mortes e ferimentos graves" e que, sob o comando do Comissário de Jerusalém Doron Turgeman, eles já abriram uma investigação preliminar sobre o ataque e fecharam o cerco na área do ataque.

Não ficou claro se o ataque foi realizado por um grupo terrorista ou por indivíduos agindo por conta própria, ou se teria algum impacto sobre a trégua em Gaza na guerra contra o Hamas.

"Um relatório foi recebido às 7h38, horário local (5h38 GMT), de um ataque terrorista a tiros no Weizmann Boulevard, em Jerusalém", informou inicialmente o MDA. O ataque ocorre em meio a uma atmosfera tensa na Cisjordânia e em Jerusalém, paralelamente à guerra com Gaza, onde uma extensão da trégua por um sétimo dia foi acordada nesta quinta-feira (Com agências internacionais).

Um táxi-aéreo sem passageiros sobrevoou Jerusalém como parte de um experimento israelense destinado a desenvolver uma rede de drones com o objetivo de aliviar o congestionamento do tráfego.

Fabricada por uma empresa chinesa, a nave decolou na quarta-feira do heliponto do hospital de Hadassah, no oeste de Jerusalém, para um voo de teste de alguns poucos minutos, sem passageiro a bordo.

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Este veículo autônomo, que funciona com eletricidade, tem uma cabine para dois passageiros e pode voar até 35 quilômetros, segundo os organizadores do experimento - entre eles, o Ministério israelense dos Transportes e operadores de drones privados.

"O que veem aqui é um táxi aéreo que, no futuro, será capaz de transportar pessoas de um lugar para outro", afirmou a diretora da Autoridade de Inovação de Israel, Daniella Partem.

Israel é um dos países pioneiros no desenvolvimento de drones, usados para fins militares. O Exército do país utiliza os equipamentos para vigiar as áreas palestinas da Cisjordânia ocupada e a Faixa de Gaza, assim como alguns dos países árabes vizinhos.

Desde 2019, o país investe na Iniciativa Nacional de Drones de Israel (INDI, na sigla em inglês), com o objetivo de construir táxis aéreos para transportar passageiros e carga, de modo a aliviar os persistentes problemas de tráfego em suas rotas.

Israel fez mais de 20 mil voos experimentais de aparelhos não tripulados de diferentes tamanhos e se orgulha de ser referência internacional nesta área.

O plano nacional de drones prevê um investimento de 60 milhões de shekels (US$ 16 milhões, ou R$ 78,7 milhões na cotação atual) nos próximos dois anos para o desenvolvimento de voos de drones para uso civil.

"Isso vai permitir que várias empresas tenham drones em voo na mesma área e, ao mesmo tempo, que tenham aparelhos para uso médico e entrega de alimentos", explicou Partem aos jornalistas.

Segundo ela, "isso vai ajudar a criar um mercado economicamente viável".

Partem destacou que a taxa de acidentes registrada desde o início dos testes é inferior a "um a cada 2.000 voos".

Para o diretor do Departamento de Infraestruturas Aéreas da Autoridade de Aviação Civil de Israel, Libby Bahat, "o principal desafio é a segurança".

"A segurança das pessoas em terra e, no futuro (...) das pessoas nos veículos", afirmou, acrescentando que os parâmetros de segurança devem incorporar estradas, edifícios e vias férreas.

O INDI informou que já fez testes para transferir amostras de sangue.

Esse não é o único experimento com um táxi-drone. Vários países realizam voos de teste, como a França, por exemplo, de olho nos Jogos Olímpicos de 2024.

A polícia de Israel anunciou a detenção de mais de 350 pessoas durante confrontos violentos na madrugada de quarta-feira (5) na mesquita de Al-Aqsa, em Jerusalém, ao mesmo tempo que o movimento Hamas convocou os palestinos a comparecer ao local para defender o emblemático templo muçulmano.

Os confrontos coincidem com as celebrações do Ramadã muçulmano e da Páscoa judaica, em um clima de grande tensão entre israelenses e palestinos desde o início do ano.

O movimento islâmico Hamas, que governa a Faixa de Gaza, denunciou um "crime sem precedentes" e convocou os palestinos da Cisjordânia ocupada "a comparecer em massa à mesquita de Al Aqsa para defendê-la".

O templo fica na Esplanada das Mesquitas, o terceiro local mais sagrado do Islã, em Jerusalém Oriental, o setor palestino da Cidade Sagrada ocupado e anexado por Israel.

A Esplanada está construída sobre o que os judeus chamam de Monte do Templo, o local mais sagrado do judaísmo.

O ministro palestino de Assuntos Civis, Hussein Al Sheikh, afirmou que "o nível de brutalidade (da polícia israelense) exige uma ação urgente palestina, árabe e internacional".

A Jordânia, que administra os locais sagrados muçulmanos de Jerusalém, condenou o "ataque" à mesquita e pediu às forças israelenses que se retirem imediatamente. A Arábia Saudita afirmou que "rejeita categoricamente" as ações que violem "os princípios e normas internacionais de respeito aos locais sagrados".

Explosões

A polícia israelense divulgou um vídeo que mostra explosões do que pareciam ser fogos de artifício dentro do santuário e o que parecem ser pessoas atirando pedras.

