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O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, iniciou discurso na cerimônia de posse do novo presidente do Banco Central (BC), Ilan Goldfain, reforçando o pedido ao Congresso Nacional para a aprovação da proposta de emenda constitucional (PEC) que criará um teto para o crescimento dos gastos públicos federais. Ele disse nesta segunda-feira, 13, que a proposta deve ser levada ao parlamento na próxima quarta-feira, 15, e destacou que a medida terá caráter temporário.

"Não se pode subestimar a importância do que será proposto ao Congresso. A fixação do teto (para as despesas), se for aprovada, conseguirá reduzir de forma progressiva e permanente a percepção de risco", avaliou.

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Para Meirelles, as medidas propostas, que restringem o crescimento das despesas federais à variação da inflação do ano anterior, contribuirão para redução estrutural dos prêmios de risco, abrindo espaço para que o controle da inflação possa ser feito em padrões mais próximos aos de outras economias. "Se em outros anos a política fiscal prejudicou o combate à inflação por seu caráter expansionista, agora será ao contrário. Mas nosso programa fiscal precisa ser aprovado pelo Congresso", completou.

Se inicialmente o ministro defendia a adoção de um teto permanente para o gasto, Meirelles falou hoje claramente que as medidas serão adotadas "pelo tempo que for necessário". O ministro voltou a dizer que o País vive o desafio de estancar o processo de deterioração da economia, que precisa retornar para uma trajetória de crescimento.

"Não será uma tarefa fácil. Há muito o que fazer, mas temos a confiança de que diagnósticos apropriados e medidas corretivas aplicadas pelo tempo que se fizer necessário irão restaurar a confiança dos agentes nas contas públicas e permitirão que a economia ingresse em um novo ciclo de crescimento sustentável", discursou.

Batendo na tecla de que a prioridade do governo é a busca pela sustentabilidade fiscal, Meirelles disse que a equipe econômica está construindo um novo arcabouço institucional para reverter a trajetória de crescimento da dívida pública. "O compromisso com a responsabilidade fiscal reduzirá a percepção de risco do País e permitirá ocupar a ociosidade que existe hoje na economia", previu.

Para ele, persistir na trajetória de aumentos elevados para o gasto não é uma opção. Meirelles criticou o governo passado ao dizer que os problemas fiscais não podem ser resolvidos com subterfúgios, como adiamento de pagamento de despesas, conhecidos como "pedaladas fiscais". Segundo o ministro, esse tipo de artifício parte de um diagnóstico equivocado e acentua desequilíbrios.

"Não temos esse direito. Nos últimos anos vivemos a ilusão de que seria sempre possível gastar mais transferindo a conta para o futuro. Esse futuro está chegando e é essa realidade que temos que confrontar o quanto antes", completou.

Lembrando que não há soluções fáceis, Meirelles voltou a dizer que os desequilíbrios da economia não serão imediatamente revertidos. De acordo com o ministro, é preciso mostrar aos agentes econômicos que as medidas estão na direção certa, para que essas ações sejam entendidas pela sociedade. "A intenção é reverter o ciclo que estávamos trajetando. Paralela à tarefa de construção da sustentabilidade fiscal, trabalhamos com uma agenda ampla com foco no aumento da produtividade e melhora do ambiente de negócios", acrescentou.

Meirelles lembrou ainda dos oito anos em que comandou a autoridade monetária. "No BC, desfrutei de momentos mais gratificantes da minha vida profissional, não só pelo resultado do trabalho alcançado como pelo convívio com o corpo técnico da casa", completou.

Ilan Goldfajn assume nesta segunda o Banco Central no lugar de Alexandre Tombini, que será representante do Brasil no Fundo Monetário Internacional (FMI). A cerimônia conta com a presença de ex-presidentes do BC, como Armínio Fraga, Gustavo Franco, Carlos Langoni, Gustavo Loyola, Pérsio Arida, além de ex-diretores, como Luiz Fernando Figueiredo, Mário Mesquita, Mário Torós e Sérgio Werlang, entre outros.

O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, defendeu nesta segunda-feira, 30, a devolução de R$ 100 bilhões da dívida do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para o Tesouro Nacional, medida anunciada na semana passada. A devolução, segundo ele, não reduzirá a importância do banco.

"Vamos reforçar o papel do BNDES", disse Meirelles, em palestra durante almoço na Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan). "O banco é uma prioridade para o desenvolvimento e continuará sendo", completou o ministro, ressaltando que os R$ 100 bilhões são equivalentes a 19% do total repassado pelo Tesouro ao banco.

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Capacidade ociosa

O ministro da Fazenda reconheceu que o potencial de crescimento do Brasil caiu, em relação ao que era alguns anos atrás. No entanto, ele frisou que uma economia que registra dois anos de recessão possui muita capacidade ociosa.

Dessa forma, a recuperação "pode ser até mais rápida do que está sendo previsto. Mas isso nós vamos ver", afirmou Meirelles.

O ministro lembrou que o governo já anunciou algumas medidas importantes, como concessões, privatizações e repatriação de recursos no exterior. Os detalhes serão divulgados mais adiante.

Dívida dos Estados

Segundo Meirelles, também está em estudo no governo uma solução para a dívida dos Estados. "Certamente, vamos enfrentar a questão da dívida dos Estados. Estamos em Brasília hoje trabalhando nisso", declarou. "Não estamos aqui para prometer. Estamos aqui para resolver problema e fazer avançar a economia brasileira", acrescentou.

A equipe econômica trabalha com o objetivo de criar condições macroeconômicas para que todos possam trabalhar, produzir e fazer o País crescer, disse Meirelles.

