Tópicos | Nise Yamaguchi

Conhecida por defender o tratamento precoce da Covid-19 na CPI da Pandemia do Senado, que investigava sua participação no gabinete paralelo da Saúde, a oncologista e imunologista Nise Yamaguchi quer ser senadora por São Paulo. Em um movimento independente, ela lançou a pré-candidatura nessa quarta (22).

No vídeo publicado em seu perfil do Instagram, a médica se mostrou aberta a analisar propostas dos partidos interessados em seu nome para o quadro de candidatos. Apesar do alinhamento com o Planalto, ela não indicou preferências e disse que vai optar pelo 'mais ético que encontrar'.

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"Não tenho partido. Não sou política. Não sei ainda qual partido eu vou acolher. Mas eu sei que vou ser uma pessoa independente. Estou dizendo que vou ter uma candidatura independente. Qual vai ser o partido? O mais ético que eu encontrar", assegurou Nise.

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Registros da Latam entregues aos senadores da CPI mostram que ela fez 13 viagens para Brasília com passagens pagas em dinheiro, entre maio de 2020 e 2021. Uma delas foi custeada pelo Governo Federal para gravar uma publicidade sobre o polêmico tratamento precoce.

Em seu pronunciamento, ela enfatizou que não vai participar de favorecimentos e da pratica do "toma lá, da cá". 

“Estou me alinhando nas trincheiras, porque é uma guerra. É uma guerra biológica, uma guerra de inescrupulosidade, de questões antiéticas, de agressões, de tentativas de descaracterizações dos ideais das pessoas. Mas eu acredito que o amor tudo pode”, projetou a pré-candidata.

A médica Nise Yamaguchi entrou com processo na Justiça contra os senadores Omar Aziz (PSD-AM), presidente da CPI da Pandemia, e Otto Alencar (PSD-BA). A oncologista alega ter sido vítima de misoginia, preconceito às mulheres, e humilhação durante seu depoimento prestado na comissão no último dia 1º de junho. Ela pede uma indenização de R$ 160 mil, por danos morais, a cada um dos parlamentares.

Na ação, a Dra. Yamaguchi alega que os senadores abusaram da imunidade parlamentar e “perpetraram um verdadeiro massacre moral” durante sua oitiva .A defesa da oncologista afirma, ainda, que Aziz e Alencar agiram “intencionalmente com morbo e com deliberada crueldade no escopo de destruir a imagem da médica perante toda a sociedade brasileira”. 

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Durante o depoimento de Yamaguchi, ela foi questionada sobre a existência de um gabinete paralelo ao ministério da Saúde, a mudança na bula de medicamentos e ainda sobre a diferença entre vírus e protozoário, entre outros assuntos. Segundo os advogados da médica, o presidente da CPI foi “cúmplice dos ataques" destinados a ela. 

De acordo com a CNN Brasil, caso ganhe a ação - na qual pede indenização de R$ 160 mil a cada um dos citados -, Nise doará o dinheiro a hospitais que cuidam de crianças com câncer. 

 

O empresário Carlos Wizard defendeu a médica Nise Yamaguchi, após o depoimento dela na CPI da Covid-19. Em seu perfil no Instagram na última quinta-feira (3), Wizard chegou a dizer que a médica “agiu como Jesus Cristo agiria se estivesse em seu lugar. Manteve a calma, deu a outra face e não agrediu seus ofensores”.

Wizard fez campanha para a compra da cloroquina pelo setor privado, sem necessidade de doar ao SUS para o tratamento da Covid-19. Yamaguchi é defensora do remédio e mesmo na CPI não conseguiu apontar nenhum estudo científico que comprovasse a eficácia do medicamento. Ela também estava envolvida no episódio de uma suposta minuta de decreto para mudar a bula da cloroquina, ainda ano início da pandemia. 

