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Após identificar a falta de fiscalização do patrimônio de cinco Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscips)que foram desqualificadas, o Ministério Público Federal em São Paulo enviou uma recomendação ao Ministério da Justiça para que, em 60 dias, regulamente o processo administrativo para acompanhar e fiscalizar as Oscips que desrespeitarem os requisitos legais para sua manutenção.

Diferente das ONGs, para ser qualificada uma Oscip precisa da autorização do Ministério da Justiça mediante o cumprimento de algumas determinações legais - como os objetivos a serem cumpridos e os serviços a serem prestados por ela, por exemplo. Segundo o MPF a lei determina que, ao serem desqualificadas, as entidades devem transferir todo seu patrimônio para outra entidade. O órgão, contudo, identificou cinco Oscips em São Paulo que foram desqualificadas mas não passaram pelo procedimento, e por isso acionou o Ministério da Justiça.

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De acordo com o Ministério Público, as entidades Instituto Superior de Tecnologia (ISTEC); Pra Frente Brasil; Associação Mundaréu; Organização Brasileira para o Desenvolvimento da Certificação Aeronáutica (DCA/BR) e Instituto Brasileiro de Cooperação para Promoção do Meio Ambiente, Publicidade dos Educadores de Trânsito e Transporte (IBETT) sequer tiveram seus patrimônios levantados pelo Ministério da Justiça.

Para o procurador da República José Roberto Pimenta Oliveira, autor da recomendação, é dever do Ministério da Justiça regulamentar o procedimento para instruir, apurar e deliberar sobre a eventual desqualificação dessas entidades. Além disso, cabe ao órgão acompanhar e fiscalizar a transferência do acervo patrimonial disponível para outra entidade.

Na recomendação enviada ao Ministério da Justiça, o MPF requereu também que para cada uma das entidades desqualificadas seja instaurado procedimento específico para apuração do seu patrimônio; que a entidade seja notificada para que apresente a discriminação do seu patrimônio e que indique outra OSCIP que receberá o respectivo acervo.

A entidade indicada para receber o recurso deverá notificar que aceitou a indicação e firmar o termo de transferência de patrimônio, assinado por ambas entidades. A recomendação foi enviada à diretora do departamento de justiça, classificação, títulos e qualificação do Ministério da Justiça, Fernanda Alves dos Anjos, que tem o prazo de 10 dias para envio de resposta, a partir do recebimento.

Ainda sem solução no Congresso, e à espera de uma iniciativa do governo federal para encerrar a disputa entre os Estados, a "guerra fiscal" ganhou mais um capítulo no Supremo Tribunal Federal (STF). Em parecer assinado na quinta-feira, 16, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, classificou como "concessão disfarçada de benefício fiscal" uma lei do Rio que enquadrou a montadora japonesa Nissan no Programa de Atração de Investimentos Estruturantes (RioInvest). O STF deve agora julgar o mérito da ação.

Provocado a manifestar-se pelo ministro-relator Ricardo Lewandowski na Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) no STF, Janot considerou procedentes os argumentos do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), contra os benefícios fiscais concedidos pelo Rio à instalação da empresa em Resende. "É necessário impedir a compensação de possíveis créditos tributários de ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) da Nissan do Brasil com parcelas do financiamento concedido pelo Estado do Rio de Janeiro", afirmou o procurador-geral.

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A lei de 2011, que à época concedeu crédito de R$ 5,9 bilhões à Nissan, permitiu ao Estado do Rio assumir "obrigação de cunho pecuniário em favor da empresa" e autorizou, segundo o procurador-geral, a compensação de crédito tributário no caso de o Rio não poder pagar em espécie esse benefício.

Janot apontou a inexistência de convênio entre os Estados no Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) para permitir o benefício. "A legislação impugnada não poderia tê-lo estendido ao ICMS". Em parecer de agosto do ano passado, o ministro Luís Inácio Adams recomendou a exclusão da "possibilidade de utilização do financiamento" para o pagamento de débitos de ICMS.

São Paulo tem adotado uma postura de questionamento sistemático de medidas tributárias que possam significar "guerra fiscal". Até aqui, apresentou 16 ações de inconstitucionalidade no STF. Outras sete ações aguardam decisão de mérito no Supremo. "O tema já está maduro para ir a plenário. Falta o voto do ministro-relator. Esperamos julgamento neste ano", diz o subprocurador substituto de Contencioso Tributário-Fiscal de São Paulo, Alexandre Aboud. Consultado sobre o parecer do procurador-geral, o Estado do Rio não se manifestou até o fechamento desta edição.

