Tópicos | papa

O papa Francisco anunciou neste domingo que convidará ao Vaticano os líderes cristãos do Líbano em 1º de julho, para que possam refletir e orar juntos pela "paz e estabilidade" neste país do Oriente Médio.

O Líbano sofre atualmente uma crise dupla: econômica e política.

##RECOMENDA##

O país enfrenta a pior recessão financeira desde a guerra civil, entre 1975 e 1990, com mais de 50% da população vivendo abaixo da linha da pobreza.

Mas os líderes políticos estão em uma disputa para alcançar um acordo e criar um novo governo que substitua o gabinete do primeiro-ministro interino, Hasan Diab, que renunciou após a grande explosão no porto de Beirute no ano passado.

"Em 1º de julho me reunirei com os principais líderes das comunidades cristãs do Líbano no Vaticano, para uma jornada de reflexão sobre a inquietante situação no país e para rezar juntos pelo dom da paz e da estabilidade", destacou o papa.

Ao apresentar sua mensagem dominical de Angelus, Francisco pediu a todos os fiéis que "se unam à preparação deste evento com orações solidárias, pedindo por um futuro mais pacífico neste amado país".

O papa Francisco beijou, nesta quarta-feira (26), o número de detenção tatuado no braço de uma sobrevivente do Holocausto, durante a audiência geral realizada no Vaticano, em um gesto espontâneo de solidariedade.

Lidia Maksymowicz, de 81 anos, polonesa de origem bielorrussa, deportada em 1943 para o campo de Auschwitz Birkenau quando tinha menos de três anos de idade, também foi vítima das experiências do criminoso de guerra Josef Mengele.

Entre os presentes na audiência realizada ao ar livre, a idosa aproveitou para cumprimentar o pontífice no final do encontro.

Depois de trocarem algumas palavras, ela puxou a manga para mostrar ao sumo pontífice a tatuagem com o número 70072, marcada pelos nazistas quando ela entrou no campo de concentração.

O papa argentino se inclinou para beijá-la, e a sobrevivente, comovida, abraçou-o espontaneamente.

"Com o Santo Padre nos entendemos com um olhar, nenhuma palavra foi necessária", confidenciou a senhora depois de seu encontro com o papa, segundo o portal de notícias do Vaticano.

Entre os últimos sobreviventes dos campos de concentração nazistas, Maksymowicz está na Itália como convidada da associação "Memória Viva" para contar aos jovens seu testemunho, coletado em um documentário intitulado "A menina que não sabia odiar".

Submetida a horríveis experimentos médicos do dr. Mengele, como inoculação de vírus, vacinas e venenos, a senhora considera um dever contar sua história para que ela não se repita.

"Todas as crianças sabiam quem era Mengele e tinham medo dele. Considero que tenho a missão de contar minha história, devo isso a quem morreu", confessou durante um encontro virtual com centenas de jovens italianos.

"Sou uma das poucas sobreviventes. Mais de 200.000 crianças morreram lá", frisou.

Adotada e salva por uma família polonesa após sua libertação em 1945, ela encontrou sua verdadeira mãe na Rússia em 1962, graças às tatuagens.

O pontífice latino-americano, que tem entre seus amigos mais próximos vários judeus argentinos, esteve em 29 de julho de 2016 nos campos de Auschwitz e Birkenau, na Polônia, uma das visitas mais emocionantes de seu pontificado.

bur-kv&jz/mr/tt

O papa Francisco fez apelos pela paz em Mianmar e no Oriente Médio neste domingo (16), alertando especialmente contra a "espiral de morte e destruição" no conflito israelense-palestino.

Em uma missa especial por Mianmar, celebrada pela manhã na Basílica de São Pedro, o papa reiterou seus apelos para que cesse a violência no quarto mês de repressão sangrenta da junta militar contra a população civil.

Esta missa foi celebrada após vários apelos pela paz lançados nos últimos meses por Francisco, que visitou Mianmar em novembro de 2017, na primeira visita papal a uma nação predominantemente budista.

Em sua homilia, o pontífice argentino, de 84 anos, evitou denunciar abertamente o regime militar birmanês, que derrubou o governo eleito de Aung San Suu Kyi em 1º de fevereiro, e pediu aos fiéis que sejam "firmes na verdade". Pedindo para não perder a esperança.

“Queridos irmãos e irmãs, enquanto Mianmar, seu querido país, é marcado pela violência, pelo conflito e pela repressão, nos perguntamos: de que devemos cuidar? Em primeiro lugar, cuidar da fé”, declarou. Francisco apelou à unidade, chamando a divisão entre comunidades e povos de uma "doença mortal".

"Sei que algumas situações políticas e sociais são maiores do que vocês, mas o compromisso com a paz e a fraternidade nasce sempre da base. Cada um pode fazer a sua parte", disse.

"O ódio e a vingança"

"E onde há guerra, violência e ódio, ser fiel ao Evangelho e construtor da paz significa comprometer-se, também através das decisões sociais e políticas, arriscando a vida", continuou.

Após a tradicional oração do Angelus ao meio-dia, Francisco também alertou contra a "espiral de morte e destruição" nos confrontos no Oriente Médio, considerando a perda de vidas inocentes neste conflito como algo "terrível e inaceitável".

É preciso encontrar uma solução, “com a ajuda da comunidade internacional”, acrescentando: “o ódio e a violência crescentes (...) são uma grave ferida à fraternidade e à convivência pacífica entre os cidadãos, difícil de curar senão imediatamente aberto ao diálogo."

"Muitas pessoas ficaram feridas e muitos inocentes morreram. Entre eles também há crianças, e isso é terrível e inaceitável", disse o papa.

“Eu me pergunto: para onde vão o ódio e a vingança? Será que realmente pensamos em construir a paz destruindo o outro?”, continuou, pedindo calma aos responsáveis para “fazer cessar o rugido das armas e percorrer os caminhos da paz, também com a ajuda da comunidade internacional”.

O papa Francisco recordou, nesta quarta-feira (12), ao término da audiência geral no Vaticano, o atentado contra João Paulo II cometido 40 anos atrás.

