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O governo Jair Bolsonaro emitiu nota nesta segunda-feira, 25, com cumprimentos ao presidente da França, Emmanuel Macron, pela reeleição. O gesto veio mais de 24 horas após as projeções apontarem a vitória do líder francês sobre Marine Le Pen, de extrema direita.

"O Brasil reafirma a disposição de trabalhar pelo aprofundamento dos laços históricos que unem os dois países e trazem benefícios mútuos a brasileiros e franceses, e manifesta expectativa de seguir implementando a ampla agenda bilateral", diz a nota distribuída pelo Ministério das Relações Exteriores. "O governo brasileiro cumprimenta o senhor Emmanuel Macron por sua reeleição à Presidência da República Francesa."

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Macron foi reeleito na França no domingo, 24. Apesar da baixa participação, o centrista obteve 58,6% dos votos, enquanto sua rival de extrema direita obteve 41,4%. Le Pen reconheceu a derrota pouco depois da divulgação das projeções de boca de urna e Macron celebrou a vitória, em escala menor que em 2017, quando chegou ao Palácio do Eliseu.

O presidente Jair Bolsonaro (PL) e Macron têm uma relação tensa diante da pressão da França por uma política ambiental brasileira realmente eficaz para conter o desmatamento da Amazônia.

Pré-candidatos à Presidência da República usaram as redes sociais nesta segunda-feira para parabenizar Macron. Os presidenciáveis também celebraram a derrota de Le Pen.

O centrista Emmanuel Macron, reeleito presidente da França, enfrenta a partir desta segunda-feira um duplo desafio: unir um país dividido após a eleição presidencial e preparar a batalha das legislativas, que a extrema-direita e a esquerda encaram como um "terceiro turno".

Pouco depois do anúncio da vitória de Macron no domingo, quando ele se tornou o primeiro a conseguir a reeleição desde o conservador Jacques Chirac em 2002, seus rivais derrotados anunciaram que buscarão a revanche em junho.

"Lançamos esta noite a grande batalha eleitoral das legislativas. Vou travar esta batalha (...) ao lado daqueles que tiveram a coragem de opor-se a Emmanuel Macron no segundo turno", declarou Marine Le Pen após a derrota de domingo, quando recebeu quase 42% dos votos, contra pouco mais de 58% do atual presidente.

As eleições parlamentares, que acontecerão em 12 e 19 de junho, são fundamentais para que o presidente liberal consiga levar adiante seu programa para uma "França mais independente", seu projeto "social e ecológico, baseado no trabalho", como prometeu no domingo à noite.

Entre as promessas para transformar a França está o "renascimento" da energia nuclear e alcançar a neutralidade de carbono até 2050, mas também a impopular medida de aumentar a idade de aposentadoria de 62 para 65 anos.

A maioria dos franceses, de acordo com duas pesquisas publicadas logo após sua reeleição, não quer dar ao líder do partido A República Em Marcha (LREM) a maioria parlamentar, como a que possui desde 2017 na Câmara, o que abriria a porta para a "coabitação".

A França já passou por este modelo. Em 1997, Chirac nomeou como primeiro-ministro o socialista Lionel Jospin. E o presidente conservador havia sido o primeiro-ministro, entre 1986 e 1988, de seu antecessor socialista, François Mitterrand.

"O terceiro turno começa esta noite. Em 12 e 19 de junho outro mundo ainda é possível", afirmou no domingo o esquerdista Jean-Luc Mélenchon, que ficou muito perto do segundo turno ao receber quase 22% dos votos no primeiro turno presidencial, e já pediu aos franceses sua eleição como "primeiro-ministro".

Em um sistema de eleição uninominal em dois turnos, o partido de Mélenchon, os ecologistas e os comunistas já negociam uma frente comum para obter a maioria das circunscrições. Em uma extrema-direita dividida, também surgem vozes para apresentar um bloco unitário

- "Método renovado" -

A nova ofensiva acontece em um cenário de descontentamento e abstenção, que foi a mais elevada (quase 28%) para o segundo turno presidencial desde 1969. "Um total de 35% dos eleitores não votou, ou votou branco e nulo", resumiu o cientista político Jérôme Jaffré.

E são muitas razões. Os jovens, que já bloquearam escolas nas últimas duas semanas e ocuparam a emblemática universidade de Sorbonne, criticam o balanço do governo Macron nas áreas ecológica e social. Eleitores de esquerda atacam a reforma da Previdência.

"Quase 40% das pessoas com menos de 25 anos optaram pela absenção e 80% das pessoas com mais de 65 anos votaram. Ou seja, temos uma França idosa que votou em peso por Emmanuel Macron e uma França jovem que se afastou parcialmente da votação", aponta Jaffré.

O primeiro mandato de Macron foi marcado pelas crises: protestos sociais contra sua política a respeito das classes populares, como o movimento dos "coletes amarelos", uma pandemia mundial que deixou o país em confinamento e a guerra na Ucrânia, que aumentou a preocupação dos franceses sobre seu poder aquisitivo.

As duas últimas reforçaram a imagem do presidente como líder competente em momentos de crises, mas a primeira, assim como suas frases polêmicas, forjou a reputação de "presidente dos ricos" e "arrogante" que ainda o persegue e Le Pen aproveitou para atacar na campanha.

O resultado foi uma França ainda mais dividida. Consciente da situação, em seu breve discurso de vitória, Emmanuel Macron, de 44 anos, prometeu que será o presidente "de todasz e todos os franceses" e destacou um "método renovado" para governar o país.

Os territórios de ultramar representam um desafio particular. A candidata de extrema-direita venceu na maioria destes, como Guadalupe e Martinica, onde Mélenchon havia sido o mais votado no primeiro turno em um contexto de crise social e desconfiança com as medidas anticovid.

O presidente centrista Emmanuel Macron e sua rival de extrema-direita Marine Le Pen retomam nesta quinta-feira (21) a campanha para mobilizar os eleitores e convencer os indecisos a apenas três dias do segundo turno da eleição, após um tenso debate na quarta-feira à noite.

