Tópicos | Tesouro Nacional

O Tesouro Nacional confirmou ter emitido na quinta-feira (29) as ordens de pagamento referentes a R$ 4,5 bilhões para fortalecer as contas dos municípios, após o Tribunal de Contas da União (TCU) recuar de decisão que impedia o repasse do dinheiro.

Os recursos são provenientes das multas pagas por contribuintes que regularizaram ativos mantidos no exterior, no programa que ficou conhecido como repatriação. Apesar de ser depositado hoje (30), os municípios só poderão ter acesso ao dinheiro no dia 2 de janeiro, pois nesta sexta-feira os bancos encontram-se fechados ao público. 

##RECOMENDA##

Fechamento do orçamento anual

Os prefeitos têm pressa para receber o dinheiro para poder contabilizá-lo ainda nos orçamentos municipais deste ano. Segundo o presidente da FNP, Marcio Lacerda, prefeito de Belo Horizonte que deixa o cargo no próximo domingo, entre 3 mil e 4 mil municípios não conseguiriam cumprir a Lei de Responsabilidade Fiscal caso não recebessem o reforço de caixa.

Na manhã de ontem (29), representantes da Frente Nacional dos Prefeitos (FNP) foram surpreendidos durante reunião com o presidente Michel Temer, ao serem informados que uma decisão do TCU havia travado o cronogama do repasse.

Em atendimento a uma representação do Ministério Público do Maranhão, o presidente do TCU, ministro Raimundo Carreiro, entendeu que a transferência do dinheiro só poderia ser feita em 2017, pelo fato do dia 30 de dezembro ser feriado bancário.

Os prefeitos saíram do Palácio do Planalto diretamente para uma reunião no TCU, na qual pediram a Carreiro que revisse sua decisão. Eles alegaram que, apesar de fechados ao público, os bancos possuem expediente interno, permitindo a movimentação entre contas oficiais. Após um agravo apresentado pela Advocacia-Geral da União (AGU), o ministro voltou atrás e autorizou a transação.

A AGU argumentou que a não transferência poderia afetar a ordem pública, sob o risco de impedir a continuidade de serviços prestados pelas prefeituras, e acarretaria prejuízo ao cofres da União, pois se o depósito fosse realizado apenas no próximo ano, o governo teria que desembolsar mais R$ 100 milhões a título de juros pelo atraso.

 

O Tesouro Nacional divulgou nesta quarta-feira, 21, que a dívida pública federal, que inclui endividamentos internos e externos do governo, registrou aumento de 1,97 novembro e chegou a R$ 3,09 trilhões. Em outubro a dívida somava R$ 3,03 trilhões.

De acordo com o governo, o crescimento da dívida pública em novembro está relacionado a emissão líquida, ou seja, colocação de títulos públicos no mercado acima do valor de resgastes de papéis em R$ 24,9 milhões e as despesas com juros no valor de R$ 34,8 bilhões.

##RECOMENDA##

Os títulos prefixados (papéis que tem a correção determinada no momento do leilão) somaram R$ 1,1 trilhão em novembro, ou 37,2% do total, contra R$ 1,07 trilhão, ou 37% do total, em Outubro.

Segundo o Tesouro Nacional, o cálculo foi feito após a contabilização dos contratos de swap cambial.

De acordo com o Plano Anual de Financiamento (PAF), o governo estima que a Dívida Pública Federal fique entre R$ 3,01 trilhões e R$ 3,03 trilhões em 2016.

A Dívida Pública Federal, que inclui o endividamento interno e externo, teve aumento de 3,1%, em termos nominais, passando de R$ 2,955 trilhões em agosto para R$ 3,047 trilhões em setembro. Os dados foram divulgados hoje (25) pelo Tesouro Nacional.

A variação do endividamento do Tesouro pode ocorrer por meio da oferta de títulos públicos em leilões, pela internet (Tesouro Direto) ou pela emissão direta. A variação pode ocorrer também pela assinatura de contratos de empréstimo. Nesse caso, o Tesouro toma empréstimo de uma instituição financeira ou de um banco de fomento, destinado a financiar o desenvolvimento de uma determinada região. Já a redução do endividamento se dá, por exemplo, pelo resgate de títulos.

##RECOMENDA##

A Dívida Pública Mobiliária Federal interna (DPMFi), em circulação no mercado nacional, teve seu estoque ampliado em 3,21%, ao passar de R$ 2,830 trilhões para R$ 2,920 trilhões devido ao resgate líquido, no valor de R$ 62,12 bilhões, compensado parcialmente pela apropriação positiva de juros, no valor de R$ 28,59 bilhões.

Com relação ao estoque da Dívida Pública Federal externa (DPFe), houve aumento de 0,81% sobre o estoque apurado em agosto, encerrando setembro em R$ 126 bilhões (US$ 38,82 bilhões), sendo R$ 115,5 bilhões (US$ 35,59 bilhões) referentes à dívida mobiliária (títulos) e R$ 10,5 bilhões (US$ 3,24 bilhões) à dívida contratual.

De acordo com o Plano Anual de Financiamento (PAF), o governo estima que a Dívida Pública Federal, em 2016, fique entre R$ 3,1 trilhões e R$ 3,3 trilhões.