Pela primeira vez, a Procuradoria Geral do Município (PGM) promove seleção para estagiários do curso de Direito. As inscrições estão abertas e seguem até o dia 20 deste mês. Somente estudantes que estejam cursando do 5° ao 8° período podem participar. As inscrições são feitas online, e o edital pode ser conferido no link.

A seleção tem o objetivo de preencher 25 vagas de estágio, além de formar um cadastro reserva no banco de dados do órgão. A lei 11.788/2008 , conhecida como Lei do Estágio, rege todo o processo seletivo. Dentre os benefícios para os estudantes selecionados, estão: seguro de vida, vale transporte e uma bolsa no valor de um salário mínimo por mês, com carga horária de 6h por dia.

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A prova está dividida em duas etapas, e está sendo elaborada por uma comissão de procuradores. A primeira delas é uma prova objetiva, e a segunda subjetiva, a exemplo de construções textuais.

A aprovação do candidato dá direito a um contrato de seis meses que pode ser renovado por mais um ano e meio. A renovação, entretanto, só poderá ser efetuada quando analisados alguns critérios, como o empenho do estudante em contribuir com os trabalhos e o interesse do órgão em permanecer com o estagiário. 

Convênio com as faculdades de Direito

Após a publicação no Diário Oficial do Município (DOM), a Procuradoria vai efetuar o credenciamento das faculdades de Direito de Maceió para, posteriormente, firmar os convênios com as instituições de ensino. A celebração dos convênios entre as unidades de ensino e a Prefeitura é imprescindível para que os estudantes possam estagiar.

Peritos e papiloscopista da Polícia Federal de Pernambuco (PF) estão investigando as causas de um incêndio que atingiu um veículo na garagem da Procuradoria Regional Federal da 5ª Região, localizada na Avenida Domingos Ferreira, Zona Sul do Recife. A ocorrência foi registrada nesse domingo (27) e durou aproximadamente 40 minutos.

Agentes do Corpo de Bombeiros (CBMPE) foram enviados ao local para controlar as chamas e ninguém ficou ferido. Um inquérito policial será instaurado e as investigações vão prosseguir, na tentativa de identificar as possíveis causas do incêndio.

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A Polícia Federal trabalha com duas hipóteses, sendo a primeira por motivação criminosa. Segundo a PF, uma pessoa pode ter passado a pé ou de carro e jogado uma bomba caseira ou rojão para dentro do estacionamento. Para confirmar ou não essa versão foi solicitada as imagens de uma câmera instalada no entorno do prédio.

Já a segunda hipótese é de que o incêndio tenha sido acidental. Por se tratar de um veículo não tão novo algo poderia ter ocasionado o início das chamas. O teto da garagem teve algumas avarias e posteriormente engenheiros indicados pelo órgão farão uma análise aprofundada de toda a situação.

Com informações da assessoria

A Procuradoria-Geral de Justiça ingressou com ação de execução contra o espólio do ex-governador de São Paulo Orestes Quércia (1987/1990) para reparação de dano ao Tesouro no valor de R$ 1,45 milhão. A medida tem base em sentença que impôs a Quércia condenação por improbidade administrativa. Em 1988, o Departamento de Estradas e Rodagem (DER) recapeou estradas na zona rural de Pedregulho (SP) e aproveitou para instalar uma cerca de 10 quilômetros de mourões na fazenda Nossa Senhora Aparecida, de propriedade de Quércia, então vice-governador.

Em 1998, a 3.ª Vara da Fazenda Pública da Capital condenou Quércia à devolução do valor gasto pela autarquia, à época calculado em R$ 69.577,20. Entre recursos, apelações e embargos, o caso chegou ao Supremo Tribunal Federal, que deu sentença definitiva. Técnicos da promotoria atualizaram a quantia, acrescida de multa, custas e uma vez o valor da lesão, chegando aos R$ 1.454.692.