"A ideia é realismo, objetividade, botar a economia para funcionar na sua plena capacidade", resumiu. "Temos que ter consciência de que tem muito trabalho a fazer", completou Meirelles.

O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou neste sábado (21) que o governo não contempla aumento de impostos entre as medidas que serão anunciadas na terça-feira (24). "Não estamos descartando, dizendo que nunca será aumentado imposto. O que estamos dizendo que no momento não estamos contemplando aumento de impostos". Ele ressaltou que as decisões finais serão adotadas pelo governo naquele dia, no início da manhã.

Meirelles disse que as medidas que o governo anunciará na terça-feira são as consideradas pelo Poder Executivo como as mais relevantes, no momento. "Não há duvida de que medidas anunciadas na terça feira não vão esgotar tudo aquilo que está em estudo e que poderá ser anunciado posteriormente", disse. "Vamos anunciar as medidas que hoje consideramos mais importantes e que serão implementadas imediatamente, no sentido de, ou serem medidas administrativas e que podem ser simplesmente executadas, ou medidas a serem propostas ao Congresso Nacional no devido tempo."

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De acordo com Meirelles, a dimensão do déficit primário de R$ 170,5 bilhões, acima do imaginado por autoridades do governo, "acentuou a preocupação", com a perspectiva do endividamento da União para os próximos anos. "Mas já tínhamos uma ideia muito correta e precisa de que a trajetória de crescimento da divida pública é insustentável nos parâmetros atuais", disse. "Temos sim que adotar medidas que sejam fortes e decisivas." Segundo o ministro, "a conclusão do déficit maior do que pensávamos acentua a necessidade de medidas mais sérias para que se possa reverter isso."

O líder do DEM na Câmara dos Deputados, Pauderney Avelino (AM), afirmou nesta segunda-feira, 16, que seu partido votará contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que recria a CPMF. No último fim de semana, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, chegou a dizer em entrevistas que o governo Michel Temer cogita defender a recriação do tributo.

"Meu partido tem posição contra. Não vamos apoiar um eventual retorno da CPMF. Já disse a Temer. É uma questão partidária", afirmou. Segundo o líder, a contribuição atinge a camada mais pobre da população, mesmo aqueles que não possuem conta bancária. Isso porque, afirmou, o tributo será repassado aos preços de produtos e serviços. "Essa discussão deve ser banida".

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No último fim de semana, o líder do PSDB na Câmara, deputado Antônio Imbassahy (BA), também se posicionou contra a CPMF. Como mostrou a Coluna do Estadão, o tucano disse que a bancada não apoiará a recriação do tributo. "Considero um grave equívoco falar de aumento de impostos. A pauta deve ser a drástica redução de despesas, interrompendo a gastança promovida pelo petismo", afirmou.

DRU

Por outro lado, Avelino disse que o DEM apoiará a PEC que prorroga a Desvinculação de Receitas da União (DRU). Atualmente, a proposta está parada em comissão especial na Câmara. De lá, ainda precisa ser aprovada pelo plenário da Câmara e seguir para o Senado. Já a CPMF ainda está estacionada na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).

O novo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, anunciará a sua equipe e os dirigentes dos bancos públicos e do Banco Central na terça-feira (17) às 11 horas, segundo confirmou nesta segunda-feira (16) a assessoria da Fazenda. Mais cedo, o Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, havia informado a mudança da data com fontes. Meirelles ainda não conseguiu fechar todos os cargos e preferiu adiar o anúncio.

Na sexta-feira (13) quando falou pela primeira vez como ministro de Temer com a imprensa sobre sua equipe, Meirelles afirmou que os nomes seriam conhecidos nesta segunda-feira. Até agora, o único nome confirmado é o de Tarcísio Godoy para a secretaria executiva da pasta, mas Ilan Goldfajn deverá ser o presidente do Banco Central.

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O anúncio ocorrerá no Ministério da Fazenda.

O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, voltou a dizer que há possibilidade de aumento de impostos, embora, segundo ele, se trabalhe para evitar esse recurso, e confirmou estudos para mudança nas regras da Previdência. Em entrevista na noite de domingo, 15, ao programa Fantástico, da TV Globo, o ministro respondeu a perguntas de populares sobre temas como desemprego, inflação, impostos e aposentadoria.

Ao tratar da questão da previdência, Meirelles disse que uma parte importante do problema atual é a previdência e que é preciso debater o tema com a opinião pública. Ao ser perguntado sobre quanto tempo mais será preciso trabalhar para se aposentar disse que "Começamos ontem (14) a noite a fazer as contas."

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Diante do cenário de atividade fraca, Meirelles explicou que o ideal seria diminuir impostos, mas justificou que no momento o governo está arrecadando muito menos do que está gastando. "Pode ser até, eu não estou dizendo que isso vai acontecer, que tenha temporariamente um aumento de impostos", considerou. Sobre a CPMF, o ministro negou que haja uma decisão sobre a proposta no Congresso que prevê a volta do chamado imposto do cheque.

Ao responder sobre o aumento do desemprego, o ministro disse que é preciso fazer com que a economia volte a andar e, para isso, é necessário que sejam tomadas medidas "fortes". "Temos que fazer com que de novo a produção aumente, as vendas aumentem, em função disso as empresas contratem as pessoas. Todos temos pressa, mas para isso nós precisamos tomar medidas fortes, medidas que de fato façam efeito", afirmou, citando que nas finanças públicas é preciso rever questões como aumento de despesa por aumentos de salários.

