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A sete meses das eleições, a Procuradoria Regional Eleitoral em Pernambuco (PRE-PE), já precisou tomar medidas para evitar abusos em atos de pré-campanha. Isto porque, têm sido reportados ao PRE-PE casos de possíveis excessos em eventos promovidos por pré-candidatos pernambucanos.

A nova legislação eleitoral admite a veiculação de propaganda antes do dia 15 de agosto (nova data de início da campanha eleitoral), desde que o material do pré-candidato não contenha pedido explícito de voto. No entanto, na avaliação da PRE-PE, a lei flexibilizou demais o entendimento de propaganda eleitoral extemporânea. “Porém, adotamos uma postura proativa e estamos trabalhando para defender a interpretação da lei de forma mais adequada ao interesse público”, declarou Antônio Carlos

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Para que os excessos sejam de fato evitados, o procurador regional eleitoral em Pernambuco, Antônio Carlos Barreto Campello, enviou ofício para todos os promotores eleitorais no estado, sugerindo a adoção de entendimentos que possam coibir o abuso de poder econômico e a utilização de meios de publicidade proibidos no período da propaganda eleitoral.

A partir do ofício de Antônio Carlos, os casos que promotores eleitorais verificarem que houveram abusos, eles poderão propor ações que podem trazer consequências como inelegibilidade, cassação do registro de candidatura e impugnação do mandato eletivo.

O documento frisa também a vedação de publicidade neste período, como prevê a legislação eleitoral. Aos pré-candidatos é proibido que, neste momento, utilizem mídias como outdoors, placas com área acima de meio metro quadrado e até mesmo a fixação de faixas em postes públicos. 

“Imaginem que um pretenso candidato arrecada recursos de pessoas jurídicas, espalha cavaletes nas calçadas e joga ‘santinhos’ na rua – que são práticas proibidas pela legislação eleitoral. Se ele faz isso antes do dia 15 de agosto, esses atos deveriam ser considerados lícitos somente porque as peças de propaganda não contêm pedido explícito de voto? Evidentemente que não”, avaliou o procurador regional eleitoral.

Lei eleitoral - Até o pleito de 2014, a propaganda eleitoral só podia ter início no dia 6 de julho. Os atos de divulgação realizados antes dessa data poderiam ser enquadrados como propaganda antecipada, sujeitando o candidato ao pagamento de multa. Com a Lei 13.165/2015, o início da campanha foi adiado para 15 de agosto. Porém, a legislação passou a admitir a veiculação de propaganda antes do dia permitido, desde que não haja pedido explícito de votos.

 

*Com informações da assessoria

A força-tarefa da Operação Lava Jato, que levou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, alvo central da Operação Aletheia, 24ª fase, para depor coercitivamente na manhã desta sexta-feira, 4, diz ter "evidências" de que ele recebeu valores desviados da Petrobras.

"Há evidências de que o ex-presidente Lula recebeu valores oriundos do esquema Petrobras por meio da destinação e reforma de um apartamento tríplex e de um sítio em Atibaia, da entrega de móveis de luxo nos dois imóveis e da armazenagem de bens por transportadora. Também são apurados pagamentos ao ex-presidente, feitos por empresas investigadas na Lava Jato, a título de supostas doações e palestras", informa a força-tarefa da Lava Jato.

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Seriam pelo menos R$ 4,5 milhões em lavagem por meio do Sítio Santa Bárbara em Atibaia e por meio do tríplex no Guarujá, localizados no Estado de São Paulo.

O Ministério Público Federal em Araraquara, no interior de São Paulo, denunciou cinco pessoas por estelionato por causa do recebimento indevido de benefícios do Programa Bolsa Família do Governo Federal. Foram ajuizadas duas denúncias contra beneficiárias da cidade paulista de Boa Esperança do Sul que omitiram parte da renda para se enquadrar nos critérios eletivos para o programa.

Em todos os casos, a assistente social que atuava como gestora do Bolsa família no município também foi denunciada. Segundo o Ministério Público Federal, "apesar de ter pleno conhecimento das fraudes, a gestora não tomou quaisquer providências para cancelar o recebimento dos valores pelas estelionatárias".

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As informações foram divulgadas nesta sexta-feira (16), pela Assessoria de Comunicação do Ministério Público Federal em São Paulo. Os processos podem ser consultados no site www.jfsp.jus.br/foruns-federais/.

Uma das denunciadas recebeu os benefícios entre agosto de 2011 e outubro de 2012 após ser incluída, com sua família, no Cadastro Único do Governo Federal ao declarar que não possuía nenhuma renda familiar. Famílias nesta condição são consideradas em situação de extrema pobreza e fazem jus a um benefício maior, que na época equivalia a R$ 134 por mês. No entanto, segundo a Procuradoria da República, "a beneficiária exercia função remunerada na Prefeitura de Boa Esperança do Sul como estagiária". "Além disto, contava com auxílio financeiro de parentes. Assim, não somente possuía renda, como esta ultrapassava o limite de ingresso no Bolsa Família."

Além da gestora municipal do programa, foi denunciada uma das estagiárias do órgão gestor do Bolsa Família na cidade. A investigação mostra que ela conhecia a verdadeira situação financeira da beneficiária, uma vez que frequentavam a mesma faculdade, mas, mesmo assim, preencheu a ficha com as falsas declarações prestadas e permitiu o cadastro indevido no CadÚnico.

A outra denúncia aponta outras duas beneficiárias que receberam indevidamente a partir de 2011. Ambas foram cadastradas no programa no início de 2010, porém, no ano seguinte, uma delas tornou-se professora municipal e passou a receber remuneração superior à permitida pela legislação. A outra, que já figurava como empresária no cadastro da Junta Comercial de São Paulo, também foi contratada pela Prefeitura de Boa Esperança do Sul, com salário superior ao permitido para o recebimento do benefício. Neste caso, também foi denunciada a gestora municipal do programa, uma vez que se apurou que ela teve conhecimento do acréscimo de renda das beneficiárias, porém não tomou providências para cessar o pagamento do benefício.

O crime de estelionato, previsto no artigo 171 do Código Penal, é punido com um a cinco anos de prisão, pena aumentada em um terço quando cometido contra entidade de direito público, como a União.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva esteve nesta quinta-feira (15) com o Procurador da República, Ivan Cláudio Marx, para prestar voluntariamente depoimento acerca do inquérito aberto pelo Ministério Público do Distrito Federal (MPF-DF) pedindo esclarecimentos a respeito das palestras e viagens ao exterior do ex-presidente.

"Lula respondeu às perguntas do procurador e argumentou que os presidentes e ex-presidentes do mundo inteiro defendem as empresas de seus países no exterior. Afirmou também que para ele isso é motivo de orgulho", informou a assessoria de imprensa do ex-presidente, por meio de nota.

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Ele também afirmou que suas palestras estão declaradas e contabilizadas e que "jamais interferiu na autonomia do BNDES e nas decisões do banco sobre concessões de empréstimos".

"Quem desconfia do BNDES não tem noção da seriedade da instituição", afirmou Lula no depoimento. O ex-presidente disse ainda que jamais interferiu em qualquer contrato celebrado entre o BNDES e empresas privadas, mas que sempre procurou ampliar as oportunidades de divulgação dessas companhias no exterior, com vistas à geração de empregos e de divisas para o Brasil.

Informante

No início do mês, o ministro Teori Zavascki, relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal, autorizou a Polícia Federal a colher depoimento do ex-presidente como "informante" nas investigações do esquema de corrupção na Petrobras. O pedido para ouvir Lula, feito pela PF, teve parecer favorável por parte do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, semana passada.