Para evitar mais prejuízos aos cofres da União, o presidente em exercício Michel Temer pretende vetar o projeto de lei de conversão da Medida Provisória 706/2015, que repassa dívidas bilionárias das distribuidoras da Eletrobras para o Tesouro Nacional e para as contas de luz.

O texto original, que apenas estendia em 180 dias o prazo para que essas empresas assinassem novos contratos de concessão, foi completamente modificado no Congresso Nacional, com apoio de senadores do PMDB e do antigo comando do Ministério de Minas e Energia.

##RECOMENDA##

Segundo apurou o Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, a Casa Civil está na coordenação de um acordo político para enviar uma nova Medida Provisória ou projeto de lei sobre o tema, com custos e riscos menores para a União. Relatório da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) sobre a MP 706 calcula um impacto de R$ 21,67 bilhões para a União e os consumidores. "O texto ficou tão ruim que é melhor vetar tudo", disse um integrante do governo.

A manutenção das regras da MP 706 é um problema para o governo. O texto aprovado pelo Congresso vai na direção contrária de todo o discurso adotado pela equipe de Michel Temer, de controle de gastos públicos, austeridade na gestão das estatais e independência das agências reguladoras.

A principal preocupação do governo é que o texto sinalize "porteira aberta", ou seja, que está disposto a aceitar tudo que for proposto pelos deputados e senadores no que diz respeito à criação de novos gastos. Mal administradas e alvo de intervenção política, essas distribuidoras são vistas como um "sumidouro de recursos", principalmente as que atuam no Amazonas, Roraima e Amapá, principais beneficiárias do texto.

O Ministério do Planejamento já reservou R$ 5 bilhões no Orçamento para a Eletrobras sanear essas distribuidoras. O projeto aprovado no Congresso, porém, obriga o Tesouro a aplicar R$ 9,86 bilhões para pagar despesas dessas empresas com a Petrobras. São dívidas acumuladas nos últimos sete anos em compra de combustível para abastecer termelétricas.

A MP 706 repassa para consumidores de todo o País um passivo de R$ 4,81 bilhões dessas distribuidoras do Norte, principalmente com furtos de energia, os chamados "gatos", a serem repassados por meio de reajustes tarifários nos próximos anos. Além disso, concede um perdão de R$ 7 bilhões à Eletrobras em financiamentos subsidiados que deixaram de ser pagos.

Privilégio

O texto passa por cima de atribuições da Aneel e dá um tratamento privilegiado para as empresas da Eletrobras. O problema é que essa diferenciação não passou despercebida pelas demais distribuidoras do País, que também querem dez anos para se adaptar às regras de qualidade e equilíbrio econômico-financeiro impostas, em vez dos cinco anos determinados pelo órgão regulador, o que pode se tornar mais uma disputa judicial no setor elétrico.

O texto teve apoio explícito de algumas das principais lideranças do PMDB, como os senadores Eduardo Braga (AM), Edison Lobão (MA) e Romero Jucá (RR), ex-ministro do Planejamento. Nos bastidores, as emendas à MP 706 foram chamadas de "jabutis amazônicos", em referência à Braga, que estava à frente do Ministério de Minas e Energia na época e negociou todo o texto.

Ainda não foi decidido se será necessário enviar um projeto de lei ou se é possível publicar uma nova medida provisória. Embora haja controvérsias, em tese, como a MP 706 foi editada no ano passado, não haveria obstáculo para uma nova medida provisória que trata do mesmo tema em 2016.

A Constituição veda a possibilidade de publicação de uma MP sobre o mesmo tema no mesmo ano. O prazo para sanção da MP 706 termina na próxima semana. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O presidente em exercício Michel Temer (PMDB) anunciou nesta terça-feira (24) as primeiras medidas da gestão para amenizar a crise econômica que atinge o país. Reunido com os líderes dos partidos aliados no Congresso Nacional, o peemedebista afirmou os parlamentares precisam fazer um esforço para aprovar ainda hoje a nova meta fiscal do país que altera o déficit de R$ 96 bilhões para R$ 170,5 bilhões.

“Lamento dizer que muitos que até propuseram a modificação da meta hoje anunciam que vão tentar tumultuar os trabalhos para impedir a votação. Isso revela, aos olhos de quem vê o País como finalidade e não um governo ou um partido, a real discordância com a tranquilidade institucional do País", afirmou Michel Temer, pontuando que o texto que rever a meta não foi escrito pela gestão dele. "Foi remetido por quem estava no governo, nós apenas tivemos que rever o montante do déficit", acrescentou.    

##RECOMENDA##

Além disso, o presidente disse que está estudando a possibilidade de pedir que o BNDES devolva ao Tesouro Nacional um montante de R$ 100 bilhões, já que o Poder Executivo destinou mais de R$ 500 bilhões ao banco. De acordo com Temer, o governo está avaliando as possibilidades jurídicas desta devolução para que não aja “nenhuma irregularidade”. Caso seja viável, seria feito um pagamento em três parcelas. A primeira de R$ 40 bilhões e as duas seguintes de R$ 30 bilhões.

Outra questão emergencial que seguirá ao Congresso por meio de Proposta de Emenda à Constituição (PEC) é a limitação dos gastos públicos. A intenção do governo é de que o limite de crescimento seja equivalente a inflação do ano anterior. “De 1991 a 2015 se deslocou de 14% para 29%. Em resumo, as despesas do poder público se encontram de forma insustentável. Isso parecer ser a melhor forma de conciliar para a retomada do crescimento”, frisou Michel Temer. 

