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O deputado estadual de São Paulo, Eduardo Suplicy (PT), revelou em uma entrevista recente que foi diagnosticado com a doença de Parkinson e que, atualmente, faz tratamento com cannabis medicinal. O petista descobriu a condição no fim de 2022 e disse que os sintomas ainda são leves, por se tratar de um estágio inicial. As informações foram divulgadas na coluna de Mônica Bergamo, da Folha de São Paulo. 

Desde fevereiro, a cannabis faz parte de sua rotina médica. Suplicy geralmente sente tremores nas mãos e dores musculares na perna esquerda. A medicação natural ajuda a aliviar os sintomas e aumenta a qualidade de vida do parlamentar, que tem 82 anos.  

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“Eu estava com certos tremores nas mãos, especificamente na hora de comer, de segurar os talheres, de tomar uma sopa. Tremia um pouco”, disse o petista na entrevista. “Tinha também dores musculares na perna esquerda.” Ele contou, ainda, ter algum desequilíbrio, que o fazia quase cair ao tropeçar em algum objeto. Para se tratar, Suplicy importa a cannabis industrializada, vendida em potes de vidro de tamanho padrão. O deputado defende a regulamentação da cannabis medicinal no país e participou, esta semana, da Expo Cannabis Brasil, em São Paulo. 

Na entrevista, o deputado afirmou que está tomando cinco gotas do medicamento no café da manhã, cinco gotas à tarde e outras cinco à tarde. Ele também usa o Prolopa, remédio contra o Parkinson. 

Nesta terça-feira (19), Suplicy pretende participar de uma audiência pública na Comissão de Legislação Participativa da Câmara dos Deputados. O grupo vai discutir a regulamentação do cultivo e da distribuição da cannabis no país. 

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Ozzy Osbourne é conhecido por muitos como um astro do rock por ser integrante da banda Black Sabbath. Com muitos anos de carreira, o cantor aproveitou muito a vida e coleciona diversas aventuras e shows. Entretanto, a idade chega para todos, e alguns problemas relacionados à ela podem se desenvolver, como o Parkinson.

O artista de 74 anos de idade foi diagnosticado com a doença em 2003, mas só revelou aos fãs em 2020. Junto do Parkinson, Ozzy também teve um acidente quase fatal em um quadriciclo, também em 2003, e uma queda em casa em 2019. Por conta disso, ele precisou passar por uma cirurgia na coluna, o que o debilitou ainda mais.

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Entretanto, parece que, mesmo assim, Osbourne ainda continua ativo e com muito amor pela música. Em uma conversa com o Daily Mail, Sharon Osbourne, esposa do cantor, e Kelly, uma das filhas do astro, revelaram que Ozzy ainda vive sua vida como quer.

- Ele tem Parkinson e uma terrível cirurgia na coluna e ainda se levanta todos os dias, e ainda faz música, e ainda faz aulas de canto. [...] Sabe, ele está vivendo sua vida.

Kelly ainda contou que a personalidade do pai continua a mesma. Segundo ela, o ex-integrante do Black Sabbath anda acordando cedo para assistir audiências judiciais dos julgamentos de OVNIs.

- Ele está realmente em uma situação alienígena agora. Esta manhã, desci para pegar uma mamadeira para o bebê porque estava hospedado com meus pais nas últimas semanas e o encontrei assistindo ao vivo às audiências judiciais dos julgamentos de OVNIs. São seis horas da manhã!

Por fim, a filha de Ozzy comentou que, por estar passando um tempo na casa dos pais, a relação de seu filho e de Ozzy anda muito próxima:

- Ele realmente faz meu pai feliz.

Que fofura!

Michael J. Fox abriu o jogo sobre a vida com Parkinson, na qual foi diagnosticado em 1991, quando tinha apenas 29 anos de idade. O ator de 61 anos de idade, conhecido pela trilogia De Volta Para o Futuro, falou em entrevista ao programa de televisão estadunidense, CBS Sunday Mornings, sobre sua saúde e como é dolorosa sua realidade de viver com a doença progressiva.

Fox se aposentou da atuação em 2020 devido aos sintomas - que incluíam tremores, problemas nos movimentos, coordenação e rigidez muscular. Ao ser questionado se perdeu muita de sua capacidade física, o ator contou:

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- Minha vida está preparada para que eu possa levar o Parkinson comigo se for preciso. Não vou mentir. Está ficando difícil, está ficando mais difícil.

Fox então continuou contando sobre a dificuldade da doença.

- Você não morre de Parkinson. Você morre com Parkinson. Então, tenho pensado sobre a mortalidade disso. Não vou fazer 80 anos. Não vou fazer 80, disse ele.

Pesquisadores brasileiros desenvolveram uma tecnologia para detectar a doença de Parkinson em diferentes estágios nesta semana. Trata-se de um sensor eletroquímico, manufaturado em impressora 3D, que pode antecipar o diagnóstico, permitindo o tratamento precoce e que funciona como modelo para a identificação de outras doenças.  

O estudo conduzido por pesquisadores das universidades Estadual de Campinas (Unicamp) e Federal de São Carlos (UFSCar) foi publicado na revista científica Sensors and Actuators B: Chemical. A pós-doutoranda no Instituto de Química da Unicamp (IQ-Unicamp), Cristiane Kalinke, pesquisadora visitante da Universidade Metropolitana de Manchester (Reino Unido) e a primeira autora do artigo explicou como o dispositivo pode auxiliar na detecção da doença. “O sensor indica rapidamente a concentração da proteína PARK7/DJ-1 no plasma sanguíneo humano e em fluido cerebrospinal sintético. A molécula está relacionada à doença de Parkinson em níveis abaixo de 40 microgramas por litro”.