"Nos torna conscientes de que nossa vida e a história do mundo estão nas mãos de Deus", disse o pontífice, ao se referir à tentativa de assassinato do primeiro papa polonês da história, em 13 de maio de 1981, em plena praça de São Pedro.

"Amanhã é o memorial litúrgico da Santíssima Virgem Maria de Fátima e do 40º aniversário do atentado a São João Paulo II aqui na praça", comentou Francisco.

"Ele mesmo ressaltava, com convicção, que devia sua vida à Senhora de Fátima", acrescentou o pontífice argentino, recordando que João Paulo II tinha uma devoção especial à Virgem de Fátima.

O então papa tinha certeza de que a Virgem salvou sua vida naquele dia, data do 64º aniversário de sua suposta aparição para os pastorinhos no centro de Portugal.

Um ano depois do ataque, ofereceu ao santuário de Fátima a bala que o atingiu, agora embutida na coroa da estátua da Virgem.

"Ao Imaculado Coração de Maria confiamos a Igreja, nós mesmos e o mundo inteiro. Rezemos pela paz, pelo fim da pandemia, pelo espírito de penitência e por nossa conversão", clamou Francisco.

Em entrevista publicada nesta quarta-feira pelo jornal italiano La Repubblica, o secretário particular de João Paulo II e seu colaborador mais próximo, o atual cardeal polonês Stanislao Dziwisz, recordou este momento dramático, quando o extremista turco Ali Agca atirou no pontífice, ferindo-o no abdômen, na mão esquerda e no braço direito.

"O primeiro tiro provocou a revoada de um bando de pombos. Voavam feito loucos. Imediatamente depois, o segundo tiro. O papa caiu de lado, em cima de mim. Tentei segurá-lo, enquanto via, na multidão, alguém tentando fugir", relata.

"Nestes momentos agitados, diante da gravidade do que se passava, pensei apenas em não deixá-lo cair no chão. O papa estava morrendo. Sofria muito, mas estava lúcido. Não desanimei. Rezava e pensava apenas em salvá-lo. O restante os médicos o fizeram com a ajuda da Virgem", acrescentou o religioso, que acompanhava o então sumo pontífice no papamóvel.

A prisão de Mehmet Ali Agca foi rápida, enquanto seu suposto cúmplice, Oral Celik, fugiu e só foi preso alguns anos depois na França por tráfico de drogas antes de ser extraditado para a Itália.

Aos investigadores, Ali Agca disse apenas: "Não me importo de morrer".

Assim que o ataque foi anunciado, os fiéis de todo o mundo começaram a rezar pelo "fenômeno Wojtyla", o primeiro papa eslavo da história, que deixou sua marca no mundo católico desde sua eleição em 16 de outubro de 1978.

O papa Francisco reapareceu neste domingo (18) na tradicional janela do Palácio Apostólico com vista para a Praça de São Pedro para pronunciar em público sua tradicional oração semanal, que desde 21 de março vinha sendo transmitida de sua biblioteca, devido às restrições da pandemia.

“Uma cordial saudação a todos vocês, romanos e peregrinos brasileiros, poloneses e espanhóis (...). Graças a Deus, podemos nos encontrar novamente neste lugar para o nosso encontro dominical”, lançou o papa, sorrindo, perante os fiéis na majestosa praça emoldurada pela famosa colunata de Gian Lorenzo Bernini, em frente à imponente Basílica de São Pedro.

“Devo confessar a vocês uma coisa: senti falta da praça. Quando tive que rezar na biblioteca, não estava contente. Graças a Deus, obrigada pela presença (...) desejo a todos um bom domingo!"

A oração do último domingo pronunciada pelo papa em público datava de 14 de março. As restrições contra o coronavírus adotadas na Itália, e portanto em Roma, onde está localizado o Vaticano, não permitiam a realização de reuniões e foi necessário suspender este evento popular entre fiéis, peregrinos e turistas.

Francisco expressou sua "preocupação" com o "aumento das atividades militares" na Ucrânia, onde a Rússia é acusada de implantar numerosas tropas na Crimeia (uma península anexada em 2014) e na fronteira, com novos combates, que quase acabaram com a trégua do verão (boreal) de 2020.

"Estou profundamente preocupado com os acontecimentos em algumas regiões da Ucrânia, onde nos últimos meses se multiplicaram as violações do cessar-fogo", disse ele em uma passagem de seu discurso aos fiéis.

Durante a missa do "Domingo da Misericórdia" hoje (11), o papa Francisco pediu para os fiéis não viverem "uma meia-crença" e ajudarem o próximo, porque a partilha dos bens "não é comunismo, é cristianismo na sua forma mais pura".

O Pontífice alertou que em uma fé "estéril" não existe compartilhamento nem atenção ao sofrimento dos outros.

##RECOMENDA##

"Se o amor acaba em nós mesmos, a fé evapora-se num intimismo estéril. Sem os outros, torna-se desencarnada. Sem as obras de misericórdia, morre", declarou, na homilia da celebração na igreja do Espírito Santo, em Sassia, junto à Praça São Pedro.

A declaração recordou a passagem dos Atos dos Apóstolos que fala sobre a vida da primeira comunidade cristã, após a ressurreição de Jesus, indicando que "ninguém chamava seu ao que lhe pertencia", mas tudo era "comum" e "não havia ninguém necessitado".

Segundo Jorge Bergoglio, os discípulos tornaram-se misericordiosos e compartilhar os bens parecia uma "consequência natural". "Não é comunismo, mas Cristianismo no seu estado puro", ressaltou.

O líder da Igreja Católica convidou os católicos a superar a indiferença perante os outros, para que não vivam uma fé "pela metade, que recebe mas não dá, que acolhe o dom mas não se faz dom".

"Hoje é o dia de nos perguntarmos: 'Eu, que tantas vezes recebi a paz de Deus, o seu perdão, a sua misericórdia, sou misericordioso com os outros? Eu, que tantas vezes me alimentei do seu Corpo, faço alguma coisa para matar a fome a quem é pobre?".

Por fim, o Papa defendeu que os católicos devem ser "testemunhas de misericórdia", a partir da experiência de receber a misericórdia de Deus, para quem cada pessoa é "insubstituível".

