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Ao menos 18 pessoas, incluindo 12 crianças, morreram no incêndio em um ônibus que transportava pessoas desabrigadas nas grandes inundações registradas no Paquistão, anunciaram as autoridades nesta quinta-feira (13).

O país do sul da Ásia sofreu chuvas sem precedentes este ano, que deixaram um terço de seu território debaixo de água, com oito milhões de pessoas deslocadas e provocaram danos econômicos avaliados em 28 bilhões de dólares.

À medida que as águas recuam lentamente, milhares de deslocados, muitos deles refugiados em barracas, voltam para suas regiões para tentar retomar suas vidas.

Entre eles estavam os passageiros do ônibus incendiado na noite de quarta-feira. A polícia informou que as vítimas morreram quando o veículo pegou fogo nos arredores da cidade de Karachi.

"Retornavam para sua localidade quando foram afetados pelo acidente", declarou Vinod Kumar, secretário de Saúde distrital.

"Aparentemente, o fogo teve origem no sistema de ar condicionado do ônibus, mas a investigação revelará a verdadeira causa", disse o policial Hashim Brohi.

O Paquistão registra muitos acidentes fatais de trânsito devido aos veículos com pouca manutenção, rodovias em péssimo estado, direção temerária e serviços de emergência pouco treinados.

As inundações históricas no país mataram 1.700 pessoas.

A vencedora do Prêmio Nobel da Paz Malala Yousafzai visitou as vítimas das inundações catastróficas que atingiram o Paquistão nesta quarta-feira (12), em sua segunda ida a seu país natal desde que foi alvo de uma tentativa de assassinato por parte dos talibãs, há uma década.

As inundações que atingiram o Paquistão neste verão boreal deixaram um terço do país debaixo d'água, deixando oito milhões de desabrigados e deslocados e em torno de US$ 28 bilhões em danos, segundo estimativas.

Agora, as autoridades enfrentam uma crise sanitária relacionada com um surto de malária, dengue e desnutrição entre os deslocados que vivem situação precária em acampamentos espalhados pelo país.

Yousafzai visitou acampamentos na zona rural da província de Sindh, onde se reuniu com mulheres que fugiram de suas aldeias tomadas pela água. A jovem descreveu-as como pessoas "muito corajosas", de acordo com um comunicado divulgado pela autoridade ministerial da província.

Dada "a envergadura da destruição", "os líderes internacionais precisam agir, acelerar sua resposta e mobilizar os fundos necessários para ajudar o Paquistão a reconstruir e apoiar as populações afetadas", acrescentou ela, de acordo com um comunicado de sua fundação.

Ela também expressou preocupação com a situação da educação, já que mais de três milhões de crianças têm problemas para ir às aulas, e 12.000 escolas foram danificadas pelas enchentes.

Malala Yousafzai tinha apenas 15 anos quando militantes do Talibã paquistanês - um grupo independente, mas com uma ideologia em comum com o movimento no Afeganistão - atiraram em sua cabeça por sua campanha a favor da educação feminina.

A adolescente foi levada para o Reino Unido para receber um tratamento que salvou sua vida e se tornou uma referência mundial na luta pela educação. Foi a pessoa mais jovem a receber um Prêmio Nobel da Paz.

Membros do Talibã paquistanês Tehreek-e-Taliban Paquistão (TTP) protagonizaram uma insurgência de longa data até que uma grande campanha militar em 2014 restabeleceu a segurança no noroeste do país.

O grupo ressurgiu na região depois do retorno dos talibãs afegãos ao poder em Cabul.

Na terça-feira (11), milhares de pessoas protestaram contra a deterioração da segurança no país.

O Paquistão mobilizou ontem milhares de militares e voluntários em uma operação para resgatar pessoas isoladas pelas enchentes que atingiram o país nas últimas semanas e ameaçam deixar um terço do país - uma área do tamanho do Reino Unido - debaixo d'água. Desde junho, 1.136 pessoas morreram em decorrência das chuvas, número que pode ser ainda maior, pois equipes de emergência não conseguiram chegar a todas as regiões.

Mais de 33 milhões de pessoas foram afetadas pelas inundações provocadas pelas chuvas de monções excessivamente fortes deste ano. Segundo o primeiro-ministro, Shehbaz Sharif, a situação não tem precedente em 30 anos. "Há um oceano de água de enchente por todos os lados", afirmou.

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As províncias de Sindh e Baluquistão, no sul do país, sofreram a maior destruição. Somente em Sindh, 1.800 acampamentos foram montados para os que perderam suas casas. No Baluquistão, mais de 61 mil casas foram parcial ou totalmente danificadas pelas inundações.

ISOLAMENTO

Grandes áreas do Paquistão estão isoladas e inacessíveis às equipes de ajuda humanitária, pois estradas e pontes ficaram submersas. O receio de que o número de mortos possa aumentar de forma significativa ao se chegar a essas regiões fez com que algumas autoridades já considerassem a atual crise pior do que as enchentes de 2010, quando aproximadamente 1.700 pessoas morreram.

O governo paquistanês tem atribuído os fenômenos extremos deste ano às mudanças climáticas causadas pelo homem. A ministra do Meio Ambiente, Sherry Rehman, descreveu a chuva incomum como uma "monção monstruosa" exacerbada pelas mudanças climáticas. (Com agências internacionais)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A polícia do Paquistão apresentou acusações de terrorismo contra o ex-primeiro-ministro Imran Khan, afirmaram autoridades nesta segunda-feira (22). As acusações aumentam a pressão política no país, que passa por um momento turbulento, com o ex-premiê realizando atos públicos massivos para voltar ao cargo.

As acusações vieram depois de um discurso que Khan fez no sábado (20), em Islamabad, no qual prometeu processar policiais e uma juíza e alegou que um assessor havia sido torturado após sua prisão.

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O próprio Khan não falou publicamente sobre as últimas acusações contra ele. No entanto, um tribunal em Islamabad emitiu uma chamada "fiança protetora" para Khan pelos próximos três dias, impedindo a polícia de prendê-lo pelas acusações, disse Shah Mahmood Qureshi, um líder do partido de oposição Tehreek-e-Insaf, do qual o ex-premiê faz parte.