Em outro vídeo da polícia, agentes da tropa de choque avançam em direção à mesquita e usam escudos como proteção aos disparos de foguetes.

As imagens mostram uma porta cercada por barricadas, fogos de artifício em um tapete e a polícia retirando pelo menos cinco pessoas algemadas.

Em um comunicado, a polícia denuncia a ação de "vários jovens criminosos e agitadores mascarados que entraram com fogos de artifício, pedaços de pau e pedras" na mesquita.

"Os líderes ficaram entrincheirados dentro da mesquita durante várias horas (após a última oração vespertina) para perturbar a ordem pública e profanar a mesquita, enquanto gritavam frases que incitavam o ódio e a violência", acrescenta a nota.

"A polícia foi obrigada (a intervir) para desalojá-los e permitir que ocorressem (as primeiras orações do amanhecer) e evitar distúrbios violentos", destacou a força de segurança.

"Ação determinada"

O ministro israelense da Segurança Interna, Itamar ben Gvir, acusou os palestinos que foram retirados da mesquita de tentativa de "ferir e matar policiais, e ferir cidadãos israelenses". Ele elogiou a "ação rápida e determinada" da polícia.

Após os confrontos em Al-Aqsa, vários foguetes foram disparados a partir do norte da Faixa de Gaza em direção ao território de Israel.

Em represália, o exército israelense executou ataques aéreos contra o que afirmou que eram instalações militares do Hamas na Faixa de Gaza, onde dezenas de pessoas haviam protestado horas antes. Os manifestantes queimaram pneus e prometeram "defender e proteger a mesquita de Al-Aqsa.

O ministério das Relações Exteriores do Egito condenou a "entrada da polícia israelense na mesquita de Al Aqsa e a agressão contra os fiéis".

O conflito palestino-israelense ficou ainda mais tenso nos últimos meses, após a posse em dezembro de um dos governos mais à direita da história de Israel.

A violência provocou quase 110 mortes desde janeiro e foi retomada no fim de semana passado, após uma calma relativa que era observada desde o início do Ramadã, em 23 de março.

Um americano foi preso nesta quinta-feira (2) por vandalizar uma igreja na Cidade Velha de Jerusalém, disse a polícia israelense.

O suspeito foi detido depois que uma estátua de madeira de Jesus foi derrubada e danificada na Igreja da Condenação, onde os cristãos acreditam que Jesus foi açoitado e condenado à morte.

"O suspeito preso é um turista americano na casa dos quarenta anos, que vandalizou e quebrou uma estátua na igreja", disse um comunicado da polícia, explicando que sua saúde mental está sendo avaliada.

Majid al-Rishq, o guarda que prendeu o réu, o descreveu como um judeu armado com um martelo.

"Ele começou a bater na estátua de Cristo na Igreja da Condenação. (...) Consegui agarrá-lo e puxá-lo para longe, mas ele derrubou a estátua e a quebrou", disse Rishq à AFP.

A estátua de madeira foi levada da Espanha para Jerusalém em 1912, conta Eugenio Alliata, diretor do Museu Arqueológico SBF, que reúne objetos da Terra Santa.

A Cidade Velha está localizada em Jerusalém Oriental, anexada por Israel, e abriga locais sagrados para cristãos, judeus e muçulmanos.

A Igreja da Condenação está localizada na Via Dolorosa, que segundo os cristãos marca o caminho que Jesus percorreu antes de sua crucificação.

Dois ataques com bombas em pontos de ônibus em Jerusalém deixaram pelo menos um morto e 14 feridos nesta quarta-feira, anunciaram as autoridades de Israel.

Uma explosão em um ponto de ônibus na região de Jerusalém deixou 12 feridos, quatro deles em estado grave. O segundo ataque, em outro ponto, destruiu um ônibus e feriu três pessoas.

A polícia de Israel classificou as explosões de "ataques" e informou que uma das pessoas atingidas não resistiu aos ferimentos.

A primeira explosão destruiu uma proteção de metal atrás do ponto de ônibus.

"Ouvimos uma forte explosão. Imediatamente comparecemos ao local e observamos duas pessoas gravemente feridas, um adolescente de 16 anos em um ponto de ônibus e uma pessoa de 45 anos em uma calçada próxima", afirmou o socorrista Moshe Tobolsky.

Quando a polícia chegou ao local da primeira explosão, a segunda detonação foi ouvida em uma área próxima.

"Diferentes cargas explosivas foram colocadas nos dois lugares. Suspeitamos que foi um ataque coordenado", afirmou a polícia israelense em um comunicado. Uma fonte das forças de segurança afirmou à AFP que as bombas foram ativadas à distância.

O último atentado com bomba em Jerusalém havia acontecido em 2016, segundo o Serviço de Segurança Interna de Israel, Shin Beth.

- "Terrorismo" -

O primeiro-ministro Yair Lapid convocou uma reunião de emergência na sede do exército em Tel Aviv e informará a situação de Segurança a seu sucessor designado, Benjamin Netanyahu, que venceu as eleições legislativas de 1º de novembro.

Netanyahu, que foi primeiro-ministro de 1996 a 1999 e de 2009 a 2021, está em negociações atualmente com seus aliados dos partidos ultraortodoxos e da extrema-direita sobre a composição do futuro governo.