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Quércia morreu em 2010. A cobrança recai sobre o espólio, representado pelos herdeiros - dois ex-superintendentes do DER terão de desembolsar soma igual. A investigação sobre os mourões foi realizada em 1993 pelo então promotor Márcio Fernando Elias Rosa. Vinte anos depois a execução está a cargo do próprio Elias Rosa, que hoje ocupa a cadeira de procurador-geral, mandatário máximo do Ministério Público Estadual. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

Os contribuintes que têm débito fiscal com o Estado de Alagoas deverão ficar atentos nos próximos dias. A Procuradoria de Estado da Fazenda está finalizando os estudos para abertura do Programa de Parcelamento Incentivado (PPI), a expectativa é de que o PPI seja lançado até o fim do mês.

O parcelamento vai possibilitar a liquidação do débito com descontos progressivos, com a redução de multa e juros dependendo da quantidade de parcelas. Em uma única parcela, a redução é de 95% do valor das multas punitivas e moratórias e de 80% do valor dos juros. Optando pelo PPI em até 60 meses, o devedor obtém redução de 80% e 60% respectivamente, e em 120 parcelas, será menos 65% no valor das multas.

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Segundo a assessoria de comunicação da Procuradoria do Estado, esta ação é um incentivo a população para quitar débitos em relação ao ‘Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços de Transporte Interestadual, Intermunicipal e de Comunicação (ICMS)’.

 

 

SALVADOR (BA) - A Procuradoria Geral do Estado da Bahia encerra, nesta sexta (28), às 14h, as inscrições para o concurso público de analista de procuradoria e apoio jurídico, calculista e administrativo, além de assistente da procuradoria. As inscrições podem ser feitas pelo site da Fundação Carlos Chagas (FCC), com taxa de R$ 120 para os cargos de nível superior e R$70 para os cargos de nível médio. O salário mensal para o cargo de analista da procuradoria é de R$ 3.592,28 e de assistente (nível médio) de R$ 1.029,86. A jornada de trabalho para os dois cargos será de 40 horas semanais. 

Ao todo, são oferecidas 56 vagas para os cargos de analista e de assistente de procuradoria, das quais 5% são destinadas a pessoas com deficiência. Para o cargo de analista de procuradoria, são disponibilizadas 20 vagas com atuação nas áreas de apoio jurídico (para a qual se exige do candidato graduação em Direito), apoio calculista (formação em Ciências Contábeis, Economia, Administração, Engenharia ou Matemática), e apoio administrativo, com graduação em qualquer curso superior. Já o cargo de assistente de procuradoria oferece 36 vagas e é destinado a candidatos com formação de nível médio.

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O advogado-geral do Senado, Alberto Cascais, afirmou nesta quinta-feira que não há qualquer orientação do presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), de recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra a promulgação da emenda constitucional que criou mais quatro tribunais regionais federais. O Congresso promulgou na manhã desta quinta-feira a emenda constitucional que determina a instalação, em até seis meses, dos tribunais em Curitiba (PR), Salvador (BA), Manaus (AM) e Belo Horizonte (MG). "A advocacia não tem nenhuma orientação de questionar em juízo, mesmo porque não há interesse", disse ele, em entrevista exclusiva ao Broadcast, serviço de tempo real da Agência Estado.

Alberto Cascais disse que nem sequer tomou conhecimento da nota assinada por Renan Calheiros, divulgada logo após a promulgação da emenda na manhã desta quinta-feira. O presidente do Senado viajou para o exterior e o primeiro vice-presidente da Câmara, André Vargas (PT-PR), foi quem convocou a sessão para chancelar o texto.

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Na manifestação, Renan disse que não quis promulgar a matéria, uma vez que, para ele, há um "erro formal, suscetível de questionamentos jurídicos, já que o texto aprovado pela Câmara dos Deputados sofreu alterações substanciais em relação ao que foi enviado pelo Senado".

O advogado-geral afirmou que a nota foi um "entendimento pessoal" do presidente do Senado, que já tinha manifestado anteriormente seu receio com a eventual validação da proposta. Para Cascais, a proposta cumpriu todos os trâmites previstos no legislativo e chegou nesta quinta-feira ao seu último estágio, sua promulgação, o que "não dá poderes de rediscutir o mérito".

Procuradoria

A procuradora-geral da República em exercício, Deborah Duprat, afirmou nesta quinta-feira ser favorável à criação dos quatro tribunais, mesmo diante das críticas do presidente do STF, Joaquim Barbosa.