Zavascki também autorizou os depoimentos dos demais nomes endossados pelo parecer da Procuradoria, entre eles o dos ex-ministros Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral da Presidência, governo Dilma), Ideli Salvatti (Secretaria de Relações Institucionais, governo Dilma) e José Dirceu (Casa Civil, governo Lula).

Ao recomendar que Zavascki atendesse ao pedido da PF no inquérito da Operação Lava Jato, Janot destacou que as novas testemunhas e o ex-presidente não são investigados. Segundo o procurador-geral, até o momento não há o que "justifique" a ampliação da lista de investigados no Supremo.

Apesar de não ser investigado pela Lava Jato, Lula já foi citado em conversas entre réus e condenados do esquema de desvios na Petrobras e o instituto que ele mantém em São Paulo recebeu contribuições financeiras de empreiteiras.

Reunião com Dilma

Depois de prestar o depoimento espontâneo, o ex-presidente da República, que está em Brasília desde a quarta-feira, 14, vai se encontrar com a presidente Dilma Rousseff, no fim da tarde, no Palácio da Alvorada.

Antes de encontrar Dilma, ele se reunirá com deputados do PT. O ex-presidente, que também está fazendo inúmeras articulações políticas em Brasília, tenta evitar que o mandato da presidente Dilma seja colocado em julgamento pelo Congresso.

O governo também tenta se reaproximar do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, que está sob ameaça de afastamento do cargo, mas por denúncias de envolvimento nas irregularidades investigadas pela Lava Jato.

O ex-presidente quer que os deputados petistas ajudem a fechar acordo com outros partidos para tentar barrar o processo contra Cunha na Comissão de Ética, por quebra de decoro parlamentar. Mas o governo tem encontrado resistências entre petistas, que não querem ajudar o presidente da Câmara.

Cunha, por sua vez, ameaça colocar em andamento o processo de impeachment. A interlocutores já alegou que o governo, que poderia ajudá-lo, não o faz. Ele acusa a Polícia Federal e o Ministério Público de liberarem o que chama de "informações seletivas" sobre ele.

O Planalto reage dizendo que não tem controle sobre estes órgãos e a prova disso foi o vazamento de notícias sobre o filho de Lula. Aliás, Lula está muito incomodado com as divulgações envolvendo o nome do seu filho. Ele tem feito muitas reclamações a interlocutores próximos e tem tentado, a todo custo, se manter afastado de qualquer problema com a Lava Jato.

Dilma e Lula já haviam se encontrado em São Paulo, na terça-feira, 13, à noite, quando a presidente fez um inflamado discurso, em evento da CUT, e atacou os "moralistas sem moral" que querem ataca-la e chamou de "golpismo escancarado" o "artificialismo" do impeachment. Depois de inúmeras reuniões em Brasília desde ontem e ao longo de hoje, Dilma e Lula se reunirão para nova conversa, no Alvorada.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou nesta sexta-feira, 4, o empreiteiro Ricardo Pessoa, dono da UTC. A Procuradoria encontrou indícios para pedir a condenação de Pessoa por corrupção ativa e lavagem de dinheiro.

A PGR denunciou também três parlamentares investigados na Operação Lava Jato. Os procuradores acharam indícios contra o deputado Arthur Lira (PP-AL) e o senador Benedito Lira (PP-AL), pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Além deles, o deputado federal Aníbal Gomes (PMDB-CE), aliado dos presidentes da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), também foi denunciado, mas por falsificação de documentos.

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No pedido encaminhado ao Supremo, a Procuradoria pede ainda que Arthur e Benedito devolvam R$ 7,8 milhões aos cofres públicos. Desse total, R$ 2,6 milhões são referentes à devolução dos valores desviados e R$ 5,2 milhões são referentes à reparação dos danos causados ao Erário devido à participação no esquema de corrupção da Petrobras.

No pedido encaminhado ao Supremo, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, escreveu que Benedito e Arthur "auferiram vantagens indevidas de praticamente todas as formas observadas no esquema de corrupção e lavagem de dinheiro relacionado à Petrobras", argumentou o procurador-geral. Já Aníbal Gomes é acusado de ter falsificado informações na prestação de contas das eleições de 2014. Os três parlamentares são alvos de inquéritos abertos em março no Supremo Tribunal Federal (STF). Gomes é investigado no mesmo processo do qual Renan Calheiros é alvo, contudo, as investigações do presidente do Senado foram prorrogadas nesta sexta-feira por mais 60 dias, por decisão do ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato no Tribunal.

Esta é a primeira vez que um empreiteiro é denunciado na Lava Jato pela Procuradoria-geral da República. Nos demais casos envolvendo executivos das construtoras, as apurações estão a cargo do juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal da Lava Jato. Contudo, neste caso, Janot entendeu que: "apesar de não ser titular de foro por prerrogativa de função, Ricardo Ribeiro Pessoa praticou condutas estreita e essencialmente vinculadas aos parlamentares em referência, com tratativas diretas em inúmeras vezes com ambos, circunstância que impõe o necessário processamento conjunto", argumenta o procurador-geral para manter a denúncia do empresário na Suprema Corte.

No início da semana, a Polícia Federal havia encaminhado um relatório que apontava indícios da prática de crimes envolvendo Arthur e Benedito. No documento, a PF pediu também o afastamento dos dois políticos do mandato de parlamentar. Contudo, o procurador-geral decidiu não contemplar o pedido de afastamento na denúncia. "O procurador-geral entende que até o momento, não há registro de fundamentos suficientes para a medida ou qualquer medida cautelar substitutiva", diz o documento encaminhado ao Supremo.

Arthur é presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados, e aliado de Cunha. Todos os projetos que tramitam na Casa passam pelo crivo da CCJ, uma das principais comissões.

Os parlamentares do PP foram citados por três delatores da Lava Jato: o doleiro Alberto Youssef, o ex-diretor da Petrobrás Paulo Roberto Costa e o empreiteiro Ricardo Pessoa, dono da UTC. De acordo com Youssef, Arthur Lira teve uma dívida de R$ 200 mil paga pelo esquema. A denúncia ainda permanece em sigilo por conter trechos da delação de Ricardo Pessoa, que ainda permanece sob sigilo no Supremo.

Já Aníbal Gomes foi denunciado por ter falsificado documentos e informações referentes a sua prestação de contas à Justiça Eleitoral. Embora o parlamentar tenha indicado que doou de seu próprio bolso R$ 207,4 mil para sua campanha, ao prestar depoimento a investigadores da Lava Jato, ele disse que, deste montante, R$ 100 mil eram provenientes de doações feitas por "amigos e parentes". A Procuradoria apresentou a acusação com base nos artigos 350 e 353, previstos no Código Eleitoral.

Procurado, o advogado de Arthur Lira, Pierpaolo Bottini, disse que a denúncia apresenta "dados equivocados e tal equívoco será demonstrado ao STF por meio de documentos". Além disso, a defesa esclarece que a campanha do deputado foi realizada "com recursos lícitos e isso está demonstrado na própria investigação". Em nota, a assessoria do senador Benedito de Lira afirmou que "tem consciência de que doação de campanha não é crime, pois sempre esteve prevista na legislação eleitoral". O parlamentar reiterou ainda que "nunca teve envolvimento com mal feitos e aguarda serenamente a decisão no Supremo Tribunal Federal", diz a nota. A defesa de Gomes e de Pessoa não responderam à reportagem até o fechamento desta matéria.