Também neste sentido outra PEC proíbe que os ministérios elevem os subsídios para qualquer programa. “O impacto fiscal estimado é de uma economia de $2 bilhões ao ano”, observou o presidente. 

Das matérias que já tramitam na Câmara dos Deputados, Temer pediu prioridade nos projetos que tratam dos Fundos de Pensão e das Estatais. “Isso tem gerado maiores complicações das mais variáveis naturezas. Esses projetos, já aprovados no Senado, visam critérios rígidos para escolher os dirigentes dos fundos de pensão e das estatais. São regras que vão preparando o país para o futuro”, destacou.

O governo quer ainda rever as alternativas para fomentar as concessões e trazer a iniciativa privada para o governo e analisar o uso do Fundo Soberano, criado com os recursos do pré-sal, para amenizar a dívida da União, a estimativa é o uso de R$2 bilhões.

“Temos seis ou sete itens. Podem dizer que são poucas, mas o governo todo está trabalhando nestas matérias com o objetivo central de retomar o crescimento, reduzir o desemprego, alçar aqueles que estão na extrema pobreza a atingir a classe média. Não vamos ficar olhando para quem saiu ou esteve, vamos seguir em frente”, salientou Michel Temer.

O ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, confirmou, nesta sexta-feira (12), o nome do economista Otávio Ladeira para assumir o comando da secretaria do Tesouro Nacional. Ladeira já está no comando da pasta interinamente desde dezembro. 

Mestre em economia pela Universidade de Brasília (UnB), o novo secretário é funcionário de carreira do Tesouro, ele é analista de finanças e controle.

##RECOMENDA##

Na Secretaria do Tesouro, Otávio Ladeira ocupou vários cargos, dentre eles o de coordenador da Coordenação-Geral de Planejamento Estratégico da Dívida Pública (COGEP) e coordenador de Administração da Dívida Pública (Codip). Foi chefe da Divisão de Análise e Planejamento da Dívida Pública (Didip) e presidiu o Conselho Fiscal do Banco do Brasil.

*Com a Agência Brasil

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do BNDES ouve, na tarde desta terça-feira (27), o ex-presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) do período de novembro de 2004 a março de 2006, Guido Mantega.

O deputado Lucas Vergilio (SD-GO), que solicitou o evento, afirmou que o ex-ministro da Fazenda deve depor como testemunha para prestar esclarecimentos sobre as renegociações das dívidas do BNDES com Tesouro Nacional, que soma mais de R$ 400 bilhões.

##RECOMENDA##

“Ao autorizar a renegociação das dívidas do BNDES com o Tesouro Nacional, o ex-ministro Guido Mantega aumentou, ainda mais, esse rombo nas contas do País, o que pode ser um dos motivos para o Brasil estar passando por essa grave crise financeira”, frisou.

Empenhado em dar efetividade às Parcerias Público-Privadas (PPPs), o governo brasileiro quer oferecer ao empresariado uma garantia financeira mais sólida do que o atual fundo formado com recursos do Tesouro Nacional. A ideia é que o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) utilize seu braço de financiamentos ao setor privado para prestar esse papel.

A transferência dessa função para o organismo multilateral começou a ser negociada no final do mês passado, durante a reunião anual do BID, realizada na Coreia do Sul e presidida pelo Brasil. Na ocasião, foi aprovada uma proposta de reforma de um braço do banco, chamado Corporação Interamericana de Investimento (CII), que contará com uma influência mais forte dos emergentes na sua gestão - o que foi saudado como uma vitória pelo governo brasileiro.

##RECOMENDA##

"Queremos que eles invistam em infraestrutura, em primeiro lugar", disse ao Estado o secretário de Assuntos Internacionais do Ministério do Planejamento, Claudio Puty. "E, em segundo lugar, que desenhem mecanismos para tornar PPPs em infraestrutura no Brasil viáveis." As PPPs são associações entre o governo e o setor privado para viabilizar investimentos. O País conta com uma regulamentação sobre elas há dez anos, mas até agora o governo federal não conseguiu usar esse instrumento para alavancar investimentos de vulto em infraestrutura, como era o plano original.

"Calote". Uma das razões para o desempenho modesto é justamente a garantia. Os empresários temem tomar "calote" de seu "sócio", o governo. Nem mesmo um fundo formado com recursos do governo é garantia suficiente, pois há temor que os recursos a ele destinados sejam cortados num quadro de ajuste fiscal, como o atual. É o que os empreendedores chamam de "risco Tesouro".

A tentativa de impulsionar as PPPs faz parte de uma agenda maior, com a qual o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, espera cumprir a missão que lhe foi dada pela presidente Dilma Rousseff: impulsionar os investimentos no País. O governo também está prestes a anunciar oficialmente novas concessões, como as dos aeroportos de Salvador (BA), Florianópolis (SC) e Porto Alegre (RS) e mais cinco lotes de rodovias. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O coordenador-geral de Planejamento Estratégico da Dívida Pública do Tesouro Nacional, Otavio Ladeira de Medeiros, afirmou, em conferência com investidores organizada pelo Citi, que o governo poderá cortar despesas no decreto de contingenciamento. Na conferência, os investidores manifestaram preocupação com a negociação política do governo no Congresso Nacional para a aprovação das medidas que restringem o acesso a benefícios trabalhistas e previdenciários. A economia prevista pelo governo com as medidas é de R$ 18 bilhões.