"Deus acredita em nós mais do que nós acreditamos em nós mesmos", afirmou. "Para Deus, ninguém é falho, ninguém é inútil, ninguém é excluído".

O argentino ainda recordou a experiência dos discípulos de Jesus, que recuperaram a paz após o encontro com Cristo ressuscitado, passando "do remorso à missão". Com este exemplo, ele disse que todos devem "abrir o coração para se deixar perdoar" e recomendou a Confissão, como sacramento da "ressurreição, misericórdia pura".

Da Ansa

O papa Francisco fez uma saída incomum neste domingo (11) para fora do Vaticano para celebrar uma missa sobre a "misericórdia divina" com presos, refugiados e profissionais da saúde.

A missa foi realizada em uma igreja próxima à Praça de São Pedro, diante de um público reduzido de cerca de 80 pessoas, devido às restrições pelo coronavírus.

Entre elas, havia presos de dois presídios de Roma e de um centro de detenção de jovens, assim como refugiados da Síria, Nigéria e Egito e profissionais da saúde de um hospital próximo.

O líder espiritual dos 1,3 bilhão de católicos do mundo destacou a importância para os cristãos de servir os demais.

"Não podemos permanecer indiferentes. Não podemos viver uma meia fé, que recebe mas não dá (...). Fomos misericordiados, sejamos misericordiosos", pediu Francisco.

O papa, que tem 84 anos e foi vacinado contra o coronavírus antes de sua viagem ao Iraque no início de março, não usou máscara durante a missa.

Os que fizeram as leituras da Bíblia também não usaram máscaras, enquanto todos os outros na igreja, incluindo os coroinhas e outros sacerdotes, usaram corretamente.

Senadores favoráveis a um projeto que permite a quebra de patente de vacinas contra covid-19 tentam um reforço "divino" à causa. A presidente da Comissão de Relações Exteriores (CRE) do Senado, Kátia Abreu (PP-TO), enviou uma carta ao papa Francisco pedindo apoio. O governo de Jair Bolsonaro é contrário à proposta.

Defensores da quebra de patentes argumentam que a medida vai agilizar o envio de doses para a população brasileira. Com a medida, a produção de vacinas não precisaria respeitar direitos de propriedade industrial durante a duração da pandemia do novo coronavírus, liberando laboratórios nacionais a fabricar os imunizantes sem depender de farmacêuticas estrangeiras. No âmbito internacional, países tentam aprovar essa medida na Organização Mundial do Comércio (OMC).

##RECOMENDA##

"Em especial, Santo Padre, rogo para que, das sacadas do Vaticano, conclame organismos internacionais, governos influentes e grandes empresas privadas a que abram as patentes de vacinas contra a covid-19 e, assim, compartilhem com todos os países em desenvolvimento esse medicamento de caráter humanitário", diz a carta da senadora.

O governo argumenta que uma decisão isolada neste momento pode impedir que o Brasil receba vacinas e que é necessário discutir isso no âmbito de organismos multilaterais, a nível internacional. Para Kátia Abreu, somente com a quebra de patentes "será possível caminhar, na velocidade necessária, rumo à imunização rápida e gratuita de todos os habitantes do planeta, sobretudo os mais pobres."

Na carta, a presidente da comissão fez uma referência à disputa política no País em meio à pandemia como "discussões pueris", sem citar nomes. "Muitas vozes poderosas, em lugar de educar e esclarecer a população, acabam por semear a cizânia, ofuscando com isso a necessária mensagem sobre as formas corretas de proteger-se, proteger ao próximo e sobreviver a esta imensa tragédia."

Pelo Twitter, a senadora Simone Tebet (MDB-MS) também defendeu a aprovação do projeto. "Doa a quem doer, temos que enfrentar lobbies poderosos do oligopólio de laboratórios que detêm patentes das vacinas que estão faltando no braço de brasileiros", postou a senadora.

A votação do projeto chegou a entrar na pauta de votações do Senado nesta quarta-feira, 8, mas foi retirada pelo presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), após pedido de líderes do governo.

O autor da proposta é o senador Paulo Paim (PT-RS). Na justificativa do projeto, Paim argumenta que a medida não implica ignorar o direito às patentes, mas relativizá-lo, em caráter temporário, em vista do interesse maior do povo brasileiro. Segundo ele, essa ideia é defendida no mundo inteiro e apoiada por instituições brasileiras, como o Conselho Nacional de Saúde (CNS).

O Brasil tem até agora pouco mais de 21 milhões de vacinados com a primeira dose de vacina contra a covid-19, o que corresponde a cerca de 10% da população.

Algumas capitais do País, porém, interromperam a vacinação nesta semana por falta de doses. No Distrito Federal, a imunização dos idosos acima de 66 anos parou e, em Salvador, a secretaria de saúde só retomou ontem a vacinação para quem tem a partir de 62 anos.

O papa Francisco pediu neste domingo pascal (4) que se ponha fim ao "clamor das armas" e aos conflitos, e pediu à comunidade internacional o compartilhamento das vacinas anticovid com os países mais desfavorecidos.

"A pandemia ainda está em pleno curso, a crise social e econômica é muito grave, especialmente para os mais pobres; e apesar de tudo - e isso é escandaloso -, os conflitos armados não cessam e os arsenais militares são reforçados", criticou o papa, durante sua homilia na basílica de São Pedro, antes da bênção Urbi et Orbi (à cidade e ao mundo).

O sumo pontífice pediu o fim do "clamor das armas na querida e atormentada Síria, onde milhões de pessoas vivem atualmente em condições desumanas, assim como no Iêmen, cujas vicissitudes estão cercadas de um silêncio ensurdecedor e escandaloso, e na Líbia, onde finalmente se vislumbra a saída de uma década de contendas e enfrentamentos sangrentos".

Francisco dedicou sua homilia pascal aos mais vulneráveis, aos doentes de covid-19, aos migrantes, às pessoas que devido à pandemia vivem na precariedade e as populações que sofrem com as guerras.

A respeito da crise sanitária, Jorge Bergoglio, após homenagear médicos e enfermeiras na linha de frente da pandemia, lembrou que "as vacinas são uma ferramenta essencial nesta luta".

