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Desde janeiro, o vendedor Cristiano Santos, de 40 anos, luta contra o avanço agressivo da Síndrome de Guillain-Barré (SGB). Morador do Recife, ele apresentou febre, dor no corpo e nas articulações em dezembro de 2014. No mês seguinte, já estava sem forças nas pernas e com dificuldades para andar.

"Ele não me contou se fez um exame mais aprofundado. O primeiro diagnóstico foi de dengue, mas pode ter sido zika. Em dezembro, não tinha todo esse ‘holofote’ que tem hoje", conta o companheiro de Santos, o jornalista Miguel Rios, de 47 anos.

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Rios diz que o parceiro, com quem vive há 17 anos, ficou internado durante oito meses na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), chegou a ter uma parada respiratória e apresentou lesões no cérebro. "Ele passou um período em coma, não conseguia sair da respiração mecânica, não conseguia acordar. Agora, já ouve, tenta falar, mexe os braços, tem movimentos nas pernas. Há dias em que ele dorme demais. Mas, pelo menos, o prognóstico de que ele iria morrer ou ficar em estado vegetativo está se desconstruindo."

O jornalista diz que, inicialmente, a família pensou que a dengue poderia ter causado complicações mais severas. Com a gravidade do caso, não buscou se aprofundar sobre a possibilidade de contaminação com o zika vírus. "A gente achava que era dengue, que é a doença mais famosa. Não desconfiamos", afirmou.

Luta

Rios afirma que tem se dividido entre suas responsabilidades profissionais e o apoio constante ao companheiro. "A gente precisa estar perto para ativar o cérebro dele para vencer as dificuldades." Parentes próximos também estão acompanhando a rotina hospitalar e dando estímulo diariamente para que o processo de recuperação seja menos sofrido para o vendedor.

Rios defende que uma mudança drástica seja feita para que mais pessoas não se tornem vítimas da síndrome. "Como vai controlar esse problema em um País que tem a cultura de jogar lixo na rua? Tem de fazer uma mudança de cultura", afirmou.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A cidade de São Paulo já registrou dois casos de microcefalia com suspeita de relação com o zika vírus, de gestantes vindas de Estados do Nordeste. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, uma das mulheres deu à luz na semana passada, no Hospital Municipal Mário Degni, no Butantã, zona oeste da capital. A outra está com 36 semanas de gestação, mas a má-formação já foi diagnosticada durante um exame de imagem feito na Santa Casa de São Paulo, onde está sendo atendida.

A primeira engravidou na Paraíba e passou o início da gestação naquele Estado, onde 96 casos de microcefalia já foram registrados. A segunda veio de Pernambuco, Estado com o maior número de registros até agora: 487.

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A capital tem uma média histórica de 10 a 15 casos de microcefalia por ano, causados por outros fatores, como rubéola e consumo de drogas. Neste ano, já haviam sido notificados 12. Mas os dois novos casos são os primeiros da cidade com suspeita de relação com o zika.

Segundo o secretário municipal de Saúde, Alexandre Padilha, as duas gestantes tiveram sintomas do zika vírus nos primeiros meses de gravidez. "Quando ainda estavam no Nordeste, tiveram febre e exantemas (manchas vermelhas no corpo). Como o período de transmissão do vírus dura poucos dias, quando elas vieram para São Paulo já não tinham o risco de transmitir", diz Padilha.

O rastreamento dos dois casos foi possível graças a uma nova regra estabelecida pela secretaria no dia 11 de novembro, após o aumento de casos de microcefalia no País. "Passamos a orientar todas as maternidades de São Paulo a, além de fazer o registro de microcefalia no momento do nascimento, buscar em exames de imagem, como ultrassons, suspeitas da má-formação e notificar a vigilância local quando há casos suspeitos", explica o secretário.

Até agora, a cidade de São Paulo não teve casos autóctones (de transmissão interna) do zika vírus. Foram apenas três registros importados: dois cuja infecção aconteceu na Bahia e outro de um paciente que passou por vários Estados do Nordeste. Além disso, sete casos suspeitos estão em investigação.

Em todo o Estado, foram confirmados dois casos autóctones do zika vírus: um em Sumaré e outro em São José do Rio Preto, ambos no interior. As contaminações aconteceram no primeiro semestre do ano.

Gravidez

Padilha afirmou que as mulheres não devem ser desencorajadas a engravidar - como já disseram técnicos federais -, mas devem redobrar os cuidados. "A dengue é potencialmente mais grave para uma grávida do que o zika porque pode causar a morte da gestante ou um aborto. O que deve ser feito é redobrar o cuidado com o combate ao mosquito, porque aí estaremos nos prevenindo da dengue e do zika", disse.

Medidas

Além de editar norma no dia 11 deste mês, orientando os hospitais a notificarem casos suspeitos de microcefalia, mesmo antes do nascimento da criança, a Secretaria Municipal da Saúde convocou uma reunião na quarta-feira, 25, com 1.200 representantes de unidades de saúde públicas e privadas para capacitação de gestores no enfrentamento da dengue e do zika vírus.

A pasta convocou também os serviços particulares pelo fato de 40% das 23 mortes por dengue ocorridas no ano terem sido registradas nesse tipo de estabelecimento. A secretaria apresentou regras detalhadas sobre diagnóstico e notificação do zika e medidas que serão tomadas contra a dengue no próximo verão, entre elas a aplicação de larvicida em imóveis da capital paulista, instalação antecipada de dez tendas de atendimento, aplicação de testes rápidos de diagnóstico, entre outras.

Segundo o secretário da Saúde, Alexandre Padilha, a expectativa é de que a epidemia do próximo ano seja ainda mais grave do que neste ano, quando 100 mil pessoas tiveram a doença.

Depois de encaminhar um pedido para uma audiência com a presidente Dilma Rousseff (PT) sobre os casos de microcefalia em Pernambuco, o governador Paulo Câmara (PSB) convocou os prefeitos do estado para uma reunião na próxima segunda-feira (30), às 16h, em Gravatá, no Agreste pernambucano. De acordo com Câmara, o encontro será para discutir sobre um  “Plano Estadual de Enfrentamento das Doenças Transmitidas pelo Aedes Aegypti (Dengue, Chikungunya e Zika)”. 