Questionado sobre essas medidas, Ladeira disse que o governo está negociando, mas destacou que há outras medidas que não necessitam do Congresso Nacional, como aumento de alguns tributos.

##RECOMENDA##

Ladeira garantiu que, se houve redução da economia de receita com as medidas do Congresso haverá "ajustes em outras áreas". Ele explicou que, após a aprovação do Orçamento pelo Congresso, o governo tem 30 dias para divulgar o decreto de contingenciamento do Orçamento que garantirá o cumprimento da meta de superávit primário de R$ 66,3 bilhões fixada pelo governo para 2015. Ele lembrou que o governo já adotou medidas de aumento de tributos em R$ 20,6 bilhões e cortou de R$ 9 bilhões de despesas para o setor elétrico.

O subsecretário do Tesouro Nacional, Paulo Valle, destacou na conferência que a estratégia do Tesouro é manter o colchão de liquidez da divida com recursos suficientes para honrar pelo menos três meses de vencimentos.

O secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, informou nesta segunda-feira, 29, que deixará o cargo em janeiro e que irá tirar férias. Segundo ele, a entrevista de hoje para comentar o resultado fiscal de novembro foi a última como secretário do Tesouro. "Vou tirar férias no próximo período. Não tenho nada a acrescentar neste comentário", disse, evitando responder se assumirá a presidência de Itaipu Binacional.

O secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, minimizou a afirmação do diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Romeu Rufino, de que não é provável haver espaço suficiente para acomodar corte de R$ 4 bilhões no repasse do Tesouro Nacional à Conta de Desenvolvimento Energético (CDE). Augustin alegou que "as pessoas às vezes esquecem" que a CDE tem receitas. Sem citar o nome, o secretário lembrou ainda que uma empresa que tinha dívida alta com a CDE fez a quitação, o que melhora a receita.

Augustin firmou, ainda, que a "normalidade" é não haver repasse algum do Tesouro Nacional à CDE. "O repasse é para minorar os efeitos de um problema da falta de chuva, estamos em tendência de queda do PLD, o preço de curto prazo da energia. Esse é o evento principal que exigiu participação do Tesouro na CDE", disse.

##RECOMENDA##

"A relação entre CDE e tarifa existe a partir de uma fixação anual. Isso já foi fixado no início do ano e será fixado novamente no futuro. Não compreendo muito bem qual a relação que poderia haver", disse, acrescentando que o que está no Orçamento hoje são os R$ 9 bilhões de repasse.

O Tesouro Nacional praticamente dobrou, em agosto, o volume de ordens bancárias para o pagamento do abono salarial do PIS-Pasep e do seguro-desemprego. Esse desembolso é, segundo aponta levantamento feito pelos consultores José Fernando Cosentino Tavares e Márcia Rodrigues Moura, da Câmara dos Deputados, mais um indício de que o governo vem represando esses gastos.

Os dados levantados pelos consultores reforçam a hipótese desse tipo de manobra nos gastos porque detectam um movimento atípico, principalmente no pagamento do seguro-desemprego. Em agosto, até o dia 26, as ordens bancárias somaram R$ 4,635 bilhões, em comparação a R$ 2,071 bilhões em julho e R$ 1,519 bilhão em junho. A série dos últimos três anos mostra que, em nenhum mês, o volume foi tão grande quanto no dado parcial de agosto.

##RECOMENDA##

Não há notícia de que o desemprego tenha dado um salto neste mês para justificar tal aumento. O lógico, dizem os analistas, é que os volumes variassem pouco de um mês para o outro. Mas não foi o que se viu. Por isso, a suspeita é que o Tesouro tenha, dessa forma, corrigido o atraso nos repasses.

Somadas ao abono, as ordens chegaram R$ 8,581 bilhões no dado parcial de agosto, ante R$ 4,629 bilhões em julho e R$ 1,519 bilhão em junho.

Esses atrasos nos repasses, segundo especialistas, são manobras do Executivo para melhorar o resultado das contas públicas - conhecidas como "pedaladas". Esses atrasos atingem diretamente a Caixa Econômica Federal, responsável pelos pagamentos dos benefícios, que precisa usar seu próprio dinheiro enquanto os recursos do governo não são liberados. O secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, no entanto, nega que essas manobras existam.

Frustração

"As ordens bancárias de agosto, emitidas até o dia 26, são excepcionalmente volumosas e dificultarão o cumprimento da meta quadrimestral", dizem os consultores. Isso, apesar de o governo acreditar que agosto será um mês muito bom para as contas públicas.

O governo espera, este mês, uma arrecadação forte em função do encerramento do prazo de adesão, pelas empresas, ao Refis da Copa. Para ter as dívidas parceladas, elas precisam fazer um pagamento à vista. São esperados ingressos de R$ 14,5 bilhões por causa do programa.

Mas, para os consultores, a expectativa pode se frustrar. Primeiro, porque algumas empresas terão prazo extra de três meses para aderir ao programa. Segundo, porque elas poderão parcelar a entrada em cinco vezes.

