ARACAJU (SE) - Caos. É a palavra que resume o sistema de transporte urbano de Aracaju. A crise na Viação Progresso fez com que, na manhã desta quarta-feira (24), a rodovia Marechal Rondon, onde está localizada a garagem da empresa de transporte público, fosse palco da mobilização de motoristas e cobradores da Viação Cidade de Aracaju (VCA), que estão sem receber os salários e tickets de alimentação há dois meses.
A mobilização, que revela a falência do modelo de transporte, ocasionou com a paralisação de mais de 200 ônibus da Progresso durante o início da manhã e só retornaram, aos poucos, por volta das 8h da manhã, pois a VCA promete pagar os salários nesta quinta-feira (25).
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População se manifesta
O caos que foi instalado no trânsito pela manifestação dos rodoviários fez com que a população se manifestasse. Ainda pela manhã, no terminal do mercado, o clima esquentou. Trabalhadores e estudantes inconformados com a redução dos ônibus e a falta de uma resposta da prefeitura fecharam a via para não permitir que os ônibus da Empresa Modelo circulassem.
Ação policial
A policia ficou observando toda a manifestação, porém quando os manifestantes começaram a atravessar a frente dos ônibus da Modelo, para que os passageiros descessem, os policiais se aproximaram.
Enquanto fazia uma reportagem a jornalista, Saynora Hygia, foi agredida por um policial do Grupamento Especial Tático (Getam). Segundo Saynora, ela estava acompanhando uma ação dos manifestantes, quando um deles se deitou no chão o comandante da ação, o coronel Jackson Nascimento, afirmou que iria prende-lo caso continuasse com aquelas atitudes.
A jornalista contou que quando tentou falar com o coronel um policial militar, que estava de capacete e viseira rebaixada, se aproximou e empurrou a repórter. “Eu tentava falar com o coronel Jackson portando o microfone ligado, quando o policial do Getam me pegou pelas costelas, apertou e me empurrou. Eu pedi respeito ao policial e disse que estava exercendo meu trabalho, assim como ele. Ele ainda me ofendeu, xingando.”, disse a jornalista.
De acordo com a PM, a repórter pode ter sido tocada por algum policial, mas não empurrada. Para Jackson, a repórter estimulou os manifestantes a ficarem contra a polícia, quando gritou que foi agredida por um militar, fazendo com que a população ficasse contra os militares.
Sindicato desaprova ato
Em nota, o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Rodoviário de Aracaju (Sinttra), Miguel Belarmino, entende ter sido precipitada a atitude tomada por alguns rodoviários na manhã desta quarta-feira (24), quando impediram ônibus de saírem das garagens para rodar.
Belarmino acrescenta que a atitude tomada pode prejudicar a realização do pagamento dos próprios trabalhadores do grupo Viação Cidade de Aracaju (VCA) que hoje completa 54º dia sem receber salários e ticket alimentação.