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A pesquisadora reitera que a tecnologia tem a vantagem de poder ser impressa em diversos formatos e tamanhos, inclusive em miniatura, criando dispositivos realmente portáveis, que demandem uma quantidade muito pequena de amostra.   

Para construir o sensor, os pesquisadores utilizaram um filamento comercial composto basicamente associado a um material condutor e outros aditivos. Três eletrodos foram impressos em plástico com tecnologia 3D e passaram por um tratamento químico que os tornaram ainda mais condutores e estimularam em suas superfícies a formação de grupos funcionais que se ligam com anticorpos, segundo explicação dos pesquisadores à Agência Fapesp.

Os passos seguintes do trabalho, que contou com apoio da Fapesp, foram imobilizar anticorpos específicos e aplicar o sensor na detecção da proteína em níveis de concentração. Os autores acreditam que a plataforma possa abrir portas para o reconhecimento de outros diagnósticos de outras doenças como diabetes tipo 2, infertilidade, câncer, entre outros.  

“Dificilmente um paciente vai a uma consulta médica em busca de um exame de rotina para detectar Parkinson em estágio inicial”, ponderou Juliano Alves Bonacin, professor do Departamento de Química Inorgânica do Instituto de Química na Unicamp (IQ-Unicamp) e supervisor do estudo. Segundo ele, a ideia foi construir um dispositivo que permitisse o monitoramento ao longo do tempo e alertasse médicos e pacientes no caso de alterações nos níveis na proteína.

Lars Von Trier levou um baita susto nos últimos dias. Isso porque, de acordo com a produtora Zentropa, responsável pelos projetos do diretor, ele foi diagnosticado com Parkinson aos 66 anos de idade. Figura cativa em Cannes, sua agenda de entrevistas e compromissos será diminuída por conta da doença.

Em concordância com Lars von Trier, queremos informar que ele foi diagnosticado com o Mal de Parkinson antes das férias de verão. Lars está de bom-humor e recebendo tratamento para seus sintomas, para que possa completar Riget Exodus, dizia a nota.

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Von Trier ficou conhecido por dirigir filmes polêmicos como Ninfomaníaca, O Anticristo e Dogville. Em 2011, ele afirmou ser um nazista, o que lhe rendeu o banimento do Festival de Cannes por quase dez anos. Atualmente, o cineasta trabalha na terceira e última parte do reboot do seriado The Kingdom.

Hoje (4) é comemorado o Dia do Parkinsoniano, ou seja, pessoas que possuem a Doença de Parkinson ou Mal de Parkinson. Essa doença é um distúrbio do sistema nervoso central que afeta o movimento dos braços e pernas, muitas vezes incluindo tremores. Alguns artistas possuem essa doença, como os atores Michael J. Fox, o cantor e ator Eduardo Dussek, James C. Reynolds (1941-2015) e Paulo José (1937-2021). 

Michael J. Fox – Descobriu há três décadas. Ele prefere mostrar integridade e ver a parte positiva dessa doença. Em entrevista à revista “AARP”, Fox afirmou que para ele, não faz diferença não dispor da cura e que está "feliz" com a jornada que percorre. O que o afeta é deixar de lado o cinema, a carreira de seu sonho. Ele aprendeu a lidar com a doença e aceitar a sua realidade. 

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Eduardo Dussek – Em entrevista à revista “Quem”, Dussek explicou que tenta extrair os pontos positivos da doença, assim como Claudia Rodrigues que luta contra a esclerose múltipla. Também explicou que suas mãos tremem, mas consegue controlar. Descobriu há oito anos e quer ajudar pessoas a lidarem com essa doença, para isso, pretende escrever um livro. Para controlar, pratica atividades físicas e conta com a ajuda de seis médicos. 

James C. Reynolds (1941-2015) - Pai do ator Ryan Reynolds, sofria da doença há cerca de 20 anos. Segundo a revista “People”, Ryan afirmou que seu pai não contava sobre a doença com as pessoas e que fez com que o diagnóstico aproximasse a família. No Twitter, Ryan pediu a seus seguidores que acessassem o link da fundação “Michael J. Fox Foundation”. 

Paulo José (1937-2021) - Ele descobriu em 1993 que sofria da doença caracterizada por movimentos involuntários e tremores. Em entrevista à revista “Época”, Paulo afirmou que a doença não aparecia visualmente nos exames, mas os sintomas a cada vez, se tornavam mais fortes e que, a descoberta da doença foi a parte mais fácil, se comparado com os sintomas. Mesmo com a doença, Paulo dirigiu dez peças e participou de 19 filmes. Morreu em 11 de agosto do ano passado, em decorrência de uma pneumonia.

Por Camily Maciel

Pacientes portares de Parkinson lamentam a falta no repasse de dois dos principais medicamentos para o tratamento da doença. Segundo a Associação de Parkinson de Pernambuco (ASPPE), a farmácia do Governo do Estado deixou de garantir a entrega e as substâncias estão em falta para mais de 180 associados.

"O Estado precisa fazer a parte dele. Diante dessa situação que está se repetindo, iremos acionar o Ministério Público de Pernambuco”, garantiu a presidente da ASPPE, Maria José. A indignação é resultado do atraso de seis meses do remédio Mantidan e, da falta de repasse de aproximadamente uma semana do Propola 200mg/50mg. De acordo com a representante, uma unidade do Prolopa custa cerca de R$ 100 e, por mês, os pacientes precisam de pelo menos três doses.