A eleição, que definirá o rumo da França até 2027, entra na reta final com dois candidatos com visões diferentes sobre o local da França no mundo, a transição ecológica, a migração ou o islã.

"Esta eleição também é um referendo a favor ou contra a União Europeia, de uma ambição ecológica, do laicismo, da fraternidade", advertiu Macron na quarta-feira ao final do debate de quase três horas.

"Há cinco anos, eu vejo o povo da França sofrer (...) preocupado com o futuro e duvidar. Outra escolha é possível", declarou Le Pen, que se anuncia como a presidente da "liberdade, do poder aquisitivo e da fraternidade nacional".

Quase 15,6 milhões de telespectadores assistiram na quarta-feira o único debate da campanha, que repete os aspirantes do segundo turno de 2017, um milhão a menos que há cinco anos, de acordo com a Mediamétrie.

A imprensa considera que o atual presidente dominou o debate, mas que a adversária "resistiu ao golpe", ao contrário do que aconteceu há cinco anos quando Le Pen recebeu críticas por sua "agressividade" e "falta de preparo".

Para Cécile Alduy, especialista no discurso da extrema-direita, o debate teve "um presidente na ofensiva e uma candidata na defensiva". "É o contrário de uma situação normal com um presidente no cargo", acrescentou na rádio France Inter.

- "Guerra civil" -

Macron tem vantagem de 12 pontos sobre Le Pen, de acordo com a média de pesquisas Ipsos/Sopra Steria, mas, assim como a rival, tenta atrair e mobilizar os eleitores do esquerdista Jean-Luc Mélenchon, que recebeu quase 22% dos votos no primeiro turno.

Os dois tentaram falar a esse eleitorado na quarta-feira. O candidato do partido A República Em Marcha (LREM), de 44 anos, afirmou que a proposta da rival de proibir o véu islâmico em locais públicos provocaria uma "guerra civil" na França.

Le Pen chamou de "injustiça absolutamente insuportável" a principal proposta do atual presidente, a de aumentar a idade de aposentadoria de 62 para 65 anos, apesar de Macron ter citado a possibilidade de mudar para 64 anos em uma tentativa de atrair eleitores de esquerda.

A candidata do Reagrupamento Nacional Nacional (RN), de 53 anos, pretende visitar seu reduto no norte da França e encerrar a campanha com um comício em Arras, enquanto Macron viajará ao reduto de Mélenchon.

A viagem de Le Pen não é trivial. Na segunda região mais pobre dos territórios da França na Europa, ela retomará seu principal tema de campanha, o poder aquisitivo, que, segundo pesquisas, continua sendo a principal preocupação dos eleitores.

Macron visitará Saint-Denis, ao norte de Paris, e pretende abordar a questão da moradia em uma área também pobre, antes de conceder uma entrevista ao canal France 2. Sua campanha terminará na sexta-feira em Figeac, no centro rural da França.

"Reflexo republicano" 

Além de denunciar o programa ou o balanço do adversário, os dois candidatos tentam apresentar uma imagem desfavorável do rival: Macron, como um "presidente dos ricos" e "arrogante"; e Le Pen como um "perigo" extremista se chegar ao poder.

Após o primeiro turno, a maioria dos candidatos derrotados, com exceções como o extremista Éric Zemmour, pediram voto no centrista ou contra sua rival, ressuscitando assim uma espécie de "frente republicana", como aconteceu em 2002.

Nesta quinta-feira completa 20 anos da eleição em que o pai de Marine Le Pen, Jean-Marie Le Pen, conseguiu, contra todas as probabilidades, chegar ao segundo turno. Mas ele foi derrotado pelo conservador Jacques Chirac com mais de 80% dos votos duas semanas depois.

Chirac se beneficiou de um cordão sanitário contra Le Pen. "A ideia da Frente Republicana", em sua forma atual, "vem deste momento", explica à AFP o historiador Jean Garrigues, para quem agora retorna um "reflexo republicano" entre os eleitores.

"O perigo de uma eleição de Marine Le Pen é muito mais forte que em 2017, quando ela recebeu 33,9% dos votos", destacou Garrigues, para quem a ideia de cordão sanitário para isolar a extrema-direita vai além dos partidos.

Atores, atletas, intelectuais, meios de comunicação, sindicatos... muitos fazem campanha para impedir a chegada de Le Pen ao poder, mas o próprio Macron considerou que a "frente republicana não existe mais".

Macron recebeu nesta quinta-feira o apoio dos primeiros-ministros socialistas de Portugal, Espanha e Alemanha, que publicaram um artigo no jornal Le Monde e pediram implicitamente voto no "candidato democrata".

"A eleição que o francês enfrenta é crítica, para a França e para cada um de nós na Europa", destacam o alemão Olaf Scholz, o espanhol Pedro Sánchez e o português António Costa no texto.

Para eles, "é a escolha entre um candidato democrata, que acredita que a força da França aumenta em uma União Europeia poderosa e autônoma, e uma candidata de extrema-direita, que abertamente fica do lado daqueles que atacam nossa liberdade e nossa democracia.

Os três líderes expressam ainda preocupação com a ofensiva da Rússia de Vladimir Putin na Ucrânia, que "tenta reescrever a história".

"No entanto, os populistas e a extrema-direita de todos os nossos países têm reivindicado Putin como modelo ideológico e político", completam, em um ataque velado a Le Pen, considerada próxima ao chefe de Estado russo.

O presidente e candidato à reeleição Emmanuel Macron tenta garantir o voto dos muçulmanos na França no segundo turno da eleição atacando a adversária, Marine Le Pen, por sua proposta de proibir o véu islâmico em público.

Embora as pesquisas deem a Macron uma pequena vantagem para o segundo turno, que será realizado em 24 de abril, a batalha com Le Pen anuncia-se parelha e a candidata da extrema direita tem o potencial para surpreender.