"No espírito de um 'internacionalismo das vacinas', exorto toda a comunidade internacional a um compromisso comum para superar os atrasos em sua distribuição e para promover seu compartilhamento, especialmente nos países mais pobres", disse.

O papa fez seu discurso em uma basílica de São Pedro quase vazia. Normalmente, ele preside estas celebrações diante de milhares de fiéis no Vaticano.

Mas desta vez, pelo segundo ano consecutivo, as restrições contra a covid-19 na Itália, um dos países mais afetados pela pandemia com mais de 110.000 mortos, impediram este tipo de ato.

O papa Francisco aceitou a renúncia do bispo da diocese de Victoria, no México, Antonio González Sánchez nesta terça-feira (30), informou a Santa Sé.

O mexicano ficou famoso no país ao pregar contra o uso de máscaras de proteção facial para evitar a transmissão do coronavírus Sars-CoV-2, indo contrariamente às recomendações do Vaticano de seguir as regras sanitárias contra a Covid-19 determinadas por cada governo.

##RECOMENDA##

"Usar a máscara significa não confiar em Deus", disse em uma das celebrações que realizou na cidade, afirmando ainda que a pandemia não acabou porque os fiéis "não estão rezando bastante".

O Vaticano não especificou o motivo da renúncia, mas o fato é que ela ocorreu dois anos antes do previsto. Por regra, um bispo se aposenta compulsoriamente quando completa 75 anos, mas Sánchez tem 73. 

Da Ansa

O papa Francisco pediu neste domingo (14) para "baixar as armas" na Síria e "reconstruir o tecido social", com motivo do décimo aniversário da guerra mortal que abala o país.

"Renovo meu mais sincero apelo às partes em conflito para que dêem exemplos de boa vontade, para que se abra um raio de esperança para a população exausta", suplicou o papa após a tradicional oração do Angelus na praça de São Pedro.

"Espero também um compromisso construtivo, decisivo e renovado de solidariedade por parte da comunidade internacional para que, uma vez depostas as armas, seja possível reconstruir o tecido social e iniciar a reconstrução e a recuperação econômica", acrescentou.

O pontífice lamentou que dez anos do "sangrento conflito na Síria" geraram "um dos maiores desastres humanitários dos nossos tempos: um número indeterminado de mortos e feridos, milhões de refugiados, milhares de desaparecidos, destruição, violência de todo tipo, sofrimento desumano para toda a população, principalmente para os mais vulneráveis como as crianças, as mulheres e os idosos".

A guerra na Síria, que está entrando em seu décimo primeiro ano, deixa ao menos 388.652 mortos, informou neste domingo o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH).

O papa Francisco, que acaba de realizar uma visita histórica ao Iraque, não planeja visitar a Síria, mas pede frequentemente um cessar-fogo neste país "martirizado".

O papa Francisco voltou nesta segunda-feira(8) de sua histórica viagem ao Iraque, uma visita que embora tenha sido muito exaustiva para seus 84 anos, teve um forte significado religioso devido ao seu encontro com o grande aiatolá Ali Sistani.

Ele é "um homem humilde e sábio", disse o papa sobre o líder religioso dos muçulmanos xiitas.

##RECOMENDA##

Encontrá-lo foi "bom para a alma", confessou ele durante a entrevista coletiva de quase uma hora a bordo do avião que o trouxe de volta a Roma.

O pontífice argentino, com o objetivo de apoiar os cristãos do Iraque - 1% da população atualmente e 6% há 20 anos - não escondeu a emoção ao rezar silenciosamente nas ruínas de uma igreja em Mossul, pelos mártires, os perseguidos, os esquecidos.

“Quando parei em frente à igreja destruída, não tive palavras”, reconheceu o papa que sobrevoou a cidade em um helicóptero e notou “tamanha crueldade”.

Durante a coletiva de imprensa com os mais de 70 jornalistas que o acompanharam no voo, Francisco relembrou um dos momentos mais emocionantes dos três dias de viagem, quando ouviu o testemunho de uma mulher que perdera o filho durante os ataques dos jihadistas e que se dispôs a perdoar os seus inimigos.

"Fiquei muito comovido com o testemunho dela, uma mãe que oferece seu perdão nessas circunstâncias ... Um exemplo a seguir", disse ele.

O papa lembrou aos jornalistas uma experiência semelhante que teve em sua visita à Colômbia em 2017, por ocasião dos encontros entre vítimas e perpetradores após os acordos de paz.

“Sabe-se condenar (...) mas perdoar os inimigos é puro Evangelho”, comentou.

O pontífice, que fez sua primeira viagem ao exterior em quinze meses, apesar da pandemia do coronavírus e das ameaças de ataques, queria antes de tudo enviar uma mensagem de paz e reconciliação em um país assolado por guerras e violência.

- O dever de peregrinar -

“Acho que foi uma mensagem universal, senti o dever de fazer esta peregrinação de fé e penitência, e de encontrar um grande, um homem sábio, um homem de Deus. Isto se via simplesmente ao ouvi-lo”, acrescentou, referindo-se ao grande aiatolá Ali Sistani.

"Ele foi muito respeitoso durante nosso encontro e me senti honrado. Ele nunca se levanta para cumprimentar um visitante, mas se levantou para me cumprimentar duas vezes", disse o papa.

Francisco, que assinou um documento importante há dois anos com o grande imã sunita de Al-Azhar no Egito, não assinou um documento com o grande aiatolá xiita no Iraque, representante do outro grande ramo do Islã.

No entanto, ele enfatizou que "outras etapas" estão sendo preparadas para uma reaproximação com o Islã e citou o aiatolá Sistani, para quem "os homens são irmãos por religião ou iguais pela criação".

Francisco, por sua vez, está ciente das críticas lançadas por alguns setores contra suas aberturas, especialmente por parte dos ultratradicionalistas.

"Muitas vezes é preciso correr riscos para dar este passo. Vocês sabem que há algumas críticas de que o papa não tem coragem, que não tem consciência e está agindo contra a doutrina católica, com risco de heresia. São riscos, mas essas decisões são sempre tomadas em oração, com diálogo, pedindo conselho. Essas decisões não são um capricho", explicou.