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Procurada pela reportagem do LeiaJá, a Secretária de Saúde de Pernambuco (SES) informou que os medicamentos ainda estão em processo de aquisição e não deu prazo para que a Farmácia do Estado os disponibilize. Apenas o Propola está abastecido, porém na apresentação de 100mh/25mg. Confira a resposta da SES na íntegra:

"A Farmácia de Pernambuco informa que está abastecida do medicamento ledovopa + cloridrato de benserazida (nome comercial Prolopa) na apresentação 100mg/25mg. Em relação à apresentação 200mg/50mg do fármaco, tramitam, atualmente, processos de aquisição do medicamento. Sobre o cloridrato de amantadina 100mg (nome comercial Mantidan), os últimos processos de compra para o medicamento deram fracassado, ou seja, as empresas não atenderam as especificações do certame. Com isso, a SES precisou iniciar outro processo de aquisição, que está em fase final de andamento."

Ozzy Osbourne, um dos maiores ícones do rock mundial, revelou um problema sério de saúde nesta terça (21). Durante entrevista na TV americana, o músico contou sofrer de PRKN 2, uma forma da doença de Parkinson. Agora, ele deve se submeter a um tratamento para poder voltar aos palcos. 

A doença foi descoberta em 2019 quando, após um acidente, Ozzy precisou ser submetido à uma cirurgia no pescoço. Após o procedimento, o Príncipe das Trevas passou a sentir fortes dores e foi diagnosticado com PRKN 2. A doença causa dores nas articulações, dormência nos braços e nas pernas. O músico chegou a correr o risco de ficar impossibilitado de caminhar por conta do mal.

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Mas, apesar da gravidade do caso, Ozzy chegou a gravar um novo disco, lançado no final do último ano. A novidade chegou após uma década sem que o roqueiro lançasse novos álbuns. Em entrevista ao Good Morning America, nesta terça (21), o músico de 71 anos contou que deve ir para a Suíça onde fará um tratamento para que possa retornar aos palcos e shows. 

 

Quem ligou a televisão nesta quinta-feira (12) e sintonizou na Globo, viu que o passado veio à tona. Sucesso no começo dos anos 2000 com o clássico Wherever You Will Go, a banda The Calling esteve presente no programa Encontro, apresentado por Fátima Bernardes.

Conversando com a apresentadora, o vocalista Alex Band revelou que um problema de saúde afetou sua carreira. "Eu tive um filho, o que foi incrível, mas nós [integrantes da banda] ficamos fora por 10 anos. Eu fui diagnosticado com Parkinson, fiquei no hospital, na cadeira de rodas por quase um ano. Me disseram que eu nunca ia cantar novamente", contou.

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"Demorou anos para conseguir voltar saudável e por uma recuperação milagrosa eu voltei", completou. Na atração matinal, Fátima disse para Alex que estava feliz em vê-lo novamente nos palcos. "Eu sou um lutador", respondeu o cantor.

Pesquisadores brasileiros e americanos da Universidade Federal do Rio (UFRJ) e da Escola de Medicina da Universidade da Virgínia (EUA) conseguiram determinar, pela primeira vez, o exato momento em que o Parkinson começa a se desenvolver. A descoberta pode ajudar no diagnóstico precoce da doença e no tratamento.

Os cientistas já sabiam que o Parkinson - uma enfermidade neurodegenerativa progressiva - está ligado ao acúmulo no cérebro de agregados da proteína alfa-sinucleína. Agora, os especialistas conseguiram identificar a formação inicial dessas estruturas e também como elas se espalham pelo cérebro. O trabalho foi publicado na Communications Biology, uma revista científica da Nature.

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Atualmente, o diagnóstico da doença é clínico, feito somente muito tempo depois dos primeiros estágios da enfermidade, quando o paciente já apresenta sintomas. Da mesma forma, não existe tratamento definitivo, apenas paliativo.

Por isso, compreender como essas estruturas se organizam é fundamental para identificar os estágios iniciais da doença. Antes de formar os agregados de alfa-sinucleína, as proteínas passam por um estágio intermediário, chamado de oligômeros.

"Uma pessoa desenvolve Parkinson ao longo de toda uma vida. A conversão entre os diferentes estágios da proteína acontece lentamente e as estruturas intermediárias e os filamentos vão se acumulando no cérebro durante muito tempo. E não sabemos qual dos dois desencadeia o surgimento dos sintomas nem qual é o mais tóxico para as células", explica o pesquisador Guilherme de Oliveira, da Universidade da Virgínia, principal autor do estudo. "Se conseguirmos entender o início dessa conversão, poderemos desenvolver uma terapia para o tratamento precoce da doença", acrescenta. Parkinson tem prevalência de 100 a 200 casos por 100 mil habitantes. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

 

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A equipe de projetos em tecnologia assistiva do curso de engenharia mecânica do IFPE. (Rafael Bandeira/LeiaJáImagens)

A mágica precisa de apenas sete minutos para acontecer. Dos primeiros desenhos cuidadosos dos estudantes do curso de engenharia mecânica do Instituto Federal de Pernambuco (IFPE), uma impressora 3D é capaz de transformar vidas. Desde o ano de 2014, o professor Ângelo Costa e seus alunos trabalham na concepção e impressão de dispositivos que já auxiliaram 29 pacientes do Hospital das Clínicas (HC), localizado no Recife, acometidos por doenças como artrite, artrose e Parkison, todas responsáveis por causar de rigidez muscular, que dificulta a realização das Atividades da Vida Diária (AVD), isto é, tarefas básicas de autocuidado, como vestir-se, escovar os dentes e até alimentar-se. Viabilizado a partir de um edital do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), o projeto é uma parceria com o Departamento de Terapia Ocupacional da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).