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Em seu texto, Wizard expressou seu respeito, admiração e carinho a médica, dizendo que ela foi “agredida por aqueles que deveriam respeitá-la e agradecer seu esforço incansável de salvar vidas”.

Confira o texto na íntegra:

Expresso o mais profundo respeito, admiração e carinho à Dra. Nise Yamaguchi que lamentavelmente essa semana foi agredida por aqueles que deveriam respeitá-la e agradecer seu esforço incansável de salvar vidas.

Cada cidadão tem o direito de discordar com uma orientação médica, mas isso não lhe dá o direito de ultrajar, insultar e desacatar qualquer profissional de saúde desse país.

A Dr. Nise Yamaguchi agiu como Jesus Cristo agiria se estivesse em seu lugar. Ela manteve a calma, deu a outra face e não agrediu seus ofensores.

Nesse momento em que os homens e mulheres de bem do Brasil tomaram as dores dessa Sra., que é um anjo de Deus na terra, que mensagem de apoio você gostaria de enviar a ela?

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Nesta quarta-feira (2), Juliana Paes virou o centro das atenções na internet. Em uma postagem no Instagram, a atriz da Globo criticou a forma como o depoimento da médica Nise Yamaguchi foi conduzido durante a CPI da Covid, nessa terça (1º). Juliana declarou que Nise não foi respeitada. "Show de horrores e boçalidades na CPI da Covid", disse.

"Certa ou errada… não importa! Intimidação, coação… fala interrompida… mulher merece respeito em qualquer ambiente", finalizou. Após dar sua opinião, Juliana Paes foi bastante criticada nas redes sociais. No Twitter, o nome da beldade foi parar nos trending topics.

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Uma usuária do microblog disparou: "O story da Juliana Paes pedindo sororidade pra médica negacionista. Pergunta a bonita onde estava a sororidade quando Dilma ouviu um estádio mandando ela tomar no c*, ou quando teve que responder a 48 senadores por 13 horas e era abruptamente interrompida?". Juliana, até o momento, não se pronunciou sobre a polêmica.

Confira algumas manifestações:

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Após a polêmica participação da oncologista Nise Yamaguchi na CPI da Covid-19, nessa quarta-feira (2), o presidente Jair Bolsonaro saiu em defesa da médica considerada uma das principais defensoras da cloroquina no tratamento de pacientes da doença no Brasil. Em seu depoimento, ela negou a intenção de mudar a bula do remédio e afirmou que Bolsonaro foi quem indicou o tratamento precoce.

Pressionada pelo médico e senador Otto Alencar (PSD-BA), Yamaguchi sequer soube diferenciar um vírus de um protozoário, nem apresentou provas do seu suposto estudo sobre o tratamento precoce. No Twitter, Bolsonaro questionou a postura firme do Senado, o qual foi chamado de "verdadeiro tribunal de exceção".

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"É inadmissível que profissionais de saúde sejam tratados de forma tão covarde!", escreveu o presidente após a participação de Yamaguchi, que evidenciou a proximidade com o Governo Federal e levantou uma nova hipótese de comando paralelo no Ministério da Saúde.

Como de costume, após governistas e aliados serem fritados na CPI, Bolsonaro adota a estratégia de minimizar os danos causados pela descoordenação federal no combate à pandemia, que já matou mais de 465 mil brasileiros, e apressa a participação de governadores na investigação. O Senado já sinalizou que os gestores serão convocados para responder sobre a suspeita de desvios de recursos destinados às demandas da pandemia.

"É preciso respeitar a autoridade e a autonomia médica. Médicos devem ter liberdade para salvar vidas e isso vem sendo ameaçado por um grupo político que atua visando somente atacar o Governo enquanto nega investigar desvios de recursos para o combate à pandemia", reiterou Bolsonaro. 

Publicidade negacionista

Durante o avanço da pandemia que acometeu mais de 16 milhões brasileiros, embora não tenha especialização em Infectologia, a médica fez propaganda pela substância ineficaz e sugeriu o fim das medidas de isolamento para atingir a imunidade de rebanho entre a população.