"Eu concordo. Eu já disse isso publicamente. Eu acho que a criação dos TRFs é um desdobramento da interiorização da Justiça Federal", disse ela, na chegada à sessão do plenário do Supremo. Questionada se a Procuradoria-Geral da República vai questioná-la no Supremo, Deborah Duprat respondeu que, se dependesse dela, não. "Mas eu não sei qual a posição do doutor (Roberto) Gurgel. Eu não vejo qualquer inconstitucionalidade", completou.

O chefe do Ministério Público Federal está em viagem à Espanha e, desde quando a PEC foi aprovada na última votação da Câmara, no início de abril, não deu declarações públicas sobre a constitucionalidade do tema. A substituta imediata de Gurgel rebateu o principal ponto de dúvida quanto a validade ou não da matéria. Para ela, o poder de iniciativa do Judiciário é com relação a leis e não com emenda constitucional.

Deborah Duprat não quis entrar na discussão sobre se vale a pena o custo de criação dos tribunais, que vão se desmembrar dos cinco já existentes, sediados em Brasília (DF), Pernambuco (PE), Rio Grande do Sul (RS), Rio de Janeiro (RJ) e São Paulo (SP).

Cumprindo a expectativa de uma tramitação célere, o presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, encaminhou nesta segunda-feira para a Procuradoria-Geral da República (PGR) recursos de condenados no processo do mensalão. O procurador-geral, Roberto Gurgel, terá 10 dias para analisar as alegações dos condenados e emitir sua opinião.

O envio dos recursos ao Ministério Público faz parte do trâmite natural, mas Joaquim Barbosa, que é também relator do processo, imprime maior velocidade que o habitual, uma vez que a maioria dos embargos foi protocolada na última quinta-feira (02). Todos os 25 condenados no processo recorreram da decisão. Alguns deles pediram que se desse "efeitos infringentes" aos recursos, o que permitiria a seus clientes ter novamente analisado o mérito das acusações, numa espécie de novo julgamento.

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Segundo o regimento do Supremo, isso só pode acontecer quando na condenação houve ao menos quatro votos contrários. Os embargos infringentes, porém, foram retirados do Código Processo Penal, o que levanta dúvidas sobre a sua validade na Corte. Esperam novo julgamento por alguns dos crimes pelos quais foram condenados o ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu, os deputados federais José Genoino (PT-SP) e João Paulo Cunha (PT-SP), o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares, o empresário Marcos Valério Fernandes de Souza, seus sócios Cristiano Paz e Ramon Hollerbach, a diretora financeira da agência SMP& B Simone Vasconcelos, a ex-presidente do Banco Rural, Kátia Rabello, o ex-vice do banco José Roberto Salgado, o ex-assessor do PP João Cláudio Genu e o ex-sócio da corretora Bonus Banval, Breno Fischberg.

O Ministério Público Federal em Jales enviou nesta quinta-feira à Procuradoria-Geral da República cópia integral dos autos da Operação Fratelli. Os documentos contêm transcrições de interceptações telefônicas que citam pelo menos oito deputados federais.

A Procuradoria-Geral vai examinar a menção aos políticos para decidir sobre eventual abertura de investigação. Seis deputados são citados em conversas telefônicas de terceiros, empresários e lobistas, gravadas pela Polícia Federal: Arlindo Chinaglia, José Mentor e Cândido Vaccarezza, todos do PT, Aldo Rebelo (PC do B), hoje ministro do Esporte, Marco Feliciano (PSC) e Otoniel Lima (PMDB).

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Outros dois parlamentares caíram no grampo indiretamente, demonstrando proximidade com o empresário Olívio Scamatti, apontado pela Procuradoria da República como chefe de quadrilha: Vander Loubet (PT-MS) e Edson Aparecido (PSDB-SP), hoje chefe da Casa Civil do governo Geraldo Alckmin. Eles não estavam sob monitoramento, nem sob investigação, mas seus contatos com Scamatti fazem parte dos autos da Operação Fratelli.