“Começamos trabalhando apenas com Parkinson, depois fomos expandindo para outras doenças. Percebemos que o terapeuta faz o diagnóstico, mas precisa de certas ferramentas, que chamamos de adaptações, dispositivos que, muitas vezes, nem existem no mercado nacional”, coloca o professor Ângelo. A falta de equipamento faz com que os terapeutas mais habilidosos construam os dispositivos manualmente, com materiais adaptáveis ao corpo, como o espuma vinílica acetinada (EVA). “Nossa ideia foi entrar com a engenharia, para desenvolver produtos melhores e comercializáveis a um preço melhor”, completa.

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Utilizando o ABS como matéria-prima, a primeira grande demanda do grupo foi a produção do “engrossador”, conforme o professor batizou o dispositivo cilíndrico capaz de se acoplar a objetos como agulhas e canetas, devolvendo a capacidade do usuário de executar atividades importantes. “Outro produto criado por nós foi o abridor de zíper. Uma peça pequena, muito simples, que serve para abrir e fechar roupas ou mochilas sem que o usuário precise pedir ajuda o tempo todo”, explica Ângelo. A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que 1% da população mundial com mais de 65 anos sofre de Parkinson e 200 mil brasileiros estão acometidos pela doença. Além da rigidez muscular e dos famosos “tremores”, em estágios mais avançados da enfermidade, os sintomas depressivos são as manifestações não-motoras mais frequentes entre os pacientes.

“Muita gente começa se enclausurar e ter medo de sair de casa para não passar pelo constrangimento de precisar de auxílio de outras pessoas para realizar ações simples, como ir ao banheiro ou pentear o cabelo. Para nós, é muito gratificante desenvolver algo que mudou a vida de alguém”, vibra o professor.

A escada é longa

Um total de 112 degraus, segundo a filha, ou 92 em sua modesta opinião. Dona Maria Amara da Silva sobe rumo ao culto evangélico. Inspira, perna direita, perna esquerda, perna direita, expira. Com os dedos do pé enrijecidos pelo Parkinson, a aposentada de 65 anos considera que “cada degrau é uma vitória” e batalha com o próprio corpo para continuar frequentando um dos poucos espaços de sociabilidade a que ainda tem acesso. Ela canta no coral da Igreja e louva “Jesus há 20 anos”, mas já sente a rebeldia da voz trêmula, imitando a tendência das mãos e das pernas, sobretudo em momentos de nervosismo. “Esse problema de Parkinson é terrível, deixa a pessoa debilitada”, resume. Diagnosticada como acometida pela doença desde o ano de 2010, Dona Maria foi uma das pacientes do HC que tiveram acesso aos dispositivos dos alunos do professor Ângelo durante as atividades fisioterapêuticas.

Dona Maria foi diagnosticada com doença de Parkinson no ano de 2010. (Júlio Gomes/LeiaJá Imagens)

Ex-cabelereira talentosa e desenvolta com o público, Dona Maria se acostuma à timidez. As mãos, antes rápidas e bem entrosadas com todo tipo de cabelo, passaram de motivo de orgulho a causa maior do constrangimento diante dos conhecidos. “Começo a me tremer, o povo olha pra mim e fico com vergonha”, cochicha. Certa vez, ao precisar assinar alguns papéis antes de receber uma determinada quantia em dinheiro, ela precisou explicar o porquê de não conseguir reproduzir a própria assinatura, diante da desconfiança do receptor da documentação. “Ele olhou pra mim e disse: ’você está modificando a assinatura’. Às vezes fica igual, às vezes não. Fiquei toda constrangida”, conta.

A dificuldade de escrever, aliás, é comum entre os doentes de Parkinson. “Os pacientes sempre relatam dificuldades com a escrita. Pelo fato de se tratar de uma doença progressiva, todos acabam adquirindo os tremores e tendo uma piora na movimentação da musculatura”, coloca Andore Asano, neurologista do HC e um dos médicos responsáveis pelo tratamento de Maria Amara.

Dentre os equipamentos usados pelo hospital durante o tratamento de Maria Amara, o “engrossador” foi o responsável pelos exercícios de escrita. A paciente, embora tenha aprovado os procedimentos da fisioterapia, confessa se sentir envergonhada com a possibilidade de utilizar o dispositivo fora do tratamento. “Se eu levasse isso por aí você não acha que o povo ia ficar olhando não? Seria estranho chegar com uma caneta diferente, a não ser que fosse em casa mesmo, para ficar treinando”, comenta.

Formação humanizada

Embora os alunos pioneiros do projeto já tenham se formado, a determinação do professor Ângelo parece contagiar gerações inteiras de seu núcleo de pesquisas em tecnologia assistiva. O estudante Mineu Lins vibra com a oportunidade de, logo no segundo período, participar do desenvolvimento de iniciativas na área. “É muito estimulante. Engenharia não é só tecnologia, desenvolvemos equipamentos que serão utilizados por pessoas, isso é mais importante do que pensar em quanto o produto custará ou no lucro que dará. Isso humaniza nossa formação”, afirma o rapaz.

Um dos primeiros cadeirantes do curso, Mineu trabalha na adaptação do Instituto para pessoas que não podem andar. (Rafael Bandeira/LeiaJá Imagens)

O gosto por montar e desmontar todo tipo de buginganga abriu o apetite do estudante para a engenharia. Um dos primeiros cadeirantes do curso de engenharia mecânica do Instituto, Mineu ganhou atenção especial do professor logo no primeiro período. “Por causa da minha vivência na cadeira de rodas, Ângelo me chamou para compor a equipe. A maioria dos engenheiros se baseia em teoria, eu tenho a prática. Também estamos desenvolvendo um projeto para adaptar a estrutura do curso para cadeirantes”, relata.