“Precisamos estar unidos para enfrentar esse desafio do aumento dos casos de microcefalia. Governo do Estado, prefeituras e Governo Federal. A transparência no trato da questão e a mobilização dos agentes públicos e da sociedade são fundamentais para encontrar os caminhos que levarão à superação desse que é o maior problema de saúde do Brasil”, justificou o governador. 

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Também participarão da reunião os secretários municipais de Saúde e as equipes técnicas do Governo do Estado que estão envolvidas no enfrentamento. O encontro está sendo feito em articulação com o presidente da Associação Municipalista de Pernambuco (Amupe) e prefeito de Afogados da Ingazeira, José Patriota (PSB).

Em Pernambuco, foram notificados 487 casos de microcefalia, entre os dias 27 de outubro e 22 de novembro, em 108 municípios. Dessas notificações, 175 já foram confirmados.

O governador Paulo Câmara encaminhou um ofício a presidente Dilma Rousseff (PT), nesta quarta-feira (25), solicitando uma audiência “em caráter de urgência” para discutir o aumento no número de casos de microcefalia no Estado. A doença tem acometido bebês nascidos em Pernambuco. Entre os dias 27 de outubro e 22 de novembro  foram registrados 487 casos. No pedido encaminhado ao Palácio do Planalto na manhã de hoje, o gestor classificou a questão como uma “gravíssima situação”.

No texto, Paulo Câmara relata o aumento das notificações de dengue em 580% este ano, em comparação como o mesmo período de 2014, resultando em 117.250 notificações em 2015, com 61 municípios pernambucanos em situação de risco de epidemia de dengue e 78 em situação de alerta para a epidemia. 

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“Preocupa-nos, ainda, senhora presidente, o fato de que, tendo isolado o vírus chikungunya no Estado de Pernambuco, em agosto de 2015, já temos – hoje – 785 casos notificados, fato que nos aponta a urgente necessidade de discutimos a bases de um Plano Estadual de Enfrentamento às Arboviroses, para cuja implantação é imprescindível o apoio de Vossa Excelência”, defendeu o governador. Arbovírus é um vírus transmitido por artrópodes, como os mosquitos, caso da dengue, chikungunya e zika. 

Ao final do ofício, Paulo Câmara diz que está certo de contar com o “costumeiro apoio” da presidente da República, “na expectativa de que logo possamos dar consequência às soluções de que tanto necessita o povo pernambucano, neste momento”. 

A Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco divulgou, na tarde desta nesta terça-feira (24), na sede do órgão no Recife, o boletim mais atualizado em relação aos casos de Microcefalia no Estado. Foram notificados 487 casos entre 27 de outubro e 22 de novembro e 175 desses atendem aos critérios da Organização Mundial da Saúde (OMS). Dos registros, são contabilizados pouco mais de 60% de bebês do sexo feminino e cerca de 30% do masculino, sendo um de sexo ignorado. Ao todo, 108 municípios já notificaram casos da doença. 

O Programa de Tratamento em Epidemiologia Aplicada aos Serviços do SUS (Episus)/Ministério da Saúde divulgou o resultado de uma pesquisa que tinha como objetivo identificar o aumento da ocorrência de casos de microcefalia em nascidos vivos, descrever as situações e levantar hipóteses. Para o estudo, foi utilizada uma amostragem de 40 recém-nascidos confirmados com a doença.  

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De acordo com a pesquisa, 12 mães fizeram uso de medicamento de uso contínuo, seis possuíam doenças pré-existentes, cinco utilizaram produtos químicos durante a gestação, seis consumiam álcool, cinco utilizavam cigarro e duas fizeram uso de drogas.  Também foram analisado os casos em que as gestantes apresentaram exantema, ou seja, manchas vermelhas pelo corpo. Vinte delas tiveram no primeiro trimestre da gestação e sete delas no segundo. 

O resultado do estudo constatou que três casos de microcefalia foram decorrentes de sífilis; um deles a causa foi citomegalovírus e outra por herpes vírus, no entanto, a maioria dos casos não teve a causa etiológica definida.  A SES havia informado que iria divulgar, na sexta-feira (27), o protocolo voltado às gestantes, no entanto, durante esta terça-feira e quarta-feira (24), está acontecendo em Brasília uma reunião com o Ministério da Saúde que irá definir melhor essas medidas, para só depois tornar público o que será aplicado em Pernambuco. 

Ainda foram divulgados os primeiros detalhes do protocolo que será utilizado para as gestantes. Será feita a notificação imediata para as grávidas que tenham ultrassom indicativa de bebê com microcefalia ou grávidas com manchas vermelhas. Para o último caso, será realizada a coleta de sangue para diagnóstico laboratorial na unidade em que realiza pré-natal ou na unidade referência a qual foi encaminhada. Também serão realizadas ultrassonografias entre a 32ª e 35ª semana de gestação. As gestantes que já tiverem confirmação de que seu bebê possui microcefalia receberão acompanhamento psicológico. 

A Secretaria alerta de que o pré-natal deverá ser mantido na rede municipal de saúde, exceto em casos que se classifique a existência ou suspeita da doença. Também foi divulgado que o atendimento referência para as grávidas, no Recife, é no IMIP, Hospital Agamenon Magalhães e Cisam. Em Caruaru é o Hospital Jesus Nazareno; em Serra Talhada, o Hospital Regional Professor Agamenon Magalhães (Hospam) e em Petrolina, Hospital Dom Malan. 

O Brasil registrou até agora 520 casos suspeitos de microcefalia. Os nascimentos ocorreram em 160 municípios, distribuídos em nove Estados do Brasil. Os casos ultrapassaram a barreira do Nordeste e chegam agora ao Centro-Oeste. O maior número de notificações foi feito em Pernambuco: 268 registros. Em seguida está a Paraíba (com 96), Sergipe (54), Rio Grande do Norte (47), Piauí (27), Alagoas (10), Ceará (9), Bahia (8) e Goiás (1).