"Temos que formar um governo o mais rápido possível, porque o terrorismo não espera", disse Itamar Ben Gvir, líder da extrema-direita que deseja assumir o cargo de ministro da Segurança Pública. Ele pediu às autoridades uma operação de "assassinatos seletivos" de supostos terroristas.

Sem reivindicar a autoria dos atentados, o movimento islamita palestino Hamas, no poder na Faixa de Gaza, "celebrou" os ataques, que chamou de "preço dos crimes e das agressões de Israel contra nosso povo".

- Roubo de cadáver -

Após os atentados fatais cometidos em Israel em março e abril, além de outras ações posteriores, o exército do Estado hebreu efetuou mais de 2.000 operações na Cisjordânia.

As incursões, que muitas vezes foram acompanhadas por distúrbios, provocaram as mortes de mais de 125 palestinos, o balanço mais grave na região em sete anos, de acordo com a ONU.

Durante a noite, as forças israelenses mataram um palestino em confrontos na cidade de Nablus, segundo o ministério da Saúde palestino.

O exército do Estado hebreu informou que o corpo de um civil israelense de 18 anos, que morreu na terça-feira em um acidente de trânsito na Cisjordânia ocupada, foi "roubado" do hospital de Jenin, reduto das facções armadas no norte da Cisjordânia.

A ação não foi reivindicada de maneira imediata, mas fontes locais afirmaram à AFP que combatentes palestinos em um campo de refugiados próximo estavam com o corpo.

O sequestro de israelenses, vivos ou mortos, já foi usado como moeda de troca de grupos armados para pedir a libertação de prisioneiros ou a devolução dos corpos de companheiros falecidos.

Um grafite com o nome de um cavaleiro e herói suíço do século XV foi descoberto em uma parede em Jerusalém - anunciou a Autoridade de Antiguidades de Israel (AAI) nesta quinta-feira (20).

O cavaleiro Adrian von Bubenberg teria chegado como peregrino à Terra Santa em 1466 e teria marcado seu nome e o brasão de sua família.

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A inscrição foi encontrada em uma parede no local do túmulo do rei Davi, localizado no Monte Sião, próximo à Cidade Velha.

"Este edifício serviu de mosteiro e abrigo para peregrinos do Ocidente, que deixavam suas marcas nas paredes", explicaram os pesquisadores da AAI Michael Chernin e Shai Halevi.

No âmbito de um trabalho de pesquisa sobre as inscrições deixadas pelos peregrinos, prática corrente na época, descobriu-se neste local mais de 40 grafites, em várias línguas, algumas delas com emblemas de cavaleiros medievais.

A técnica utilizada para revelar as inscrições foi a da fotografia multiespectral, de acordo com os pesquisadores. Ela permite revelar linhas invisíveis ao olho humano e desbotadas pelo tempo.

Adrian von Bubenberg é famoso por ter vencido uma batalha decisiva em 1476 contra o duque da Borgonha, Carlos, o Temerário, que ameaçava a independência da Suíça.

Há dúvidas sobre se o grafite foi feito por ele, ou por seu filho Adrian II von Bubenberg, que também fez uma peregrinação a Jerusalém.

"Esta investigação abrange diferentes religiões e culturas, crentes, peregrinos e simples visitantes que buscam contato com a santidade de Jerusalém e que deixaram vestígios que a AAI revela diariamente", afirmou seu diretor, Eli Escusido, em um comunicado.

A polícia israelense anunciou, neste domingo (14), a prisão de um suspeito do ataque armado a um ônibus perto da Cidade Velha de Jerusalém, que deixou oito feridos, dois em estado grave e uma mulher grávida.

"O terrorista está em nossas mãos", disse o porta-voz da polícia Kan Eli Levy à rádio pública horas após o ataque, que ocorreu nas primeiras horas de domingo perto do Túmulo de Davi, um local sagrado para judeus, cristãos e muçulmanos.

"Trata-se de um agressor solitário, um morador da cidade com antecedentes criminais", declarou o primeiro-ministro israelense, Yair Lapid, durante sua reunião de gabinete.

"Qualquer um que queira nos prejudicar deve saber que pagará o preço por qualquer dano aos nossos civis", ressaltou em um comunicado.

O Magen David Adom, o equivalente israelense da Cruz Vermelha, interveio após receber relatos de tiros em um ônibus em Jerusalém.

Seu porta-voz, Zaki Heller, relatou sete feridos, "todos conscientes, uma mulher e seis homens, dois dos quais em estado grave".

A polícia registrou oito feridos, de acordo com o balanço mais recente.

"Podemos confirmar que cidadãos americanos estão entre as vítimas", informou à AFP um porta-voz da embaixada dos Estados Unidos em Jerusalém.

No Hospital Shaarei Tsedek, em Jerusalém, a equipe médica precisou realizar uma cesariana em uma mulher grávida ferida no ataque.

"Ela continua entubada e em estado grave. A criança nasceu e está em estado estável", disse o porta-voz do hospital à AFP.

Por sua vez, o movimento islâmico palestino Hamas, que controla a Faixa de Gaza, saudou uma "operação heroica", sem reivindicá-la formalmente.

"Nosso povo continuará resistindo e lutando contra o ocupante por todos os meios", disse o Hamas em comunicado.