De acordo com Mineu, preliminarmente, a equipe acredita que a metodologia ideal é criar um exoesqueleto que permita ao cadeirante acessar toda o equipamento do IFPE. “Tenho muita dificuldade de mexer nas máquinas daqui. No mercado, sabemos que as empresas dificilmente vão trocar tudo para receber os cadeirantes, então acreditamos que o projeto seria mais interessante se adaptasse o estudante às máquinas”, explica Mineu.

 

 

Mineu trabalha ainda em um terceiro projeto em parceria com o professor Ângelo, voltado para a correção de postura de cadeirantes. “Não sinto nada abaixo da lesão, então não tenho como monitorar minha coluna. O projeto visa instalar vários sensores no assento, para que quando alguma parte do corpo estiver fazendo mais pressão do que o outro, o usuário seja notificado por um aplicativo de celular”, conta. Almofadas de ar com a finalidade de dividir o peso do corpo já existem, mas nunca com preço inferior a R$ 1 mil. Ao lançar mão de equipamentos nacionais, como o arduíno, a equipe espera baratear o produto. “Muito cadeirantes não estão saindo de casa com medo do que vão encontrar do lado de fora. Se eles souberem que tudo que tem do lado de fora é fácil, eles não ficarão isolados”, acredita.

Interdisciplinaridade

Lídia comemora a possibilidade de poder trabalhar com profissionais de diversas áreas, estando no segundo período. (Rafael Bandeira/LeiaJá Imagens)

Outra integrante do grupo de tecnologia assistiva, a estudante Lídia dos Santos comemora a possibilidade de conviver com profissionais de diversas áreas do conhecimento. “Facilita bastante nosso trabalho, porque cada profissional coloca um olhar diferente no projeto”, afirma ela. De acordo com o professor Ângelo, a oportunidade de atuar em equipes interdisciplinares ainda no segundo período é preciosa. “No mercado, é comum que muitas empresas atuem com esse tipo de dinâmica, que é muito difícil. Além disso, nenhum produto que a gente encontra é desenvolvido por uma única pessoa. Ainda que ele tenha um idealizador, existe uma equipe multidisciplinar envolvida em sua concepção”, conclui.

Reportagem integra a série “Além da técnica: a função social dos Institutos Federais”, que conta história dos dez anos dos Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia, traçando um paralelo entre a contribuição dos projetos de extensão das instituições e o respaldo na sociedade, seja na forma de inclusão de classes mais baixas na educação, como também no benefício direto da população pelas pesquisas realizadas nos institutos. A seguir, confira as demais matérias da série:

Além da técnica: a função social dos Institutos Federais

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Alan Alda, que estrelou o seriado cult dos anos 70 "M*A*S*H", revelou nesta terça-feira (31) que é portador de Parkinson.

Alda, 82 anos, informou que foi diagnosticado com este distúrbio do sistema nervoso central há três anos e meio.

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"Decidi revelar que tenho Parkinson para encorajar outras pessoas a tomar uma atitude", afirmou em um post no Twitter.

"Minha vida é plena. Eu atuo, dou palestras, faço meu podcast", acrescentou. "Tenho aulas de boxe três vezes por semana, jogo tênis duas vezes por semana, e tomo apenas uma pílula".

"E não me encontro em um estado de demência. Não sou mais demente do que era antes", disse ainda.

"Se você tem esse diagnóstico, se mexa!"

Em uma entrevista ao programa "CBS This Morning", Alda disse que o único sintoma que ele experimentou até agora foi um tremor em seu polegar.

Além de "M*A*S*H", Alda também é conhecido por sua participação na premiada série política "The West Wing" e foi indicado a Oscar pelo filme "O Aviador".

O cantor Neil Diamond anunciou que vai cancelar todas suas apresentações devido ao fato de que foi diagnostico com Mal de Parkinson.

Seguindo o conselho de seu médico, Diamond, que faz 77 anos nesta quarta-feira, cancelou seus shows na Austrália e Nova Zelândia previstos para março, dentro de sua turnê mundial para comemorar os 50 anos de seu primeiro álbum.

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No entanto, assinalou em um comunicado, que pretende "continuar escrevendo, gravando e realizando outros projetos por muito tempo".

"É com grande pesar que anunciou minha retirada da turnê de shows. Eu me sinto muito honrado de ter realizado espetáculos nos últimos 50 anos", acrescentou cantor nascido no Brooklyn.

Também agradeceu a seus fãs: "Esta viagem foi tão boa, tão boa, tão boa graças a vocês", afirmou, aludindo à letra "This ride has been 'so good, so good, so good' thanks to you" de sua canção "Sweet Caroline".

Diamond, que largou a Universidade de Nova York para escrever canções para astros como o grupo The Monkees, da série cult de tv, acabou encontrando a própria fama no final dos anos 1960.

Do folk, passou para um rock mais provocativo, mas Diamond ganhou uma base de fãs com temas mais suaves evocando o pop clássico.

Integrado ao Hall da Fama do Rock and Roll, Diamond será novamente honrado no domingo com um prêmio por sua carreira na cerimônia do Grammy.

A Primeira Turma do Tribunal Superior do Trabalho (TST) considerou discriminatória a dispensa de um supervisor de exportação da empresa de alimentos Marfrig Alimentos S.A. O funcionário demitido é portador de doença de Parkinson.

O supervisor afirmou que a doença de Parkinson foi detectada cinco anos antes da dispensa e o fato era conhecido por colegas e superiores. Dois meses antes de sua saída, ele passou a apresentar sintomas de rigidez e bradicinésia - que é a lentidão anormal dos movimentos voluntários - e se submeteu a cirurgia para colocação de um neuroestimulador.