Sobre inflação, Meirelles Disse que a redução de gastos do governo dará contribuição para o controle dos preços. Citou também que o novo governo está cortando gastos na 'própria carne' ao reduzir número de ministérios. Perguntado ainda sobre a intenção de disputar a Presidência em 2018, Meirelles negou. "Eu sou candidato a conseguir fazer um bom trabalho hoje aqui no Ministério da Fazenda."

Apenas quatro dias após terem tomado posse, o presidente da República em exercício, Michel Temer, e seu ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, iniciam a semana sob pressão das centrais sindicais e também dos empresários em relação ao pacote de medidas que a equipe econômica planeja colocar em prática nos próximos dias.

A pressão parte, principalmente, de personagens importantes que estiveram ao lado de Temer na batalha do impeachment: o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, e o deputado Paulo Pereira da Silva (SD-SP), da Força Sindical.

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Em reunião agendada para as 15 horas no Palácio do Planalto, ao menos quatro das maiores centrais do País - Força Sindical, União Geral dos Trabalhadores (UGT), Central dos Sindicatos Brasileiros e Nova Central Sindical de Trabalhadores - pressionarão Temer, Meirelles, Eliseu Padilha (Casa Civil) e o novo ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira, a rever alguns pontos anunciados por Meirelles em entrevista coletiva na última sexta-feira, 13.

Do lado dos empresários, o presidente da Fiesp se reuniu na noite deste domingo, 15, com Temer, em São Paulo. A pauta foi a proposta de recriação da CPMF ou de outro imposto transitório, ideia que não é descartada por Henrique Meirelles. "O pato está a postos e tem como prioridade dizer não ao aumento", afirmou Skaf no sábado em entrevista à Rádio Gaúcha, numa referência ao pato inflável da campanha da entidade contra impostos.

O primeiro grupo rejeita fortemente a recriação da CPMF, ainda que temporária, e o segundo teme os rumos da reforma da Previdência. Geddel Vieira Lima, ministro da Secretaria de Governo, se diz, pessoalmente, contra a recriação da CPMF.

"Sou pessoalmente contra a criação da CPMF, mas vou adotar a postura do governo", disse Geddel em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo. Em entrevista ao programa Fantástico, da TV Globo, Meirelles disse que o ideal é que se consiga equilibrar o orçamento apenas com o corte de despesas e, assim, não seja necessária a volta do imposto.

Sindicatos

As centrais são contra a reforma da Previdência, em especial em relação à idade mínima e ao aumento do tempo de contribuição. Outro ponto que elas querem discutir hoje com o novo governo é a revisão da legislação trabalhista.

Na sexta, Meirelles disse que a proposta de reforma da Previdência deve respeitar os direitos adquiridos. Mas ressaltou que esse conceito é "impreciso". Afirmou ainda que sua equipe trabalha em cima de revisão da legislação trabalhista. Também para o Fantástico, ele afirmou que o assunto tem de ser debatido com a opinião pública e o Congresso.

Temer quer convencer as centrais de que algumas medidas são necessárias, apesar de duras. Dirá que a proposta de reforma da Previdência tem por objetivo conter os gastos públicos e que as leis trabalhistas precisam ser modernizadas.

Conforme antecipou neste domingo, 15, no estadão.com a Coluna do Estadão, na reunião desta segunda com as centrais sindicais, Michel Temer e Henrique Meirelles serão claros na conversa. Ambos dirão aos representantes dos sindicalistas que o governo vai apresentar uma proposta de reforma da Previdência Social para o Congresso como forma de conter os gastos enormes que o setor hoje representa.

Projeções feitas por técnicos do governo indicam que o sistema previdenciário poderá entrar em crise a partir de 2020, se os gastos não forem contidos por algum tipo de reforma.

Reações

Além de conseguir apoio, o encontro visa debelar uma possível rebelião das centrais sindicais. As entidades ainda não falam em ações práticas, mas informaram que, quando as negociações começarem efetivamente, vão levar as propostas para os trabalhadores para estudar a reação mais adequada, caso medidas mais duras prosperem.

Para o presidente em exercício, esse cenário é ruim, pois ele já não detém o apoio das centrais ligadas ao PT, como a Central Única dos Trabalhadores (CUT), a maior do País, e a Central de Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil. Ambas foram convidadas para a reunião, mas, até o início da noite de domingo, nenhuma havia confirmado presença. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Orientado pelo ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles, o vice-presidente Michel Temer decidiu levar a Previdência Social para o Ministério da Fazenda, como estratégia para garantir que o endurecimento das regras para a aposentadoria no Brasil seja colocado efetivamente em prática.

Essa é uma das fusões que estão sendo estudadas pela equipe de Temer para que o número de ministérios caia a algo em torno de 23, ante os atuais 32 cargos na Esplanada. O plano prevê uma dezena de cortes e a criação de uma nova pasta, responsável pelas concessões, parcerias público-privadas (PPPs) e privatizações, que deve ficar sob o comando do ex-ministro Moreira Franco. O enfoque do novo ministério ou secretaria, com status de ministério, veiculado à Presidência da República, deve ser a geração de vagas de trabalho com carteira assinada.

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A mudança de postura do vice se deve às críticas dos últimos dias de que ele estaria repetindo a prática de Dilma de "lotear" os cargos na Esplanada para garantir o apoio dos partidos para o governo. Pela nova configuração, caso a presidente seja afastada pelo Senado, o governo Temer faria a junção dos Transportes com Portos e Aviação Civil, Educação com Cultura, Desenvolvimento Social com Agrário e Comunicações com Ciência e Tecnologia.

Além disso, as Secretarias das Mulheres, da Igualdade Racial, da Juventude e dos Direitos Humanos, que têm status de ministério, ficariam sob o guarda-chuva do Ministério da Justiça. Perderiam status de ministério o Banco Central, a Advocacia-Geral da União, a Secretaria de Comunicação e o Gabinete Pessoal da Presidência.