Centenas de apoiadores do Tehreek-e-Insaf foram para o lado de fora da casa de Khan na segunda-feira em uma demonstração de apoio enquanto o ex-primeiro-ministro realizava reuniões no interior. O partido alertou que realizará comícios em todo o país se Khan for preso enquanto trabalha para tentar reprimir as acusações no tribunal.

"Vamos assumir Islamabad e minha mensagem para a polícia é... não faça mais parte desta guerra política", alertou Ali Amin Khan Gandapur, ex-ministro de Khan.

Sob o sistema legal do Paquistão, a polícia protocola o que é conhecido como um primeiro relatório de informações sobre as denúncias contra um acusado a um juiz magistrado, que permite que a investigação avance. Normalmente, a polícia prende e interroga o acusado.

O relatório contra Khan inclui depoimentos do juiz Ali Javed, que descreveu estar no comício de Islamabad no sábado e ouvir Khan criticar o inspetor-geral da polícia do Paquistão e outro juiz. Khan continuou dizendo: "Você também se prepare para isso, também tomaremos medidas contra você. Todos vocês devem estar envergonhados."

Khan pode enfrentar vários anos de prisão pelas novas acusações, que incluem ameaças a policiais e um juiz sob a lei antiterrorismo de 1997 do Paquistão, que concedeu poderes mais amplos à polícia em meio à violência sectária no país. No entanto, 25 anos depois, os críticos dizem que a lei ajuda as forças de segurança a contornar as proteções constitucionais para os réus, enquanto os governos também a usam para fins políticos.

Khan não foi detido por outras acusações menores feitas contra ele em sua recente campanha contra o governo.

O Judiciário paquistanês também tem um histórico de politização e de tomar partido nas disputas de poder entre os militares, o governo civil e políticos da oposição, de acordo com o grupo de defesa Freedom House, com sede em Washington. O atual primeiro-ministro Shahbaz Sharif provavelmente discutirá as acusações contra Khan em uma reunião do gabinete marcada para terça-feira.

Khan chegou ao poder em 2018, prometendo quebrar o padrão de governos familiares no Paquistão. Seus oponentes afirmam que ele foi eleito com a ajuda dos poderosos militares, que governaram o país durante metade de seus 75 anos de história.

Ao buscar a expulsão de Khan no início deste ano, a oposição o acusou de má gestão econômica, à medida que a inflação dispara e a rúpia paquistanesa despenca de valor. O voto de desconfiança do parlamento, que derrubou Khan em abril, foi o ápice de meses de turbulência política e uma crise constitucional que exigiu a intervenção da Suprema Corte.

Khan alegou, sem provas, que os militares paquistaneses participaram de uma conspiração dos EUA para derrubá-lo. Washington, os militares paquistaneses e o governo de Sharif negaram a alegação. Enquanto isso, Khan vem realizando uma série de comícios em massa tentando pressionar o governo.

Em seu último discurso na noite de domingo (21) em um comício na cidade de Rawalpindi, nos arredores de Islamabad, Khan disse que os chamados "neutros" estão por trás da recente repressão contra seu partido. Ele usou no passado a frase "neutros" para falar dos militares.

"Um plano foi feito para colocar nosso partido contra a parede. Garanto a você que a situação do Sri Lanka vai acontecer aqui", ameaçou Khan, referindo-se aos recentes protestos econômicos que derrubaram o governo daquele país insular.

"Agora estamos seguindo a lei e a Constituição. Mas quando um partido político se desvia desse caminho, a situação dentro do Paquistão, quem vai parar o público? São 220 milhões de pessoas".

O partido de Khan vem realizando protestos em massa, mas o governo e as forças de segurança do Paquistão temem que a popularidade da ex-estrela do críquete ainda possa atrair milhões para as ruas. Isso pode pressionar ainda mais o país com armas nucleares, enquanto luta para garantir um resgate de US$ 7 bilhões do Fundo Monetário Internacional em meio a uma crise econômica, exacerbada pelo aumento dos preços globais dos alimentos devido em parte à guerra da Rússia contra a Ucrânia.

No domingo, o grupo de defesa de acesso à internet NetBlocks disse que os serviços de internet no país bloquearam o acesso ao YouTube depois que Khan transmitiu o discurso na plataforma, apesar de uma proibição emitida pela Autoridade Reguladora de Mídia Eletrônica do Paquistão.

A polícia prendeu o assessor político de Khan, Shahbaz Gill, no início do mês, depois que ele apareceu no canal de televisão ARY TV e instou soldados e oficiais a se recusarem a obedecer "ordens ilegais" da liderança militar. Gill foi acusado de traição, que acarreta pena de morte sob o ato de sedição do Paquistão, que decorre de uma lei da era colonial britânica. A emissora de televisão também permanece fora do ar após essa transmissão.

Khan alegou que a polícia abusou de Gill enquanto estava sob custódia. A polícia diz que Gill sofre de asma e não foi abusado enquanto estava detido.

Gill recebeu alta de um hospital para comparecer a uma audiência na segunda-feira. Ele apareceu saudável em imagens de televisão quando saiu para o tribunal em meio a uma forte segurança. O tribunal então ordenou que ele fosse devolvido à custódia policial para dois dias de interrogatórios, disse a ministra da Informação, Maryam Aurangzeb. Ele provavelmente aparecerá novamente no tribunal na quinta-feira. Fonte Associated Press.

A Índia e o Paquistão, que se tornaram independentes em 1947 após a divisão do Raj britânico (regime colonial) no subcontinente indiano, viveram uma história marcada por conflitos e disputas territoriais pela região da Caxemira.

Aqui estão algumas das principais datas dessa história tumultuada:

- 1947: uma separação sangrenta -

O último vice-rei da Índia, Lord Louis Mountbatten, encerra dois séculos de domínio britânico.

O subcontinente é dividido em dois Estados: Índia, de maioria hindu, e Paquistão, de maioria muçulmana e formado por dois territórios geograficamente separados.

A partição, mal preparada, provoca o deslocamento de cerca de 15 milhões de pessoas e desencadeia confrontos entre as duas comunidades, com centenas de milhares de mortos.

- 1947-49: a divisão da Caxemira -

No final de 1947, eclodiu uma guerra entre a Índia e o Paquistão pelo controle do estado predominantemente muçulmano da Caxemira, no Himalaia, que estava sob a jurisdição da Índia.

Em janeiro de 1949, um cessar-fogo apoiado pela ONU estabelece uma linha de separação de 770 quilômetros que se tornará a fronteira de fato naquela região.