A PGR já denunciou ao Supremo o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o senador e ex-presidente Fernando Collor (PTB-AL) e a ex-deputada federal e prefeita de Rio Bonito Solange de Almeida (PMDB-RJ). Além desses, foram denunciados o ex-ministro de Collor Pedro Paulo Leoni, além de dois assessores do senador e ex-presidente Cleverton Melo da Costa e Fernando Antônio da Silva Tiago; e Luis Pereira Duarte de Amorim, da TV Gazeta de AL, que também é ligado a Collor.

O procurador da República Deltan Dallagnol, que coordena a força-tarefa da Operação Lava Jato, disse nesta sexta-feira, 4, que o esquema de corrupção na Petrobras envolvendo o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu se refere a contratos específicos na estatal. Para o procurador, o caso evidencia "um esquema partidário de corrupção".

"Mensalão e petrolão são um só", decretou Dallagnol, ao divulgar denúncia contra Dirceu e mais 16 investigados por corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa.

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Segundo a força-tarefa, o ex-ministro teria recebido pelo menos R$ 11,8 milhões em propina da empreiteira Engevix por contratos firmados com a Petrobras. "Os pagamentos a Dirceu eram uma espécie de retribuição reservada a ele pela indicação do diretor de Serviços", afirmou o procurador da República Robersson Pozzobon, em alusão ao engenheiro Renato Duque, apontado como elo do PT no esquema de corrupção na estatal petrolífera.

José Dirceu é acusado de receber valores "antes, durante e depois" de ser condenado e preso no Mensalão, escândalo que abalou o primeiro governo Lula (2003/2006).

Segundo a denúncia, os valores de propina pagos pela empreiteira via lobista Milton Pascowitch, foram divididos em duas partes: 50% para a "Casa" e 50% para o PT via Vaccari.

"Casa" era como a organização se referia à cota dos agentes públicos na divisão da propina - Duque e Pedro Barusco, ex-gerente de Engenharia e braço direito de Duque.

A parte destinada a Dirceu vinha dessa cota e houve caso em que esse valor teve que ser incluído. Um exemplo foi o contrato da Engevix para as obras de Cacimbas da Petrobras.

Compadrio

O procurador afirmou também que a sociedade brasileira ainda é explorada pela corrupção. Segundo ele, a Lava Jato revela "o exercício de um governo em benefício de interesses particulares, de governantes que enriquecem e de um capitalismo de compadrio".

"Nós comemoramos nesta semana o dia da Independência do Brasil (7 de setembro). Um dia em que o Brasil se viu independente de um estado de exploração. Contudo, nós ainda somos explorados pela corrupção. Que nós possamos, através dessas medidas e de ações penais como essa proposta (contra o ex-ministro José Dirceu), ter marcos simbólicos da luta do nosso povo por um País mais justo, por um País melhor, por um País livre e independente da exploração que nos faz sofrer e da exploração cometida por corruptos e por corruptores", afirmou.

O Ministério Público Federal denunciou, hoje, criminalmente o ex-ministro José Dirceu, o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, e mais 15 investigados por corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Estão entre os denunciados Luiz Eduardo de Oliveira e Silva, irmão e ex-sócio de José Dirceu na JD Assessoria e Consultoria - empresa pela qual o petista teria recebido propinas do esquema de corrupção instalado na Petrobras entre 2004 e 2014, e Camila Ramos de Oliveira e Silva, filha de Dirceu.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) ofereceu denúncia nesta sexta-feira, 4, de três parlamentares investigados na Operação Lava Jato. A Procuradoria encontrou indícios que comprovam o envolvimento dos deputados Arthur Lira (PP-AL) e Aníbal Gomes (PMDB-CE), e do senador Benedito Lira (PP-AL) no esquema responsável por desviar recursos da Petrobras.

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ofereceu denúncia contra Arthur e Benedito pela prática de crimes de corrupção e lavagem de dinheiro. Já Aníbal Gomes é acusado de ter falsificado informações na prestação de contas das eleições de 2014. Os três são alvos de inquéritos abertos em março no Supremo Tribunal Federal (STF). Gomes é investigado no mesmo processo do qual é alvo o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), contudo, as investigações do presidente do Senado foram prorrogadas nesta sexta-feira por mais 60 dias, por decisão do ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato no Tribunal.

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No início da semana, a Polícia Federal havia encaminhado um relatório que apontava indícios da prática de crimes envolvendo Arthur e Benedito, que são filho e pai, e investigados nos mesmos inquéritos. O deputado é presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados, onde passam todos os projetos que tramitam na Casa.

Embora a PF tenha encaminhado ao Supremo um pedido de afastamento dos dois políticos do mandato de parlamentar, tal solicitação não consta na denúncia. A PF acredita que os dois parlamentares possam estar usando o cargo para se livrarem das investigações e, por isso, pediu que deixem o mandato. Os dois políticos são acusados de receber vantagens ilícitas de obras realizadas pela Petrobras por meio de doações oficiais e de pagamento de dívidas eleitorais e tiveram seus nomes citados pelos delatores do esquema.

Os parlamentares foram citados por três delatores da Lava Jato: o doleiro Alberto Youssef, o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa e o empreiteiro Ricardo Pessoa, dono da UTC. De acordo com Youssef, Arthur Lira teve uma dívida de R$ 200 mil paga pelo esquema. A denúncia ainda permanece em sigilo por conter trechos da delação de Ricardo Pessoa, que ainda permanece sob sigilo no Supremo.

Já Aníbal Gomes foi denunciado por ter falsificado documentos e informações referentes a sua prestação de contas à Justiça Eleitoral. Embora o parlamentar tenha indicado que doou de seu próprio bolso R$ 207,4 mil para sua campanha, ao prestar depoimento a investigadores da Lava Jato, ele disse que, deste montante, R$ 100 mil eram provenientes de doações feitas por "amigos e parentes". A Procuradoria apresentou a acusação com base nos artigos 350 e 353, previstos no Código Eleitoral.

Para que os três parlamentares se tornem réus e passem a responder a uma ação penal no STF é preciso ainda que sejam realizadas oitivas das testemunhas e das partes envolvidas e ainda que o pedido seja analisado e aceito pelos ministros da Segunda Turma da Corte. O Supremo deverá analisar ainda outras denúncias já oferecidas pela PGR. Entre os investigados na Lava Jato, já foram denunciados: o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o senador e ex-presidente Fernando Collor (PTB-AL) e a ex-deputada federal e prefeita de Rio Bonito Solange de Almeida (PMDB-RJ). Além desses, foram denunciados o ex-ministro de Collor Pedro Paulo Leoni, além de dois assessores do senador Cleverton Melo da Costa e Fernando Antônio da Silva Tiago; e Luis Pereira Duarte de Amorim, da TV Gazeta de AL, que também é ligado a Collor.

Procurado, o advogado de Arthur Lira, Pierpaolo Bottini, disse que a denúncia apresenta "dados equivocados e tal equívoco será demonstrado ao STF por meio de documentos". Além disso, a defesa esclarece que a campanha do deputado foi realizada "com recursos lícitos e isso está demonstrado na própria investigação".

A defesa dos demais denunciados não respondeu imediatamente à solicitação da reportagem.