Confira

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A médica Nise Yamaguchi orientou o tenente-médico Luciano Azevedo a não avançar com a proposta de um decreto relacionado à cloroquina porque o ato "exporia muito" o presidente Jair Bolsonaro. O recado de Nise foi lido na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19 no Senado, no depoimento dela, a partir de documentos entregues pela médica para dar força à própria versão sobre a reunião no Palácio do Planalto em que se discutiu a recomendação do remédio.

Nise voltou a dizer que o decreto não tratava de alteração na bula da cloroquina. "A última mensagem que a senhora troca com Luciano: 'Oi, Luciano, esse decreto não pode ser feito assim porque não é assim que regulamenta a pesquisa clínica, tem normas próprias, exporia muito o presidente'", leu o vice-presidente da CPI da Covid-19 no Senado, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), que defendeu a convocação de Azevedo para falar à comissão.

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A médica reforçou a preocupação manifestada na mensagem a Azevedo e disse que seria um "absurdo" que o decreto fosse levado adiante. "Imagina um decreto que faz acesso a medicação e o presidente assina. É um absurdo isso", afirmou. Segundo Nise, a minuta não teria chegado às mãos de Bolsonaro. "Nunca se faz um decreto para fazer pesquisa clínica ou bula. Tanto é que isso nunca foi para a mão do presidente", disse. Nise afirmou também que não teve acesso à proposta de decreto enquanto estava no encontro que ocorreu no palácio e que só teria recebido o documento mais tarde.

A médica Nise Yamaguchi e o senador Rogério Carvalho (PT-SE) protagonizaram discussão acalorada nesta terça-feira, 1º, durante a sessão da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid no Senado.

O debate teve início após Nise voltar a insistir que a hidroxicloroquina tem eficácia no tratamento contra a Covid-19. "O que acontece é que essas medicações têm sido bastante eficientes em tratar pacientes precoces, e não dá pra misturar todos os casos em todos os níveis conforme tem sido colocado", afirmou Nise apesar do uso do medicamento carecer de evidências.

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Segundo Carvalho, Nise faria parte do núcleo negacionista do 'gabinete paralelo' que assessorou o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) nas questões relacionadas à pandemia da covid-19. "Chamamos de núcleo negacionista, mas eles são o núcleo teórico da imunidade natural de rebanho. Porque eles não são negacionistas, eles têm uma teoria nefasta, fúnebre, de expor à própria sorte os brasileiros com relação à doença", afirmou Carvalho.

"Eu tenho que colocar o meu repúdio a essa citação em que estou colocada ali dentro de um gabinete de exceção. Eu estou me sentindo bastante agredida nesse sentido", afirmou a médica. Em resposta, Nise disse entender a "indignação" do senador.

"Se a hidroxicloroquina nos tratamentos iniciais não funciona, aí realmente o senhor teria razão. O que acontece é que essas medicações têm sido bastante eficientes em tratar pacientes precoces", afirmou a médica. "Para mim, neste momento, é bastante importante (dizer) que o governo é um só, o País é um só. Nós precisamos estar nos relacionando entre os diversos partidos a partir de uma coerência e um conjunto de ações", reforçou.

Em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, a médica Nise Yamaguchi, voltou a destacar a sua atuação auxiliando outros governos. "Eu não pretendo estar associada a uma situação única", afirmou a médica. Durante sua fala inicial à CPI, Nise tentou desvencilhar sua imagem de proximidade com o governo Bolsonaro.

A médica afirmou que é uma "colaboradora eventual" de "qualquer" gestão que precisar de sua opinião médica, destacando sua atuação durante o governo Lula. Nise também declarou não fazer parte de "nenhum partido político". A médica também comentou sobre sua relação com Carlos Wizard, empresário que é visto por parte dos integrantes da Comissão como um dos possíveis integrantes de um suposto "ministério paralelo" ao ministério da Saúde, que aconselharia o presidente Bolsonaro em questões referentes à pandemia. Segundo Nise, ela trabalhou com Wizard em um comitê científico independente.

