[@#galeria#@]
Com entusiasmo, os foliões de São João de Pirabas, a 200 quilômetros de Belém, tiveram mais opções de diversão para aproveitar o carnaval deste ano. O município teve o primeiro baile do projeto Vida em Movimento, que ocorreu na sede da Associação Atlética Pirabense (Bacuri), no sábado (22). Além dos tradicionais blocos, que saíram pelas ruas no domingo (23) e na terça-feira (25) para não deixar ninguém de fora da folia.
##RECOMENDA##
O baile de carnaval foi a fantasia e pensado para trazer de volta um pouco da tradição do município. Segundo o vice-presidente da Associação Atlética Pirabense, Danilo Fonseca, 31 anos, o objetivo da festa é resgatar as famílias para que participem de um evento folclórico do país, já que há anos a cidade não tem algo assim.
A foliona Mariana de Paula Santos, 22, vestida de mímica, disse que nunca tinha ido a uma festa a fantasia. “Estou gostando”, falou a jovem. “Eu estou me achando. Foi legal poder se expor de uma maneira diferente, no bloquinho não dá para ir com uma fantasia dessas porque eu suo muito. Aqui é meu momento.”
Quem também entrou no personagem foi Cleane dos Santos, 41 anos. Ela não teve medo de entrar na brincadeira. Fantasiou-se de Pocahontas, uma personagem das animações da Disney, e disse que gostou das músicas. “Vim aqui para me divertir. Como só entra com convite, não vai ser bagunçado”, assinalou.
“Os bloquinhos tocam músicas que nem sempre são de carnaval. Por isso nós pensamos em fazer um baile para a galera curtir aqueles velhos carnavais, só com músicas da festa”, disse Danilo. Ele ainda acrescentou que foram distribuídos cerca de mil convites e o evento foi aberto à comunidade, para não ficar restrito às pessoas do projeto.
O Projeto social Vida em Movimento foi criado pela diretoria do clube e consiste em atividades aeróbicas e funcionais. Mais de 200 pessoas participam das quatro aulas semanais.
Existem dois profissionais que ministram as aulas, o professor Wagner Cordeiro e o de dança, Vicente Marques. “Nós percebemos que muitas pessoas do município queriam ter a prática de atividades físicas, mas não tinham condições. Então pensamos em usar o espaço da sede para fazer um bem social”, comentou o vice-presidente.
Outra brincadeira de que os pirabenses não abrem mão são dos bloquinhos. Este ano, os blocos “Kaça Cachaça” e “Bala de Prata” saíram em arrastão no domingo à noite. Na terça-feira, saiu apenas o “Kaça Cachaça”. Os dois foram em cortejo até a arena do município, onde em seguida ocorreu uma festa com a aparelhagem “Búfalo do Marajó”.
Segundo Kleuristela Sena, de 33 anos, uma das organizadoras do “Kaça Cachaça”, o bloco tem 13 anos de tradição. No primeiro ano fizeram apenas 50 abadás, neste ano foram cerca de 700. “No começo os meninos se juntaram para organizar só para a família e amigos, como uma brincadeira mesmo, mas foi crescendo”, disse Kleuristela. Para deixar a brincadeira ainda mais divertida, a organização põe uma cachaça para foliões irem caçando.
Na primeira noite de folia o casal Elisangela Pires e Jonathas de Oliveira participou do arrastão vestido com os tradicionais abadás. Elisangela contou que antes só observavam de longe, mas nos últimos dois anos quiseram se envolver. “Tivemos vontade de participar, de nos fantasiar e viver o carnaval como um todo. Tanto na fantasia, quanto na folia”, comentou.
Na terça-feira, Elisangela e Jonathas decidiram inovar. Juntaram-se com mais cinco amigos e se fantasiaram dos assaltantes da série espanhola “La casa de papel”.
Jonathas comentou que no ano passado o grupo tinha combinado de se fantasiarem de anti-heróis, mas janeiro chegou e nenhum deles havia comprado as fantasias. “Nos reunimos e fechamos nessa. Ficou bacana. A série ainda está passando, então está valendo”, disse o brincante. Para Jonathas uma das vantagens do carnaval de Pirabas é que ainda é seguro. “Dá para brincar à vontade e espero que não mude.”
Elisangela ainda contou do que mais gosta no carnaval. “Dá possibilidade de a gente poder brincar com os personagens, com imitações, poder extravasar o que a gente não faz durante o ano.”
Por Bruna Oliveira, de São João de Pirabas.