O estudo serve de subsídio aos deputados para que eles avaliem e fiscalizem o andamento das contas públicas. E ele aponta uma série de inconsistências nos dados apresentados pelo governo, o que fará redobrar as atenções na avaliação da proposta orçamentária para 2015, entregue ontem ao Legislativo.

A distorção mais grave, para os analistas, diz respeito à Previdência. Eles estimam que o déficit do sistema previdenciário será R$ 16,8 bilhões maior que o previsto pelo governo, com receitas R$ 13,8 bilhões menores e despesas R$ 3 bilhões maiores. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O BNDES vai bancar 100% do custo da telefonia celular 4G na faixa de 700 megahertz (MHz), a ser leiloada em 30 de setembro, informou o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo. O banco, segundo ele, vai liberar recursos também para a montagem das redes pelas empresas de telecomunicações nos próximos quatro anos, além de financiar as outorgas e o custo da "limpeza" da frequência - as empresas detentoras de canais de televisão na faixa de 700 MHz deverão ser ressarcidas para deixar a frequência livre para telefonia e internet.

No total, o crédito do BNDES para o setor pode passar dos R$ 20 bilhões, assegurando até o esperado reforço de caixa pelo Tesouro para garantir a economia para pagamento de juros da dívida em 2014, o chamado superávit primário.

##RECOMENDA##

"Todas as informações que temos é de que o banco vai financiar outorgas e obrigações e também topa financiar a construção da infraestrutura para implantar o 4G", diz Bernardo. "Além dos quase R$ 12 bilhões em outorgas e obrigações, acho que seria por volta de mais uns R$ 10 bilhões ao longo de quatro anos. Não será tudo de uma vez: as empresas vão fazendo a rede e pegando os recursos."

Meta

O economista do Banco Safra, Carlos Kawall, diz que a operação com o BNDES era esperada, já que o governo sempre contou com o 4G no planejamento fiscal do ano. "É uma receita extraordinária que todos sabiam que o governo iria buscar. Já havia a ideia de que teria de haver esse financiamento."

Mas essa antecipação de arrecadação, segundo ele, não será suficiente para garantir a meta de superávit de 1,9% do PIB em 2014. "Pelas nossas contas, o superávit ficará em 1,3% este ano, incluindo o desempenho de Estados e municípios."

Para o economista Felipe Salto, da Tendências Consultoria, a medida faz parte do arsenal de "contabilidade criativa" do governo. "No fundo, essa operação significa uma antecipação de receitas, pois o governo vai registrar R$ 8 bilhões no caixa este ano, quando esses recursos poderiam entrar em até seis anos nas contas públicas", diz Salto. A manobra não é ilegal, diz, mas remete à "contabilidade criativa", prejudica a transparência fiscal e repercute nas notas das agências internacionais de classificação de risco.

Barato

Bernardo diz que as empresas deverão recorrer ao financiamento para pagar à vista os mais de R$ 8 bilhões que a licitação deve render aos cofres públicos em 2014. "Mantivemos as regras tradicionais. Ou seja, a empresa pode pagar 10% da outorga à vista e financiar o restante em até mais seis parcelas", diz. "Mas o juro da Anatel é alto, porque é calculado sobre IGP-DI mais 1% ao mês, o que daria 22% ou 23% ao ano. Já as taxas do BNDES, vinculadas à TJLP, são muito menores. Se a empresa não quiser pegar o empréstimo, tudo bem, mas acabará pagando mais pela faixa."

O preço mínimo para os lotes da frequência de 700 MHz foi fixado pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) em R$ 7,7 bilhões. Mas um pedido do Tribunal de Contas da União (TCU) obrigou as quatro companhias que já oferecem o 4G na faixa de 2,5 gigahertz (GHz) - Vivo, Claro, TIM e Oi - a pagar um adicional de R$ 561 milhões para levar o novo espectro. Isso eleva o lance mínimo do leilão para R$ 8,26 bilhões.

Para ele, o valor das outorgas não deve ser muito maior que o preço mínimo porque o "custo TCU" de mais de meio bilhão de reais pode reduzir o ágio da disputa. "Pode ser que diminua o ágio, mas, de qualquer forma, não poderíamos não cobrar esse adicional das quatro companhias que estão no 2,5 GHz."

A Advocacia Geral da União (AGU) solicitou ao Supremo Tribunal Federal (STF) a condenação do Estado do Paraná "por litigância de má-fé", após a Procuradoria do Estado ter solicitado a prisão do secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin. No pedido, encaminhado ao relator da ação cautelar, ministro Marco Aurélio de Melo, a União alega que o Paraná faltou com a verdade dos fatos. Argumenta que o Banco do Brasil liberou no último dia 2 de julho os recursos para o Programa de Apoio ao Investimento dos Estados e Distrito Federal (Proinveste).

"Note-se, assim, que não fosse a coincidência de terem sido os recursos liberados no último 02/07/2014, num procedimento que durou apenas 15 dias, contados da data do depósito do montante junto ao agente financeiro, as desarrazoadas alegações formuladas pelo Estado do Paraná poderiam conduzir esse STF a grave equívoco, que poderia redundar em seriíssimas consequências", diz a petição da AGU. O documento foi divulgado nesta sexta-feira, 04, pelo ministério da Fazenda.