O pontífice admitiu também que a viagem de três dias ao Iraque foi "muito mais" cansativa do que outras visitas ao exterior, já que se viu mancando por uma dor ciática que o obrigou a cancelar vários compromissos no passado.

O papa explicou que visitará a Argentina "quando tiver a oportunidade" e lembrou que pensou em viajar para o seu país em 2017, visita que teve que cancelar.

"Quando tiver a oportunidade, devo fazer. Argentina, Uruguai e o sul do Brasil, já que existe uma semelhança cultural", destacou.

"Quero dizer isso, para que não haja fantasias de pátria-fobia", enfatizou.

O papa, que foi vacinado contra a covid-19, assim como todas as pessoas que o acompanharam no avião, confessou que a propagação da epidemia o preocupa.

“Pensei muito, rezei muito. E no final, decidi, livremente, mas veio de dentro”, revelou Francisco.

Referindo-se a outras viagens que deseja fazer, o papa anunciou que deseja visitar o Líbano, "um país que sofre", além da Hungria.

O papa Francisco deixou o Iraque nesta segunda-feira, após a primeira visita na história de um sumo pontífice a este país, abalado por anos de violência, uma viagem na qual ele defendeu a causa da comunidade cristã iraquiana.

A visita do papa de 84 anos, que chegou ao Iraque na sexta-feira (5), aconteceu sem incidentes.

Durante sua estadia, Francisco visitou a capital Bagdá, assim como Mossul e Qaraqosh, duas cidades do norte do país que foram vítimas do terror dos extremistas do grupo Estado Islâmico (EI).

Na cidade sagrada de Najaf (sul), o papa se reuniu com o grande aiatolá Ali Sistani, uma referência religiosa para a maioria dos muçulmanos xiitas do mundo.

"O Iraque sempre permanecerá comigo, em meu coração", disse Francisco no domingo à noite, após uma missão em um estádio em Erbil, no Curdistão iraquiano.

O papa estava ansioso para conhecer os cristãos do Iraque (1% da população atualmente, contra 6% há 20 anos) e dedicou a este país de maioria muçulmana sua primeira viagem ao exterior em 15 meses.

Devido à pandemia de Covid-19, com exceção da missa de domingo em Erbil, o pontífice não teve encontros com multidões, algo comum em suas viagens ao exterior.

Ele viajou 1.445 km através do Iraque, principalmente de avião e helicóptero, sobrevoando áreas onde ainda existem células extremistas clandestinas, apesar da derrota do EI em 2017.

No Iraque, o papa denunciou o "terrorismo que abusa da religião", pediu "paz e unidade" no Oriente Médio e lamentou a saída dos cristãos da região como um "dano incalculável".

Também participou em uma oração ecumênica com as diferentes religiões presentes no Iraque na cidade de Ur, local de nascimento, segundo a Bíblia, do patriarca Abraão, pai das três religiões monoteístas.

O papa Francisco inicia nesta sexta-feira (5) uma visita histórica ao Iraque, com medidas reforçadas de segurança e em plena pandemia, em um país afetado pela violência e onde ele pretende levar palavras de conforto para uma das mais antigas comunidades cristãs do mundo, destruída pelos conflitos e perseguições.

O avião decolou às 6H45 GMT (3H45 de Brasília) de Fiumicino, principal aeroporto de Roma, e deve pousar às 11H00 GMT (8H00 de Brasília) em Bagdá.

O sumo pontífice de 84 anos, que anunciou que fará a primeira visita de um papa ao Iraque como um "peregrino da paz", também levará uma mensagem aos muçulmanos xiitas em um encontro com o grande aiatolá Ali Sistani, a principal autoridade religiosa deste braço do islã.

Durante a visita de três dias por várias cidades, o papa se encontrará com poucas pessoas nas estradas devido ao confinamento total decretado no país, onde o número de casos bateu esta semana um recorde desde o início da pandemia de Covid-19, com mais de 5.000 infectados por dia.

O líder dos 1,3 bilhão de católicos do mundo, que declarou sentir-se "enjaulado" nos últimos meses no Vaticano por causa da pandemia, utilizará um veículo blindado para alguns deslocamentos, "virtual" para os iraquianos que o acompanharão pela televisão. Além disso, o helicóptero e o avião papal devem sobrevoar algumas áreas de refúgios de extremistas do grupo Estado Islâmico (EI).

Em algumas etapas da viagem, Francisco se reunirá apenas com algumas centenas de pessoas, com exceção da missa de domingo no estádio de Erbil, no Curdistão, na qual participarão milhares de fiéis que reservaram suas vagas com antecedência.

O programa papal é ambicioso e inclui Bagdá, Najaf, Ur, Erbil, Mossul e Qaraqosh. Ele percorrerá 1.445 km em um país que na quarta-feira foi cenário de ataques com foguetes, no mais recente episódio das tensões entre Irã e Estados Unidos no Iraque.

A primeira viagem ao exterior do pontífice em 15 meses permitirá a Francisco ir ao encontro de uma pequena comunidade de fiéis na "periferia" do planeta, uma de suas ações preferidas.

Na véspera de sua viagem histórica ao Iraque, o papa Francisco enviou uma mensagem emocionada aos iraquianos, na qual defende a reconciliação nesta terra, berço das regiões, afetada por anos de violência e guerras.

"Vou como peregrino (...) implorar ao Senhor perdão e reconciliação, após anos de guerra e terrorismo (...) e vou entre vocês como um peregrino da paz", declarou o sumo pontífice na véspera de sua viagem de quatro dias (5 a 8 de março) ao Iraque.

##RECOMENDA##

Francisco inicia na sexta-feira (5) uma visita histórica, sob enormes medidas de segurança, a um país confinado pela pandemia e afetado por anos de violência.

"Anseio conhecê-los, ver seus rostos, visitar sua terra, antiga e extraordinária, berço da civilização", afirmou o pontífice argentino, que deseja cumprir o sonho do papa João Paulo II, que não conseguiu viajar ao Iraque.

"Vou como um peregrino da paz em busca da fraternidade, animado pelo desejo de rezar juntos e caminhar juntos também com irmãos e irmãs de outras religiões", ressaltou, em referência a um país majoritariamente muçulmano, onde os poucos cristão que conseguiram permanecer ainda sofrem ameaças e agressões.