Dois deputados estaduais, Roque Barbiere (PTB) e Gilmaci dos Santos (PRB), estão na lista de parlamentares citados. O primeiro caiu no grampo dizendo que poderia arrumar emenda de R$ 250 mil para um lobista. O outro empregou o filho de Osvaldin na Assembleia. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Ministério Público Federal em Jales denunciou nesta terça-feira, 16, um grupo de 19 integrantes de uma organização criminosa que corrompia agentes públicos e fraudava licitações para a contratação de serviços, especialmente de pavimentação e recapeamento asfáltico, para a prefeitura de Auriflama, no noroeste do Estado. Essa é a primeira de uma série de denúncias a serem apresentadas ao longo dos próximos meses pelo Ministério Público Federal, a partir das provas obtidas ao longo das investigações da Operação Fratelli, deflagrada no último dia 9.

Fraudes semelhantes ocorreram em cerca de 80 municípios da região, e o valor dos desvios pode ter alcançado a cifra de R$ 1 bilhão. Os denunciados nesta ação penal vão responder pela prática dos crimes de formação de quadrilha, falsidade ideológica e fraude em licitação.

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O núcleo empresarial Scamatti, liderado por Olívio Scamatti, dono da empreiteira Demop, de Votuporanga, se desdobrava em pelo menos 31 empresas distintas, algumas delas apenas de fachada, segundo a denúncia da Procuradoria. Os quadros societários variavam, mas eram compostos sempre por membros da família Scamatti.

A existência dessas diversas empresas foi um dos principais instrumentos utilizados para facilitar a prática dos crimes, segundo a denúncia da Procuradoria. Na verdade, tratava-se de um único grupo empresarial pertencente aos Scamatti, subdividido em várias empresas apenas com o objetivo de praticar crimes. As empresas participavam dos processos licitatórios, mas não havia uma concorrência real, já que pertenciam todas ao Grupo Scamatti. "Eram simulacros de licitações", define o procurador da República Thiago Lacerda Nobre, autor da denúncia.

Prefeito denunciado

As obras de recapeamento de vias eram realizadas com verbas federais dos Ministérios das Cidades e do Turismo. O dinheiro era destinado à região por meio de emendas de parlamentares ao Orçamento da União, o que era definido no Congresso.

As emendas em si não são alvo da investigação do Ministério Público Federal no momento, mas sim os processos licitatórios realizados para definir as empresas que receberiam essas verbas federais para tocar obras no noroeste do Estado.

Como as licitações eram direcionadas, as obras eram superfaturadas, e os lucros divididos entre os integrantes do esquema, segundo a denúncia, inclusive sendo utilizados para corromper agentes públicos.

Um dos 19 denunciados no caso da Máfia do Asfalto em Auriflama é o ex-prefeito José Jacinto Alves Filho, o Zé Prego. No dia da deflagração da Operação Fratelli, a Polícia Federal apreendeu R$ 160 mil na casa de Zé Prego.

Esquema

Embora o Grupo Scamatti esteja no centro do esquema, a Procuradoria avalia que não é possível ignorar a participação, na fraude, de outras pessoas estranhas ao núcleo familiar, como agentes públicos - o ex-prefeito Zé Prego e os servidores públicos municipais Vanessa Camacho Alves e José Voltair Marques, integrantes da Comissão de Licitação de Auriflama à época dos fatos.

Também contribuíam para o esquema contatos com outros empresários. Para além das empresas "familiares" os Scamatti contavam com o auxílio de empresas parceiras como a Miotto & Piovesan Engenharia e Construções Ltda.

A Miotto & Piovesan participava de diversos procedimentos licitatórios junto das empresas dos Scamatti, mas em muitos casos apenas para estampar um aspecto de legalidade e competição aos certames. A Procuradoria anota que chama a atenção o fato de que a empresa utiliza o mesmo telefone de uma das empresas dos Scamatti, a Mult Ambiental Engenharia Ltda.

Para a Procuradoria, esse fato, por si só, já demonstra que, em vez de concorrer com os Scamatti, a Miotto & Piovesan na verdade agia em conluio com o grupo. Os donos da Miotto & Piovesan, Valdir Miotto e Maria das Dores Piovesan Miotto, também foram denunciados.

Além de Olívio Scamatti, foram denunciados seus quatro irmãos, Dorival Remedi Scamatti, Mauro André Scamatti, Pedro Scamatti Filho e Edson Scamatti; a mulher de Olívio, Maria Augusta Seller Scamatti; e o irmão de Maria Augusta e cunhado de Olívio, Luiz Carlos Seller.