Analistas apontam que uma das razões do sucesso de Le Pen é sua imagem mais moderada em relação às eleições anteriores e uma maior proximidade para lidar com problemas como o aumento dos preços e a inflação.

Mas a candidata de extrema direita não abandonou seu pensamento conservador contra a imigração e sua oposição ao véu islâmico, pois afirma que, se chegar ao poder, as mulheres que o usarem em público na França serão multadas.

Já Macron insiste que as políticas de Marine Le Pen não são diferentes das do partido fundado por seu pai, Jean-Marie Le Pen, o Frente Nacional (FN).

O atual presidente apresentou-se também como um defensor da liberdade religiosa, afirmando que a proibição do véu significaria que, por mandato constitucional, também seriam proibidos outros sinais como o quipá judaico e a cruz cristã.

- "Querem ser o primeiro?" -

Durante uma visita à cidade de Estrasburgo (leste) na terça-feira, Macron perguntou a uma mulher que usava o véu se ela o fazia por opção ou por obrigação.

"É por escolha. Totalmente por escolha!", disse a mulher, que se declarou orgulhosa de ser feminista.

Macron respondeu, em clara referência ao movimento de Le Pen: "É a melhor resposta a todas as bobagens que ouço".

O presidente foi mais longe na terça-feira, durante uma visita à cidade portuária de Le Havre (norte): "Não há um único país no mundo que proíba o véu em público. Querem ser o primeiro?".

Macron está ciente da importância do voto dos quase 5 milhões de muçulmanos na França, que seriam cerca de 9% da população.

De acordo com uma pesquisa do instituto Ifop, 69% dos muçulmanos votaram no primeiro turno no esquerdista Jean-Luc Mélenchon, que ficou em terceiro lugar nas urnas.

E os eleitores de Mélenchon são considerados essenciais para vencer no segundo turno.

Mas Macron também vivenciou momentos de tensão com os muçulmanos da França e com líderes de outros países, por conta de sua posição sobre o islamismo.

Após uma série de ataques no final de 2020, reivindicados por radicais islâmicos, o presidente criticou o chamado "separatismo islâmico" na França e adotou uma série de medidas para conter sua expansão.

No entanto, dois grupos muçulmanos, a Grande Mesquita de Paris e a Congregação dos Muçulmanos da França, pediram a seus fiéis nesta sexta-feira que votassem em Macron.

"Forças malévolas estão se expressando hoje e pedindo a proibição dos muçulmanos", disse o reitor da Grande Mesquita, Chems-Eddine Hafiz, em comunicado. "Vamos votar em Emmanuel Macron", acrescentou.

- "Não é verdade" -

O debate também fez com que ambos os candidatos se apresentassem como os defensores do secularismo na França, onde, por lei, religião e Estado são separados.

"O véu foi imposto pelos islâmicos", acusou Le Pen em entrevista à BFMTV nesta sexta-feira, chamando a peça de "uniforme".

No mesmo dia, Le Pen confrontou uma mulher de véu durante uma visita à cidade de Pertius (sudeste).

Le Pen afirmou que em "algumas áreas" da França, as mulheres que usam o véu são "julgadas e isoladas".

"Não é verdade, não é verdade", respondeu a mulher, que riu incrédula e afirmou que seu pai serviu no exército francês por 15 anos.

Embora as duas mulheres continuaram discutindo, Le Pen a cumprimentou carinhosamente e encerrou a conversa em um tom diferente.

Mas mesmo entre seus apoiadores, o radicalismo divide.

"É um erro", afirmou Robert Ménard, prefeito da cidade de Béziers (sul). "Não acho que seja possível" proibir o véu, completou.

A candidata do partido Reagrupamento Nacional (RN, extrema-direita) à eleição presidencial francesa, Marine Le Pen, afirmou nesta quarta-feira que o governo e o presidente, o também candidato Emmanuel Macron, "ignoram" o "muro da inflação" que o país vai enfrentar.

"Vamos assistir um grande aumento dos preços e ninguém quer falar sobre isso, há uma forma de negação por parte do governo. Fico surpresa que o presidente da República não fale sobre esta inflação e as medidas que contempla adotar para enfrentá-la", disse Le Pen, durante uma visita a uma empresa nas proximidades de Paris.

Macron, centrista liberal, e Le Pen disputarão o segundo turno da eleição presidencial francesa em 24 de abril, depois que foram os mais votados no primeiro turno do domingo passado.

"Estamos diante de um muro de inflação que está chegando" e que afetará indivíduos e empresas, acrescentou Le Pen.

"Gás, combustível: o aumento dos preços tem consequências catastróficas para o tecido econômico (...) apresento este elemento porque acredito que deve ser considerado quando se fala em geopolítica, assuntos internacionais", acrescentou Le Pen, em referência às sanções contra a Rússia, que está em guerra contra a Ucrânia, apoiadas pela França.

Doze candidatos disputam neste domingo (10) o primeiro turno da eleição presidencial francesa. As pesquisas apontam uma disputa acirrada entre o presidente, Emmanuel Macron (República em Marcha), e a candidata de extrema direita Marine Le Pen (Reunião Nacional), que protagonizou um crescimento impressionante na reta final de campanha.

Após uma queda de quase 5 pontos porcentuais, Macron tem 26,5% das intenções de voto. Le Pen, 23%, segundo pesquisa Ipsos. Em terceiro lugar aparece o representante da esquerda radical, Jean-Luc Mélenchon (França Insubmissa), com 16,5%.

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Se as urnas confirmarem as pesquisas, será uma eleição histórica para a extrema direita, que pode conquistar mais de um terço dos franceses e chegar ao segundo turno mais forte do que nunca. Os outros candidatos da extrema direita, Éric Zemmour e Nicolas Dupont-Aignan, têm 11,5% das intenções de voto.

