O hacker Walter Delgatti Neto, conhecido por ter dado origem à chamada “Vaza Jato", recebeu ao menos R$ 13,5 mil de assessores da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP). A informação foi repassada pela Polícia Federal (PF) ao Supremo Tribunal Federal (STF). Delgatti foi preso novamente nesta quarta-feira (2), na operação que investiga invasões no sistema do Conselho Nacional de Justiça.
Os pagamentos, segundo o relatório da PF, foram realizados via pix. Em depoimento à PF, Delgatti chegou a dizer já que foi pago para ficar à disposição de Carla Zambelli.
##RECOMENDA##Além da suspeita de invasão no site do CNJ, ele também é acusado de ter inserido documentos fraudados no Banco Nacional de Monitoramento de Prisões, acrescentando um suposto mandado de prisão contra o ministro do STF, Alexandre de Moares. Na época, bolsonaristas chegaram a difundir o documento falso e criar narrativas fakes nas redes sociais. Há indícios de que ele teria sido pago pela deputada bolsonarista para realizar o serviço.
Uma reportagem do jornal O Globo, aponta que Delgatti recebeu R$ 10,5 mil, da conta de Renan Goulart, atual assessor do estadual e irmão de Carla, Bruno Zambelli (PL-SP); e R$ 3 mil de Jean Guimarães Vilela, que trabalha para a deputada.
O que diz a defesa
A defesa de Walter Delgatti confirmou a prisão dele, mas negou ter tido acesso aos autos da investigação.
Em nota, Carla Zambelli disse ter recebido com surpresa o mandado de busca e apreensão em seus endereços. Ao g1, ela negou ter pago Delgatti para invadir o sistema.
"Como eu poderia ter pedido uma fraude nas eleições no mês de novembro depois de ela ter acontecido? Os fatos não batem. O que eu tinha subcontratado através dele foi a ligação das redes sociais minhas através do meu site. Ele não conseguiu fazer. Teve a tentativa de trabalhar com ele, mas não deu certo", afirmou Carla Zambelli.