Dois prováveis ministros do governo Temer confirmaram a mudança ao jornal O Estado de S. Paulo e anteciparam que a ida da Previdência para Fazenda deve sofrer resistências, mas o entendimento é de que esse é o melhor desenho para garantir que o sistema previdenciário brasileiro volte a fechar no azul. Essa mudança, se confirmada, será histórica e deve ser bombardeada pelos sindicalistas, movimentos sociais e até pelo corpo técnico do órgão. O diagnóstico é de que, sem uma reforma previdenciária, não tem como Meirelles sinalizar um ajuste fiscal consistente para garantir a sustentabilidade das contas públicas no médio e longo prazos.

Com a redução no número de ministérios, a equipe ainda está para escolher entre alguns nomes que eram dados como prováveis quando as pastas eram separadas. É o caso, por exemplo, dos pernambucanos Roberto Freire (PPS-SP), que assumiria a Cultura, e Mendonça Filho (DEM-PE), que ficaria com Educação.

Disputa

A escolha de um nome para a Controladoria-Geral da União (CGU) abriu uma disputa entre Temer e o governador Geraldo Alckmin (PSDB). O tucano sondou o ex-procurador-geral de Justiça Márcio Elias Rosa para a vaga na Secretaria de Segurança Pública que será aberta com a provável ida de Alexandre de Moraes para o governo federal do peemedebista.

O gabinete de transição de Temer está com dificuldade de encontrar alguém para comandar o órgão, responsável pelo combate à corrupção. Dois ex-ministros do Supremo Tribunal Federal, Ellen Gracie e Carlos Velloso, também foram cotados para a vaga, mas não teriam demonstrado entusiasmo com a ideia. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O vice-presidente Michel Temer (PMDB-SP) se reuniu por cerca de seis horas no domingo, 8, no Palácio do Jaburu, em Brasília, com o economista Henrique Meirelles, que será o ministro da Fazenda caso o peemedebista assuma a Presidência.

Participaram do encontro os principais aliados de Temer, que também devem assumir ministérios, Eliseu Padilha e Moreira Franco. Também passaram pelo Jaburu o senador Romero Jucá e Geddel Viera Lima, cotados para assumir o Planejamento e a Secretaria de Governo, respectivamente.

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De acordo com um dos presentes, na reunião Meirelles fez uma explanação sobre a situação econômica do País. Caso o Senado decida afastar a presidente Dilma Rousseff por 180 dias, Temer terá que dar sinais imediatos do que pretende fazer para alavancar a economia.

A equipe econômica do novo governo terá pela frente as medidas encaminhadas no final da semana passada ao Legislativo pelo governo Dilma. Entre elas está o projeto de lei que reajusta a tabela do Imposto de Renda (IR) e, em compensação, eleva em R$ 5,35 bilhões a carga tributária das empresas, heranças e doações em 2017.

No campo político, a três dias da votação do processo de impeachment no Senado, Temer ainda discute nomes que deverão compor seu ministério, caso assuma a Presidência. O principal e mais estratégico cargo sem titular definido é o de ministro da Justiça.

Família

Temer passou o fim de semana em São Paulo, onde se reuniu com o cientista político Gaudêncio Torquato, o aliado Moreira Franco e o publicitário Elsinho Mouco. Neste domingo, Dia das Mães, o vice almoçou em casa e por volta das 15 horas seguiu para Brasília.

O peemedebista chegou no palácio do Jaburu por volta das 17 horas. Dez minutos depois, Meirelles chegou ao local. Em seguida chegaram Jucá, Geddel e Moreira. Meirelles foi o último a deixar o Jaburu, por volta das 23 horas.

Cotado para assumir o comando do Ministério da Fazenda, o ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles afirmou nesta segunda-feira que o primeiro objetivo a ser perseguido para que a economia brasileira volte a crescer deve ser a retomada da confiança.

Segundo Meirelles, um "aspecto chave" para conseguir retomar a confiança é colocar a dívida pública em trajetória de queda. Com isso, na avaliação dele, será possível as empresas voltarem a contratar, os bancos, a emprestar, e a economia voltar a funcionar.

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Em entrevista após reunião com o vice-presidente Michel Temer no Palácio do Jaburu, Meirelles admitiu que uma proposta de fixação de um teto para os gastos públicos é uma das opções a ser analisada em um eventual governo do peemedebista.

"O fiscal é fundamental", afirmou o ex-presidente do BC, sem dar mais detalhes sobre a proposta. Atualmente, já tramita no Congresso Nacional projeto de Lei Complementar nesse sentido.

Há pouco mais uma semana, Henrique Meirelles foi palestrante no Brazil Summit. O tradicional evento anual realizado em Nova York, pela Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos, ocorreu no dia seguinte à votação da primeira fase do impeachment. Estava lotado. Meirelles, que é o nome de Temer para o Ministério da Fazenda caso assuma a Presidência, enumerou os itens que considera importantes para tirar o Brasil da recessão e iniciar a retomada do crescimento.

Defendeu a melhoria do ambiente de negócios para incentivar a volta dos investidores, especialmente na área de infraestrutura. Citou a importância da abertura comercial. Falou da necessidade de o País enfrentar reformas, como a da Previdência, que possam aliviar o crescimento dos gastos no longo prazo, frear e, mais adiante, a reduzir a dívida pública. Entrou até em temas polêmicos, ao dizer que é preciso suportar provisoriamente um aumento de impostos.