- "Todo mundo em pânico" -

"Eu estava voltando do Muro das Lamentações. O ônibus estava cheio de passageiros. Parei no ponto do Túmulo de Davi. Naquele momento começou o tiroteio", disse o motorista do ônibus, Daniel Kanievsky, a um pequeno grupo de jornalistas no local.

"Vi duas pessoas sangrando no ônibus. Todo mundo estava em pânico", acrescentou ele, parado na frente de seu ônibus crivado de balas perto da Cidade Velha de Jerusalém.

Recentemente, 19 pessoas - a maioria civis israelenses - foram mortas, principalmente em ataques de palestinos. Três atacantes árabes israelenses também foram mortos.

Neste contexto, as autoridades israelenses intensificaram as operações na Cisjordânia ocupada. Mais de 50 palestinos foram mortos, incluindo combatentes e civis, em operações e incidentes na Cisjordânia.

E na semana passada, o exército israelense realizou uma "operação preventiva" contra a Jihad Islâmica, um movimento islâmico armado na Faixa de Gaza, que respondeu com salvas de foguetes contra Israel.

Pelo menos 49 palestinos, incluindo combatentes da Jihad Islâmica, mas também civis e crianças, morreram durante esta escalada militar de três dias, que terminou com uma trégua em 7 de agosto, favorecida pela mediação do Egito.

Jerusalém será palco neste domingo (29) da polêmica "marcha das bandeiras", com a qual os israelenses lembram a ocupação da parte leste da cidade, que coincide este ano com semanas de tensões exacerbadas entre israelenses e palestinos.

O desfile, para o qual foram mobilizados 3.000 policiais, é realizado no chamado "Dia de Jerusalém", em que Israel relembra a "reunificação" da cidade, cuja parte oriental foi ocupada por Israel em 1967 e anexada em 1980.

A grande maioria da comunidade internacional nunca reconheceu o domínio israelense sobre Jerusalém Oriental. Horas antes de começar, um líder de extrema direita israelense, Itamar Ben Gvir, e outros nacionalistas visitaram o Monte do Templo em Jerusalém Oriental.

"Vim para apoiar as forças de segurança e espero que a polícia traga ordem ao Monte do Templo (...) Hoje venho afirmar que nós, o Estado de Israel, somos soberanos aqui", disse Itamar Ben Gvir.

A Esplanada está no centro das recentes tensões israelenses-palestinas na Cidade Velha de Jerusalém. É o terceiro lugar mais sagrado para o Islã e o mais sagrado para os judeus, que o chamam de Monte do Templo.

O status quo atual estipula que os judeus podem entrar na Esplanada, mas não podem rezar lá. Os palestinos denunciam como "provocações" a entrada de judeus no local, cujo acesso também é controlado pelas forças israelenses.

Nas ruas da Cidade Velha, dezenas de jovens judeus nacionalistas cantavam e dançavam, agitando bandeiras israelenses brancas e azuis, diante de palestinos surpresos, segundo um jornalista da AFP.

Antecipando os confrontos, no bairro muçulmano da Cidade Velha, a maioria das lojas fechou neste domingo e os moradores permaneceram trancados em suas casas.

Em partes de Jerusalém Oriental, muitos palestinos colocam bandeiras palestinas nos telhados e janelas, como sinal de protesto contra esta celebração israelense, que reunirá milhares de pessoas. Os palestinos esperam que Jerusalém Oriental seja um dia a capital de seu futuro Estado.

- 11 dias de guerra-

No ano passado, no Dia de Jerusalém e após dias de confrontos entre israelenses e palestinos em Jerusalém Oriental, o movimento islâmico palestino Hamas disparou foguetes contra Israel da Faixa de Gaza, que respondeu com ataques aéreos contra este enclave palestino.

Gaza é governada pelo Hamas e está sob bloqueio israelense há 15 anos.

A guerra deixou 260 palestinos mortos, incluindo 66 crianças, enquanto 14 pessoas foram mortas em Israel.

O Hamas e outros grupos palestinos alertaram nestes dias que vão "responder" se os participantes da manifestação nacionalista israelense se aproximarem da Esplanada das Mesquitas.

"Não hesitaremos em usar todos os meios para impedir a incursão em nossos lugares sagrados e Israel pagará um alto preço", disse à AFP Ghazi Hamad, um dos funcionários do Hamas em Gaza.

Espera-se que os manifestantes israelenses entrem na Cidade Velha pelo Portão de Damasco, muito usado pelos palestinos, antes de se moverem em direção ao Muro das Lamentações, que os judeus reverenciam como remanescente do Templo de Jerusalém e no qual rezam diariamente.

O primeiro-ministro israelense Naftali Bennett confirmou que a marcha "será realizada na rota planejada, como tem sido o caso há décadas". Ou seja, dentro da Cidade Velha, mas sem passar pela Esplanada.

O desfile será um teste "pessoal" para Bennett, que há anos encarna a direita nacionalista israelense, segundo o jornal Yediot Aharonot.

De acordo com o analista e ex-oficial de inteligência israelense Shlomo Mofaz, Bennett está apostando que "o Hamas não tem interesse em outra guerra e agora está focado na reconstrução de Gaza". Mas se houver violência em Jerusalém e baixas palestinas, isso pode levar o Hamas ou outros grupos armados palestinos, como a Jihad Islâmica, a mudar de ideia, disse Mofaz.