Apatia

A eleição vem sendo acompanhada com uma apatia incomum na França, onde política se discute a toda hora. A campanha teve menos comícios, em razão da pandemia. Além disso, a invasão russa à Ucrânia, em fevereiro, capturou a atenção geral. "É uma campanha que não vingou entre os eleitores. A falta de debates, as notícias sobre a guerra da Ucrânia. Isso tudo anestesiou o público e reduziu as questões da política interna", afirma o cientista político Thomas Vitiello, da Sciences Po, de Paris. Como resultado, pesquisas apontam que a abstenção no primeiro turno pode ser recorde: 31% dos franceses não têm certeza se sairão de casa para votar. Em 2017, o número foi de 22,2%.

Atendente em uma mercearia de Paris, Julien está entre eles. "Tudo é igual, nada muda e os candidatos não trazem nenhuma contribuição real para resolver nossos problemas. Só sabem falar de imigração, da Otan." Ele, que já votou nos socialistas e ajudou a eleger Macron, desta vez não sabe se vai votar. "Vamos ver. Se não estiver chovendo", diz.

"Há uma sensação crônica de insatisfação em relação ao funcionamento da democracia. A maioria dos franceses acha que ela não vai bem. Isso se soma a um certo cansaço de candidatos que não oferecem, ao menos não de maneira clara, uma solução para os problemas do país", afirma Vitiello.

Moderação

O fracasso da união de partidos da esquerda (Socialista, Comunista, Ecologista e França Insubmissa) e o desempenho fraco da direita tradicional, de Valérie Pécresse (Os Republicanos), antecipou a sensação de que o duelo do segundo turno, marcado para o dia 24, será uma revanche de 2017, entre Macron e Le Pen.

Durante a campanha, Zemmour usou o discurso nacionalista e supremacista, mobilizando a questão identitária em um grupo mais radical da população com frequentes citações à teoria conspiratória da "grande substituição" de Renaud Camus, segundo a qual os árabes tomarão a Europa.

Com isso, Le Pen tornou-se uma candidata viável, como explica Sylvie Strudel, professora da Universidade Panthéon-Assas, em Paris. "Graças a Zemmour, Le Pen dá a impressão de ser menos extrema."

Mesmo sem ter alterado seu programa nacionalista e conservador, Le Pen ganhou pontos ao concentrar sua campanha em temas econômicos e propostas para ampliar o poder de compra do francês, tema que mais preocupa o eleitorado.

"Ela está menos radical", afirma a enfermeira Madeleine, eleitora de Le Pen, que votou na esquerda até 2017. "Ela é a única que pode derrotar Macron e eu não aguento mais", diz Madeleine, após dois anos de pandemia. "A situação dos hospitais públicos só piora. Os franceses já sofreram demais."

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O presidente da França, Emmanuel Macron, advertiu neste sábado (26) que a guerra na Ucrânia 'vai durar' e disse que 'é preciso se preparar'. Nesse sentido, Macron disse que seu governo está trabalhando nos ajustes de um plano de 'resiliência' para enfrentar as consequências econômicas desta crise.

"A guerra voltou para a Europa", afirmou Macron em visita ao Salão da Agricultura, um importante evento no calendário político da França que este ano teve de ser reduzido, devido à crise internacional. Em sua declaração, o presidente francês se dirigiu, em especial, aos produtores e às empresas.

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"Sem dúvida, haverá consequências para nossas exportações nos principais sectores", como vinho, cereais, entre outros, disse o presidente nesta feira que acontece em Paris.

"Estamos trabalhando em um plano de resiliência. Primeiro, para garantir suprimentos para nossos setores e, depois, para levantar escudos para ancorar os custos (...) e dar respostas de longo prazo", explicou. Com um semblante preocupado, o presidente francês falou por cerca de 20 minutos.

O Palácio do Eliseu informou que Macron preside, neste sábado, 26, uma nova reunião do conselho de defesa de emergência com ministros e membros do comando militar para tratar da situação na Ucrânia, às 16h GMT (13h em Brasília).

Profissionais do setor de alimentos temem que as medidas de represália por parte do governo russo, em resposta às sanções ocidentais, prejudiquem suas atividades.

Oval e retangular, uma mesa muito longa se interpõe entre Vladimir Putin e seus interlocutores, uma precaução sanitária que reforça a impressão de um presidente da Rússia alheio ao mundo, em plena crise ucraniana, e que alimenta as brincadeiras na internet.

Durante uma reunião nesta terça-feira (15) no Kremlin, Putin e o chanceler da Alemanha Olaf Scholz apareceram sentados cada um em um extremo de uma mesa branca, de vários metros de comprimento, e já familiar para os observadores da Rússia.

A cena reproduz o ocorrido na semana passada com o presidente francês Emmanuel Macron. O Kremlin explicou que esta precaução sanitária é adotada para qualquer convidado estrangeiro que recuse um teste de covid-19 efetuado por um médico russo.

Essas cenas, incomuns nas reuniões de alto nível, ilustram a magnitude das precauções tomadas pelo chefe de Estado russo, de 69 anos, para evitar a infecção pelo coronavírus. Mas também são percebidas por alguns como o sintoma de um dirigente cada vez mais distante e isolado, cujas intenções sobre a crise ucraniana são indecifráveis.

Na segunda-feira, Putin também impôs essa mesma distância a seu ministro de Relações Exteriores, Sergei Lavrov, e ao ministro da Defesa, Sergei Shoigu, um de seus amigos com os quais costumava passar férias. Ambos se viram obrigados a se sentar a vários metros do presidente, durante reunião dedicada à Ucrânia.

'Solidão'

Ao ver estas fotos, "é evidente que [Putin] está cada vez mais sozinho" estima o cientista político independente Konstantin Kalatchev. "Esta solidão é óbvia: ele não se importa com o que os demais pensam sobre ele", acrescenta.

Perguntado a respeito, o porta-voz do Kremlin Dmitry Peskov disse nesta terça-feira que as medidas eram "provisórias" e relacionadas com o "pico da onda" da variante ômicron, que é bastante contagiosa e muitas vezes assintomática. "Não há nada terrível ou extraordinário. Nestes tempos, é necessário tomar medidas um pouco especiais", relativizou Peskov.