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Quem conhece o "Uma Ponte para o Futuro", documento que reúne propostas do PMDB para a economia, sabe que boa parte dessas medidas está lá. Apesar de alguns integrantes do PMDB refutarem aumento de impostos, respeitados especialistas em finanças públicas garantem que é impossível escapar de uma alta no curto prazo.

Se estiver valendo cada palavra que proferiu no evento, não há como negar que Meirelles estaria alinhado com um eventual governo de transição liderado por Michel Temer. Mas é preciso também lembrar que o documento reúne uma espécie de consenso entre os economistas ditos liberais, por assim dizer, e que existe um abismo entre a intenção e a possibilidade concreta de tirar cada proposta do papel. Não basta ser capaz de concordar com elas. A passagem de Joaquim Levy pela Fazenda mostrou isso.

Com a ressalva de que não divulgará a nova equipe até a decisão do Senado sobre o afastamento da presidente Dilma Rousseff, o vice-presidente Michel Temer admite que o ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles é o nome que tem para assumir o Ministério da Fazenda. Temer já encaminhou o desenho do que espera para os principais ministérios e os nomes que melhor se adaptam ao perfil que traçou para seu governo.

O enfoque na Fazenda será a execução de um ajuste fiscal gradual capaz de garantir a retomada da confiança, que impulsionará o crescimento. Meirelles se encaixa no diagnóstico feito ao vice-presidente pelo também ex-presidente do BC Armínio Fraga, de que o centro do problema da crise econômica do País é o desequilíbrio fiscal.

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Em entrevista ao jornal O Globo, Temer admitiu que, se tivesse de assumir hoje a Presidência, o ministro da Fazenda seria Meirelles: "Fiquei muito bem impressionado com a conversa que tive com ele".

Meirelles tem defendido o que batizou de "ajuste completo". O acerto das contas deve ser parte de um plano de desenvolvimento econômico que, embora contracionista no curto prazo, vise ao crescimento ao fim do processo, com aumento da renda e do emprego. O ex-BC compartilha da visão de que a carga tributária atual é "pesada" demais.

Banco Central

A escolha do novo ministro da Fazenda será preponderante na definição do nome do futuro presidente do Banco Central. No entanto, o comando dos bancos públicos deve ser definido pelo próprio vice nas negociações da composição de apoio partidário para seu governo no Congresso.

A presidência da Caixa deve ficar com o PP. O nome mais cotado é o do ex-ministro da Integração Nacional do governo Dilma Gilberto Occhi, que é funcionário do banco.

O grupo de Temer já rediscute a junção de várias Pastas num superministério de infraestrutura. A avaliação é de que a união dos ministérios não deu certo no governo Collor, na década de 90, e não faria sentido repetir a receita agora.

Planejamento

O senador Romero Jucá (PMDB-RR) é o mais cotado para o Planejamento. Ele terá papel fundamental na articulação das medidas com o Congresso, em especial na solução da "armadilha fiscal" que espera Temer caso assuma a Presidência. Para a Casa Civil, já está certo o nome de Eliseu Padilha (PMDB-RS).

O senador José Serra (PSDB-SP) tem poucas chances de ser nomeado para a Fazenda. Assessores de Temer tentam convencer o tucano a aceitar o Ministério da Educação. A resistência continua sendo de uma ala do PSDB que teme que um eventual bom desempenho de Serra no ministério o credencie como candidato do partido em 2018. O PSDB já tem dois presidenciáveis: o senador Aécio Neves e o governador Geraldo Alckmin. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O vice-presidente Michel Temer (PMDB) fechou seu foco de análise de nomes cotados para o Ministério da Fazenda, caso venha a assumir a Presidência. O peemedebista está entre o ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles, que ocupou o cargo nos oito anos de governo Luiz Inácio Lula da Silva, e o senador José Serra (PSDB-SP), que foi ministro do Planejamento e da Saúde na gestão Fernando Henrique Cardoso.

A favor do primeiro - mais bem posicionado neste momento para ocupar esse posto, conforme integrantes do grupo próximo de Temer - conta o potencial que ele tem de transmitir confiança ao mercado. Na outra ponta, Serra enfrenta entraves dentro de seu partido, que avalia até punir quem aceitar cargos num eventual governo Temer.

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Nesta segunda-feira (25) em entrevista no Senado, o tucano negou ter sido sondado ou convidado para assumir a Fazenda de um eventual governo Temer, informação antecipada à tarde pela jornalista Sonia Racy, na versão online da coluna Direto da Fonte. "Tenho conversado com o vice-presidente sempre, mas não tratamos desse assunto. Não tenho na cabeça história de ministério", disse Serra.

Segundo apurou a reportagem, Temer gostaria de ter o apoio institucional do PSDB para que Serra assumisse a Fazenda. Com isso, teria certeza do engajamento total dos tucanos em sua gestão. Caso isso não aconteça, Serra poderia assumir uma pasta na cota pessoal de Temer, como uma nova pasta da Infraestrutura, Educação ou Saúde.

Pautas

 

O vice se encontrou com Meirelles no sábado, 23, no Palácio do Jaburu. Na noite de domingo, se reuniu com Serra no mesmo local. Temer não fez convites formais aos interlocutores, o que só deve ocorrer após a análise do impeachment pelo Senado. Na conversa com Serra, os dois falaram de economia, da dificuldade financeira dos Estados e de meta fiscal.

Serra alertou Temer de que uma das primeiras providências que terá de enfrentar no Congresso, se assumir a Presidência, é aprovar a proposta de revisão da meta fiscal de 2016 até o fim de maio, sob pena de paralisar a máquina pública federal. O tucano tem defendido a votação dessa proposta o quanto antes pelos parlamentares, por considerar o assunto como relevante no curto prazo.