"Além da dengue, que mata, e da chikungunya, que aleija, temos agora o problema da zika, que causa microcefalia. É um problema de dimensões muito grande para a gente enfrentar", disse o ministro da Saúde, Marcelo Castro.

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O ministro observou que medidas estão sendo adotadas e citou como exemplo a reativação de um grupo especial, criado pela primeira vez no enfrentamento da pandemia de gripe A. Formado por 17 ministérios, o grupo pretende traçar estratégias para combater o mosquito vetor das três doenças, o Aedes aegypit. "Como estamos vivendo um caso inédito, temos de criar nossas alternativas. Não há absolutamente nada na literatura internacional, daí a necessidade de se experimentar tecnologias novas."

Entre as alternativas estudadas está a adoção de mosquito transgênico e o uso de mosquito infectado por uma bactéria, a Wolbachia. Embora promissoras, o ministro observa que tais iniciativas não estão disponíveis imediatamente. "Será que haveria mosquitos transgênicos suficientes para usar no País? Será que seria possível usá-lo? Não temos essas respostas agora", completou. Ele lembrou ainda das pesquisas para desenvolvimento de uma vacina contra dengue. "Estamos com um problemão para resolver.

Terá de ser resolvido por todos juntos, governo federal, estaduais, municipais e toda população", disse o ministro. "Temos de ter a compreensão do drama humano que estamos enfrentando."

Dengue e chikunguya

O ministério apresentou também os números de dengue e chikungunya. Até a 45ª semana do ano, foram contabilizados 1.534.932 casos de dengue, 7% a mais do que havia sido registrado em 2013.O número de casos graves também subiu no período, alcançando 1.488 pacientes. Ao todo, foram 811 mortes. A chikungunya também aumentou de forma expressiva. Foram confirmados até agora 6.724 casos, com outros 8.926 em investigação.

"Estamos diante do desconhecido", disse o secretário de Vigilância em Saúde, Antonio Carlos Nardi. O secretário apresentou os resultados do Levantamento de Infestação Rápida de Aedes aegypti, uma ferramenta usada pelas autoridades sanitárias para nortear as ações de controle do vetor, concentrando esforços em regiões onde há maior número de criadouros do mosquito. Este ano, o trabalho foi feito em 1.792 municípios.

A criação de um plano de ação de combate às causas da microcefalia foi tema de reunião entre o governador Paulo Câmara e integrantes da Comissão de Saúde da Câmara Federal e da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), no Palácio do Campo das Princesas, na segunda-feira (23). Em todo o Brasil, o Ministério da Saúde já contabiliza mais de 500 casos de microcefalia.

O presidente da Frente Parlamentar de Saúde, o deputado federal Osmar Terra (PMDB), durante o encontro, destacou que é possível pautar o Legislativo para incluir novas emendas no orçamento para 2016. "O orçamento para 2016 vai ser votado e nós queremos que nesse documento tenha uma rubrica específica para ajudar os municípios em estado de emergência" pontuou.

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Na última divulgação de dados oficiais, na terça-feira (17), Pernambuco contabilizava 300 notificações de casos de microcefalia, com 102 desses já confirmados. As causas no aumento de casos de microcefalia ainda não foram confirmadas, mas há evidências de que haja relação com zika, dengue e chikungunya, doenças transmissíveis pelo mosquito Aedes aegypti. 

Com informações da assessoria

O número de casos de bebês nascidos com microcefalia já ultrapassa a marca dos 500. A expansão do número de casos impressionou técnicos do próprio Ministério da Saúde, que nesta segunda (23) deve divulgar os indicadores oficiais. A doença, uma má-formação ganhou níveis epidêmicos nos últimos três meses. Há duas semanas, diante do aumento de casos, foi decretado estado de emergência sanitária nacional. A maior suspeita é a de que os números, até então nunca vistos em nenhum País do mundo, são resultado da infecção da mãe durante a gestação pelo zika vírus.

O pesquisador da Fiocruz Rivaldo Cunha estima que chegaremos até o fim do ano com cerca de 2 mil casos de microcefalia. "Estamos diante de uma tríplice epidemia", afirmou, numa referência à chikungunya e à dengue, doenças que têm em comum com a zika o transmissor: o mosquito Aedes aegypti e que também avançam no País.

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Este ano, os indicadores de dengue bateram recorde, tanto em notificações de infecções quanto de mortes. Números indicam que a chikungunya, que chegou ano passado no Brasil e permaneceu nos primeiros meses concentrada em um pequeno número de cidades também avança pelo Brasil. Em 2014, a infecção foi identificada em 3.657 pessoas, residentes em oito cidades. Agora, o número de casos suspeitos ultrapassada 8 mil e estão espalhados em pelo menos 44 municípios nos Estados do Amazonas, Amapá, Pernambuco, Sergipe, Bahia, Mato Grosso do Sul, Piauí, Rio Grande do Norte e Distrito Federal.

Somente em Pernambuco, foram notificados 785 casos suspeitos de chikungunya. Embora o risco de morte seja menor, a doença pode atingir as articulações, tornar-se crônica e deixar o paciente por meses impossibilitado de executar tarefas simples, como vestir-se ou se alimentar. Além da forte suspeita de provocar microcefalia nos bebês (má-formação que de acordo com níveis pode levar a ter deficiência mental, motora, problemas de audição e visão), há investigações sobre o risco de a zika provocar em parte de pacientes uma doença autoimune, que provoca paralisia, a Guillaim-Barré. Há registros de casos no Brasil tanto na Bahia quanto em Pernambuco. Os pacientes geralmente desenvolvem o problema semanas depois da fase aguda da infecção por zika. O tratamento exige internação e demanda um longo período, até a completa reabilitação.