De fato, o presidente russo está imerso há vários meses em uma bolha sanitária, que parece mais hermética que as que protegem outros dirigentes do mundo. E tudo isso ocorre depois que Putin não impôs nenhum lockdown na Rússia desde meados do primeiro semestre de 2020, com o objetivo de preservar a economia e apesar dos mais de 700.000 mortos pela pandemia no país, segundo a agência de estatísticas Rosstat.

Por outro lado, as delegações estrangeiras e os jornalistas que querem comparecer ao Kremlin devem se submeter a três testes PCR nos quatro dias precedentes.

E os dirigentes estrangeiros que visitam a Rússia e querem proximidade física com Putin devem aceitar que um médico do Kremlin enfie um cotonete em seu nariz. Caso contrário, devem se contentar com uma cadeira no extremo de uma longa mesa.

Memes

Tudo isso gerou uma avalanche de comentários humorísticos nas redes sociais, compensando as tensões em torno da Ucrânia, uma crise que desperta o espectro da guerra na Europa.

O presidente russo cultiva a imagem de homem forte, mas os "memes" da internet que antes o mostravam montado em um urso, deram lugar àqueles que sugerem a uma loja de móveis famosa a criação de um modelo de mesa longa batizado de "Putin", ou os que mostram a mesa do Kremlin como uma gangorra de um parque infantil ou uma pista de patinação.

Com essas fotos, Vladimir Putin "corre o risco de parecer ridículo" opina o especialista Konstantin Kalatchev. Até mesmo o líder húngaro Viktor Orban, aliado europeu de Putin, brincou durante uma visita ao Kremlin no início de fevereiro, "dizendo que jamais teria visto uma mesa tão grande", relata o cientista político.

Além disso, o próprio Kalatchev faz piada ao afirmar que as fotos "deveriam tranquilizar todo o mundo, pois é improvável que uma pessoa que cuida tanto de sua saúde seja responsável por desencadear a terceira guerra mundial".

O chefe de Estado francês, Emmanuel Macron, assumiu "completamente" nesta sexta-feira (7) suas declarações polêmicas desta semana sobre as pessoas não vacinadas contra a covid-19, as quais voltou a chamar de "irresponsáveis" a três meses das eleições presidenciais.

"Alguns podem ficar impressionados por uma maneira de falar que parece coloquial e que assumo completamente", disse Macron em entrevista coletiva junto à chefe da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, sobre a presidência francesa da União Europeia (UE).

"O que me impressiona é a situação [sanitária] em que estamos. A verdadeira fratura do país é esta: quando alguns fazem de sua liberdade, que se transforma em uma irresponsabilidade, um slogan", acrescentou o presidente.

Macron afirmou em entrevista publicada na terça-feira pelo jornal Le Parisien que deseja "irritar até o fim" as pessoas não vacinadas, em declarações inesperadas que provocaram críticas de toda oposição, da esquerda radical à extrema-direita.

O presidente liberal, que ainda não confirmou sua candidatura à reeleição, usou em francês o verbo "emmerder", uma gíria coloquial incomum para um chefe de Estado e que pode ser traduzida como "foder", "incomodar", "irritar", ou "complicar a vida".

Para os observadores, com esta polêmica, Macron tentou chamar a atenção dos defensores da vacinação e impor o tema da pandemia de covid-19, em uma pré-campanha eleitoral protagonizada pelos temas da direita: migração e insegurança.

Os não vacinados "não apenas colocam em perigo a vida dos outros, como também limitam a liberdade dos demais, e isso não posso aceitar", destacou Macron nesta sexta-feira, reiterando que sua estratégia para sair da crise sanitária passa por "vacinar, vacinar, vacinar".

A candidata presidencial de extrema direita, Marine Le Pen, acusou Emmanuel Macron de ser "incendiário" nesta sexta-feira, com comentários de "grande violência".

O outro candidato da extrema direita, Eric Zemmour, chamou a situação de "ridícula, infantil e cínica". Segundo ele, Macron "quer roubar as eleições dos franceses" falando apenas da pandemia.

O presidente Jair Bolsonaro reiterou críticas, nesta quinta-feira (25), ao presidente da França, Emmanuel Macron, após o chefe do Executivo do país europeu ter recebido em clima de visita oficial o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na semana passada. "Parece que é uma provocação", declarou o chefe do Executivo em entrevista à Rádio Sociedade da Bahia.

De acordo com Bolsonaro, a França não é exemplo para o Brasil. "França não é exemplo para nós, muito menos o senhor Macron. Macron está muito bem acompanhado por Lula, e Lula muito bem acompanhado por Macron, eles se entendem, falam a mesma linguagem", disparou o presidente. "Macron sempre bateu na gente na questão da Amazônia, como se ele e os antecessores dele tivessem preservado alguma coisa na França", acrescentou.

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Os governos do Brasil e da França têm relação tensa desde 2019. Macron critica a política ambiental do País e o desmatamento da Amazônia. O ministro da Economia, Paulo Guedes, já chegou a chamar a primeira-dama francesa, Brigitte Macron, de "feia".

O presidente francês Emmanuel Macron anunciou, nesta terça-feira (12), um investimento de 30 bilhões de euros (quase 35 bilhões de dólares) para reindustrializar a França por meio da transição ecológica e digital.

"A estratégia para 2030 deve nos levar a investir 30 bilhões de euros para responder" ao que pode ser considerado "uma espécie de déficit de crescimento da França", disse Macron, apresentando seu plano 'France 2030' a seis meses das eleições presidenciais.

Ao explicar o plano, que acompanha as prioridades da União Europeia (UE) para virar a página da crise econômica causada pela pandemia de coronavírus, o presidente lamentou que a França "por vezes" tenha tomado decisões "15 ou 20 anos depois dos vizinhos europeus".

"Devemos aumentar a capacidade da economia francesa de crescer através da inovação", especialmente para "financiar o nosso modelo social", acrescentou Macron, em discurso a empresários e estudantes no Palácio do Eliseu com ares de pré-campanha eleitoral.