A força-tarefa da Lava Jato afirmou que, independentemente de seu papel como líder político no passado, o ex-ministro José Dirceu deve ser condenado por haver "provas e evidências" de que ele praticou "crimes graves" no esquema de corrupção bilionário na Petrobras. O procurador Deltan Dallagnol disse esperar que Dirceu receba uma pena superior a 30 anos de prisão. "Não estamos julgando o José Dirceu, mas atos e fatos concretos", disse Dallagnol.

A denúncia feita nesta sexta-feira, destacou Dallagnol, centra em integrantes do que a Polícia Federal classificou como "núcleo político" da operação, composto por políticos que desviavam recursos para partidos e para uso próprio, além de seus familiares e representantes. Nesse núcleo, foram denunciados José Dirceu, o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto e outras sete pessoas - nove dos 17 denunciados hoje. Entre as acusações estão organização criminosa, lavagem de dinheiro e corrupção.

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Segundo a força-tarefa, Dirceu e Vaccari não atuavam de forma conjunta, mas em paralelo. O dinheiro que passava por Vaccari era destinado ao Partido dos Trabalhadores enquanto, no caso do Dirceu, o desvio seria feito em benefício próprio. A PF identificou repasses de R$ 14 milhões a Vaccari e de R$ 11,8 milhões a Dirceu - valores contemplados pela denúncia, que se refere a contratos da Engevix.

Renato Duque e Pedro Barusco, respectivamente ex-diretor de Serviços e ex-gerente da Petrobras, considerados do núcleo administrativo, também foram denunciados. O procurador Roberson Pozzobon destacou que Duque permaneceu no cargo com apoio de José Dirceu.

Segundo a força-tarefa da Lava Jato, há evidências de que o delator Milton Pascowitch fez operar uma espécie de "banco criminoso", com uma série de rebuscadas e complexas operações de lavagem de dinheiro. No caso de Dirceu, houve contratos com sua consultoria, repasses em dinheiro, além de repasses ocultos através do pagamento de imóveis, reformas a imóveis e até do uso de uma aeronave, usada por Dirceu ao longo de dois anos. O sistema instalado permitiu até que Dirceu virasse sócio oculto de um terço da aeronave através de Pascowitch, aponta a denúncia.

Pozzobon destacou que foram identificados contratos com a consultoria de Dirceu, a JD, enquanto o ex-ministro era processado e após ser condenado no processo do mensalão. O delegado Igor Romário de Paula, integrante da força-tarefa, que também participa da coletiva, destacou que a postura do ex-ministro demonstra "total desrespeito pelas instituições" e elogiou a rapidez do trabalho dos investigadores no caso da Lava Jato, da investigação em si até a denúncia. Romário de Paula, ao responder uma pergunta dos jornalistas, esclareceu que não há intenção de investigar toda a vida Dirceu, mas que a equipe trabalha sobre os fatos que vêm à tona ao longo da investigação.

Mobilização

Integrantes da força-tarefa aproveitaram a coletiva para falarem sobre a importância da Lava Jato para a democracia e para o bem da população. Dallagnol chamou por várias vezes a corrupção de "problema que corrói a democracia" e disse que o governo hoje não atua em benefício do povo. O procurador afirmou que a "cura" para o problema é mais democracia e com respeito às instituições. Dallagnol lembrou que o Brasil está perto de celebrar o dia da Independência, em 7 de setembro, mas vive ainda um "Estado de exploração" de agentes públicos corruptos.

Pozzobon falou da importância de mudar a cultura da celebração de contratos no setor público. "É chegada a hora de essas empresas não mais contratarem com o setor público", afirmou. O procurador defendeu também a importância da adoção de medidas preventivas, como as 10 medidas contra corrupção sugeridas como projeto de lei popular pelo Ministério Público Federal.

A denúncia apresentada hoje contra 17 pessoas pede ressarcimento de R$ 60 milhões de recursos públicos desviados. A força-tarefa identificou também centenas de ligações e visitas presenciais a Milton Pascowitch que evidenciam a participação de pessoas no esquema criminoso. Foram detectados 129 atos de corrupção ativa e 31 de corrupção passiva de 2004 a 2011.

O ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, preso na Operação Lava Jato, foi denunciado pelo Ministério Público Federal nesta sexta-feira, 4. Além do ex-ministro, também foram denunciados o ex-tesoureiro do PT João Vaccari e outros 15 investigados na Operação Pixuleco, desdobramento da Lava Jato. Todos são acusados de organização criminosa, corrupção e lavagem de dinheiro.

Roberto Marques, o Bob, é apontado como braço direito do ex-ministro. Luiz Eduardo de Oliveira e Silva é irmão e ex-sócio de José Dirceu na JD Assessoria e Consultoria - empresa pela qual o petista teria recebido propinas do esquema de corrupção instalado na Petrobras entre 2004 e 2014. Camila Ramos de Oliveira e Silva é filha de Dirceu.

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Também estão entre os denunciados a arquiteta Daniela Leopoldo e Silva Facchini - que reformou a casa de Dirceu em um condomínio de luxo em Vinhedo (SP) -, o lobista Fernando Moura, ligado ao PT, seu irmão Olavo Moura, o delator Milton Pascowitch - pivô da deflagração da Pixuleco que levou o ex-ministro à prisão, seu irmão José Adolfo Pascowitch, o ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque e o lobista Julio Camargo.

Estão na lista ainda os executivos Cristiano Kok, José Antunes Sobrinho e Gerson Almada, todos da Engevix, e Julio César Santos, ex-sócio de Dirceu, em cujo nome está a casa onde mora a mãe do ex-ministro, em Passa Quatro (MG).

Relatórios de investigação da Polícia Federal indicam que o esquema de corrupção atribuído ao ex-ministro movimentou mais de R$ 59 milhões. A PF estima que o valor pode ultrapassar os R$ 84 milhões.

Dirceu está preso preventivamente desde 3 de agosto, quando foi deflagrada a Pixuleco. Na quarta-feira, 2, ele foi transferido para o Complexo Médico-Penal de Pinhais, região metropolitana de Curitiba.

De 3 de agosto a 2 de setembro, Dirceu ficou preso na carceragem da Superintendência da Polícia Federal na capital paranaense. O pedido de transferência foi feito pela defesa do ex-ministro na segunda-feira, 31.

O criminalista Roberto Podval, defensor de Dirceu, argumentou que embora a PF estivesse tratando seu cliente 'com correção' a cela na Custódia da PF é muito acanhada. Segundo o juiz Sérgio Moro, que autorizou a transferência, no Complexo de Pinhais o ex-ministro ficará "em ala reservada, com boas condições de segurança e acomodação".

As defesas de Dirceu e de Vaccari têm reiteradamente negado que o ex-ministro e o ex-tesoureiro do PT tenham recebido propina do esquema Petrobras.

Dirceu é acusado por receber propinas da Petrobras em cinco diferente projetos da Engevix com a estatal. Refinar e Relam, Cacimbas 1 2 e 3, RTBC. Além desses esquemas, Dirceu foi denunciado por receber propinas das empresas Hope e Personal, prestadoras de serviços da Petrobras. Além da empresa Multitek.

O procurador da República Robersson Pozzobon afirmou que a denúncia aponta que foi Dirceu quem efetivamente apadrinhou o ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque, dentro da cota do PT, no esquema de cartel e corrupção na estatal.

O procurador da República Deltan Dallagnol, da força-tarefa da Operação Lava Jato, afirmou nessa quinta-feira (14) que o esquema de corrupção na Petrobras "era pluripartidário". Ao divulgar três denúncias criminais contra quatro ex-deputados federais - os primeiros políticos da Lava Jato formalmente acusados perante a Justiça Federal -, e outros nove investigados o procurador assinalou que "os principais partidos envolvidos até onde as provas já chegaram nesse momento foram o Partido Progressista (PP), PMDB e Partido dos Trabalhadores".

São acusados os ex-deputados André Vargas (ex-PT), Pedro Corrêa (ex-PP) e Luiz Argôlo (ex-PP, hoje SD). Além deles, a ex-deputada Aline Corrêa (PP/PE), filha de Pedro Corrêa, também foi denunciada. A partir da apuração que tinha como alvo a lavanderia usada pelo ex-líder do PP na Câmara dos Deputados José Janene (morto em 2010) para movimentar o dinheiro do mensalão, a Lava Jato chegou a um bilionário esquema de corrupção e cartel na Petrobras, por meio de indicações políticas nas diretorias.

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Nele, PT, PMDB e PP indicavam os diretores na Petrobras e arrecadavam de 1% a 5% de propina em contratos bilionários assinados com um cartel de 16 empreiteiras. São 15 delatores que já confessaram o esquema. As três denúncias dessa quinta envolvem políticos e ex-políticos do PP e do PT, mas os procuradores avisaram que 'novos pacotes (de acusações) virão' e que 'a maior parte das investigações envolvendo o núcleo de políticos não está em primeira instância, mas na Procuradoria Geral da República'.

Com essas três denúncias, a força-tarefa da Lava Jato estima já ter identificado um total de R$ 6,2 bilhões desviados em propinas na Petrobras - valor reconhecido pela estatal. Os procuradores explicaram que as primeiras denúncias contra políticos completam o primeiro pacote de acusações envolvendo o esquema descoberto a partir da lavanderia de dinheiro do doleiro Alberto Youssef - preso, condenado e delator dos processos.

Com as denúncias, o juiz federal Sérgio Moro - que conduz os processos da Lava Jato - decidirá se aceita ou não os argumentos para decidir se abre processo criminal contra os ex-deputados. O primeiro pacote de denúncias contra políticos na Lava Jato tem duas frentes. Uma das duas denúncias que envolvem os dois ex-membros do PP - Corrêa e Argolo -, tem como origem os desvios de recursos da Petrobras via contratos do cartel, por meio da lavanderia do doleiro Alberto Youssef.

No caso de Vargas, ex-PT, as apurações se espraiam para um dos setores ainda pouco explorado na Lava Jato, os contratos de comunicação e publicidade, envolvendo outros órgãos do governo, Caixa Econômica Federal e o Ministério da Saúde.

"Hoje (ontem) estamos ingressando pela primeira vez em um quarto núcleo, que é o dos agentes políticos", disse o procurador da República Deltan Dellagnol. "As denúncias de hoje (ontem) representam o começo do fechamento de um ciclo. Ao longo do último ano nós investigamos um imenso esquema de corrupção e haviam sido atingidos até agora com acusações criminais três núcleos, que são os dos agentes públicos, dos empresários e dos operadores financeiros ou profissionais da lavagem de dinheiro."

A procuradoria da Espanha acusa as empresas de Neymar de serem de fachada, de "ocultar" pagamentos, e alerta que uma das sociedades chegou a ser criada depois de um dos contratos em seu nome ter sido assinado. As conclusões fazem parte do resultado da investigação do Ministério Público espanhol, numa diligência que pediu a prisão dos cartolas do Barcelona que participaram da negociação.

Nesta segunda, o Ministério Público da Espanha pediu pena de dois anos e três meses de prisão para o atual presidente do Barcelona, Josep Bartomeu, e sete anos para seu antecessor, Sandro Rosell.

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No total, entre indenizações e multas, o MP pede que o Barcelona e seus dirigentes paguem 62 milhões de euros, equivalente a R$ 199,4 milhões. O caso ainda pode respingar no Brasil, com impacto para as empresas de Neymar e sua relação com a Receita Federal.

Pelas investigações conduzidas pelo fisco da Espanha e obtidas pela reportagem, Neymar, que está na seleção brasileira para os amistosos contra França e Chile, representou um custo total de 94,8 milhões de euros (R$ 330 milhões), e não 57 milhões de euros (R$ 183,3 milhões) como havia sido revelado pelo clube originalmente. Ao Santos, 25,1 milhões de euros foram desembolsados, o que o clube nega.

Para chegar a essa conclusão, o MP examinou os treze contratos assinados entre Neymar, seu pai, o Barcelona e o próprio Santos. A constatação é de que parte deles eram firmados com empresas que foram criadas apenas para justificar pagamentos secretos. Segundo a investigação, a decisão da direção do Barcelona de esconder parte do dinheiro pago ocorreu depois que Rosell e Bartomeu optaram por antecipar a compra do jogador. Em 2011, eles haviam fechado acordo de gaveta com o craque, estipulando que Neymar chegaria ao clube catalão em 2014.

Mas em 2013 a opção foi a de antecipar o acordo, o que encareceu o contrato. Segundo o documento da procuradoria obtido pela reportagem. "foi Neymar Jr. que reclamou pagamento maior por incorporar-se ao Barcelona em 2013, como o clube de procedência, o Santos".

ESQUEMA - Rosell, porém, optou por não informar ao clube que Neymar sairia por um preço superior e, portanto, "levou a cabo um plano com a intenção de ocultar o custo real do jogador". O cartola então "fragmentou o pagamento" por meio de uma "série de contratos com o Santos e Neymar". Todos, porém, tinham a mesma meta: "contratar Neymar Jr e pagar o Santos e ao jogador o preço da transferência".

Para montar o esquema, três sociedades foram criadas. Todas eram do pai do jogador e seus sócios Neymar Da Silva Santos (com 50%) e Nadine Gonçalves Da Silva Santos (com 50%). "A finalidade do uso das sociedades era aparentar que os pagamentos obedeciam a operações mercantis entre sociedades e ainda fragmentar o verdadeiro pagamento ao jogador para mantê-las ocultas", indicou o MP espanhol. "Na realidade, as entidades operavam unicamente como intermediários nos pagamentos feitos pelo Barcelona em conceito de retribuições trabalhistas por direitos que correspondem ao jogador".

A irregularidades, porém, foram registradas desde 2011. Naquele ano, o Barcelona pagou 10 milhões de euros (R$ 32,2 milhões) para garantir que, em 2014, Neymar fosse do time catalão e que não mudasse de ideia. Diante do fato de a reserva de um jogador no mercado ser ilegal, o contrato apenas apontou que se tratava de um "empréstimo".

A investigação desmontou esse argumento. "O contrato não tinha tal natureza, pois se entregava do Barcelona à N&N Consultoria Esportiva e Empresarial Ltda a quantia de 10 milhões de euros, sem juros nem garantias de nenhum tipo e que seria amortizado quando se formalizasse o contrato com o jogador", alertou o MP.

"Na realidade, por meio desse contrato, se formalizava o pagamento do Barcelona à sociedade de 10 milhões de euros como remuneração antecipada do jogador para garantir a transferência em 2014." Segundo os procuradores, as empresas do pai de Neymar que fecharam esse contrato foram oficialmente criadas depois que o acordo já tinha sido assinado. "A sociedade foi constituída formalmente no dia 18 de novembro de 2011, ou seja, três dias depois de assinar o primeiro dos contratos", constatou a investigação.

Esses elementos levaram a procuradoria a concluir que o esquema foi montado "com a intenção de ocultar a operação e elidir o pagamento de impostos". Bartomeu, no mês passado, chegou a justificar que o Barcelona estava sofrendo perseguição por defender a independência da Catalunha e por ter levado Neymar, enquanto outros clubes o estariam desejando também, como o Real Madrid. Mas o MP considera que existem bases para julgar os cartolas e, depois de avaliar os contratos entre o jogador e o clube de 2011 a 2013, a conclusão é de que os dirigentes fraudaram o fisco em 13 milhões de euros (R$ 41,8 milhões).

O MP concluiu as investigações que haviam sido iniciadas em 2013 e sugere o julgamento dos dirigentes do Barcelona. Além disso, Bartomeu teria de pagar 3,8 milhões de euros em multas e Rosell arcaria com 25 milhões de euros. O clube ainda teria de assumir 22 milhões de euros com a União. Por responsabilidade civil, Rosell pagaria mais 9,5 milhões de euros para o atual presidente.

O procurador da República Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa do Ministério Público na Operação Lava Jato, disse na manhã desta sexta-feira, 20, que a punição da corrupção no País é "em regra, uma piada de mau gosto". O procurador defende o aumento da pena para o crime de mínimo de quatro anos e máximo de 25. Hoje, a punição varia de dois a 12 anos de prisão. Pela proposta, também passa a ser hediondo o crime de corrupção quando valor for superior a 100 salários mínimos - aproximadamente R$ 80 mil.

Nesta sexta-feira, o Ministério Público Federal apresentou dez medidas para enfrentamento da corrupção no País. A ideia é apresentar anteprojetos de lei ao Congresso Nacional sobre os temas propostos. Uma das sugestões é aumentar penas também de tipos penais relacionados à corrupção, como estelionato.

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Para Dallagnol, o número de delações premiadas deve aumentar com o aumento da pena de corrupção. "À medida que você aumenta as penas, aumenta as buscas da defesa por soluções alternativas", disse o procurador, que conduz as investigações no Paraná, que já contaram com delação premiada do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, do doleiro Alberto Youssef, do ex-gerente da estatal Pedro Barusco e de executivos de empresas como a Camargo Corrêa e Toyo Setal, além do operador Shinko Nakandakari.

O anteprojeto de lei que o Ministério Público Federal vai enviar ao Congresso prevê penas maiores para a corrupção e gradação de acordo com o valor desviado. A proposta é que para prejuízos de até R$ 78 mil, a pena de corrupção ativa e passiva varie de 4 a 12 anos. Nos casos de desvio entre R$ 78,8 mil e R$ 788 mil, a pena seria de 7 a 15 anos. Quando o prejuízo for superior a R$ 788 mil e inferior a R$ 7,8 milhões, a pena seria de 10 a 18 anos. Já para casos de mais de R$ 7,8 milhões, a punição seria máxima: entre 12 e 35 anos de prisão.

Também são previstos aumentos e gradações nos casos de peculato, inserção de dados falsos em sistema de informações, concussão, estelionato e excesso de exação qualificada.

"A pena começa com dois anos, depois é substituída por restritiva de direitos, depois extinta com decreto de indulto natalino", criticou Dallagnol, sobre o sistema atual, ao defender proposta da procuradoria para aumentar as penas de corrupção. No início de março, o ex-presidente do PT José Genoino, condenado no processo do mensalão, foi beneficiado pelo indulto natalino e teve extinta a pena imposta pelo Supremo Tribunal Federal por corrupção ativa. Todo o núcleo político do mensalão cumpre atualmente pena em regime aberto, no qual podem permanecer em casa.

Uma das intenções com o aumento da pena é evitar que a prisão seja substituída por outras punições, restritivas de direitos. Isso porque réus de crimes de colarinho branco normalmente são primários e por isso as penas ficam próximas ao mínimo legal. Os procuradores também desejam evitar a prescrição dos crimes.

Dallagnol menciona que a corrupção é "semelhante" ao latrocínio - roubo seguido de morte -, pois há desvio de altos valores e "pessoas sofrendo consequências como morte inclusive, por falta de hospitais, segurança e saneamento básico".

O Ministério Público Federal apresenta nesta sexta-feira, 20, uma série de propostas para combate à corrupção. O "pacote" elaborado por uma das instituições envolvidas na força-tarefa da Operação Lava Jato, ao lado da Polícia Federal, será divulgado dois dias após a presidente Dilma Rousseff anunciar um conjunto de projetos de lei e um decreto com a mesma temática.

Os procuradores elaboraram medidas em "dez frentes", segundo pessoas envolvidas no trabalho, e divididas em três grupos temáticos: transparência e prevenção; efetividade; e celeridade e eficiência.

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Entre as propostas incluídas no pacote que será anunciado hoje estão a gradação do crime de corrupção e medidas de responsabilização dos partidos políticos, entre outras. O Ministério Público Federal também sugere a melhoria das regras de transparência e mecanismos para previsão das formas de se recuperar o lucro derivado do crime de corrupção.

O anúncio foi marcado para dois dias depois de o governo federal apresentar sete medidas de combate à corrupção como cumprimento de promessa de campanha e resposta aos protestos contra o governo federal, ocorridos em todas as 27 unidades da Federação no domingo.

Fazem parte do pacote do governo federal: um projeto de lei que criminaliza o caixa 2, uma proposta de emenda constitucional (PEC) para confisco de bens; pedido de urgência para um projeto para alienação de bens apreendidos; estabelecimento de ficha limpa para cargos de confiança; regulamentação da Lei Anticorrupção, de 2013; e a criação de um grupo de trabalho para cuidar do tema.

Dos pontos apresentados por Dilma em solenidade no Palácio do Planalto, apenas o decreto relativo à Lei Anticorrupção, que entrou em vigor em janeiro do ano passado e desde então aguardava regulamentação, tem validade imediata.

A regulamentação da lei é vista por advogados ligados a empreiteiras acusadas de participar de desvios de recursos da Petrobrás no âmbito da Operação Lava Jato como uma forma de acelerar os acordos de leniência entre as empresas e o governo federal. O Planalto conta com esses acordos para evitar uma "quebradeira" das empreiteiras e prováveis efeitos sobre a economia do País.

Caixa 2

O ponto de convergência entre os projetos do governo e do Ministério Público é a criminalização do caixa 2. As propostas da procuradoria serão apresentadas pelo subprocurador-geral da República Nicolao Dino e pelo coordenador da força-tarefa da Lava Jato que atua na Justiça do Paraná, Deltan Dallagnol.

Embora o governo e o Ministério Público tenham apresentado propostas distintas e em dias diferentes, ambos já discutiram no passado ações de combate à corrupção. A discussão dessas medidas foi o motivo apontado pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e o ministro José Eduardo Cardozo (Justiça) para se reunirem às vésperas da entrega dos pedidos de inquérito contra políticos citados na Lava Jato enviados ao Supremo Tribunal Federal.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

No pedido de prisão preventiva de Renato Duque, o Ministério Público Federal destacou "o papel fundamental desempenhado (pelo ex-diretor da Petrobrás) na organização criminosa" - grupo que instalou na estatal um esquema de corrupção e propinas a políticos. Os procuradores da República que integram a força tarefa da Operação Lava Jato juntaram ao pedido o resultado do rastreamento bancário que mostram as transferências realizadas por Duque da Suíça para o Principado de Monaco, num total de 20,56 milhões de euros, cerca de R$ 70 milhões.

"A prisão preventiva deve ser decretada como garantia da ordem econômica, na medida em que a recente operação de ocultação e a dissimulação do produto de milhões de reais de crimes contra a administração pública certamente lesa gravemente a ordem econômica", assinalam os procuradores.

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"Dessa forma, em primeiro lugar o esforço recente do investigado para continuar a proceder à ocultação e à dissimulação do produto de crimes indicam que a liberdade representa um sério risco à ordem pública, pois é muito possível, e, mais que isso, muito provável que o ex-diretor Duque continue operando suas contas bancárias com valores ocultos em outros países."

"Sua segregação cautelar, de outro lado, desestruturaria o esquema criminoso e evitaria a reiteração delitiva, razão pela qual deve ser decretada", sustentam os procuradores.

Os integrantes da força tarefa da Lava Jato observam, ainda. "O manejo dos recursos ilícitos no exterior demonstra o inequívoco propósito do investigado (Duque) de dificultar e obstruir a investigação da organização criminosa, mormente no que se refere ao encontro da prova materializada de seus crimes no estrangeiro. Vale frisar que as transferências das contas de Duque envolvem diversos países, o que levanta a possibilidade de o ex-diretor se utilizar do mesmo expediente em outros locais em que os valores ainda não se encontram bloqueados."

Os procuradores fazem referência à primeira ordem de prisão decretada contra Duque, em novembro de 2014. Na ocasião, o ex-diretor da estatal foi preso, mas dias depois acabou conseguindo a liberdade por decisão do ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF).

"Atualmente, com o avanço das investigações, foram produzidas ainda mais provas concretas e contundentes do envolvimento de Renato de Souza Duque com o fatos, havendo novos fundamentos para a decretação da prisão preventiva para a garantia de ordem pública e ordem econômica", anotam os procuradores.

O Ministério Público Federal divulgou nota, no domingo, 1, na qual alerta para os riscos de o acordo de leniência com as empresas investigadas por envolvimento em corrupção na Petrobrás ser tocado pela Controladoria-Geral da União (CGU), órgão do governo federal. A nota foi escrita pelo procurador Deltan Dallagnol, que coordena a força-tarefa da Operação Lava Jato, e publicada inicialmente na sua página numa rede social, conforme antecipou o estadão.com.br.

O texto rebate o argumento do governo de que os acordos de leniência devem levar em consideração o não fechamento das empresas. "Embora legítima a preocupação do governo com consequências econômicas e sociais, a maior preocupação deve ser com as consequências econômicas e sociais da corrupção praticada e em desenvolvimento - lembrando que houve práticas corruptas recém-descobertas que ocorreram até dezembro de 2014." E complementa: "Conforme a experiência internacional demonstra, quanto menor a corrupção na sociedade, melhores são as condições para o desenvolvimento econômico e social".

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A nota repete o argumento dos procuradores, segundo o qual "a depender do modo de celebração desse tipo de acordo, ele pode ser prejudicial ao interesse público".

Para o Ministério Público, acordos de leniência só podem ser celebrados quando houver reconhecimento de culpa por parte das empresas, ressarcimento ainda que parcial do dano e indicação de fatos e provas novos. Como a investigação corre em sigilo, diz o texto, "é possível que a CGU tome, como novos, fatos e provas apresentados pela empresa que já estejam informados e comprovados na investigação". "Parece inviável que a CGU analise se os requisitos estão sendo atendidos."

Os procuradores também respondem a acusação do ministro da Advocacia-Geral da União, Luís Inácio Adams, de que o Ministério Público quer ter a prerrogativa de fazer acordos de leniência para coagir investigados a delatarem corrupção em outras áreas do governo. "Dos 13 acordos de colaboração celebrados no âmbito da investigação da Lava Jato, 11 foram feitos com pessoas soltas e os dois restantes foram feitos com presos que continuaram presos, de modo que está desconectado da realidade o argumento de que prisões são feitas para forçar pessoas a acordos."

O acordo de leniência pode ser feito ao mesmo tempo pela CGU, pelo Ministério Público Federal e pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). O Tribunal de Contas da União pretende analisar os acordos e declarar a validade ou não de seus termos. O acordo feito pela CGU impede que empresas sejam proibidas de contratar com o poder público. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, não vai repassar ao governo nenhum tipo de informação sobre os indicados para compor o ministério de Dilma Rousseff, segundo o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. Diante da negativa, o governo antecipou ontem que se valerá das "informações disponíveis" sobre os escolhidos - de registros oficiais a eventuais denúncias da imprensa.

A presidente anunciara um dia antes que pediria ao Ministério Público a averiguação de possível envolvimento de seus escolhidos em escândalos de corrupção. De caráter preventivo, a medida permitiria a eliminação dos nomes sob investigação de seu futuro gabinete e a obtenção uma espécie de certidão negativa do MP aos empossados.

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A decisão de Dilma foi expressa depois de o Estado ter revelado a citação de 28 políticos envolvidos no esquema de corrupção da Petrobrás pelo ex-diretor de Abastecimento da estatal Paulo Roberto Costa. Entre os mencionados estavam ministeriáveis, como Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), atual presidente da Câmara.

A sugestão de Dilma foi alvo de duras críticas da oposição e do ex-presidente do Supremo Tribunal Federal Joaquim Barbosa. Os oposicionistas criticaram a intenção da presidente e a avaliaram como "surrealista" e "totalmente bipolar".

Diante das reações, a assessoria de Cardozo convocou no fim da manhã de ontem a imprensa para divulgar a resposta do chefe do Ministério Público Federal e expor qual procedimento o governo adotaria diante da negativa. O próprio ministro informou ter contactado o procurador-geral na segunda-feira à noite, por telefone.

Sob sigilo

Janot, segundo Cardozo, explicou que não teria como revelar nenhuma informação ao governo sobre potenciais investigados pela Operação Lava Jato, da Polícia Federal, porque as delações premiadas correm sob segredo de Justiça. O ministro disse ter informado Dilma sobre essa resposta ontem pela manhã.

"O procurador-geral da República nos disse que não tinha como fornecer qualquer tipo de informação a respeito, uma vez que essa questão está sob sigilo legal e que naturalmente não dependeria de uma decisão dele passar informações a respeito", afirmou. Janot, também de acordo com Cardozo, argumentou que o repasse de nomes suspeitos de atuar em esquemas de corrupção poderia atrapalhar futuras investigações.

O ministro da Justiça afirmou que, diante da negativa de Janot, as nomeações para compor o ministério vão levar em conta a informação disponível em registros oficiais. As menções feitas pela imprensa também serão avaliadas.

Cardozo rebateu a crítica de Barbosa, para quem a sugestão feita por Dilma colocaria o Ministério Público como órgão de assessoria da Presidência. Barbosa chegou a classificar a iniciativa como tentativa de "degradação institucional".

"Eu acho curiosa a crítica porque ter informações é algo básico, porque é natural que um governante, para formar a sua equipe, tenha informações", disse Cardozo. "Talvez o ministro Joaquim não teria entendido bem. A gente não pediu assessoria ou consultoria. Pediu somente informações."