##RECOMENDA##

A procuradoria do Estado do Paraná pediu ao Supremo a decretação da prisão do secretário Arno Augustin e do subsecretário de Relações Financeiras Intergovernamentais do Tesouro, Eduardo Coutinho Guerra, alegando que o governo não repassou ao Estado R$ 2,3 bilhões, entre eles, o empréstimo do Proinveste.

As vendas de dólares no mercado futuro, para segurar a cotação da moeda, fizeram a dívida interna vinculada ao câmbio continuar no maior nível em 11 anos. A dívida mobiliária (em títulos) interna corrigida por moedas estrangeiras encerrou fevereiro em R$ 205,76 bilhões, o valor mais alto desde março de 2003, quando havia atingido R$ 225,44 bilhões. Em termos percentuais, no entanto, a fatia do câmbio na dívida interna caiu, de 10,47% em janeiro para 10,42% em fevereiro.

Apesar de não envolverem emissões de títulos, as operações de swap cambial tradicional, que equivalem às vendas de dólares no mercado futuro, interferem na composição da Dívida Pública Federal conforme os critérios usados pelo Banco Central. Pelos critérios do Tesouro Nacional, que desconsidera as operações de swap, a participação do câmbio na dívida mobiliária interna passou de 0,61% em janeiro para 0,58% em fevereiro.

##RECOMENDA##

A proporção do câmbio na dívida mobiliária interna tende a aumentar nos próximos meses por causa da decisão do Banco Central (BC) de estender, até junho de 2014, o programa de venda de dólares no mercado futuro. Desde agosto, o BC injeta US$ 500 milhões diariamente nos leilões de swap (que funcionam como venda de dólares no mercado futuro). Em janeiro, o volume foi reduzido para US$ 200 milhões diários.

Apesar do aumento da participação do câmbio, a composição da dívida pública interna melhorou em fevereiro. A fatia de papéis prefixados – com taxa de juros definida no momento da emissão – subiu de 39,91% em janeiro para 40,22% no mês passado. A fatia dos títulos vinculados a taxas flutuantes, como a Selic (taxa de juros básicos da economia), subiu levemente, de 11,47% para 11,77%. A participação dos títulos corrigidos pela inflação caiu de 38,16% para 37,59%. Todos os números levam em conta as operações de swap pelo Banco Central.

Com taxas definidas no momento da emissão, os títulos prefixados são preferíveis para o Tesouro Nacional porque dão maior previsibilidade à administração da dívida pública. O governo sabe exatamente quanto vai pagar no futuro, quando ocorrer o vencimento dos papéis. Em contrapartida, os papéis vinculados à Selic representam mais risco porque pressionam a dívida para cima, caso o Banco Central tenha de reajustar os juros básicos por causa da inflação.

Depois de bater recorde em janeiro, quando atingiu 4,39 anos, o prazo médio da DPF caiu em fevereiro e encerrou o mês em 4,36 anos. O Tesouro Nacional não divulga o resultado em meses, apenas em anos. A participação dos vencimentos nos próximos 12 meses também caiu, passando de 24,81% para 24,74%. Prazos mais longos são favoráveis ao Tesouro porque dão ao governo mais tempo para planejar e executar as operações de rolagem (renegociação) da dívida pública.

Por meio da dívida pública, o governo pega emprestado dos investidores recursos para honrar compromissos. Em troca, compromete-se a devolver os recursos com alguma correção, que pode ser definida com antecedência, no caso dos títulos prefixados, ou seguir a variação da taxa Selic, da inflação ou do câmbio.

Em um dia que deve registrar baixo volume de negociação, em função da aproximação do Natal, os investidores em juros futuros devem ficar de olho no relatório sobre a dívida pública em novembro, que será divulgado pelo Tesouro Nacional às 14h30. Na pesquisa Focus, a projeção do mercado para o IPCA em 2013 subiu de 5,70% para 5,72%.

A pesquisa Focus, divulgada há pouco pelo Banco Central, mostrou que as projeções para o IPCA de dezembro avançaram de 0,72% para 0,74%. Para 2014, as previsões subiram de 5,95% para 5,97%. Já em relação ao PIB, as perspectivas do mercado permaneceram em expansão de 2,30% este ano, mas caíram de 2,01% para 2,00% em relação ao crescimento esperado para 2014.

##RECOMENDA##

Segundo o economista sênior do Besi Brasil, Flávio Serrano, o dia deve ser de baixíssima liquidez, com os mercados já em ritmo das festas de fim de ano. "O volume nos mercados internacionais já diminuiu bastante e esse cenário favorece oscilações mais bruscas, então é difícil dizer o que vai acontecer", comenta. Na semana, ela chama atenção para o resultado das contas do Governo Central em novembro, que será divulgado na quinta-feira, e o IGP-M de dezembro, na sexta-feira.

Por volta das 9h20, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2015 estava em 10,63%, exatamente no mesmo nível do ajuste de sexta-feira. Na ponta mais longa da curva a termo de juros, o DI para janeiro de 2017 apontava 12,31%, de 12,35% no ajuste anterior. O DI para janeiro de 2021 marcava 12,99%, ante 13,01% na sexta-feira.