Uma das principais medidas será o investimento de 1 bilhão de euros em pequenos reatores nucleares, uma energia amplamente utilizada na França que não gera gases de efeito estufa, mas cuja utilização no combate às mudanças climáticas divide países e especialistas.

Os países da UE se comprometeram a atingir a neutralidade de carbono até 2050 e, nesse sentido, o chefe de Estado francês quer que a França se torne um "líder do hidrogênio verde" em 2030, o que permitirá "descarbonizar a indústria".

Outros 4 bilhões irão para o transporte, especificamente para desenvolver uma aeronave de baixo carbono e para produzir cerca de 2 milhões de veículos elétricos e híbridos até 2030, um desafio ao alcance se os grandes fabricantes franceses cooperarem, segundo Macron.

A agricultura também é contemplada neste plano de inovação e descarbonização, com 2 bilhões de euros em investimentos, principalmente no setor da robótica.

"Vamos fazer várias apostas tecnológicas" com base numa "lógica da inovação científica" e na "organização do mercado", acrescentou o presidente liberal, explicando a "revolução cultural" que propõe em termos de pesquisa na França para 2030.

A França deve "investir em três revoluções: digital, robótica e genética", destacou o chefe de Estado.

Desde que assumiu o poder em 2017, Emmanuel Macron sempre defendeu uma maior autonomia europeia em nível industrial, contra rivais como a China, chegando a defender medidas para proteger o conhecimento existente e impulsionar a inovação.

A situação internacional após o surgimento da covid-19 reforçou esse princípio. A indústria farmacêutica europeia precisou encarar sua dependência de insumos ativos produzidos na Ásia e o setor automotivo foi atingido pela escassez de semicondutores.

O plano 'France 2030' prevê assim "quase 6 bilhões de euros" para "duplicar" a produção de compostos eletrônicos e "garantir" o fornecimento de semicondutores, disse o presidente, para quem a França "perdeu uma parte importante da sua autonomia" no setor da robótica e digital.

A crise sanitária "sinalizou nossa vulnerabilidade" e "nossa dependência", reconheceu o chefe de Estado, evocando também a falta inicial de máscaras e o fracasso da França em desenvolver uma vacina contra a covid-19.

"Devemos reconstruir os termos da independência produtiva francesa e europeia", exortou Macron, cujo país assumirá a presidência pro tempore da UE em janeiro.

O presidente da França, Emmanuel Macron, anunciou na segunda-feira (14) que será obrigatório a partir de agosto apresentar certificado de vacinação ou teste de covid negativo para entrar em restaurantes, cafés, shopping centers, hospitais, aviões e trens.

Da mesma forma, a partir do dia 21, todas as pessoas com mais de 12 anos que desejem ingressar em locais de lazer e cultura com mais de 50 pessoas, como cinemas ou teatros, devem apresentar esse certificado, explicou Macron em discurso transmitido pela TV.

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As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A extrema direita francesa de Marine Le Pen fracassou em sua tentativa de conquistar o primeiro governo local, enquanto o partido de centro do presidente Emmanuel Macron sofreu um novo revés no segundo turno das regionais a dez meses das eleições presidenciais.

O jovem partido do presidente, República em Marcha (LREM), não conseguiu prevalecer em nenhuma das 13 regiões da França metropolitana, pagando o preço por sua falta de implantação territorial.

Segundo as consultas, o partido obteria apenas 7% dos votos, vendo-se relegado à quinta força política em nível nacional, atrás da direita, da esquerda, dos ecologistas e da ultradireita.

É uma "decepção para a maioria presidencial", admitiu Stanislas Guerini, líder do LREM.

A abstenção foi a grande protagonista destas eleições, com um máximo histórico de cerca de 66%, o mesmo nível do primeiro turno e muito superior às eleições regionais anteriores, em 2015.

"O que estamos vendo é a culminação de uma desconexão entre os eleitores e a classe política", disse à AFP Jessica Sainty, professora de política da Universidade de Avignon, embora tenha admitido que a crise da covid-19 também influi na alta abstenção.

- Novo fracasso da ultradireita -

Os resultados também foram decepcionantes para o partido de Le Pen, Agrupamento Nacional (RN, na sigla em francês), que fracassou em sua tentativa de conquistar pela primeira vez um governo local.

"Esta noite, não ganharemos nenhuma região", admitiu Marine Le Pen, destacando que a França sofre uma "profunda crise da democracia local". "A mobilização é a chave para as vitórias futuras", disse, de olho nas presidenciais do ano que vem.

Seu candidato, Thierry Mariani, foi derrotado pelo rival conservador, Renaud Muselier, na região Provença-Alpes-Costa Azul (PACA, sudeste), a única onde o partido nacionalista podia aspirar a vencer.

Muselier foi favorecido pela saída do candidato de esquerda, um exemplo da "Frente Republicana", vista nas eleições presidenciais passadas para bloquear a ultradireita.

Ganhar o controle de uma região pela primeira vez em sua história teria sido um grande impulso para Le Pen, que tenta convencer os eleitores de que o RN é um partido capaz de governar.

Para alguns analistas, estes resultados trazem dúvidas sobre se as presidenciais de 2022 vão se reduzir a um duelo entre Macron e Le Pen no segundo turno, que há tempos é considerado o cenário mais provável.

- Direita fortalecida -

O grande vencedor destas eleições é o partido da direita tradicional, Os Republicanos, que se torna a primeira força política do país, com vitória em sete regiões.

Quatro anos depois de perderem as eleições presidenciais, os conservadores recuperam força e superam a união da esquerda e ecologista, que se posiciona em segundo lugar, com cinco regiões.

Vários matizes da direita aproveitarão o impulso que esta vitória lhes dará para se posicionarem na corrida das presidenciais.

"Agora todo mundo entendeu que as eleições presidenciais são um jogo com três lados", avaliou o conservador Xavier Bertrand, que obteve uma vitória confortável na região Altos da França (norte) e já anunciou sua candidatura para 2022.