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Sobre este comitê, Nise afirmou que a intenção do grupo, que reunia mais de 10 mil médicos, segundo ela, foi criado com o objetivo de oferecer à população conhecimento de uma forma organizada "sem que houvesse um vínculo oficial" com órgãos como o Ministério da Saúde. Contudo, Nise afirmou que devido a "perseguição da mídia", o grupo acabou se dissolvendo antes de começar os trabalhos.

Nise também afirmou que o primeiro encontro deste grupo com o presidente da República, Jair Bolsonaro, teve a participação do ex-assessor especial do presidente Arthur Weintraub.

Em depoimento à CPI da Covid nesta terça-feira, a médica e defensora do tratamento precoce contra a Covid-19, Nise Yamaguchi, negou que a proposta de decreto discutida em reunião no Palácio do Planalto fosse para alterar a bula da cloroquina, a fim de que o documento indicasse o remédio para tratara a doença.

O relato da médica contraria os depoimentos dados pelo ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta e pelo presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Antonio Barra Torres. Barra Torres chegou a dizer à CPI que foi deseducado com Nise ao ouvir a sugestão de alterar a bula do medicamento.

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Com a divergência nos testemunhos, o presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), disse que quer fazer uma acareação entre a médica e o presidente da Anvisa na comissão. Questionada sobre as declarações de Barra Torres e Mandetta, Nise negou diversas vezes que tenha minutado tal proposta, ou que a sugestão de decreto faria tal modificação.

Segundo ela, a minuta tratava da disponibilização do medicamento. "Sendo nesse momento uma dispensação de medicamentos e adesão a tratamento de acordo com consentimento livre e com notificações no site da Anvisa. Não tinha nada a ver com determinação de bula da cloroquina", alegou Nise, que afirmou que irá entregar o documento que prova tal versão.

A declaração da médica voltou a esquentar o clima na comissão. Aziz chegou a dizer que Nise não poderia ter esse papel porque em depoimento à CPI, o presidente da Anvisa teria dito que o ministro Walter Braga Netto teria rasgado o documento ainda durante a reunião.

Posto em ministério

Nise Yamaguchi também afirmou que não recebeu convite para ocupar o cargo de ministra da Saúde nem do presidente Jair Bolsonaro nem de outro membro do Executivo. A médica também descartou ter sido convidada para ocupar outro cargo na estrutura do ministério.

"Ele (Bolsonaro) queria saber o que tinha de dados científicos da hidroxicloroquina e eu fiz a seguir essa reunião com o Conselho Federal de Medicina para caracterizar o que tinha de científico. A dúvida dele era em relação às possibilidade com o que estava acontecendo no mundo", relatou a médica. "O que eu disse para ele (Bolsonaro) é que os médicos estavam divididos e que existia uma discussão sobre a parte científica do medicamento", afirmou.

De acordo com Nise, a participação dela nos esforços do governo federal para conter a crise da covid-19 esteve restrita à participação em algumas reuniões. Segundo afirmou a médica, os convites partiram de assessores do então ministro da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos, e do gabinete presidencial.

"Foi somente aquela reunião onde eu participei desse comitê de crise e depois não houve necessidade e eles não formalizaram. Eu fui uma colaboradora eventual", afirmou. "Não houve um convite formal para o gabinete de crise. Houve um convite para participar daquela reunião pontual. Eu fiz parte dessa discussão daquele dia com relação a isso. Reitero que o presidente nunca me convidou para ser ministra da Saúde", reforçou.

