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O governo da Ucrânia afirmou nesta terça-feira (16) que derrubou seis mísseis hipersônicos russos Kinzhal durante um ataque noturno contra Kiev.

"Outro sucesso incrível da Força Aérea ucraniana! Durante a noite, nossos defensores do céu derrubaram SEIS mísseis hipersônicos russos Kinzhal e outros 12 mísseis", escreveu no Twitter o ministro da Defesa, Oleksiy Reznikov.

A Ucrânia anunciou há uma semana que derrubou pela primeira vez um míssil hipersônico Kinzhal utilizando sistemas fornecidos pelos Estados Unidos.

Os mísseis Kinzhal ("punhal" em russo) são mais difíceis de interceptar do que outros tipos de projéteis.

O presidente russo, Vladimir Putin, apresentou este míssil em 2018 e o chamou de "arma ideal" por sua dificuldade de interceptação.

Kiev recebeu em meados de abril os primeiros Patriot, um dos sistemas de defesa antiaérea mais avançados dos Estados Unidos, utilizado para derrubar o primeiro míssil Kinzhal.

As autoridades ucranianas não divulgaram que sistema foi utilizado para derrubar os mísseis Kinzhal nos ataques da noite passada.

Alguns destroços caíram em vários bairros de Kiev, incluindo no zoológico da capital ucraniana, e três pessoas ficaram feridas, segundo o prefeito da cidade, Vitali Klitschko.

O presidente da Ucrânia, Volodymir Zelensky, disse esperar uma visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao país para "continuar o diálogo" sobre a guerra entre Rússia e Ucrânia. A declaração ocorreu após ter se encontrado com o assessor da Presidência da República para assuntos internacionais, Celso Amorim, em Kiev, capital do país.

Em publicação nas redes sociais, Zelensky disse que teria enfatizado a Amorim que a única forma de impedir os ataques da Rússia contra a Ucrânia seria por meio de um plano de paz "formulado" pelo próprio país comandado por ele. Além disso, o presidente ucraniano também disse que foi discutida a possibilidade de realizar a "Cúpula Ucrânia-América Latina".

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"Espero continuar o diálogo com o Presidente Lula e dar-lhe as boas-vindas à Ucrânia", finalizou Zelensky.

Amorim se reuniu na quarta-feira, 10, em Kiev, com o presidente da Ucrânia e com o vice-chanceler ucraniano, Andrei Melnik. A ida de Amorim a Kiev passou a ser cobrada depois que ele viajou a Moscou e se reuniu com o presidente russo, Vladimir Putin, em abril.

As defesas aéreas da Ucrânia derrubaram 35 drones de fabricação iraniana sobre Kiev no último ataque noturno da Rússia, enquanto ataques em toda a Ucrânia pelas forças do Kremlin mataram quatro civis, segundo declarações de autoridades nesta segunda-feira (8).

Os bombardeios aconteceram em meio a um reforço na segurança de Moscou na véspera das tradicionais comemorações da Praça Vermelha que marcam a derrota da Alemanha nazista na Segunda Guerra Mundial. O país comemora o Dia da Vitória no dia 9 de maio.

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De acordo com a mídia russa, pelo menos 21 cidades cancelaram os desfiles militares por conta de preocupações com a segurança.

Destroços de drones atingiram um prédio de apartamentos de dois andares no distrito de Svyatoshynskyi, no oeste de Kiev, enquanto outros destroços atingiram um carro estacionado nas proximidades, afirmou o prefeito de Kiev, Vitali Klitschko, em uma postagem no Telegram.

Russos atacam Odessa e Bakhmut

Segundo Kiev, a Rússia também atacou a cidade portuária de Odessa , mas ninguém ficou feriado. Além disso, seis foguetes russos também atingiram a cidade de Kramatorsk, no leste da Ucrânia, durante a noite, informou uma autoridade regional, mas os projeteis caíram em uma área industrial da cidade, sem causar vítimas.

Moscou também segue bombardeando a cidade de Bakhmut. Kiev apontou que o exército russo espera tomar o controle total da cidade até terça-feira, dia 9.

No domingo, 7, o chefe do grupo Wagner, Yevgeny Prigozhin, apontou que o grupo deve continuar em Bakhmut após ameaçar que poderia deixar a região por falta de munições.

O presidente da Ucrânia, Volodmir Zelenski, disse nesta segunda-feira que enviou um projeto de lei ao parlamento propondo que o Dia da Memória e da Vitória sobre o nazismo na Segunda Guerra Mundial seja celebrado no dia 8 de maio no país e um Dia da Europa ocorra no dia 9 de maio, distanciando ainda mais Kiev de Moscou.

Zelenski comparou os objetivos da Rússia na Ucrânia aos dos nazistas. "Infelizmente, o mal voltou", apontou Zelesnki no Telegram. "Embora agora seja outro agressor, o objetivo é o mesmo - escravização ou destruição", afirmou.

A Rússia lançou nas últimas horas 24 drones de ataque contra a Ucrânia, que conseguiu derrubar 18 aparelhos, anunciou a Força Aérea de Kiev.

"Os invasores lançaram até 24 drones de ataque Shahed-136/131 (...) A Força Aérea da Ucrânia, em cooperação com outras unidades de defesa aérea, derrubou 18 drones de ataque", afirma um comunicado divulgado no Telegram.

Na quarta-feira, Moscou acusou Kiev de tentar atacar o Kremlin com drones para assassinar o presidente Vladimir Putin. O governo russo prometeu uma resposta dura.

A Ucrânia negou qualquer envolvimento em tal ação e os aliados ocidentais de Kiev também expressaram dúvidas sobre as acusações da Rússia.

Na capital ucraniana, o comandante da administração militar da cidade, Serguei Popko, disse que, de acordo com as informações preliminares, "todos os mísseis e veículos aéreos não tripulados inimigos foram destruídos sobre Kiev pelas forças de defesa aérea".

Popko afirmou que esta foi a terceira tentativa de ataque na capital em maio. "Nossa cidade não registrava tamanha intensidade nos ataques desde o início do ano", afirmou.

O comandante militar destacou que alguns destroços dos drones abatidos caíram em diferentes partes de Kiev, sem provocar feridos.

A Rússia afirmou, nesta quarta-feira (3), ter frustrado uma tentativa de assassinato do presidente Vladimir Putin com drones enviados pela Ucrânia, que negou qualquer envolvimento no fato e reportou um bombardeio "maciço" russo, com várias vítimas, na região de Kherson (sul).

"Ontem à noite, o regime de Kiev tentou atingir o Kremlin", no centro de Moscou, com dois drones, que ficaram "fora de serviço", graças a "sistemas de radar de guerra eletrônica", informou a Presidência russa.

"Consideramos estas ações como uma tentativa de ação terrorista e um atentado contra a vida do presidente", acrescentou o Kremlin, acrescentando que "a Rússia se reserva o direito de tomar medidas de represália onde e quando considerar apropriado".

O presidente da Câmara Baixa do Parlamento russo, Vyacheslav Volodin, instou "destruir o regime terrorista de Kiev".

E o ex-presidente russo, Dmitri Medvedev, defendeu a "eliminação física" do presidente ucraniano, Volodimir Zelensky.

Zelensky, por sua vez, negou o envolvimento de seu país no que seria o mais espetacular dos ataques atribuídos a Kiev em território russo desde o início da intervenção das tropas de Moscou na Ucrânia, em fevereiro de 2022.

"Não atacamos Putin", disse Zelensky em Helsinque, capital da Finlândia, após participar como convidado de uma cúpula de cinco países nórdicos.

Atacar o presidente russo "será uma tarefa dos tribunais. Nós vamos lutar no nosso território, estamos defendendo nossos povoados e cidades", acrescentou.

Um vídeo publicado por alguns veículos de imprensa russos nas redes sociais mostra um pequeno drone aproximando-se do Kremlin, antes de explodir. Em outra filmagem, vê-se uma coluna de fumaça sobre o prédio à noite.

Até o momento, não foi possível verificar a autenticidade das imagens com fontes independentes.

Os Estados Unidos pediram extrema cautela frente às declarações da Rússia.

"Vi a informação. Não posso validá-la, não sabemos disso", disse o chefe da diplomacia americana, Antony Blinken, durante um evento em Washington. "Veria qualquer coisa que sai do Kremlin com muito cuidado", acrescentou.

As acusações russas ocorrem depois de vários atos de sabotagem e de ataques com drones nos últimos dias contra regiões da Rússia próximas à fronteira ucraniana.

Alguns drones caíram na região de Moscou nos últimos meses, mas esta é a primeira vez que uma incursão atribuída à Ucrânia ocorre no coração da capital russa, a cerca de 500 km da fronteira com a antiga república soviética.

Estes ataques ocorrem enquanto Kiev afirma estar concluindo os preparativos de uma contraofensiva para retomar os territórios ocupados pela Rússia no leste e no sul do país.

- Parada de 9 de maio -

A tentativa de ataque denunciada pelo Kremlin ocorre a poucos dias das comemorações pelo "Dia da Vitória", em 9 de maio, que celebra a vitória das tropas soviéticas sobre a Alemanha nazista, em 1945.

Várias paradas foram canceladas no país por motivo de segurança.

A região de Briansk, na fronteira com a Ucrânia, anunciou nesta quarta-feira que desistiria da comemoração, após sabotagens recentes que provocaram o descarrilamento de dois trens.

Em Moscou, no entanto, as autoridades decidiram manter a grande marcha militar na Praça Vermelha.

"O desfile vai acontecer. Não há mudanças no programa", disse o porta-voz da Presidência russa, Dmitri Peskov.

- Toque de recolher e bombardeios em Kherson -

Ao menos 16 pessoas morreram nesta quarta em bombardeios "maciços" russos na região ucraniana de Kherson e 12 deles na cidade homônima, a principal da área, informou o Ministério Público local.

Outras 22 pessoas ficaram feridas neste ataque, acrescentou a fonte.

As autoridades ucranianas anunciaram, nesta quarta, um toque de recolher de 58 horas em Kherson a partir da noite de sexta-feira, para permitir às "forças de ordem fazerem seu trabalho".

Segundo analistas, a região de Kherson é uma das possíveis áreas de onde as tropas ucranianas poderiam lançar sua contraofensiva. A capital homônima foi retomada pelas tropas de Kiev em novembro.

Na Finlândia, Zelensky mostrou-se otimista sobre as próximas operações bélicas.

"Acredito que este ano será decisivo para nós, para a Europa, para a Ucrânia, decisivo para a vitória" contra a Rússia, afirmou.

A União Europeia (UE) apresentou um plano no valor de 500 milhões de euros (cerca de 2,7 bilhões de reais) para acelerar a produção de munições, a fim de repor suas reservas e manter a ajuda à Ucrânia.

O Match Group, matriz do aplicativo de relacionamentos Tinder, decidiu deixar a Rússia, mais de um ano depois que a invasão da Ucrânia fez com que várias empresas internacionais fechassem ou suspendessem suas operações no país.

O Match Group anunciou na segunda-feira que deixará a Rússia até 30 de junho. "Estamos comprometidos com a proteção dos direitos humanos", informou a empresa ao anunciar sua decisão.

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A empresa com sede no Texas anunciou a notícia em seu relatório anual de impacto, um resumo de seu progresso em responsabilidade social e ambiental.

"Nossas marcas estão tomando medidas para restringir o acesso a seus serviços na Rússia e concluirão sua retirada do mercado russo até 30 de junho de 2023", afirmou.

A maioria das grandes empresas ocidentais encerrou ou suspendeu as operações em protesto contra a invasão russa da Ucrânia em fevereiro de 2022, enquanto as empresas chinesas expandem sua presença.

A Rússia, que busca reduzir sua dependência do Ocidente, fortaleceu seu setor de tecnologia nacional nos últimos anos.

A saída do Tinder também ocorre no momento em que a Rússia endurece as leis para regular o setor de tecnologia, em meio à crescente repressão política.

A ofensiva russa na Ucrânia agravou a prolongada crise demográfica na Rússia, uma tendência estrutural que pode prejudicar ainda mais uma economia afetada por sanções.

Em um país que já sofre com uma escassa mão de obra devido a taxas de natalidade persistentemente baixas, o conflito acrescenta uma série de desafios que podem se manter por anos.

A mobilização de centenas de milhares de homens os retirou do mercado de trabalho, ao mesmo tempo que forçou habitantes com melhor formação a fugir do país.

"Faltam trabalhadores na Rússia", afirmou à AFP Alexei Rashka, um demógrafo que antes trabalhava para a agência oficial de estatísticas Rosstat.

"É um antigo problema, mas tem se agravado devido à mobilização e às saídas em massa", apontou.

Após o colapso da União Soviética nos anos 1990, a Rússia herdou suas baixas taxas de natalidade causadas por dificuldades econômicas e incertezas sobre o futuro do país.

O presidente russo Vladimir Putin tentou encorajar as famílias a terem filhos, mencionando "os valores tradicionais" como uma forma de resolver o que observa como uma crise existencial.

Como parte desta estratégia para aumentar a população, implantou um auxílio financeiro para as famílias a partir do segundo filho e os seguintes.

- Já afetada pela covid -

As autoridades russas não informam números sobre baixas em suas tropas na Ucrânia desde setembro de 2022, quando o Ministério da Defesa anunciou 5.937 mortes.

O países ocidentais estimam 150.000 mortos e feridos de cado lado.

"Não sabemos as perdas exatas da operação militar, mas 300.000 pessoas foram mobilizadas, o que reduz ainda mais o número de jovens trabalhando", afirmou Natalia Zubarevich, especialista da Universidade Estatal de Moscou.

Estas baixas no campo de batalha se somam às da mortal pandemia de covid, que "afetou duramente a Rússia", indicou à AFP Igor Yefremov, especialista em demografia.

A estatística oficial contabiliza cerca de 400.000 vítimas do coronavírus na Rússia, mas analistas acreditam que o balanço real é muito superior.

Ante o volume minguante da força de trabalho, a reduzida taxa de desemprego de 3,5% na Rússia nem mesmo representa um bom sinal, mas o reflexo de uma escassez de contratações e das dificuldades de vários setores para cobrir postos vagos.

Uma pesquisa publicada em 19 de abril pelo Banco Central da Rússia confirmou tensões "graves", particularmente "nas indústrias de processamento", transporte e "fornecimento de água".

- Duas ondas de emigração -

Um estudo publicado no mês passado pela Escola de Economia indicou que a Rússia necessitará entre 390.000 e 1,1 milhão de imigrantes por ano até o final do século para evitar um declínio de sua população.

No entanto, alguns setores não poderão compensar a perda de trabalhadores, especialmente indústrias que requerem altos níveis de formação.

Rashka explicou que o conflito na Ucrânia provocou duas ondas de emigração e ambas com "muita gente altamente qualificada, incluindo especialistas em informática e tecnologia", saindo da Rússia.

Este especialista estimou que cerca de 150.000 pessoas, incluindo 100.000 homens, deixaram o país entre fevereiro e março de 2022, semanas depois da eclosão do conflito.

Outros meio milhão de russos teriam saído após a mobilização anunciada por Putin em setembro, acrescentou.

Uma lei recente impôs restrições econômicas àqueles que se esquivarem do serviço militar, o que pode incentivar os que fugiram a se estabelecerem definitivamente no exterior.

Ainda assim, Zubarevich afirmou que mais de 60% daqueles que partiram continuam trabalhando remotamente para empresas russas. "Alguns deles vão voltar", assegurou.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva estampa a capa do jornal espanhol El País desta quinta-feira (27), reiterando a intenção do Brasil liderar a busca por uma solução para o fim da guerra entre a Rússia e Ucrânia, iniciada há um ano.

"A primeira coisa que nós temos que entender é que esta guerra começou porque há muito tempo perdeu-se a capacidade de diálogo entre os dirigentes mundiais", destacou o presidente ao ser questionado sobre sua iniciativa de garantir a paz entre os países do leste europeu. "A Rússia não tinha o direito de invadir o território ucraniano", pontuou. "Ou eu alimento a guerra, ou eu tento acabar com ela. [...] Fui falar com Xi Jinping, com o [Joe] Biden, com [Olaf] Scholz... falei com o [Emmanuel] Macron... É preciso construir um grupo de países dispostos a negociar um cessar-fogo, eu quero que a guerra pare", afirmou à jornalista Pepa Bueno.

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Lula enfatizou acreditar no potencial do continente europeu de mediar o embate, e criticou a rápida adesão ao conflito assim que ele foi deflagrado, em fevereiro do ano passado. "Acredito que a Europa tem o papel de mediadora, a Europa deveria fazer uma espécie de 'caminho do meio', e ela não fez. Ela se envolveu muito rapidamente, eu acho então que nós temos que encontrar as pessoas que querem falar sobre a paz. [...] Nós temos que envolver os países que não estão envolvidos diretamente ou indiretamente na guerra", disse.

O chefe de Estado brasileiro afirmou, ainda, se preocupar com interesses "político-eleitorais" envolvendo o conflito, e disse que voltará a falar com o presidente da França, Emmanuel Macron, na próxima semana, o qual alega estar "disposto" a pôr fim à guerra. Ele também ressaltou a viagem do assessor especial da presidência da República, Celso Amorim, à Ucrânia após o diplomata ter se reunido com o presidente russo Vladimir Putin.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reiterou neste sábado (22) o apoio do governo brasileiro à solução negociada para a paz na Ucrânia, invadida há mais de um ano pela Rússia, em declaração à imprensa no Palácio de Belém, em Lisboa. Lula começou nessa sexta-feira (21) viagem de Estado à Portugal e Espanha.

“Ao mesmo tempo em que meu governo condena a violação à integridade territorial da Ucrânia, defendemos uma solução política negociada para o conflito. Precisamos criar urgentemente um grupo de países que tentem sentar-se à mesa tanto com a Ucrânia como com a Rússia para encontrar a paz”, disse Lula.

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O presidente reafirmou que o Brasil condenou a Rússia por ferir a integridade territorial ucraniana desde os primeiros dias do conflito. “Não somos favoráveis à guerra, queremos a paz”, disse Lula. “É melhor encontrar uma saída em torno de uma mesa do que continuar tentando encontrar a saída num campo de batalha. Se você não fala em paz, você contribui para a guerra”. 

O presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, destacou a necessidade da retirada imediata das forças armadas russas do território ucraniano como condição fundamental para ser possível encontrar uma reparação ao povo que sofreu a agressão, mas também como ponto de partida para a construção de uma paz duradoura. 

Em meio à polêmicas sobre sua fala em relação a Ucrânia, Lula fez questão de pontuar: "Eu nunca igualei Rússia e Ucrânia. Eu sei o que é invasão e o que é integridade territorial. Mas agora a guerra já começou e alguém precisa falar em paz". E rememorou sua postura na época da guerra do Iraque. "Em meu primeiro mandato eu fui aos EUA e o Bush pediu que o Brasil entrasse na guerra contra o Iraque. Eu respondi que minha guerra era contra a fome no Brasil. Hoje, outra vez, temos 33 milhões passando fome em nosso país. Essa é minha guerra".

Comércio exterior

Lula também ressaltou o potencial de Portugal e Brasil de dobrarem o fluxo de comércio exterior, atualmente por volta dos US$ 6 bilhões. “É preciso que a gente seja mais ousado. E é preciso que tanto nossos empresários quanto nossos ministros conversem mais e projetem perspectivas de futuro no financiamento das nossas indústrias e na produção de novos produtos entre os dois países”. 

O presidente português reafirmou seu total apoio à ratificação do acordo de livre comércio entre o Mercosul e a União Europeia. Aprovado em 2019, após 20 anos de negociações, o acordo Mercosul-UE precisa ser ratificado pelos parlamentos de todos os países dos dois blocos para entrar em vigor, uma tramitação que envolve 31 países. O acordo cobre temas tanto tarifários quanto de natureza regulatória, como serviços, compras governamentais, facilitação de comércio, barreiras técnicas, medidas sanitárias e fitossanitárias e propriedade intelectual.

Visita oficial

Mais cedo, Lula participou cerimônia de boas-vindas na Praça do Império, em frente ao Mosteiro do Jerônimo, e da deposição de flores junto ao túmulo do poeta português Luís de Camões, no interior do mosteiro. Na sequência, Lula teve encontro bilateral com o presidente Marcelo Rebelo de Sousa, no Palácio de Belém.

Em seguida, haverá almoço oferecido pelo primeiro-ministro Antônio Costa e, à tarde, ocorre a 13ª Cúpula Luso-Brasileira, no Centro Cultural de Belém, com a assinatura dos acordos bilaterais. Inicialmente, os dois chefes de governo têm reunião reservada, seguido de uma plenária com as duas delegações.

De acordo com o Palácio do Planalto, serão assinados pelo menos 13 acordos e parcerias com o governo português.

Dinamarca e Holanda chegaram a um acordo para enviar 14 tanques Leopard 2 para a Ucrânia como parte dos esforços dos países ocidentais de fornecer ajuda militar a Kiev para resistir à invasão russa.

O anúncio foi feito pelo Twitter do Ministério de Relações Exteriores da Dinamarca. Os equipamentos ainda vão passar por uma renovação e devem chegar à Ucrânia no início de 2024.

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Em declaração conjunta, os ministros da Defesa da Dinamarca e Holanda disseram que o custo estimado da ajuda será de € 165 milhões (R$ 913 milhões). "Dessa forma, participaremos conjuntamente da coalizão Leopard 2', apoiada por muitos parceiros e aliados", disseram os membros dos dois países.

RECUO

Em janeiro, a Alemanha liberou o envio de 14 novos tanques Leopard 2 A6 de seus estoques militares após forte pressão de outros países. A Polônia foi o primeiro país a anunciar a intenção de enviar o equipamento, mas precisava da anuência da Alemanha - que fabrica os tanques. Berlim cedeu à pressão algumas semanas após o anúncio polonês.

A Alemanha enviou, no final do mês passado, 18 tanques do mesmo modelo à Ucrânia. Berlim também enviou recentemente cerca de 40 veículos de infantaria blindados Marder.

No final de janeiro, o chanceler alemão, Olaf Scholz, reverteu sua política de cautela quanto à entrega desses blindados, que podem trazer uma vantagem qualitativa no campo de batalha. Scholz relutou em autorizar o fornecimento apenas dos Leopards por medo de uma possível reação da Rússia e apesar da pressão de aliados como a Polônia.

A Polônia também entregou à Ucrânia 10 tanques Leopard 2 A4 que havia prometido no final de janeiro. Os quatro primeiros já haviam sido entregues em 24 de fevereiro, no primeiro aniversário da invasão.

No mês passado, um grupo de soldados ucranianos concluiu, na Espanha, o treinamento para operar os tanques de combate.

MONSTROS

Os tanques que chegarão à Ucrânia são gigantes de cerca de 10 metros de comprimento, com peso entre 54 toneladas e 70 toneladas. Custam entre US$ 4 milhões e US$ 7 milhões cada. Usam uma couraça de metais especiais e, de certa forma, podem transpor quaisquer obstáculos - valetas profundas, muretas de concreto ou construções. Todos tem a mesma capacidade principal: avançar depressa, levando a destruição terrível causada pela ação do canhão de 120 milímetros, mais duas metralhadoras 7.62mm. Alguns deles lançam mísseis e cargas incendiárias. (com agências internacionais)

 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, afirmou, na manhã desta terça-feira (18), que as recentes falas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre a guerra na Ucrânia têm a ver com "interesses econômicos" e que o mandatário está "aliado com a paz". Padilha também ponderou que os comentários de Lula não devem afetar a votação do novo arcabouço fiscal no Congresso.

"O Brasil tem postura independente, o que Lula fala tem a ver com interesses econômicos. O presidente está aliado com a paz", afirmou Padilha à CBN nesta terça-feira. "Tenho certeza que não afetará a votação do arcabouço", completou.

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As declarações do presidente sobre o conflito armado entre Rússia e Ucrânia, em entrevista nos Emirados Árabes, no domingo (16), repercutiram mal internacionalmente - Lula insinuou que os Estados Unidos e a União Europeia teriam agido de forma a prolongar a guerra.

"O presidente Putin (Vladimir, da Rússia) não toma iniciativa de paz. O Zelenski (Volodimir, presidente da Ucrânia) não toma iniciativa de paz. A Europa e os Estados Unidos terminam dando contribuição para a continuidade dessa guerra", disse Lula na ocasião. "A construção da guerra foi mais fácil do que será a saída da guerra. Porque a decisão da guerra foi tomada por dois países", declarou.

As falas do presidente emergem em meio à recente visita da comitiva presidencial brasileira à China, desafeto carimbado do Ocidente, e à vinda do ministro de Relações Exteriores russo, Sergey Lavrov, ao Brasil nesta semana.

Os chefes da diplomacia do G7 alertaram, nesta terça-feira (18), sobre os "custos severos" para aqueles que ajudam a Rússia em sua guerra contra a Ucrânia, ao mesmo tempo que expressaram união diante da China, que representa outro desafio geopolítico.

Depois de dois dias de reunião na localidade montanhosa japonesa de Karuizawa, os ministros das Relações Exteriores das grandes economias do planeta não anunciaram novas medidas contra Moscou, mas prometeram responder aqueles que ajudam a Rússia a evitar as sanções impostas ou a adquirir armas.

Os ministros também anunciaram oposição às "atividades de militarização" de Pequim no Mar da China Meridional e reiteraram sua política a respeito de Taiwan.

A declaração provocou uma reação irritada de Pequim, que acusou os ministros de "maliciosamente caluniar e difamar a China".

Os ministros das Relações Exteriores do G7 também pediram à Coreia do Norte que não execute novos lançamentos de mísseis ou testes nucleares.

Embora a Ucrânia e os desafios regionais tenham dominado o encontro, os ministros abordaram outras questões de geopolítica internacional.

Em meio aos combates entre o exército e grupos paramilitares no Sudão, o comunicado da reunião pede "a interrupção imediata da violência (...) e o retorno do poder civil no Sudão".

A nota final do encontro também condena as crescentes restrições impostas contra as mulheres e as minorias pelo regime Talibã no Afeganistão, descritas como "abusos sistemáticos".

O porta-voz do governo Talibã, Zabihullah Mujahid, respondeu que "os países estrangeiros não devem interferir nos temas internos do Afeganistão", cujos princípios e leis são questões dos afegãos.

O comunicado também pede a "revogação imediata das decisões inaceitáveis" dos talibãs, como a proibição de trabalho para as mulheres na ONU e em organizações não governamentais no Afeganistão.

- "Retórica nuclear irresponsável" -

Mas as duas crises que dominaram as discussões do grupo - formado por Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido - foram a Ucrânia e o crescente peso militar e econômico da China.

Os ministros do G7 prometeram "intensificar" as sanções contra a Rússia e aumentar os esforços para impor "custos severos" aos que oferecem apoio armamentista ou de outro tipo a Moscou.

Também criticaram "retórica nuclear irresponsável" da Rússia e consideraram "inaceitável" a instalação de armas táticas em Belarus.

"Enquanto a Ucrânia se prepara para iniciar uma contraofensiva para recuperar seu território (...) estamos com a Ucrânia", declarou o secretário de Estado americano, Antony Blinken.

O comunicado deixou claro que os ministros estavam cientes da polêmica provocada pelas declarações do presidente francês, Emmanuel Macron, após sua visita a Pequim, onde pediu para a UE não seguir os Estados Unidos na questão de Taiwan.

"Não há mudanças nas posições básicas dos membros do G7 sobre Taiwan", afirma a nota, antes de destacar que a paz e a estabilidade nesta região são "indispensáveis" para a segurança e a prosperidade global.

"Pela primeira vez na história do G7, nós conseguimos confirmar por escrito nosso compromisso como uma ordem internacional livre e aberta, baseada no império da lei", declarou o ministro japonês das Relações Exteriores, Yoshimasa Hayashi.

Blinken afirmou que nunca observou uma "convergência maior" de critérios sobre a China e Taiwan. O comunicado adverte Pequim sobre vários temas, de seu arsenal nuclear até suas práticas comerciais.

De modo específico, o texto critica a expansão "acelerada" do arsenal nuclear de Pequim e expressa preocupação de que a China esteja desenvolvendo "sistemas vetores cada vez mais complexos sem transparência, controle armamentista de boa-fé ou medidas de redução de risco".

E, embora sem mencionar diretamente a potência asiática, defende o aumento da cooperação contra a "coerção econômica", uma referência à prática de instrumentalizar as regras de importação e exportação com fins políticos.

Até mesmo a advertência contra o apoio à Rússia na Ucrânia pode ser interpretada como uma mensagem para a China, que recebeu vários alertas de países ocidentais para não fornecer armas a Moscou.

O porta-voz da diplomacia chinesa, Wang Wenbin, respondeu que os ministros do G7 "ignoraram os fatos objetivos, interferiram de modo grosseiro em temas internos de China e maliciosamente caluniaram e difamaram a China".

A reunião preparou o caminho para o encontro de cúpula de líderes do G7, programado para maio em Hiroshima, onde o primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, deseja estabelecer como questão prioritária o desarmamento nuclear.

O comunicado desta terça-feira dedica um grande trecho ao desarmamento e à não proliferação, mas com um conteúdo reduzido sobre novos compromissos e referências ao "difícil cenário de segurança atual", o que sugere um caminho complicado para obter avanços.

Também pede aos países que documentem de forma transparente seus arsenais, insta a Rússia respeite a moratória dos testes nucleares e pede à China que mantenha negociações de "redução de risco" com Washington.

O governo da Ucrânia convidou o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, acusado de ser favorável à Rússia, a visitar Kiev para que "compreenda" a realidade da agressão russa

Lula recebeu na segunda-feira (17) o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, para promover uma mediação internacional na guerra da Ucrânia. No domingo ele afirmou que o Ocidente estava contribuindo para a continuidade do conflito.

O governo dos Estados Unidos acusou o Brasil de estar "papagueando a propaganda russa e chinesa sem observar os fatos em absoluto", enquanto Lula afirma que deseja promover uma iniciativa de paz.

O porta-voz da diplomacia ucraniana, Oleg Nikolenko, criticou no Facebook o presidente brasileiro por colocar "a vítima e o agressor no mesmo nível" e por atacar os aliados da Ucrânia que a ajudam a "proteger-se de uma agressão assassina".

Nikolenko pediu a Lula que "compreenda as reais causas e a essência" da guerra na Ucrânia, desencadeada pela invasão russa em fevereiro de 2022.

A Rússia, sob sanções dos países ocidentais, iniciou uma ofensiva diplomática para convencer as potências emergentes de que está apenas se defendendo contra a hegemonia dos Estados Unidos, uma mensagem que será repetida durante a semana pelo chanceler russo em vários países da América Latina.

A União Europeia (UE) reagiu, nesta segunda-feira, 17, às acusações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de que Estados Unidos e Europa contribuiriam para o prolongamento da guerra na Ucrânia.

Em coletiva de imprensa, o porta-voz da Comissão Europeia, Peter Stano, negou que as ações do bloco tenham alimentado o conflito e enfatizou que a Rússia é a agressora neste caso. "O que estamos fazendo é ajudar a Ucrânia a exercer seu direito legítimo de autodefesa", afirmou.

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Stano lembrou que o Brasil votou a favor da resolução que condena a decisão de Moscou de invadir o país vizinho e determina que o Kremlin retire todas as tropas do território ucraniano. "Não é verdade que os EUA e a UE estejam ajudando a prolongar o conflito. A verdade é que a Ucrânia é vítima de uma agressão ilegal que viola a Carta das Nações Unidas", rebateu.

Em viagem aos Emirados Árabes Unidos, Lula voltou a criticar o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, ontem e propôs a criação de um fórum semelhante ao G20 que busque uma solução pacífica no leste europeu.

Em resposta, o porta-voz da Comissão Europeia argumentou que a UE apoia iniciativas de paz desde antes da invasão russa. Stano alega que o bloco ofereceu ao Kremlin diversas oportunidades para apresentar suas preocupações "de maneira civilizada". Segundo ele, todas as alternativas foram respondidas com uma escalada das hostilidades pelo presidente russo, Vladimir Putin.

"Claro que a UE apoia a paz o mais breve possível, mas não nos esqueçamos de que a Ucrânia é que a vítima, então é a Ucrânia que definirá sob quais condições possíveis conversas de paz começarão", ressaltou.

As declarações acontecem no mesmo dia em que o ministro das relações exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, chegou ao Brasil para reuniões com representantes do governo Lula. Após encontro com o homólogo brasileiro, Mauro Vier, Lavrov disse que os dois países têm "visão similar" sobre a guerra na Ucrânia.

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, despachou para Brasília o chanceler Serguei Lavrov, que participará de reuniões no mais alto nível político, as primeiras desde a invasão da Ucrânia, em fevereiro do ano passado. O longevo chanceler russo, há 19 anos no cargo, desembarcou no País nesta segunda-feira (17). A visita do ministro das Relações Exteriores da Rússia, homem de confiança de Putin, ocorre sob olhar desconfiado de alguns dos principais parceiros do Brasil no Ocidente, como os Estados Unidos e potências da União Europeia.

A vinda de Lavrov é a principal de um enviado de Putin desde o início da guerra. Em 2022, o governo Jair Bolsonaro chegou a suspender uma visita ao Brasil do primeiro-ministro russo, Mikhail Mishustin, que estava prevista para abril, e uma reunião bilateral. A viagem, agora, será também a primeira de Lavrov ao País desde 2019, ano em que o próprio Putin esteve em Brasília, na cúpula dos BRICS.

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Lavrov chegou horas depois de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ter voltado da viagem à Ásia. Os dois devem se encontrar no Palácio do Planalto. O programa prevê uma reunião com o ministro Mauro Vieira no Itamaraty e declaração à imprensa. A visita foi acertada durante encontro prévio de ambos à margem do G20, na Índia, em fevereiro. Além das discussões sobre a guerra, o Itamaraty diz que o encontro tem como objetivos tratar da "parceria estratégica brasileiro-russa" e de oportunidades de cooperação bilateral em diferentes áreas, além de fortalecer o diálogo político.

"A visita também será ocasião para tratar do conflito na Ucrânia. O Brasil tem defendido, nos foros internacionais e em contatos bilaterais, a cessação imediata de hostilidades e a importância de conjugar esforços diplomáticos que facilitem o alcance de solução pacífica negociada", disse o Itamaraty, em nota sobre a chegada de Lavrov.

Retórica

Depois da visita de Estado à China, vista como um país aliado à Rússia no momento, Lula adotou retórica compreendida em Washington e Bruxelas como cada vez mais amena e favorável aos russos, além de alinhada a Pequim. A China é hoje o principal adversário dos EUA, numa disputa de influência geopolítica e econômica. A viagem de Lula foi seguida com atenção pelo governo Joe Biden, assim como ocorrerá com a visita de Lavrov a Brasília.

Durante o último giro internacional, que incluiu uma parada nos Emirados Árabes Unidos, Lula disse que a guerra na Ucrânia havia sido uma decisão tomada "por dois países", quando resultou de uma invasão russa ao território ucraniano. A alegação principal do governo Putin era que Kiev planejava integrar a Otan, aliança militar ocidental, o que significaria uma ameaça concreta à Rússia.

As declarações de Lula têm colocado os dois países no mesmo patamar de responsabilidade, embora a guerra tenha se iniciado com uma agressão unilateral das Forças Armadas de Moscou. Por isso mesmo, esse argumento não encontra respaldo nas principais democracias ocidentais.

Antes da viagem, o presidente brasileiro já havia sugerido que a Ucrânia deveria abrir mão da Crimeia para pôr fim ao conflito. A Rússia, nesse sentido, desocuparia as áreas invadidas no ano passado. Kiev prontamente rejeitou qualquer acordo nesses termos e reafirmou a intenção de recuperar o terreno, perdido em 2014.

Lula sugeriu que as nações que enviam armas à Ucrânia deveriam parar - um recado direto a norte-americanos e europeus, que mandaram recursos bélicos para a defesa ucraniana. Por mais de uma vez, Lula citou a necessidade de sensibilizar os Estados Unidos para que mudassem seu papel na guerra. Disse que nem Putin, nem Volodmir Zelenski, presidente da Ucrânia, tomavam a "iniciativa de parar".

"A Europa e os Estados Unidos terminam dando uma contribuição para a continuidade dessa guerra", afirmou Lula em Abu Dhabi, reiterando a proposta de formar uma espécie de "Clube da Paz" entre países que não têm lado no conflito para intermediar um cessar fogo.

Lula já discutiu sua proposta com líderes dos EUA, Joe Biden; da França, Emmanuel Macron; da Alemanha, Olaf Scholz; e da China, Xi Jinping. Ele sempre disse que os chineses desempenhariam papel crucial nessa negociação e tentou sensibilizar Xi Jinping. Mas a ideia não ganhou tração. O presidente e seus assessores mais próximos admitem agora que a paz não está no horizonte.

"Somente quem não está defendendo a guerra pode criar uma comissão de países e discutir o fim dessa guerra", declarou Lula, em Pequim. "É preciso ter paciência para conversar com o presidente da Rússia. É preciso ter paciência para conversar com o presidente da Ucrânia. Mas é preciso, sobretudo, convencer os países que estão fornecendo armas e incentivando a guerra a pararem."

Lula destacou que os dois países estão com dificuldade de tomar decisões. "É preciso terceiros países, que mantenham boas relações com os dois, (para) criarem as condições de termos paz no mundo", argumentou. Na avaliação do presidente, a China tem um papel fundamental nessas negociações.

"Possivelmente seja o mais importante. Agora, outro país importante são os Estados Unidos. É preciso que os EUA parem de incentivar a guerra e comecem a falar em paz. É preciso que a União Europeia comece a falar em paz para a gente convencer o Putin e o Zelenski que a paz interessa a todo mundo e a guerra, por enquanto, só está interessando aos dois."

A declaração conjunta assinada com Pequim não cita o termo guerra e se refere ao conflito como uma "crise". Tampouco faz referência à Rússia. Essa retórica, sobretudo a adotada por Lula, tem sido vista como uma posição ambígua, uma vez que o Brasil já votou contra a Rússia nas Nações Unidas, mas rejeita sanções unilaterais.

Ao mesmo tempo, Lula não conseguiu nenhuma declaração mais favorável da China à proposta brasileira de constituição de um grupo de países que possa mediar negociações de paz. Lula deixou o país sem a almejada adesão de Xi Jinping à sua proposta.

A China publicou antes uma proposta própria, um documento com 12 pontos-chave com a posição sobre a guerra. Não fala na necessidade de retirada das tropas russas do território ucraniano. Os dois países disseram receber positivamente a proposta um do outro e se comprometeram a continuar o diálogo sobre o assunto. E foi só.

A diplomacia norte-americana percebeu algumas declarações de Lula como provocações. Europeus também não deixaram de notar o tom de Lula na China. Sobretudo as primeiras manifestações, questionando o uso do dólar como padrão para transações financeiras internacionais, o que agrada e vai de encontro a iniciativas de Moscou e Pequim para reduzir a influência e a dependência da moeda norte-americana. Assim como o Brasil vai começar a fazer com a China, a Rússia já vem negociando com o vizinho comunista em moeda local.

Reservadamente, diplomatas europeus que se encontram no raio mais próximo da Rússia avaliam que não é prudente se deixar manipular por Lavrov, de forma ingênua, e servir à propaganda russa como uma forma de romper o isolamento. Mas também veem como positiva a iniciativa brasileira de manter portas abertas aos russos, sobretudo um parceiro confiável como o Brasil. Alguém tem que falar com Putin, resume um embaixador europeu. Na Europa, ressalta esse mesmo diplomata, só o presidente francês Emmanuel Macron resta atualmente com tal capacidade de diálogo.

Um embaixador europeu disse ao Estadão, sob a condição de ter seu nome preservado, que a visita de Lavrov não deveria ser de pronto rejeitada, porque o Brasil poderia ajudar o Ocidente a manter canais abertos de diálogo com os russos.

As condições de diálogo e os laços diplomáticos continuam se deteriorando. Na semana passada, a Noruega, país vizinho da Rússia e que nunca havia mantido conflitos, expulsou de uma só vez 15 diplomatas russos de Oslo, numa ofensiva sem precedentes, que deve provocar retaliação. Eles foram acusados de espionagem.

A visita de Lavrov ocorre na sequência de uma viagem a Moscou do ex-chanceler Celso Amorim, assessor especial de Lula. Na ocasião, Amorim foi recebido por Putin com deferência no Kremlin e discutiu questões como a proposta brasileira para a guerra e o fornecimento de fertilizantes. Putin convidou Lula a visitar Moscou. O presidente brasileiro também tem um convite similar de Zelenski.

Apesar da guerra, a Rússia continua sendo o principal fornecedor de fertilizantes para o agronegócio brasileiro. O comércio bilateral chegou a US$ 9,8 bilhões no ano passado, uma cifra recorde.

As declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em seu retorno do Grande Palácio do Povo em Pequim, na China, seguem rendendo comentários na comunidade nacional e internacional. Nas redes sociais, o ex-ministro da Casa Civil e presidente do Progressistas, Ciro Nogueira, alegou que o Brasil "voltou a se linhar com o atraso das ditaduras" e sugeriu que o país está perdendo seu perfil de neutralidade.

"O grande presidente do Brasil Getúlio Vargas, durante a 2ª Guerra Mundial que dividiu o mundo, não atacou os Estados Unidos ou elogiou os Nazistas em público. Foi prudente. Nada falou. Só agiu ao conquistar grandes benefícios para o país. Lula deveria se inspirar em Getúlio", escreveu Nogueira, nas redes.

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A crítica foi feita após a repercussão de uma fala de Lula sobre a guerra na Ucrânia. Em entrevista à imprensa, o mandatário mencionou países que "financiam" a guerra com a venda de armas e citou que Estados Unidos e União Europeia devem passar a falar mais em paz.

"É preciso que se constitua um grupo de países dispostos a encontrar um jeito de fazer a paz. É preciso ter paciência para conversar com o presidente da Rússia e da Ucrânia, mas é preciso, sobretudo, convencer os países que estão vendendo armas e incentivando a guerra, pararem. É preciso começar e saber como parar. A China tem um papel muito importante, agora outro país importante é os Estados Unidos. É preciso que os Estados Unidos e União Europeia parem de incentivar a guerra e comecem a falar em paz, para a gente poder convencer o Putin e o Zelensky de que a guerra, por enquanto, só está interessando aos dois", declarou o petista.

Lula tem defendido criar um "G20” de países que não têm nenhum envolvimento com a guerra, para incentivar o diálogo e restauração da paz.

Para Ciro Nogueira, as relações diplomáticas brasileiras devem ser guiadas pelo “pragmatismo”. “O Brasil voltou! Voltou a se alinhar com o atraso das ditaduras. Voltou as costas para seu principal aliado nas Américas. Voltou a inchar ministérios. Voltou à contabilidade criativa. Voltou a desfilar com o MST até pelo mundo! Voltou a colocar a ideologia antes da meritocracia”, completou Ciro Nogueira. 

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"Dilmo", ironizou Flávio Bolsonaro sobre as declarações de Lula

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) também criticou a postura de Lula na China. De acordo com o parlamentar, o Brasil provocou a potência norteamericana "de graça" e a ação poderá gerar sanções ao povo brasileiro.

Na comunidade internacional, circula a informação de que a posição de Lula gerou mal-estar em Washington, por se assemelhar à "propaganda russa e chinesa", mas não há qualquer indício de sanção estadunidense ao Brasil e nem do rompimento de relações. Não é a primeira vez que o Brasil, ou Lula, se manifestam de forma incisiva sobre um assunto envolvendo a postura internacional dos Estados Unidos.

“Dilmo é um irresponsável que não mede o peso de suas palavras pelo cargo que exerce! Brasil sempre foi parceiro dos EUA! DE GRAÇA, por suas asneiras, o país poderá sofrer algum tipo de sanção pela maior potência econômica do mundo!”, escreveu Flávio.

Vale lembrar que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), pai do senador, chegou a afirmar, durante seu mandato, que o Brasil responderia com "pólvora" a uma suposta sanção de Joe Biden ao Brasil, por conta dos incêndios que atingiam a floresta amazônica. O governo dos Estados Unidos ignorou a fala dele.

Pelo menos oito pessoas morreram e 21 ficaram feridas em um bombardeio russo contra um edifício residencial nesta sexta-feira (14) na cidade de Sloviansk, no leste da Ucrânia, informou o governador da província de Donetsk.

Sloviansk fica na parte da província que ainda é controlada pelo governo ucraniano, próxima da área ocupada pela Rússia.

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"Vinte e uma pessoas pessoas ficaram feridas e oito morreram", disse o governador Pavlo Kirilenko à televisão ucraniana.

Entre as vítimas está um menino de dois anos, que morreu pouco depois de ser retirado dos escombros do edifício, segundo as autoridades.

"O menino morreu na ambulância", declarou Daria Zarivna, conselheira do presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, no aplicativo Telegram.

O próprio mandatário havia denunciado anteriormente um "bombardeio brutal" de edifícios residenciais em Sloviansk.

De acordo com uma mensagem anterior de Kirilenko, publicada no aplicativo Telegram, o ataque aconteceu por volta das 18h locais (12h em Brasília). No texto, o governador indicou que havia muitas pessoas sob os escombros.

Repórteres da AFP no local viram socorristas buscando sobreviventes no último andar de um edifício construído durante a era soviética e colunas de fumaça preta que emergiam de imóveis em chamas do outro lado da rua.

"Eu moro na outra ponta da rua e estava cochilando quando ouvi esta enorme explosão e saí correndo do meu apartamento", contou à AFP Larissa, uma mulher de 59 anos.

A Rússia invadiu a Ucrânia em fevereiro de 2022. Nos últimos meses, a ofensiva se concentrou no leste e particularmente em torno da cidade de Bakhmut, onde os mercenários do Grupo Wagner tentam avançar rumo ao centro da localidade.

"Os grupos de assalto do Wagner realizam operações de alta intensidade para tomar os bairros da parte ocidental da cidade de Artiomovsk", o nome russo de Bakhmut, indicou o Ministério da Defesa da Rússia em um comunicado.

Entre os objetivos de Vladimir Putin ao invadir a Ucrânia, reduzir o déficit populacional da Rússia parecia um dos principais. O país vive uma crise demográfica desde o fim da União Soviética. Mas, se Putin vislumbrava ganhar mais habitantes com as anexações de territórios, o resultado foi o oposto. Hoje, a economia russa tem uma perspectiva sombria, com fuga da mão de obra qualificada e a morte de jovens que poderiam estar no mercado de trabalho.

Um levantamento da revista The Economist mostra que, com a mortalidade durante a pandemia, as baixas da guerra e a fuga de cérebros durante a mobilização militar, a Rússia perdeu entre 1,9 milhão e 2,8 milhões de pessoas entre 2020 e 2023. Essa projeção não envolve o encolhimento natural da população, resultado de uma taxa de natalidade baixa e de mortalidade alta.

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No ano passado, Putin anexou por decreto quatro províncias ucranianas: Luhansk, Donetsk, Zaporizhzia e Kherson. Em fevereiro, um deputado russo anunciou que Moscou forneceu 770 mil passaportes para pessoas que vivem na contestada região de Donbas.

Além disso, há relatos de que mais de 19 mil crianças ucranianas foram raptadas e levadas para a Rússia. A estratégia não é nova. Ao tomar a Crimeia, em 2014, a Rússia incorporou 2,4 milhões à sua contagem nacional, elevando sua população para 147 milhões.

Força de trabalho

"O impacto da baixa fertilidade na economia vem depois, quando o tamanho da força de trabalho não é grande o suficiente para suportar o tamanho da população que está envelhecendo", alerta Sunnee Billingsley, especialista em demografia da Universidade de Estocolmo.

Putin já vinha tentando nos últimos anos compensar o problema da baixa fertilidade na Rússia com trabalhadores migrantes da Ásia Central. A Rússia colhe hoje o impacto da baixa fertilidade após o colapso da União Soviética. "Desde então, não nasceram crianças suficientes para se juntar à força de trabalho depois de adultas", explica Billingsley. Mas o plano não foi suficiente e agora os migrantes dos quais muito dependia a economia russa desapareceram por causa da guerra.

No fim de 2022, Putin ordenou a elaboração de medidas para aumentar as taxas de natalidade e a expectativa de vida na Rússia. Nos últimos três anos, a expectativa de um homem russo de 15 anos caiu quase 5 anos, para o mesmo nível do Haiti.

Mas, poucos dias depois da determinação de Putin, veio o anúncio do Ministério da Defesa de que a idade em que os homens russos seriam recrutados para o serviço militar obrigatório passaria de 18 para 20 anos e o limite máximo de idade para recrutamento passaria de 27 para 30 anos.