Policiais israelenses e manifestantes palestinos voltaram a se enfrentar nesta quinta-feira (5) na Esplanada das Mesquitas, em Jerusalém Leste, no retorno dos fiéis judeus para rezar após a pausa do Ramadã.

A polícia israelense afirmou em um comunicado que "repeliu os desordeiros que atiraram projéteis na Esplanada das Mesquitas" e informou que pelo menos um agente ficou levemente ferido.

A polícia reforçou a presença diante da mesquita de Al Aqsa, que fica na esplanada.

A Esplanada das Mesquitas é o terceiro local sagrado do islã e o local mais sagrado do judaísmo, com o nome de Monte do Templo.

Desde meados de abril, confrontos recorrentes entre policiais israelenses e manifestantes palestinos deixaram quase 300 feridos, em sua grande maioria palestinos, neste complexo localizado em Jerusalém Leste, ocupado desde 1967 por Israel.

Os distúrbios desta quinta-feira acontecem na data do 74º aniversário da criação do Estado de Israel, de acordo com o calendário hebraico, e no dia de retorno dos fiéis judeus ao local depois da pausa durante o mês de jejum muçulmano do Ramadã.

Com base em um acordo tácito entre as diferentes religiões, os não muçulmanos podem comparecer à esplanada, mas sem rezar.

Mas o número crescente de judeus que entram no local e o fato de que alguns rezam de maneira escondida provocam o temor entre os muçulmanos de uma possível mudança de 'status quo'.

Na semana passada, o líder do movimento islamita palestino Hamas na Faixa de Gaza, Yahya Sinwar, ameaçou Israel com disparos de foguetes a partir deste território palestino em caso de "nova agressão" na mesquita de Al Aqsa, onde as forças de segurança israelenses entraram em abril, o que provocou uma onda de indignação no mundo árabe.

Uma dúzia de pessoas ficaram feridas em distúrbios entre manifestantes palestinos e policiais israelenses neste domingo (17) em torno da Esplanada das Mesquitas de Jerusalém, o terceiro lugar sagrado do Islã que já foi palco de confrontos violentos na sexta-feira.

Na manhã deste domingo, "centenas" de manifestantes palestinos começaram a recolher pedras na esplanada antes da chegada dos judeus que podem visitar este local, considerado o mais sagrado do judaísmo, em determinados horários e sob certas condições, conforme indicado pela polícia.

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As forças de segurança israelenses entraram na Esplanada das Mesquitas para "despejar" esses manifestantes e "restaurar a ordem", disse a polícia.

Testemunhas e socorristas indicam que uma dúzia de palestinos ficaram feridos nesses distúrbios. "Nossas equipes trataram uma dúzia de feridos (...) oito deles durante um ataque (pela polícia) e dois com balas de borracha", disse o Crescente Vermelho palestino.

Em outro incidente, desta vez na Cidade Velha, localizada na parte leste de Jerusalém ocupada por Israel desde 1967, palestinos atiraram pedras em ônibus, ferindo levemente cinco israelenses, segundo a mídia e a polícia israelenses.

Esses incidentes ocorrem quando a missa cristã da Páscoa é celebrada neste domingo, e as orações para Pessah, a Páscoa judaica, e para o mês muçulmano do Ramadã na Cidade Velha de Jerusalém, um centro às vezes conflituoso onde as três religiões monoteístas coincidem.

Na sexta-feira, mais de 150 pessoas ficaram feridas em confrontos entre manifestantes palestinos e policiais israelenses na Esplanada das Mesquitas, após semanas de tensão por uma série de ataques anti-israelenses na região de Tel Aviv, seguidos por operações "contra-terroristas" do Estado hebraico na Cisjordânia ocupada.

O papa Francisco defendeu neste domingo (17) o acesso "livre" aos lugares sagrados de Jerusalém, onde nos últimos dias confrontos entre fiéis muçulmanos e forças israelenses deixaram dezenas de feridos na Esplanada das Mesquitas.

"Que os israelenses, os palestinos e todos os habitantes da Cidade Santa, juntamente com os peregrinos, possam experimentar a beleza da paz, viver em fraternidade e acessar livremente os Lugares Sagrados, respeitando mutuamente os direitos de cada um", disse o papa na tradicional benção "Urbi et Orbi" do domingo de Páscoa, proferida da varanda da Basílica da Praça de São Pedro.

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O pontífice também rezou por "paz para o Oriente Médio, devastado por anos de divisão e conflito".

Neste domingo, uma dúzia de pessoas ficaram feridas em tumultos entre manifestantes palestinos e policiais israelenses em torno da Esplanada das Mesquitas de Jerusalém, o terceiro lugar sagrado do Islã que já foi palco de violentos confrontos na sexta-feira.

Esses incidentes ocorrem quando a missa cristã da Páscoa é celebrada neste domingo, e as orações para Pessach, a Páscoa judaica, e para o mês muçulmano do Ramadã na Cidade Velha de Jerusalém, um centro às vezes conflituoso onde as três religiões monoteístas coincidem.

Mais de 150 pessoas ficaram feridas nesta sexta-feira (15) em confrontos entre manifestantes palestinos e policiais israelenses na Esplanada das Mesquitas de Jerusalém, os primeiros distúrbios no início do mês do Ramadã, que levantam temores de um novo surto de violência nos Territórios Palestinos.