Em sua mensagem, Francisco se dirige a muçulmanos, judeus e cristãos, "uma só família", afirma, e os incentiva a "seguir adiante", que não se rendam, para reconstruir e curar feridas.

"A vocês, cristãos, muçulmanos; a vocês, povos como os yazidis, que tanto sofreram; a todos vocês. Vou para a vossa terra abençoada e ferida como um peregrino da esperança", explicou.

"É uma honra encontrar com uma Igreja martirizada: Obrigado por vosso testemunho! Que os muitos, demasiados mártires que conheceram nos ajudem a perseverar na humilde força do amor", acrescentou.

A Igreja "os encoraja a seguir adiante. Não permitamos que prevaleça o terrível sofrimento que viveram e que tanto me entristece".

- Uma viagem arriscada -

O papa fará na sexta-feira a viagem de número 33 de seu pontificado, com o objetivo de transmitir uma mensagem de paz e reconciliação, que ajude a curar as feridas.

Francisco, que deseja entrar para a história por sua defesa dos pobres e da paz, faz a viagem mais arriscada de seus nove anos de pontificado, de acordo com analistas.

A visita papal não representa apenas um desafio do ponto de vista religioso, mas também logístico e sanitário, com um novo pico de contágios de coronavírus de 4.000 casos diários.

O pontífice, que ao lado de seu séquito e dos jornalistas que o acompanham foram vacinados, visitará Bagdá e Erbil, duas cidades que foram cenários recentemente de ataques com foguetes contra alvos americanos.

Apesar dos riscos, Francisco manteve a agenda e declarou que não se pode decepcionar "pela segunda vez este povo", depois de recordar o cancelamento da visita em 1999 de João Paulo II.

O pontífice também tem uma escala programada para Mossul, que foi reduto dos extremistas do grupo Estado Islâmico (EI).

A visita do pontífice argentino ao Iraque será marcada pela ausência de multidões e o obrigará a utilizar um automóvel blindado em seus deslocamentos.

Apenas no estádio de Erbil, com capacidade para 20.000 pessoas, ele falará para 4.000 fiéis na missa dominical, segundo fontes locais.

No sábado, o papa visitará Ur, uma etapa com fortes vínculos espirituais, pois a área foi o berço do cristianismo, a terra do profeta Abraão, pai das três religiões monoteístas.

No mesmo dia ele se reunirá na cidade sagrada de Najaf (sul) com o grande aiatolá Ali Sistani, de 90 anos, a principal autoridade para os xiitas no Iraque, um gesto a favor do diálogo com todos os muçulmanos.

O papa Francisco afirmou que mantém a visita história ao Iraque, prevista para começar dentro de dois dias, apesar da violência que afeta o país, cenário de um novo ataque com foguetes nesta quarta-feira contra uma base militar que abriga tropas americanas.

"Depois de amanhã, se Deus quiser, irei ao Iraque para uma peregrinação de três dias. Há muito tempo que quero encontrar com estas pessoas que sofreram tanto", disse Francisco, de 84 anos, durante a audiência semanal.

"Peço a vocês que acompanhem esta viagem com suas orações (...). O povo iraquiano está nos esperando, esperou por João Paulo II, que foi proibido de viajar. Não se pode decepcionar pela segunda vez este povo", completou.

O pontífice argentino deseja cumprir a promessa feita pelo polonês João Paulo II, que teve que desistir em 1999 de uma viagem ao Iraque depois de negociações infrutíferas com Saddam Hussein.

O papa Francisco confirmou a viagem poucas horas depois que pelo menos 10 foguetes foram lançados contra uma base que abriga soldados americanos na região oeste do Iraque. Um civil morreu, vítima de um ataque cardíaco, após a ação.

Na terça-feira, o porta-voz do Vaticano, Matteo Bruni, explicou que Francisco se deslocará em um veículo blindado durante sua visita ao Iraque, de 5 a 8 de março.

"A segurança é sempre responsabilidade do país que o hospeda", disse Bruni. "Além disso, o papa não se encontrará com multidões", completou.

Praticamente nenhum evento do papa nos três dias de visita reunirá mais de 100 pessoas. A única exceção será uma missa em um estádio de Erbil, no Curdistão iraquiano, onde serão disponibilizadas aos fiéis 10.000 entradas da capacidade de 30.000 do local, explicou o Vaticano.

"A melhor forma de interpretar esta viagem é que é um ato de amor", disse Bruni, ao reiterar que o pontífice deseja que "as pessoas vejam que o papa está ali e está perto delas".

Pela primeira vez na história, um papa visitará o Iraque a partir de sexta-feira (5) para confortar a minoria cristã dizimada pelos conflitos e as dificuldades da vida e estender a mão ao islamismo xiita, em um gesto espetacular.

No berço do Cristianismo, que as guerras deixaram em sangue e que ainda é marcado pela violência do grupo Estado Islâmico (EI), o papa Francisco se encontrará com a mais alta autoridade religiosa de uma parte do mundo xiita, o Grande Aiatolá Ali Sistani, em Najaf, ao sul de Bagdá.

É também a primeira viagem do soberano pontífice desde o início da pandemia de covid-19, após ter sido vacinado, assim como a multidão de jornalistas e eclesiásticos que o acompanham.

Durante sua visita de três dias, o papa argentino de 84 anos visitará uma minoria cristã diversa, mas minimizada, em meio a uma população de 40 milhões de iraquianos exaustos após 40 anos de guerras e crises econômicas.

A agenda do papa é tão ambiciosa quanto a viagem é histórica: até segunda-feira, o pontífice visitará uma catedral que foi palco da tomada de reféns em 2010 em Bagdá, a cidade de Ur, no deserto do sul do Iraque, Najaf e igrejas destruídas pelo EI em Mossul (norte).

- Três dias, 1.650 km -

O papa viajará cerca de 1.650 km, principalmente de avião. Ao longo de seu trajeto, foram expostas mensagens de boas-vindas e apelos de coexistência.

As estradas foram pavimentadas, postos de segurança foram instalados e as obras de renovação foram realizadas em locais que até agora nunca tinham estado nos programas oficiais de visita.