Diante dessa situação, o governo reativou um Grupo Especial, que entrou pela primeira vez em ação durante a Pandemia da Gripe A. São 17 ministérios, que devem atuar para de forma coordenada para tentar combater o mosquito Aedes aegypti. Semana passada, secretários estaduais de saúde propuseram a criação de um Fundo Nacional, para que recursos sejam aplicados de forma exclusiva para o combate às arboviroses. Na Bahia, até meados de novembro foram notificados 62.635 casos suspeitos de Zika, 19.231 casos suspeitos de Chikungunya e 49.592 casos prováveis de dengue.

A presidente Dilma Rousseff demonstrou muita preocupação em relação ao surto de microcefalia que atinge o Nordeste. Durante a reunião da coordenação política nesta segunda-feira (23) ela cobrou da equipe interministerial, que vai monitorar a situação, que envie a ela relatórios sobre o caso três vezes por dia.

Pela manhã, o ministro Edinho Silva (Comunicação Social) afirmou que, embora o País passe por um ajuste fiscal, a ordem da presidente era não poupar recursos para impedir que a epidemia se espalhasse para outros Estados do País.

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"Quando se fala em saúde pública, por mais que nós tenhamos em nosso horizonte a questão de equilíbrio fiscal do governo, eu penso que os recursos têm de ser destinados para que a gente enfrente a questão, nem que o governo busque posteriormente fazer a compensação em outras áreas do Orçamento", disse.

O ministro, porém, não detalhou quanto o governo pretende gastar a mais com as ações, mas afirmou que uma das preocupações é intensificar o combate ao mosquito da dengue. Estudos preliminares apontam que a má-formação do crânio pode estar relacionada com o zica vírus, transmitido pelo Aedes aegypti.

O ministro da Comunicação Social, Edinho Silva, afirmou nesta segunda-feira (23), que o governo não vai poupar recursos e esforços para impedir que a epidemia de microcefalia no Nordeste avance e se espalhe para outros estados do País. "Quando se fala em saúde pública, por mais que nós tenhamos em nosso horizonte a questão de equilíbrio fiscal do governo, eu penso que os recursos têm de ser destinados para que a gente enfrente a questão, nem que o governo busque posteriormente fazer a compensação em outras áreas do Orçamento", disse.

O ministro destacou ainda que, embora a situação preocupe o governo, não há porque haver "alarde". Segundo ele, a ordem da presidente Dilma Rousseff é para "que todas as medidas sejam tomadas para que a população seja protegida e para que o Brasil supere essa situação".

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Entre essas medidas, Edinho destacou a criação de um grupo interministerial para preparar um plano de enfrentamento para prevenção e controle do surto. O comitê de crise vai ser gerenciado pelo ministro-chefe da Casa Civil, Jaques Wagner.

O ministro, porém, não quis detalhar quanto o governo pretende gastar a mais com as ações, mas afirmou que uma das preocupações é intensificar o combate ao mosquito da dengue, o Aedes aegypti, já que os exames confirmaram a infecção por zika em gestantes cujo feto apresentaram o problema.

Mariana

Edinho também fez questão de afirmar que o governo já tomou "medidas duras" para punir as empresas responsáveis pelo rompimento das barragens da mineradora Samarco, em Mariana (MG). Segundo ele, a presidente está cuidando "pessoalmente" das ações para minimizar o impacto do desastre ambiental.

Neste domingo, 22, o mar de lama chegou ao oceano, formando uma enorme mancha marrom que se projetava quilômetros mar adentro desde a foz do Rio Doce, em Linhares, no norte do Espírito Santo.

Um dos primeiros médicos a fazer uma conexão entre zika e o aumento de casos de microcefalia, o professor da Universidade Federal de Pernambuco Carlos Brito disse estar "extremamente preocupado" com o resultado positivo para zika dos exames nos dois fetos da Paraíba.

Ele afirma que, comprovada a associação do vírus com a má-formação, é preciso redobrar os esforços para o problema não se espalhar por outros Estados. "Se a microcefalia for causada pelo zika, o problema pode chegar a São Paulo e Rio". Os dois Estados apresentam altos índices de criadouros do Aedes aegypti, mosquito vetor. Além disso, nos dois locais já foi identificada a circulação do vírus.

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Brito observa que doenças transmitidas por mosquitos são de rápida dispersão. Isso é fruto de uma combinação de vários fatores, como trânsito de pessoas e, no caso do Aedes aegypti, o fato de ele estar presente em várias partes do País.

Recomendações

O diretor do Departamento de Vigilância de Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde, Claudio Maierovitch, voltou a sugerir que mulheres discutam com seus familiares e com profissionais de saúde antes de engravidar e, em alguns casos, adiem os planos. "Nosso papel é oferecer informações para que pessoas tomem suas decisões. Hoje podemos afirmar que há uma relação muito importante do vírus da zika e o aumento de casos de microcefalia. Mas não podemos quantificar o risco de que isso possa acontecer. Esse é um conhecimento novo."

Maierovitch sugeriu, por exemplo, que mulheres procurem se informar, antes de tomar a decisão, sobre o número de casos de zika registrados em sua cidade. As gestantes devem evitar o contato com pessoas que tenham sintomas - como manchas pelo corpo e coceiras -, não tomar medicamentos sem a orientação do médico e evitar ao máximo contato com mosquitos. Entre as medidas listadas estão: usar roupas de manga comprida e repelentes indicados para gestantes. Em casa, usar tela de proteção nos vidros. "Nem todas as medidas são fáceis de serem adotadas. Mas é por um período."

Maierovitch não aconselha mulheres a fazerem o exame do líquido amniótico como rotina para identificação da microcefalia. "O exame pode trazer riscos." O Ministério da Saúde estuda adotar um manual com orientações para gestantes e obstetras com conselhos para uma gravidez segura e informações sobre exames que podem ser feitos. O governo de Pernambuco trabalha na execução de um manual para profissionais do Estado, que concentra o maior número de casos da doença.