Todos eles figuravam no quadro societário de empresas do grupo e não só tinham conhecimento das fraudes como também atuavam diretamente para que elas pudessem ser efetuadas.

Fora do núcleo familiar, o Grupo Scamatti contava também com o auxílio de Humberto Tonanni Neto, funcionário dos Scamatti e responsável por contatos com prefeitos e assessores. Ele tinha pleno conhecimento, inclusive participação, em negociações para pagamentos de propina.

Outro funcionário do grupo cujo papel é considerado fundamental é Valdovir Gonçalves, o Nenê. Ele atuava diretamente no esquema de corrupção, seja na parte das licitações, entregando propostas e representando empresas ou efetuando pagamento de propina.

Irregularidades em licitações

Também tinha atuação semelhante à de Humberto e Valdoir o funcionário Jair Emerson Silva, o Miudinho ou Jairzão. Ele chegou inclusive a visitar prefeituras para contatos políticos. Por sua vez, outro funcionário dos Scamatti, Osvaldo Ferreira Filho, o Osvaldim, não só tinha conhecimento do esquema como também era bastante próximo de Olívio: sempre acompanhava o chefe em viagens e é extremamente articulado no âmbito político. Conseguiu emplacar o filho, Osvaldo Ferreira Neto, num cargo na Assembleia Legislativa de São Paulo.

Outros personagens que merecem destaque por sua participação na fraude são Ilso Donizete Dominical, responsável pela contabilidade das empresas do grupo, uma espécie de braço direito e conselheiro contábil de Olívio Scamatti e que chegou a figurar no quadro societário de empresas do grupo, e Gilberto da Silva, o Zé Formiga. Espécie de lobista, ele atuava como um dos interlocutores políticos do grupo, articulando a liberação de verbas junto a políticos para diversos municípios do noroeste paulista.

Notícias de irregularidades em licitações na região já eram objeto de investigação do Ministério Público do Estado de São Paulo desde 2007. Em dezembro de 2012, ao identificar o possível envolvimento de verbas federais nas fraudes, o procurador da República Thiago Lacerda Nobre, lotado na Procuradoria da República no Município de Jales, determinou a instauração de inquérito policial, e as investigações passaram a ser feitas pela Polícia Federal.

O procurador regional eleitoral Renato Brill de Góes, que atua perante o Tribunal Regional Eleitoral do Distrito Federal, decidiu remeter nesta terça-feira um pedido de investigação de suposta prática de crime eleitoral pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para duas frentes diferentes. Após verificar que não há nenhuma autoridade com foro privilegiado que justificaria sua atuação, Brill de Goés enviou para o promotor eleitoral que atua na 1ª Zona Eleitoral da capital o pedido para apurar a suspeita de que houve crime de falsidade ideológica na prestação de contas da campanha de Lula em 2002.

Segundo informações da assessoria de imprensa da Procuradoria Regional da República na 1ª Região (PRR-1), a investigação terá como base o relato feito pelo publicitário Marcos Valério à Procuradoria Geral da República durante o julgamento do mensalão, no qual ele foi condenado a 40 anos de prisão. A apuração deve envolver, segundo a assessoria, a Usiminas.

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Pelos mesmos fatos, o procurador regional eleitoral mandou para a Procuradoria Geral Eleitoral o pedido para apurar se houve alguma irregularidade de natureza cível cometida pela campanha presidencial.

O Sport vai ser julgado pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), na próxima segunda-feira (2), pelos incidentes causados na partida contra o Palmeiras, no último dia 6 de abril, quando o Leão derrotou a equipe paulista por 2x1, em jogo válido pela terceira rodada da série A do Campeonato Brasileiro.

Na ocasião, um torcedor rubro-negro invadiu o gramado para abraçar os atletas antes de a bola rolar. Neste caso, o torcedor foi identificado pela Polícia Militar. Porém, no fim da partida, uma bucha de papel foi arremessada ao gramado e acabou atingindo um dos assistentes da partida. O infrator não foi identificado e, por isto, o clube por ser responsabilizado.

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O Leão foi denunciado pela Procuradoria do STJD e incluso no artigo 213 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD), acusado de “deixar de tomar providências capazes de prevenir e reprimir desordens em sua praça de desporto e invasão de campo”. Se for condenado, o Rubro-negro terá que pagar uma multa de R$ 100 mil e pode perder dez mandos de campo.

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