Sendo assim, 37% da Caxemira passa sob o controle do Paquistão e 63% permanece nas mãos da Índia, embora os dois países continuem reivindicando todo o território.

- 1965: uma nova guerra -

O Paquistão lança uma nova ofensiva na Caxemira em agosto e setembro de 1965, que terminará sete semanas depois com um cessar-fogo obtido com mediação soviética e sem definições precisas.

- 1971: terceira guerra e surgimento de Bangladesh -

Os dois países competem pelo controle do Paquistão Oriental, que se separa de Islamabad com o apoio da Índia e proclama sua independência sob o nome de Bangladesh. No breve conflito, cerca de três milhões de pessoas morreram.

- 1974: nuclearização regional -

A Índia realiza um teste nuclear em 1974, tornando-se o sexto país oficialmente dotado de armas atômicas. O Paquistão se tornará o sétimo em 1998. A nuclearização dessa região causa preocupação mundial.

- 1989-90: rebelião na Caxemira indiana -

Separatistas muçulmanos, que a Índia diz serem apoiados pelo Paquistão, lançam uma guerra de desgaste contra o exército indiano na Caxemira.

Dezenas de milhares de combatentes e civis morrem nos confrontos e inúmeras atrocidades cometidas por ambos os lados são denunciadas.

Milhares de hindus da Caxemira fogem para outras partes da Índia à medida que os ataques se intensificam em 1990.

- 1999-2003: a guerra de Cargil -

Em 1999, milicianos paquistaneses cruzam a linha de demarcação com a Índia na Caxemira e tomam postos militares nas montanhas Cargil. A Índia consegue repelir o ataque após dez semanas de combates que deixaram cerca de 1.000 mortos de cada lado.

As hostilidades cessam sob pressão dos Estados Unidos.

Novos confrontos ocorrem em 2002 e 2003, que a Índia atribui aos milicianos paquistaneses.

Em 2003 foi acordado um cessar-fogo na fronteira, mas o processo de paz lançado no ano seguinte não se concretizou.

- 2008-2016: atentados em Mumbai -

Em novembro de 2008, uma série de ataques na cidade indiana de Mumbai deixou 166 mortos. A Índia atribui os ataques a um grupo islâmico paquistanês apoiado pelos serviços de informação daquele país e interrompe as negociações de paz.

O processo recomeça em 2011, mas é prejudicado por confrontos esporádicos.

Tropas indianas realizam incursões contra posições separatistas instaladas na parte da Caxemira controlada pelo Paquistão.

Em dezembro de 2015, o primeiro-ministro indiano Narendra Modi faz uma visita surpresa ao Paquistão.

- 2019-22: repressão -

Em fevereiro de 2019, um ataque suicida reivindicado por um grupo paquistanês matou 41 soldados indianos na Caxemira.

A Índia lança ataques aéreos de retaliação, respondido com mais ataques de aeronaves paquistanesas.

No mesmo ano, a Índia revoga a autonomia limitada da Caxemira e prende milhares de opositores políticos naquela região.

As autoridades impõem um longo bloqueio às conexões de internet e enviam tropas de reforço para a região.

Uma pessoa morreu e outras 12 ficaram feridas, nesta quinta-feira (12), em uma explosão em Karachi, no Paquistão, segundo a polícia, duas semanas depois de um ataque suicida de um grupo separatista vitimar quatro pessoas na mesma cidade.

A explosão foi registrada no bairro de Saddar, em Karachi, a cidade mais populosa do Paquistão, por volta das 23h00 locais (15h00 em Brasília).

"A investigação inicial sugere que o material explosivo foi colocado em uma motocicleta que estava estacionada perto de uma caçamba de lixo", disse o titular da delegacia local, Sajjad Khan.

Ainda não se sabe qual era o objetivo do ataque.

Khan disse que um veículo da guarda costeira ficou danificado durante o ataque e que a pessoa que morreu era um "transeunte".

No mês passado, uma terrorista suicida matou quatro pessoas, entre elas três cidadãos chineses, em um atentado contra um micro-ônibus que transportava funcionários de um programa cultural de Pequim na Universidade de Karachi.

O Exército de Libertação do Baluchistão (BLA, na sigla em inglês) - um grupo que luta pela independência da maior e mais pobre província do Paquistão - reivindicou a autoria do ataque, que ocorreu em 26 de abril.

A China realiza investimentos gigantescos em energia e infraestrutura no Baluchistão, que são parte de um plano de 54 bilhões de dólares conhecido como Corredor Econômico China-Paquistão.

Porém, o programa colocou os cidadãos chineses na mira do grupo separatista, que alega que os moradores locais não recebem sua parte justa das riquezas dos recursos naturais da região.

No contexto geral, o Paquistão vem presenciando um aumento de ataques por parte de grupos militantes.

Segundo o Instituto de Estudos sobre Conflitos e Segurança do Paquistão, os ataques cresceram 24% entre os meses de março e abril.

O atentado suicida de sexta-feira contra uma mesquita xiita de Peshawar, noroeste do Paquistão, reivindicado pelo grupo Estado Islâmico (EI), deixou 62 mortos, segundo um balanço atualizado divulgado pela polícia.

A polícia divulgou imagens de uma câmera de segurança que mostram o momento em que um homem, com traje tradicional, é morto por dois policiais ao entrar na mesquita no bairro Risaldar, em Peshawar. Ele detonou um cinto de explosivos repleto de peças de metal que se dispersaram pelo edifício, que estava lotado, antes do início da oração de sexta-feira.

O EI reivindicou o ataque. "Há sete corpos irreconhecíveis, incluindo dois pés amputados, que acreditamos são do homem-bomba", disse Muhammad Ijaz Khan, chefe da polícia de Peshawar.

"Estamos tentando estabelecer a identidade do autor a partir de testes de DNA", acrescentou. Ijaz afirmou que entre as 62 vítimas fatais estão sete crianças de menos de 10 anos. O balanço anterior citava 56 mortos.

Este é o ataque mais violento na região desde 2018, quando um atentado - também reivindicado pelo EI - contra um comício eleitoral em Mastung, na província de Baluchistão (sudoeste) matou 149 pessoas. Peshawar, a 50 km da fronteira com o Afeganistão, foi cenário de atentados diários durante a primeira metade da década de 2010, mas, nos últimos anos, a segurança melhorou consideravelmente. O último ataque do tipo havia acontecido em novembro de 2018, quando 31 pessoas morreram em um atentado suicida em um mercado da cidade.