A médica disse que esteve reunida com o assessor da Casa Civil, Élcio Franco, à época secretário-executivo da Saúde e com o então ministro da Saúde Eduardo Pazuello para discutir, entre outros assuntos, os protocolos para o tratamento precoce. Nise afirmou que se reuniu também com o ex-ministro da Saúde Nelson Teich, porém não tratou do uso da cloroquina. Segundo a médica, Teich foi um "excelente gestor", uma vez que garantiu o contrato para as vacinas da AstraZeneca ao País.

Nise apontou também que durante os encontros estiveram presentes também o empreendedor Carlos Wizard e Arthur Weintraub, irmão do ex-ministro da Educação, apontados como integrantes do assessoramento paralelo do presidente. Nise afirmou que nunca conversou com o ex-ministro da Saúde Henrique Mandetta, com o ministro da Economia, Paulo Guedes, ou com o filho do presidente e vereador Carlos Bolsonaro.

Em depoimento à CPI da Covid, a médica Nise Yamaguchi disse nesta terça-feira ter se encontrado com o presidente Jair Bolsonaro por cerca de quatro vezes, mas que não houve reuniões particulares com o chefe da República. Nise então foi confrontada com o dado do grupo de checagem do Senado, de que ela teria se encontrado com Bolsonaro, sozinha, no dia 15 de maio. Nise respondeu não se recordar e reafirmou que nunca esteve com o presidente nessa condição.

Ela lembrou ainda que participou de uma reunião com o comitê interministerial, presidido pelo ministro Walter Braga Netto, na qual participaram também o ministro da Saúde e o presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

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O relator Renan Calheiros a questionou sobre informações em posse da CPI de que a médica esteve em visitas não oficiais ao Ministério da Saúde em cinco oportunidades, em 6 de abril, 10 de junho, 12 de junho, 2 de julho e 30 de dezembro do ano passado. A médica respondeu que precisaria checar essas datas, mas confirmou desde já o encontro no dia 6 de abril, que, segundo ela, foi para discutir o tratamento precoce para a Covid-19.

Bate-boca

A CPI da Covid teve um novo bate boca durante os trabalhos desta terça-feira. As discussões desta vez foram iniciadas pelo presidente do colegiado, senador Omar Aziz (PSD-AM) que, após ouvir um vídeo onde a médica Nise Yamaguchi defendeu que com o tratamento precoce contra Covid-19, não seria necessário uma vacinação "aleatória" da população, pediu a população que desconsiderasse as falas da médica.

Confrontada com o vídeo, a médica voltou a afirmar que não se deve vacinar "aleatoriamente" dizendo que a vacinação contra a doença seria a única opção contra a doença. Aziz então interrompeu a médica pedindo que a população que acompanha a CPI desconsiderasse as falas da doutora com relação à vacina.

"Quem está nos vendo neste momento, eu peço que desconsidere essas questões que ela disse aqui em relação à vacina. Desconsidere o que ela está dizendo em relação à vacina, ela não está certa" disse Aziz. "A sua voz calma, a sua forma de falar, convence as pessoas como se a senhora estivesse falando a verdade. infelizmente, doutora Nise, o que os seus colegas me falaram eu retiro completamente, eles estão totalmente equivocados em relação a senhora. A senhora está omitindo aqui muita coisa", afirmou Aziz, alertando a médica que ela será convocada novamente à CPI.

No meio do bate-boca, a senadora Leila Barros (PSB-DF) pediu "um grau de tranquilidade" para os senadores que questionavam a médica. Leila afirmou que a doutora não conseguia completar nenhum raciocínio. "Vocês sabem o lado que eu estou, mas quem está acompanhando, o que a gente percebe, é que existe uma ansiedade muito grande pelas respostas da depoente", afirmou Leila.

Já o líder do Cidadania no Senado, Alessandro Vieira (SE) se manifestou, no Twitter, sobre as interrupções realizadas pelos senadores da CPI da Covid durante depoimento da médica. E mostrou opinião diferente de Leila Barros.