Outro receio de Serra externado ao vice é com o potencial prejuízo bilionário para os cofres públicos federais, caso o Supremo Tribunal Federal altere a fórmula de composição dos juros das dívidas dos Estados com a União, alterando-os de compostos para simples. O plenário do STF julgará o assunto amanhã.

No jantar, Serra disse a Temer que não é majoritária no PSDB a posição segundo a qual tucanos que participarem do governo do peemedebista terão de se licenciar do partido.

Visões

 

Meirelles e Serra têm visões diferentes da economia - no ano passado, o tucano chegou a classificar o ex-presidente do BC como o "pior" da história. No entanto, Meirelles goza de respeito entre analistas de mercado, dada a longa carreira no setor bancário e até por certo "traquejo político". O ex-presidente do BC foi eleito deputado em 2002 pelo PSDB goiano, mas abdicou do cargo e da filiação tucana para assumir o BC com Lula, além de ter passagens por PMDB e PSD. No quesito político, Serra leva vantagem, mas o perfil centralizador e mais "intervencionista" desperta certa desconfiança entre os analistas.

Economistas apontam como trunfos de Meirelles um "reforço na confiança dos investidores internacionais", um dos pontos que mais fragilizaram a presidente Dilma Rousseff. Entretanto, uma lacuna considerada relevante para um futuro ministro da Fazenda no currículo de Meirelles, como lembra um economista, é a falta de experiência na gestão da política fiscal - provavelmente o maior desafio macroeconômico de uma eventual gestão Temer. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles chegou na tarde deste sábado, 23, ao Palácio do Jaburu, residência oficial do vice-presidente Michel Temer. Ele participará de encontro com Temer e o ex-ministro das Cidades e presidente do PSD, Gilberto Kassab. O ex-ministro também já chegou ao Palácio do Jaburu. O encontro está previsto para ocorrer por volta das 16h30.

Meirelles é um dos nomes cotados para assumir o Ministério da Fazenda em um eventual governo Michel Temer, caso o processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff avance no Senado. Meirelles é filiado ao PSD de Kassab.

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Um dos principais colaboradores econômicos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em seus dois mandatos, o ex-titular do Banco Central Henrique Meirelles, é uma das grandes apostas do Partido Social Democrático (PSD) para essas eleições. Meirelles já afirmou a interlocutores que, se sair mesmo candidato em 2014, o seu desejo é disputar uma cadeira no Senado Federal.

Neste sábado, dia 25, o PSD realiza encontro regional na Câmara Municipal de São José do Rio Preto com a presença do presidente da legenda, Gilberto Kassab, de prefeitos, vereadores, lideranças regionais e de militantes para discutir as perspectivas econômicas e políticas de 2014. Meirelles, que atua como coordenador do Conselho de Política Econômica da Fundação Espaço Democrático, informou à direção da legenda que irá ao encontro no interior de São Paulo.

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Para correligionários do PSD, essa disposição em comparecer ao encontro regional pode ser a sinalização de que o ex-presidente do BC deverá aceitar integrar a chapa majoritária da legenda em São Paulo, que terá como cabeça o ex-prefeito Gilberto Kassab e como vice a coordenadora do PSD-Mulher e ex-vice-prefeita de São Paulo Alda Marco Antonio. A chapa ficaria completa com Meirelles como candidato ao Senado Federal.

Na avaliação de analistas, a entrada de Meirelles na corrida sucessória de 2014 poderá dar ao PSD um aliado de peso nas discussões econômicas que irão dominar as eleições, sobretudo em razão de sua gestão no BC ter sido bem avaliada pelo mercado financeiro. Além disso, Meirelles tem projeção também junto ao empresariado e conhece os meandros da economia para entrar no acirrado debate eleitoral.

Tucano

Para assumir o Banco Central em 2003, a convite do então presidente Lula, Henrique Meirelles teve de se desfiliar do PSDB e abrir mão da cadeira de deputado federal por Goiás, onde foi eleito no pleito de 2002 com a maior votação do Estado. Naquela ocasião ele já havia tentado disputar o Senado, mas foi preterido pelo partido e acabou disputando uma vaga na Câmara dos Deputados.

Em 2009, Meirelles foi convidado a se filiar ao PMDB. O argumento era de que ele poderia concorrer ao governo de Goiás pela sigla, mas os acordos feitos no pleito de 2010 levaram à candidatura de Iris Rezende, que era prefeito de Goiânia. Quem acabou vencendo foi o tucano Marconi Perillo, que era aliado do ex-presidente do Banco Central. Outra expectativa na ocasião era que Meirelles pudesse ser o vice na chapa da petista Dilma Rousseff nas eleições presidenciais daquele ano, mas o presidente nacional do PMDB, Michel Temer, acabou ocupando o posto.

Em outubro de 2011, Henrique Meirelles decidiu deixar o PMDB e aceitar o convite do então prefeito Gilberto Kassab para integrar o recém-criado PSD. Na ocasião, ele também trocou o seu domicílio eleitoral de Goiás para a capital de São Paulo. Em nota divulgada após seu processo de filiação ter sido acatado pela Justiça Eleitoral, o ex-presidente do BC disse que a mudança de partido não se tratava de um projeto eleitoral, mas de uma oportunidade de participar da formação de um grande partido nacional desde o seu início. Ele disse também no comunicado que se sentiu estimulado a contribuir no debate e na formulação de políticas para sustentar e incrementar o desenvolvimento do País, bandeira que o PSD deverá defender nas eleições de outubro deste ano.