"A mensagem do papa é dizer que a Igreja está do lado daqueles que sofrem", disse à AFP o arcebispo caldeu católico de Mossul e Aqra, Najeeb Michaeel.

"O papa enviará uma mensagem forte mesmo aqui, onde crimes contra a humanidade e genocídio foram perpetrados", disse o prelado, que teve que fugir dos jihadistas em Mossul.

A comunidade cristã no Iraque é uma das mais antigas e diversas, na qual se destacam os caldeus - católicos -, os ortodoxos e os protestantes armênios.

Na época da ditadura de Saddam Hussein (1979-2003) havia cerca de 1,5 milhão de cristãos, cerca de 6% dos iraquianos.

Mas hoje não restam mais de 400.000, 1% da população, estima William Warda de Hammurabi, uma ONG local de minoria.

Antes do exílio, a maioria dos cristãos estava na província de Nínive, cuja capital é Mossul. As vitrines e os livros de orações estão em aramaico moderno.

- Berço de Abraão -

Quando os jihadistas do EI ocuparam Mossul em 2014, o papa Francisco apoiou a campanha militar internacional para reforçar as forças iraquianas. Então, ele disse que queria apoiar os cristãos do Iraque.

Em 2019, o soberano pontífice condenou a repressão sangrenta de uma revolta popular contra o poder que abalou especialmente Bagdá e o sul do Iraque.

É para esta região sul que o papa irá no sábado, para Ur, onde o patriarca Abraão nasceu, segundo a tradição.

Mas o Iraque já estava nos objetivos do Vaticano antes mesmo da chegada do papa Francisco.

Em 2000, Saddam Hussein jogou um balde de água fria nos planos de João Paulo II, que esperava fazer uma peregrinação ao país.

Dezenove anos depois, o patriarca da Igreja Caldeia do Iraque, Louis Sako, obteve do presidente iraquiano Barham Saleh um convite oficial dirigido ao papa para "curar" o país da violência.

A covid-19 atrasou a viagem, mas nem o confinamento, imposto durante toda a duração de sua visita, nem o anúncio de que o embaixador do Vaticano em Bagdá testou positivo para coronavírus mudaram os planos.

- Bento XVI considera a viagem "perigosa" -

O Papa emérito Bento XVI, que vive em um mosteiro do Vaticano desde sua renúncia há oito anos, chamou de "perigosa" a viagem histórica de seu sucessor Francisco ao Iraque em uma entrevista publicada na segunda-feira.

"Acho que é uma viagem muito importante", disse o ex-papa de 93 anos em uma entrevista ao jornal Il Corriere della Sera.

“Infelizmente ele chega em um momento muito difícil que também torna sua viagem perigosa: por motivos de segurança e por causa da ambição. E ainda há a situação instável do Iraque. Acompanharei Francisco com minhas orações”, acrescentou o alemão, que conversou com um fio de voz, segundo o jornalista que o entrevistou.

- "Impacto enorme" -

Várias equipes de segurança do Vaticano visitaram o Iraque, cenário de intensas tensões geopolíticas, para organizar a segurança.

As comissões provinciais estão encarregadas de proteger o circuito do papa. Na manhã de sexta-feira, o avião do papa pousará em Bagdá com cerca de 150 pessoas a bordo, metade jornalistas.

Francisco estenderá mais uma vez a mão ao Islã.

Em 2019, nos Emirados Árabes Unidos, ele assinou com o xeque Ahmed al Tayeb, imã de Al Azhar, a mais alta instituição do Islã sunita, um documento que incentiva o diálogo entre cristãos e muçulmanos.

No Iraque, o papa Francisco irá ao encontro dos xiitas, a maioria no Iraque, mas a minoria no mundo - 200 milhões dos 1.800 milhões de muçulmanos - quando se encontrar com o grande aiatolá Ali Sistani.

Para o governador de Najaf, Louai al-Yasseri, é uma "visita histórica" enquanto Sistani, embora fisicamente ausente, se tornou nas últimas três décadas uma bússola para os xiitas do Iraque e do resto do mundo.

“Fala-se de um líder religioso seguido por 20% da população mundial: sua visita significa muito, seu encontro com o Grande Aiatolá terá um impacto enorme”.

O papa Francisco recebeu nesta sexta-feira (29) "sentado" um grupo de membros de um tribunal da Santa Sé, devido a uma dor no ciático que o impediu de pronunciar seu discurso de pé.

"Deveria falar com vocês em pé, mas vocês sabem que o ciático é um hóspede um pouco irritante. Peço desculpas, falarei sentado", comentou o pontífice antes de pronunciar um discurso aos membros da Rota Sagrada, o tribunal encarregado da anulação dos matrimônios eclesiásticos.

Este é um encontro tradicional organizado em janeiro com ocasião da inauguração do ano judicial.

O pontífice, de 84 anos, adiou há uma semana vários compromissos previstos, entre eles o encontro anual com o corpo diplomático. Devido ao seu problema de saúde, ele também renunciou a presidir a missa de domingo.

Francisco, afetado por uma "dor no ciático", também não presidiu as celebrações litúrgicas programadas para o fim de ano, em 31 de dezembro e 1o de janeiro.

O papa argentino usa sapatos especiais devido a essa lesão no nervo ciático que o incomoda há vários anos.

No avião de retorno de sua primeira viagem ao exterior em 2013, o papa argentino confessou aos jornalistas que o ciático marcou seu primeiro mês de pontificado.

"O pior? É que me veio uma dor no ciático, a tive no primeiro mês. Porque para fazer as entrevistas eu precisava sentar em uma poltrona, e isso me prejudicou. É uma dor ciática muito, muito dolorosa. Não a desejo para ninguém", confessou aos jornalistas que o acompanhavam de um retorno do Brasil.

O papa argentino já recebeu a primeira dose da vacina contra a covid-19. Francisco é considerado uma pessoa de risco, já que quando tinha 21 anos, em 1957, sofreu uma pleurisia aguda e os cirurgiãos precisaram remover parcialmente seu pulmão direito.