"Isso significa que jovens seriam convocados após obter seus diplomas universitários e especialistas treinados seriam retirados do mercado de trabalho para ter suas habilidades anuladas pelo serviço militar", explicou o analista russo Andrei Kolesnikov, em artigo publicado pelo centro de estudos Carnegie Endowment for International Peace.

Segundo o analista, há uma grande discrepância entre esses dois objetivos. "Se os homens vão para a guerra ou emigram em massa, em vez de procriar, de onde virão os filhos?", questiona em seu artigo. O efeito no mercado de trabalho também será grave. O recrutamento em uma idade tão produtiva suga a força de trabalho de uma economia que já deve perder de 3 a 4 milhões de pessoas de 20 a 40 anos até 2030 (em comparação aos dados demográficos de 2020).

"Seria um erro pensar que isso não afetaria os indicadores qualitativos e quantitativos do PIB russo, da renda familiar e da qualidade do capital humano. Há uma segunda guerra em curso em casa."

Algumas das razões para os problemas demográficos da Rússia refletem uma dinâmica histórica: o número de mulheres em idade reprodutiva está caindo e a idade média em que as mulheres têm filhos está aumentando continuamente em populações urbanas, bem-educadas e modernizadas, com tendência a ter menos filhos, como explica Kolesnikov.

Guerra

Billingsley, que também é diretora de Estudos de Doutorado do Departamento de Sociologia e da Unidade de Demografia da Universidade de Estocolmo, afirma que a Rússia precisaria que as famílias tivessem dois filhos para compensar minimamente as perdas. "Seria desastroso se o compromisso das mulheres russas em ter o primeiro filho também enfraquecesse como resposta à guerra", disse. "Mas Putin tem o poder de promulgar políticas e espalhar propaganda que poderiam muito bem aumentar a taxa de natalidade."

A Rússia tem algumas das taxas mais altas de conclusão da educação entre os maiores de 25 anos, mas o êxodo de jovens com diploma pode anular essa vantagem. Segundo dados do Ministério das Comunicações, 10% dos trabalhadores - na maioria, homens jovens - deixaram a Rússia em 2022.

Nascimentos

Kolesnikov cita o diretor do Instituto de Demografia da Escola Superior de Economia da Rússia, Mikhail Denisenko, que projetou que um ano de serviço militar para os 300 mil homens mobilizados em setembro e outubro de 2022 significará 25 mil nascimentos a menos.

Esse número pode aumentar significativamente como resultado da emigração, do declínio de longo prazo nas taxas de natalidade e novas mobilizações de reservistas. Nesse contexto, sanções impostas pelo Ocidente podem levar o país à recessão e a uma turbulência econômica duradoura, que pode fazer com que as pessoas adiem ou até desistam de ter filhos. "A invasão (da Ucrânia) foi uma catástrofe humana - e não apenas para os ucranianos", conclui a Economist.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Ministério das Relações Exteriores informou, nesta sexta-feira (7), que a Rússia pôs fim ao embargo à carne bovina brasileira. As restrições haviam sido impostas em 1º de março após um caso “atípico e isolado” de encefalopatia espongiforme bovina, conhecida como mal da vaca louca, no Pará.

“O anúncio, que se soma à recente reabertura do mercado das Filipinas, lograda em 28 de março, e à reabertura de outros mercados, representa a plena normalização do comércio do produto com a Rússia”, afirmou o Itamaraty.

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Segundo comunicado da pasta, diferentemente da forma clássica da enfermidade, a forma atípica é de ocorrência natural e espontânea no rebanho bovino, não representa risco à saúde pública e tampouco justifica restrições à importação, conforme diretrizes da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA). Até hoje, o Brasil não registrou casos clássicos de vaca louca.

Ainda assim, em função do caso, a Rússia suspendeu a importação de carne bovina de animais com mais de 30 meses de idade provenientes do Pará.

“O Ministério das Relações Exteriores, por meio de sua rede de embaixadas, em conjunto com as adidâncias agrícolas do Ministério da Agricultura e Pecuária em países estratégicos, segue atuando desde a ocorrência do caso de encefalopatia espongiforme bovina para evitar fechamentos indevidos de mercados”, informou a pasta.

Em 2022, as exportações de carne bovina para a Rússia somaram cerca de US$ 165 milhões, equivalente a 24 mil toneladas do produto. Já as Filipinas são o sexto destino das exportações de carne bovina do Brasil, chegando a US$ 275 milhões em 2022 (61 mil toneladas).

A doença

Causado por um príon, molécula de proteína sem código genético, a encefalopatia espongiforme bovina é uma doença degenerativa. As proteínas modificadas consomem o cérebro do animal, tornando-o comparável a uma esponja. Além de bois e vacas, a doença acomete búfalos, ovelhas e cabras.

A ingestão de carne e de subprodutos dos animais contaminados com os príons provoca, nos seres humanos, a encefalopatia espongiforme transmissível. No fim dos anos 1990, houve um surto de casos de mal da vaca louca em humanos na Grã-Bretanha, que provocou a suspensão do consumo de carne bovina no país por vários meses. Na ocasião, a doença foi transmitida aos seres humanos por meio de bois alimentados com ração animal contaminada.

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, foi convidado pelo primeiro-ministro do Japão, Fumio Kishida, a visitar o país durante a reunião G7, que acontecerá entre os dias 19 e 21 de maio, em Hiroshima. O petista aceitou o convite, mas vai avaliar se a viagem ocorrerá neste período ou em outra ocasião, segundo nota divulgada pela Secretaria de Comunicação (Secom) da Presidência da República.

A última participação do Brasil no G7 aconteceu em 2008, no segundo mandato de Lula. A cúpula reúne Estados Unidos, Japão, Alemanha, Reino Unido, França, Itália e Canadá.

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Lula e Kishida conversaram na noite de quinta-feira (6) por telefone. De acordo com a Secom, eles também falaram sobre a guerra na Ucrânia e discutiram a conjuntura internacional nas Américas e na Ásia. Lula ainda convidou Kishida a visitar o Brasil.

De acordo com comunicado divulgado pelo Ministério das Relações Exteriores do Japão, a conversa durou aproximadamente 25 minutos. Lula e Kishida "trocaram opiniões sobre a situação na Ucrânia e no Leste Asiático, incluindo China e Coreia do Norte".

Brasil e Japão atuarão este ano como membros não permanentes do Conselho de Segurança da ONU e, segundo o comunicado do governo japonês, "trabalharão juntos na reforma do Conselho de Segurança."

O órgão hoje é composto por Estados Unidos, Rússia, França, Reino Unido e China como membros permanentes e Lula tem defendido que o conselho deveria ampliar seu quadro com países africanos e outras nações como Brasil, Alemanha, Índia, Japão, México e Argentina.

Lula está desde a noite de quinta-feira, 6, na casa dele, no bairro de Pinheiros, em São Paulo, de onde conversou com Fumio Kishida.

Ele deve ficar na capital paulista até o fim da tarde desta sexta-feira, quando retorna para Brasília. Não estão previstas agendas oficiais do petista durante a passagem pela cidade.

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