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O ex-funcionário acusou a empresa de não prestar auxílio. Pelo contrário, ele foi demitido mesmo a empresa sabendo que ele não poderia se aposentar. Considerando a dispensa discriminatória, o supervisor pediu a reintegração ao emprego e pagamento dos salários do período. 

A Marfrig contestou. Segundo o TST, a empresa não negou saber da doença, mencionando apenas a inexistência de nexo causal entre ela e as funções exercidas.

O Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região, em São Paulo, manteve a sentença que determinou a reintegração, assinalando que os documentos anexados pelo supervisor demonstraram que desde dezembro de 2007 ele apresentava sintomas da doença, o que tornaria sem valor o exame demissional realizado em julho de 2011.  O entendimento prevaleceu no TST.

 

O relator do agravo pelo qual a Marfrig pretendia questionar a condenação, ministro Hugo Carlos Scheuermann, lembrou que é do empregador o ônus de demonstrar que a dispensa se deu sem a ciência do estado do empregado, para afastar a presunção de discriminação. Para o relator, não houve registro de que a dispensa tenha se dado por outro motivo que não a condição de saúde do supervisor. 

A pesquisa de um professor brasileiro pode ser um passo importante na descoberta de medicamentos para prevenção de Alzheimer e Mal de Parkinson. O estudo do professor Leandro Bergantin, da Universidade Federal de São Paulo, pretendia elucidar o mecanismo pelo qual os bloqueadores de cálcio, usados para reduzir a pressão arterial, por vezes tinham o efeito contrário, porém, no decorrer do trabalho, ele percebeu que o medicamento poderia ser voltado para doenças neurodegenerativas e psiquiátricas.

“Um importante estudo clínico publicado em 2016 descreveu que pacientes hipertensos, os quais faziam uso de bloqueadores de canais de cálcio, possuíam uma significante redução da incidência de Mal de Alzheimer. A partir dessa nossa descoberta, a qual elucida o enigma do "paradoxo de cálcio", pudemos inferir no mecanismo celular pelo qual os bloqueadores de canais de cálcio também poderiam reduzir a incidência de Mal de Alzheimer”, explicou Leandro Bergantin, doutor em ciência e professor da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

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O livro publicado a partir da pesquisa, intitulado From discovering “calcium paradox” to Ca2+/cAMP interaction: Impact in human health and disease, esteve entre os mais vendidos da Amazon. Ainda sem versão para o português.

Não há uma previsão para a conclusão dos estudos, que estão sendo feito em parceria com pesquisadores estrangeiros, no entanto, o resultado pode ser um grande avanço para o tratamento de doenças cada vez mais presentes com o envelhecimento populacional.

Para informar sobre o Parkinson e seu diagnóstico, a Faculdade Joaquim Nabuco (Recife) recebe nos dias 27 e 28 de outubro o II Seminário de Atenção Integral à Pessoa com Parkinson.

O seminário será promovido pela Associação de Parkinson de Pernambuco (ASP) gratuitamente e aberto ao público interessado. O objetivo é orientar os participantes e mostrar a importância do tratamento realizado com acompanhamento de profissionais capacitados. A programação contará com palestras das 8h às 16h nos dias do evento.

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Serviço

II Seminário de Atenção Integral à Pessoa com Parkison

27 e 28 de outubro | 8h às 16h

Auditório Faculdade Joaquim Nabuco (Avenida Guararapes, 233, Centro)

Programação

Dia 27

8h - Entrega das pastas, crachás e assinatura da ata de presença

8h30 - Abertura

9h - Palestra: “Como conviver bem com Parkinson” – Dr.  Paulo Tadeu Brainer

10h -  Coffe Break

10h15 - Palestra: “Comunicação e deglutição na doença de Parkinson” – Dra. Larissa Costa Barros Lins

11h15 - Palestra ”Prevenção de queda” – Dra. Adriana Miranda

12h15 - Lanche

13h - Atividades de descontração

14h - Palestra: ”Prevenção de câncer de mama e colo do útero”

15h - Palestra: ”Prevenção de doenças mais comuns do coração”

Dia 28

8h - Palestra: “Prevenção de algumas doenças infecto-contagiosas”

9h - Palestra: “Importância da música para o tratamento da doença de Parkinson” – Dra. Maria da Graça Porto de Aguiar

10h - Coffe Break

10h15 - Palestra:  “A importância da dança para o tratamento da doença de Parkinson” – Dra Lorena Loreto

11h15 – Palestra: ”A importância da auto-estima para o tratamento da doença de Parkinson” – Dras.: Jéssica Caroline Tenório e Sirley Almeida da Silva

12h15h - Lanche

13h - Atividades de descontração

14h - Palestra: ”Uso corretos dos medicamentos e principalmente os utilizados pelas pessoas com Parkinson” – Farmácia do Estado

15h - Palestra : “Cuidados essenciais para facilitar a vida das pessoas com Parkinson” – Dr. Antônio Rodrigo

Uma das maiores batalhas de Muhammad Ali não foi no ringue, mas contra o mal de Parkinson, que prejudicou severamente sua fala e habilidades motoras nos últimos 30 anos de vida.Para muitos especialistas, o transtorno neurológico incapacitante de Ali não foi um acidente, mas o resultado trágico da carreira de mais de três décadas como boxeador.

Ali foi diagnosticado com Parkinson em 1984, aos 42 anos, três anos depois de ter se aposentado, com 61 lutas profissionais no currículo.

