“Super Mario Bros. Wonder” é o mais recente capítulo do famoso encanador bigodudo e a grande aposta da Nintendo para reinventar uma fórmula estabelecida pela própria empresa em 1985, que na época, foi responsável por salvar a indústria dos jogos de uma saturação eminente e criar parâmetros que até hoje são usados como referências em games do gênero. Neste novo game, a companhia japonesa consegue provar que seu mascote oficial ainda tem muito a oferecer.
O game é um convite aberto para aqueles que acompanham o personagem desde os seus primórdios, já que apesar dos gráficos em 3D, o estilo de câmera segue um padrão 2D, semelhante aos games de NES e Super Nintendo, mas com aprimoramentos na jogabilidade que também são convidativos para os novos jogadores. O LeiaJá teve a oportunidade de testar o título.
##RECOMENDA##Assim como em todos os jogos passados do bigodudo, “Super Mario Bros. Wonder” apresenta uma narrativa bem simples. Desta vez, o herói é convidado para ir visitar o reino flor, mas ao chegar lá, o vilão Bowser se funde com o castelo do príncipe Florian e toma o reino para si. Com isso, Mario e sua turma recebem a missão de desfazer essa confusão.
Um ponto positivo para os Brasileiros, é que pela primeira vez, um título principal da franquia Mario recebeu uma localização completa no idioma português. Apesar de não contar com uma história complexa, o game possui inúmeras piadas e diálogos com personagens, que ajudam a deixar a aventura mais divertida.
A reestruturação de algo clássico
Em “Super Mario Bros. Wonder” a Nintendo tinha a difícil missão de acabar com a saturação deixada por “New Super Mario Bros. U” (2012), que por muito tempo pareceu o fim da linha para os jogos 2D do encanador. Porém, bastou a adição de pequenos detalhes para que algo novo fosse criado.
Não se trata de uma mudança radical, já que ainda é um jogo 2D do Super Mario, mas basta iniciar a aventura para perceber detalhes que fazem toda a diferença, entre eles, as mudanças na animação facial do personagem nos momentos de corrida, os diferentes efeitos ao pegar um item de habilidade ou as caras e bocas que o Mario faz para reagir a diferentes situações.
Assim como acontece desde o primeiro “Super Mario Bros.”, este também dispõe de inúmeros itens que aumentam o poder do personagem, como o clássico cogumelo que o faz crescer e a flor que permite atirar pequenas bolas de fogo.
As novidades ficam por conta da fruta de elefante, que transformam o bigodudo em um poderoso mamífero, capaz de destruir inúmeros obstáculos; a flor de bolha, que permite lançar várias bolhas de sabão contra os inimigos; e o cogumelo furadeira, que protege o personagem contra ataques vindos de cima e possibilita a navegação por debaixo do solo. Contudo, a adição que mais se destaca é a flor Wonder, que distorce a realidade das fases e cria situações que fogem da lógica.
Outra novidade fica por conta das insígnias que são coletadas no decorrer da jornada, que atribuem diferentes habilidades para o personagem, como por exemplo: usar o chapéu como paraquedas, pular mais alto, nadar em maior velocidade, correr mais rápido, entre outras. Estas insígnias são adquiridas ao concluir as fases de desafios ou podem ser compradas nas diversas lojinhas espalhadas pelo mapa.
Além desses aspectos, é possível notar alguns elementos que referenciam episódios passados da saga, como “Super Mario World” (1990). O primeiro deles fica por conta da estrutura do mapa mundo, que apresenta um hub central conectando todas as áreas do game e oferece uma certa liberdade de navegação para o jogador, tal como acontecia no título do Super Nintendo.
Vale destacar que as inúmeras fases do jogo são curtas, bem construídas e, mesmo em mundos com temáticas definidas, elas não se apegam a elementos repetitivos. Por conta disso, a jornada em “Super Mario Bros. Wonder” se torna fluída e incentiva o jogador a explorar cada trecho do cenário.
O segundo ponto que remete a “Super Mario World” é uma caixinha que permite armazenar itens de upgrade, localizada no canto superior esquerdo da fase. Em momentos de dificuldade, o jogador pode pressionar o botão “A” e, caso exista um item armazenado, ele ficará acessível para uso.
Um elenco que vai além do Mario
O game conta com um vasto elenco de personagens jogáveis, que podem ser escolhidos no início da aventura, são eles: Mario, Luigi, Daisy, Peach, dois Toads e duas Toadettes. Além desses, também é possível jogar com o dinossauro Yoshi, que possui quatro variações de cores; e o coelho Nabbit. A vantagem desses dois últimos é que eles não recebem danos dos inimigos e podem ser considerados como o modo ultra-fácil do jogo.
Já o restante dos personagens, são voltados para os que querem ter a experiência original de “Super Mario Bros. Wonder”. A dificuldade do game possui um nível moderado, voltado para aqueles que desejam apenas aproveitar a jornada pelos oito mundos do jogo. Mas, aqueles que buscam por um desafio elevado, podem buscar por todos os itens colecionáveis ou se aventurarem pelo mundo especial, composto por fases feitas para testar a habilidade dos jogadores.
Por outro lado, enquanto inúmeros protagonistas marcam presença no game, o mesmo não pode ser dito dos chefes de fase, que aqui se resumem ao Bowser, seu filho Bowser Jr., com algumas variações; e o mago Kamek. Isso se difere de outras aventuras do bigodudo, onde cada mundo era guardado por um filho diferente do vilão.
Apesar deste pequeno detalhe, “Super Mario Bros. Wonder” consegue revitalizar o segmento 2D da franquia e prova que é possível inovar mesmo em estilos já consagrados da indústria de jogos. O título é um exclusivo do console Nintendo Switch e está disponível por R$299.
Colaboração de Alfredo Carvalho para o LeiaJá