A recusa, porém, já era previsível logo após o anúncio da presidente. Em nota ao Estado na segunda-feira, a Procuradoria-Geral da República adiantara que, por lei, a prestação desse serviço seria inviável, por se tratar de uma consultoria não prevista nas funções do Ministério Público. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O governador João Lyra Neto nomeou nesta terça-feira (2) a nova Procuradora Geral do Estado de Pernambuco. Bianca Teixeira Avallone era procuradora geral adjunta e agora assumiu a pasta no lugar de Thiago Norões.  A vaga que era de Bianca passa a ser de Renata Brayner e Silva. Os atos serão publicados nesta quarta-feira (3) no Diário Oficial do Estado 

A nova procurada Geral do Estado é formada em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), e especialista em Direito Tributário.  Bianca Avallone é Procuradora concursada desde 1998 e já exerceu os cargos de Chefe do Núcleo da Dívida Ativa da Procuradoria do Estado de Pernambuco (entre 2006 e 2007) e de Procuradora Chefe Adjunta da Procuradoria da Fazenda Estadual (de fevereiro de 2007 a março de 2014). Em abril de 2014, foi nomeada Procuradora Geral Adjunta do Estado de Pernambuco.

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Mais um dia de reivindicações dos funcionários da Refinaria Abreu e Lima, no Complexo da Suape. Cerca de 200 profissionais se reunirão, às 10h30 desta quarta-feira (12), em frente à sede da Procuradoria Regional do Trabalho da 6ª Região, no bairro do Espinheiro, para exigir atendimento do órgão. A categoria denuncia atraso de salário, tíquetes-alimentação, entre outras questões de caráter trabalhista. 

Desde a última quinta-feira (6), os trabalhadores cruzaram os braços em protesto à gestão da Alusa Engenharia, Construtora Barbosa Mello e Empresa Brasileira de Engenharia. Outra queixa dos profissionais é o não pagamento do valor referente à rescisão do contrato de vários trabalhadores afastados. A categoria exige o cumprimento de rescisões indiretas, quando o empregador necessita pagar todas as verbas rescisórias.

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Em liminar, a juíza Josimar Mendes da Silva, da 1ª Vara do Trabalho de Ipojuca, determinou que a Petrobrás deposite os valores devidos às empresas envolvidas, já que as mesmas argumentam não receber o dinheiro e,  por isso, não terem como pagar os trabalhadores. De acordo com a liminar, a Petrobrás precisa fazer o depósito em até cinco dias, com possibilidade de multa diária de R$ 1 mil caso descumpra a norma.  

Procurando orientar os gestores públicos estaduais em relação às normas impostas pela Justiça Eleitoral neste ano, a Procuradoria Geraldo de Pernambuco, distribuirá a partir desta quinta-feira (24), cartilhas com recomendações para o período eleitoral. O documento tem o objetivo de alertar os servidores em vários aspectos, como os gastos com as publicações, por exemplo.

De acordo com o procurador geral do Estado, Thiago Norões, o documento é produzido há anos pelo governo estadual. “Há mais de dez anos a Procuradoria Geral prepara esta cartilha e distribui para os gestores estaduais. A gente, em toda eleição, faz uma atualização porque em toda eleição o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) faz a resolução que vai reger aquele pleito específico, e nós fazemos as adequações”, relembrou. 

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Norões frisou ser necessário ter uma série de cautelas em 2014 por se tratar de ano eleitoral, principalmente pelos pré-candidatos já colados do PSB. “Temos um ano que se encerra no comando do governador João Lyra Neto, se encerra o ciclo, é o último ano de mandato e a lei coloca uma série de cuidados feitos pelos gestores e do nosso conjunto sai vários gestores públicos candidatos a vários cargos, como Eduardo Campos e Paulo Câmara”, destacou. 

O representante estadual detalhou que o documento traz várias orientações para que o gestor público obedeça às exigências da Justiça Eleitoral. “Vocês vão receber uma cartilha para os agentes públicos relativos a esse período eleitoral. Ela coloca uma série de recomendações, questões financeiras, e a gente sempre faz uma alerta para que essa cartilha seja lida e observada de forma exagerada, e havendo qualquer tipo de dúvida, seja esclarecida com a chefia imediata ou com a própria procuradoria”, recomendou durante discurso na reunião entre João Lyra e os gestores estaduais no Centro de Convenções, em Olinda

Tentando evitar problemas dentro da equipe estadual em relação ao pleito de outubro deste ano, o procurador também lembrou que muitas vezes as penalidades são graves e atinge não a chefia, mas a candidatura de quem se colocou na disputa eleitoral. “É uma forma de se prevenir que a prática eleitoral seja maculada sem culpa e prejudique alguém específico”, disse, defendendo em seguida a atuação partidária, porém, com algumas precauções aos gestores. 

“A atuação política partidária ela é boa, é recomendada, faz parte da democracia, todos têm, eu tenho inclusive, mas ela tem que ser exercida fora do horário de expediente e de forma totalmente desvinculada as atividades funcionais: nos finais de semanas, à noite. Obviamente qualquer gestor estadual tem todo o direito de apoiar o candidato que quiser, mas o que se não se pode fazer é confundir a atividade institucional com a eleitoral”, orientou. 

Penalidades – Questionado sobre as possíveis penalidades que o gestor público poderá receber, caso descumpra as recomendações, Thiago Norões, falou que as punições variam e podem chegar até a demissão do servidor. “Um ato praticado em desacordo com a lei também pode caracterizar uma falta funcional e deve ser apurado. Aí, ele vai sofrer um procedimento administrativo, vai exercer a defesa dele, e se for verificado a infração, ele vai ser punido. As punições podem variar, mas são as que geralmente são aplicadas aos servidores públicos. Pode ir desde uma advertência a uma punição”, delineou o procurador. Ele também revelou que todos os secretários estaduais e todas as repartições do governo receberão a cartilha, no entanto, disse não ter certeza do número exato da tiragem do documento que será distribuído. 

O deputado federal Anthony Garotinho (PR-RJ), pré-candidato ao governo do Rio, foi denunciado mais uma vez pela Procuradoria Regional Eleitoral (PRE) sob acusação de fazer propaganda eleitoral antecipada. É a nona representação feita ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE) contra o ex-governador do Rio pelo mesmo motivo. O procurador Paulo Roberto Bérenger propôs a ação com o objetivo de proibir a distribuição de uma revista que, segundo ele, divulga a candidatura do deputado para a eleição de outubro. O prazo legal para início de campanha é 5 de julho.

Procurado pela reportagem, Garotinho divulgou uma nota: "Segundo nosso jurídico, o conteúdo que o Ministério Público considera propaganda antecipada se assemelha ao do link 'Projetos e Realizações', que está em destaque no Blog do Garotinho, alvo de representação feita pelo PMDB, cuja liminar para a sua retirada foi negada pelo juiz Auxiliar Alexandre Chini Neto em 31/1". Ainda de acordo com a assessoria do deputado, "em seu despacho, o magistrado afirmou que 'sem invadir o mérito, não se apresentam de forma nítida, no momento, como propaganda antecipada'. Assim, pelo bom senso, esperamos que o Tribunal mantenha o mesmo entendimento."

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O procurador regional eleitoral também pede ao TRE que proíba a veiculação da revista na internet e fixe multa de R$ 5 mil por dia de descumprimento da ordem judicial. Para Bérenger, o texto na capa ("Nosso jeito de governar: desenvolvimento econômico com justiça social!), com uma foto do ex-governador, "já demonstra propaganda irregular".

A representação destaca declarações de Garotinho na revista como: "vou estar preparado para tirar novamente o Estado do Rio de Janeiro da falência." Para o procurador, elas "caracterizam uma promoção da candidatura antes do prazo legal de 5 de julho". "Não podemos deixar que os pré-candidatos se valham da internet e outros meios para veicularem propaganda antecipada", afirmou Bérenger. No fim de janeiro, o TRE já havia proibido liminarmente Garotinho de distribuir brindes a ouvintes de seu programa de rádio.

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