"Tenho uma vida na defesa das mulheres, como é reconhecido pelas colegas da bancada feminina, mas não podemos confundir interrupções por mentiras flagrantes e interrupção por desrespeito às mulheres. Dra Nise mente, omite e desinforma. Não é questão de gênero, mas de honestidade", escreveu.

Em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, a médica Nise Yamaguchi confirmou nesta terça-feira ter conversado com o presidente Jair Bolsonaro sobre o tratamento precoce como estratégia para combater a pandemia da Covid-19. Nise também afirmou que a conversa partiu do próprio mandatário.

A médica disse já conhecer previamente a discussão, mas que durante reunião que contou com a presença do presidente, ela recebeu dele a informação de um tratamento contra Covid com o uso de cloroquina estava sendo discutido na França. Segundo a médica, esta foi a única oportunidade em que ela conversou com o presidente sobre o tema.

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A afirmação de que ela teria tido poucas interações com o presidente foi confrontada pelo senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE), que leu uma notícia onde a médica afirmava que o presidente a conhecia e que eles se falavam "o tempo todo". Vieira então sugeriu que a sessão fosse encerrada para que Nise fosse convocada na posição de testemunha.

Poupando Bolsonaro

A médica e defensora do tratamento repetiu a fórmula usada por aliados do presidente Jair Bolsonaro na comissão e se esquivou de opinar sobre a conduta do presidente frente as vacinas. "Não estou aqui para desapoiar ou apoiar conduta de nenhuma pessoa, isso é do fórum individual", afirmou Nise, dizendo ainda que nunca falou com o presidente sobre o programa de imunização. "Opinião a gente não dá, a gente tem que dar evidências científicas", disse a médica, que ainda foi apresentada a vídeos de Bolsonaro falando sobre as vacinas.

"Isso é uma questão que se refere ao governo Brasileiro", afirmou Nise em referência a cláusula de responsabilidade nos contratos criticada por Bolsonaro. Segundo ela, essa questão não demandaria uma decisão científica, mas "política e econômica".

Questionada ainda pelo relator Renan Calheiros (MDB-AL) sobre as consequências da postura do presidente e do atraso na compra dos imunizantes, Nise respondeu que é o "atraso que existe no início do tratamento" que tem "determinado tantos mortos". "Não só isso, mas nesse momento temos também problema de diagnóstico", afirmou.

A médica disse ainda que a tese da imunidade de rebanho não é defendida por ela, mas uma "realidade".

Em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19 nesta terça-feira, 1, a médica oncologista Nise Yamaguchi negou que a existência de um "ministério paralelo" ao da Saúde que supostamente aconselha o presidente Jair Bolsonaro em questões referentes ao enfrentamento da pandemia da Covid-19.

Nise afirmou ser uma "colabora eventual" que participava junto com os ministros de Saúde de comissões técnicas, reuniões governamentais e reuniões específicas com setores do Ministério da Saúde. "Faço questão de trabalhar com as regulamentações, inclusive com a (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) Anvisa, com o Parlamento, sempre contribuí com todos", afirmou a doutora.

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Na primeira bateria de perguntas realizadas pelo relator Renan Calheiros (MDB-AL), a médica foi inquirida sobre sua defesa da "imunidade de rebanho" como um estratégia de enfrentamento a pandemia da Covid-19 no País. Nise continuou sua defesa ao método, mas afirmou que existe uma interpretação errada de que a imunidade seria alcançada com a infecção de pessoas. Nise afirmou que a imunidade será alcançada por meio da vacinação.

A médica também defendeu que a discussão da imunidade de rebanho era "pertinente" na época, mas que não era possível prever "tantas interfaces, tão complexas" da mutações que ocorreram no vírus da Covid-19. Confrontada com vídeos onde defendia a imunidade através da infecção de pessoas em junho do ano passado, Nise afirmou que se imaginava que novas ondas da doença viriam com as mesmas cepas do vírus.