Os xiitas do Paquistão já foram alvos do grupo Estado Islâmico no passado. O braço local, Estado Islâmico-Khorasan (EI-K), reivindicou a autoria de diversos atentados no país nos últimos anos. Além disso, o Paquistão enfrenta há muitos anos o retorno do 'Tehreek-e-Taliban Pakistan' (TTP), os talibãs paquistaneses, galvanizados pela chegada ao poder dos talibãs no Afeganistão em agosto do ano passado.

Ao menos 56 pessoas morreram e 194 ficaram feridas em um atentado suicida, reivindicado pelo grupo jihadista Estado Islâmico (EI), contra uma mesquita xiita em Peshawar, noroeste do Paquistão, durante a oração de sexta-feira.

A explosão aconteceu poucos minutos antes do início da oração desta sexta-feira (4) em uma mesquita xiita localizada em uma rua estreita do bairro de Kosha Risaldar, perto do histórico bazar de Qissa Khwani.

"No total, 56 pessoas morreram e 194 ficaram feridas. Os feridos incluem 50 pacientes em estado crítico", declarou à AFP Muhammad Asim Khan, porta-voz do hospital Lady Reading de Peshawar.

O número de vítimas, no entanto, ainda pode aumentar, disse à AFP o comandante da polícia de Peshawar, Muhamad Ijaz Khan.

"Dois criminosos atiraram contra os policiais na entrada principal da mesquita. Um policial morreu na hora e outro ficou gravemente ferido", disse.

Mais tarde, o grupo jihadista Estado Islâmico reivindicou a autoria do atentado através de sua agência de propaganda, Amaq.

"Um combatente kamikaze do Estado Islâmico conseguiu entrar hoje [sexta-feira] em uma mesquita xiita de Peshawar" e "detonou um cinturão carregado com explosivos no meio dos xiitas", informou a Amaq em um comunicado divulgado nas redes sociais.

Uma testemunha, Zahid Khan, relatou à AFP o ocorrido. "Estava do lado de fora da mesquita quando vi um homem que atirou contra dois policiais, antes de entrar na mesquita. Poucos segundos depois, ouvi uma grande explosão", disse.

Outra testemunha, Ali Asghar, contou que viu o momento em que um homem "atirou com uma pistola" dentro da mesquita e matou "as pessoas, uma a uma. "Depois, ele detonou a carga explosiva."

Um correspondente da AFP observou pedaços de corpos espalhados no local, enquanto os serviços de resgate e a população local se esforçavam para ajudar as vítimas.

O primeiro-ministro do Paquistão, Imran Khan, condenou o atentado com veemência, afirmou um porta-voz.

- O retorno do TTP -

Peshawar, a 50 km da fronteira com o Afeganistão, foi cenário de atentados diários durante a primeira metade da década de 2010, mas, nos últimos anos, a segurança melhorou consideravelmente.

O último ataque do tipo havia acontecido em novembro de 2018, quando 31 pessoas morreram em um atentado suicida em um mercado da cidade.

Os xiitas do Paquistão já foram alvos do grupo Estado Islâmico no passado. O braço local, Estado Islâmico-Khorasan (EI-K), reivindicou a autoria de diversos atentados no país nos últimos anos.

Além disso, o Paquistão enfrenta há muitos anos o retorno do 'Tehreek-e-Taliban Pakistan' (TTP), os talibãs paquistaneses, galvanizados pela chegada ao poder dos talibãs no Afeganistão em agosto do ano passado.

Embora tenham raízes comuns, o TTP é um grupo diferente do Talibã afegão. O grupo reivindicou vários ataques desde o início do ano.

Um dos atentados mais violentos cometidos pelo TTP foi o massacre de 150 pessoas, em sua maioria estudantes, em Peshawar, em dezembro de 2014.

Ao menos 30 pessoas morreram em um atentado em uma mesquita xiita de Peshawar, noroeste do Paquistão, durante a oração de sexta-feira (4), informaram fontes médicas.

"Posso confirmar que ao menos 30 pessoas morreram e 56 estão feridas" declarou à AFP Muhamad Asim Khan, porta-voz do hospital Lady Reading de Peshawar.

A mesquita fica em uma rua estreita do bairro de Kosha Risaldar, perto do histórico bazar de Qissa Khwani. A explosão aconteceu poucos minutos antes do início da oração de sexta-feira.

"Estava do lado de fora da mesquita quando vi um homem que atirou contra dois policiais, antes de entrar na mesquita. Poucos segundos mais tarde, ouvi uma grande explosão", declarou à AFP Zahid Khan.

Shiraz Ali, morador de Peshawar, disse que seguia para o local de oração quando viu "um homem vestido de preto atirando contra um policial e depois entrar na mesquita".

Peshawar, a 50 km da fronteira com o Afeganistão, foi cenário de atentados diários durante a primeira metade da década de 2010, mas nos últimos anos a segurança melhorou consideravelmente.

Pelo menos duas pessoas morreram e 22 ficaram feridas nesta quinta-feira (20) na explosão de uma bomba em um bairro comercial de Lahore (leste), a segunda maior cidade do Paquistão, num atentado reivindicado por separatistas do Baluchistão.

"As investigações iniciais indicam que a explosão foi causada por um dispositivo equipado com um temporizador e colocado em uma motocicleta", disse à AFP Rana Arif, porta-voz da polícia de Lahore.

A polícia local e uma fonte médica informaram que duas pessoas morreram, uma delas um menino de 9 anos, e que 22 ficaram feridas na explosão no bairro de Anarkali.

O ataque teve como alvo funcionários de um banco no distrito comercial de Anarkali, informou o Exército Nacional Balúchi (BNA), reivindicando a responsabilidade no Twitter.

O BNA é um movimento separatista balúchi recentemente formado após a união de dois grupos mais antigos.

O primeiro-ministro paquistanês, Imran Khan, expressou seu pesar pela "perda de preciosas vidas humanas", segundo um de seus porta-vozes.

O Baluchistão (sudoeste) é a província mais pobre do Paquistão e é propensa à violência étnica, sectária e separatista.

É rica em hidrocarbonetos e minerais, mas sua população - cerca de 7 milhões de habitantes - reclama de ser marginalizada e espoliada de seus recursos naturais.

Foi abalada intermitentemente por décadas por uma rebelião separatista. Grupos jihadistas também operam ali.

É no Baluchistão onde estão os principais canteiros de obras do Corredor Econômico China-Paquistão (CPEC), pelo qual a China deve gastar mais de 50 bilhões de dólares, incluindo seu carro-chefe, o porto em águas profundas de Gwadar.

Esses projetos chineses provocam forte ressentimento na província, especialmente com grupos separatistas, que acreditam que a população local não se beneficia deles, com a maioria dos empregos indo para trabalhadores chineses.

Em maio de 2019, um hotel de luxo com vista para o porto de Gwadar foi atacado, matando pelo menos oito pessoas. Seis meses antes, um ataque ao consulado chinês em Karachi, a maior cidade do Paquistão e sua capital econômica e financeira, matou pelo menos quatro pessoas.

E em junho de 2020, foi a Bolsa de Valores de Karachi, de propriedade parcial de empresas chinesas, que foi alvo (pelo menos 4 mortos).

Esses ataques foram reivindicados pelo Exército de Libertação do Baluchistão (BLA), que se justificou evocando o controle dos recursos locais por Islamabad e China.

Há algumas semanas, o Paquistão também enfrenta um ressurgimento do grupo Tehrik-e-Taliban Pakistan (TTP), o Talibã paquistanês.

O TTP, um movimento separado da nova liderança afegã, assumiu a responsabilidade por vários ataques desde o início da semana, incluindo o ataque de segunda-feira a um posto policial em Islamabad, no qual um policial foi morto e dois feridos.

Tais incidentes são raros na capital, que está sob forte vigilância policial devido à presença de dezenas de embaixadas estrangeiras e onde a segurança melhorou nos últimos anos.

O ministro do Interior paquistanês, Sheikh Rashid Ahmed, alertou na terça-feira contra a possibilidade de novos ataques.

"É um sinal de que as atividades terroristas começaram em Islamabad", disse ele a repórteres.

"Este é o primeiro ataque terrorista em 2022 e devemos estar vigilantes".

O governo paquistanês havia acordado uma trégua de um mês com o TTP no final do ano passado, mas esse cessar-fogo terminou em 9 de dezembro, pois não houve progresso nas negociações de paz.

Abdul Qadeer Khan, o pai da bomba atômica no Paquistão e herói nacional para muitos, morreu aos 85 anos depois de testar positivo para a Covid-19 e ter sido hospitalizado várias vezes desde agosto.

O cientista nuclear paquistanês, admirado por ter tornado o país a primeira potência nuclear islâmica, mas acusado de ter espalhado ilegalmente tecnologia para Irã, Coreia do Norte e Líbia, morreu após ser transferido para o hospital KRL em Islamabad devido a problemas pulmonares, segundo a televisão pública PTV.

Khan já havia sido hospitalizado em agosto após testar positivo para a covid. Sua condição piorou na manhã de hoje, segundo a rede.

Ele se tornou um herói nacional em maio de 1998, quando a República Islâmica do Paquistão entrou oficialmente na lista das potências militares atômicas, graças a testes realizados poucos dias depois dos da Índia, seu eterno rival.

Muitas personalidades do Paquistão expressaram seu pesar pela morte do cientista.

"Estou profundamente triste com o falecimento do Dr. AQ Khan", declarou no Twitter o primeiro-ministro Imran Khan, destacando "sua contribuição crucial para nos tornarmos um Estado com armas nucleares".

"Para o povo paquistanês, ele era um ícone nacional", acrescentou.

O primeiro-ministro disse que será enterrado na grande mesquita Faisal de Islamabad, conforme havia solicitado.

O ministro do Interior, Sheikh Rashid Ahmad, explicou que o enterro será realizado "com todas as honras", na presença do governo e de altos funcionários militares.

O funeral está programado para este domingo às 15h30. De acordo com a tradição islâmica, deve ser feito, se possível, dentro de 24 horas após a morte.

- "Salvei o país" -

Era admirado porque, graças a ele, o Paquistão foi capaz de competir com a Índia no campo nuclear, dispondo de um meio de defesa "inexpugnável".

Mas em fevereiro de 2004, Khan foi colocado em prisão domiciliar em Islamabad, após ser acusado de distribuição ilegal de tecnologia na década de 1990.

Em fevereiro de 2004, ele reconheceu na televisão que havia participado de atividades de proliferação, antes de recuar. Ele obteve o perdão do então presidente, o general Pervez Musharraf.

"Salvei o país pela primeira vez quando transformei o Paquistão em um Estado nuclear e o salvei novamente quando o reconheci e assumi total responsabilidade", disse Khan à AFP em uma entrevista em 2008.

Em 2009, um tribunal ordenou o fim de sua prisão domiciliar, mas ele continuou submetido a medidas rígidas e tinha que informar as autoridades com antecedência sobre cada movimento seu.

Khan, nascido em 1º de abril de 1936 na cidade indiana de Bhopal, 11 anos antes da divisão sangrenta do Império Britânico que resultou no Paquistão e na Índia em 1947, também comandou o programa de desenvolvimento de mísseis do país.

Ele se formou em ciências pela Universidade de Karachi em 1960 e completou sua formação em Berlim, Holanda e Bélgica.

Sua principal contribuição para o programa nuclear do Paquistão foi o projeto de centrífugas, que enriqueciam o urânio a uma taxa de concentração adequada para armas.

Ele foi acusado de ter roubado essa tecnologia da Holanda, quando trabalhava no país para o consórcio Urenco. Após seu retorno ao Paquistão, o então primeiro-ministro Zulfikar Ali Bhutto o nomeou chefe do programa nacional de enriquecimento de urânio.

Em 1978, sua equipe conseguiu enriquecê-lo e, em 1984, estavam preparados para detonar uma bomba atômica, revelou Khan mais tarde em uma entrevista.

Em um discurso em 1990, ele reconheceu que os elementos necessários foram adquiridos no exterior. "Não era possível fabricarmos tudo no país", disse.

Depois dos primeiros testes atômicos em 1998, em resposta aos da Índia, garantiu que Islamabad "nunca quis fabricar armas atômicas, mas se viu forçada a fazê-lo" pela necessidade de dissuasão.

Nenhuma das controvérsias nas quais se envolveu prejudicou sua grande popularidade no Paquistão, onde faculdades, universidades e hospitais levam seu nome e seu retrato ilustra pôsteres, objetos e páginas da web.

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Ao menos 20 pessoas morreram e mais de 200 ficaram feridas em um terremoto de 5,9 graus que abalou o sul do Paquistão durante a madrugada desta quinta-feira (7), provocando o desabamento de vários imóveis.

O terremoto, que aconteceu a pouca profundidade na província do Baluchistão, foi sentido em pelo menos seis cidades, mas a área mais afetada foi a remota cidade montanhosa de Harnai.

Em um vilarejo do distrito, com poucas estradas pavimentadas e escassa infraestrutura de energia elétrica, o tremor acordou o agricultor Rafiullah, que tentava retirar os filhos de casa quando o teto desabou e o deixou inconsciente.

"Quando recuperei a consciência, tirei meus dois filhos, mas o mais novo, de apenas um ano, já estava morto", lamentou o jovem pai.

Muitas vítimas faleceram no desabamento de telhados e muros durante o terremoto, que também provocou apagões que obrigaram as equipes de resgate a usar lanternas para atender os feridos.

Os próprios moradores tentavam retirar os escombros. Crianças aguardavam em silêncio por ambulâncias e helicópteros.

"Estamos recebendo informações de que 20 pessoas morreram", afirmou o ministro provincial do Interior, Mir Zia ullah Langau. Ele disse que dezenas de casas de barro desabaram durante o terremoto.

Uma mulher e seis crianças estão entre as 20 vítimas fatais, afirmou à AFP Suhail Anwar Hashmi, funcionário do governo provincial, que também informou um balanço de 200 pessoas feridas.

"Foi um terremoto forte. O abalo foi muito potente", declarou Zaman Shah à AFP em Harnai.

O primeiro-ministro Imran Khan disse que ordenou "assistência imediata de emergência" à região afetada.

Helicópteros do exército ajudam no transporte de feridos de áreas isoladas até Quetta, a cidade mais próxima. Também foram mobilizadas equipes para retirar os escombros das estradas que seguem até Harnai.

Além disso, uma equipe de resgate foi enviada a uma mina de carvão onde 15 operários ficaram bloqueados. No Paquistão é comum que os mineiros trabalhem durante a noite, quando a temperatura é mais amena.

Naseer Nasar, diretor da autoridade provincial de Gestão de Desastres, alertou que o número de vítimas pode ser maior.

- Hospitais com lanternas -

O tremor provocou apagões na região e os funcionários de um hospital público trabalhavam sem iluminação.

"Antes do amanhecer, estávamos trabalhando sem energia elétrica, com a ajuda de lanternas e as luzes dos telefones celulares", afirmou à AFP Zahoor Tarin, do hospital público de Harnai.

"Muitos feridos chegaram com fraturas. Dezenas de pessoas receberam alta apenas com os primeiros socorros", disse. "Ao menos 40 chegaram com ferimentos críticos".

"Adotamos um estado de emergência no hospital", destacou.

Os moradores ajudaram a transportar os feridos para os hospitais.

O Serviço Geológico dos Estados Unidos informou inicialmente que o terremoto registrou 5,7 graus e profundidade de 20 quilômetros, mas poucas horas depois revisou o a magnitude para 5,9.

O tremor foi sentido em toda a região do Baluchistão, na fronteira com Afeganistão e Irã, assim como na capital provincial Quetta, 170 quilômetros ao oeste de Harnai.

O Paquistão está localizado na região das placas tectônicas indiana e eurasiática, o que deixa o país suscetível a terremotos.

Em outubro de 2015, um terremoto de 7,5 graus no Paquistão e Afeganistão deixou quase 400 mortos em uma região montanhosa.

Um terremoto de 7,6 graus em outubro de 2005 provocou mais de 73.000 mortes e deixou 3,5 milhões de desabrigados, especialmente na área da Caxemira controlada pelo Paquistão.

O primeiro-ministro do Paquistão, Imran Khan, anunciou que, pela primeira vez desde 2014 estão acontecendo negociações de paz com os talibãs no território do país, que representam uma insurgência local e diferente do movimento afegão, embora próximos ideologicamente.

"Penso que dentro do TTP (Tehreek-e-Taliban Pakistan, os talibãs paquistaneses) há grupos abertos às conversações de paz e à reconciliação com nosso governo. E estamos conversando com estes grupos", declarou na sexta-feira ao canal de televisão turco TRT.

O ministro paquistanês da Informação, Fawad Chaudhry, confirmou as negociações, mas não revelou detalhes.

Os atos violentos dos talibãs do TTP começaram em 2007. Desde então, milhares de civis e de membros das forças de segurança paquistanesas morreram em ataques reivindicados por este movimento islamita.

Uma fonte do TTP confirmou à AFP as negociações, que começaram há um mês e ainda não chegaram a nenhuma conclusão.

O Paquistão, acusado pelo governo dos Estados Unidos de ter apoiado a partir de 2001 os talibãs afegãos por meio de seus serviços de inteligência militar, ainda não reconheceu o novo regime de Cabul, apesar de ter sido um dos três países do mundo a reconhecer o governo talibã que administrou o Afeganistão entre 1996 e 2001.

A vice-secretária de Estado americana, Wendy Sherman, viajará ao Paquistão na próxima semana e terá reuniões com autoridades do governo com o objetivo, segundo afirmou, de criar uma "associação forte de contraterrorismo".

A popular plataforma de compartilhamento de vídeos TikTok foi bloqueada nesta quarta-feira (21) pelo governo do Paquistão, pela quarta vez, devido a "conteúdo inadequado" - anunciou o órgão regulador da área de telecomunicações deste país asiático.

De propriedade do grupo chinês ByteDance, o TikTok está diante de uma série de batalhas legais com autoridades religiosas e ativistas desta nação muçulmana conservadora. No início deste mês, ficou bloqueado durante dois dias por ordem de um tribunal provincial.

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Há tempos, os defensores da liberdade de expressão no país criticam a crescente censura imposta pelo governo paquistanês e o controle da Internet e da imprensa.

"Esta ação foi tomada, devido à presença contínua de conteúdo inadequado na plataforma e à sua incapacidade de removê-lo", alegou o ente regulador das telecomunicações do Paquistão, em um comunicado.

O representante local da plataforma não quis comentar a decisão até o momento.

A nova proibição do TikTok foi condenada por seus muitos fãs no Paquistão. Vários deles usam a plataforma para vender produtos.

Já os críticos do aplicativo acusam-no de promover "conteúdo vulgar", ou que evocam as comunidades LGTBQ.

Em junho, o TikTok disse ter removido em três meses mais de seis milhões de vídeos disponíveis para usuários no Paquistão, em reação às queixas das autoridades e outros usuários. Cerca de 15% dos vídeos removidos diziam respeito a "nudez adulta e atividades sexuais".

O balanço do acidente ferroviário de segunda-feira (7) em uma área remota da província de Sindh, sul do Paquistão, subiu para 63 vítimas fatais, anunciaram as autoridades locais.

A tragédia aconteceu quando um trem procedente de Karachi descarrilou e em seguida foi atingido por outro procedente de Rawalpindi, que circulava no sentido contrário.

O vice-comissário de Sindh, Usman Abdullah, divulgou duas listas de mortos, que incluem 12 pessoas ainda não identificadas, na tragédia.

O balanço divulgado na segunda-feira registrava 43 mortes. Entre as vítimas fatais estão um bebê de poucos meses e uma mulher de 81 anos.

Durante a noite, as equipes de resgate continuaram retirando corpos dos vagões destruídos.

O exército e uma equipe de engenheiros civis trabalharam para remover a maior parte dos vagões destruídos no acidente, enquanto funcionários do sistema ferroviário reparavam as vias.

"Este é o maior acidente que vi em 10 anos de serviço", declarou à AFP o engenheiro ferroviário Jahan Zeb.

O porta-voz da empresa 'Pakistan Railways', Ijaz Shah, afirmou que as famílias dos mortos receberão uma compensação de 1,5 milhão de rupias (9.600 dólares).

O acidente aconteceu na madrugada de segunda-feira, perto da cidade de Daharki, na província de Sindh, no momento em que provavelmente a maioria dos 1.200 passageiros dos trens estava dormindo.

O 'Millat Express' seguia do grande porto de Karachi para a cidade de Sardogha quando descarrilou e deslizou para a via do 'Sir Syed Express', que partiu de Rawalpindi e estava na direção contrária.

O acidente provocou um novo debate sobre o estado das ferrovias do Paquistão, que herdou milhares de quilômetros de ferrovias e trens do período em que o território era uma colônia do Império Britânico.

A rede ferroviária está em decadência há várias décadas devido à corrupção, má gestão e falta de investimentos

As causas do acidente ainda não foram determinadas, mas o ministro do Interior, Sheikh Rashid, ex-ministro de Ferrovias, descreveu a área do acidente, que data de 1880, como um "desastre".

O atual ministro de Ferrovias, Azam Swati, disse que o trecho em que aconteceu a tragédia era "realmente perigoso".

Ao menos 34 pessoas morreram e dezenas ficaram feridas em um choque de dois trens de passageiros após um descarrilamento nesta segunda-feira (7) no sul do Paquistão.

Vários passageiros permaneciam presos nos vagões destruídos pelo acidente, perto da cidade de Daharki, na província de Sindh, afirmou à AFP um porta-voz da empresa 'Pakistan Railways'.

Um trem procedente de Karachi descarrilou antes do amanhecer nas proximidades de Daharki e foi atingido por outro, procedente de Rawalpindi, que circulava no sentido contrário.

O policial Umar Tufail confirmou o balanço de pelo menos 34 mortos.

Uma multidão seguiu para o local da tragédia para tentar socorrer os sobreviventes, informou a imprensa local.

Imagens gravadas por telefones celulares mostram uma pilha de ferros retorcidos e vários vagões tombados.

Os corpos das vítimas foram colocados no chão e cobertos com lenços tradicionais.

As equipes de resgate pediram o apoio urgente de especialistas para conseguir chegar às pessoas presas nas ferragens.

"O local é afastado e por isso enfrentamos problemas com as tarefas de resgate", disse o porta-voz da Pakistan Railways, que relatou a destruição de pelo menos seis vagões na colisão.

O acidente aconteceu em uma área remota da província, em um trecho da ferrovia que atravessa plantações.

Soldados do exército do Paquistão e unidades da Guarda Florestal seguiram pra o local para ajudar nas operações de resgate, anunciou o tenente-general Akhtar Nawaz Satti, presidente da Autoridade Nacional de Gestão de Desastres.

O primeiro-ministro paquistanês, Imran Khan, afirmou que estava "comovido" e prometeu uma investigação completa sobre o acidente.

"Estou ordenando uma ampla investigação sobre as falhas na segurança ferroviária", anunciou em sua conta no Twitter.

Os acidentes ferroviários são frequentes no Paquistão, que herdou milhares de quilômetros e ferrovias e trens do período em que o território era uma colônia do Império Britânico.

Mas a rede ferroviária está em decadência há várias décadas devido à corrupção, má gestão e falta de investimentos.

Mais de 300 pessoas morreram e 700 ficaram feridas em 1990 quando um trem de 16 vagões com excesso de peso bateu em um trem de cargas que estava estacionado perto da cidade de Sukur in Sindh.

Em outubro de 2019, ao menos 75 pessoas morreram em um incêndio no trem em que viajavam de Karachi a Rawalpindi.

Escolas e restaurantes paquistaneses estão fechados, lojas fecham cedo e os militares se mobilizam para combater a epidemia da covid-19. Mas, noite após noite, hordas de fiéis lotam as mesquitas para orar.

Temendo que a catastrófica situação de saúde na vizinha Índia se espalhe para seu país, as autoridades paquistanesas endureceram as restrições e proibiram as viagens por ocasião do Eid al-Fitr, feriado que marca o fim do mês de jejum do Ramadã.

Fecham os olhos, porém, às concentrações religiosas - onde não há distanciamento social - para evitar enfurecer os movimentos mais conservadores neste país muçulmano.

"Há muito medo de uma reação violenta de grupos religiosos", explica Saeedullah Shah, médico encarregado de supervisionar a luta contra a covid-19 peça Associação Médica Islâmica do Paquistão. "É um governo muito fraco", acrescenta.

O Paquistão registrou 18.500 mortes em 840.000 casos positivos de coronavírus, números bastante baixos para um país de 220 milhões de habitantes. Os especialistas acreditam em uma subnotificação, porque poucos exames são feitos.