A vencedora na Ilha de França, região de Paris, Valérie Pécresse, e o de Auvérnia-Ródano-Alpes, Laurent Wauquiez, ambos conservadores, também poderiam se posicionar para as eleições do ano que vem.

"Emergiu uma equipe da França da direita e do centro, da qual vou participar", antecipou Pécresse, ex-ministra de Nicolas Sarkozy.

O fracasso da maioria presidencial alimenta os rumores de uma remodelação do gabinete. Trinta e dois por cento dos franceses são favoráveis a uma mudança ministerial "nas próximas semanas", segundo uma consulta do instituto de pesquisas Ipsos.

Um tribunal francês em Valence (sudeste) condenou, nesta quinta-feira (10), o homem que agrediu o presidente Emmanuel Macron a 18 meses de prisão, dos quais 14 com suspensão condicional da pena.

O Ministério Público havia solicitado uma pena de 18 meses de prisão contra Damien Tarel, de 28 anos, por "violência contra pessoa que detém autoridade pública".

O homem admitiu em uma audiência judicial ter batido no rosto do presidente há dois dias, durante uma visita à cidade de Valence.

Durante a audiência, o representante do MP considerou que a agressão, que qualificou de "absolutamente inadmissível", foi um "ato de violência deliberada".

Descrito por seus amigos como tímido e afável, Damien Tarel explicou aos agentes que simpatizava com o movimento antigovernamental dos "coletes amarelos" e declarou ter afinidades com a direita e a extrema direita, embora "sem pertencer a nenhum partido".

O incidente ocorreu na terça-feira na cidade de Tain-l'Hermitage, enquanto Macron abordava um grupo de pessoas durante uma visita presidencial, e provocou a indignação de toda a classe política francesa.

O presidente, porém, relativizou o incidente, chamando-o de "ato isolado" cometido por "indivíduos ultraviolentos".

Macron, de 43 anos, buscará no próximo ano um segundo mandato tendo a líder da extrema direita Marine Le Pen como sua principal rival, de acordo com as pesquisas.

A França superou nesta sexta-feira (23) a marca do milhão de casos de covid-19 desde o início da pandemia, e a situação continua se degradando, com mais de 40 mil novos contágios registrados em 24 horas, segundo a agência de saúde pública.

No total, 42.032 novos casos de covid-19 foram registrados nesta sexta, 310 a mais do que na véspera, um recorde desde a generalização dos testes em larga escala, alcançando no total 1.041.075 casos, segundo cifras publicadas pela agência.

O número de mortos também foi alto, com 298 novos óbitos registrados em 24 horas para um total de ao menos 34.508 mortos desde o começo da pandemia.

A taxa de positividade dos testes não para de aumentar: 15,1% contra 14,3% na véspera contra apenas 4,5% no início de setembro.

Foram hospitalizados 2.091 novos doentes (de um total de 15.008) e 299 novos casos graves (37 a mais) deram entrada em unidades de terapia intensiva, elevando a 2.441 o número de doentes graves atendidos.

Devido à gravidade da situação, o governo anunciou na quinta a extensão do toque de recolher a 38 novos departamentos e a Polinésia francesa. Cerca de 46 milhões de habitantes são afetados pela medida, considerada inevitável pelo presidente Emmanuel Macron, que considerou nesta sexta-feira que "na fase em que nós estamos, não temos outra escolha".

A França ultrapassou 30 mil novos casos de covid-19 em 24 horas nesta quinta-feira (15), pela primeira vez desde o lançamento dos testes em massa, informou a agência de saúde pública.

O número de casos confirmados no período foi de 30.621, informou a agência em seu comunicado.

Já o número de mortes atribuíveis à doença subiu 88, o que coloca o saldo total desde o início da epidemia em 33.125.

A França ultrapassou 20 mil casos apenas no último dia 9 de outubro. A taxa para exames diagnósticos positivos (proporção de pessoas testadas positivas sobre o total de pessoas que fazem exames) continua aumentando: chega a 12,6% (em comparação a 12,2% na quarta-feira).

Durante vários dias, os pacientes em respiradores também aumentaram: 226 na terça, 193 na quarta, 219 na quinta.

Esse indicador é um dos mais monitorados pelas autoridades, que temem que os serviços de emergência acabem sobrecarregados.

O saldo de pacientes em respiradores atualmente sobe para 1.741, assim sendo 77 a mais que no dia anterior.

A França possui atualmente 5,8 mil leitos de terapia intensiva.

O presidente francês, Emmanuel Macron, convocou seu homólogo russo, Vladimir Putin, nesta segunda-feira (14), que "esclareça, sem demora", a "tentativa de assassinato" sofrida pelo oponente russo Alexei Navalny - informou a Presidência francesa em um comunicado.

Em uma conversa com Putin pela manhã, Macron "expressou sua profunda preocupação com o ato criminoso" cometido contra Navalny e "enfatizou a necessidade de esclarecê-lo sem demora", acrescentou a nota do Palácio Eliseu.

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O presidente francês acrescentou que a França, com base em suas próprias análises, "compartilhou as conclusões de seus sócios europeus" de que o adversário de Putin foi vítima de "envenenamento com a ajuda de um neurotóxico [do grupo] Novichok".

O partido do presidente francês, Emmanuel Macron, sofreu neste domingo (28) uma dura derrota nas eleições municipais, marcadas pelo avanço dos ecologistas, segundo as primeiras estimativas.

Os Verdes, que avançam com força no tabuleiro político francês há algumas eleições, venceriam em várias cidades francesas, como Lyon (centro-este) e Bordeaux (centro-oeste), impulsionados pela crescente conscientização sobre os problemas ambientais.

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O República em Marcha (LREM), partido do governo, perdeu em todas as grandes cidades francesas. Em Paris, sua candidata, Agnès Buzyn, ex-ministra da Saúde, ficou em terceiro, com 14% a 16% dos votos, atrás da socialista Anne Hidalgo (50,2%) e da conservadora Rachida Dati (32%), segundo as primeiras estimativas.