Nise também negou ter comentado com o presidente da República sobre a imunidade de rebanho, afirmando ter tido poucos encontros com o mandatário.

Em sua fala inicial no depoimento à CPI da Covid, a médica Nise Yamaguchi tentou desvencilhar sua imagem de proximidade com o governo Bolsonaro, afirmou que é uma "colaboradora eventual" de "qualquer" gestão que precisar de sua opinião médica. "Também não sou chamada para discussões técnicas da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec). Sou colaboradora eventual de qualquer governo que precisar de mim, do Brasil e do mundo", disse ela, emendando ainda não ter "nenhum partido político".

No entanto, Nise admitiu que esteve "algumas vezes" na Secretaria da Ciência e Tecnologia do Ministério da Saúde para discutir se era o caso da Conitec avaliar a orientação sobre o uso da cloroquina em pacientes com Covid-19. Segundo ela, no entanto, o que se concluiu à época é que o melhor fórum para esse debate seria o Conselho Federal de Medicina (CFM).

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"Então estive no conselho e saímos com nota técnica. Avisei Barra Torres (presidente da Anvisa) que não haveria necessidade de se estabelecer discussão a mais, mas que poderia seguir com autonomia do médico", afirmou ela aos senadores,

A médica ainda citou um almoço na Presidência da República, com "diversas pessoas", onde falou sobre a "importância do tratamento precoce inicial". Nise disse que nunca teve encontros privados com o presidente Jair Bolsonaro.

"Inimigo comum é o vírus e a mortalidade. Não estou aqui para defender um governo e sim o povo brasileiro", afirmou Nise, que citou ainda experiências profissionais no setor público e colaboração no governo Lula. A médica disse também que tem à disposição artigos científicos que embasam o uso da hidroxicloroquina e da ivermectina em pacientes com Covid-19.

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia ouve, nesta terça-feira (1º), a médica Nise Yamaguchi, defensora do "tratamento precoce" para Covid-19. Ela é oncologista e imunologista, além de diretora do Instituto Avanços em Medicina, de São Paulo.

Acompanhe:

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O presidente da CPI da Covid, Omar Aziz (PSD-AM), afirmou, na manhã desta quarta-feira (12), que deve ser votado na quinta-feira (13) o requerimento de convocação da médica Nise Yamaguchi. O nome da imunologista voltou a ter destaque após o presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Antônio Barra Torres, afirmar que Yamaguchi foi entusiasta da ideia de alterar a bula da cloroquina para incluir a recomendação de tratamento de Covid-19.

Aziz também disse que o Secretário de Saúde do Amazonas, Marcellus José Barroso Campêlo, deve falar à comissão em junho, após a agenda de depoimentos já programada. O aviso foi dado em resposta ao senador Marcos Rogério (DEM-RO), que voltou a cobrar da cúpula da CPI a convocação de autoridades estaduais e municipais.

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Na resposta ao aliado do governo, Aziz disse ainda que não haverá blindagem a ninguém nas apurações. "O secretário de saúde do Amazonas será chamado, e depois esses requerimentos (de convocação de outras autoridades estaduais e municipais) serão encaminhados", explicou o presidente da CPI, que lembrou ainda que, para fazer essas convocações, é necessário que os senadores analisem antes as informações que foram requeridas a Estados e municípios.

A convocação do secretário de Saúde do Amazonas já foi aprovada pela CPI na semana passada. "Nesse ponto, registre-se que a presente convocação se destina, exclusivamente, a elucidar a suposta participação da Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas no agravamento da crise sanitária naquele Estado com a ausência de oxigênio para os pacientes internados, assim como verificar a adequada aplicação dos recursos federais repassados àquela unidade da federação em razão da pandemia de Covid -19", escreveu o senador Marcos do Val (Podemos-ES) ao requisitar o depoimento de Campêlo.

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