O papa Francisco fez um alerta neste sábado (23) sobre a necessidade de ir ao encontro da "vida concreta", no trabalho jornalístico, principalmente durante a pandemia do novo coronavírus Sars-CoV-2, e pediu atenção aos países mais pobres na distribuição das vacinas anti-Covid.

"Há o risco de narrar a pandemia ou qualquer outra crise só com os olhos do mundo mais rico", alertou em mensagem divulgada pelo 55º Dia Mundial das Comunicações Sociais.

##RECOMENDA##

De acordo com o religioso, "numerosas realidades do planeta dirigem ao mundo da comunicação um convite a 'ir e ver'". "Por exemplo, na questão das vacinas e dos cuidados médicos em geral, pensemos no risco de exclusão que correm as pessoas mais carentes. Quem nos contará a expectativa de cura nas aldeias mais pobres da Ásia, América Latina e África?", questiona.

O Santo Padre explicou que, sem essa narrativa extensa, as diferenças sociais e econômicas vão marcar a distribuição das vacinas contra a Covid-19, "com os pobres sempre em último lugar".

"O direito à saúde para todos, afirmado em linha de princípio, acaba esvaziado da sua valência real", acrescenta ele, chamando de "drama social" os casos de pobreza provocados pela emergência sanitária.

Durante a mensagem, Francisco ainda alertou para os perigos de uma manipulação de informação nas plataformas digitais, especialmente durante a pandemia, e defendeu que os jornalistas precisam estar dispostos a "ir onde ninguém vai".

"Tornaram-se evidentes, para todos, os riscos de uma comunicação social não verificável. Há tempo que nos demos conta de como as notícias e até as imagens são facilmente manipuláveis, por infinitos motivos, às vezes por um banal narcisismo", acrescentou.

No texto, divulgado pelo Vaticano, Francisco defende uma comunicação "transparente e honesta", "tanto na redação do jornal como no mundo da web, tanto na pregação comum da Igreja como na comunicação política ou social".

O argentino destaca a importância de "maior capacidade de discernimento e de um sentido de responsabilidade mais maduro", na criação e compartilhamento de conteúdos.

"Todos somos responsáveis pela comunicação que fazemos, pelas informações que damos, pelo controle que podemos exercer juntos sobre as notícias falsas, desmascarando-as", enfatizou.

O líder da Igreja Católica admitiu que a tecnologia digital permite ter uma "informação em primeira mão e oportuna", por muitas vezes muito útil, oferecendo a possibilidade de acompanhar acontecimentos que de outra forma "seriam negligenciados pelos meios de comunicação tradicionais".

"É uma ferramenta formidável. Graças à rede temos a oportunidade de contar o que vemos, o que acontece sob os nossos olhos, para compartilhar testemunhos ", afirma.

Apesar disso, a mensagem alerta que "na comunicação, nada pode jamais substituir o ver pessoalmente", porque "algumas coisas só se aprendem vivenciando-as". "Na verdade, não se comunica só com palavras, mas com os olhos, com o tom de voz, com os gestos".

Fazendo um apelo para "vir e ver", Jorge Bergoglio questiona o que classifica como "eloquência vazia" nas várias áreas da vida pública. Ele ainda destaca que, mais do que os recursos técnicos utilizados na comunicação, é a experiência humana que faz a diferença.

"Para contar a verdade da vida que se faz história, é preciso sair da confortável presunção do 'já conhecido' e andar, ir, ver, estar com as pessoas, ouvi-las, recolher as sugestões da realidade, que vai sempre nos surpreender em alguns de seus aspectos", disse.

Ele criticou a uniformização da informação e ressaltou os riscos de "jornais fotocópia" ou noticiários "substancialmente iguais", onde as entrevistas e reportagens perdem espaço.

"A crise editorial corre o risco de levar a uma informação construída nas redações, diante do computador, nos terminais das agências, nas redes sociais, sem nunca sair à rua, sem 'gastar a sola dos sapatos', sem encontrar pessoas para procurar histórias ou verificar com os próprios olhos determinadas situações", alertou.

Por fim, o Papa agradeceu pela "coragem de muitos jornalistas", capazes "ir aonde mais ninguém vai", correndo riscos, o que já permitiu denunciar "a difícil condição das minorias perseguidas em várias partes do mundo", "muitos abusos e injustiças" e lembrar de "guerras esquecidas".

"Seria uma perda não só para a informação, mas também para toda a sociedade e para a democracia, se faltassem estas vozes: um empobrecimento para a nossa humanidade", finalizou. 

Da Ansa

A Esmolaria Apostólica do Vaticano confirmou nesta quinta-feira (14) que também os moradores de rua atendidos pela Igreja Católica serão vacinados contra a Covid-19, assim como ocorre com outros tipos de imunizantes.

"Nós demos como Esmolaria muitas vacinas contra a gripe. Quando o Vaticano começar a completar as categorias prioritárias em relação à emergência de Covid-19, nós também vamos aplicar essas vacinas", disse o esmoleiro do Papa Francisco, cardeal Konrad Krajewski, à ANSA.

##RECOMENDA##

O religioso, que está se recuperando ainda por conta do próprio coronavírus Sars-CoV-2, afirmou que é "seguro" garantir que o Vaticano também vacinará a população de rua.

"Precisamos seguir segundo os critérios sobre o risco de contágio: profissionais da saúde, idosos, contato com o público, Guarda Suíça, Gendarmaria, etc. Mas, chegará a hora também dos sem-teto", acrescentou.

O Vaticano começou sua campanha de vacinação contra o coronavírus nesta quarta-feira (13) e nesta quinta foi confirmado que tanto o papa Francisco como o papa emérito Bento XVI já receberam a primeira dose da BNT 162b, o imunizante desenvolvido pela farmacêutica Pfizer e pelo laboratório alemão BioNTech.

Francisco sempre foi uma voz ativa na defesa de que a vacinação deveria ser para todos, incluindo os mais pobres e marginalizados, e que os países mais ricos precisam ajudar as nações mais necessitadas a fazer a imunização.

O número total de vacinas compradas pelo Vaticano não foi confirmada, mas a ANSA apurou com fontes da Igreja que seriam 10 mil doses iniciais da vacina adquiridas.

Da Ansa

Páginas

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando