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As imponentes ruínas da antiga cidade grega de Cirene na Líbia, protegidas desde 2016 como patrimônio da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) em perigo, correm risco de desaparecer, após as inundações que devastaram o leste do país, advertiram testemunhas e um arqueólogo.

Trata-se de um "sítio gigantesco e da maior colônia grega, uma cidade construída entre o final do século VII e o início do século VI antes da nossa era", explica o chefe da missão arqueológica francesa na Líbia, Vincent Michel, em entrevista à AFP.

Seus primeiros habitantes procediam da antiga Tera, na atual ilha grega de Santorini, e ali se estabeleceram por suas terras férteis e abundância de água.

Segundo Claudia Gazzini, especialista em Líbia do International Crisis Group que visitou Cirene nos últimos dias, grande parte do local ainda está inundado, e ocorreram vários deslizamentos de terra.

"Há uma rua descendente, Sharaa el Wadi, delimitada por muros antigos, que conecta a parte alta do sítio com a parte baixa e por onde circula a água da chuva. Mas caíram alguns blocos de pedra que estão bloqueando o fluxo d'água", relatou Gazzini por telefone à AFP, falando de Benghazi.

"Na parte baixa do complexo também tem água suja, que sai continuamente, aos borbotões, da terra, em meio às ruínas", acrescenta.

Os moradores locais e o diretor do departamento de antiguidades local do complexo desconhecem a origem da água, completa.

Ainda pior, a fonte Apollo, uma piscina natural junto a uma caverna que coletava água de nascente, "foi transformada em uma grande banheira, na qual alguém teria derramado sabão", lamenta Gazzini, que fez fotos e vídeos do lugar.

As ruínas e a cidade vizinha de Shahat foram expostas a "cinco horas de chuva torrencial" na noite de 10 para 11 de setembro, diz esta mulher, especialmente preocupada com o teatro grego, onde enormes blocos de pedra caíram das arquibancadas.

Os habitantes de Shahat, que costumavam desfrutar deste complexo junto a um precipício que oferece vistas espetaculares do Mediterrâneo, estão preocupados com a chegada das chuvas de inverno, como um deles disse a Gazzini em um vídeo.

"Se as infiltrações continuarem e a água ficar estagnada, as muralhas podem desabar e levar boa parte das ruínas", alertou Gazzini.

- "Torrentes de pedras" -

Bom conhecedor do local, Vincent Michel garante, depois de ver as imagens das cheias, que, "neste momento, não há destruições graves em Cirene, os monumentos ainda estão de pé".

Mas "as torrentes de água, terra e pedras erodiram as estradas", e "a água circulou muito e enfraqueceu os alicerces dos monumentos", acrescenta, preocupado.

"Sabendo que a pedra é de má qualidade na região, os monumentos correm o risco de se desencaixarem por falta de boas fundações", explica.

Cirene abriga "um dos maiores templos da Antiguidade, o de Zeus, que é maior do que o Partenon de Atenas", afirma este especialista contactado por telefone na França.

Também preocupa a imensa necrópole situada a norte do sítio, do outro lado das muralhas, que "recebeu centenas de metros cúbicos de água, que deslocaram e encheram tumbas".

Cirene, "que tinha mais de dez quilômetros de perímetro, é um dos poucos sítios com uma cidade dos mortos tão grande quanto a dos vivos", completa Michel.

O especialista advertiu para o risco de saques nesta jazida excepcional, onde, durante as últimas escavações, foram encontrados "retratos funerários da época romana e estatuetas de divindades gregas únicas".

Mais de 43.000 pessoas foram deslocadas pelas inundações provocadas pela tempestade Daniel, que devastaram o nordeste da Líbia há 10 dias, anunciou a Organização Internacional para as Migrações (OIM).

"Segundo as estimativas mais recentes da OIM, 43.059 pessoas foram deslocadas pelas inundações no nordeste da Líbia", afirmou a agência da ONU em seu boletim mais recente.

A tempestade Daniel afetou a cidade líbia de Derna durante a noite de 10 de setembro e provocou o rompimento de duas barragens. A água dos reservatórios gerou um fluxo que destruiu bairros inteiros.

Mais de 3.300 pessoas morreram na tragédia, segundo um balanço provisório das autoridades do leste da Líbia. O balanço real, no entanto, deve ser muito maior porque milhares de pessoas estão desaparecidas.

A OIM destacou que a falta de abastecimento de água obrigou vários desabrigados a abandonar Derna.

As autoridades líbias pediram aos moradores da região que não consumam a água procedente das tubulações porque o abastecimento foi contaminado pelas inundações.

A Missão de Apoio das Nações Unidas na Líbia (UNSMIL) anunciou esta semana que suas agências estavam trabalhando para "prevenir a propagação de doenças e evitar uma segunda crise devastadora na região".

A empresa nacional de telecomunicações informou que restabeleceu as redes de telefonia e de internet em Derna nesta quinta-feira, após um apagão durante a semana e dos protestos contra as autoridades locais pela gestão da catástrofe.

As autoridades relataram uma "ruptura na fibra óptica", mas vários especialistas afirmaram que o apagão foi deliberado.

A ajuda internacional chegava neste sábado à cidade líbia de Derna, devastada por inundações, embora a esperança de encontrar sobreviventes entre os milhares de desaparecidos tenham diminuído, seis dias após o desastre.

A tempestade Daniel, que atingiu a cidade de 100 mil habitantes, localizada no leste da Líbia, provocou o rompimento de duas barragens e uma enchente comparável a um maremoto, que destruiu prédios, veículos e arrastou milhares de pessoas em sua trajetória.

Prédios inteiros foram varridos pela água e outros foram parcialmente destruídos. A catástrofe castiga um país assolado por anos de conflito, onde há dois governos rivais.

Autoridades do governo que controla a região leste --não reconhecido pela ONU-- relatam balanços contraditórios.

Othman Abdeljalil, chefe da pasta de Saúde do governo do Leste, indicou 3.166 mortes em um relatório divulgado na noite de sexta-feira, que incluiu 101 mortos encontrados durante o dia.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) informou hoje que haviam sido identificados os corpos de 3.958 pessoas, e que mais de 9.000 continuavam desaparecidas, sem mencionar a fonte desses dados.

- Toneladas de ajuda -

A mobilização internacional continuava intensa. No aeroporto da cidade de Benghazi, um avião dos Emirados Árabes e outro do Irã descarregaram hoje toneladas de ajuda, que serão transportadas para a área do desastre, a 300 km.

A embaixada da Itália anunciou a chegada de uma embarcação à costa de Derna transportando barracas e cobertores, bem como de dois helicópteros e escavadeiras.

Toneladas de ajuda da Arábia Saudita e do Kuwait também chegaram ao leste do país, incluindo suprimentos médicos. Dois aviões franceses pousaram no leste para “implantar um hospital de campanha o mais próximo possível das populações afetadas em Derna”, informou o embaixador francês na Líbia, Mostafa Mihraje.

A OMS, por sua vez, anunciou a chegada a Benghazi de 29 toneladas de material médico procedente do seu centro logístico global, localizado em Dubai, "suficientes para ajudar quase 250 mil pessoas". "Esta é uma catástrofe de proporções épicas", ressaltou Ahmed Zouiten, representante da OMS na Líbia.

- Situação caótica -

Organizações humanitárias, como Médicos sem Fronteiras (MSF) e Islamic Relief, alertaram que existe o risco de propagação de doenças e dificuldades na entrega de ajuda aos mais necessitados nos próximos dias.

A situação "é caótica", o que dificulta a contagem e identificação das vítimas, explicou Manoelle Carton, coordenadora médica de uma equipe da MSF. "Muitos voluntários de toda a Líbia e do estrangeiro estão no local. A coordenação da ajuda é urgente", insistiu.

O trabalho das equipes de resgate é dificultado pelo caos político que impera no país desde a morte do ditador Muammar Kadhafi, em 2011.

Para acelerar os esforços de busca, o chefe do governo do leste da Líbia, Osama Hamad, decretou que serão aplicadas novas restrições a partir de hoje na área do desastre. “Apenas equipes de busca e investigadores líbios e estrangeiros terão acesso”, informou.

Depois de abrir uma investigação sobre as circunstâncias da tragédia, o procurador-geral da Líbia, Al-Seddik al-Sour, afirmou que as duas barragens que causaram o desastre apresentavam rachaduras desde 1998.

Em 2010, uma empresa turca começou a fazer obras após anos de atraso, mas os trabalhos foram suspensos meses depois, devido à revolução líbia de 2011, e nunca mais foram retomados.

Equipes de emergência e voluntários procuravam nesta sexta-feira (15), entre a lama e os escombros, milhares de pessoas desaparecidas em Derna, cidade na costa leste da Líbia que foi destruída por uma inundação que atingiu a cidade como um tsunami e deixou pelo menos 3.800 mortos.

A tromba d'água da madrugada de domingo para segunda-feira provocou o rompimento de duas barragens e gerou uma enchente comparável a um maremoto de vários metros, que destruiu prédios, veículos e arrastou milhares de pessoas em sua trajetória.

Vários países e organizações internacionais ofereceram ajuda para a Líbia enfrentar o que um funcionário da ONU chamou de "calamidade de proporções épicas", em um país assolado por anos de conflito e que conta com dois governos rivais.

"Ainda há esperança de encontrar sobreviventes", afirmou Tamer Ramadan, diretor das operações da Federação Internacional de Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho na Líbia.

Ramadan se negou, no entanto, a anunciar um balanço de mortos, que "não seria nem definitivo, nem preciso", em uma entrevista coletiva em Genebra.

O subsecretário do Escritório para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA) das Nações Unidas, Martin Griffiths, advertiu que ainda não é possível compreender a dimensão da tragédia.

"Não conhecemos o alcance do problema, o nível das necessidades, o número de mortos ainda é desconhecido", afirmou.

O ministério do Interior do governo que controla a região leste da Líbia - que não é o governo reconhecido pela ONU - anunciou na quarta-feira um balanço de 3.800 mortos.

Porém, os números divergem neste país rico em petróleo e que ainda tenta se recuperar da guerra e caos posteriores ao levante que derrubou o ditador Muamar Khadafi em 2011, que resultou em duas administrações: uma na capital Trípoli, reconhecida internacionalmente, e um governo rival com sede na região leste.

A Organização Internacional para as Migrações (OIM) afirmou que mais de 38.640 pessoas estão deslocadas nas áreas mais afetadas, incluindo 30.000 apenas em Derna.

- "Arrastados pela água" -

Um fotógrafo da AFP afirmou que o centro de Derna parece um terreno esmagado por um rolo compressor, com árvores arrancadas e edifícios e pontes destruídos.

Os moradores da cidade, que tinha 100.000 habitantes, relataram que centenas de corpos estão sob toneladas de lama e escombros arrastados pela água.

"A água estava carregada de lama, as árvores com pedaços de ferro. A enchente percorreu quilômetros antes de ocupar o centro da cidade e arrastar ou destruir tudo que encontrava pela frente", disse Abdelaziz Busmya, 29 anos, que morava em um bairro que não foi afetado pela inundação.

"Perdi amigos e pessoas próximas. Estão sepultados debaixo da lama ou foram arrastados pela água até o mar", conta.

Ele disse que as autoridades líbias não adotaram as medidas de prevenção necessárias e se contentaram em ordenar que as pessoas permanecessem em casa antes da chegada da tempestade Daniel, que provocou estragos em sua passagem pela Turquia, Bulgária e Grécia.

- Mostras de DNA -

Dezenas de corpos são encontrados a cada dia, alguns enterrados em valas comuns. Outros continuam presos em casas ou foram arrastados para o mar e depois devolvidos pelas ondas, afirmaram as autoridades do Departamento de Saúde, que temem possíveis epidemias ligadas à decomposição de cadáveres.

As autoridades enfrentam um dilema: conservar os corpos encontrados para possibilitar a identificação ou enterrá-los rapidamente para evitar a decomposição, já que a capacidade dos necrotérios é limitada.

"Estamos tentando (...) obter mostras de DNA e fotos das vítimas antes de enterrá-las para ajudar na identificação mais tarde", afirmou o tenente Tarek al Kharraz, porta-voz do ministério do Interior do governo não reconhecido no leste do país.

O Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) distribuiu 6.000 sacos mortuários na cidade.

O Programa Mundial de Alimentos anunciou que começou a fornecer ajuda alimentar a mais de 5.000 famílias deslocadas pelas inundações e afirmou que milhares de pessoas em Derna estavam "sem comida ou abrigo".

E o Escritório para a Coordenação de Assuntos Humanitários da ONU iniciou uma campanha urgente para arrecadar mais de 71 milhões de dólares para ajudar as 250.000 pessoas sob maior risco entre as 884.000 que foram afetadas.

Estados Unidos, União Europeia e vários países do Oriente Médio e norte da África prometeram enviar ajuda. Equipes estrangeiras já estão na região.

O esforço internacional para ajudar a Líbia, vítima de inundações similares a um tsunami que deixaram quase 4.000 mortos e milhares de desaparecidos, foi intensificado nesta quinta-feira (14).

Aviões e navios militares de países do Oriente Médio e Europa transportam ajuda de emergência ao país do norte da África, já devastado pela guerra.

Além dos mortos e desaparecidos, dezenas de milhares de pessoas foram deslocadas pelas inundações repentinas de domingo, provocadas pela tempestade Daniel, que afetaram em particular a cidade costeira de Derna.

As testemunhas compararam as inundações a um tsunami. Duas barragens do rio Derna romperam e provocaram inundações de água e lama que destruíram edifícios e veículos no caminho.

Muitas pessoas foram arrastadas para o mar. Na terça-feira, corpos começaram a aparecer no Mediterrâneo, cuja água ficou com a cor da lama.

A Organização Meteorológica Mundial (OMM) da ONU afirmou que a maioria das vítimas "poderia ter sido evitada", caso os sistemas de alerta precoce e de gestão de emergências tivessem funcionado da maneira correta.

Este é o segundo fenômeno natural que afeta o norte da África nos últimos dias.

Um terremoto violento abalou Marrocos na sexta-feira passada e matou quase 3.000 pessoas.

A ONU prometeu US$ 10 milhões (R$ 49,2 milhões, na cotação atual) para ajudar os sobreviventes na Líbia, incluindo ao menos 30.000 pessoas que, segundo a organização, ficaram desabrigadas em Derna.

O número representa quase um terço da população da cidade do leste da Líbia antes do desastre.

- Desafios imensos -

Os desafios para os trabalhadores humanitários são imensos.

"As rodovias estão obstruídas, destruídas e inundadas, o que dificulta o acesso de ajuda humanitária", afirmou a Organização Internacional para as Migrações (OIM).

Além disso, as pontes sobre o rio Derna que ligam a zona leste da cidade com a zona oeste desabaram, informou a agência da ONU.

O Reino Unido anunciou uma ajuda inicial de US$ 1,25 milhão (R$ 6,1 milhões na cotação atual) e afirmou que está trabalhando com "parceiros confiáveis no local" para identificar as necessidades básicas mais urgentes, incluindo abrigo, atendimento médico e saneamento.

O presidente do vizinho Egito, Abdel Fattah al-Sissi, ordenou a criação de acampamentos para os desabrigados, segundo a imprensa estatal.

A França enviou quase 40 socorristas e toneladas de material de saúde, além de um hospital de campanha.

A Turquia, uma das primeiras nações a oferecer assistência, anunciou o envio de ajuda adicional por barco, incluindo dois hospitais de campanha.

O país também aguarda a chegada de um navio italiano com assistência logística e médica.

- Combinação de fatores -

A União Europeia anunciou o envio de ajuda por parte da Alemanha, Romênia e Finlândia.

Argélia, Catar e Tunísia também prometeram auxílio. O governo dos Emirados Árabes Unidos enviou dois aviões com 150 toneladas de ajuda.

A imprensa palestina anunciou o envio de uma missão de resgate, e a Jordânia enviou um avião militar com alimentos, barracas, cobertores e colchões.

A Líbia, um país com grandes reservas de petróleo, ainda se recupera da guerra e do caos posteriores ao levante que derrubou e matou o ditador Muamar Khadafi em 2011.

O país está dividido entre dois governos rivais: a administração reconhecida internacionalmente com sede na capital Trípoli; e uma administração separada, no leste, a região afetada pelo desastre.

O porta-voz do Ministério do Interior do governo instalado no leste do país, o tenente Tarek al Kharraz, afirmou que, até quarta-feira, foram contabilizados 3.840 mortos na cidade de Derna. Deste total, 3.190 já foram enterrados. Entre as vítimas, estão ao menos 400 estrangeiros, principalmente sudaneses e egípcios.

Mais de 2.400 pessoas continuam desaparecidas, segundo as autoridades do leste.

Já a imprensa divulga balanços ainda mais graves de vítimas, com base em vários depoimentos.

Uma fonte da Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho (FICR) afirmou que as inundações podem ter deixado 10.000 desaparecidos.

Outra fonte da Cruz Vermelha fez um alerta contra o risco vinculado às minas terrestres arrastadas pela água.

A tempestade Daniel chegou à costa leste da Líbia no domingo. Atingiu, primeiramente, a metrópole de Benghazi e, depois, seguiu para o leste, impactando as cidades de Jabal al Akhdar (nordeste), Shahat (Cirene), Al Marj, Al Bayda e Susa (Apolônia). Derna foi afetada com particular violência.

Os cientistas vinculam a tragédia ao aumento da temperatura da água no Mediterrâneo, ao caos político e às infraestruturas deficientes do país.

Lentamente, a ajuda internacional começa a alcançar Derna, na Líbia, ao mesmo tempo em que crescem as perguntas sobre como a cidade pôde ser devastada pela tempestade Daniel, no fim de semana. São 10 mil desaparecidos. O número de mortos foi estimado na quarta-feira (13) em 20 mil pelo diretor do centro médico Al-Bayda, Abdul Rahim Maziq.

No entanto, Moin Kikhia, ex-funcionário público do Ministério das Finanças da Líbia, disse que o autoproclamado governo que controla o leste do país teme que o verdadeiro número de vítimas possa rondar as dezenas de milhares. "O número de mortes é muito maior do que se pensava. O governo acredita que sejam 40 mil, mas ninguém quer dizê-lo por medo de irritar as pessoas", disse Kikhia, fundador do Instituto Democrático Líbio, ao jornal britânico Telegraph.

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A Organização Internacional para as Migrações (OIM) afirmou ontem que 30 mil estão desabrigados. As inundações causaram danos significativos à infraestrutura de Derna, que ainda está praticamente inacessível.

Devastação

Equipes de resgate vasculharam prédios destruídos em busca de vítimas e recuperaram corpos que flutuavam no Mediterrâneo.

"Os cadáveres estão por todo o lado, dentro das casas, nas ruas, no mar. Onde quer que você vá, você encontra homens, mulheres e crianças mortos", disse Emad al-Falah, um trabalhador humanitário de Benghazi que está atuando em Derna. "Famílias inteiras foram perdidas."

Mais de 2 mil cadáveres foram recolhidos ontem e mais da metade deles foi enterrada em valas comuns em Derna, de acordo com o ministro da Saúde do governo local, Othman Abduljaleel. Muitos corpos foram retirados do mar.

"O mar despeja constantemente dezenas de corpos todos os dias", disse Hichem Abu Chkiouat, ministro da Aviação Civil do governo que dirige o leste da Líbia.

A surpreendente devastação refletia a intensidade da tempestade, mas também a vulnerabilidade da Líbia. O país está dividido por governos rivais, um no leste, o outro no oeste, e o resultado foi a negligência da infraestrutura.

Das sete estradas que levam à cidade, apenas duas estavam acessíveis ontem. Várias pontes que cruzam o Rio Derna caíram. A Câmara Municipal pediu a abertura de uma passagem marítima para a cidade e uma intervenção internacional urgente.

A tempestade em Derna é o mais recente golpe em um país que já foi devastado por anos de caos e guerra civil.

Trata-se do desastre ambiental mais fatal da história moderna da Líbia. Anos de conflito e a falta de um governo central deixaram a infraestrutura líbia em ruínas e vulnerável a chuvas intensas. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Ao menos 10 pessoas morreram em inundações na província de Hebei, perto de Pequim, provocadas pelas chuvas torrenciais que afetam o norte da China, anunciaram as autoridades neste sábado (5).

O balanço de Baoding, uma das cidades mais afetadas da província, a 150 quilômetros da capital chinesa, é provisório.

Até meio-dia de sábado, mais de 600.000 pessoas foram retiradas de áreas consideradas de risco, de acordo com a prefeitura.

A China registrou nos últimos meses vários fenômenos meteorológicos extremos, de ondas de calor até chuvas torrenciais, que provocaram muitas vítimas fatais.

Os desastres naturais deixaram 147 mortos ou desaparecidos no mês passado, após as chuvas mais intensas já registradas na capital do país.

O ministério chinês da Gestão de Emergências afirmou que 142 mortes ou desaparecimentos registrados em julho foram provocados por inundações ou desastres geológicos.

Pelo menos 20 pessoas morreram e 19 estão desaparecidas devido às fortes chuvas que afetam Pequim e arredores, onde há bairros inteiros inundados e ruas bloqueadas, informou a imprensa estatal nesta terça-feira (1º).

As fortes chuvas já deixaram 11 mortos em Pequim e nove na província vizinha de Hebei, anunciou o canal estatal CCTV.

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Entre as pessoas desaparecidas, 13 são de Pequim e seis de Hebei. Anteriormente foram reportados 27 desaparecidos na capital chinesa, mas 14 foram encontradas a salvo, disse a CCTV.

O tufão Doksuri, rebaixado para a categoria de tempestade, afeta o território chinês do sudeste para o norte desde sexta-feira, quando tocou o solo na província de Fujian, depois de passar pelas Filipinas.

As chuvas torrenciais chegaram no sábado a Pequim e arredores e, em apenas 40 horas, caiu o equivalente a média para todo o mês de julho.

Alguns distritos semirrurais de Pequim foram afetados mais gravemente pelas tempestades, de intensidade inédita na capital chinesa nos últimos anos.

Mais de 100.000 pessoas, dos 22 milhões de habitantes de Pequim, foram retiradas de zonas de risco, segundo o jornal estatal Global Times.

- "Muito mais grave" -

Às margens do rio Mentougou, que atravessa o distrito de mesmo nome, um dos mais afetados pelas enchentes em Pequim, segundo jornalistas da AFP, as ruas estavam cobertas por escombros e lama.

Um idoso disse à AFP que estas inundações são "muito mais graves" que as de julho de 2012, quando 79 pessoas morreram em Pequim, e dezenas de milhares abandonaram suas residências.

"É um desastre natural, não se pode fazer nada. Temos que trabalhar muito para reconstruir tudo", disse à AFP Qi, um homem de cerca de 20 anos que esperava um táxi com sua avó.

Correspondentes da AFP observaram uma dezena de veículos com destino a Mentougou, entre eles, caminhões-pipa e escavadeiras para limpar trechos de estrada bloqueados.

O presidente da China, Xi Jinping, pediu nesta quarta-feira "todos os esforços possíveis" para evitar mais mortos e resgatar as pessoas "desaparecidas ou bloqueadas", informaram os meios estatais.

As autoridades locais "devem fazer um bom trabalho para atender aos feridos" e "realojar os afetados, reparar rapidamente as infraestruturas de transporte, comunicações e eletricidade danificadas", acrescentou Xi.

A CCTV divulgou imagens de ônibus submersos pela cheia no distrito rural da Fangshan, também no oeste de Pequim.

- Salvo por pouco -

Em Mentougou, quase 15.000 casas ficaram sem água corrente e as autoridades enviaram 45 caminhões-pipa para garantir o fornecimento emergencial, informou nesta terça o Beijing Daily, um jornal do Partido Comunista.

Wang Yongkun, um florista de 62 anos, empilhou sacos de areia na porta de sua loja, mas não conseguiu impedir a entrada da lama. "Começamos a limpar ontem à tarde (...) e hoje nos levantamos às sete para continuar", relatou.

O governou enviou helicópteros militares com 26 soldados à zona de Mentougou para fornecer comida, água, cobertores e capas de chuva aos passageiros de alguns trens que ficaram bloquearam, segundo a CCTV.

Pequim e a província de Hebei estavam em alerta vermelho devido ao risco de perigosas enchentes e deslizamentos de terra.

No domingo, na cidade de Handan, 400 km ao sul da capital, equipes de resgate conseguiram, com ajuda de um guindaste, resgatar um homem de seu carro cercado por água antes que o carro fosse arrastado pela corrente.

A China enfrenta um ano de condições meteorológicas extremas e temperaturas recordes, dois eventos que, segundo os cientistas, são agravados pela mudança climática.

Os serviços meteorológicos indicam que as chuvas podem enfraquecer, mas o país se prepara para a chegada de um novo furacão, o Khanun, que se aproxima da costa leste.

Ao menos 22 pessoas morreram e 14 são consideradas desaparecidas após as fortes chuvas que provocaram inundações e deslizamentos de terra na Coreia do Sul, anunciou o governo, que também ordenou que milhares de pessoas abandonem suas casas.

O ministério do Interior confirmou o balanço de morto e desaparecidos, a maioria vítimas de deslizamentos de terra ou das cheias dos rios.

O maior número de mortes foi registrado na província de Gyeongsang do Norte.

"Nas áreas mais afetadas, casas foram completamente arrastadas", afirmou uma fonte das equipes de emergência à agência de notícias Yonhap.

As fortes chuvas dos últimos três dias alagaram várias regiões do país.

As autoridades ordenaram que mais 6.400 moradores do condado central de Goesan abandonassem suas casas neste sábado (15) devido ao risco da cheia em uma represa na região.

Algumas pessoas consideradas desaparecidas foram arrastadas quando um rio transbordou na província de Gyeongsang do Norte, segundo o ministério.

As equipes de emergência tentavam chegar aos 19 carros bloqueados em um túnel subterrâneo em uma cidade da província, onde uma pessoa foi encontrada morta, segundo a Yonhap.

As chuvas também provocaram a suspensão do serviço ferroviário durante a tarde, com exceção dos trens-bala, que continuam em operação, mas com possíveis mudanças de horário.

O primeiro-ministro sul-coreano, Han Duck-soo, pediu às autoridades locais que atuem de maneira "preventiva" diante de possíveis cheias e pediu a ajuda do exército nas operações de resgate.

As inundações e deslizamentos de terra provocados pelas fortes chuvas que atingiram o leste da República Democrática do Congo deixaram quase 400 mortos, segundo um balanço divulgado neste domingo (7). O número ainda pode aumentar, à medida que mais corpos são encontrados.

"Encontramos mais de 390 corpos", disse Thomas Bakenga, administrador do território de Kalehe, onde ficam as as localidades afetadas, às margens do lago Kivu na fronteira com Ruanda.

Intensas chuvas atingem, desde quinta-feira (4), a região de Kalehe, na província de Kivu do Sul, o que provocou a cheia dos rios e deslizamentos de terra que destruíram as aldeias Bushushu e Nyamukubi.

O balanço de mortos aumenta rápido. Na véspera, Bakenga anunciou que havia pelo menos 203 mortos. "Desde quinta-feira, encontramos corpos a cada minuto e os enterramos", acrescentou.

Em Nyamukubi, a encosta de um morro também desabou. Na quinta-feira, o local havia recebido uma feira, explicou Bakenga.

"Parece o fim do mundo. Procuro os meus pais e os meus filhos", lamentou-se chorando Gentille Ndagijima, de 27 anos.

A jovem perdeu os dois filhos, suas duas irmãs e seus pais. Seu marido ficou ferido e está hospitalizado.

"Não tenho família e não tenho casa. Agora tenho que buscar onde dormir", relatou.

Pelo menos 132 corpos foram encontrados nesse povoado, detalhou o administrador regional. Outros 142 em Bushushu e 120 flutuando no lago Kivu, próximo à ilha de Idjwi.

A República Democrática do Congo é um dos maiores países da África e um dos mais pobres do mundo, assolado pela corrupção e pela violência na parte oriental.

- Luto Nacional -

Os desabrigados precisam de tudo. Bakenga disse que "o governo provincial enviou um barco repleto de alimentos, lonas e medicamentos".

O panorama, porém, segue sendo desolador. Há povoados inteiros submersos, casas destruídas e campos devastados.

O governo central decretou um dia de luto nacional na segunda-feira (8).

Roger Bahavu, outro dos afetados em Nyamukubi, contou à AFP que perdeu toda sua família.

"Sou motorista. Havia voltado do trabalho, estacionei minha moto em casa e saí para ver os meus amigos. Quando voltei, minha casa, minha moto, e os membros da minha família haviam desaparecido" relatou.

Isaac Habamungu, membro da Cruz Vermelha local, disse que há muitos corpos. "Estamos atolados", advertiu.

"Acreditamos que muitos corpos terminaram no lago (...) Nos perguntamos como vamos cuidar disso", acrescentou, explicando que não tem sacos para cadáveres nem financiamento para suas atividades.

A catástrofe aconteceu dois dias depois das inundações que deixaram pelo menos 131 mortos e destruíram milhares de casas na vizinha Ruanda.

No sábado, o secretário-geral da ONU, António Guterres, disse em visita ao Burundi que as tragédias são uma nova "mostra da aceleração da mudança climática e suas consequências dramáticas para países que não são responsáveis pelo aquecimento" do planeta.

Os especialistas afirmam que os fenômenos meteorológicos extremos ocorrem com maior frequência e intensidade devido à mudança climática.

O balanço de mortes provocadas pelas inundações nas Filipinas subiu para 25, informaram nesta quarta-feira (28) as autoridades do país, no momento em que a meteorologia prevê mais chuvas para as regiões sul e central do arquipélago.

Pelo menos 13 pessoas morreram, a maioria por afogamento, na província de Misamis Ocidental, na ilha de Mindanao (sul), anunciou a agência nacional de gestão de desastres.

Até terça-feira, o balanço das inundações no país registrava 12 mortes. Vinte e seis pessoas continuam desaparecidas e nove ficaram feridas.

Dezenas de milhares de pessoas precisaram abandonar suas casas depois que as chuvas inundaram vilarejos rurais e rodovias no dia de Natal, prejudicando as festas no país, de 100 milhões de habitantes e maioria católica.

A meteorologia prevê chuvas de moderadas a fortes no sul e centro do país até quinta-feira, consequência de um sistema de baixa pressão perto do litoral que pode virar uma depressão tropical.

"Há possibilidades de inundações e deslizamentos de terra", afirmou a agência meteorológica.

As autoridades anunciaram esforços para socorrer os moradores em áreas afetadas pelas inundações, que obrigaram 81.000 pessoas a procurar abrigos.

O país é considerado um dos mais vulneráveis ao impacto das mudanças climáticas. Os cientistas alertam que as tempestades e eventos extremos estão se tornando mais comuns e perigosos à medida que a temperatura global aumenta.

Quase 46.000 pessoas foram obrigadas a abandonar suas casas no dia de Natal em consequência das inundações nas Filipinas, que deixaram pelo menos oito mortos, informou a Defesa Civil.

Dezenove pessoas estão desaparecidas após as chuvas intensas que inundaram muitas áreas da região de Mindanao, no sul do país.

A Guarda Costeira anunciou resgates de mais de 20 famílias na cidade de Ozamiz e no vilarejo de Clarín.

Quatro mortes foram registradas - três por afogamento - nas cidades de Jimenez e Tudela.

A Guarda Costeira também informou que os fortes ventos e as ondas provocaram o naufrágio de um pesqueiro no dia de Natal perto da ilha central de Leyte. Dois tripulantes morreram e seis foram resgatados.

As outras vítimas fatais, incluindo um bebê, foram vítimas de afogamento nas cidades de Libmanan e Tinambac, de acordo com a Defesa Civil.

Entre os desaparecidos, a maioria são pescadores que entraram no mar, apesar das condições perigosas.

O mau tempo no centro e no sul das Filipinas coincidiu com um período de milhões de viagens para as festas de Natal, quando as famílias do país, de maioria católica, se reúnem para celebrar.

O país é considerado um dos mais vulneráveis ao impacto das mudanças climáticas.

Uma parceria entre o Google e o Serviço Geológico do Brasil (SGB), anunciada em Florianópolis (SC), vai possibilitar a emissão de alertas de inundações ribeirinhas no país. O indicador combina dados como os níveis de água dos rios, indicadores meteorológicos e imagens de satélite. Moradores de mais de 60 localidades terão disponíveis informações em tempo real. Nos próximos meses, a cobertura de alertas e previsão deverá ser expandida para outras regiões.

Ao navegar pelo Google Maps, realizar pesquisas na busca ou acessar a nova plataforma de enchentes FloodHub, os usuários receberão alertas e previsões sobre as condições dos rios. Não fazem parte desse sistema as cheias rápidas, que ocorrem em cidades nas cabeceiras ou com as chuvas em grandes centros urbanos. São disponibilizadas informações de cheias graduais, sobre as quais é possível enviar dados, por exemplo, de quanto a água deve subir em determinado período, permitindo deslocamentos.

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Relatório da Organização das Nações Unidos mostra que os brasileiros estão entre os mais expostos aos riscos de inundações ribeirinhas no mundo. Entre 2000 e 2019, mais de 70 milhões de pessoas foram afetadas por enchentes no país. 

“Temos observado, globalmente, um aumento da frequência dos desastres e dos eventos críticos em função das mudanças climáticas e, como parte dos esforços nesse campo, desenvolvido produtos que levam informação confiável a pessoas em momentos críticos para mantê-las seguras antes, durante e depois que esses eventos acontecem”, afirma Luisa Phebo, líder de Parcerias de Impacto Social do Google.

A tecnologia já é utilizada em outros países, como Índia e Bangladesh, e agora, além do Brasil, estará disponível na Colômbia, no Sri Lanka e em 15 países africanos, como Chade, Nigéria, República do Congo e África do Sul. Em 2021, foram enviados 115 milhões de notificações e alertas de inundações para 23 milhões de pessoas na Índia e em Bangladesh.

O Sistema de Alertas de Inundações reúne “poder computacional, experiência em aprendizado de máquina para desenvolver sistemas automatizados de previsão e alerta de inundações em escala global”, destaca o Google. 

“A vantagem dessa parceria é aumentar a divulgação das informações geradas e aproveitar a capacidade do Google de programação, para expandir futuramente essas previsões a outros locais no Brasil”, diz Alice Castilho, diretora de Hidrologia do SGB.

Wempresa pública vinculada ao Ministério de Minas e Energia, o SBG opera sistemas de Alerta Hidrológico em 17 bacias do território brasileiro, monitorando chuvas, níveis de rios e mapas de riscos hidrológicos. Essas informações são enviadas periodicamente para órgãos de defesa civil, agentes públicos estaduais e municipais, além da população em geral. 

“Atualmente, essas informações estão no site do Serviço Geológico do Brasil, temos as fotos, os níveis em tempo real, os boletins também em tempo real. Toda a população consegue acessar, mas, no entanto, não chega tão fácil para a população, não é tão palatável”, avaliou Artur Matos, coordenador do Sistema de Alerta Hidrológico do SGB.

Pelo menos 31 pessoas morreram em inundações e deslizamentos de terra no sul das Filipinas devido às fortes chuvas causadas pela aproximação de uma tempestade tropical, de acordo com um novo relatório oficial divulgado nesta sexta-feira (28).

As inundações afetaram várias cidades e vilas na ilha de Mindanao desde quinta-feira (27), segundo o porta-voz e chefe da Defesa Civil local, Naguib Sinarimbo. "A água começou a entrar nas casas antes do amanhecer", contou à AFP.

O responsável especificou nesta sexta-feira que os socorristas recuperaram 16 corpos na cidade de Datu Odin Sinsuat, 10 em Datu Blah Sinsuat e cinco na cidade de Upi. Um balanço anterior registrava 13 mortes.

Sinarimbo informou que várias pessoas foram resgatadas após conseguirem subir nos telhados de suas casas.

Equipes de emergência e unidades militares estão patrulhando outras áreas onde ocorreram inundações e deslizamentos de terra.

As chuvas fortes começaram na noite de quinta-feira nesta região sob um autogoverno muçulmano após décadas de rebelião separatista armada.

A tempestade desencadeou inundações repentinas que arrastaram árvores, rochas e lama durante a noite em comunidades principalmente rurais ao redor de Cotabato, uma cidade de 300.000 pessoas na ilha de Mindanao.

A agência meteorológica de Manila indicou que esses eventos foram, em grande parte, causados pela tempestade tropical Nalgae, localizada mais a nordeste e que deve atingir o arquipélago durante o fim de semana.

O serviço meteorológico não descarta que atinja a ilha de Sámar já nesta sexta-feira, muito antes do previsto.

Quase 5.000 pessoas foram retiradas de comunidades propensas a inundações e deslizamentos de terra, disse a Defesa Civil.

- "Foi um choque" -

Remar Pablo, um cineasta local, contou à AFP que estava gravando um concurso de beleza na cidade de Upi quando as inundações repentinas ocorreram após a meia-noite, forçando o público a fugir por segurança.

Seus vídeos mostraram uma fila de carros parcialmente submersa. "Ficamos presos lá dentro", contou Pablo, que acabou entrando na água para chegar em casa.

As inundações diminuíram em várias áreas, mas a maior parte da cidade de Cotabato permanece debaixo d'água.

Sinarimbo disse que espera mais inundações nesta sexta-feira, à medida que as chuvas continuam.

"Nosso foco agora é o resgate, bem como a criação de cozinhas comunitárias para os sobreviventes", afirmou.

O exército enviou caminhões para transportar os moradores de Cotabato e oito cidades vizinhas, acrescentou o chefe da Defesa Civil da província, Nasrullah Imam.

"Foi um 'choque' ver que cidades que nunca haviam sido inundadas afetadas desta vez", lamentou Imam.

Uma média de 20 tufões e tempestades atingem as Filipinas todos os anos, matando pessoas e gado e destruindo fazendas, casas, estradas e pontes, embora o sul raramente seja afetado.

Os cientistas alertam que as tempestades estão se tornando mais poderosas à medida que o planeta se aquece devido às mudanças climáticas.

Ao menos 18 pessoas, incluindo 12 crianças, morreram no incêndio em um ônibus que transportava pessoas desabrigadas nas grandes inundações registradas no Paquistão, anunciaram as autoridades nesta quinta-feira (13).

O país do sul da Ásia sofreu chuvas sem precedentes este ano, que deixaram um terço de seu território debaixo de água, com oito milhões de pessoas deslocadas e provocaram danos econômicos avaliados em 28 bilhões de dólares.

À medida que as águas recuam lentamente, milhares de deslocados, muitos deles refugiados em barracas, voltam para suas regiões para tentar retomar suas vidas.

Entre eles estavam os passageiros do ônibus incendiado na noite de quarta-feira. A polícia informou que as vítimas morreram quando o veículo pegou fogo nos arredores da cidade de Karachi.

"Retornavam para sua localidade quando foram afetados pelo acidente", declarou Vinod Kumar, secretário de Saúde distrital.

"Aparentemente, o fogo teve origem no sistema de ar condicionado do ônibus, mas a investigação revelará a verdadeira causa", disse o policial Hashim Brohi.

O Paquistão registra muitos acidentes fatais de trânsito devido aos veículos com pouca manutenção, rodovias em péssimo estado, direção temerária e serviços de emergência pouco treinados.

As inundações históricas no país mataram 1.700 pessoas.

Equipes de resgate estão indo de porta em porta em Kentucky em meio à piora do clima, enquanto continuam os esforços de busca por vítimas das graves inundações que devastaram o leste do estado, disse seu governador no domingo (31).

Algumas áreas da região permanecem inacessíveis depois que as inundações transformaram estradas em rios, destruíram pontes, varreram casas e mataram pelo menos 26 pessoas, segundo os últimos dados oficiais.

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A dificuldade em conseguir serviço de telefonia celular também complica os esforços dos socorristas.

"Esta é uma das inundações mais devastadoras e mortais que já vimos em nossa história (...) E no momento em que estamos tentando cavar, está chovendo", disse o governador Andy Beshear ao programa "Meet the Press", da NBC.

"Vamos trabalhar para ir de porta em porta. Trabalhar para encontrar, novamente, o máximo de pessoas que pudermos. Vamos até trabalhar na chuva. Mas o clima está dificultando", garantiu Beshear.

Anteriormente, o governador havia indicado que o número de mortos pelas enchentes aumentaria ainda mais.

"Vamos encontrar corpos por semanas, muitos deles varridos centenas de metros", declarou.

- Ameaças de mais inundações -

As inundações causadas pelas chuvas torrenciais que começaram na quarta-feira atingiram uma região do estado que já sofria de extrema pobreza. A crise é impulsionada pelo declínio da indústria do carvão, que era o coração de sua economia.

"Destruiu áreas onde as pessoas já não tinham muito", disse Beshear.

Algumas áreas do estado registraram mais de 200 milímetros de chuva em um período de 24 horas.

Por exemplo, o nível da água na bifurcação norte do rio Kentucky, na cidade de Whitesburg, bateu seu recorde em poucas horas, chegando a 7 metros.

O Centro de Previsão do Tempo do Serviço Nacional de Meteorologia alertou no domingo sobre a possibilidade de inundações em uma faixa dos Estados Unidos, incluindo o centro e o leste de Kentucky.

“A ameaça de inundações repentinas aumentará ao longo do dia à medida que chuvas fortes e trovoadas se desenvolvem e se expandem”, anunciou em sua conta no Twitter.

O presidente Joe Biden emitiu uma declaração de desastre pelas inundações, permitindo que a ajuda federal complementasse as operações estaduais e locais de resgate e recuperação.

As inundações devastadoras em Kentucky deixaram pelo menos 25 mortos, mas esse número deve aumentar, anunciou neste sábado (30) o governador do estado do sul dos Estados Unidos, enquanto as equipes de resgate continuam procurando por sobreviventes.

As chuvas torrenciais desencadeadas no início desta semana causaram inundações repentinas sem precedentes no leste de Kentucky, uma região severamente afetada pela pobreza.

"Temos algumas notícias difíceis para compartilhar do leste de Kentucky hoje, onde ainda estamos na fase de busca e resgate. Nosso número de mortos subiu para 25 e deve aumentar", informou no Twitter o governador Andy Beshear, que havia divulgado anteriormente um saldo de 16 óbitos.

"Para todos no leste do Kentucky, estamos com vocês hoje e nas próximas semanas, meses e anos. Vamos superar isso juntos".

O governador havia dito anteriormente que centenas de pessoas foram resgatadas de barco desde que as inundações começaram na noite de quarta-feira, enquanto helicópteros da Guarda Nacional realizaram dezenas de resgates aéreos.

Algumas áreas do estado registraram mais de 200 milímetros de chuva em um período de 24 horas.

Por exemplo, o nível da água na bifurcação norte do rio Kentucky, na cidade de Whitesburg, bateu seu recorde em poucas horas, chegando a 7 metros.

As inundações transformaram muitas estradas em rios, e algumas casas em áreas baixas ficaram quase completamente submersas, com apenas seus telhados visíveis.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, declarou o estado em "desastre natural" e aprovou reforços federais para apoiar as áreas afetadas por "tempestades, inundações, deslizamentos de terra e avalanches".

Em dezembro, dezenas de tornados violentos atingiram cinco estados do centro dos Estados Unidos, principalmente Kentucky, matando pelo menos 79 pessoas.

Pelo menos dez pessoas morreram e cerca de 2 milhões estão ilhadas devido a inundações no nordeste de Bangladesh, um número não visto nos últimos 20 anos, afirmaram as autoridades neste sábado (21).

As águas vindo do nordeste da Índia romperam uma grande barragem do rio Borak, compartilhada pelos dois países, inundando pelo menos 100 aldeias, disse Mosharraf Hossain, administrador-chefe da região.

"Até agora, cerca de duas milhões de pessoas estão ilhadas pelas inundações", acrescentou Hossain, acrescentando que pelo menos dez pessoas morreram desde o início da semana.

Muitas áreas de Bangladesh são propensas a inundações, e especialistas dizem que as mudanças climáticas estão aumentando a probabilidade de eventos climáticos extremos.

O balanço das inundações que afetam a costa leste da Austrália há uma semana subiu para 20 mortos nesta terça-feira (8), depois que os corpos de um homem e uma mulher foram encontrados em Sydney.

A polícia suspeita que as vítimas são uma mulher e o filho que eram considerados desaparecidos e cujo veículo foi encontrado abandonado em um canal.

Dezenas de milhares de moradores de Sydney receberam ordens nesta terça-feira para abandonar suas casas, depois que tempestades severas provocaram inundações em grande parte da maior cidade do país.

O serviço meteorológico nacional alertou para "duras 48 horas pela frente" na cidade, com 60.000 pessoas sujeitas a ordens de evacuação nas áreas afetadas, segundo os serviços de emergência.

A região norte do estado de Nova Gales do Sul, onde as inundações destruíram casas, arrastraram automóveis e isolaram centenas de moradores, iniciou um longo processo de limpeza.

Quase 800 pessoas permanecem em abrigos de emergência apenas em uma área do norte do estado, informou a secretária de Emergências, Charlene York.

O papa Francisco lamentou neste domingo (16) as vítimas das chuvas e inundações que atingem o Brasil desde o fim de dezembro.

"Expresso minha proximidade às pessoas atingidas pelas fortes chuvas e inundações em diversas regiões do Brasil nas últimas semanas. Rezo pelas vítimas e seus familiares e por aqueles que perderam a casa. Que Deus apoie o empenho dos que estão levando socorro", disse o pontífice em seu Angelus dominical.

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Entre o fim de dezembro e o início de janeiro, 26 pessoas morreram em função das chuvas na Bahia, enquanto mais de 100 mil ficaram desalojadas ou desabrigadas.

Já Minas Gerais contabiliza pelo menos 25 vítimas no atual período chuvoso, além das 10 mortes provocadas pelo desabamento de um paredão rochoso sobre lanchas de turismo em Capitólio.

Da Ansa

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