O ex-presidente do Banco Central e presidente do Conselho Consultivo da J&F, Henrique Meirelles, afirmou nesta quarta-feira, 28, em evento em São Paulo, que o dólar está subindo mais sobre moedas de países que têm tido "um desempenho externo um pouco menos forte". Para ele, na média, o real tem mostrado uma tendência de depreciação, o que deve beneficiar exportação de manufaturados. "O que se pode dizer claramente é que não vai se voltar aos patamares anteriores e claramente temos uma tendência de ter um câmbio um pouco mais depreciado do que anteriormente."

De acordo com Meirelles, o nível de estabilização depende "de fluxo do mercado, de conta corrente, de reação a médio prazo da balança comercial e dos investimentos e das próprias ações de liquidez tomadas pelo Banco Central".

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Ele destacou ainda que o alto volume das reservas brasileiras é um ativo muito importante para o País, embora a médio e longo prazo elas não definam patamar de câmbio. "As reservas como amortecedoras das crises de liquidez são vitais, muito importantes e muito relevantes", comentou, reiterando que "não há dúvidas" de que o Brasil tem reservas elevadas, o que é importante para evitar crises cambiais e de liquidez. "Em 2008 elas (as reservas) mostraram a sua utilidade quando houve uma crise de liquidez internacional que atingiu o Brasil de forma muito violenta."

Aumentar produtividade é o desafio da economia brasileira daqui para frente. A avaliação é do ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles, apresentada durante evento organizado nesta terça-feira pela FTI Consulting, na capital paulista, sobre perspectivas para este segundo semestre. "Entramos na fase em que o desafio é a produtividade, que é a prioridade nacional, como a Educação e a desoneração dos custos das empresas para induzir investimento."

De acordo com Meirelles, a economia do País entrou em um novo ciclo com a estabilização na década de 1990, a taxa média de crescimento aumentando e o índice de desemprego recuando de um patamar de 13%. Mais recentemente, no ambiente da crise de 2008, iniciada com a quebra do Bear Stearns em março, e que evoluiu para a quebra do Lehman Brothers em setembro do mesmo ano, o Brasil soube contornar os efeitos da escassez de crédito concedendo financiamentos internamente.

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Com o desemprego caindo para a taxa de quase pleno emprego, a economia brasileira, na visão de Meirelles, usufrui do bônus da estabilidade. Segundo ele, O Brasil passará agora a crescer a uma taxa menor e o mercado de trabalho não deverá mais se expandir a taxas tão expressivas. Além disso, o economista prevê queda no fluxo de capital, afetando o mundo e o Brasil ainda que de forma menos aguda.

Perspectivas

Para Meirelles, "o fato de termos que enfrentar um desafio agora não quer dizer que voltaremos atrás". Ele mencionou que o País tem hoje cerca de US$ 360 bilhões em reservas internacionais e a dívida cambial doméstica é quase inexistente. "O Brasil tem dívida pública externa substancialmente inferior às reservas. Temos trajetória de inflação ancorada. Então, a realidade do País é diferente."

A discussão atual, comenta Meirelles, foca na taxa de crescimento maior. "A taxa de crescimento hoje é de em torno de 2,5%. Uns falam mais outros menos. Para o ano que vem, em torno de 4%. A questão é qual taxa é sustentável. Faz diferença se situar em uma taxa de 3,5% ou 4,5%."

O economista acredita que é preciso separar os canais de transmissão da crise em fatores globais (conjunturais) e domésticos (estruturais). Quanto à China, o ex-presidente do BC sustenta que o gigante asiático está engajado em substituir o modelo de exportação por investimentos e aumento do consumo interno, o que afetará um pouco o Brasil. Em 2008, lembra Meirelles, ao contrário do México, que dependia quase exclusivamente dos Estados Unidos para exportar, o Brasil não foi tão pressionado pela crise porque suas vendas para o EUA estavam caindo, enquanto os embarques para a China aumentavam. Ele reitera que "isso agora vai diminuir".

A euforia com o Brasil acabou e o investidor estrangeiro começa a mostrar sinais de preocupação com a frequência com que o governo tenta impor suas vontades às empresas privadas. Esses são alguns dos raros comentários que o ex-presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, se permitiu fazer sobre o governo da presidente Dilma Rousseff, desde que saiu de Brasília. "Prefiro acreditar que (as intervenções) são reações à crise e que a tendência é voltar à normalidade", diz ele.

De volta ao setor privado, Meirelles hoje é presidente do Conselho de Administração do grupo J&F, dono do frigorífico JBS, chairman do banco de investimentos franco-americano Lazard e membro do conselho da empresa aérea Azul. Nesta entrevista, além de falar sobre economia, Meirelles contou sobre sua nova rotina e disse que seu próximo passo pode ser virar empresário.

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A seguir, os principais trechos da entrevista:

Os comentários de que o investidor estrangeiro começa a manifestar um mal-estar com as intervenções do governo no setor privado estão aumentando. O sr. já ouviu algo assim?

O nível de preocupação geral do investidor estrangeiro aumentou muito. A situação da economia mudou bastante e os investidores estão muito mais cautelosos no mundo todo. Não há dúvida de que aquela euforia com o Brasil e mesmo com outros países não existe mais hoje. O que, de certa maneira, acho saudável.

Mas o sr. tem percebido nos investidores apreensão com a interferência do governo na vida das empresas ou não?

Existe, sim, essa preocupação. Me perguntam de fato muito sobre isso nas minhas palestras para investidores internacionais. Procuro chamar a atenção desses investidores para as questões institucionais básicas do Brasil. O País tem a mesma estrutura institucional, pratica uma economia de mercado, existem garantias de contrato. Pode haver questões pontuais e aí a história vai dizer até que ponto são reações conjunturais à crise ou uma tendência no futuro. Prefiro acreditar que são reações à crise e que a tendência é voltar à normalidade.