Em várias cidades, os hospitais estão sobrecarregados, com recordes diários de casos, devido à chegada de novas variantes.

O governo pede que a população respeite as recomendações, mas as mesquitas permanecem intocáveis.

Muhammad Iqbal Rizvi, um maulana (título honorário no Islã) da mesquita Markazi Jamia em Rawalpindi, uma cidade perto da capital Islamabad, diz que os fiéis não têm nada a temer e rejeita comparações com a Índia.

- 'Alá é bondoso' -

"Nossas orações são diferentes", diz à AFP, garantindo que aplica medidas de distanciamento social.

"(Os indianos) são não crentes, e nós somos muçulmanos. Arrepender-nos diante de Alá é a nossa fé. Eles não se arrependem, essa é a razão", porque a Índia é tão afetada pela pandemia, afirma.

Uma convicção presente em todas as classes sociais.

"Na Índia, as pessoas estão morrendo nas ruas (...) Alá tem sido bondoso conosco", declarou o primeiro-ministro Imran Khan na quinta-feira. Mas ele pediu cautela.

"As próximas duas semanas são muito importantes. Temos que diminuir o número de casos de coronavírus", reconheceu.

No início da semana, milhares de xiitas se reuniram em várias cidades para marcar a morte do imã Ali, genro do profeta Maomé e figura fundadora do xiismo.

Em Islamabad, os fiéis tiraram as máscaras para entoar canções religiosas.

Em Lahore (leste), quase 10.000 pessoas se reuniram. Algumas se flagelaram.

"Estamos prontos para sacrificar nossas vidas, nossos filhos e nossas famílias", garantiu à AFP o xiita Haji Shahzad Jaffry em Islamabad.

Na Índia, as concentrações religiosas das últimas semanas, como a enorme peregrinação hindu Kumbh Mela que reuniu milhões de pessoas, foram parcialmente responsáveis pela tragédia no país, onde mais de 21 milhões de casos e 230.000 mortes foram registrados.

Mas isso não detém os paquistaneses. De volta do Reino Unido, Ashfaq Ahmed ficou surpreso ao ver mesquitas lotadas de pessoas ignorando as medidas sanitárias. "Parece que as pessoas estão em total negação", comentou.

Apesar das evidências, as autoridades paquistanesas afirmam que suas recomendações estão sendo seguidas. "Se há um lugar onde as diretrizes se aplicam, é nas mesquitas", afirmou o porta-voz do Ministério de Assuntos Religiosos, Imran Siddiqui.

De acordo com uma pesquisa divulgada esta semana pelo Gallup Paquistão, 64% das pessoas ainda pensam que o coronavírus não é tão perigoso quanto afirmam.

E, apesar das advertências e das mortes, os fiéis não deixam de ir às mesquitas.

"Deus é misericordioso conosco", sustenta Sohail Arshad, na mesquita Markazi Jamia. "Se ele enviou a doença, será ele que vai nos curar", completou.

Satyanarayan Paliwal, 42, morador de Jaisalmer, no estado indiano de Rajastão, próximo da fronteira com o Paquistão, foi preso pela polícia local sob a acusação de espionagem para a Agência de Inteligência do Paquistão (ISI, na sigla em inglês), informou as autoridades. Paliwal disse que foi sua ganância por fotos de mulheres nuas que o fez cometer o crime.

Após a prisão, a polícia de Rajasthan comunicou que Paliwal "confessou estar em contato com um agente da agência de inteligência do Paquistão e possuir informações militares confidenciais", afirma o jornal India Today.

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Durante o interrogatório, Paliwal afirmou que as mulheres, que trabalham para ISI, costumavam compartilhar fotos nuas em troca de informações sobre o movimento do Exército indiano nas áreas de fronteira e no terreno de treinamentos de Pokhran.

O acusado explicou que ficou ganancioso e começou a enviar informações mais sensíveis sobre o Exército indiano ao ISI para obter mais fotos e conversas mais longas.

Funcionários da inteligência da Índia disseram que Paliwal esteve em contato com o ISI por um longo tempo e que muitos documentos do Exército indiano foram encontrados em seu celular quando ele foi detido em Jaisalmer.

Da Sputnik Brasil

O presidente do Paquistão, Arif Alvi, promulgou nesta terça-feira uma lei que cria um registro nacional de criminosos sexuais, permitindo acelerar os julgamentos de casos de estupro e outros abusos sexuais contra mulheres ou crianças.

Pela nova lei, que deve ser ratificada pelo parlamento, mas entra imediatamente em vigor, tribunais especiais irão julgar os casos de estupro e abuso sexual contra mulheres ou crianças em um prazo de quatro meses. "A norma permitirá acelerar o tratamento desses casos", declarou a presidência.

A lei foi aprovada após o caso, ocorrido em setembro, do estupro de uma mãe na presença de seus filhos, cometido por membros de um grupo. O crime gerou comoção no país e chamados pelo endurecimento da repressão aos crimes sexuais contra mulheres e crianças. Um autoridade policial pareceu culpar a vítima pelo ocorrido, ao afirmar que a mesma dirigia à noite em uma estrada sem a companhia de um homem.

Onze estupros são registrados por dia no Paquistão, segundo dados oficiais, mas autoridades reconhecem que o número verdadeiro é bem maior.

No Paquistão, um novo pacote de leis contra o crime de estupro vai passar pelo Poder Legislativo para aprovação. Entre os termos propostos pelo Ministério da Justiça paquistanês está o que deve condenar estupradores ao processo de castração química. O código penal em vigência sugere a punição com prisão, que pode ser de 10 a 25 anos, ou com a pena de morte.

A proposta, elaborada pelo Ministério da Justiça do Paquistão ganhou força no Senado e tem o apoio do primeiro-ministro paquistanês, Imran Khan. Na nova legislação ainda há pontos que viabilizam o desimpedimento em relação às investigações criminais e que permitem maior agilidade na resolução de casos de agressão às mulheres. Além de facilitar o acesso das vítimas às denúncias, o pacote de leis projeta que elas tenham a segurança preservada após manifestarem queixas contra os suspeitos.

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De acordo com o Senado do Paquistão, o novo pacote surge após registro de aumento nos casos de abuso contra mulheres e crianças no Paquistão. O pacote deve ser apresentado ao Poder Legislativo paquistanês para aprovação nos próximos dias.

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