Uma das maiores preocupações do autor do protocolo, o vice-presidente da Federação das Associações Brasileiras de Ginecologia e Obstetrícia, Olímpio Moraes Filho, é de não provocar ansiedade entre as mulheres gestantes. "O número de bebês com microcefalia é alto em comparação com anos anteriores. Mesmo assim, o risco de uma gestante apresentar um bebê com a microcefalia é muito pequeno", disse.

O vírus que agora é considerado o suspeito número um do surto de microcefalia registrado no Brasil traz no nome uma referência à área onde foi descoberto, em 1947: a floresta de Zika, na África.

Até há pouco tempo, ele despertava pouca atenção de autoridades sanitárias. A pouca preocupação tinha como justificativa suas características. Pacientes com a infecção apresentavam sintomas leves: febre baixa, manchas pelo corpo e coceira. "Até hoje, havia apenas um registro de surto provocado pela zika, em 2007, na Ilha de Yap", conta o professor da Federal do Rio Grande do Norte, Kleber Luz.

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Na ilha, com 29 mil pessoas, nunca houve uma relação entre a febre e o aumento de microcefalia. "Mas isso não quer dizer nada. O número de pessoas é pequeno. Talvez possa até ter havido aumento, mas não foi perceptível diante do pequeno impacto para a população."

O vírus é transmitido pela picada do mosquito Aedes aegypti. Uma vez inoculado na pele, ele se multiplica e, passados sete dias, vai para a corrente sanguínea, o período chamado viremia. Há três tipos de zika: o da Ásia, o da África do Leste e África Oeste. Não há um exame de diagnóstico para a zika por meio de anticorpos.

"É difícil de ser trabalhado, porque a viremia é de curta duração e pouco intensa", disse Luz. "Há pouca matéria-prima para se desenvolver o exame." Uma dificuldade que não existe com o vírus da dengue, considerado seu "primo". "Na chikungunya, a viremia é de três dias, mas considerada muito alta." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O diretor do Departamento de Vigilância de Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde, Cláudio Maierovitch, disse hoje (17) em entrevista à imprensa que atualmente existe uma forte relação entre a circulação do zika vírus e a ocorrência de casos de microcefalia em algumas regiões do país. De acordo com ele, resultados de exames feitos em dois fetos com microcefalia mostraram que as gestantes foram infectadas pelo zika.

“São duas gestantes com vírus zika no líquido amniótico cujas crianças têm microcefalia. Isso nos aponta fortemente para a correlação entre as duas coisas. Mas não permite ainda descartar completamente outras possíveis causas. Não vamos afirmar ainda, com certeza absoluta, que a causa é o vírus zika”, afirmou Cláudio Maierovitch.

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Segundo ele, os testes foram feitos por anminiocentese, quando o líquido amniótico é retirado do abdome da mãe. Cláudio Maierovitch informou ainda que esses testes não são feitos rotineiramente por apresentarem riscos. Outras possíveis causas, de acordo com o diretor, seguirão sendo pesquisadas. O zika vírus é transmitido pelo mosquito da dengue, o Aedes aegypti.

O especialista disse também que o vírus tem uma particularidade, que é a de que 80% dos infectados não apresentarem sintomas. Dessa forma, de acordo com Maierovitch, é impossível estimar a magnitude do problema. “Não temos a dimensão de quantas mulheres tiveram zika vírus durante a gestação”, disse.

Foram registrados no primeiro semestre deste ano casos de zoka em 14 estados: Rondônia, Pará, Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Bahia, Rio de Janeiro, São Paulo, Mato Grosso e Paraná.

Sobre as gestantes e suas famílias, Cláudio Maierovitch reiterou as orientações do Ministério da Sapude para que façam exames pré-natal, evitem álcool e drogas, não usem medicamentos sem orientação médica e se protejam de mosquitos, usando calça e camisa de manga comprida e repelentes. Além disso, que adotem medidas que evitem a proliferação de mosquitos transmissores de doenças, retirando recipientes que tenham água parada e cobrindo adequadamente locais de armazenamento como cisternas e caixas d'água.

O diretor do Departamento de Vigilância de Doenças Transmissíveis afirmou que não há tratamentos específicos para os casos detectados de zika. Assim como ocorre com a dengue, são aplicadas medidas de suporte, mas que não encurtam a duração da doença.

Foi apresentado, na tarde desta terça-feira (17), na sede da Secretaria Estadual de Saúde, o boletim epidemiológico dos casos de microcefalia em Pernambuco. Na próxima sexta-feira (20) será divulgado o protocolo destinado às gestantes. Até o momento, quase 300 casos foram notificados pelo Governo. 

Por enquanto, o protocolo utilizado é destinado aos bebês cujo perímetro cefálico é de, no máximo, 33 centímetros e que apresente algum tipo de calcificação. Ao todo, são 102 casos confirmados, que atendem aos critérios da Organização Mundial da Saúde (OMS) e que caracterizam a possibilidade da doença, em Pernambuco.

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De acordo com a secretária-executiva de vigilância em saúde, Luciana Albuquerque, estão sendo analisados os casos minuciosamente, pois é precipitado alegar a causa da doença. “Temos evidências de Zika, Dengue e Chikungunya, mas não foi estabelecida a relação, já que esses vírus circulam no estado”, esclarece.

A coordenadora de infectologia pediátrica do Hospital Oswaldo Cruz, Ângela Rocha, as alterações são características de um processo infeccioso, mas não se pode deixar de investigar todas as possibilidades. ”Não podemos deixar de avaliar todas as possibilidades, inclusive drogas, fumo, álcool, para que possamos chegar ao agente causador”, explica.

Na próxima sexta-feira (20), será informado o protocolo destinado às gestantes. Essas mulheres serão encaminhadas aos hospitais de referência – HUOC, Imip, Cisam e AACD - mais próximos delas.

Segundo a gerente de atenção à saúde da mulher, Letícia Katz, o pré-natal é fundamental para toda gestante, no entanto, nada deve mudar nesse processo. No entanto, as ultrassonografias precisam de atenção. “O que muda é a atenção aos desvios padrão, como o tamanho do crânio”, comenta. Ela ainda acrescenta que as mulheres que apresentarem manchas na pele merecem maior atenção no momento do exame para observar possíveis alterações no feto. Apesar disso, a gerente alerta que as manchas pelo corpo não são fatores precisos para declarar que a criança terá a doença. “A mulher pode apresentar esse problema, mas não necessariamente a criança terá microcefalia”, esclarece.

Para os próximos dias, a secretária-executiva de vigilância em saúde afirmou que o estado receberá reforços de profissionais do ministério da saúde nos próximos dias, mas não há data específica e nem a quantidade de pessoas se apresentará.

Dados

Ao todo, foram notificados 268 casos, no entanto, 102 foram confirmados. Os demais passarão por exames criteriosos para avaliar a presença da doença. Dos casos notificados, 21,6% estão no Recife. Já em Jaboatão dos Guararapes são somados 7,1%, seguindo por 3,7% nos municípios de Olinda, Cabo de Santo Agostinho e Vitória de Santo Antão. De acordo com Luciana Albuquerque, o conhecimento dos números de ocorrências em outros estados pode não ser tão alarmante quanto o de Pernambuco porque não são realizadas as notificações obrigatórias como no estado.

A estimativa é de que em até dois meses já haja um panorama mais estável sobre os motivos do surto.

Resultados preliminares de exames feitos em dois fetos com microcefalia trazem fortes indícios de que houve infecção por zika vírus, apurou o Estado. Os testes foram feitos a partir da análise de líquido amniótico de dois bebês de Campina Grande. O material foi coletado pela neuropediatra Adriana Melo, que vem acompanhando desde o início do surto casos de paciente com a malformação. A análise foi feita no Laboratório da Fiocruz, do Rio.

A confirmação do resultado é aguardada para esta terça-feira, quando o Ministério da Saúde deve apresentar números atualizados do surto. Até sexta-feira, haviam sido contabilizados pelo menos 250 casos da doença nos Estados de Pernambuco, Sergipe, Rio Grande do Norte, Paraíba e Piauí

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Questionado sobre a análise da Fiocruz, o Ministério da Saúde não confirmou a informação. Afirmou em nota não haver análises finalizadas e que qualquer conclusão neste momento é precipitada. "Todas as hipóteses serão minuciosamente avaliadas para não se incorrer em erro", informou a pasta. Para alguns especialistas ouvidos pelo Estado, seria necessário a avaliação de um número maior de exames para poder fazer com segurança uma conexão entre a infecção do zika vírus e o aumento de casos de microcefalia. Dois exames em meio a um grande número de pacientes não seriam suficientes.

O aumento de microcefalia nos Estados do Nordeste começou a ser notado em agosto. Em Pernambuco, o número de nascimentos contabilizados este ano é 15 vezes maior do que a média anual registrada no período 2010-2014. Exames preliminares feitos nas gestantes e nos bebês não indicou, até agora, uma forte relação entre a microcefalia e infecções que tradicionalmente provocam esse tipo de malformação, como toxoplasmose, citomegalovírus. Pesquisadores começaram a levantar a hipótese de relação com o zika vírus diante dos relatos das gestantes.

Boa parte delas informou ter apresentado febre baixa, coceiras e vermelhidão (sintomas clássicos de zika) nos primeiros meses de gravidez. Tais manifestações ocorreram justamente no período em que Estados do Nordeste enfrentavam epidemia por zika vírus - um arbovírus, transmitido pela picada do mesmo vetor da dengue, o Aedes aegypti. Mostras de sangue das gestantes e dos bebês com microcefalia - um malformação até agora rara, que pode levar à deficiência mental, crises de epilepsia, problemas de coordenação, audição e visão - tentam identificar as causas da doença.

Até agora, a maior dificuldade dos pesquisadores era encontrar traços de algum agente infeccioso que poderia ter levado à malformação. Isso porque o contato com vírus teria ocorrido há vários meses. Os exames realizados buscam identificar fragmentos do DNA do vírus, um exame trabalhoso.

Professor da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Kleber Luz conta o que mais o preocupa em relação ao aumento dos casos de microcefalia no Nordeste: a reação das famílias. "Muitas mães chegam aos consultórios com bebês cobertos. Tentam escondê-los, com receio do comportamento de outras pessoas", diz. O constrangimento delas, que aumentou depois que veio à tona o surto registrado nos últimos meses, é confirmado por outros profissionais.

Diante dessa situação, Pernambuco já se prepara para criar um serviço de assistência para os pais dos bebês. "As reações são as mais diversas, mas sempre muito intensas", afirma Carlos Brito, um dos infectologistas que estão à frente das investigações. Não raro, mães sentem vergonha, choram, ficam deprimidas com a situação.

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A doença pode causar deficiência mental, dificuldades de locomoção, visão e audição, além de crises convulsivas. Com a má-formação, os bebês nascem com a circunferência do crânio menor que a média. "O impacto maior, para as mães, ocorre quando a descoberta é logo após o parto. Aquelas que recebem a notícia durante a gestação têm mais tempo para lidar com a questão e, no nascimento, já estão mais preparadas", afirma Brito.

A autônoma Daniele, de 32 anos, disse que entrou em choque quando soube do diagnóstico de David, hoje com 3 meses. "Foi um misto de medo, de revolta", conta. Os primeiros dias foram os difíceis. Como o bebê precisava fazer uma série de exames, ela ficou quase 20 dias no hospital, longe dos outro quatro filhos, com idade entre 3 e 16 anos. "Não sabia ao certo o que ele tinha, o que ia acontecer, porque tudo isso tinha ocorrido", recorda. "Mas aos poucos David foi engordando, ficando melhor. Hoje está um gostoso da mamãe", derrete-se.

Razão

Daniele não tem ideia do que pode ter levado David a ter microcefalia. "Não tive nada. Nenhuma doença, nem mesmo uma febre." A dúvida já não está presente para a dentista Carol, mãe de Marcos (nome fictício). Ela associa o problema do bebê a uma suspeita de infecção, no início da gravidez. "A única coisa que tive foram manchas e coceiras", conta.