Um total de "153 palestinos feridos foram transferidos" para hospitais de Jerusalém e "dezenas" foram tratados no local, disse à AFP um funcionário do Crescente Vermelho palestino.

Por sua vez, a polícia israelense relatou três feridos entre suas tropas.

Segundo uma ONG de defesa dos prisioneiros palestinos, cerca de 400 pessoas foram presas.

Os distúrbios começaram nesta sexta-feira, quando vários palestinos atiraram pedras e as forças de segurança israelenses responderam com balas de borracha e bombas de efeito moral contra os manifestantes.

Por volta das 04h00 da manhã, "dezenas de jovens desordeiros encapuzados", alguns acenando com a bandeira do movimento islâmico palestino Hamas, "começaram uma procissão" pela Esplanada das Mesquitas e atiraram pedras contra o Muro das Lamentações, disse a polícia israelense.

Esses confrontos na Esplanada são os primeiros a serem registrados este ano durante o mês do Ramadã, um período de jejum e oração em que os palestinos muçulmanos rezam na Mesquita de Al Aqsa, o terceiro lugar sagrado para o Islã.

"Não há lugar para invasores e ocupantes em nossa sagrada Jerusalém", reagiu o chefe do escritório político do Hamas, Ismail Haniyeh, nesta sexta-feira.

O Hamas, que controla Gaza, viu suas capacidades militares reduzidas nos confrontos de 2021 e buscaria manter o conflito ativo na Cisjordânia e em Jerusalém, mas não na Faixa, estimam analistas.

"O confronto será mais difícil" para as forças israelenses "se não acabarem com a agressão contra nosso povo", disse a Jihad Islâmica, outro movimento palestino, em comunicado nesta sexta-feira.

"Não temos interesse em que o Monte do Templo se torne um centro de violência. Isso prejudicaria tanto os muçulmanos de lá quanto os judeus no Muro das Lamentações", disse o ministro da Segurança Pública israelense, Omer Bar-Lev.

A Jordânia administra a Esplanada, mas o acesso é controlado por Israel. Pouco antes do início do mês do Ramadã deste ano, em 2 de abril, altos funcionários israelenses e funcionários jordanianos intensificaram as trocas para evitar distúrbios.

Esses confrontos no coração de Jerusalém, que coincidem este ano com o início da Páscoa católica e da Páscoa judaica, Pessach, ocorrem após semanas de tensão em Israel e na Cisjordânia, território ocupado desde 1967 por Israel.

Desde 22 de março, Israel sofreu quatro ataques que deixaram 14 mortos. Dois deles foram reivindicados pela organização jihadista Estado Islâmico e outros dois foram perpetrados por palestinos da região de Jenin, no norte da Cisjordânia.

Do lado palestino houve 22 mortes, contando os agressores.

A maioria das vítimas foi morta em operações do exército israelense na Cisjordânia, segundo uma contagem da AFP.

Desde quinta-feira, quatro palestinos foram violentamente mortos em operações militares israelenses na Cisjordânia, segundo fontes oficiais palestinas.

Na última segunda-feira (28), as forças israelenses promoveram uma ação violenta durante a comemoração do feriado mulçumano de al-Isra Wal Miraj, em Jerusalém. Na ocasião, policiais atacaram palestinos, que participavam da festividade, incluindo crianças, com bombas de efeito moral e cassetetes. 

Entre os menores feridos está Munawar Burqan, de 11 anos, que foi atingida por uma bomba. De acordo com informações da imprensa local, a menina tem necessidades especiais. Em vídeos que circulam nas redes sociais, a menina, após ser atingida pelo explosivo, é resgatada com ferimentos no rosto.

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Nas imagens também é possível ver outras crianças agredidas e sendo detidas pelas forças israelenses em meio ao tumulto. Segundo o jornalista Mohammed El-Kurd, o ataque resultou em 31 pessoas feridas e 20 detidas.

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As ruas de Israel, a Cisjordânia e os lugares santos de Jerusalém apareceram cobertas de branco, nesta quinta-feira (27), após uma nevasca incomum nesta região.

A tempestade excepcional, que já havia caído sobre Atenas e Istambul, atingiu Jerusalém na noite de quarta-feira (26). Segundo os serviços meteorológicos, deixou cerca de 20 centímetros de neve.

Na manhã desta quinta, ainda havia vestígios dela em vários lugares para o deleite de seus habitantes, que desafiaram as temperaturas nórdicas e saíram às ruas para ver a neve.

A tempestade bloqueou estradas no centro e no norte de Israel. Causou o fechamento de escolas e a suspensão dos transportes públicos para evitar acidentes. A polícia mobilizou limpa-neves para liberar as estradas.

Na Cisjordânia ocupada, também tingida de branco em algumas partes, a Autoridade Palestina anunciou o fechamento de escolas e alguns serviços para evitar acidentes nas vias.

Um homem armado matou uma pessoa e deixou quatro outras feridas antes de ser morto a tiros pela força de segurança israelense, perto da entrada de um local sagrado na Cidade Velha de Jerusalém, neste domingo (21), conforme informou a polícia de Israel. De acordo com os policiais, o atirador era palestino.