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Na época, especialistas falaram de "demência pugilística", também conhecida como "síndrome do pugilista", para descrever os danos cerebrais observados em esportistas que acumulam múltiplos impactos violentos ao longo de suas carreiras. "Não podemos afirmar com certeza, mas há fortes suspeitas", disse à AFP Andre Monroche, chefe da comissão médica da Federação Francesa de Esportes de Contato.

"Hoje nós sabemos que golpes repetidos alteram as células nervosas, especialmente em um cérebro que não descansou", disse o especialista.

- 'Anormalidades profundas' -

Jean-François Chermann, neurologista no Leopold Bellan Hospital, em Paris, é categórico.

Em um livro de 2010 sobre o impacto dos golpes no boxe, Chermann afirma que Ali "no final das suas sessões de treinamento baixava a guarda e pedia ao seu parceiro de luta que lhe golpeasse na cabeça, para mostrar que ele era o mais forte".

"Há uma conexão entre sua doença atual e aquele tipo de práticas", escreveu Chermann na época.

Estudos médicos alertaram por muito tempo sobre as consequências do boxe e de outros esportes nos quais a cabeça recebe impactos frequentes.

Um estudo de 2008 da Universidade de Heidelberg, na Alemanha, escaneou os cérebros de 42 boxeadores e de 37 não-boxeadores. Foram encontradas "micro-hemorragias" nos cérebros de três dos pugilistas - provavelmente resultado do forte impacto dos golpes nos ringues, que danificaram o tecido cerebral.

"Essas alterações são prováveis precursoras de danos cerebrais mais graves, como a doença de Parkinson ou a demência", disseram os autores do estudo.

Em 2013, uma pesquisa publicada na revista Scientific Reports revelou "anormalidades profundas" na atividade cerebral de jogadores de futebol americano aposentados.

Atividades incomuns no lobo frontal, observadas em ex-jogadores da National Football League (NFL) durante testes cognitivos, estavam em consonância com registros de golpes fortes que eles tinham recebido em campo.

Cerca de 30% dos pugilistas desenvolvem dificuldades neurológicas após a carreira, de acordo com Chermann. "Quanto mais nocautes você sofre, maiores os riscos".

Os riscos são ainda maiores para os pugilistas amadores, segundo o especialista. "Eles têm mais lutas, são menos monitorados e gastam menos tempo trabalhando na sua defesa em comparação com os profissionais", disse Chermann.

- Síndrome do segundo impacto -

Os nocautes são apenas a ponta do iceberg quando se trata de ferimentos na cabeça sofridos em uma gama de esportes, desde o rúgbi e o hóquei no gelo até o esqui, o judô e o hipismo, para citar apenas alguns.

Enquanto no boxe você vê os golpes chegando, em outros esportes as lesões podem passar despercebidas, disse Monroche.

"Também poderia ser um jogador de futebol que cabeceia muito. No boxe há um árbitro. Em outros esportes, ninguém intervém", afirma.

Desde que Ali pendurou as luvas, pesquisas mostraram a importância de pelo menos cinco dias de descanso para os atletas que sofrem golpes violentos, para evitar a "síndrome do segundo impacto" - uma condição responsável por dezenas de mortes de atletas todos os anos.

Em 2013, o rúgbi francês tomou uma iniciativa em relação ao problema, introduzindo monitoramento neurológico para jogadores profissionais. Nos Estados Unidos, jogadores de futebol americano e de hóquei no gelo também são observados de perto em caso de ferimentos na cabeça.

O Google acaba de adicionar uma colher inteligente ao seu portfólio de produtos tecnológicos. A empresa começou a comercializar a Liftware, utensílio que utiliza centenas de algoritimos para que pessoas com doenças que causam tremores, como o Mal de Parkinson, possam se alimentar normalmente, sem derrubar comida.

A colher possui no cabo um sensor que identifica o tremor e aciona um sistema estabilizador que mantém a comida no lugar quando a mão da pessoa está tremendo. De acordo com a empresa, o produto pode reduzir a possibilidade de o usuário derrubar o alimento em 76%.

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A doença neurológica que provoca tremores no corpo e afeta a mobilidade atinge aproximadamente 10 milhões de pessoas em todo o mundo, incluindo a mãe do co-fundador do Google, Sergey Brin. O executivo, inclusive, já doou mais de 50 milhões de dólares à instituições que investigam a cura da doença.

O produto já tinha sido apresentado ao público em 2013 pela startup Lift Labs, mas só agora começou a ser vendido no site da empresa. Nos Estados Unidos, ele é comercializado por 295 dólares (aproximadamente R$ 750).

Um estudo com canabidiol (CDB), substância presente na maconha, feito pela primeira vez com humanos, mostrou eficácia para melhorar a qualidade de vida e o bem-estar em pacientes diagnosticados com a doença de Parkinson. Segundo um dos coordenadores da pesquisa, professor José Alexandre Crippa, da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP, "com a vantagem de não ter apresentado nenhum efeito colateral".

O Brasil é um dos líderes no mundo em pesquisas com o canabidiol e o professor José Alexandre Crippa é um dos maiores estudiosos do tema, com mais de dez anos pesquisando a substância. Para o resultado ser válido, foram usados meios como o Parkinson Disease Questionnaire-39 (PDQ-39), considerado atualmente o mais apropriado para a avaliação da qualidade de vida e de sensação de bem-estar do indivíduo que tem a doença.

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O trabalho foi desenvolvido durante seis semanas em 21 pessoas com Parkinson, mas sem quadro de demência ou problemas psiquiátricos. Elas foram observadas por dez pesquisadores, sendo nove da Faculdade de Medicina da USP e um da Universidade Federal de Minas Gerais. Os resultados foram publicados no Journal of Psychopharmacology, da Associação Britânica de Psicofarmacologia.