O problema aconteceu em maio, quando a gestação entrava no quarto mês. A notícia de que algo poderia estar ocorrendo com seu filho veio da forma mais desastrada possível. Seu pai, médico, havia recebido da equipe do hospital a notícia da suspeita de microcefalia no neto, logo depois do parto. Mas procurou poupar a filha nas primeiras horas. "Ele saiu do quarto justamente no momento em que uma médica foi lá, dizendo que tinha de fazer exames neurológicos no bebê. Foi um choque. Na minha cabeça, ele ia ser um vegetal. Como sou da área de saúde, eu estudei isso. Pensei: meu Deus, é a área que tem a motricidade, a cognição, fala, visão. Pensei que ele ia ficar na cama, sob respiração artificial. Fui no extremo", conta. "Neguei meu filho. Disse para meu pai: não vou ter condições de criá-lo."

Depois de sair do hospital, veio a depressão. Chorava o tempo todo, mal comia. As coisas começaram a melhorar quando ela iniciou uma terapia. "Passei a ver de outra forma a situação. Comecei a ver que toda mãe tem seu filho 100% quando nasce, o que vai decrescendo de acordo com as intercorrências da vida" disse. E emendou: "No meu caso eu vou começar do zero, vou para 10%, 15%, 30%, 40% 50%, e assim eu vou." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Mais uma vez internautas utilizaram as redes sociais para ofender os moradores do Nordeste. Nesta sexta-feira (13), usuários do microblog Twitter fizeram várias postagens associando o aumento dos casos de microcefalia aos nordestinos.

Confira algumas postagens:

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O surgimento dos casos de microcefalia em bebês nascidos em Pernambuco, e alguns estados do Nordeste, tem preocupado muitas gestantes e mulheres que desejam engravidar. O assunto ganhou maior repercussão depois que o diretor do Departamento de Vigilância de Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde, Cláudio Maierovitch, teria aconselhado que mulheres do Estado adiassem os planos de gravidez.

Em nota divulgada na tarde desta sexta-feira (13), a da Secretaria Estadual de Saúde (SES) afirmou que “não há uma recomendação do Ministério da Saúde para evitar a gravidez. As informações estão sendo divulgadas conforme o andamento das investigações. A decisão de uma gestação é individual de cada mulher e sua família”.

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>> Mães de bebês com microcefalia tiveram manchas no corpo

A SES ainda orientou que “até que se esclarecem as causas do aumento da incidência dos casos de microcefalia na região Nordeste, as mulheres que planejam engravidar devem conversar com a equipe de saúde de sua confiança. Nessa consulta, devem avaliar as informações e riscos de sua gravidez para tomar a sua decisão”.

Ainda na nota, o Governo de Pernambuco esclareceu que o Estado foi o primeiro a identificar a mudança do padrão da doença no País. Desde o comunicado dos profissionais de saúde, as seguintes ações estão sendo realizadas:

1) Criação do Comitê de Operações de Emergências em Saúde (COES), composto por profissionais de diversas instituições: Ministério da Saúde; Organização Pan-americana da Saúde (Opas); Fundação Oswaldo Cruz – Fiocruz; Universidade Federal de Pernambuco (UFPE); Hospital Universitário Oswaldo Cruz (HUOC); Centro Integrado de Saúde Amaury de Medeiros (Cisam); Instituto de Medicina Integral Prof. Fernando Figueira (Imip); Associação de Assistência à Criança Deficiente (AACD); Conselho Regional de Medicina de Pernambuco (Cremepe), para discussão dos casos; planejamento das ações e atenção às mães e bebês.

2) Instituição da notificação imediata e compulsória pelos profissionais de saúde, para conhecimento e monitoramento dos casos suspeitos de microcefalia.

3) Elaboração e publicação de protocolo clínico e epidemiológico para orientação dos profissionais das maternidades e unidades de referência. A base desse protocolo está sendo utilizada por outros estados da Federação.

4) Elaboração do protocolo para orientação dos profissionais nos cuidados com as gestantes, com indicação de assistência médica e psicológica.

5) Elaboração de informes semanais sobre a situação e caracterização dos casos notificados e divulgação nos veículos de comunicação.

6) Definição de referências para o atendimento dos bebês e das mães (HUOC, Imip, Cisam, AACD). De acordo com a necessidade, serão definidas referências regionalizadas.

7) Investigação epidemiológica, em parceria com o MS e instituições de pesquisa (Fiocruz, Imip, UFPE, USP), em busca da identificação da(s)  possível(is) causa(s) do aumento do número de casos de microcefalia. 

A Secretaria de Saúde de Pernambuco também reforça as orientações do Ministério da Saúde, divulgadas nesta sexta, para as gestantes:

1 - Devem ter a sua gestação acompanhada em consultas pré-natal, realizando todos os exames recomendados pelo seu médico;

2 - Não devem consumir bebidas alcoólicas ou qualquer tipo de drogas;

3 - Não utilizar medicamentos sem a orientação médica;

4 - Evitar contato com pessoas com febre, exantemas ou infecções;

5 - Adoção de medidas que possam reduzir a presença de mosquitos transmissores de doenças, com a eliminação de criadouros (retirar recipientes que tenham água parada e cobrir adequadamente locais de armazenamento de água);

6 - Proteger-se de mosquitos, como manter portas e janelas fechadas ou teladas, usar calça e camisa de manga comprida e utilizar repelentes;

Com informações da assessoria

“Uma grande parte diz que teve manchas no corpo durante os primeiros quatro meses e foram tratados para alergia ou para dengue”. A afirmativa é da chefe de infectologia pediátrica do Hospital Universitário Oswaldo Cruz (HUOC), Ângela Rocha, sobre as mães de filhos com microcefalia atendidos na unidade. De agosto para cá, Pernambuco contabilizou 141 casos da anomalia. Em 2014, foram registrados apenas 12 casos no estado. Ainda não se sabe a causa do grande aumento nos casos.