A polícia disse que o ataque ocorreu perto da entrada de um santuário contestado por judeus, que o chamam de Monte do Templo, e mulçumanos, que conhecem o local como Santuário Nobre. A violência em torno do espaço sagrado desencadeou confrontos anteriores entre israelenses e palestinos.

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As autoridades policiais também disseram que o atirador era um palestino, residente de Jerusalém Oriental, na casa dos 40 anos. O Ministro da Segurança Pública, Omer Bar Lev, disse a repórteres que o homem era membro do braço político do grupo militante Hamas e que a esposa dele havia deixado o país três dias antes.

Sem assumir a autoria do ataque, o Hamas elogiou o atirador, chamando o incidente de uma "operação heroica". "A resistência de nosso povo continuará sendo legítima por todos os meios e ferramentas contra os ocupantes sionistas até que nossos objetivos sejam alcançados e a ocupação seja expulsa de nossos locais sagrados e de todas as nossas terras", disse o porta-voz Abdel Latif al-Qanou.

No Twitter, o embaixador da União Europeia em Israel, Dimiter Tzantchev, disse que seus pensamentos estavam "com as vítimas do ataque covarde na Cidade Velha de Jerusalém" e condenou o ataque. "Violência nunca é a resposta."

O incidente foi o segundo desse tipo no local nos últimos dias. Na quarta-feira, 17, um adolescente palestino, de 16 anos, foi morto a tiros depois de esfaquear dois policiais israelenses.

Um homem que atacou nesta quarta-feira (17) as forças israelenses com uma faca na Cidade Velha de Jerusalém foi morto, informou a polícia israelense.

Dois membros da polícia de fronteira foram "esfaqueados" perto de uma yeshiva (escola talmúdica) na rua Al-Wad, que atravessa o bairro muçulmano da Cidade Velha, de acordo com um comunicado da polícia.

Um porta-voz da polícia confirmou à AFP que o agressor havia sido morto pela polícia.

Segundo a polícia israelense, ele tinha 16 anos e vivia em Jerusalém Oriental, setor palestino da cidade ocupado desde 1967 por Israel e posteriormente anexado.

Os policiais foram levados para o hospital Hadassah em Jerusalém, disse o órgão de segurança United Hatzalah em um comunicado.

Jerusalém, a Cisjordânia ocupada e Israel são palco desde outubro de 2015 e há meses de ataques anti-Israel, realizados regularmente por jovens palestinos isolados.

Cerca de 200.000 israelenses vivem em Jerusalém Oriental, assim como 300.000 palestinos.

A colonização israelense, ilegal segundo o direito internacional, continuou sob todos os governos israelenses desde 1967.

Um grande incêndio em uma área arborizada nos arredores de Jerusalém na tarde desta quarta-feira(9) paralisou o tráfego rodoviário e forçou a evacuação de vários vilarejos, enquanto dezenas de bombeiros lutavam para controlá-lo.

A estrada principal que liga Jerusalém a Tel Aviv foi bloqueada, assim como a linha férrea entre as duas principais cidades do país, anunciou a polícia israelense.

O incêndio começou no noroeste de Jerusalém, a cerca de 15 km de distância, em uma floresta próxima a áreas habitadas. Os bombeiros ativaram o estado de alerta.

“Dez aviões de combate a incêndio e 29 equipes de combate a incêndio, com 78 bombeiros, lutam sem conseguir conter” as chamas, segundo nota do corpo de bombeiros.

De uma parte de Jerusalém, era possível perceber a fumaça e seu cheiro.

A polícia anunciou que evacuou os habitantes das aldeias de Maale HaHamisha e Yad Hashmona, nas colinas próximas à cidade.

Não muito longe do incêndio, a cidade de maioria árabe de Abu Gosh não foi evacuada.

No momento, as causas do incêndio eram desconhecidas.

O presidente de Honduras, Juan Orlando Hernández, anunciou nesta quinta-feira (3) que abirá este mês a embaixada do país em Jerusalém, após seu funcionamento por décadas em Tel Aviv.

"Na última semana de junho, iremos formalizar a instalação da nossa embaixada em Jerusalém", declarou o governante, durante reunião com cafeicultores em La Paz.

Em decisão polêmica, Honduras abriu em setembro de 2019 um escritório comercial em Jerusalém, como "extensão" de sua missão diplomática em Israel, baseada em Tel Aviv, rompendo uma política de neutralidade de décadas ante o conflito palestino-israelense.

Honduras abriga a segunda maior comunidade de palestinos na América Latina, atrás do Chile. Em fevereiro, o país recebeu 5 mil vacinas Moderna doadas por Israel, as primeiras doses que conseguiu após tentativas desesperadas de obter doses por meio do mecanismo Covax ou de comprar junto às fabricantes.

"Sei que a abertura da embaixada em Jerusalém será boa para Honduras e trará muitas bênçãos, e isso nos capacitará no lado agrícola, no campo da inovação e no campo do turismo”, afirmou Hernández. Ele ressaltou que Honduras irá consolidar "uma aliança forte com um país pequeno, que nasceu no deserto e é hoje um dos melhores produtores agrícolas do mundo, talvez o país com mais inovação”.

Um ataque com um carro contra membros das forças de segurança israelenses na tarde deste domingo(16) em Jerusalém Oriental deixou vários feridos, informaram a polícia e os serviços de socorro.