Se as estimativas se confirmarem, a socialista Hidalgo, de 61 anos, aliada dos ecologistas, terá durante mais seis anos a chave da prefeitura de Paris, com mais de 2 milhões de habitantes, epicentro do poder na França e uma das cidades mais visitadas do mundo.

Seu programa, centrado na ecologia, busca seguir reduzindo o lugar dos carros na cidade, onde os engarrafamentos são a regra, e potencializar os deslocamentos em bicicleta ou a pé.

O primeiro-ministro, Edouard Philippe, cuja popularidade disparou pela gestão da pandemia do novo coronavírus, salvou, em parte, a honra do governo, ao conseguir a prefeitura da cidade portuária de Le Havre (oeste), seu reduto eleitoral.

O presidente francês, Emmanuel Macron, terá uma semana difícil, em meio a greves em massa e a mobilizações sociais com cerca de 800 mil pessoas que completam seu quarto dia, neste domingo (8), e deixam o país semiparalisado, em protesto por uma polêmica reforma do sistema previdenciário.

Os franceses temem uma "segunda-feira negra", especialmente na região de Paris. A Companhia Ferroviária Nacional Francesa (SNCF) já alertou os usuários que o influxo para as estações será "muito perigoso" para a segurança dos viajantes, levando-se em consideração o serviço mínimo estabelecido antes da greve.

O mesmo tom alarmante foi usado pela RATP (operadora de transporte público de Paris), que pediu a "todos os viajantes que têm a possibilidade para adiarem seus deslocamentos", dada a "forte saturação da rede", com dez linhas de metrô fechadas.

Consultas em Matignon (residência do primeiro-ministro), encontro no Eliseu (sede da presidência), batalhas de comunicação: o governo está agindo para salvar sua reforma previdenciária.

Macron se encontrará neste domingo à noite com vários de seus ministros para tentar superar a crise, depois que os sindicatos decidiram "ampliar" a greve da empresa pública SNCF a partir desta segunda-feira (9).

O presidente e seu primeiro-ministro, Edouard Philippe, convidaram líderes e ministros do governo para um "almoço" no palácio presidencial amanhã.

Em entrevista publicada no Journal du Dimanche (JDD), o premiê alegou que, "Se não fizermos hoje uma reforma profunda, séria, progressiva, outro (governo) fará outra no futuro que será brutal, realmente brutal".

Em meio à tentativa de articulação do governo, os sindicatos também se mostram determinados. "Aguentaremos até que a reforma seja retirada", rebateu, em entrevista ao mesmo jornal, o secretário-geral da CGT, Philippe Martinez.

- Regimes especiais -

Amanhã à tarde, o responsável pelos assuntos de Previdência no governo Macron, Jean-Paul Delevoye, apresentará suas conclusões aos agentes sociais.

Na quarta-feira, Edouard Philippe detalhará o plano de mesclar os 42 regimes existentes.

A mobilização nas ruas é contra um "sistema universal" de aposentadoria, que planeja substituir os atuais 42 regimes de aposentadoria existentes.

O Executivo francês promete um dispositivo "mais justo", mas seus críticos temem uma maior "precariedade" para os aposentados.

O projeto de reforma da Previdência ainda não foi totalmente divulgado, embora vários de seus princípios tenham sido antecipados.

"Não quero que nossos netos nos digam: você conseguiu se aposentar com essa idade, mas, em troca, sacrificou minha aposentadoria", afirma o secretário-geral da CGT.

- Até o Natal? -

A mobilização e as greves podem durar vários dias. Alguns temem que os atos continuem até o Natal, gerando um dos piores conflitos na metade do mandato de Emmanuel Macron.

O presidente francês superou, relativamente, o desafio dos "coletes amarelos", que, desde novembro de 2018 e por 56 sábados consecutivos até agora, foram às ruas exigir igualdade e melhorias sociais e econômicas.

Os "coletes amarelos" - um movimento autônomo, sem lideranças claramente definidas - voltaram a marchar no sábado, também expressando solidariedade às manifestações convocadas pelos sindicatos.

O secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, alertou nesta terça-feira que a União Europeia (UE) não pode substituir a Aliança, em resposta às críticas do presidente francês, Emmanuel Macron.

Quando a Aliança se prepara para comemorar seu 70º aniversário com uma cúpula de líderes em dezembro, em Londres, Macron chocou seus aliados ao afirmar que a Otan estava com "morte cerebral", em clara defesa da soberania europeia em termos de defesa.

"Vou a Paris na próxima semana com a intenção de discutir essas questões com o presidente Macron", anunciou Stoltenberg em entrevista coletiva, afirmando que essa é "a melhor maneira de lidar com as diferenças" e "entender completamente as mensagens e motivações" do líder francês.

Acostumados às críticas do presidente Donald Trump a seus aliados por não terem gasto, na opinião dos Estados Unidos, o suficiente em defesa, os sócios da Otan receberam as declarações de uma de suas três potências nucleares como um balde de água fria.

A Alemanha, em uma primeira reação, descreveu a declaração de Macron como "radical", enquanto os aliados do Leste Europeu, na fronteira com a Rússia, receberam com surpresa ante uma possível aproximação com Moscou.

Fontes aliadas garantem que as palavras do presidente francês não são acidentais e, embora critiquem o tom, reconhecem sua análise que, baseada na situação na Síria, explica os desafios que a organização transatlântica enfrenta.

A Turquia, membro da Otan, lançou uma ofensiva na Síria, "uma área em que nossos interesses estão em jogo" e "não há coordenação na tomada de decisões estratégicas entre os Estados Unidos e seus aliados", afirmou Macron.

As palavras de Macron parecem ter aplacado as críticas dos Estados Unidos em relação à Aliança.

"A Otan é absolutamente essencial. Juntos somos mais fortes", disse o embaixador americano Kay Bailey Hutchinson, rejeitando "firmemente a avaliação" do presidente francês.

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