Para Crippa, um dos motivos para a importância da pesquisa se deve ao fato de que hoje todos os medicamentos utilizados para tratar a doença de Parkinson causam problemas como alucinações, náuseas e delírios. "E uma complicação motora chamada discinesia tardia", completa.

Ele explica que isso ocorre porque são remédios que atuam no sistema de receptores da dopamina, substância química que tem um papel fundamental no controle das funções mentais e motoras, como a regulação da atenção, do estado de ânimo, a memória, a aprendizagem e até o movimento.

Para o pesquisador, é provável que o canabidiol atue no sistema endocanabinoide, formado por um conjunto de neurotransmissores que são semelhantes aos compostos químicos existentes na Cannabis sativa, a planta de onde é extraída a substância. "Isso pode explicar a ausência de efeitos colaterais e representa um passo importante para uma nova opção de tratamento da doença".

Humor

Na pesquisa também foi constatado que a nova substância acaba com a flutuação nos sintomas psiquiátricos, ou seja, a variação de humor comum em quem utiliza medicamentos para controlar a ansiedade e a depressão geradas pelo Parkinson.

No estudo os participantes foram divididos em três grupos e um recebeu placebo, ou seja, uma pequena quantidade de óleo de milho. O outro recebeu o canabidiol a 75mg/dia dissolvido ao óleo e o terceiro 300mg/dia, também dissolvido ao óleo de milho. Isso tudo sem que os pacientes ou os profissionais soubessem a que grupo cada sujeito pertencia.

O canabidiol foi fornecido por uma empresa alemã em forma de pó, com 99,9% de pureza e sem qualquer traço de THC - a substância responsável pelos efeitos psicoativos da maconha. Depois de seis semanas, os pacientes apresentaram melhor qualidade de vida, conforme relato próprio e de familiares.

Segundo os pesquisadores, sintomas não motores, como a depressão e a apatia, deixaram de ser observados ou foram bastante reduzidos. Assim como situações motoras, como os tremores no corpo, que também praticamente desapareceram.

Surgem novos avanços para o tratamento da doença de Parkinson graças a uma terapia genética experimental que permitiu melhorar a motricidade e a qualidade de vida de 15 pacientes com uma forma avançada da doença.

"Os sintomas motores da doença melhoraram até 12 meses após a administração do tratamento em todos os pacientes, mesmo até 4 anos nos primeiros que receberam os cuidados", declarou o professor Stéphane Palfi, neurocirurgião francês que liderou um estudo clínico cujos resultados foram publicados na revista médica britânica The Lancet.

O Parkinson é uma doença neurodegenerativa mais comum depois do Mal de Alzheimer. Ela afeta cerca de 5 milhões de pessoas em todo o mundo e 120 mil na França.

Conduzido por uma equipe de pesquisadores franceses e britânicos, o estudo clínico em sua fase 1 e 2 traz os resultados apresentados por 12 pacientes tratados desde 2008 pelo professor Palfi no hospital Henri-Mondor de Créteil e de 3 do hospital Addenbrookes de Cambridge (Reino Unido).

A terapia genética ProSavin consiste em injetar diretamente no cérebro um vírus de cavalo inofensivo para os seres humanos, e que pertence à família dos lentivírus, esvaziado de seu conteúdo e "preenchido" com três genes (AADC, TH, CH1), essencial para a produção da dopamina, uma substância que é carente em pessoas com Parkinson.

Com um período de quatro anos de análises, os pesquisadores acreditam que demonstraram com "segurança" a longo prazo este método inovador para introduzir genes no cérebro dos pacientes. Graças a esta terapia genética, os 15 pacientes que receberam o tratamento voltaram a fabricar e secretar pequenas doses de dopamina continuamente.

Três níveis de doses foram testadas, a mais forte se mostrou mais eficaz , segundo Palfi, que acredita que seu trabalho "abrirá novas perspectivas terapêuticas para doenças cerebrais". Mas ele reconheceu que ao longo desses 4 anos, os progressos motores se atenuaram devido à progressão da doença.

Outras abordagens da terapia genética utilizam adenovírus (muitas vezes responsáveis por infecções respiratórias) e não os lentivírus, que são injetados diretamente em uma região do cérebro chamada striatum e atualmente sendo desenvolvida nos Estados Unidos e testada em pacientes com formas moderadas e graves da doença.

Dopamina continuamente

A terapia genética ProSavin deve ser alvo de novos testes clínicos a partir do final do ano, indica o prof. Palfi, acrescentando que sua equipe estava tentando melhorar o desempenho do vetor para que ele possa produzir mais dopamina.

Em um comentário anexado ao artigo da Lancet, Jon Stoessl da University of British Columbia, em Vancouver, destacou o lado inovador da abordagem franco-britânica.

Mas ele também lamenta que o tratamento só ataque os sintomas motores e não demais distúrbios (alucinações, mudanças de caráter, distúrbios cognitivos), não relacionados com a produção de dopamina, mas que podem tornar-se cada vez mais difíceis de lidas com o avanço da doença.

O Parkinson é causado pela degeneração dos neurônios que produzem a dopamina, um neurotransmissor relacionado com o controle motor e se traduz em sintomas que pioram progressivamente, como tremores, rigidez dos membros e diminuição dos movimentos corporais.

O principal tratamento consiste em tomar drogas que imitam a ação da dopamina no cérebro (levodopa ou L-dopa), mas que ao longo do tempo causam efeitos colaterais importantes, tais como movimentos involuntários.

Outro tratamento é a técnica de "estimulação cerebral profunda", que envolve eletrodos implantados em estruturas cerebrais profundas, mas exige, posteriormente, "configurações".

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