“Quatro policiais ficaram feridos em um ataque no qual foram atropelados por um carro” no bairro de Shaykh Jarrah, no leste de Jerusalém, disse a polícia israelense, enquanto os socorristas relataram sete feridos no total.

A polícia israelense disse ter "neutralizado" o agressor, sem especificar sua identidade ou indicar se o indivíduo estava morto ou ferido.

A polícia mobilizou um bom número de agentes no bairro da Cidade Santa, que tem sido palco de manifestações e confrontos entre as forças de segurança e palestinos que se opõem à possível expulsão de várias famílias da região.

No início deste ano, o tribunal distrital de Jerusalém emitiu uma decisão a favor das famílias judias que reivindicam direitos de propriedade neste bairro de Jerusalém Oriental, o setor palestino da cidade ocupado e anexado por Israel.

Segundo a lei israelense, se um judeu puder provar que sua família vivia em Jerusalém Oriental antes da guerra árabe-israelense de 1948, ele pode solicitar que seus "direitos de propriedade" sejam devolvidos a ele. No entanto, não existe tal lei para palestinos que perderam suas propriedades durante a guerra.

A decisão do tribunal gerou grande indignação entre os palestinos, muitos dos quais realizaram manifestações desde então, muitas vezes marcadas pela violência com as forças de segurança ou com famílias de assentados da vizinhança.

Além disso, barões da extrema direita israelense, como o parlamentar Itamar Ben Gvir, fervoroso defensor da colonização de Jerusalém Oriental, também visitaram o xeque Jarrah em várias ocasiões, o que os palestinos perceberam como um gesto provocativo.

Ezedine tem 19 anos. Ele foi internado em um hospital de Jerusalém Oriental devido a um ferimento no olho esquerdo. Ele está entre as centenas de palestinos feridos em confrontos com a polícia israelense na Esplanada das Mesquitas.

Nos corredores do hospital Makased, dezenas de jovens andam de muletas ou em cadeiras de rodas. Alguns usam curativos, outros estão com infusão intravenosa.

Ezedine está na cama, o olho esquerdo coberto com gaze. Os médicos disseram ao jovem carpinteiro que ele não recuperaria a visão.

Ele prefere não dar seu sobrenome porque cruzou ilegalmente a barreira que separa a Cisjordânia ocupada de Israel. O jovem foi ferido por balas de borracha disparadas pela polícia israelense, na sexta-feira. Na ocasião, deixou sua cidade, Nablus, no norte da Cisjordânia, rumo a Jerusalém para orar com milhares de fiéis na Esplanada das Mesquitas, o terceiro lugar mais sagrado do Islã, para celebrar o Ramadã.

À noite, eclodiram confrontos entre fiéis e a polícia israelense na Cidade Santa. Os palestinos dispararam projéteis contra as forças de segurança, que reagiram com bombas de efeito moral e tiros de borracha.

“Eles querem ocupar um lugar que não lhes pertence”, diz Ezedine, referindo-se à Esplanada das Mesquitas, chamada de Nobre Santuário pelos muçulmanos. Os judeus a chamam de Monte do Templo, seu lugar mais sagrado.

Desde sexta-feira, dezenas de policiais e cerca de 700 palestinos foram feridos na esplanada e em outros locais em Jerusalém Oriental, o setor palestino da cidade ocupado ilegalmente e anexado por Israel segundo o direito internacional.

Cerca de 100 feridos foram internados no hospital Makased nesta segunda-feira(10), disse a diretora Adnane Farhud à AFP. A maioria foi atingida na cabeça ou no peito, o que, segundo o médico, indica que as forças israelenses pretendiam causar ferimentos graves.

“Quando você quer machucar alguém, você atira na cabeça”, declara ele, insistindo que é o pior surto de violência na Cidade Velha em anos.

Em outras áreas de Jerusalém Oriental, o Crescente Vermelho Palestino instalou um hospital de campanha e o Hospital Augusta Victoria abriu uma sala de emergência.

- "Todo o mundo" -

Mais confrontos eclodiram na Esplanada na manhã de segunda-feira, quando centenas de palestinos dispararam projéteis contra as forças israelenses destacadas no local, que abriga o Domo da Rocha e a Mesquita de Al Aqsa.

As forças israelenses responderam com balas de borracha, gás lacrimogêneo e bombas de efeito moral, uma das quais atingiu Siraj, 24 anos, nas pernas.

Em uma cadeira de rodas, o jovem palestino, que usa jeans, diz que saiu direto do canteiro de obras onde trabalha para a Mesquita de Al Aqsa para as orações matinais.

Lá "eles atiraram em todo mundo, jovens e velhos", disse ele à AFP. "Eles jogaram uma granada de atordoamento no lugar onde eu estava."

“Espero que a dor diminua”, diz Siraj, que afirma que os israelenses “provocam os jovens” palestinos.

A polícia diz que se limita a responder aos projéteis e às provocações dos manifestantes. O primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu elogiou a "firmeza" das forças de segurança em garantir a "estabilidade" em Jerusalém.

Em frente ao hospital Makased, jovens bloquearam a estrada com lixeiras à tarde para tentar impedir o acesso da polícia, que a poucos metros de distância jogou água podre neles para dispersá-los.

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