O PIB do primeiro trimestre cresceu só 0,2%. Por que o Brasil está crescendo tão pouco?

Estamos vivendo uma situação de retração econômica global importante. E não há dúvida de que isso impactou a economia brasileira. O governo está adotando uma série de medidas contracíclicas e vamos aguardar os desdobramentos para ver a reação da economia nos próximos meses. Estamos crescendo bem abaixo do potencial. Há espaço para aumentar o crescimento sem pressões que gerem desequilíbrio.

Alguns analistas entendem que no governo Dilma o Banco Central perdeu autonomia. O sr. Concorda?

Eu tenho uma decisão autoimposta de, durante pelo menos dois anos depois de sair do Banco Central, não fazer comentários sobre meus sucessores. A relação do governo com os bancos está quente por causa dos juros. Eles foram criticados pela presidente Dilma e pressionados pelo ministro Guido Mantega. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O ex-presidente do Banco Central, atual presidente do conselho consultivo do grupo J&F, holding que controla, entre outras, a JBS, e coordenador do programa econômico do PSD, Henrique Meirelles, afirmou nesta segunda-feira que não pretende ser vice na chapa do tucano José Serra, na corrida pela Prefeitura de São Paulo deste ano. "Não é minha intenção disputar cargo eletivo este ano", disse Meirelles, após participar da primeira reunião do Conselho de Política Econômica do Espaço Democrático, fundação do PSD para estudos políticos. O evento contou também com a participação do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, do vice-governador do Estado, Guilherme Afif Domingos, além de secretários e parlamentares da legenda.

O prefeito Gilberto Kassab disse que independentemente do nome que for escolhido para compor a chapa encabeçada pelo tucano José Serra, seu apoio ao ex-governador é total. Questionado se o apoio continuará irrestrito, mesmo que a aliança em torno do nome de Serra escolher um vice do DEM (ex-legenda de Kassab, da qual ele saiu brigado), o prefeito respondeu: "Seja qual for o partido, sempre disse que meu apoio ao Serra seria incondicional". O prefeito, contudo, fez questão de dizer que a escolha do vice nesta chapa deverá ser definida pelo próprio candidato. Outro nome cotado para vice de José Serra é o do secretário municipal de Educação, Alexandre Schneider, também filiado ao PSD e que está deixando o cargo para se candidatar a uma vaga na Câmara dos Vereadores, no pleito deste ano.

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Além de negar que pretenda ocupar a vaga de vice na chapa tucana, Meirelles falou da importância de elaborar o programa econômico do PSD. Na sua avaliação, a sociedade demanda que o debate econômico passe a ser também político e que isso se manifeste através dos votos nas urnas. "O grande desafio econômico/político é a produtividade e o crescimento da economia", frisou.

O prefeito Gilberto Kassab (PSD) afirmou hoje que o ex-presidente do Banco Central (BC) Henrique Meirelles é um grande nome do partido para disputar as eleições municipais de 2012 em São Paulo. Após participar da primeira celebração na nova sede do Santuário Mãe de Deus - idealizado pelo padre Marcelo Rossi -, Kassab destacou que Meirelles tem raízes na capital paulista por ter estudado na Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP), ter presidido um banco em São Paulo e ter sido um dos fundadores do movimento Viva o Centro. O ex-presidente do BC deixou o PMDB e assinou filiação ao PSD na sexta-feira passada.

"Meirelles é uma pessoa qualificada, conhecedor da cidade de São Paulo, tem espírito público e tem seriedade. Se for candidato, será um fortíssimo candidato. E, se vencer, será um excelente prefeito", afirmou Kassab, destacando que PSD tem outro grande quadro para disputar a eleição municipal de 2012, que é o atual vice-governador do Estado, Guilherme Afif Domingos (PSD).

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Apesar de reconhecer Meirelles como candidato em potencial, a definição do representante do PSD para 2012 dependerá das alianças que o partido traçar para a disputa. Kassab disse ser natural que o partido se alie ao PSDB, tendo em vista a aliança que já existe entre as legendas atualmente.

"Essa aliança é integrada pelo governador Geraldo Alckmin, que tem no seu partido integrantes da nossa administração, pelo ex-governador José Serra, pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, pelo ex-governador Alberto Goldman e pelo vice-governador, Guilherme Afif", afirmou. "Portanto, é uma aliança que seria natural."

O PSDB, por sua vez, atualmente tem quatro pré-candidatos para disputar a Prefeitura em 2012: o secretário estadual de Energia, José Aníbal, o secretário estadual do Meio Ambiente, Bruno Covas, o secretário estadual da Cultura, Andrea Matarazzo, e o deputado federal Ricardo Trípoli. A preparação de uma disputa interna entre os tucanos, porém, não agrada à cúpula do PSD. "Começa muito mal uma aliança quando um dos partidos quer impor nomes", disse Kassab. "Uma aliança existe quando ela se consolida e se constitui e depois então se escolhe um candidato, independentemente de partido."

Embora a aliança natural seja com o PSDB, Kassab afirmou que o PSD não teria problema nenhum em dialogar com o PT para a disputa da sua sucessão. O prefeito lembrou que alguns dos quadros do seu partido já têm experiência na convivência com o PT e que sua relação com a presidente Dilma Rousseff é a melhor possível. Kassab, porém, admitiu que uma aliança com os petistas para o primeiro turno seria difícil, tendo em vista que o PT faz oposição ao seu governo.

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