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Após o polêmico empate em 1 x 1, diante do 4 de Julho, na Ilha do Retiro, nesta quarta-feira (17), no qual o juiz anulou dois gols dos donos da casa, o técnico Jair Ventura não concedeu a rotineira entrevista coletiva, depois da partida.

Em seu lugar, quem falou foi o diretor de futebol Fred Domingos. Mas o dirigente não respondeu nenhuma pergunta. Em um áudio divulgado pela assessoria de imprensa rubro-negra, o cartola fez um desabafo sobre a arbitragem nos últimos jogos do Leão.

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“Estou representando toda a direção do clube. Já fomos prejudicados contra o Salgueiro, contra o Santa Cruz e, agora, diante do 4 de Julho. Hoje, anularam um gol legítimo de Mikael. O bandeira corre, o árbitro dá o gol, mas depois sofre uma pressão do goleiro deles e volta atrás. Isso é uma vergonha para a Copa do Nordeste e para a Federação Pernambucana de Futebol”, reclamou.

“Aqui se trabalha com seriedade, pra chegar um cidadão desqualificado, um pega na rua, um trio pegado na rua, pra chegar aqui e desmoralizar dentro da nossa casa. Até quando vão levar o Sport na chacota? Deixo essa pergunta no ar, não vamos mais aceitar isso. FPF, o Sport é seu filiado. Defenda o Sport, FPF”, queixou-se.

A árbitra paulista Edina Alves Batista e auxiliar catarinense Neuza Back foram escaladas para o seu último compromisso no Mundial de Clubes da Fifa, que está sendo realizado no Catar. A dupla brasileira fará parte da equipe de arbitragem da final da competição, entre Bayern de Munique e Tigres, do México, nesta quinta-feira. A entidade anunciou a escalação das duas nesta quarta.

Assim como aconteceu nos jogos entre Tigres e Ulsan Hyundai, da Coreia do Sul, pelas quartas de final, e na semifinal entre Bayern de Munique e Al Ahly, do Egito, Edina Alves atuará como quarta árbitra na final do Mundial.

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Nestas duas partidas, Neuza Back ocupou a mesma função para a qual foi escalada na decisão: auxiliar reserva. A equipe na decisão será a mesma da estreia das duas no Mundial, composta integralmente por árbitros e árbitras sul-americanas.

O trio em campo será todo do Uruguai com o árbitro Esteban Ostojich e os auxiliares Nicolas Taran e Richard Trinidad. No VAR, o comando principal é do colombiano Nicolas Gallo, que terá o aux[ílio do chileno Julio Bascunan.

Ainda no Mundial de Clubes, as brasileiras se tornaram as primeiras mulheres a comandar uma partida masculina profissional da Fifa. Edina Alves foi árbitra no duelo entre Ulsan Hyundai e Al Duhail, do Catar, válida pela disputa do quinto e sexto lugares na competição. No trio 100% feminino que arbitrou o jogo, Edina e Neuza tiveram a companhia da auxiliar Mariana de Almeida, da Argentina.

Experiente árbitro inglês, Mike Dean está passando por algo inédito, constrangedor e inadmissível nos últimos dias. Após expulsar jogadores de dois times diferentes nas últimas rodadas do Campeonato Inglês, ele viu seus familiares se tornarem alvo de "bandidos" travestidos de torcedores, que os ameaçaram de morte.

A paixão por um clube de futebol por vezes extrapola o limite da tolerância. Já não basta ser alvo preferido das arquibancadas, com muitos insultos, o árbitro com mais de 20 anos de experiência no Campeonato Inglês agora tem de tomar cuidados extracampo. Ele promete não deixar barato e fez denuncia dos casos à polícia.

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O árbitro foi condenado por expulsar o zagueiro do Southampton, Jan Bednarek, contra o Manchester United, na última terça-feira, e o então meio-campista do West Ham, Tomas Soucek, durante o jogo de sábado passado contra o Fulham.

As duas decisões foram anuladas após um recurso à Associação de Futebol da Inglaterra (FA, na sigla em inglês). Segundo a imprensa inglesa, Dean pediu para não arbitrar no próximo final de semana. Mas deve trabalhar nas oitavas de final da Copa da Inglaterra, no jogo entre Leicester City e Brighton, nesta quarta-feira.

Mike Riley, CEO da Professional Game Match Officials Limited (PGMOL, na sigla em inglês), órgão que treina e elege os árbitros que atuam no Campeonato Inglês, manteve a decisão de Dean. "Ameaças e abusos desta natureza são totalmente inaceitáveis e apoiamos totalmente a decisão de Mike de alertar a polícia sobre as mensagens recebidas por sua família", afirmou.

Bednarek foi mandado para o vestiário por uma falta sobre o francês Anthony Martial, na vitória do Manchester United por 9 a 0. Dean manteve a sua decisão inicial após verificar no monitor de televisão do estádio Old Trafford, em Manchester.

O árbitro expulsou Soucek por acertar acidentalmente o sérvio Aleksandar Mitrovic com o cotovelo no empate sem gols entre West Ham e Fulham. O árbitro de 52 anos revisou novamente as imagens no VAR e decidiu validar o vermelho direto.

Edina Alves Batista, de 41 anos, vive a expectativa mais especial dos seus 20 anos de carreira como árbitra. A paranaense de Goioerê viaja no fim deste mês ao Catar para apitar o Mundial de Clubes e vai se tornar a primeira mulher a atuar no comando de jogos masculinos de competições da Fifa para a categoria adulta. Orgulhosa pela conquista, ela torce para que essa nomeação quebre várias barreiras na arbitragem. O aumento da presença feminina e o fim da divisão por gênero na profissão são os seus sonhos.

A juíza conversou com o Estadão pouco depois de ser confirmada pela Fifa no Mundial. Entre um compromisso e outro pelo Campeonato Brasileiro, Edina relembrou o início na carreira e o quanto aos poucos a arbitragem tem se tornado um mundo mais aberto. "Está chegando a hora de nós, os árbitros, não sermos mais tratados por gênero, mas sim por capacidade. Tudo está indo por esse caminho agora", disse. "A divisão por gênero tem de acabar. Tudo tem de ser pela competência", afirmou.

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A carreira da paranaense ficou em mais evidência em 2019, quando ganhou a chance de apitar a semifinal do Mundial Feminino entre Inglaterra e Estados Unidos. No mesmo ano, apitou o encontro entre CSA e Goiás, pelo Brasileirão, e encerrou um intervalo de 14 anos sem que uma mulher apitasse um jogo de elite no futebol brasileiro. Antes dela, Silvia Regina foi quem havia trabalhado.

A repercussão do trabalho e o espaço no mundo masculino da arbitragem fazem Edina ser bastante procurada por admiradoras. "Muitas mulheres me escrevem nas redes sociais porque olham para mim e se espelham para pensar que tudo pode acontecer. Muitas até me procuram não porque querem ser árbitras, mas porque me consideram como uma conquista de espaço no ambiente de trabalho", contou.

Para chegar ao status de árbitra de competições da Fifa o caminho foi longo. Edina sempre gostou de esporte e trabalhou pela primeira vez aos 19 anos em um jogo amador. A oportunidade despertou o sonho dela em seguir a carreira, apesar do desejo da família. "Minha mãe dizia que ser árbitra não era coisa de menina. Ela queria que eu fizesse cursos de datilografia ou pintura", contou.

De família humilde, Edina decidiu procurar um trabalho que lhe ajudasse a pagar a faculdade de Educação Física e também os cursos necessários para a formação em arbitragem. "O meu primeiro emprego foi em um viveiro de mudas. Eu enchia os saquinhos de terra para poder pagar meus estudos. Eu gostava do serviço", contou. Aos fins de semana, ela deixava Goioerê para apitar pelo Paraná em campeonatos de futsal e futebol.

A carreira de Edina aos poucos evoluiu e deixou de caber na pequena Goioerê e seus cerca de 30 mil habitantes. Há três anos ela se mudou para São Paulo, onde tem uma rotina cheia de estudos teóricos sobre arbitragem, revisão dos jogos em que trabalhou, treinos físicos e aprendizado do inglês. Atualmente a arbitragem é a única fonte de renda da paranaense.

Embora cada vez mais conhecida no futebol, Edina afirmou que apenas isso não é o suficiente para ganhar o respeito dos jogadores. "O respeito você conquista conforme vai acertando dentro da partida. Se você conduz o jogo de maneira correta, eles respeitam. E isso não é por eu ser mulher. Vale para qualquer um. Se o jogador for mal, vai para o banco de reservas. Eu, no meu caso, se for mal eu fico sem apitar", comentou.

Quando ainda enchia os sacos de terra e iniciava na arbitragem, o sonho dela era chegar à Série A. Agora, Edina já pode se dar ao luxo de projetar novos desejos profissionais enquanto aguarda que a trajetória sirva de inspiração e de exemplo de como se pode quebrar barreiras. "Meu sonho um dia é apitar em uma Olimpíada. E essas conquistas não são minhas. É do povo brasileiro, que também passou a apoiar mais a presença feminina na arbitragem", contou.

O Brasil ainda tem chances de disputar o Mundial de Clubes da Fifa, em fevereiro, no Catar, com Palmeiras ou Santos, que estão nas semifinais da Copa Libertadores, mas já garantiu presença na competição. Nesta segunda-feira, a entidade anunciou o quadro de arbitragem e nele está a paranaense Edina Alves Batista como árbitra e a catarinense Neuza Back no posto de assistente.

A Fifa selecionou ao todo para o torneio sete árbitros de campo e 12 assistentes, além de outros sete árbitros de vídeos para a operação do sistema de VAR. Os oficiais das partidas viajarão para o Catar uma semana antes do início do Mundial de Clubes, que será realizado entre os dias 1 e 11 de fevereiro. A Fifa garantiu que eles receberão todos os cuidados necessários contra a pandemia do novo coronavírus.

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A indicação de Edina Alves Batista para liderar um dos trios de um grande torneio da Fifa segue uma sequência de exemplos iniciada na Copa do Mundo Sub-17 de 2017, quando a suíça Esther Staubli apitou um dos jogos da competição masculina, e depois continuada pela uruguaia Claudia Umpierrez, que esteve no último Mundial Sub-17, realizado no Brasil em 2019.

"A nomeação do trio feminino liderado por Edina Alves Batista dá continuidade ao caminho iniciado na Copa do Mundo sub-17 de 2017, onde a árbitra suíça Esther Staubli arbitrou um jogo, seguida pela árbitra uruguaia Claudia Umpierrez, que arbitrou duas partidas no torneio de 2019, no Brasil", escreveu a Fifa em seu site oficial.

Edina Alves Batista faz parte do quadro de árbitras da Fifa desde 2016 e já apitou em jogo da Série A do Campeonato Brasileiro. Ela esteve no último Mundial Feminino (França-2019), em que comandou a semifinal entre Inglaterra e Estados Unidos. Neuza Back é assistente da Fifa desde 2014. Ela também esteve no último Mundial Feminino e recentemente trabalhou no jogo entre Vélez Sarsfield e Peñarol, pela Copa Sul-Americana.

O Mundial de Clubes vai utilizar três estádios da Copa do Mundo de 2022. O sorteio para determinar os cruzamentos está previsto para o próximo dia 19, em Zurique, na Suíça.

O diretor de futebol do Sport, Augusto Caldas, fez um comunicado criticando a Confederação Brasileira de Futebol pela escolha do árbitro carioca Marcelo de Lima Henrique, para apitar Sport x Coritiba no domingo (13). Segundo ele, o fato de ter dois times do Rio de Janeiro disputando o rebaixamento com o Leão causa "uma certa estranheza". 

Augusto afirma que não põe em causa a índole do árbitro ou dos seus companheiros como todo, mas ressalta que isso poderia ser evitado. "Temos uma briga ferrenha contra o rebaixamento e nessa briga temos Vasco e Botafogo brigando conosco e vem para cá um juiz do Rio de Janeiro", afirma. 

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"Em nenhum momento nós da diretoria estamos dizendo que existe algum tipo de irregularidade ou alguma coisa que a gente desconfie, nós confiamos na arbitragem nacional, confiamos na arbitragem que é colocada para nós aqui através da CBF, porém eu acho que é um risco desnecessário porque vai levantar o radar. Todo o Brasil vai ficar de olho, a torcida do Sport vai ficar de olho, todos de olho. Todos ficam com a pulga atrás da orelha", completa.

O ex-treinador do Flamengo e atual do Benfica, Jorge Jesus, criticou o abandono dos jogadores do PSG e do Basaksehir, e afirmou que o racismo está "muito na moda". Nesta terça-feira (8), a partida válida pela Liga dos Campeões foi paralisada após mais um caso de preconceito. Desta vez, o quarto árbitro teria chamado um integrante senegalês do time turco de 'preto'.

Após a confusão com a comissão de arbitragem, as duas equipes deixaram o gramado. A atitude obrigou que a Uefa adiasse o confronto válido pela última rodada da fase de grupos para esta quarta (9). O jogo foi remarcado para as14h55, no Parque dos Príncipes, casa do clube francês. Outra equipe de árbitros será escalada, garantiu a entidade europeia.

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"Não sei o que aconteceu, o que se falou, o que se diz, mas hoje está muito na moda isso do racismo. Como cidadão tenho direto de pensar à minha maneira e só posso ter uma opinião concreta se souber o que se disse naquele momento. Porque hoje qualquer coisa que se possa dizer contra um negro é sempre sinal de racismo. A mesma coisa dita contra um branco já não é sinal de racismo. Está se implantando essa onda no mundo. Se calhar, até houve algum sinal de racismo com esse treinador, mas eu não sei o que disseram", comentou o atual técnico do Benfica em entrevista coletiva.

Atacante do Paris Saint-Germain e da seleção brasileira, Neymar se posicionou contra o racismo nas redes sociais. A publicação foi feita após o acontecimento histórico ocorrido na terça-feira (8), durante a partida entre Paris Saint-Germain e Istanbul Basaksehir, válida pela sexta e última rodada da fase de grupos da Liga dos Campeões da Europa. Na ocasião, após um suposto ato racista do quarto árbitro, jogadores das duas equipes decidiram deixar o gramado.

Neymar compartilhou uma foto de seu rosto parcialmente coberto por um punho cerrado. Na legenda, o jogador escreveu "Vidas Negras Importam", em referência ao movimento americano Black Lives Matter. Em meio à paralisação da partida, uma imagem do brasileiro ao lado de Mbappé viralizou. Eles dizem ao juiz que "se o quarto árbitro não saísse de campo, eles não jogariam".

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E foi o que aconteceu. Os atletas se reuniram para debater o incidente e decidiram deixar o gramado de jogo, em uma atitude sem precedentes na Liga dos Campeões. A Uefa definiu que a partida será retomada nesta quarta-feira, às 14h55 (de Brasília). Também foi anunciada a troca de toda a equipe de arbitragem. O pontapé inicial será dado com o relógio marcando 13 minutos, momento em que o confronto foi paralisado.

Aos 13 minutos do primeiro tempo, o quarto árbitro, o romeno Sebastian Coltescu, teria ofendido o camaronês Pierre Webó, que é ex-atacante e atua como assistente técnico da equipe turca. Revoltado com o episódio, Webó reclamou do tratamento e foi expulso. Prontamente, os jogadores do Istanbul Basaksehir se mobilizaram contra a postura de Coltescu e tiveram a companhia dos atletas do PSG, liderados por Neymar. Quem comandou o movimento em campo foi o atacante senegalês Demba Ba, do Istanbul, que acabou expulso também.

O protesto teve a participação de jogadores reservas e de membros das comissões técnicas das duas equipes. A partida estava empatada por 0 a 0 antes da suposta ofensa proferida pela arbitragem contra o camaronês. Entre os participantes do jogo estavam o zagueiro Marquinhos e o atacante Neymar pelo PSG, ambos da seleção brasileira. Na equipe turca, o lateral-direito Rafael também estava em campo.

Um lance envolvendo Rafael foi o início da discussão. O brasileiro levou cartão amarelo por uma falta. Na sequência, integrantes da comissão técnica do Istanbul Basaksehir foram questionar a marcação da jogada. Durante o bate-boca, Webó e o técnico turco Okan Buruk levaram cartão amarelo e alegaram que houve por parte do quarto árbitro uma ofensa racista.

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O presidente licenciado do Corinthians, Andrés Sanchez, protestou contra a arbitragem do empate sem gols entre Timão e Grêmio-RS, pela 22ª rodada do Campeonato Brasileiro. Segundo a publicação no perfil de Sanchez no Twitter, o dirigente afirmou que o clube paulista vai entrar com uma representação oficial na Confederação Brasileira de Futebol (CBF) para que o árbitro Caio Max Vieira não apite mais jogos do alvinegro.

"Eu achei que já tinha visto de tudo contra Sport-PE e América-MG, a falta de critério no pênalti, mas é pior. O nível é horroroso. Amanhã entraremos com ofício na CBF relatando todos os erros. O torcedor quer respeito. Esse Caio Max Vieira não apita mais jogos do Corinthians", disparou o mandatário na rede social.

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Para o dirigente, o árbitro errou em não dar o segundo cartão amarelo e expulsar o jogador Darlan, do Grêmio-RS. Além disso, Sanchez questiona a expulsão do zagueiro Marllon do Timão, aos 28 minutos do primeiro tempo, e uma falta cometida pelo time gaúcho antes do lance que originou o cartão vermelho para o meio-campista corintiano Rómulo Otero, aos 20 minutos da segunda etapa.

Embora tenha ficado com dois jogadores a menos durante boa parte do jogo, o Corinthians segurou o empate e se manteve na 13ª colocação no Campeonato Brasileiro com 26 pontos. Já o Grêmio-RS tem 34 e é o oitavo na tabela. Na rodada 23, o Timão vai até Curitiba enfrentar o Coritiba-PR. O tricolor gaúcho, que joga contra o Guaraní (PAR) nesta quinta-feira (26) pela Libertadores da América, teve a partida da 23ª jornada do Brasileirão adiada e só volta a campo pelo nacional em 6 de dezembro, no duelo frente ao Vasco da Gama-RJ.

A 15ª rodada do Brasileirão foi marcada por declarações fortes contra a arbitragem. Entre os treinadores, Mano Menezes, do Bahia, reclamou muito da atuação de José Mendonça da Silva Júnior, árbitro escalado para o duelo com o Fluminense. Renato Gaúcho, por sua vez, criticou o fato de um suposto pênalti para o Grêmio não ter passado por revisão do árbitro de vídeo na derrota para o Santos. E, entre os cartolas, o presidente do Vasco, Alexandre Campello, chegou a pedir uma "auditoria" nas decisões do VAR, além de pleitear que as conversas entre o árbitro de vídeo e o de campo sejam abertas.

Nesta segunda-feira, o presidente da Comissão de Arbitragem da CBF, Leonardo Gaciba, conversou com o Estadão sobre as polêmicas. Ele considerou corretas todas as decisões que suscitaram reclamações na rodada e enalteceu o VAR. "Ninguém mais fala da decisão técnica. Falam do protocolo, da forma. O índice de erros diminuiu muito, é quase zero", ressaltou.

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Para Gaciba, as reclamações ocorrem por desconhecimento - ou, pelo menos, descontentamento - com o protocolo de uso do VAR. Ele citou as críticas de Renato Gaúcho. "Ele acha que o jogo deveria parar 50 vezes se tivessem 50 situações de pênalti, para o árbitro olhar no vídeo antes de tomar decisão do campo. Mas a CBF segue um protocolo internacional, que a Fifa coloca, que prega que sempre que o árbitro de vídeo concordar com o árbitro de campo, quando não tiver uma imagem conclusiva que contradiga, que ele vai manter a decisão do campo."

Sobre a liberação dos áudios durante as revisões, pedida pelo presidente do Vasco, Gaciba informou que isso não pode ocorrer por um veto da Fifa. "Existe um documento, e os clubes receberam esse documento, explicando que não pode disponibilizar o áudio em tempo real", pontuou. "Mas nenhum clube brasileiro, desde o início do projeto, que solicitou à Comissão da CBF ver e ouvir as análises do VAR, teve o acesso negado. Todos que pediram foram atendidos."

Na avaliação de Gaciba, o VAR está sendo bem utilizado no País e isto está se refletindo no desempenho técnico dos árbitros. "Eu estou muito satisfeito com a melhora do árbitro do campo. O campo está acertando 20% a mais do que o ano passado, isso é muito bom. Tivemos duas rodadas em que o árbitro de vídeo durou muito tempo, mas há seis, sete rodadas, o impacto dele em todos os jogos tem sido de 20 minutos, o que dá mais ou menos dois minutos por jogo. É baixíssimo em relação ao resto do mundo."

O ex-árbitro também comentou as fortes reclamações de Mano Menezes, cujos impropérios contra a arbitragem foram captados pelos microfones da transmissão de TV durante a vitória do Fluminense por 1 a 0 sobre o Bahia.

"É um consenso da opinião pública: fugiu da curva", disse. "Mas não quero falar de um caso específico. No meio do futebol como um todo, nós profissionais devemos saber lidar com críticas. E uma orientação que dou a todos meus árbitros é tratar com respeito, esse é o lema. Agora, se eles respeitarem, eles também têm de ser respeitados."

ESCOLHAS - Quando assumiu a Comissão de Arbitragem da CBF, Leonardo Gaciba extinguiu o sorteio como critério para definição das equipes que trabalham em cada um dos jogos. "A gente faz uma análise técnica, vê o momento do árbitro, a qualificação técnica pro jogo, a importância na tabela de classificação. São muitos fatores. Fazer uma escala de arbitragem requer muito estudo e temos profissionais para isso. A CBF faz 2.500 escalas por ano, são muitos jogos, e a gente escolhe sempre o profissional mais adequado pro jogo", comentou.

O dirigente descartou que a comissão receba pressão de qualquer lado ou que aceite "vetos" de clubes na hora de definir os profissionais para cada jogo. "Uma das coisas que norteiam a CBF é a independência do departamento de arbitragem. É uma norma do presidente Rogério Caboclo: nós temos total liberdade para escalar, não temos nenhum tipo de influência da CBF ou dos clubes. Não existe veto."

Confira as análises de Gaciba sobre as polêmicas de arbitragem:

VASCO 1 X 2 FLAMENGO

Reclamação: gol do Vasco anulado por impedimento.

"Decisão técnica perfeita. Além da imagem que foi mostrada pela câmera 7, onde é feita a linha de impedimento, tem uma imagem invertida da jogada que mostra exatamente o que aconteceu dentro de campo de jogo. O jogador estava adiantado e o gol foi bem anulado."

FLUMINENSE 1 X 0 BAHIA

Polêmica: dois possíveis pênaltis para o clube carioca, um dos quais não assinalado.

"As decisões técnicas foram todas corretas. A marcação da penalidade - que acabou gerando o gol - foi um tranco ilegal, empurrão pelas costas, sendo detectado pelo árbitro de vídeo e a revisão correta feita. O segundo lance polêmico, da questão do toque de mão do jogador do Bahia dentro da área, análise perfeita do árbitro de vídeo de não chamar para revisão."

SANTOS 2 X 1 GRÊMIO

Polêmica: VAR aponta pênalti para o Santos, mas não é acionado em possível penalidade para os gaúchos.

"O primeiro pênalti marcado foi pelo campo, não teve auxílio do VAR. O segundo pênalti marcado foi através de uma revisão do árbitro de vídeo, que o árbitro de campo não conseguiu perceber. A respeito da mão na bola, a bola bate no braço e o braço está em posição natural. Cem por cento dos comentaristas concordaram que não era pênalti, e o árbitro de vídeo não chama quando a decisão do campo é correta. Isso é protocolo."

CEARÁ 2 X 1 CORINTHIANS

Expulsão de Eduardo.

"Movimento de gatilho, fora da disputa da bola. O jogador joga o cotovelo com força desproporcional no rosto do adversário. Pra mim se enquadra em conduta violenta. Decisão final da arbitragem de expulsão foi corretíssima."

Pênalti de Cássio.

"O Cássio, ao se levantar, calça o jogador. Contato do joelho direito na perna do jogador e derruba dentro da área. Falta por imprudência e tiro penal bem marcado."

A expulsão aos 39 minutos do segundo tempo do clássico diante do Avaí, na última terça-feira, no estádio da Ressacada, em Florianópolis, deve render uma punição grave ao zagueiro Alemão, do Figueirense. Na súmula da partida válida pela 12.ª rodada da Série B do Campeonato Brasileiro, que terminou com a vitória avaiana por 1 a 0, o árbitro catarinense Rafael Traci disse ter recebido uma peitada e uma cabeçada do defensor, além de xingamentos.

"Após ser advertido com o cartão amarelo, o referido jogador me deu uma peitada sendo expulso de forma direta. Ato contínuo, veio novamente para cima desferindo uma cabeçada e peitando novamente. Após isso, atletas de sua equipe o seguraram porém a todo momento queria vir novamente para cima. Depois de um tempo, retirou-se do gramado. Em todo momento, ficando dizendo: 'seu filho da p..., safado, tira a camisa deles de baixo, vagabundo'", relatou o árbitro.

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A reclamação de Alemão foi pela falta não marcada de Pedro Castro em Sanchez após uma dividida na entrada da área. No contra-ataque, o Avaí acabou marcando o gol da vitória com o argentino Gastón Rodriguez aproveitando rebote da trave em chute de Romulo.

Na beira da zona de rebaixamento da Série B, o Figueirense volta a campo já nesta sexta-feira contra o Oeste, às 16h30, no estádio Orlando Scarpelli, em Florianópolis, pela 13.ª rodada.

O chamado "novo normal" do Campeonato Brasileiro também vai trazer desafios para quem apita as partidas. Em entrevista ao Estadão, o presidente da Comissão Nacional de Arbitragem da CBF, Leonardo Gaciba, afirmou que os jogos sem a presença de torcida serão um obstáculo para a concentração de quem precisa acompanhar atentamente aos lances.

A promessa do dirigente é que depois da estreia no último ano, o recurso do árbitro de vídeo (VAR) vai apresentar melhoras nesta temporada, principalmente por causa da experiência acumulada com o uso da tecnologia.

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Apitar com portões fechados será mais difícil ou mais fácil?

No quesito concentração é mais difícil. Em um jogo com estádio lotado, o árbitro de futebol tem um nível de concentração maior. Tem uma adrenalina. Em um jogo com estádio fechado, o desafio é o de manter a concentração no jogo. O momento que estamos passando ninguém passou. Não temos referência. Temos relatos de outros países que já começaram a ter jogos de que a própria postura de jogadores e comissão técnica é diferente em relação ao que acontecia. Nós vamos ter de descobrir isso agora durante o campeonato.

Não ficará mais fácil apitar sem torcida, por não ter pressão?

A torcida no estádio, para nós, vou ser bem sincero, é só motivação. No andar da carreira, a gente vai crescendo e gostando de estádios lotados. É o que a gente mais quer. Isso é sinal de que o árbitro está em um grande jogo. O árbitro terá de se habituar, porque é uma situação nova. Aquele papo entre árbitro e jogador dentro do campo vai mudar um pouco. Nós estamos voltando para devolver essa paixão ao povo brasileiro. E esse produto tem de ser de qualidade.

Quais orientações o senhor tem passado para os árbitros?

Em primeiro lugar, é a questão de segurança e de responsabilidade. Todo mundo tem de pensar na segurança do futebol como um todo e na saúde dos envolvidos. O que vem de diferente é o cuidado, acima de tudo, é o seguimento de protocolos, seja da diretriz brasileira ou das regras da arbitragem. Isso será fundamental para a questão do sucesso. A gente precisa de todo mundo dentro do campo.

Os árbitros também vão precisar passar por testes e, portanto, vão precisar ter cuidado na rotina pessoal. Quais as recomendações?

O protocolo para arbitragem é mais amplo. Como os árbitros estão sempre em deslocamento, estamos falando mais dos cuidados. Junto com o departamento médico a gente fez um trabalho de conscientização, cuidados dentro do avião e de carro, maneira como chega ao vestiário, cuidados no hotel e todas as particularidades. Até o sistema de escalas está mudado. Nós vamos ter de fazer as audiências com mais antecedência. Após designados, os árbitros se deslocam para testes e só viajam se forem testados negativamente. A logística da arbitragem é bem mais difícil. Nós estamos espalhados pelo Brasil inteiro. Nos clubes, os jogadores estão sempre juntos.

Se um assistente testar positivo, como será feita a montagem da equipe de arbitragem para o jogo?

Vamos ter dois momentos. Um é a testagem prévia, com o resultado do exame no dia do embarque para o jogo. Se tiver algum problema, o árbitro não embarca e vai outro no lugar dele. Pode ser um substituto até de outro Estado. Vamos ter de fazer trio misto, desde que seja neutro (do mesmo Estado de um dos times). Mas diferente dos clubes, que têm reserva, a partir do momento que os árbitros viajam e já estão no local do jogo, respondem questionário e têm teste de temperatura. Nesse momento, já não tenho mais como enviar alguém neutro. Então vamos ter casos específicos que se um árbitro tiver febre, o árbitro reserva vai entrar e ele é local. É uma adaptação que teremos de fazer.

E o que pode ser feito para evitar que o árbitro do jogo seja do mesmo Estado que um dos times?

Na Série A nós vamos tomar o cuidado de colocar um dos membros da cabine do árbitro de vídeo com experiência para poder apitar o jogo diretamente do campo. Se acontecer um problema com o árbitro central, desce um da cabine a faz o jogo. Mas na Séries B e C terá de ser o local.

Quais melhorias pretende ver na utilização do VAR?

Já temos o conhecimento de mais de 400 jogos. Vamos terminar a temporada com praticamente mil jogos com o VAR. Isso vai nos dar uma experiência grande. A performance vai melhorar. O próprio público já conhece mais o recurso. Muitas das críticas que vieram, foram por falta de conhecimento do protocolo do árbitro de vídeo. Passamos para os clubes um documento chamado "Linha de Atuação de Arbitragem Brasileira", com todos os critérios que a gente tem, inclusive para o árbitro de campo. O que é considerado toque de mão, o que merece cartão vermelho, o que é falta tática. A pandemia fez a gente se adaptar à nova realidade e nos deu esse tempo para conseguir passar uma mensagem para os árbitros e público em geral.

No ano passado os times reclamaram da demora para a revisão dos lances. Como será agora?

No segundo turno tivemos um tempo de avaliação semelhante ao padrão da Fifa e ao da Europa, de aproximadamente 1min30. No primeiro turno demoramos mais porque era algo novo e tinha um processo de adaptação. Nós temos trabalhado muito com os árbitros a questão da comunicação, a linguagem entre a cabine e o campo. Isso é fundamental para a evolução, assim como a metodologia de quais lances preciso ver ou não em velocidade reduzida no replay. Acredito eu que teremos um progresso nesse ponto. O árbitro de vídeo veio para ajudar e melhorou muito o nível de arbitragem brasileira. Em um campeonato tão parelho, podemos dizer que nenhum erro de arbitragem mudou a colocação de um time. Sempre há espaço para melhorar.

Durante a quarentena, houve alguma preparação especial?

Analisamos tranquilamente mais de 5 mil jogadas. Todo o meu quadro, de Norte ao Sul do Brasil, analisou. Tenho certeza que vamos conseguir analisar bem. Participaram umas 750 pessoas.

E qual a sua preocupação com a parte física dos árbitros? Eles também vão trabalhar em muitos mais jogos e com mais frequência.

Nós tivemos o cuidado há um tempo atrás, quando foi anunciado o retorno, todos receberam um plano de retorno às atividades. Os árbitros de elite são monitorados por relógios e enviam os treinos para o nosso diretor físico. Todos foram avaliados.

A CBF começa nesta quarta-feira um repasse à Associação Nacional dos Árbitros de Futebol (Anaf) para ajudar os árbitros brasileiros durante esse período de paralisação do futebol pela pandemia do novo coronavírus. O recurso vem após pedido da própria Anaf, que entendeu ser necessário distribuir um auxílio financeiro para quem depende do dinheiro recebido pelo trabalho nas partidas.

O anúncio de repasse foi feito pelo presidente da Anaf, Salmo Valentim. A CBF vai pagar R$ 6 mil para quem é árbitro do quadro da Fifa, R$ 3 mil para a categoria AB e mais R$ 1,5 mil para quem for das categorias C e D. O valor total de todo o repasse é avaliado em cerca de R$ 900 mil. O montante é um adiantamento de taxas de arbitragem. Quando o calendário for retomado, a quantia repassada será descontada.

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"O mundo vive um momento de incertezas por conta da proliferação do coronavírus. No futebol, com as competições suspensas, muitos árbitros foram afetados economicamente. Por isso, o presidente da CBF (Rogério Caboclo) não só entendeu a situação, como aceitou o nosso pleito", anunciou Valentim no Twitter. Fora a CBF, o presidente da Anaf disse que vai recorrer também a outros setores para conseguir aumentar o auxílio aos árbitros.

Valentim contou que encaminhou ofício ao presidente do Senado, Davi Alcolumbre, e ao presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, para que os árbitros possam ser contemplados em programas do governo federal voltados para profissionais que não trabalham com carteira assinada.

A Comissão de Arbitragem da Federação Paulista de Futebol decidiu afastar o árbitro e os auxiliares do jogo entre São Paulo e Novorizontino, que terminou empatado por 1 a 1, no estádio do Morumbi, na noite de segunda-feira. O clube tricolor teve dois gols mal anulados, além de dois pênaltis não marcados. A FPF classificou os erros como "inaceitáveis".

Após a partida, o diretor de futebol Raí já havia entrado em contato com a FPF para reclamar da arbitragem. Na manhã desta terça-feira, a entidade divulgou nota oficial para informar as medidas tomadas. Os membros da arbitragem "passarão por reciclagem, com apoio psicológico, técnico e físico".

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Quem apitou a partida foi o juiz Flávio Roberto Mineiro Ribeiro, auxiliado por Vitor Carmona Metestaine e Enderson Emanoel Turbiani da Silva. Não há VAR (árbitro de vídeo) nesta fase do Campeonato Paulista.

"Foram identificados quatro erros capitais na arbitragem da partida: dois gols mal anulados e dois pênaltis não marcados, todos a favor do São Paulo Futebol Clube. Prontamente, após o jogo, a Comissão de Arbitragem conversou com a equipe do jogo, que admitiu os erros e se desculpou por eles", informou a nota oficial.

"Nesta manhã, após reunião, esta Comissão decidiu afastar os membros da equipe de arbitragem da partida por considerar que os erros cometidos são inaceitáveis. Todos os membros da equipe passarão por reciclagem, com apoio psicológico, técnico e físico", prosseguiu.

O Novorizontino abriu o placar no Morumbi com Higor Leite. O São Paulo conseguiu o empate nos minutos finais da partida com Brenner. O jogo foi válido pela quarta rodada do Paulistão.

"Aos torcedores, jogadores, comissões técnicas e dirigentes dos clubes, lamentamos os erros cometidos por esses profissionais. Reiteramos que a Comissão de Arbitragem da FPF trabalha para que as partidas ocorram com a menor interferência da arbitragem, apenas para mediar um grande espetáculo: o futebol protagonizado por seus atletas. Erros eventuais acontecem com todos. Mas erros crassos não são admitidos e deverão ser corrigidos", encerrou a nota.

Muito criticada por torcedores, a expulsão de Janderson após comemorar o segundo gol do Corinthians no clássico com o Santos, domingo, pelo Campeonato Paulista, segue o que determina a regra do jogo e foi correta. Esse é o entendimento na CBF, que alerta que o critério já vinha sendo utilizado no Campeonato Brasileiro e permanecerá inalterado para esta temporada, goste a torcida, jogadores e treinadores ou não.

Janderson já havia sido advertido com o cartão amarelo, e recebeu o segundo - e consequentemente o vermelho - ao subir em uma escadinha de acesso às arquibancadas na Arena Corinthians para abraçar um grupo de torcedores. "No Brasileiro você vai ver todos os jogadores que subirem no alambrado serem punidos. Essa é a nossa orientação", disse, nesta segunda-feira, o presidente da Comissão de Arbitragem da CBF, Leonardo Gaciba. "Está escrito na regra do jogo, na lei do jogo."

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O ex-árbitro reconhece que, na Copa do Mundo, há certa benevolência em relação a esse tipo de comemoração, mas ressalta as condições que são encontradas nos Mundiais. "O problema é a questão de estrutura dos estádios. Nem todos os estádios têm a mesma estrutura. Uma coisa é trabalhar numa Copa do Mundo, onde são 36 (na verdade, 32) países, número bem menor (de jogos), com estádios de alta estrutura. Outro negócio é trabalhar no Campeonato Brasileiro, em que eu tenho que manter o mesmo critério para quem joga no Maracanã ou em qualquer outro estádio do Brasil", pontuou. E raciocínio semelhante deve ser levado à Arena Corinthians e a todos os demais estádios do interior do Estado que sediam jogos do Paulista.

O argumento do ex-árbitro, e de quem criou a regra, passa pela questão da segurança. "Já tivemos jogador perdendo dedo por ter subido alambrado, já tivemos torcedores esmagados quando veio a comemoração. Qual torcedor que não quer dar um abraço no seu ídolo quando vai comemorar na beira do campo? Esse que é o grande problema. Aquela pessoa que está bem ali na frente sofre um esmagamento automático", considerou Gaciba. "Será que nós vamos esperar acontecer um acidente no futebol brasileiro pra daí dizer que é justo dar um cartão amarelo?"

Ter um mesmo critério para todos os clubes que disputam uma mesma competição é outro motivo que serve como argumento para justificar a advertência com cartão. "Por que subir a escadinha do Maracanã vai ser diferente de subir o alambrado de outro clube da Série A? Essa é padronização que nós temos", pontuou Gaciba.

O presidente da Comissão de Arbitragem da CBF foi além. Ele argumentou que todos os jogadores de futebol conhecem - ou, pelo menos, deveriam conhecer - a regra que impede comemorações junto à torcida.

"Os jogadores estão avisados. Por que vamos usar um critério diferente quando o jogador levanta a camisa? Quando levanta a camisa todo mundo sabe que ele vai levar cartão. Não há interpretação", exemplificou.

Presente no centro do debate do futebol brasileiro neste ano, o árbitro de vídeo deve passar por mudanças a partir de 2020. Em entrevista ao jornal O Estado de S.Paulo, o presidente da Comissão de Arbitragem da CBF, Leonardo Gaciba, fez um balanço positivo do primeiro ano do uso do VAR no Campeonato Brasileiro e comentou sobre as possíveis novidades no recurso tecnológico para a próxima temporada.

Gaciba informou que o VAR teve índice de acerto de 98,4% em situações protocolares no Brasileirão, de acordo com os estudos da CBF. Ainda segundo o chefe de arbitragem no Brasil, o número de erros capitais (pênalti, cartão vermelho, impedimento ou erro de identificação) caiu de 188 em 2018 para 36.

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"Creio que o balanço é extremamente positivo. Os números mostram a realidade. A diminuição dos erros capitais de arbitragem foi profundamente impactante", avaliou o ex-árbitro, que considera que a "precisão e a linha de intervenção bem definida são o foco" do VAR.

Apesar de a ferramenta ter sido criticada por alguns clubes ao longo do campeonato, a taxa de aceitação foi alta. A CBF realizou recentemente o "Tour do VAR", uma pesquisa que ouviu 584 pessoas, entre jogadores, membros de comissões técnicas e dirigentes de 17 clubes. A consulta concluiu que 94,1% aprovam a continuidade do árbitro de vídeo. "Tínhamos ciência de que com o tempo e prática as reclamações diminuiriam. A ferramenta foi ganhando confiança, diminuindo tempo de revisões e mostrando seu verdadeiro valor. Sinceramente, os bons resultados e a aceitação vieram de forma mais rápida do que esperávamos", disse.

A CBF fez alguns testes com a ferramenta na reta final do Nacional, indicando que deve haver novidades em 2020. Uma das inovações é a operação do árbitro de vídeo à distância, que foi experimentada no duelo entre Bahia e Vasco, em Salvador, válido pela 37.ª rodada. A ideia, a partir disso, é tirar as cabines dos estádios e criar uma central do VAR no Rio de Janeiro, inspirada na central da Fifa da Copa do Mundo da Rússia. A operação se dá por meio de uma ligação de fibra ótica entre o local da partida e a sala do vídeo.

"Foi um teste muito positivo. Trabalhamos offline do Rio de Janeiro em um jogo realizado em Salvador", analisou Gaciba, ponderando na sequência que "não queremos acelerar mudanças até que tenhamos uma confiabilidade de 100% na centralização do uso do VAR. O Brasil é um continente, gigantesco, esse é um desafio grandioso".

A CBF também estuda a implementação de um quadro com apenas árbitros de vídeo e planeja exibir todas as revisões em tempo real nos telões dos estádios a partir na próxima temporada, como ocorreu no Maracanã na partida entre Flamengo e Avaí, pela 37.ª e penúltima rodada, e como já acontece nos jogos do Campeonato Inglês.

"Foram testes que tiveram uma excelente aceitação. Veremos a viabilidade de utilizar o sistema na próxima temporada, sim. Mas teremos de alinhar bem com os clubes, já que em alguns estádios não há telão para exposição", pontuou.

A divulgação das imagens revistas no vídeo e do áudio das conversas entre o árbitro de campo e os auxiliares da cabine também é algo que está sendo estudado pelo chefe de arbitragem da CBF. Isso é um pedido recorrente da maioria dos clubes da Série A. Eles entendem que a medida, se vier mesmo, traria mais transparência ao futebol brasileiro.

Nesse sentido, a Conmebol saiu na frente e liberou em seu site áudios e vídeos do VAR nos últimos jogos da Libertadores. "Sempre que necessário e quando acharmos importante, traremos informações não só de vídeos e áudios, mas de como funciona uma sala de operação. O VAR suscita muita curiosidade", entendeu Gaciba.

A Polícia Civil do Rio de Janeiro realizou na manhã desta quarta-feira a Operação Cartão Vermelho. A ação cumpriu 13 mandados de busca e apreensão em endereços relacionados à cúpula da arbitragem carioca. Os suspeitos são investigados por crimes de organização criminosa, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro. Todos os investigados tiveram quebrados os sigilos bancário e fiscal.

Por meio de nota, a assessoria de imprensa da Polícia Civil informou que os mandados foram cumpridos nas residências do "presidente do Sindicato de Árbitros do Estado do Rio de Janeiro, do presidente da Cooperativa dos Árbitros de Futebol do Estado do Rio de Janeiro (COOPAFERJ), de integrantes das duas entidades, além das sedes dos órgãos e da Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro (FERJ)".

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O ex-presidente da Comissão de Arbitragem do Rio Jorge Rabello é um dos investigados e suspeito de liderar o esquema de corrupção. Ele foi preso por posse ilegal de arma de fogo. Na busca em seu apartamento no Recreio dos Bandeirantes foram apreendidos documentos, computadores e um revólver calibre 38. Outros suspeitos são Messias José Pereira, ex-presidente da Coopaferj, e Sérgio Mantovani Cerqueira, ex-contador da cooperativa. O principal indicativo de corrupção foi a evolução patrimonial incompatível com suas funções.

A ação foi realizada pela Secretaria de Estado de Polícia Civil (Sepol), por meio do Departamento Geral de Combate à Corrupção, ao Crime Organizado e a Lavagem de Dinheiro (DGCOR), em conjunto com a 25ª PIP do Ministério Publico Estadual (MP-RJ). A suspeita é de desvio de dinheiro das entidades relacionadas ao futebol e a utilização da COOPAFERJ. O órgão seria responsável por arrecadar dinheiro para os dirigentes, sem nenhuma contraprestação ou transparência nas contas.

Em nota, a Ferj informou que "recebeu as autoridades em sua sede, facilitando e franqueando todas as dependências para o que se fizesse necessário ao cumprimento do citado mandado (de busca e apreensão), realizado de forma clara, imparcial, pacífica e rigorosa", e ressaltou que "não faz parte de sindicatos ou cooperativas".

"Cumpre-nos ressaltar que a FERJ preza por total transparência e lisura em seus procedimentos, repudia atos ilegais, pugna por correção, não faz parte de sindicatos ou cooperativas, não possui qualquer ingerência em relação a estes e coloca-se à disposição das autoridades para quaisquer esclarecimentos que permitam a busca da verdade e da justiça, na distinção e preservação da integridade de pessoas e instituições e punições de culpados", diz a nota da entidade.

A Federação Paulista de Futebol (FPF) anunciou nesta sexta-feira que pela primeira vez terá uma mulher no comando da arbitragem estadual. A ex-assistente Ana Paula Oliveira é a nova presidente da comissão de arbitragem da entidade e terá como papel organizar e desenvolver o segmento no âmbito estadual. O antigo ocupante do cargo, Dionísio Roberto Domingos, deixou a FPF.

Aos 41 anos, Ana Paula tem experiência de mais de 20 anos no futebol. O ingresso dela na FPF foi em 1998. Depois disso, trabalhou como assistente em três finais do Campeonato Paulista, além de ter no currículo jogos da Copa Libertadores, da Copa Sul-Americana e do torneio olímpico dos Jogos de Atenas-2004. Ana Paula integrou o departamento da arbitragem da CBF entre 2014 e 2019.

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Nos últimos anos ela trabalhou como instrutora da Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol) e da Fifa. Ana Paula também atua como instrutora e observadora do árbitro de vídeo (VAR). Como vice na entidade, ela terá Emerson Augusto de Carvalho, ex-auxiliar de arbitragem. Outra mulher também vai compor a equipe de trabalho: Tatiane Sacilotti, que foi assistente na Copa do Mundo Feminina da França, em 2019.

O antigo chefe do departamento de arbitragem participou da polêmica final do Campeonato Paulista de 2018. Dionísio Domingos estava em campo na decisão entre Palmeiras e Corinthians, em que o time alviverde reclamou do cancelamento de um pênalti. O ex-dirigente até mesmo foi interrogado durante o processo de apuração do caso.

O chileno Roberto Tobar, que apitou a final da última Copa América, na qual o Brasil ficou com o título ao vencer o Peru por 3 a 1, no Maracanã, foi anunciado nesta terça-feira pela Conmebol como o árbitro da decisão da Copa Libertadores, no próximo dia 23, em Lima, no Peru, onde Flamengo e River Plate lutarão pela taça.

Com 41 anos de idade, Tobar é considerado o juiz de futebol mais renomado do Chile e pertence ao quadro da Fifa desde 2011. E ele conduzirá a arbitragem do esperado confronto entre o time carioca e a equipe argentina auxiliado pelos seus compatriotas Claudio Rios e Christian Schiemann, que serão os bandeirinhas do duelo.

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Foi exatamente este mesmo trio de arbitragem que trabalhou na final entre Brasil e Peru, no dia 7 de julho deste ano, quando o juiz principal do duelo chegou a expulsar Gabriel Jesus e marcou duas penalidades que só foram confirmadas após consulta ao VAR. Naquela ocasião, o atacante da seleção brasileira, nervoso em campo e que já tinha cartão amarelo, recebeu o vermelho por uma falta no peruano Tapia.

Já nos lances nos quais consultou a arbitragem de vídeo, Tobar primeiro assinalou um pênalti após um toque de mão na bola do zagueiro Thiago Silva, que resultou na cobrança que Guerrero converteu e então empatou a partida na etapa inicial. Nos minutos derradeiros do segundo tempo da decisão, o chileno marcou uma penalidade cometida em Everton, com a qual Richarlison definiu o placar final de 3 a 1.

Formado em Engenharia da Computação, Tobar também apitou o confronto entre Brasil e Paraguai na última Copa América, válido pelas quartas de final, e ainda foi o juiz principal do jogo no qual a Colômbia bateu a Argentina por 2 a 0 na estreia das duas seleções nesta competição realizada em solo nacional.

Experiente como árbitro de partidas da Libertadores, o chileno também já trabalhou em torneio organizados pela Fifa, como o Mundial Sub-17. Entretanto, ele também se envolveu em episódios polêmicos nos últimos anos. No principal interclubes da América do Sul e no Campeonato Chileno, por exemplo, chegou a ser acusado de ameaçar agredir jogadores. Para completar, em 2012 viveu a maior crise da sua carreira ao ser afastado por oito meses pelo envolvimento no chamado "Clube do Pôquer", esquema em que os árbitros chilenos decidiam por meio de um jogo de cartas quem apitaria as partidas dos campeonatos locais.

A Conmebol também confirmou nesta terça-feira que o colombiano Andres Rojas será o quarto árbitro da final entre Flamengo e River Plate e que o peruano Diego Haro foi escolhido como principal responsável pela arbitragem de vídeo. Os outros nomes escalados para trabalhar no VAR durante a decisão são o colombiano Alexander Guzman e o uruguaio Esteban Ostojich. Carlos Astroza, do Chile, foi confirmado como observador do VAR.

Vale lembrar que um trio de arbitragem do Chile conduzirá dentro de campo a decisão desta Libertadores depois que a mesma foi transferida de Santiago para Lima porque a onda de protestos e a situação política complicada no país inviabilizaram a realização do confronto na capital chilena.

Após o primeiro turno de utilização do VAR (árbitro de vídeo) no Campeonato Brasileiro, mais da metade dos clubes da Série A defende mudanças. O pedido principal é a liberação das imagens revistas no vídeo e do áudio das conversas entre o árbitro de campo e os auxiliares da cabine. Os cartolas também querem que os torcedores no estádio saibam o que está sendo analisado. Para eles, a tecnologia só deve ser usada para reverter uma decisão caso a marcação do juiz no gramado seja um erro claro.

O Estado consultou os 20 clubes da elite do futebol brasileiro sobre o árbitro de vídeo. Doze se pronunciaram, propondo alterações. Foram eles: Atlético-MG, Bahia, Ceará, Fortaleza, Goiás, Internacional, Chapecoense, Avaí, Palmeiras, Vasco, Fluminense e Flamengo. Oito não quiseram se manifestar sobre o VAR (Corinthians, São Paulo, Santos, Grêmio, Cruzeiro, Botafogo, Athletico-PR e CSA).

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"Não vejo porque os diálogos não serem habitualmente mostrados e as imagens também, mesmo que seja para reconhecer erros. Afinal de contas não existe sistema que não tenha erros. A transparência na nossa visão vai servir para defender o árbitro de vídeo e não prejudicá-lo", disse Guilherme Bellintani, presidente do Bahia.

Embora não tenha se posicionado oficialmente, o Corinthians realizou palestra para os jogadores ressaltando a importância do VAR. O presidente da Comissão Nacional de Arbitragem da CBF, Leonardo Gaciba, visitou o clube na semana passada e tirou dúvidas dos atletas. "A reunião serviu para que membros de comissão técnica e atletas entendessem mais sobre novas regras e sobre como operam na checagem dos lances para que todos tenham melhor compreensão das mudanças", comentou o gerente de futebol do Corinthians, Vilson Menezes.

Existem quatro tipos de lances que podem ser analisados pelo VAR, segundo o Conselho da Federação Internacional de Futebol (Ifab, na sigla em inglês): se foi gol ou não, se houve pênalti, erro de identificação para aplicar um cartão e se a jogada foi ou não para vermelho direto. "O Atlético-MG considera que a publicação e a publicidade de áudios e vídeos do VAR são a chave do processo. Isso é fundamental", opinou Lásaro Cândido da Cunha, vice-presidente do Atlético-MG.

POSIÇÃO DA CBF - A CBF ainda não se manifestou oficialmente sobre as reclamações dos clubes. Em evento realizado em agosto, a entidade sinalizou que deverá atender boa parte das solicitações a partir da primeira rodada do returno, marcada para o próximo final de semana. A entidade anunciou que as revisões do VAR terão as imagens liberadas para quem acompanha os jogos pela TV. Quem estiver no estádio também poderá ver o vídeo utilizado para a análise do árbitro logo após a revisão dos lances. Por outro lado, os áudios com as conversas entre o juiz de campo e o da cabine devem continuar restritos à equipe de arbitragem.

Marcelo Segurado, diretor de futebol do Ceará, propõe que os clubes tenham direito a solicitar o uso do VAR. "Seria interessante que houvesse uma ou duas solicitações ou do treinador ou do capitão da equipe em cada tempo do jogo", avaliou o dirigente.

Guilherme Bellintani retoma uma discussão antiga na arbitragem brasileira: a questão da profissionalização. "A profissionalização da arbitragem é o passo necessário para que o árbitro de vídeo seja mais bem utilizado. A profissionalização traz com ela mais formação, mais capacidade de análise, enfim, qualidade técnica geral.

O maior problema tem sido a demora para tomada de decisão no gramado. No empate entre Palmeiras e Bahia, pela 14.ª rodada do Brasileirão, dois pênaltis foram marcados para a equipe baiana após o mineiro Ricardo Marques Ribeiro, árbitro de vídeo, acionar o conterrâneo Igor Benevenuto em campo. Em cada uma das vezes, cerca de cinco minutos foram gastos para que um consenso fosse tomado sobre as infrações. A partida teve uma duração total de 110 minutos - 20 a mais do que o tempo regulamentar. "O tempo que se toma a decisão tem de ser reduzido", disse Mauricio Galiotte, presidente do clube alviverde.

O clube paulista se considera pioneiro na discussão sobre o uso do VAR. Na final do Campeonato Paulista de 2018 contra o Corinthians, o Palmeiras alega que houve interferência externa para ajudar o árbitro Marcelo Aparecido de Souza a marcar e, depois de oito minutos, cancelar um pênalti de Ralf no atacante Dudu, no segundo tempo da decisão. Depois de o STJD negar, por unanimidade, o pedido de impugnação da final, o clube paulista desistiu de recorrer à Corte Arbitral do Esporte (CSA, na sigla em inglês), a última instância do direito esportivo.

Confira o que disseram os representantes dos clubes:

Guilherme Bellintani, presidente do Bahia - "A profissionalização da arbitragem é o passo necessário para que o árbitro de vídeo seja mais bem utilizado. A profissionalização traz com ela mais formação, mais capacidade de análise, enfim, qualidade técnica geral. E a segunda coisa é transparência. Não vejo porque os diálogos não serem habitualmente mostrados e as imagens também, mesmo que seja para reconhecer erros".

Lásaro Cândido da Cunha, vice-presidente do Atlético-MG - "O Atlético considera que a publicação e a publicidade de áudios e vídeos do VAR é a chave do processo. É fundamental. Não é possível a CBF ficar em conta gotas. Por outro lado, as pessoas que operam o árbitro de vídeo e também os árbitros de campo têm de ter uma formação mais adequada".

Marcelo Segurado, diretor de futebol do Ceará - "Transparência na divulgação dos vídeos e áudios para que possa saber o que foi conversado. Outra situação é que houvesse em cada tempo uma ou duas solicitações ou do treinador ou do capitão da equipe. Outro ponto: todos são expostos aos erros: treinador, jogador presidente e diretor, menos o árbitro. A solicitação é de que árbitro de campo e de VAR participem de coletivas após os jogos".

Marcelo Paz, presidente do Fortaleza - "Quanto mais clareza, melhor. Este é o ponto. Se o porquê das decisões fosse informado seria melhor. É possível usar isso de forma transparente. Os protocolos precisam ficar cada vez mais claros. Depois que recebemos a visita do Gaciba (Leonardo Gaciba, chefe de arbitragem da CBF) aqui no Fortaleza foi muito esclarecedor. Depois disso, entendemos melhor o motivo de algumas decisões. Isso faz com que o VAR tenha mais credibilidade. Se os próprios jogadores não conheciam muito bem, imagina o público em geral".

Túlio Lustosa, gestor de futebol do Goiás - "Maior agilidade nas decisões, menos interferências em lances interpretativos e principalmente que os assistentes só deixem de levantar a bandeira realmente na dúvida do impedimento (muitos lances de impedimento claro os assistentes estão deixando o lance 'correr' para depois levantar a bandeira)".

Marcelo Medeiros, presidente do Internacional - "O VAR é uma realidade que veio para ficar. O uso da tecnologia, a exemplo de outros esportes, contribui com o aprimoramento do futebol. Acho que a transparência é importante. A gente ter acesso aos áudios é um passo que pode ampliar a transparência - não que as coisas sejam obscuras, mas que a gente entenda o que aquela comissão de árbitros de vídeo está repassando ao árbitro de campo. Acho que quanto maior transparência, melhor. Mas não sei se (liberar imagens e áudio) no dia do jogo é o melhor momento".

Plinio David de Nes Filho, presidente do Chapecoense - "Eu defendo o VAR desde o primeiro dia aqui na CBF. Sou um entusiasta do VAR, porque venho do vôlei e do tênis, onde ele apresenta resultado muito bem. Tivemos dificuldade de entendimento, mas está melhorando com o passar do tempo. Tem de ser um veículo que transmita paz nos estádios, que o torcedor entenda que aquilo foi real. As coisas precisam ser bem clareadas. Acho que tem de liberar tudo. No momento que libera as imagens, libera os áudios".

Francisco José Battistotti, presidente do Avaí - "O clube entende que o VAR precisa ser melhorado. Ganho de velocidade na avaliação dos lances em verificação. Criar um mecanismo claro como o futebol americano, onde o árbitro fala ao microfone para o estádio a decisão tomada, com o lance no telão. Mas a liberação do áudio da conversa dá transparência para as decisões tomadas".

Mauricio Galiotte, presidente do Palmeiras - "O Palmeiras é 100% favorável à tecnologia, ao uso do VAR. A tecnologia tem como princípio a justiça, então a gente entende que ela é benéfica e temos de lutar por isso. Entretanto, o que a gente acha é que é uma ferramenta que merece ajustes. O tempo que se toma a decisão tem de ser reduzido. Acho que as imagens que estão sendo analisadas no momento do VAR deveriam ser expostas ao público, e também talvez o áudio pudesse ser divulgado".

Alexandre Campello, presidente do Vasco - "Acho que não só deveria liberar os áudios do VAR, como deveria ser informado ao público do estádio o que está sendo analisado, para dar mais transparência. Estive aqui na CBF em dois momentos porque achei que o Vasco havia sido prejudicado em dois lances. Mas, ao ver o trabalho do pessoal do VAR e ser apresentado à lógica e às imagens dos lances - que a gente não tem às vezes quando está assistindo pela televisão -, eu acabei concordando com a arbitragem".

Mario Bittencourt, presidente do Fluminense - "O Fluminense é a favor do VAR, desde que mudem os critérios de avaliação. Acho que hoje estão equivocados e precisam melhorar. É lógico que a gente é a favor da tecnologia, mas a gente acha que está sendo mal operado pelas pessoas. A gente já fez três ofícios criticando algumas situações em que a gente acha que o critério foi ruim. Tem de liberar imagem e áudio".

Flamengo - "O clube considera que o VAR está cumprindo sua função e melhorou o futebol de forma geral. Entendemos que alguns pontos podem evoluir, como a uniformidade de critério, e encontrar formas de acelerar as decisões do VAR para tornar o jogo mais fluido e contínuo".

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