O HUOC atendeu 40 crianças com microcefalia. Mesmo que a maioria das mães tenha mencionado as manchas no corpo, outras disseram não ter tido nada semelhante, fazendo com que seja precipitado afirmar as causas. Angela lembra que as mães diziam ter sido apenas sintomas leves, alguns com ou sem febre. “Era sem muita intensidade, mas nos primeiros quatro meses as crianças são muito vulneráveis, pois estão em formação”, explica a infectologista. 

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Como dengue é uma doença recorrente em Pernambuco, os infectologistas não acreditam que esta seja causa. Chikungunya e zika vírus, entretanto, são explicações mais plausíveis. “São possibilidades, zika, chikungunya, mas a gente tem que ter um consenso. Essas coisas devem ter interferido? Talvez, provavelmente, mas a gente não tem essa segurança”, complementa Ângela. 

A estudante Lurdes Sulamita, de 18 anos, com quatro meses de gestação, esteve no Hospital Oswaldo Cruz com receio de que seu filho nasça com microcefalia. Desde a segunda-feira (9), ela diz ter apresentado sintomas de chikungunya, com manchas pelo corpo, fraqueza e dor nas pernas. “Estou muito preocupada, porque não é comigo que vai acontecer não, é com meu filho”, ela afirma. 

Gravidez - “Não há indicação formal para que as mulheres não engravidem”, afirmou Ângela Rocha. Apesar de não haver um posicionamento oficial do Governo do Estado nesse sentido, a infectologista recomenda que se for uma gravidez planejada, que se evite neste momento. “Os obstetras e infectologistas vão falar ‘é o momento ideal para engravidar? Não, espere um pouco’ ”, ela complementa. 

O posicionamento vem após o diretor do departamento de Vigilância de Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde, Cláudio Maierovitch, aconselhar as mulheres a não engravidar devido ao aumento drástico nos casos de microcefalia em Pernambuco. O Ministério da Saúde também se manifestou nesta manhã reforçando que não há recomendação para evitar a gravidez. Desta vez, o órgão colocou que “uma gestação é individual de cada mulher e sua família”.  O ministério apresentou uma série de orientações que as gestantes devem tomar:

1 -Devem ter a sua gestação acompanhada em consultas pré-natal, realizando todos os exames recomendados pelo seu médico;

2 - Não devem consumir bebidas alcoólicas ou qualquer tipo de drogas;

3 - Não utilizar medicamentos sem a orientação médica;

4 - Evitar contato com pessoas com febre, exantemas ou infecções;

5 - Adoção de medidas que possam reduzir a presença de mosquitos transmissores de doenças, com a eliminação de criadouros (retirar recipentes que tenham água parada e cobrir adequadamente locais de armazenamento de água);

6 - Proteger-se de mosquitos, como manter portas e janelas fechadas ou teladas,  usar calça e camisa de manga comprida e utilizar repelentes indicados para gestantes. 

O boletim epidemiológico sobre os casos de microcefalia no país será divulgado pelo ministério na próxima terça-feira (17). A previsão é que, com a atualização dos dados, o número de casos no estado ultrapasse os 150. 

Mais um Estado relata aumento súbito de nascimentos de bebês com microcefalia. A Secretaria de Saúde do Piauí informou na manhã desta sexta-feira, 13, ter registrado nas últimas três semanas 10 casos entre recém-nascidos e dois intrauterinos. Outros quatro seguem em investigação. Com isso, sobe para 243 o número de notificações da má-formação que, até hoje, era considerada um evento raro na pediatria.

Crianças com o problema apresentam uma circunferência cefálica menor do que a média e podem ter deficiência mental, motora, problemas de visão e audição. A maior parte dos casos está concentrada em Pernambuco (141 casos), seguido por Sergipe (49), Rio Grande do Norte (22) e Paraíba (9).

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Em todos esses Estados, o aumento do número de casos de microcefalia está muito acima da média histórica. No Piauí, foram registrados durante todo o ano de 2013 quatro casos. No ano passado, foram seis casos.

O Ministério da Saúde decretou quarta-feira, 11, estado de emergência sanitária nacional. A decisão foi tomada baseando-se apenas nos dados de Pernambuco. Desde então, o número de notificações subiu de 141 para 243. Até agora não são conhecidas as causas do aumento do número de casos.

Investigações preliminares indicam apenas que a maior parte das mães dos bebês com malformação apresentaram, durante os primeiros meses de gestação, febre baixa, coceira e vermelhidão. Os sintomas são semelhantes ao provocados pela infecção por zika vírus, uma doença que chegou neste ano ao Brasil e que afetou sobretudo Estados do Nordeste.

Técnicos do Ministério da Saúde reconhecem que essa é a principal suspeita. Isso porque o período de surto da doença, ocorrido no início do ano, coincide com o provável período de infecção dos bebês. Há outras causas que estão sendo investigadas. Entre elas, infecção durante a gestação por toxoplasmose, citomegalovírus, sífilis e herpes.

No entanto, exames feitos até agora não indicam que grávidas ou bebês tenham sido contaminados por esses agentes.

A Secretaria de Saúde do Piauí anunciou que vai montar uma comissão para investigação dos casos, preparar um plano de ação e um protocolo para atendimento dos bebês. Em Pernambuco, o primeiro Estado a identificar um aumento súbito de casos, o protocolo para diagnóstico foi lançado nesta semana. Tanto em Pernambuco quanto no Rio Grande do Norte um protocolo de atendimento para bebês e gestantes foi preparado.

"Esses bebês precisam de cuidados específicos. Poucos profissionais têm hoje preparo para prestá-los", afirmou o professor do Instituto de Medicina Tropical do Rio Grande do Norte Kleber Luz. Ele afirma que, em seu Estado, cerca de 80% das mães de bebês com microcefalia apresentaram sintomas semelhantes aos de zika.

No Rio Grande do Norte, o número de casos contabilizados neste ano é 11 vezes maior do que o apresentado em 2012. A maior parte dos nascimentos ocorreu depois de agosto.

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