O ex-ministro da Fazenda Delfim Netto, que já foi considerado um interlocutor do governo Dilma, mas nos últimos meses vinha fazendo duras críticas à condução da política econômica, se mostrou um pouco menos pessimista. Em entrevista publicada pela imprensa nesta segunda-feira ele comenta que diminuíram as chances de uma "tempestade perfeita" em 2014. Segundo o economista, foi bom o Federal Reserve ter anunciado já este ano a redução dos estímulos monetários nos EUA, mas o governo brasileiro precisa fazer sua parte e mostrar compromisso com o rigor fiscal, estabelecendo uma meta de superávit primário de pelo menos 2% para o próximo ano.

Por ora, o governo ainda não dá sinais de uma maior parcimônia nas contas públicas. O Ministério da Fazenda autorizou a celebração de contrato de garantia da União para operação de crédito externo a ser celebrada entre o Estado de Alagoas e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), no valor de até US$ 250 milhões, segundo despacho publicado no Diário Oficial da União de hoje. Também foram autorizados acordos de empréstimos para o Estado o Amazonas e a cidade de Cascavel (PR).

Enquanto isso, começam a surgir sinais de que outras grandes economias podem acompanhar os EUA na redução da liquidez excessiva dos últimos anos. O secretário de Negócios do Reino Unido, Vince Cable, alertou que as taxas de juros podem ter de subir para restringir uma "fúria do boom imobiliário" em Londres e no sudeste do país. Mais cedo, Andrew Bailey, membro do Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês), alertou os compradores de casas que podem ser estabelecidos controles no mercado imobiliário se houver qualquer evidência de que o aumento dos preços está fora de controle.

Durante o fim de semana, a diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, disse que a instituição está elevando sua previsão para o crescimento do PIB dos EUA em 2014, depois da aprovação do novo Orçamento pelo Congresso. "Vemos muito mais certezas para 2014. Tudo isso nos dá uma perspectiva muito mais forte, o que nos leva a elevar nossa previsão", afirmou Lagarde durante o programa "Meet the Press", da rede norte-americana NBC. Em outubro, o FMI havia divulgado a previsão de que o PIB dos EUA cresceria 2,5% em 2014. O próximo relatório do Fundo sobre a perspectiva econômica do país deve sair em meados de janeiro.

O Ministério da Fazenda informou em nota divulgada nesta sexta-feira, 13, que decidiu reabrir o prazo de contratação de empréstimos do Programa de Investimento dos Estados (Proinveste), encerrado em 30 de setembro, para que os contratos de financiamento que já estavam em processo final de andamento possam ser firmados até 31 de dezembro deste ano. A alteração foi aprovada nesta sexta pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) em reunião extraordinária.

A linha foi criada no ano passado pelo governo federal para estimular os investimentos nos Estados e ajudar a melhorar o desempenho da economia. O programa conta com R$ 20 bilhões do Tesouro Nacional.

##RECOMENDA##

No momento em que Estados e municípios tentam acelerar investimentos, melhorar serviços públicos - demandas que ganharam mais peso após a onda de manifestações pelo País em junho - e reduzir gastos para manter suas estruturas, a forte ampliação nas despesas com pessoal nos últimos quatro anos tem restringido e até neutralizado esses esforços. O alerta abrange 20 das 27 unidades federativas do País e ajuda a elevar as pressões por mudanças na legislação fiscal.

Levantamento feito pelo Estado a partir dos relatórios de gestão fiscal enviados ao Tesouro Nacional mostra que essa despesa permanente cresceu acima da inflação desde 2009. Vinte unidades federativas já superaram 90% do chamado limite prudencial destinado a gastos com folha salarial (46,55% da receita). Esse é o segundo dos três tetos previstos para os Poderes Executivos na Lei de Responsabilidade Fiscal.

##RECOMENDA##

A situação deve piorar. Balanço dos primeiros quatro meses de 2013 revela que, na média, o gasto com servidores aproxima-se de 92% do permitido pela LRF. Até abril, R$ 1,77 bilhão foram adicionados às folhas salariais, segundo os Estados.

Governadores e prefeitos têm elevado de forma substancial a proporção dessas despesas nos orçamentos, por vários motivos. De uma lado, tem havido perda expressiva na arrecadação de ICMS - principal fonte de receita dos Estados - em razão do ritmo fraco na economia brasileira, e as desonerações federais, como isenções de IPI, reduzem a verba dos Fundos de Participação de Estados (FPE) e Municípios (FPM). De outro, há um aumento vegetativo na folha de pagamento, a redução nas transferências, o engessamento do orçamento com despesas "carimbadas" e a indexação da dívida por índices "caros".

"Há uma armadilha, uma compulsão, porque temos crescimento inercial de 2% a 3% anual com prêmios, promoções. Mesmo sem aumento real, esse gasto cresce", diz o secretário de Fazenda do Paraná, Luiz Carlos Hauly. "Se não resolvermos, vamos para um precipício." O Paraná, que elevou em R$ 4,8 bilhões o gasto com pessoal desde 2009, está próximo de superar o limite de comprometimento máximo previsto na LRF (49% da receita).

Outro fator que eleva os gastos com pessoal é o aparelhamento político de Estados e municípios. "Houve aumento dos cargos em comissão nas secretarias em virtude de acordos políticos, além de aumento dos investimentos em direitos sociais, como saúde e educação", diz o advogado e professor do Ibmec-RJ Jerson Carneiro.

Superávit. Neste ano, o governo federal conta com uma boa contribuição da economia de Estados e municípios para fechar sua conta de superávit. Se depender das despesas com pessoal, a estratégia corre riscos. "O relaxamento fiscal federal virou mau exemplo. Os Estados fizeram ajustes, mas estão mais endividados porque usaram recursos próprios de investimentos para pagar pessoal", afirma o especialista em finanças públicas do Ibre/FGV José Roberto Afonso.

Em 2012, os 26 Estados e o Distrito Federal desembolsavam, em média, 43,8% de suas receitas com pessoal. Em 2009, o índice médio era de 42,65%. Com isso, novos gastos com funcionários estaduais não poderão passar de R$ 18,8 bilhões.

"Esse aumento acaba com o 'custeio bom', que é compra de remédios, material de educação, segurança. Estão mudando a lei fiscal por dentro, o pior que podia ocorrer", avalia Oberi Rodrigues, secretário de Planejamento e Finanças do Rio Grande do Norte, Estado que também está perto de superar o limite máximo com pessoal.

Nos últimos quatro anos, esse "G-27" elevou sua folha de pagamento em R$ 55,7 bilhões em valores nominais, sem descontar a inflação - um crescimento de 44,2% no período. De 2009 a 2012, o IPCA somou 24,52%. A despesa per capita anual por funcionário foi de R$ 60.225 em 2012 - o País tinha 3.111.944 servidores públicos no ano passado, segundo o IBGE.

Em São Paulo, o dispêndio com servidores atingiu 91% do limite prudencial. O Estado registrou o maior aumento nominal entre todas as unidades: R$ 13,15 bilhões em quatro anos. A Secretaria da Fazenda informa que o principal motivo foi a revisão salarial e planos de carreira para as áreas de saúde, educação e segurança, abrangendo 87% dos servidores ativos.

Pressão. É consenso entre Estados e municípios de que há poucas saídas e muita pressão por mais gastos, como a criação de pisos nacionais para categorias. No Congresso, uma enxurrada de projetos pode piorar as finanças, como a PEC 300, que eleva salários de policiais.

Na contramão, o lobby de governadores e prefeitos busca aprovar a renegociação das dívidas, tentando "descolar" esse debate da reforma do ICMS, onde não há consenso. Um projeto do líder do PMDB, Eduardo Cunha (RJ), tem apoio de Estados. Não resolve, mas dá refresco nas contas públicas, segundo os secretários de Fazenda. O texto prevê reduzir o juro da dívida para 4% e mudar o indexador, de IGP-DI para IPCA, com teto na taxa básica da economia (Selic), mas não alivia o comprometimento da receita, pois não estabelece teto para pagamento de juros e da dívida, previsto na Resolução 43 do Senado. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

No levantamento feito pela Confederação Nacional de Municípios (CNM), divulgado um dia antes do Encontro de Prefeitos e Prefeitas, em Brasília, consta que 64,4% (o que representa 3.588 municípios) estão impedidos de celebrar convênios com o Governo Federal.

Esses municípios precisam ser auxiliados tecnicamente, principalmente, na execução de políticas públicas. Um dos principais temas debatidos durante o encontro de prefeitos no decorrer dessa semana é a celebração de parcerias públicas e privadas.

##RECOMENDA##

De acordo com informações divulgadas no Cadastro Único de Convênios da Secretaria do Tesouro Nacional, 2.094 cidades não têm comprovantes da contribuição previdenciária ao Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS).

4.063 novos gestores estão enfrentando uma crise financeira e não conseguem fechar as contas dos municípios. Estes, estão sendo chamados pelo Governo Federal para conhecer os programas e as formas de negociar as dívidas.

A situação se agrava no Amazonas, Pará e Pernambuco, estados onde 90% das cidades têm pelo menos um item não comprovado junto ao Tesouro Nacional. 

A Escola da Administração Fazendária encerra, nesta segunda-feira (28), o período de  inscrições para o concurso público da Secretaria do Tesouro Nacional, órgão ligado ao Ministério da Fazenda. São 255 vagas para o cargo de analista de finanças e controle, com formação superior nas seguintes áreas de conhecimento: contábil, desenvolvimento institucional, econômico-financeiro e tecnologia da informação.

As inscrições poderão ser feitas no site da Esaf. A taxa de inscrição custa R$ 120.

##RECOMENDA##

O processo seletivo será realizado em duas etapas. A primeira consiste na aplicação das provas objetivas de conhecimentos gerais e específicos e da prova discursiva. A segunda etapa compreende um curso de formação. As provas objetivas serão realizadas no dia 24 de março, nas cidades de Aracaju, Belém, Belo Horizonte, Brasília, Boa Vista, Campo Grande, Cuiabá, Curitiba, Florianópolis, Fortaleza, Goiânia, João Pessoa, Macapá, Maceió, Manaus, Natal, Palmas, Porto Alegre, Porto Velho, Recife, Rio Branco, Rio de Janeiro, Salvador, São Luís, São Paulo, Teresina e Vitória.

A remuneração inicial é de R$ 12.961. O prazo de validade do concurso é de um ano, podendo ser prorrogado por mais um ano.

Mais informações no edital.

Páginas

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando